Conservação de alimentos pela
redução da Atividade de água:
Uso de açúcares
Uso de sal
Açúcares
Sua adição promove a
conservação do alimento,
agindo indiretamente sobre os
micro-organismos pela
redução da água disponível para seu crescimento, em
função do aumento da pressão
osmótica no interior do
alimento.
Em alimentos com alto teor de açúcar, apenas os
micro-organismos osmofílicos podem se desenvolver. Porém, quando se associam outros métodos (calor, acidez, frio, embalagens herméticas), aumentam as barreiras, e a vida útil é prolongada.
Açúcares - Funções
Incorporar sabor doce
Diminuir intensidade de doçura (ao substituir a
sacarose)
Agente de corpo
Diminuir Aa
Contribuir com o brilho
Exemplos de produtos conservados
pela adição de açúcar
Geleias, doces em massa, doces em
pasta, frutas cristalizadas, frutas em
conserva, frutas em compota e leite
condensado.
Aumento da vida útil; Melhoria do sabor e cor;
Doces em massa
Correspondem aos doces em pasta ou de corte,
Geleia
Produto elaborado pelo aquecimento de suco de
fruta ou polpa, com forma geleificada, em função do equilíbrio alcançado entre a pectina, o açúcar e o ácido.
Suas quantidades devem ser previamente
Geleia
GELEIA
• Produto com coloração clara, brilhante e transparente. Quando retirada do vidro deve “tremer sem escorrer”.
• Deve conservar o sabor da fruta original
• Ao ser cortada, deve ser macia, porém firme e deve manter os ângulos bem definidos do corte. Não deve ser pegajosa.
GELEIADA
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Classificação das frutas para geleia
Teor de acidez T eo r d e p ec ti n aEquilíbrio dos três componentes
0,5 1,0 1,5 Concentração da pectina (%) Uniformidade da estrutura 2,5 geléia dura 3,2 ótimo 3,5não forma gel Acidez (pH) 64,0 geléia mole 67,5 ótimo 71,0 cristalização Concentração de açúcar (%) Rigidez da estrutura Grau de gelificação
Pectina
Termo genérico para um grupo de polissacarídeos
presentes nas paredes celulares de plantas que produzem sementes. Esses polissacarídeos funcionam em combinação com celulose e hemicelulose, como material de cimentação intercelular.
É um colóide hidrófilo natural, constituído principalmente
por ácidos poligalacturônicos parcialmente metoxilados. O principal carboidrato é uma D-galacturonana com ligação α 1,4.
Pectina
É uma fibra dietética solúvel em água.
Essa fibra possui variados graus de metoxilação
e diferentes pesos moleculares. Alguns
trabalhos demonstram que sua ingestão pode
reduzir os níveis de colesterol e triglicerídios em
seres humanos.
Pectina – formação do gel
A formação do gel depende da concentração e do tipo de
pectina da fruta, do pH e da quantidade de açúcar. A geleificação pode ser explicada de maneira simplificada como sendo uma precipitação da pectina pela adição
do açúcar, que altera o equilíbrio existente entre esta e a água.
A pectina precipita como um colóide hidratado, formando
uma rede de fibrilas com capacidade de reter líquido e aglutinar o açúcar sob a forma de um gel. A rigidez do gel ou a continuidade e a densidade de suas fibras depende da concentração da pectina. Assim, uma mistura pobre neste ingrediente formará uma rede menos densa e, portanto um gel mais fraco.
Pectina – formação do gel
A firmeza da estrutura do gel é também influenciada pela
concentração de açúcar e pela acidez. Em soluções concentradas de açúcar, existe menos água retida no gel estrutura mais rígida.
Quanto à presença de ácido, este endurece o gel
provavelmente pelo enrijecimento das fibrilas.
A capacidade de geleificação das pectinas depende do
número de grupos metoxila (-OCH3) presentes na
molécula, sendo que aquelas com baixo teor de metoxilação (BTM) têm poder de geleificação mais baixo.
As pectinas ATM são solúveis em água e capazes de formar gel com açúcar e ácido em condições adequadas, sendo as mais indicadas para a preparação de geleias.
Representação das ligações intermoleculares entre as cadeias de pectina BTM e íon cálcio
Pectina BTM– formação do gel
Quando todos (ou maioria dos) grupos metoxila da pectina são removidos, esta fornece o ácido péctico que não possui capacidade de formar gel.
As pectinas BTM são compostos intermediários entre as pectinas completas e o ácido péctico.
Pectina BTM– formação do gel
Necessitam da presença de pequenas quantidades de íons polivalentes como o cálcio e o magnésio para formar gel.
As pectinas BTM são empregadas especialmente em geleias de baixa caloria e outros produtos dietéticos como leite geleificado, pudins, sopas gelatinosas, sucos de frutas e de hortaliças, molhos e purês, coberturas para certos produtos cárneos, etc.
Geleias com BTSS ou BTM
Na elaboração de geleias com baixo teor de
sólidos solúveis (graus Brix) são empregadas pectinas com baixo teor de metoxilação (BTM), as quais formam gel em presença de íons metálicos bivalentes (normalmente o cálcio) não sendo necessária a presença de açúcares.
A pectina de alta metoxilação (ATM), utilizada na
formulação de geleias convencionais, necessita de teor de sólidos solúveis superiores a 50%, além de baixo valor de pH.
Geleias com BTSS
Principais problemas
Sinérese, textura frágil, falta de limpidez e
perdas de coloração e de sabor. Além disso, pode aumentar o risco de contaminação por bolores e leveduras, reduzindo sua vida útil.
Uso de gomas carragena e xantana, tem dado
bons resultados.
Salga
Processo de conservação de alimentos que
se conhece desde a antiguidade, e ainda
hoje, é bastante utilizado, não mais apenas
para preservar, mas também para conferir
características sensoriais ao alimento.
• Agente desidratante;
• Inibidor de crescimento microbiano; • Extração das proteínas miofibrilares; • Agente essencial de sabor;
• Usado isoladamente pode resultar em produto seco, salgado, com redução de cor.
Log de células viáveis
Lag
Exponencial
(Log)
Estacionária
Morte
Tempo
Menor taxa de crecimento
Fases de crescimento e Redução da Aa
Ação preservativa do sal
É devida à sua atuação sobre o estado das proteínas
e pela redução da atividade de água do produto que perde a água livre por osmose.
A água ligada, associada quimicamente aos grupos
hidrofílicos das proteínas, apresenta maior dificuldade para sua retirada, mas o sal consegue retirar parte desta água, o que torna as proteínas desnaturadas. Esta desnaturação também ocorre nas células dos micro-organismos presentes nos produtos salgados.
Sal
O sal é essencial no processo de cura da carne,
contribuindo na sua conservação e conferindo-lhe cor, aroma, sabor e textura desejáveis.
Atualmente, seu objetivo principal é fornecer um
Limitação do sal
Não há limitação legal. Como contribuição negativa,
o sal favorece a oxidação e a rancificação das gorduras.
Em concentrações suficientemente elevadas, o sal
inibe o crescimento microbiano pelo aumento da pressão osmótica do meio com a consequente redução da atividade de água; baixas concentrações de sal (1 a 3%) já exercem uma significativa ação antimicrobiana, em função da diminuição da atividade de água do meio.
Limitação do sal
Microbiota predominante em
produtos salgados
É dominada por diversas espécies de Micrococus,
leveduras halofílicas e algumas bactérias Gram-negativas halofílicas, formadoras de pigmentos vermelhos, representadas por espécies do gênero
PRODUÇÃO DE CHARQUE
No Brasil, a produção de charque
começou no Rio Grande do Sul.
A primeira charqueada no nordeste foi
instalada por volta de 1730.
Tipicamente brasileiro, o charque é um
produto processado de carne bovina, principalmente pela salga úmida, realizada em tanques de imersão. A
concentração salina deve ser
constante e, durante a salga, as peças devem ser constantemente agitadas, por aproximadamente uma hora, com o uso de bastões.
Fluxograma de produção do charque
Salga Úmida
Salga seca (pilhas de 1m)
Tombamento de 24h (sempre superior a 4)
Lavagem rápida
Secagem (varais) – U final de 45%
Acondicionamento
Estocagem / Distribuição
PRODUÇÃO DE CHARQUE
ASPECTOS TECNOLÓGICOS DE
QUALIDADE DO CHARQUE
No charque é proibida a adição de nitrito de sódio
na salmoura utilizada
Não é obrigatória climatização na operação de
salga.
A inibição do crescimento microbiano e formação
de toxinas são controladas pela velocidade de redução da atividade de água no produto durante o processo.
JERKED BEEF
É um produto bem mais recente no mercado,
cujo processamento se assemelha ao charque, porém adicionado de nitrito e sempre comercializado embalado a vácuo.
A adição do nitrito com salmoura é feita através
da injeção.