• Nenhum resultado encontrado

Imagens do Recôncavo: memória patrimônio e audiovisual

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Imagens do Recôncavo: memória patrimônio e audiovisual"

Copied!
36
0
0

Texto

(1)

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO

ANDRÉ RICARDO ARAUJO VIRGENS

IMAGENS DO RECÔNCAVO:

MEMÓRIA, PATRIMONIO E AUDIOVISUAL Memorial

Salvador 2011

(2)

2 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO DEPARTAMENTO DO COMUNICAÇÃO

ANDRÉ RICARDO ARAUJO VIRGENS

IMAGENS DO RECÔNCAVO:

MEMÓRIA, PATRIMONIO E AUDIOVISUAL Memorial

Trabalho de conclusão de curso apresentada ao colegiado de Comunicação da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, como requisito para obtenção de título de Bacharel em Comunicação Social com habilitação em jornalismo.

Orientador: Prof. Dr. José Roberto Severino

Salvador 2011

(3)

3 RESUMO

Este projeto tem como objetivo estabelecer uma interface entre os campos da comunicação, memória e patrimônio a partir da estruturação de uma proposta de plano de comunicação que potencialize e valorize a história e a cultura do recôncavo, e tendo como pano de fundo a reconstituição de sua memória audiovisual. Assim, a partir de um diagnóstico prévio, apresentaremos propostas que poderão ser avaliadas e reconstruídas pela comunidade local de forma a estabelecer estratégias para a preservação de sua memória audiovisual local.

Palavras-chave: patrimônio, educação patrimonial, acervos audioviosuais, memória, recôncavo.

(4)

4 AGRADECIMENTOS

Finalizar este trabalho é uma mistura de emoções. Por um lado, sinto um grande alívio e alegria de ter chegado ao final desta etapa, e apresentando um produto fruto de inquietações que já me acompanham há alguns anos, e que conseguiram finalmente tomar forma. E, por outro, sinto que este ainda é um trabalho inacabado. Que possui um grande potencial de aplicabilidade prática, mas que necessita de aprimoramentos e uma maior busca por dados. De toda forma, é uma etapa que se cumpre, outras certamente virão.

Pelo cumprimento desta etapa devo agradecer, em primeiro lugar, a minha família, pela paciência e suporte na tentativa de me fazer não tentar abraçar o mundo de uma só vez. Afinal, vários abraços são melhores que um só.

Em segundo lugar, agradeço fortemente ao meu orientador, José Roberto Severino, por ter acreditado nessa idéia, incentivado a sua realização, e pela paciência com o orientando rebelde que teve enormes dificuldades em cumprir prazos.

Agradeço também à Laura Bezerra e Sérgio Sobreira, que tão prontamente aceitaram participar desta banca. Acredito que suas contribuições irão enriquecer e amadurecer muito mais este trabalho.

Agradeço aos amigos/as do recôncavo, que participaram deste trabalho cedendo dados de forma indireta, em conversas de corredor, em almoços, e por aí vai... Esses amigos/as que tem apenas duas mãos e o sentimento do mundo...

E, por fim, depois de sete anos e duas graduações, devo agradecer muito à Faculdade de Comunicação da UFBA, seu corpo docente, discente, técnico-administrativo. Pessoas que se configuraram em parte importante de minha vida, com as quais muito aprendi e muito experimentei não só em relação ao “ser comunicólogo”, mas ao “ser humano”. Nesse universo chamado Facom, deixo um agradecimento especial àqueles que

(5)

5 acreditaram no espaço da Agência Experimental em Comunicação e Cultura, criada a partir de um sonho que hoje é compartilhado por muitos. Foi muito bom ser, e continuar sendo, parte dessa trajetória.

(6)

6 “A memória é uma ilha de edição”.

(7)

7 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DIMAS – Diretoria de Audiovisual

FUNCEB – Fundação Cultural do Estado da Bahia

IPAC – Instituto do Patrimônio Artístico-Cultural do Estado da Bahia

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico-Artístico Nacional

ONU – Organização das Nações Unidas

SECULT – Secretaria de Cultura do Estado da Bahia

SIBIA – Sistema Brasileiro de Informações Audiovisuais

SPHAN – Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

(8)

8 SUMÁRIO

CAPÍTULO 01. INTRODUÇÃO, ou do surgimento da idéia à sua execução ... 09

CAPÍTULO 02. INQUIETAÇÕES, ou “do lugar do patrimônio audiovisual e das definições acerca deste trabalho” ... 11

CAPÍTULO 03. OUTRAS INQUIETAÇÕES, ou “das relações memória, cinema e história”... 16

CAPÍTULO 04. AS ÚLTIMAS INQUIETAÇÕES, ou do lugar da educação neste trabalho ...

19

CAPÍTULO 05. A PESQUISA (RE)COMEÇA... 22

CAPÍTULO 06. POR DENTRO DAS CINEMATECAS INEXISTENTES E DO AUSIOVISUAL ENQUANTO DOCUMENTO ...

26

CAPÍTULO 07. O FUTURO DA MEMÓRIA E DAS CONCLUSÕES À PRÁTICA ... 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 31

(9)

9 1. Introdução, ou do surgimento da idéia à sua execução

Este memorial apresenta as etapas de realização do projeto “Imagens do Recôncavo: Memória, Patrimônio e Audiovisual”, realizado enquanto trabalho de concurso de curso para obtenção do título de bacharel em comunicação com habilitação em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O projeto foi realizado em três momentos, que se entrecruzaram a todo momento, sem uma distinção temporal entre eles. O primeiro foi a realização de um mapeamento de produções cinematográficas que foram realizadas no recôncavo baiano; o segundo, um mapeamento de atores/atrizes/projetos/ iniciativas que atuam, de alguma forma, dentro do campo de ação do patrimônio e/ou audiovisual na região; e, por fim, a partir da sistematização desses dados, pensar propostas que articulem audiovisual, memória e patrimônio no campo das políticas públicas.

A idéia para a realização deste projeto surgiu a partir de uma grande inquietação: enquanto profissional do campo do audiovisual, como poderia contribuir para a realização de ações de valorização do patrimônio histórico no recôncavo, região onde atualmente resido?

Ao mesmo tempo, busco trabalhar com a idéia de memória e patrimônio entendendo sua interface com outras dimensões humanas e sociais, especialmente do ponto de vista da identidade e do ponto de vista do desenvolvimento local. E, tendo como mediador, a construção de processos que valorizem o campo da educação patrimonial, desenvolvidos seja em espaços formais ou informais, que são o objetivo último deste trabalho.

Inicialmente, minha intenção era trabalhar, apenas, em contexto escolar, tentando discutir como esses filmes poderiam ser trabalhados numa perspectiva pedagógica. O mote para isso foi a aprovação da lei municipal nº. 818/20091, que tornou obrigatório o ensino da disciplina educação patrimonial na rede de escolas públicas da cidade da Cachoeira e que passou a ser colocada em prática a partir de 2011.

Entretanto, após conversa com o prof.º José Roberto Severino, esse trabalho tomou um outro norte, aumentando o seu escopo, mas também se preocupando com uma fase previa de planejamento e reflexão antes da realização de ações práticas.

1

(10)

10 Certamente, essa mudança (ou ampliação) de objeto me proporcionou ter uma visão mais abrangente sobre o que significa a realização de políticas públicas integradas e dentro de uma perspectiva interdisciplinar, já que estamos trabalhando com diferentes campos do conhecimento. Algo que anima, ao mesmo tempo que preocupa. Será que dei conta de tudo?

Dentro dessa perspectiva, este memorial não será apresentado em forma cronológica. Mas sim, a partir de pontos que foram considerados cruciais durante a execução desse trabalho de pesquisa-ação. E, trazendo em paralelo, as reflexões teórico-conceituais que balizaram (e nortearam) sua realização.

Propositadamente, escrevo o memorial em primeira pessoa do singular. Isso dará um caráter mais pessoal a este relato e poderei tentar demonstrar, assim, de forma mais direta, as principais etapas, inquietações, frustrações, expectativas e resultados deste trabalho que, certamente, não consideramos concluso. Mas que pretende, ainda assim, dar sua contribuição enquanto possibilidade de reverberação dentro do campo concreto de ações realizadas no recôncavo.

(11)

11

2. Inquietações ou “do lugar do patrimônio audiovisual e das

definições acerca deste trabalho”

Essa inquietação sobre o lugar que ocupa o nosso patrimônio audiovisual começou, na verdade, a partir de uma outra inquietação: a metodologia a ser usada durante o trabalho, mais especificamente no processo de inventariamento dos filmes que fossem encontrados.

Como a proposta é que este trabalho sirva, ao mesmo tempo, como diagnóstico, base de dados, e documento propositivo de ações de salvaguarda dessas produções, e de unir isso a ações de educação patrimonial, a primeira idéia que me veio á cabeça foi a de utilizar uma metodologia semelhante às usadas por organismos como o IPHAN e o IPAC para o inventariamento do patrimônio cultural nacional. Mas logo de cara, me esbarrei numa questão: que tipo de metodologia seguir: a referente à patrimônio tangível (material), ou a patrimônio intangível (imaterial)?

Esta inquietação foi tão grande que este memorial começou a ser escrito no dia 06 de agosto de 2011, dia em que várias inquietações sobre o tema vieram a minha cabeça a partir da leitura de referências bibliográficas sobre o tema. Então, duas grandes questões passaram a circular em minha cabeça, insistentemente, e me acompanharam por todo o trabalho:

01 – Qual o lugar das políticas de preservação de acervos audiovisuais dentro das suas especificidades e tendo em vista que a preservação desses acervos possui um caráter hibrido entre a preservação de patrimônios materiais e imateriais?

02 – Tendo esse problemática maior, não caberia, então, tornar como objetivo desse trabalho problematizar esse lugar e tornar como produto do mesmo não mais um plano de comunicação, mas sim um plano de salvaguarda do acervo audiovisual sobre o recôncavo?

Questões colocadas, passei a tarde e a noite deste sábado, dia 06, vasculhando na internet, e nos anais do VII Enecult, artigos que abordassem esses três temas:

(12)

12 políticas de patrimônio; a relação entre memória e audiovisual; e planejamento de comunicação. Pesquisa feita, materiais impressos, a partir daí a leitura foi intensa.

Mas, antes de continuar essa questão especifica, vale retomar a discussão geral sobre patrimônio para depois entrarmos num nível pormenorizado pois, no fundo, não se trata apenas de definir o lugar que ocupa o patrimônio audiovisual entre as esferas do material e do imaterial. Mas se trata de problematizar os próprios limites existentes entre esses dois campos.

Inicialmente é importante delimitar, então, o que entendemos como patrimônio. Podemos tomar como ponto de partida o conceito trazido pela Constituição brasileira de 1988, quando, em seu artigo 216, a define como

os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.

Assim, já em finais dos anos 80, essa é uma idéia que localiza a noção de patrimônio para além do ponto de vista tradicional, reducionista, como um conjunto de bens móveis, ou mesmo abrangendo apenas o ponto de vista material. E, se aproximando dessa idéia, entendemos patrimônio como um legado histórico, construídos a partir de relações simbióticas/ dialéticas entre materialidade e imaterialidade, e que representam o legado simbólico-cultural de uma comunidade (entendendo comunidade a partir de seu ponto de vista tradicional, como um conjunto de pessoas que compartilham bens, hábitos, símbolos em comum; uma comunidade de sentidos).

De toda forma, do ponto de vista das políticas institucionais de patrimônio, a relação material x imaterial foi uma polêmica por muito tempo, dicotomia que aos poucos foi sendo reduzida, até o entendimento da necessidade de se pensarem ações para salvaguardar, igualmente, o patrimônio imaterial. Conforme aponta SIMÃO (2005, p. 17), quando relata como essa discussão se deu no nível do Conselho Consultivo do Patrimônio, vinculado ao IPHAN,

Cunhou-se a expressão “patrimônio imaterial” para que este pudesse se contrapor ao “patrimônio material”. Assim, aos bens móveis e imóveis, conjuntos arquitetônicos e sítios urbanos, onde a presença da materialidade é indiscutível,

(13)

13

dever-se-iam acrescentar os repertórios invisíveis, tais como as histórias, as narrativas, as lendas e as festas. Porém, não terão esses outros bens novos suportes e materialidades dos quais lhes são próprios? Afinal, uma celebração ou um ritual não se faz sem indumentárias e objetos cerimoniais. Discutiu-se, portanto, a dificuldade semântica do termo “imaterial” ou “intangível” e os desafios de superação dessa dicotomia.

Então, dentro das classificações clássicas, patrimônio material se refere, basicamente, a edificações, imóveis e outros bens materiais considerados de alta relevância para uma determinada comunidade. Enquanto o patrimônio imaterial se localizaria na esfera do subjetivo, das partilhas simbólicas, das trocas e compartilhamentos a partir de ritos, festas e tradições que tem no ser humano o seu lócus de origem e transmissão.

Então, a questão continuava: como enquadrar o patrimônio audiovisual? A conclusão acabou sendo a mais óbvia, que é a que segue por uma linha alternativa entre um campo e outro. Por um lado, temos um suporte (em película ou digital) que guarda em si esse acervo e que demanda um tipo específico de preservação. Especialmente os arquivos em película demandam um tipo de acondicionamento e manuseio que torna essa preservação mais cara e especializada. E, de outro lado, temos uma série de imaginários e bens simbólicos presentes nesses filmes, e que contribuem para a construção de um imaginário social coletivo, partilhado. Ou seja, em último grau, acaba contribuindo, também, para a formação de identidade(s).

Essa inquietação, e a ausência de discussões a esse respeito, acabou me levando a problematizar que os acervos audiovisuais ainda não são dotados de políticas autônomas e consistentes. O que se percebe é uma utilização instrumental de recursos audiovisuais para o registro dos chamados “patrimônios”, mas, a produção audiovisual em si ainda carece de ser pensada enquanto patrimônio em si.

Mas como poderíamos, então, conceituar a idéia de “patrimônio audiovisual”, dentro das especificidades que esse campo possui? Para tal, recorremos a SOUZA (2009, p.6), quando afirma que será entendido como:

O conjunto dos procedimentos, princípios, técnicas e práticas necessários para a manutenção da integridade do documento audiovisual e garantia permanente da possibilidade de sua experiência intelectual. (...) A preservação engloba a prospecção e a coleta, a conservação, a duplicação, a restauração, a duplicação, a reconstrução (quando necessária), a recriação de condições de apresentação, e a pesquisa e a

(14)

14

reunião de informações para realizar bem todas essas atividades.

E, para a execução de ações desta natureza, as principais instituições responsáveis por isso são as cinematecas. Como abordaremos melhor em outro ponto deste memorial, o país possui, apenas, duas grandes cinematecas: a Cinemateca Brasileira, em São Paulo, e a Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Além delas, existem outros órgãos estaduais responsáveis pela guarda e preservação desse tipo de acervo, como o Núcleo de Memória da Diretorias de Artes Visuais e Multimeios da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, mas que está longe de oferecer as condições ideais para a sua conservação plena. O resultado disso é que muitos dos filmes rodados na Bahia antes dos anos 50 já se perderam, seja por falhas no processo de conservação, ou mesmo por terem sido literalmente perdidos pelos seus realizadores.

Diante dessas dificuldades e inquietações, nossa opção foi por construir uma metodologia de inventário baseada numa mistura de modelos já adotados no país, especialmente por órgãos estaduais de cultura e pelo próprio IPHAN. Não chegamos a consultar a metodologia do INRC (Inventário Nacional de Referências Culturais), mas consultamos uma série de produtos frutos de pesquisas realizadas pelo país, em estados como São Paulo, Pernambuco e Bahia.

Essa preocupação sobre esse processo prévio de criação de um método de catalogação e inventariamento é importante pois, conforme aponta FONSECA,

“(...) é necessário que a função de „proteger‟ seja precedida pelas ações de „identificar‟ e „documentar‟ – bases para a seleção do que deve ser protegido - , seguida pelas ações de „promover‟ e „difundir‟, que viabilizam a reapropriação simbólica e, em alguns casos, econômica e funcional dos bens preservados (2003).

Algo que também não pretendia fazer era utilizar um modelo igual ao já realizado por iniciativas que buscaram catalogar acervos nacionais, tais como o banco de dados da Cinemateca Brasileira, ou mesmo o projeto Filmografia Baiana. Traços em comum foram inevitáveis mas, a partir desse cruzamento de dados e métodos, e entendendo a especificidade dos acervos audiovisuais e a finalidade desse trabalho, chegamos a um modelo de ficha de inventariamento.

Ela se divide em quatro partes: na primeira, os dados gerais tais como ano de realização, diretor(a), produtora responsável e sinopse, dentre outras informações

(15)

15 básicas que oferecem uma síntese do filme; na segunda, são pormenorizadas as suas questões técnicas (equipe, formato de gravação, etc); já a terceira parte é o que consideramos nosso diferencial, pois nesse item é feita a relação do filme com os referenciais históricos do recôncavo, a partir da descrição da forma de abordagem, dos sítios históricos e das personagens retratadas; no quarto item são colocadas imagens do filme e, por fim, uma listagem de referenciais e fontes complementares de informação. O modelo final encontra-se nos anexos deste trabalho.

(16)

16

3. Outras inquitações, ou “das relações memória, cinema e

história”

É impossível se falar de patrimônio sem discutir a idéia de memória. Ainda durante a realização da estruturação do pré-projeto em que pude planejar a realização desta pesquisa, tive os primeiros contatos com autores como Bergson e Marc Ferro, que trazem uma série de reflexões especialmente sobre o lugar da memória, e sobre o cinema e sua relação com a história. Assim, realizar esse trabalho sem um retorno a esses autores e aprofundando a compreensão de suas concepções seria um equivoco. Até porque, como diria Paulo Freire, “a reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá, e a prática ativismo” (FREIRE, 1996, p. 11).

Mesmo que seja quase um clichê essa afirmação, o novo contexto social contemporâneo, marcado pela proliferação, cada vez mais rápida e através de diferentes suportes midiáticos, de conteúdos informacionais e simbólicos, tem trazido implicações para diferentes campos da vida humana, dentre eles, o processo de construção da memória e do patrimônio cultural.

Nesse contexto, um dos principais autores que pensaram essa questão foi o filósofo Henri Bergson. Para o desenvolvimento da proposta trazida por esse trabalho, é importante mencionarmos três idéias defendidas por esse autor: a imagem-lembrança; imagem-ação e duração.

Mesmo sob o risco de cair em apresentações simplistas, nos arriscamos a abordar essas três categorias de Bergson da seguinte forma: as imagem-lembrança são aquelas memórias vividas, que ficam guardadas na memória, mas que, para além de serem apenas elementos do passado, aparecem, influência e surgem no presente a partir das imagens ação. E isso graças ao processo de duração, que reconfigura nossas experiências passadas em presente.

Essas concepções do autor podem ser sintetizadas, então, na citação abaixo, quando ele afirma que

na verdade, não há percepção que não esteja impregnada de lembranças. Aos dados imediatos e presentes de nossos sentidos misturamos milhares de detalhes de nossa experiência passada. Na maioria das vezes, estas lembranças deslocam nossas percepções reais, das quais não retemos então mais que

(17)

17

algumas indicações, simples „signos‟ destinados a nos trazerem à memória antigas imagens (Bergson, 2006, p. 22).

Durante o processo de pesquisa, percebi que alguns autores tem se apropriado dessas idéias a partir de uma visão com forte influência da economia política, gerando como resultado reflexões complementares. Para esses autores, o acesso (ou a falta de) a acervos históricos, em diferentes suportes (dentre eles, o audiovisual) acaba gerando um processo de “esvaziamento da memória”.

Por isso, mais do que ter acesso às produções audiovisuais e analisar os formatos semiológicos e suas estruturas comunicacionais, um Banco Público de Imagens permite potencialmente transgressão em relação às formas midiáticas de produção audiovisual pelo re-conhecimento da matéria memória. (PELLENZ e SILVA, 2006)

Nesse sentido, é impossível não trazer à tona, também, refletir essa questão à luz da noção de hegemonia trazida por Antonio Gramsci, e outros que foram influenciados por ele, como Raymond Williams e E. P. Thompson, ambos integrantes dos primórdios dos estudos culturais ingleses e que entendem a cultura enquanto um campo de disputa por hegemonias entre diferentes discursos que refletem distintas construções de mundo, e que, por diferentes fatores, podem se tornar hegemônicos.

Essa é uma estratégia bastante utilizada por diferentes regimes políticos em todo o mundo, e não deixou de fazer parte da história do Brasil. Como forma de construir uma identidade nacional, foram sendo forjadas idéias do que se constituiria o que é nacional, como o que é genuinamente brasileiro, e, a partir daí, o que deve ser salvaguardado como patrimônio histórico. Assim, as primeiras políticas de patrimônio se desenvolveram no país, valorizando determinadas manifestações folclóricas e o patrimônio arquitetônico colonial e clássico.

Assim, nesse processo de “escolha”, outras memórias foram deixadas de lado, processo que traz implicações diretas na relação imagem-lembrança e imagem ação. Se uma imagem já não se conforma mais como imagem-lembrança, logo não poderá se configurar como imagem-ação e ter implicações na vida presente.

Outro autor que deve ser lembrado neste momento é Marc ferro e suas reflexões em torno da relação cinema e história. Conforme aponta MORETTIN (2003, p. 12) a partir dos anos 70, o cinema, elevado à categoria de “novo objeto”, é definitivamente

(18)

18 incorporado ao fazer histórico dentro dos domínios da chamada História Nova, sendo ele um dos principais responsáveis por isso.

Dentre outras questões, em seu clássico artigo “O filme: Uma contra-análise da sociedade”, ele comenta da importância do cinema enquanto fonte histórica, tão legitima quanto às fontes documentais tradicionais, e tendo em vista que o que é mostrado por esse tipo de produção audiovisual também é, por si só, o retrato de uma época.

Assim, a partir das idéias apresentadas pelos autores e por seus comentadores, podemos chegar a algumas questões-chave, e que se relacionam diretamente com a natureza deste trabalho. Em primeiro lugar, como aponta Bergson, a memória não está no passado, ela está no presente, seja enquanto lembrança, seja enquanto ação concreta. Conforme aponta Ferro, o cinema vai além de uma reprodução ilusório de realidades, se configurando, por si só, enquanto manifestação de formas e expressões de uma época. E, por fim, vale mencionar uma citação de François Hartog, quando alia memória e patrimônio. Conforme aponta o autor,

Nesta nova configuração, o patrimônio se encontra ligado ao território e à memória, que operam um e outro como vetores da identidade: a palavra-chave dos anos 1980. Mas, trata-se menos de uma identidade evidente e segura dela mesma do que de uma identidade que se confessa inquieta, arriscando-se de se apagar ou já amplamente esquecida, obliterada, reprimida: de uma identidade em busca dela mesma, a exumar, a “bricoler”, e mesmo a inventar. Nesta acepção, o patrimônio define menos o que se possui, o que se tem e se circunscreve mais ao que somos, sem sabê-lo, ou mesmo sem ter podido saber. O patrimônio se apresenta então como um convite à anamnese coletiva. Ao “dever” da memória, com a sua recente tradução pública, o remorso, se teria acrescentado alguma coisa como a “ardente obrigação” do patrimônio, com suas exigências de conservação, de reabilitação e de comemoração (HARTOG, 2006, p. 266).

(19)

19

4. As últimas inquietações, ou do lugar da educação neste trabalho

Por fim, mas não menos importante, por conta da natureza transdisciplinar desse trabalho, ainda tinha que tornar mais clara a relação que seria possível estabelecer entre o campo da educação, mais precisamente com o campo da educação patrimonial, com o audiovisual.

Para iniciar essa discussão, apresento uma idéia trazida por SABALLA (2007, p. 23), quando afirma que a educação patrimonial “trabalha no sentido de que os sujeitos tomem contato com os patrimônios de suas localidades, a fim de assentar em bases sólidas a identidade cultural, com apropriação e valorização de heranças”.

Todo processo educativo assenta bases para a formação e conformação de identidades. Entretanto, partindo dessa idéia, estamos partindo do principio que essas bases podem, e devem, ser consolidadas a partir da (re)apropriação e (re)significação de elementos da história e da memória locais.

Conforme aponta HORTA, GRUNBERG e MONTEIRO apud TEIXEIRA (1999, p. 200),

O Conhecimento crítico e a apropriação consciente pelas comunidades do seu patrimônio são fatores indispensáveis no processo de preservação sustentável desses bens culturais, assim como no fortalecimento dos sentimentos de identidade e cidadania.

Aqui, nos referimos então ao desenvolvimento de processos de (auto)reconhecimento histórico, mediado por processos dialógicos de contatos críticos com legados e processos históricos.

Mas, especialmente em processos educativos, de forma que sejam evitadas concepções tradicionalistas da educação como mera transmissão de um conhecimento dado como “verdadeiro”, o patrimônio não pode ser discutido de um ponto de vista estanque, que reproduza aquelas idéias já tratadas anteriormente de uma concepção tradicional, única. Os legados são re-apropriados, re-significados, se transformam com o tempo.

Atualmente, existem inúmeros projetos, em contextos de educação formal e informal, que buscam inserir o audiovisual em sala de aula. Alguns buscam levar para o contexto escolar a discussão sobre a inserção dessas mídia no mundo contemporâneo. Já

(20)

20 outras iniciativas vão mais além, e, para além de inserir uma perspectiva crítica da mídia, busca aliar essa apropriação com outras questões, como a formação de identidades individuais e coletivas.

Eu mesmo já pude trabalhar em algumas experiências realizadas em bairros periféricos de Salvador, especialmente no contexto do terceiro setor, que buscavam resgatar a auto-estima de jovens a partir da construção de outros olhares sobre a região onde viviam. E é justamente com essa perspectiva que estamos trabalhando aqui.

Assim, enxergo a possibilidade de inserção dessas produções em contexto escolar, para além de um uso instrumental para aulas de história ou artes, enquanto possibilidade de estabelecer contatos e conexões com memórias adormecidas, ou transmitidas apenas pela história oral.

Do ponto de vista da educação patrimonial enquanto política pública, procurei pesquisar como as instituições públicas responsáveis pelas políticas de patrimônio em âmbito federal e estadual trabalham com essa questão, e uma análise de seus relatórios de gestão não apresentam dados muito animadores.

Pegando o caso do Programa Monumenta do IPHAN, responsável pelas intervenções em bens móveis na cidade da Cachoeira nos últimos anos, por exemplo, conforme aponta o relatório referente ao orçamento executado em 2010, apenas 1,32% do montante gasto no programa foram aplicadas em ações de educação patrimonial, ou seja, pouco mais de R$ 900.000 (novecentos mil reais).

Já quanto ao IPAC, a existência da Coordenação de Ações Educativas não garante uma política plena na área. O seu relatório de gestão referente ao ano de 2010 traz, apenas, as seguintes ações: a realização de oficinas de educação patrimonial voltadas para dirigentes municipais, tendo em vista “a elaboração de planos de salvaguarda municipais. Foram realizadas 18 oficinas, envolvendo cerca de 400 pessoas, além da realização de um I Encontro de Educação Patrimonial na região do Baixo Sul da Bahia e a realização de visitas guiadas no centro histórico da cidade do Salvador. Ou seja, ações ainda bastante incipientes.

Como dissemos anteriormente, o município da Cachoeira começou a implementar, a partir desse ano, a obrigatoriedade do ensino da educação patrimonial na sua rede pública de ensino. Não chegamos a apurar profundamente como esta “novidade” estava sendo aplicada nas escolas da região. Entretanto, a partir de conversas informais com alguns professores e estudantes, percebi que a medida não veio acompanhada de um processo mais consistente de formação de professores, ou

(21)

21 mesmo de estruturação de materiais e projetos pedagógicos de forma que a temática possa ser trabalhada de maneira ampla. Valeria, sem duvidas, a realização de uma pesquisa específica sobre a aplicação prática desta medida na cidade e como ela será desenvolvida enquanto prática pedagógica nos próximos anos em Cachoeira.

(22)

22

5. A pesquisa (re) começa

Passadas as inquietações iniciais, passamos a estabelecer uma estratégia concreta para a realização deste trabalho. Assim, como prioridades, estabeleci as seguintes ações:

a) Estabelecimento de uma parceria com a Dimas, no sentido de ter acesso ao seu acervo, avaliar o estado de conservação das obras que são objeto de estudo deste trabalho, e verificar a existência de políticas específicas para essa área;

b) Coleta de dados sobre os órgãos que atuam nessa área, ou que tem uma relação direta com a implementação de políticas dessa natureza na área de abrangência deste trabalho. Então, elenquei como prioridade a busca por dados junto aos seguintes órgãos: Superintendência Regional do IPHAN; Coordenação de Ações Educativas do IPAC; Secretaria de Cultura e Turismo da Cachoeira; Núcleo de Memória da DIMAS/ SECULT; Cinemateca Brasileira e UFRB;

c) Continuar o processo de busca por filmes que foram rodados na região;

d) Mapear e caracterizar atores e atrizes que atuam na região em processos que tenham relação direta com os campos do patrimônio, da memória e do audiovisual.

Traçadas essas prioridades, o trabalho acabou sendo retomado. O primeiro passo, então, se deu com o estabelecimento de uma parceria com a Dimas. Após contato por e-mail com Sofia Federico, sua diretora geral, fui encaminhado para o Núcleo de Memória da instituição, onde fui atendido por sua coordenadora, Simone Lopes. No dia 15 de setembro fui até a Dimas conversar pessoalmente com a mesma, e tive acesso liberado ao acervo de DVD‟s da instituição.

Nessa conversa, Simone comentou comigo que a Dimas possuía um acervo de mais de 2000 DVD‟s (2.147 pra ser mais exato), cerca de 700 películas e outra quantidade, a qual ela não soube me informar com exatidão de imediato, de fitas Beta Cam. O meu acesso, inicialmente, se restringiria ao acervo de DVD‟s, mas, em breve, também pretendia ter acesso às películas, mesmo que fosse apenas para ter uma dimensão de como essas peças eram acomodadas e o seu estado de conservação geral.

(23)

23 Enquanto isso, foi enviada para mim a listagem do acervo geral de DVD‟s da instituição, a qual utilizei para atualizar a minha listagem de filmes feita inicialmente. Apesar de ainda ser necessária a conferência do conteúdo, apenas pelos títulos a lista foi incrementada de 42 para 53 filmes.

De forma paralela, tentei agendar as entrevistas com alguns dos gestores já citados. E, por incrível que pareça, esta se tornou a parte mais difícil do trabalho, seja pela falta de retorno, seja pela incompatibilidade de agendas. Com a prefeitura da Cachoeira o contato parecia, inicialmente, tranqüilo. Entretanto, após diversas tentativas frustradas de agendamento, e uma confirmação que culminou com uma ida frustrada à sede da secretaria de cultura e turismo da cidade no dia 05 de outubro (quando cheguei, o secretario e seu assistente não estavam presentes), a entrevista não foi feita.

Ainda no mesmo dia dessa ida frustrada à sede da Secretaria de Cultura e Turismo, vim descobrir o motivo de ter encontrado a mesma de portas fechadas: Acessando o site do Jornal A Cachoeira (jornal on line da cidade), me deparei com a seguinte matéria: “DENÚNCIA: Iphan acusa prefeitura de degradação do patrimônio”2. Curioso sobre a questão, fui até o site do IPHAN onde estava disponibilizada uma nota completa sobre a questão. Nela, o IPHAN fazia uma série de denuncias sobre intervenções realizadas pela prefeitura em sítios históricos tombados sem a autorização do órgão.

Além da informação de que já haviam sido investidos na cidade, nos últimos 10 anos, cerca de R$ 55 milhões, e que, através do programa PAC Cidades Histórias, a meta seria investir mais R$ 105 milhões (números bem superiores ao que imaginava que tivesse sido investido no local), me causou surpresa o tom da nota, bastante duro com a administração municipal:

Apesar de todo o exposto, e por absurdo, a Prefeitura Municipal tem adotado uma conduta irresponsável e desidiosa, se configurando como uma das principais ameaças à preservação do Patrimônio Cultural de Cachoeira. Além de se furtar a cumprir o seu dever constitucional de preservar o patrimônio cultural local, não fiscalizando e permitindo a disseminação de intervenções ilegais na cidade, o Poder Público Municipal tem pregado sistematicamente a desobediência aos diplomas legais de proteção do Patrimônio Cultural. Os danos cometidos contra o acervo histórico, cultural e artístico nacional se

2

A matéria pode ser lida através do link: <http://www.acachoeira.com.br/index.php? option=com_content&view=article&id=1895:iphan-cidade&catid=294:comunidade&Itemid=567>, acessada em 06 out 2011

(24)

24

constituem em crimes cometidos contra o Patrimônio Nacional, sendo submetidos ao juízo da Justiça Penal Federal3.

Ou seja, esse seria um ponto extremamente importante para se questionar à administração municipal, e especialmente num contexto de comemoração pelos 40 anos de tombamento da cidade e de discussão sobre a implementação de ações de educação patrimonial no âmbito da rede publica de ensino. Entretanto, desde então, não conseguimos mais retorno da prefeitura para agendamento de conversa a respeito do trabalho.

Por outro lado tanto o IPHAN como o IPAC deram retorno relativamente rápido acerca da solicitação. O primeiro recomendou a consulta a uma série de documentos existentes no site antes da marcação da entrevista e, com o IPAC, a responsável pela coordenação de ações educativas, Ednalva Queiroz, acabou entrando de férias logo depois do primeiro contato realizado. Entretanto, continuamos a nos falar por e-mail.

Nesse contexto, a principal fonte de dados sobre os órgãos foram seus relatórios de gestão dos últimos três anos. A partir da leitura deles procurei, então, verificar a existência (ou não) de ações de impacto na área de educação patrimonial, algo que já comecei a comentar no capítulo anterior. Me impressionou a ainda pouca importância que políticas dessa natureza possuem dentro das políticas públicas de patrimônio, e que as ações de tombamento e registro ainda não vem devidamente acompanhadas de ações educativas e de divulgação/reconhecimento desses diferentes saberes, expressões e bens, mesmo numa perspectiva local.

No final das contas, os dados presentes nos relatórios sintetizavam bem o que a educação patrimonial representava dentro do escopo de ação desses órgãos. Entretanto, admito que a ausência de entrevistas com um nível maior de detalhamento acabou fazendo falta para uma melhor compreensão da concepção com as qual essas ações eram colocadas em prática, e para tentar entender as razões do pouco espaço para os projetos dessa natureza.

Também em paralelo, dei continuidade ao processo de pesquisa de filmes. E novas informações chegavam a todo momento. No início de novembro, atingi a marca de 73 filmes catalogados, mas o desafio maior que seria encontrar cópias desses filmes

3

A nota na íntegra pode ser conferida no site oficial do IPHAN, através do link: <http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=16250&sigla=Noticia&retorno=detalhe Noticia>, acessada em 06 out 2011

(25)

25 ainda estava longe de ser alcançado, pois tinha notícias de, apenas 30 deles. E, para minha surpresa, os dois últimos produtos encontrados, e que são dois dos filmes mais antigos catalogados, não encontrei no acervo da Dimas, mas sim publicado no youtube: o primeiro se trata de um registro de imagens de Maragojipe realizado pelo alemão Gunther Plüschow em 1927; e, o segundo, se trata do registro do Mestre Pastinha em ação, no ano de 1948. Duas pérolas encontradas por acaso nesse canal de compartilhamento de vídeos.

Por fim, o mapeamento dos atores/ atrizes e das iniciativas realizadas na região que tem uma relação direta (ou indireta) com a área do patrimônio também foi sendo realizada aos poucos. A paralisação das atividades da Universidade federal do recôncavo da Bahia durante todo o mês de setembro e parte do mês de outubro acabou atrapalhando um pouco a coleta de dados sobre os projetos realizados pela instituição, e que seria a principal atriz a ser mapeado pela quantidade de ações realizadas.

Mas, com informações coletadas em seu site oficial, e no banco de dados dos diretórios de grupos de pesquisa do CNPQ pudemos dar inicio a essa sistematização. Da mesma forma, o acesso a outros sites institucionais como o da prefeitura da Cachoeira, da Cinemateca Brasileira e de instituições privadas e do terceiro setor que atuam na região nos deram algumas informações iniciais significativas.

Dentro dessa sistematização de atores/ atrizes/ iniciativas, optamos por dividi-las em cinco categorias: as de responsabilidade do poder público; as realizadas pela iniciativa privada; as realizadas pelo terceiro setor; as redes e articulações; e outras que não se enquadravam ou que se diferenciavam, em algum ponto, das categorias anteriores.

Essa foi, certamente, a etapa mais tranqüila do trabalho, seja pela proximidade que já tinha com boa parte dos mesmos (aqui, a vivência como cidadão sanfelista4, certamente, foi fundamental para a realização de um mapeamento mais completo), ou pelo acesso facilitado às informações disponibilizadas virtualmente, através da internet.

4

(26)

26

6. Por dentro das cinematecas inexistentes e do audiovisual

enquanto documento

Como já pude afirmar anteriormente, o Brasil possui duas grandes cinematecas: A Cinemateca Brasileira, com sede em São Paulo; e a Cinemateca do MAM-RJ, espaços que preservam boa parte da produção cinematográfica brasileira que está disponível para o grande público. Entretanto, a carência de espaços descentralizados, que dêem conta da preservação das produções regionais, é algo que preocupa aqueles que se interessam pela conservação de acervos de som e imagem.

A preservação de acervos audiovisuais ainda é um tema pouco pautado dentro do âmbito das políticas culturais no Brasil, tanto no âmbito do planejamento, criação e implementação de políticas públicas, quanto em pesquisas acadêmicas em torno dessa temática (BEZERRA, 2010). Nesse contexto de ausências, muitas obras produzidas, especialmente, nos primórdios do cinema no Brasil, já foram perdidas em definitivo.

Conforme aponta a mesma autora, apenas nos últimos anos começou a se esboçar a construção de políticas públicas para o setor, a partir o incremento do papel de órgãos como a Cinemateca Brasileira, e de programas de restauro e conservação do cinema brasileiro no âmbito da Cinemateca. Entretanto, o Estado ainda carece de um plano efetivo para a área da memória audiovisual (BEZERRA, 2010).

A Cinemateca, inclusive, dentro do âmbito da SIBIA5 - Sistema Brasileiro de Informações Audiovisuais, já apresenta, desde 2008, a meta de construção de uma política unificada de preservação, a partir das experiências adotadas pelas instituições que integram o sistema. Algo que está explanado na carta síntese do I Encontro Nacional do SIBIA, em 2008. E isso vinculado ao processo de criação de uma lei, de um fundo e de uma escola técnica voltada para as especificidades da preservação audiovisual. Boas idéias, mas ainda existentes apenas como planos.

É justamente a Cinemateca Brasileira o principal organismo responsável pelas políticas de preservação do acervo nacional. Criada no formato de fundação privada ainda nos anos 40, e tendo como embrião o Clube de Cinema de São Paulo. Ela foi

5

Proposta criada pela Secretaria do Audiovisual, através da Cinemateca Nacional, no ano de 2005, de estruturação de um Sistema Brasileiro de Informações Audiovisuais, com o objetivo de coletar dados sobre acervos dispersos em todo o país. Atualmente, compõem o SIBIA 41 instituições de 15 estados brasileiros. Da Bahia, integram o Sistema a Dimas e Arquivo Histórico Municipal de Salvador / Fundação Gregório de Mattos – FGM.

(27)

27 incorporada à administração pública, dentro da estrutura do IPHAN, a partir de 1984, e, a partir de reforma administrativa promovida na gestão do ex-ministro Gilberto Gil (2003-2008), foi transferida para a Secretaria do Audiovisual.

Já em âmbito estadual, a Secretaria de Cultura, através da sua Diretoria de Audiovisual (Dimas), é a responsável pela manutenção do acervo baiano. Apesar de iniciativas recentes como o BOX 100 anos de cinema da Bahia e Memória em 5 Minutos6, e do financiamento da restauração de filmes como “Redenção”, “A Grande Feira”, ambos de Roberto Pires, e “O Leão de Sete Cabeças”, de Glauber Rocha, a Bahia carece, igualmente, de políticas para a preservação de seu acervo.

Durante a III Conferência Estadual de Cultura realizada em 2009, dentro das prioridades eleitas para o campo do audiovisual, estava o

apoio a iniciativas e projetos de preservação e transmissão da mamória material e imaterial artístico-cultural, não só através da preservação de suas obras, dos espaços físicos, equipamentos, monumentos arquitetônicos, mas também da história oral e dos saberes e fazeres, patrimônio humano vivo, inclusive no interior do estado.

E, também, o

Incentivo à criação e contínua atualização de acervos públicos e centros de referência, a exemplo de cinematecas, pinacotecas, banco de textos dramatúrgicos, partituras, vinis, memoriais de dança, capoeira, entre outros, para a salvaguarda e difusão de bens materiais e imateriais dos diversos segmentos artístico-culturais

Diante dessa demanda que engloba, também, o campo do audiovisual, a diretora da Dimas, Sofia Federico, anunciou, durante a Conferência Setorial do Audiovisual, etapa integrante da Conferência Estadual de Cultura da Bahia, em novembro de 2011, a criação da Cinemateca da Bahia. Esta era uma ação que já constava como uma meta da atual diretoria da Dimas em seus últimos relatórios de gestão, especialmente a partir do estreitamento de laços entre a Cinemateca Brasileira e a Dimas, que culminou com a sua entrada no SIBIA.

Segundo Sofia, neste momento, está sendo realizado o projeto final para a instalação da Cinemateca em acomodações que serão implantadas na antiga sede do

6

Duas iniciativas realizadas no âmbito da Dimas, a primeira consistiu na produção de uma caixa com 30 filmes de filmes produzidos no estado; e, a segunda, consiste na produção de um Box com os curtas-metragens premiados em todas as edições do festival “Imagem em 5 Minutos”.

(28)

28 Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, no Pelourinho. E, a base do acervo da cinemateca baiana será o próprio acervo atual da Dimas.

Assim, diante desse contexto, passamos a nos perguntar: que papel podem cumprir as cinematecas para a preservação de acervos audiovisuais? Seria o caso de pensar na possibilidade de criação de uma cinemateca do recôncavo, apoiada pela recém anunciada cinemateca baiana?

Manter um equipamento como esse não é, certamente, uma ação de baixo custo. E, uma vez iniciada, não pode ser interrompida sob o risco de perda de todo o acervo ali depositado. De toda forma, independentemente da estrutura que seja responsável pela salvaguarda de patrimônios dessa natureza, o fundamental é que existam recursos humanos (profissionais) e técnicos (equipamentos e mobiliário) adequados para este fim.

Outro desafio das cinematecas é semelhante aos enfrentados, por exemplo, pelos museus, que é o de ultrapassar o imaginário de um “deposito de coisas antigas”, para a construção de um imaginário enquanto espaço potencialmente dinâmico. Mas, obviamente, que a construção de um imaginário desta natureza perpassa pela dinamização desses espaços e desses acervos, buscando a implementação de ações de democratização do acesso às obras ali salvaguardadas.

Na própria Faculdade de Comunicação vivemos um problema semelhante, em que dezenas de filmes que compunham o acervo do Setor de Cinema da instituição encontrava-se com sérios problemas de registro e acomodação.

Durante o processo de pesquisa, ainda encontramos algumas iniciativas que pretendem contribuir para uma melhor preservação do acervo audiovisual nacional, tais como o já mencionado Sistema Brasileiro de Informações Audiovisuais (SIBIA); a Associação Brasileira de Preservação Audiovisual que realiza, anualmente, dentro do Festival de Cinema de Ouro Preto, o Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros; e o projeto Filmografia Baiana7.

Essas iniciativas visam ampliar o acesso a informações sobre a filmografia brasileira espalhada pelo país, e, em relação às duas primeiras, tentar articular o diálogo inter-institucional para a realização de ações conjuntas na área da preservação audiovisual. E, no que diz respeito ao projeto Filmografia Baiana, vale mencionar que esta foi uma das principais fontes de dados para a realização deste projeto de pesquisa.

7

Projeto coordenado pela professora Laura Bezerra que apresenta mapeamento de produções cinematográficas realizadas no estado da Bahia. Disponível em: www.filmografiabaiana.com.br

(29)

29

7. O Futuro da Memória e das Conclusões à Prática

Uma forte marca deste trabalho é que, pelo caráter da sua proposta, e pelo pouco tempo de realização, praticamente todos as suas etapas foram sendo realizadas aos poucos, e paralelamente, possibilitando que o diálogo entre essas diferentes etapas gerasse um processo de reflexão continua sobre cada passo do trabalho, e como uma etapa interferia na outra. E com essa etapa “final” não foi diferente. Desde o inicio do projeto já tínhamos algumas propostas pré-concebidas mas que, aos poucos, tiveram de ser repensadas e/ou amadurecidas a partir da realidade com a qual tomávamos contato.

Durante esse processo, buscamos desenvolver idéias a partir do critério básico da “aplicabilidade”, ou seja, idéias que, a partir de uma avaliação prévia, tenham condições, de fato, de se tornarem concretas. Assim, conforme pôde ser conferido no produto deste trabalho, buscamos desenvolver as propostas que podem funcionar autonomamente mas que, dentro de uma perspectiva sistêmica e integrada, certamente teriam maior êxito.

Apesar da idéia de “aplicabilidade”, não deixamos de “pensar grande”, pois acreditamos que o potencial deste tipo de ação na região é grande o suficiente para a realização de ações de maior escala. A mais ambiciosa delas talvez seja a proposta de criação de uma “Cinemateca do Recôncavo”, mas que pode ser plenamente realizável a partir de uma gestão conjunta entre entes públicos e privados que atuam na região.

Em principio, tentamos organizar as propostas em torno de três linhas de ação: pesquisa, organização, conservação e restauro; sensibilização e disseminação; e reflexão. Entretanto, pelo próprio caráter interdisciplinar das mesmas, esse tipo de categorização se tornaria bastante difícil.

Assim, elencamos propostas diversas, passando pela continuidade de organização do acervo inventariado e da realização de ações mais fortes de conservação, e, além disso, também elencamos aqui propostas que ressaltam a necessidade de se continuar a pesquisa por filmes considerados “perdidos”.

E, ao mesmo tempo, sem deixar de lado processos de sensibilização e reflexão sobre a importância desse acervo, e da necessidade de disseminação de seus conteúdos, seja através da realização de mostras, de exibições públicas pontuais, e de ações mais efetivas junto às escolas, dentro da proposta de se inserir esses filmes enquanto material

(30)

30 pedagógico a ser trabalhado durante as aulas da disciplina educação patrimonial em cachoeira, ou enquanto conteúdo transversal na rede das outras cidades do recôncavo.

Chegamos às conclusões mas, de forma alguma, consideramos este trabalho concluído. Ainda enxergamos nele importantes lacunas que poderão ser aprimoradas. Alguns desses dados que salientamos que devem ser ainda aprofundados dizem respeito, especialmente, a dados de alguns filmes, e seu respectivo estado de conservação, informações fundamentais para os fins desta pesquisa, algo que ainda pretendemos aperfeiçoar para a entrega da versão final do produto, ou mesmo quando da aplicação prática de suas propostas.

(31)

31

8. Referências bibliográficas

ARRUDA, Ana Cristina. Linguagem Audiovisual: Meio de Construção de Memória e Preservação de Identidade na Comunidade do Chapéu Mangueira.

BERGSON, Henri. Materia e Memória: Ensaio sobre a Relação do Corpo com o Espírito. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

BEZERRA, Laura. A Preservação Audiovisual no Governo Lula. In: Seminário Internacional Políticas Culturais: Teorias e Práticas - Anais. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Ruy Barbosa, 2010. Disponível em: <http://culturadigital.br/politicacultural casaderuibarbosa/2010/09/23/comunicacoes-individuais-artigos-em-pdf/>. Acessado em 22 jul 2011.

_______. Bahia, Cinema e Memória. In: Revista CineCachoeira. Cachoeira: UFRB, 2011. Disponível em: <http://www.ufrb.edu.br/cinecachoeira/2011/06/bahia-cinema-e-memoria-2/> Acessado em 21 jul 2011

COELHO, Maria Fernanda Curado. A Experiência Brasileira na Conservação de Acervos Audiovisuais: Um Estudo de Caso. São Paulo: 2009 (Dissertação de mestrado, Escola de Comunicações e Artes/USP).

DANTAS, Fagner. Rede de Avaliação e Capacitação para a Implementação dos Planos Diretores Participativos. Bahia. Cachoeira. 2008. Disponível em: <http://www.observatoriodasmetropoles.net/planosdiretores/produtos/ba/BA%20_Avali a%C3%A7%C3%A3o%20_PDP_Cachoeira__jun_2010.pdf>. Acessado em 10 out 2011.

FERRO, Marc. O Filme: Uma Contra-Análise da Sociedade? In: NORA, Pierre (Org.). História: novos objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975.

FONSECA, Maria Cecilia Londres. Para Além da Pedra e Cal: Por uma concepção ampla de patrimônio cultural. In: ABREU, Regina; CHAGAS, Mário (Orgs.). Memória e Patrimônio: Ensaios Contemporâneos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FUNARI, Pedro Paulo; PELEGRINI, Sandra C.A. Patrimônio Histórico e Cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.

(32)

32 GRUNBERG, Evelina; HORTA, Maria de Lourdes Parreiras; MONTEIRO, Adriane Queiroz. Guia Básico de Educação Patrimonial. IPHAN: Brasília, 1999.

HARTOG, François. Tempo e Patrimônio. In Revista Varia hist. [online]. 2006, vol.22, n.36, pp. 261-273. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/vh/v22n36/ v22n36a02.pdf>, acessado em 03 nov 2011

MINISTÉRIO DA CULTURA. Relatório anual 2008 da Cinemateca Brasileira. Disponível em <http://www.cinemateca.gov.br/content/docs/relatorioanual2008_ CB.pdf>. Acesso em 21 jul 2011.

________. Relatório anual 2009 da Cinemateca Brasileira. Disponível em <http://www.cinemateca.gov.br/content/docs/relatorioanual2008_CB.pdf>. Acesso em 21 jul 2011.

________. Relatório anual 2010 da Cinemateca Brasileira. Disponível em <http://www.cinemateca.gov.br/content/docs/relatorioanual2008_CB.pdf>. Acesso em 21 jul 2011.

PELLENZ, Vinicius da Silva; SILVA, Alexandre Rocha da. Memória Audiovisual Brasileira. In: UNIRevista, vol. 01, n 03. São Leopoldo: Unisinos, 2006. Disponível em: <http://www.unirevista.unisinos.br/_pdf/UNIrev_SilvaPellenz.PDF> Acessado em 20 abr 2011.

SIMÃO, Lucieni. Certificando Culturas: Inventário e Registro do Patrimônio Imaterial. In: Mneme – Revista de Humanidades. Natal: Departamento de História e Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, V. 07. N. 18, out./nov. de 2005. Disponível em: <www.cerescaico.ufrn.br/mneme>, acessado em 10 set 2011.

SOUZA, Carlos Roberto de. A Cinemateca Brasileira e a preservação de filmes no Brasil. São Paulo: 2009 (Tese de doutorado, Escola de Comunicações e Artes/USP).

UCHÔA, Sara. Políticas Culturais na Bahia (1964 – 1987). Salvador, 2006. Disponível em: <http://www.cult.ufba.br/arquivos/politicas_culturais_1964_ 1987_.pdf>. Acesso em 10 out 2011.

(33)

33 Câmara de Vereadores da Cachoeira: http://camaradecachoeira.blogspot.com/ 2009/06/projeto-de-lei-n-dispoe-sobre-implantar.html

Cinemateca Nacional: <www.cinemateca.com.br> Acesso em 21 jul 2011.

Diretoria de Audiovisual/ Secretaria de Cultura da Bahia: <www.dimas.ba.gov.br> Acesso em 21 jul 2011.

Prefeitura Municipal da Cachoeira: http://www.cachoeira.ba.io.org.br/

Programa Monumenta: http://www.monumenta.gov.br/site/?p=5227

UFRB: http://www.ufrb.edu.br/reverso/2011/11/04/cine-teatro-gloria-passa-por-restauracao/

UFRB: http://www.ufrb.edu.br/cahl/index.php/component/content/article/402-13-de- janeiro-de-2011-solenidade-para-os-40-anos-do-tombamento-de-cachoeira-como-monumento-nacional

(34)

34

Anexo I

PROJETO DE LEI N°:

Dispõe sobre implantar o programa de Educação patrimonial no calendário letivo da rede municipal de Cachoeira como matéria básica.

Art. 1° - A rede municipal de Ensino do município de Cachoeira implantará como matéria básica o programa de Educação Patrimonial no calendário letivo de cada ano. Art. 2° - O poder executivo do município de Cachoeira viabilizará a contratação dos profissionais educadores da matéria de educação patrimonial.

Art. 3° - O poder executivo junto com a secretaria de educação do município de cachoeira capacitará os professores para que seja desenvolvido o projeto com êxito. Art. 4° - O poder executivo Municipal regulamentará a presente lei já no ano de 2010. Art. 5° - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Sala de Sessões, 23 de Março de 2009. Autor: Vereador Carlos Menezes pereira

JUSTIFICATIVA

O programa de educação patrimonial como matéria básica no município de cachoeira, foi pensado com propósito de buscar soluções por meio de ações educativas, que possam reverter o quadro de pouco conhecimento e ausência de discussões da temática, patrimônio cultural nos currículos escolares, na prática pedagógica dos professores e no cotidiano escolar das escolas da rede municipal de ensino de Cachoeira. Esta problemática revelou-se em pesquisa de campo realizada com este objetivo. Conhecer, valorizar e preservar o patrimônio cultural é compreender o universo sociocultural. Participar da historicidade que está inserido, elevar a alto-estima, exaltar saberes e fazeres, participar dos direitos e deveres de cidadania e fortalecer a identidade cultural de nossa cidade dona de tantos títulos de Honra no nosso País.

OBJETIVOS:

Interação do universo escolar, da população e da Educação Patrimonial nas ações e atividades voltadas às questões do Patrimônio Cultural.

Participação ativa das escolas, dos educadores, dos educandos e da comunidade cachoeirana nas políticas educacionais e culturais da cidade Monumento Nacional.

(35)

35 Reconhecimento da importância de se conhecer, apropriar para observar o patrimônio cultural e a identidade cultural.

Recursos necessários

A secretaria municipal de educação possui recursos destinados a projetos dessa natureza, e podemos também partir para parcerias entre instancias federais, estaduais e municipais, universidades e empresas que demonstrarem interesse e vontade política e cultural pela temática Patrimônio cultural.

Sala de sessões, 23 de Março de 2009.

CARLOS MENEZES PEREIRA VEREADOR

(36)

36 ANEXO II

Modelo de Ficha de Inventariamento

Ficha Numero____ Filme: Parte 01: Dados gerais:

Cartaz (não possui) Nome Original: Ano de lançamento: Direção: Produtora responsável: Cidade de Realização: Origem: Sinopse: Cor: Duração: Gênero: Parte 02: Dados técnicos/ históricos da obra Formato de gravação

Equipe técnica Cópias localizadas (quantd/formato/ local) Estado de conservação (ótimo, bom, regular, ruim) Descrição geral da obra/ observações

Premiações:

Parte 03: Referênciais históricos-culturais Descrição qualitativa

Sítios históricos utilizados/ retratados Personagens históricos retratados

Atores/atrizes locais utilizados/as (nome completo e notoriedade)

Referências

Documentos relacionados

2 - OBJETIVOS O objetivo geral deste trabalho é avaliar o tratamento biológico anaeróbio de substrato sintético contendo feno!, sob condições mesofilicas, em um Reator

Here, we aim to understand how expression of RA degradation enzymes (Cyp26) can be correlated with RA distribution and functions during amphioxus (B. lanceolatum)

Neste estudo foram estipulados os seguintes objec- tivos: (a) identifi car as dimensões do desenvolvimento vocacional (convicção vocacional, cooperação vocacio- nal,

O relatório encontra-se dividido em 4 secções: a introdução, onde são explicitados os objetivos gerais; o corpo de trabalho, que consiste numa descrição sumária das

(14) use um método de escrileitura calcado na vontade lúcida de estruturar o texto e não na intenção (absurda) de formular juízos de valor; ou seja, não organize o

dois gestores, pelo fato deles serem os mais indicados para avaliarem administrativamente a articulação entre o ensino médio e a educação profissional, bem como a estruturação

Portanto, podemos afirmar que alcançamos o nosso objetivo, pois o resultado do estudo realizado nos forneceu dados importantes para a compreensão daquilo que nos

xii) número de alunos matriculados classificados de acordo com a renda per capita familiar. b) encaminhem à Setec/MEC, até o dia 31 de janeiro de cada exercício, para a alimentação de