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02.ModeloRiscoRetorno

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE E ATUÁRIA. CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DE MODELO DE CONTROLADORIA DE RISCO-RETORNO EM BANCOS DE ATACADO. Osias Santana de Brito. Orientador: Prof. Dr. Nilton Cano Martin. Tese apresentada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor.. São Paulo 2000.

(2) À minha querida esposa, Adriana Maria de Oliveira Brito, e aos meus filhos, Marianna, Danilo, Thiago e Sabrina..

(3) AGRADECIMENTOS. A Deus, pela conclusão de mais esta etapa em minha vida. À minha esposa, Adriana Maria de Oliveira Brito, e aos meus quatro filhos, Marianna Gabriela, Danilo Gabriel, Thiago Gabriel e Sabrina Gabriela, pelo incentivo e paciência durante a elaboração deste trabalho. A todas as pessoas que colaboraram para a realização desta pesquisa, em especial: •. Ao Professor Doutor Nilton Cano Martin, na qualidade de orientador e amigo, pelo direcionamento dado e pela paciência dispensada ao longo da elaboração desta tese;. •. Aos professores do Departamento de Contabilidade da Universidade de São Paulo, pelos ensinamentos transmitidos nos cursos de graduação, mestrado e doutorado;. •. À Doutora Angela Mie Nakamura e ao Engenheiro Marco César Gluckstern, pela discussão e questionamento de idéias;. •. À Andrea Butscher, pela paciência e qualidade na digitação dos textos;. •. Aos amigos profissionais do mercado financeiro e da instituição onde atuei, pela troca de idéias e experiências;. •. À memória de meu pai, José Fernandes de Brito, e à minha mãe, Laurentina Santana de Brito, pela formação pessoal e moral, que me possibilitou caminhar com maior segurança e determinação..

(4) RESUMO. As instituições financeiras participam ativamente na intermediação de recursos na Economia e desempenham expressivo papel no desenvolvimento do País, atuando como agente captador e repassador de recursos, além de prestarem serviços financeiros a clientes públicos e privados. Nessa economia mais globalizada, alargaram suas fronteiras, internando recursos e contribuindo para um maior desenvolvimento do mercado de capitais e da economia local, fazendo surgirem operações em que a identificação dos riscos. torna-se mais. complexa e o valor em risco assume, de forma dinâmica, diferentes proporções. Nos últimos anos, com o maior desenvolvimento tecnológico e a globalização dos mercados, o fator risco apresentou nova dimensão em face de inovações surgidas, como, por exemplo, o advento dos derivativos. Neste novo cenário, tornam-se importantes ações preditivas, tais como conhecer as posições que estão sujeitas a riscos, quais são estes riscos e a qualidade dos resultados, para se ter ciência da performance da instituição, uma vez que a volatilidade destes. mercados. tem-se. mostrado. tão. elevada. que,. sem. o. devido. acompanhamento e controle, a continuidade da instituição pode ser ameaçada. Desse modo, os riscos de mercado ganharam especial atenção, posto que a perda provocada pode superar até mesmo o principal exposto, e, juntamente com os riscos de crédito, passam a fazer parte da maioria das operações bancárias..

(5) Nos recentes episódios de crises mundiais, em que muitos mercados perderam a racionalidade, os prejuízos sofreram perdas significativas.. avolumaram-se e muitas instituições. Ali, os instrumentos de gestão são muito. importantes para possibilitar o dimensionamento desses riscos, cuja identificação, mensuração e divulgação poderão ficar sob a responsabilidade da Controladoria, por ser uma área independente e ter acesso de forma mais ampla e consolidada às informações da instituição. A Controladoria migra, neste cenário, da análise do resultado obtido para análise do retorno sobre riscos envolvidos, devendo, pois, enaltecer a qualidade do resultado, de modo que contribua, de forma preditiva, para uma gestão voltada à boa continuidade da instituição. Assim, esta tese, com aplicação em instituições financeiras e, em particular, em bancos de atacado, concentra sua orientação também na análise dos conceitos e modelos matemáticos referentes a riscos de crédito e de mercado, aqui compreendidos especialmente como riscos de taxa, moeda e prazo , contribuindo, assim, para o estudo de modelos de Controladoria orientada a riscos e proporcionando material aos que se interessam pelo assunto..

(6) ABSTRACT. This academic work intends to serve as an effective tool for financial institutions, specially for wholesale banks. Financial institutions have always had a strong presence in the money markets, and they have played a major role in the development of the Brazilian economy, acting as fund-raising and onlending agents, as well as rendering the whole gamut of financial services to clients in the public and private sectors. As the country’s economy headed for globalization, financial institutions evolved from local to cross-border entities, generating the much-awaited inflow of funds and contributing towards the development of full-fledged capital markets, with positive effects on the local economy as a whole. Identifying risks in these complex global markets is increasingly difficult, as the very meaning (and extent) of risk changes at a fast pace. Over the last years, the technology and market developments have brought new risk factors to the fore, such as the trades in derivatives. Faced with this new scenario, a deep knowledge of existing exposures as well as of the quality of expected results is pivotal to keep close track of an institution’s performance levels, as such new markets are so volatile that the soundness of an institution is now conditioned to the successful adoption of exposure control and risk return mechanisms. Special attention is given to market risks, as the ensuing losses may be even higher than the respective principal; this market exposure, together with credit risks, is now in the mainstream of banking transactions..

(7) As a result of the economic crises that have recently swept the world over, a number of institutions have sustained heavy losses in battered markets. In view of this, management instruments have increasingly stood out as a valuable aid in assessing the size and extent of these risks. The Controllership, an independent area inside the institution, which has extensive access to its consolidated data, could well take upon itself the identification, assessment and disclosure of any such risks. Consequently, the Controllership would have to shift its focus from the current. result-oriented. analysis. to. a. risk. return-oriented. approach.. The. Controllership would thus put greater emphasis on the quality of results, and its analytical forecasts would add up to the management efforts that are intended to safeguard the soundness of the institution. The risk-oriented approach made in this work also translates into a review of the mathematical models and concepts usually applying to credit and market risks, especially when it comes to interest rate, currency and maturity risks. The tenet of this work is to contribute towards the study of risk-oriented Controllership models, offering supplementary input for interested parties in this regard..

(8) SUMÁRIO Lista de Figuras…………………………………………………………………………….. Lista de Quadros …………………………………………………………………………… Lista de Tabelas…………………………………………………………………………….. I II III. Introdução.................................................................................................…………… 1. Considerações Iniciais.....................…............................................……. 2. Estrutura da Tese..…………......……....................................................... 3. Caracterização e Importância do Objeto de Estudo..................……....… 3.1. As instituições financeiras.....................................................………. 3.2. Estrutura do Mercado Financeiro no Brasil...........................……… 3.2.1.Características das Instituições componentes do Mercado Financeiro ...............................................……………………. 3.2.1.1.Instituições Públicas……………………………….….. 3.2.1.1.1. Conselho Monetário Nacional……………. 3.2.1.1.2. Banco Central do Brasil, Banco do Brasil S/A e Banco Nacional de Desenvolvimento Ecônomico e Social………………………………………………… 3.2.1.1.3. Comissão de Valores Mobiliários, Bolsas de Valores, Bancos de Desenvolvimento Estaduais e Caixas Ecônomicas………..… 3.2.1.2. Instituições Financeiras Privadas …………………… 3.3. A Atividade Bancária no Brasil após a década de 90………………... 4. Produtos Bancários…………………………………………………………… 5. Diferenças entre Bancos de Varejo e Bancos de Atacado………………. 6. Gestão do Risco………………………………………………………………. 7. A Controladoria………………………………………………………………... 7.1. As funções clássicas da Controladoria....……………...........……….. 7.2. A Controladoria com ênfase em riscos de Crédito e de Mercado.... 8. Bibliografia sobre o tema................................................................………. 1 2 4 9 9 11 11 11 11. 12. 13 14 16 22 22 24 24 25 26 32. 1.. Os Bancos de Atacado..............................................................................….. 33 1.1. Considerações Iniciais...................................................................…. 34 1.2. Atuação e Características dos Bancos de Atacado......................….. 34 1.2.1. Risco como essência do negócio........................................….. 36 1.3. Ambiente de Atuação dos Bancos de Atacado.............................….. 37 1.3.1. Ambiente Externo.................................................................…. 38 1.3.1.1. Agentes Ecômicos, Políticos e Sociais……………… 38 1.3.1.2. A Concorrência………………………………………… 39 1.3.2. Ambiente Interno................................................................…… 40 1.3.2.1. Metas e Objetivos……………………………………… 41 1.3.2.2. Análise Situacional…………………………………….. 41 1.3.2.3. Pontos Fortes e Fracos, Oportunidades e Ameaças… 42 1.3.2.4. Planos de Ação…………………………………………. 43 1.3.2.5. Acompanhamento do Plano de Ação………………… 43 1.3.2.6. Processo Orçamentário……………………………….. 43 1.4. Perfil Operacional – Produtos dos Bancos de Atacado……….....…… 44 1.5. Tendências do Mercado Financeiro e dos Bancos de Atacado……… 46 1.6. Crise cambial de 1999……………………………………………………. 48. 2.. Reorientação da Controladoria com Ênfase em Risco–Retorno: Crédito e Mercado ………….............……................................................................…… 49 2.1. Considerações Iniciais..................................................................…… 50 2.2. Administração de Riscos…………………………………………………. 53 2.3. Definição de Modelo………………………………………………………. 53 2.4. Reorientação da função de Controladoria em Bancos de Atacado..… 56 2.4.1. A Atividade dos Bancos de Atacado e sua Associação com Riscos........................................................................………….. 2.4.2. Atividades básicas da Controladoria em Bancos de Atacado… 60 2.4.3. Dimensão Risco-Retorno....................................................…… 60 2.4.4. O Componente Risco inserido na Atividade da Controladoria… 62. 58.

(9) 2.4.5. Qualidade do Resultado baseado em Retorno sobre o Risco… 3.. 65. Modelos para Controle dos Riscos de Crédito e de Mercado……………..... 67 3.1. Considerações Iniciais....................................................................... 68 3.2. Riscos de Crédito............................................................................... 68 3.3. Riscos de Mercado............................................................................. 69 3.4. Outros Tipos de Riscos de Financeiros............................................. 70 3.4.1. Risco de Liquidez………………………………………………….. 70 3.4.2. Risco Operacional ou de Controle ………………………………. 70 3.4.3. Risco Legal…………………………………………………………. 70 3.4.4. Risco de Reputação ou Imagem ………………………………… 71 3.4.5. Risco Sistêmico……………………………………………………. 71 3.4.6. Risco Humano……………………………………………………… 71 3.4.7. Risco de Liquidação……………………………………………….. 71 3.5. Modelos para Controle de Riscos de Crédito………………...........…. 73 3.5.1. Considerações Iniciais..........................................................…. 73 3.5.2. Avaliação dos Riscos envolvidos em decorrência da Concessão de Crédito.................................................................................. 3.5.2.1. Risco de o Crédito concedido não ser pago durante a vigência da transação…………………………………………….. 75 3.5.2.2. Risco de Liquidação Financeira………………………. 75 3.5.2.3. Relação entre Riscos da Transação e Qualidade de Crédito……………………………………………………. 75 3.5.3. Características dos Tipos de Operações de Crédito............…. 76 3.5.3.1. Processo de Concessão de Crédito………………….. 80 3.5.4. Processo de Mensuração de Crédito........................................ 83 3.5.4.1. Mensuração e Gerenciamento................................... 83 3.5.4.2. Modelos Clássicos de Mensuração........................... 84 3.5.4.2.1. Sistemas Especialistas (Expert Systems)… 84 3.5.4.2.2. Sistemas de Rating (Rating Systems)…….. 85 3.5.4.2.2.1.Processo de atribuição de rating para as operações e para os clientes que comporão a carteira de crédito………………………………………………… 86 3.5.4.2.2.2. Procedimentos para constituição de provisão para devedores duvidosos…………………. 89 3.5.4.2.2.3. Determinação dos Limites de Crédito – definição dos riscos máximos………………………… 90 3.5.4.2.2.4. Acompanhamento e Controle dos Limites de Crédito………………………………………………… 91 3.5.4.2.3. Sistema de Escores para Crédito (Credit Scoring Systems)………………………………………… 92 3.5.4.3. Novas abordagens em Modelos de Mensuração de Crédito…………………………………………………….. 92 3.5.4.3.1. A Metodologia Var para Risco de Crédito…. 92 3.5.4.3.1.1. Metodologia – Credit Metrics……………… 93 3.5.4.4. Avaliação de Crédito usando abordagem de Risco Neutro (The Risk Neutral Valuation Approach) – Vide Anexo B…………………………………………..………. 98 3.5.5. Proposta de Balanço Patrimonial dos Riscos de Crédito….……. 98 3.5.5.1. Evidenciação da Carteira de Crédito............................ 98 3.5.5.2. Detalhamento da Carteira de Crédito........................... 99 3.5.5.3. Processo de Classificação – Metodologia para Disponibilização das Informações de Crédito por Nível De Risco e Vencimento na Contabilidade..................... 101 3.5.5.3.1. Desenvolvimenrto de exemplo para evidenciar a metodologia ……………………………….. 102 3.5.6. Retorno sobre uso de Capital....................................................... 3.6. Modelos para Controle dos Riscos de Mercado..............……………… 115 3.6.1. Considerações Iniciais................................................................. 3.6.2. Posições com Risco de Indexador............................................... 3.6.3. Posições com Risco de Moeda..................................................... 3.6.4. Posições com Riscos de Prazo..................................................... 75. 106 115 115 116 116.

(10) 3.6.5. Acompanhamento e Controle dos Limites de Volumes Expostos a Risco de Mercado...............................................................………….. 3.6.5.1. Processos de identificação dos Riscos de Mercado.... 117 3.6.5.2. Controle dos Riscos de Descasamento ...................... 118 3.6.5.3. Classificação dos Riscos por “Livros”…………………. 119 3.6.6. Processo de Mensuração dos Riscos de Mercado....................... 121 3.6.6.1. Conceitos Aplicados ao Processo de Mensuração dos Riscos de Mercado……………………………………….. 122 3.6.6.1.1. Volatilidade ……………………………………………... 122 3.6.6.1.2. Correlação………………………………………………. 123 3.6.6.1.3. Período utilizado para cálculo de volatilidade e correlação………………………………………………………….. 126 3.6.6.1.4. Duration………………………………………………….. 127 3.6.6.1.5. Valor Presente………………………………………….. 128 3.6.6.1.6. Derivativos………………………………………………. 128 3.6.6.1.7. Valor de Mercado.............................................…….. 3.6.6.1.8. Definição de Mercados……………………………….. 130 3.6.6.1.8.1. Mercado Futuro………………………………………. 130 3.6.6.1.8.2. Mercado a Termo……………………………………. 131 3.6.6.1.8.3. Mercado de Bolsa de Valores……………………… 132 3.6.7. Opções……………………………………………………………….. 132 3.6.7.1. Precificação de uma Opção……………………………. 133 3.6.8. Modelos Matemáticos.........……….......................................... 135 3.6.8.1. Modelo Matemático 1 (MM1) – Avaliação de opções segundo o Modelo Binominal – Vide Anexo D…….... 135 3.6.8.2. Modelo Matemático 2 (MM2) – Avaliação de opções segundo o modelo Black & Scholes – Vide Anexo D... 135 3.6.8.3. Modelo Matemático 3 (MM3) – CAPM – Capital Asset Pricing Model – Anexo D……..…………………. 135 3.6.8.4. Metodologia Value at Risk (VaR)……………………. 135 3.6.8.5. Determinação do intervalo de confiança a ser utilizado………………………………………………….. 144 3.6.8.6. Exemplos de Cálculo da Variância, Volatilidade, Covariância e Correlação – Vide Anexo C…………… 146 3.6.8.7. Modelos de Simulação…………………………………. 146 3.6.8.8. Outros Modelos de Simulação – Vide Anexo D…..….. 146 3.7. Stress Testing e Análise de Cenários…................................................… 147 3.8. Obtenção do Valor sob Risco................................................................… 149 3.8.1. Definição de Perda Máxima………………………………………. 150 3.8.2. Stop Loss……………………………………………………………. 156 3.8.2.1. Conceito………………………………………………… 156 3.8.2.2. Definição do valor do Stop Loss……………………… 156 3.9. Controle dos Limites das Posições.......…..............……………………….. 157 3.10. Processo de Classificação – Metodologia para disponibilização das informações referentes às Transações com Riscos de Mercado e Conciliação com o Balanço Patrimonial Contábil…………………….. 161 3.10.1. Usuários e Periodicidade de Divulgação……………………… 161 3.10.2. Processo de Conciliação com o sistema contábil.…………… 162 3.10.3. Processo de Conciliação………………………………………. 164 3.10.3.1. Etapas do Processo de Conciliação………………………… 166 3.10.3.2. Diferenças entre os Riscos obtidos do Balanço Contábil e os Riscos obtidos do Controle Gerencial……………………. 172 4.. Desenvolvimento de Exemplos Demonstrando Aplicação do Modelo Proposto.. 175 4.1. Avaliação, Dimensionamento e Controle dos Riscos de Mercado – Desenvolvimento de Exemplos…………………………………............ 183 4.1.1. Cálculo Contábil dos Passivos para Elaboração do Balanço Patrimonial em 01/mar/2000.................................................... 183 4.1.2. Cálculo do “Value at Risk” para Riscos de Mercado referente aos exemplos 1 a 7 ................................................................... 4.1.3. “Livro” Pré.....................................................................................194 4.1.4. “Livro” Dólar - Cálculo da variação no preço................................ 196 4.1.4.1. “Livro” Dólar - Cálculo do efeito da Ptax........................ 197. 117. 130. 194.

(11) 4.2.. 4.3. 4.4. 4.5.. 4.6. 4.7. 4.8.. 4.9.. 4.1.5. Ações e Opções...........................................................................200 Avaliação, Dimensionamento e Controle dos Riscos de Crédito.......… 204 4.2.1. Desenvolvimento dos exemplos referentes às Operações ativas com corporações não-financeiras.............................................. 204 4.2.2. Cálculo do VaR para Riscos de Crédito .................................... 210 4.2.2.1. Cálculo do VaR para cada empréstimo concedido (exemplos 1, 2 e 4) ………………………………………. 215 4.2.2.2. Cálculo do VaR total da Carteira de Crédito………….. 219 Cálculo do Resultado……………………………………………………….. 220 Cálculo do Resultado Contábil para 2 de março de 2000 (D+1)......….. 220 Cálculo do Resultado Gerencial dos Riscos de Mercado para 2 de Março de 2000 (D+1) ...............…………………………………………… 224 4.5.1. Considerações………………………………………………………. 224 4.5.2. Cálculo do Resultado Gerencial do Livro US$………………….. 224 4.5.3. Cálculo do Resultado Gerencial do Livro TR……………………. 227 4.5.4. Cálculo do Resultado Gerencial do Livro Ações ………………. 228 4.5.5. Cálculo do Resultado Gerencial do Livro Juros Pré……………. 228 Demonstração do Resultado Gerencial e Conciliação com o Resultado Contábil……………………………………………………………………… 229 Cálculo do Resultado Gerencial dos Riscos de Crédito ..............……. 230 Demonstração da Receita Contábil das Operações de Crédito (Carteira De Crédito) e Conciliação com o Resultado Gerencial para 2 de março de 2000 (D+1) ………………………..........……………………………….. 231 Cálculo do Retorno sobre Capital Alocado para Riscos de Mercado e de Crédito...............................................................................................232 4.9.1. Riscos de Mercado – Alocação de Capital.................................... 232. 5.. Modelo de Controladoria Risco-Retorno............................................................ 234 5.1. Considerações Iniciais..................................................................................235 5.2. Riscos de Mercado.......................................................................................237 5.3. Conciliação dos Saldos Finais – Riscos de Mercado.…............................. 239 5.4. Conteúdo do quadro Volumes, VaR e Retorno sobre Riscos de Mercado.. 240 5.5. Riscos de Crédito.........................................................................................243 5.6. Conciliação entre o Balanço Patrimonial Contábil e o Balanço Patrimonial dos Riscos de Crédito.............................................................................244 5.7. Quadro Volumes, VaR e Retorno sobre Riscos de Crédito......................... 245. 6.. Pesquisa em Instituições Financeiras sobre Riscos de Crédito e Mercado....... 248 6.1. Concessão de Crédito em Bancos de Atacado - Análise do Procedimento em Onze Bancos de Atacado................................................................…… 6.1.1. Metodologia aplicada na Pesquisa...........................................…….. 249 6.1.2. Objetivo da Pesquisa....……....................................................…….. 251 6.1.3. A importância no Mercado dos Bancos Pesquisados.…..........……. 251 6.1.4. Resultados da Pesquisa de Riscos de Crédito em Bancos de Atacado.………………………………………………………………….. 251 6.2. Avaliação e Controle dos Riscos de Mercado - Análise do Procedimento em Doze Bancos de Atacado................................................................…. 255 6.2.1. Metodologia Aplicada na Pesquisa....................……....................... 255 6.2.2. Objetivo da Pesquisa................................................................……. 6.2.3. A importância no Mercado dos Bancos Pesquisados………………. 256 6.2.4. Resultados da Pesquisa de Riscos de Mercado em Bancos de Atacado.............................................................................................. Conclusões.......................................................................................................………… Anexos………………………………………………………………………………………….. 249. 255. 256 259. 267. Bibliografia.........................................................................................................……….. 345.

(12) LISTA DE FIGURAS. Figura 1 - Estrutura da Tese.…………………..……………………………….. Figura 2 - A Controladoria ………………………………………………………. Figura 3 – Principais Riscos Financeiros ……………………………………… Figura 4 – Relação entre Incerteza e Prazo…………………………………… Figura 5 – Relação entre Spread e Prazo……………………………………… Figura 6 – Processo de Classificação de Operação de Crédito…………….. Figura 7 – Ativos com correlação positiva…………………………………….. Figura 8 – Ativos com correlação negativa …………………………………… Figura 9 – Ativos com correlação zero………………………………………… Figura 10 – Volatilidade …………………………………………………………. Figura 11 - VaR – Expressão Gráfica…………………………………………. Figura 12 – Distribuição probabilística de série de Volatilidades …………… Figura 13 – Deteminação de Intervalo de Confiança…………………………. Figura 14 – Probabilidade de realização de ganhos e perdas com relação aos valores estimados…………………………………………………… Figura 15 – Probabilidade com relação à perda ser menor que a estimada.. Figura 16 – Processo de Conciliação dos Riscos de Mercado – Controle Gerencial e Balanço Patrimonial Contábil ………………………….. Figura 17 – Classificação dos Riscos de Mercado – Controle Gerencial e Sistema Contábil……………………………………………………….. Figura 18 – Linha de Mercado de Capitais……………………………………. Figura 19 – Linha de Mercado de Títulos…………………………………….. Figura 20 – Linha de Mercado de Capitais de Títulos……………………… 303. I. 6 64 72 77 77 101 124 125 125 126 140 143 145 145 146 162 179 298 302.

(13) LISTA DE QUADROS. Quadro 1 – Sistema Bancário: Ajuste após o Plano Real …………………. Quadro 2 – Relação entre Riscos da Transação e Qualidade de Crédito... Quadro 3 – Cálcuo do VaR…………………………………………………….. Quadro 4 – Spread % sob Riscos – Pessoa Jurídica Financeira………….. Quadro 5 – Spread % sob Riscos – Pessoa Jurídica Não-Financeira……. Quadro 6 – Spread % sob Riscos – Resumo ……………………………….. Quadro 7 – Riscos de Mercado envolvidos numa Transação …………….. 117 Quadro 8 – Exemplo de alteração de limite baseados no VaR……………. Quadro 9 - Demonstrativo dos Volumes expostos a Riscos………………. Quadro 10 – Volatilidade Diária ………………………………………………. 158 Quadro 11 – Controle dos Limites das Posições …………………………… Quadro 12 – “Livro” US$ ………………………………………………………. 163 Quadro 13 – Conciliação entre Balanço Patrimonial Contábil e Controle dos Riscos de Mercado…………………………………………. Quadro 14 – Balanço Patrimonial do Banco “x” ……………………………. 167 Quadro 15 – Classificação Contábil por Produto……………………………. 167 Quadro 16 – Codificação por Produto e Risco………………………………. 168 Quadro 17 – “Livro” US$ ………………………………………………………. 181 Quadro 18 – “Livro” Juros Pré ………………………………………………… 184 Quadro 19 – “Livro” US$ ………………………………………………………. 185 Quadro 20 – “Livro” Pós-Fixado – TR………………………………………… 186 Quadro 21 – “Livro” US$ ……………………………………………………… 187 Quadro 22 – “Livro” Juros Pré ………………………………………………… 188 Quadro 23 – “Livro” US$ ……………………………………………………… 189 Quadro 24 – “Livro” Ações ……………………………………………………. 190 Quadro 25 – “Livro” Ações ……………………………………………………. 191 Quadro 26 – “Livro” US$ ………………………………………………………. 192 Quadro 27 – “Livro” US$ ………………………………………………………. 193 Quadro 28 – VaR ………………………………………………………………. 201 Quadro 29 – Matriz de Correlação 1………………………………………….. Quadro 30 – Matriz de Correlação 2 …………………………………………. Quadro 31 – Alocação de Rating por Cliente ……………………………….. Quadro 32 – Exemplo de Lay-out do modelo de Controle para os Riscos de Crédito por vencimento, Rating, Cliente e Valor …………….. Quadro 33 – Spread por Prazo ………………………………………………… Quadro 34 – Probabilidade de Alteração do Score por Cliente…………….. Quadro 35 – Cálculo VaR……………………………………………………….. Quadro 36 – Cálculo VaR………………………………………………………. Quadro 37 – Cálculo VaR……………………………………………………….. Quadro 38 – Balanço Patrimonial Contábil em 01/mar/2000………………… Quadro 39 – Layout do modelo de controle para os riscos de mercado – Valor de Mercado……………………………………………….. Quadro 40 – Conciliação entre o Balanço Patrimonial Contábil e o Balanço Patrimonial dos Riscos de Mercado…………………………… Quadro 41 – Modelo de Controladoria para Risco-Retorno – Riscos de Mercado………………………………………………………….. Quadro 42 – Rating por Cliente…………………………………………………. Quadro 43 – Rating por Vencimento…………………………………………… Quadro 44 – Balanço Patrimonial Contábil …………………………………… Quadro 45 – Modelo de Controladoria Risco-Retorno – Riscos de Crédito… Quadro 46 – Retorno por Cliente ……………………………………………….. Quadro 47 – Conciliação do Resultado de Crédito – Contábil e Gerencial…. II. 20 75 97 109 111 113 138 153 158. 165. 203 203 208 209 211 212 216 217 218 236 237 238 242 243 243 244 246 247 247.

(14) LISTA DE TABELAS. Tabela 1 – VaR para correlação negativa……………………………………. 141 2 – VaR para correlação positiva…………………………………….. 142 Tabela 3 – Codificação dos riscos de mercado…………………………….. 180 Tabela 4 – Preço de Ações……………………………………………………. 282 Tabela 5 – Cálculo do Retorno das ações…………………………………… 283 Tabela 6 – Cálculos de Covariância e Correlação…………………………. 284 Tabela 7 – Cálculo do Duration ……………………………………………….. III. Tabela. 285.

(15) INTRODUÇÃO. INTRODUÇÃO 1 Considerações iniciais.

(16) As instituições financeiras desempenham relevante papel no desenvolvimento econômico do País, intermediando necessidades e disponibilidades financeiras e prestando serviços financeiros aos setores público e privado. Provendo recursos aos diversos setores da economia, possibilitam investimentos de longo prazo e liquidez para o maior desenvolvimento industrial. Atuam como agentes de política monetária e cambial, auxiliando as entidades reguladoras, além de favorecerem o fortalecimento do mercado de capitais, uma vez que agem nos mercados de renda fixa e variável, contribuindo para as capitalizações de curto, médio e longos prazos. Os Bancos de Atacado, instituições financeiras orientadas à busca de soluções estruturadas a clientes, atuam na formação de posições financeiras próprias e para clientes, participando ativamente do processo de intermediação financeira. No Capítulo 1 serão detalhadas as características e forma de atuação deste tipo de instituição financeira. A atividade de intermediação financeira utiliza, com bastante freqüência, instrumental financeiro, que, segundo o pronunciamento nº 32 do IASC1, é definido como:“(...) um instrumento financeiro é qualquer contrato que dá origem a um ativo financeiro de uma empresa e a um passivo financeiro ou instrumento de equity de outra empresa”. Já o instrumento de equity pode ser conceituado, segundo o IASC, no mesmo pronunciamento nº 32, sobre Instrumentos Financeiros1, como: “(...) contrato que evidencia um interesse residual no ativo líquido (observação nossa: ativo líquido é o representado pela diferença algébrica entre ativos e exigibilidades)”. Segundo Santana (1995)2, os derivativos podem ser citados como exemplo de instrumentos financeiros: (...) embora exista alguma discussão sobre o uso do termo derivativos, ele é normalmente utilizado para designar os instrumentos financeiros que derivam ou dependem do valor de outro ativo, podendo ser os derivativos padronizados e negociados em mercados secundários organizados ou serem um contrato ad hoc 1. 2. International Accounting Standard 32. Presentation and disclosure of financial instruments. SANTANA, Antônio Carlos. Instrumentos Financeiros. In: Boletim IOB 29/95. Caderno temática contábil e balanços, 1995.. 2.

(17) entre as partes. A sua utilização pode ser dividida em 4 itens: hedge, financiamento, arbitragem ou especulação.. Os derivativos são geralmente transacionados com base no valor nocional, ou seja, um valor que representa o total global objeto da negociação, cujo efeito no resultado será uma variação de preço, taxa, ou índice sobre o montante. Segundo Nakamura (1996:6)3:. (...) o problema dos derivativos é a sua natureza "off-balance-sheet", uma vez que o seu resultado provêm de um valor-referência, designado de valor contratual nocional (notional value), valor esse que, na maioria das vezes, não é registrado em contas patrimoniais como ativo ou passivo.. 3. NAKAMURA, Angela Mie. Contribuição ao estudo dos procedimentos contábeis aplicáveis a operações com derivativos, voltados a instituições financeiras, 1996, p.6.. 3.

(18) 2 Estrutura da tese Inicialmente, são descritas as principais características e forma de atuação dos Bancos de Atacado, assim como a importância do fator risco nos negócios realizados por este tipo de instituição financeira. A partir de então, analisa-se a área de Controladoria e a inserção do fator risco em sua atividade. A seguir, são comentados os diversos tipos de riscos presentes na atividade de intermediação financeira, sugerindo-se a reorientação da Controladoria para o enfoque risco-retorno, de modo a torná-la a área responsável pela divulgação destes riscos, uma vez que se trata de área independente e com acesso às informações gerais da instituição. O modelo proposto forma-se por meio da consolidação de um conjunto de informações, algumas decorrentes da aplicação de modelos matemáticos, juntamente com a utilização das funções clássicas de Controladoria. Este conjunto de informações é orientado à tridimensão risco, retorno e consumo de capital. O modelo busca evidenciar a qualidade dos resultados, seus respectivos retornos com relação aos riscos associados, bem como a exposição patrimonial a estes riscos, contribuindo para que a administração compreenda melhor o posicionamento de sua instituição financeira nesse dinâmico mercado, onde o uso de informações qualitativas pode constituir-se em elemento diferenciador junto aos competidores. Além da pesquisa bibliográfica, foi realizada pesquisa empírica, cujo procedimento básico consistiu no uso de formulários enviados a Bancos de Atacado que participam de forma relevante em operações com riscos de crédito e mercado, objetivando evidenciar como têm sido tratados estes riscos. A análise dos dados e a discussão dos resultados fundaram-se no suporte teórico elaborado e o modelo para. 4.

(19) Controladoria de Risco-Retorno aqui proposto é demonstrado através de quadros desenvolvidos por meio de exemplos. A seguir, graficamente expressa-se a estrutura desta tese.. 5.

(20) Figura 1: Estrutura da Tese Instituições Financeiras – Bancos de Atacado. Controladoria. Funções clássicas. Características Risco como essência do negócio. Enfoque Controladoria de Riscos. Enfoque Prospectivo / Preditivo. Enfoque baseado em Risco/Retorno Reorientação da Controladoria com ênfase em retorno sobre risco - Crédito e Mercado. Modelo para controle dos riscos de crédito e de mercado. Pesquisa em Instituições Financeiras sobre riscos de crédito e de mercado. Conclusões. Bibliografia. Objetivo dos Capítulos Introdução: o objetivo desse capítulo é apresentar o papel desempenhado pelas instituições financeiras, enfatizando o processo de intermediação financeira, os agentes do Sistema Financeiro Nacional, a atividade bancária no Brasil após a década de 1990, os produtos bancários , as principais diferenças entres Bancos de Atacado e Varejo, a gestão do risco e a Controladoria. 6.

(21) Capítulo 1: nesse capítulo, destaca-se a atuação e características dos Bancos de Atacado, enfatizando o fator risco como essência de sua atividade. Conclui-se o capítulo sinalizando algumas possíveis tendências do mercado financeiro e dos Bancos de Atacado, destacando-se o efeito da crise cambial de 1994 sobre o modus operandi destas instituições financeiras. Capítulo 2: ressalta-se, ali, o crescimento da importância do fator risco na atividade de intermediação financeira, reorientando a Controladoria, por ser área independente e com acesso, de forma consolidada, às informações da instituição, para a gestão dos processos de identificação, mensuração e divulgação dos riscos de crédito e mercado dentro das instituições financeiras, em particular dos Bancos de Atacado. Comenta-se a definição de modelos e suas variáveis dependentes e independentes, a dimensão risco-retorno, a proposta da atividade de Controladoria, unindo suas funções clássicas à função de identificação, mensuração e divulgação dos riscos de crédito e mercado, concluindo com a avaliação do resultado na perspectiva da qualidade do retorno sobre os riscos envolvidos. Capítulo 3: nesse capítulo, analisam-se os principais riscos financeiros, com ênfase nos riscos de mercado e de crédito. Adota-se uma metodologia para controle - a ferramenta VaR- para mensuração dos riscos de crédito e de mercado, incluindo o stress testing e a análise de cenários como instrumentos complementares a esta ferramenta. Propõe-se uma conciliação entre os controles gerenciais dos riscos e a contabilidade, de forma a propiciar base de dados confiável como fonte de informação para tal controle. Capítulo 4: nesse capítulo, são desenvolvidos 7 exemplos, representados por operações de instituições financeiras, englobando tanto os riscos de crédito quanto os riscos de mercado. Aplica-se, no desenvolvimento destes exemplos, a metodologia. 7.

(22) escolhida para a mensuração destes riscos, conciliando os resultados e posições gerenciais com as presentes nos demonstrativos contábeis. Capítulo 5: esse capítulo apresenta, com base nos exemplos desenvolvidos no capítulo anterior, um output do modelo proposto. Apresentam-se as posições com riscos de mercado classificadas como ativo, passivo e resultante, seus retornos comparados ao VaR, aos volumes expostos a riscos, bem como os resultados gerencial e contábil. As posições com riscos de crédito são apresentadas por rating, cliente e vencimento, juntamente com os resultados gerenciais e seus retornos em relação ao VaR, ao rating, ao capital alocado, conciliados com as posições e resultados contábeis. Capítulo 6: neste capítulo, são discutidos os resultados das pesquisas efetuadas junto a Bancos de Atacado, referentes aos riscos de crédito e de mercado e, por fim, evidenciam-se as conclusões obtidas com a pesquisa. Conclusões: Por fim, apresenta-se as conclusões obtidas.. 8.

(23) 3 Caracterização e importância do objeto de estudo. 3.1. As instituições financeiras. As instituições financeiras que, na sua origem, tiveram como operações básicas a guarda ou a manutenção dos recursos das pessoas que acumulavam fortunas, passaram a utilizar esses recursos sob sua guarda para fazer empréstimos a quem deles necessitasse. Por meio dessa intermediação objetivavam auferir ganhos, assumindo, em contrapartida, os riscos de crédito inerentes às operações realizadas. Posteriormente, com o maior desenvolvimento da economia, as instituições financeiras começaram a participar como facilitadoras de operações que levavam a uma aceleração do próprio processo de desenvolvimento econômico, auxiliando as atividades mercantis nos setores primários e provendo funding às exportações. Foi exatamente desempenhando essas atividades que os primeiros bancos surgiram no Brasil, ainda no século XIX. No Brasil, as intermediações bancárias começaram como uma disputa com as casas de importação e exportação e instituições que prestavam outros serviços de apoio às empresas. Nessa fase, quando o sistema financeiro brasileiro procurava sua identidade e aceitação, ainda não havia o que hoje conhecemos como Banco Central do Brasil. O Banco do Brasil e a Superintendência da Moeda e do Crédito procuravam responder pela coordenação do sistema, funcionando também como autoridade monetária. No início, essa coordenação mostrou-se bastante frágil e descentralizada. Pela análise da estrutura dos sistemas financeiros em outros países e pela própria estabilização da atuação e aceitação da atividade bancária no Brasil, aos poucos o sistema financeiro brasileiro foi amadurecendo. Em 1960, já havia aproximadamente 360 bancos atuando no país.. 9.

(24) O primeiro grande marco deu-se em 1964, com a reforma bancária, idealizada para ajustar o sistema financeiro, visando dar maior respaldo ao desenvolvimento econômico. Como grande conseqüência da reforma bancária, houve a criação do Sistema Financeiro da Habitação e do Banco Central do Brasil (este na função que até hoje desempenha, ainda de forma não independente). A transferência, para os bancos, da atividade de arrecadação de tarifas referentes aos serviços públicos foi um motivador para o crescimento do número de bancos e agências no Brasil. Nas décadas de 70 e 80 um importante componente da rentabilidade dos bancos era o chamado float, que representa o ganho decorrente da utilização de determinado recurso sem necessidade de remunerá-lo. Os bancos recebiam as tarifas para o governo, mas repassavam o recurso com alguma defasagem de tempo. Nesse ínterim, aplicavam esses recursos, obtendo expressivos ganhos, especialmente em virtude do quadro inflacionário. Após o Plano Real, em julho de 1994, houve drástica redução do quadro inflacionário, apresentando-se estável a partir de então. As instituições financeiras iniciaram, então, um processo de readequação de suas atividades, procurando gerar maiores ganhos decorrentes da atividade de intermediação financeira e prestação de serviços, uma vez que, anteriormente, a atividade bancária apresentava os efeitos da inflação, gerando resultados que muitas vezes não representavam adequadamente sua atividade-fim.. 10.

(25) 3.2 Estrutura do mercado financeiro no Brasil. 3.2.1 Características das Instituições componentes do mercado financeiro. As instituições componentes do mercado financeiro nacional podem ser caracterizadas a partir da separação entre instituições privadas e instituições públicas, estas também caracterizando-se pelo exercício de funções reguladoras e administradoras da política econômica.. 3.2.1.1 Instituições Públicas. 3.2.1.1.1 Conselho Monetário Nacional. O órgão máximo do sistema financeiro é o Conselho Monetário Nacional, ao qual compete traçar as normas de política monetária em todos os seus aspectos. Funciona como um conselho da economia brasileira e supervisiona as políticas monetária, cambial, de investimento, de capital estrangeiro, comércio exterior e fiscal. Suas principais competências são: a) adaptar o volume interno da moeda, prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários e deflacionários; b) regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; c) orientar a aplicação de recursos das instituições financeiras; d) contribuir para o aperfeiçoamento das instituições financeiras e dos instrumentos financeiros visando à maior eficiência do sistema de pagamentos e mobilização de recursos;. 11.

(26) e) zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras, coordenar as políticas monetárias, creditícia, orçamentária e fiscal e gerenciar as dividas públicas interna e externa; f) avaliar o aumento da participação estrangeira em instituições brasileiras.. Resumidamente, são suas atribuições: a) autorizar as emissões de papel-moeda; b) fixar as diretrizes e normas da política fiscal; c) disciplinar o crédito em todas as suas modalidades; d) regular a constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras, bem como a aplicação das penalidades previstas na Lei nº 4.595/64; e) determinar os recolhimentos compulsórios; f) regular e estabelecer normas para as operações de redesconto; g) disciplinar as atividades das bolsas de valores, corretoras e demais componentes do sistema de distribuição. As Comissões consultivas bancárias, de mercado de capitais, de crédito rural e de crédito industrial funcionam como suporte ao Conselho Monetário Nacional. .. 3.2.1.1.2 Banco Central do Brasil, Banco do Brasil S/A e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O Banco Central do Brasil, o Banco do Brasil S/A e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social participam também junto ao Conselho Monetário Nacional, exercendo, respectivamente, funções de agente executivo de suas decisões, executor da política creditícia e financeira e executor da política de crédito de médio e longos prazos. As demais instituições financeiras oficiais estão 12.

(27) também sujeitas à disciplina do Conselho Monetário Nacional, embora tenham maior autonomia operacional. O Banco Central do Brasil também exerce importante função de normatização e fiscalização do sistema financeiro nacional.. 3.2.1.1.3 Comissão de Valores Mobiliários, Bolsas de Valores, Bancos de Desenvolvimento Estaduais e Caixas Econômicas. A Comissão de Valores Mobiliários tem por finalidade principal fiscalizar e regulamentar o mercado de títulos e valores de renda variável. As Bolsas de Valores são entidades civis sem fins lucrativos onde são realizadas transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários. Os Bancos de Desenvolvimento Estaduais destacam-se pela prática de operações de empréstimos e financiamentos, arrendamento mercantil, investimentos, depósitos a prazo fixo, emissão ou endosso de cédulas hipotecárias, com o objetivo maior de contribuir para o desenvolvimento da economia do Estado a que pertencem. As Caixas Econômicas tem como objetivos principais a captação de economias populares para fomento à aquisição de casa própria, a concessão de empréstimos e financiamentos a programas de assistência social e a atuação como órgão executor de política de crédito governamental.. 13.

(28) 3.2.1.2 Instituições Financeiras Privadas. Entre as Instituições Financeiras Privadas destacam-se: a) Sociedades de crédito, financiamento e investimento: realizam operações de crédito a médio e longos prazos, destacando-se por prestação de aceite ou aval em títulos cambiais, para concessão de crédito direto ao consumidor; b) Sociedades Distribuidoras: têm por objetivo principal a subscrição, distribuição e/ou intermediação da colocação de títulos e valores mobiliários para venda, distribuição ou negociação, contribuindo para a captação e condução de poupança no mercado de capitais; c) Sociedades Corretoras: têm como principal característica operar em bolsas de valores, com títulos e valores mobiliários de negociação autorizada, comprando e vendendo títulos e valores mobiliários por conta de terceiros; d) Agentes autônomos de investimento: são pessoas físicas que, após credenciamento, realizam operações de colocação ou venda de títulos e valores mobiliários registrados no Banco Central do Brasil e na Comissão de Valores Mobiliários, ou títulos de emissão ou coobrigação de instituição financeira, bem como colocação de cotas de fundos de investimentos; e) Sociedades Arrendadoras: realizam operações de arrendamento de bens adquiridos junto a terceiros, com a finalidade de uso próprio da empresa arrendatária (arrendamento mercantil); f) Sociedades de Investimento: realizam operações relacionadas com a gestão de poupança voluntária interna e externa. A aplicação dos recursos é feita em carteira diversificada e selecionada de títulos e valores mobiliários; g) Bancos Comerciais: são instituições financeiras, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, especializadas particularmente em operações de curto e 14.

(29) médio prazos. Essas operações consistem na captação de recursos do público mediante emissões de depósitos à vista e a prazo fixo, para financiamento a curto e médio prazos à indústria, ao comércio e ao público em geral. Além dessas operações, esses agentes financeiros prestam relevantes serviços à comunidade, destacando-se, entre outros, a execução de ordens de pagamento, a efetivação da cobrança de títulos de crédito, a arrecadação de impostos e taxas e a guarda de valores. Têm a faculdade de, sobre os depósitos em moeda manual, criar moeda escritural, tornando-se, sob esse aspecto, também geradores de meios de pagamento. O funcionamento e as operações dos bancos comerciais encontram-se sob o controle e fiscalização permanentes do Banco Central do Brasil. Dessa forma, a ação do Banco Central do Brasil nesses estabelecimentos de crédito visa, especialmente, a orientar aplicação de recursos, a zelar por sua liquidez, a disciplinar o crédito e a regular o seu funcionamento, controlar a expansão da oferta monetária e a punir, quando necessário, aqueles que descumprirem as normas legais e regulamentares emanadas das autoridades monetárias. h) Bancos de Investimento: o objetivo próprio do banco de investimento é a prática de operações de participação ou de financiamento a prazos médio e longo, para suprimento oportuno e adequado de recursos necessários à formação do capital de giro de empresas do setor privado, mediante aplicação de recursos próprios e captação, intermediação e aplicação de recursos de terceiros; i) Bancos Múltiplos: o Banco Central do Brasil4 autorizou a constituição de bancos múltiplos em 1988. A alteração estrutural permitiu aos bancos comerciais, de investimento, de desenvolvimento, sociedades de crédito imobiliário e sociedades de crédito, financiamento e investimento organizarem-se em uma única instituição financeira, com personalidade jurídica própria. Uma das vantagens propiciadas pela constituição dos bancos múltiplos refere-se à economia de custos e,. 15.

(30) como exemplo, pode-se citar a unificação da contabilidade, com implantação de plano de contas único e demonstrativos financeiros de forma consolidada. Com o advento do banco múltiplo, o sistema de cartas-patentes foi extinto, o que levou à criação de novos bancos e ao aumento da concorrência. Esse aumento reforçou ainda mais a necessidade de o banco conhecer melhor seus pontos fortes e fracos e os riscos decorrentes de sua atividade operacional.. 3.3 A atividade bancária no Brasil após a década de 90 A década de 90 caracterizou-se pela maior importância e freqüência do fator risco na atividade de intermediação financeira. O advento dos derivativos fortaleceu esta importância. A assunção, administração e valorização do risco – aqui compreendido como o conjunto dos riscos de crédito e de mercado - ganhou especial espaço na atividade bancária. O risco de mercado representa, especialmente, a exposição aos riscos de taxa, moeda e prazo, que são inerentes à atividade de intermediação financeira bancária; uma atividade que pode ser vista como atividade de intermediação de riscos. Alguns fatores influenciaram a necessidade do gerenciamento de riscos: - amadurecimento dos mercados financeiros nacional e internacional, propiciando maior número de transações com características mais sofisticadas e não totalmente cobertas por regras específicas; - crescente desregulamentação do mercado financeiro nacional e internacional, incentivando maior número de transações; - busca por transações que possibilitem retornos mais relevantes;. 4. Resolução nº 1.524, de 21.09.1988. 16.

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