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Estudo das variáveis que impactam na formação do preço do milho no mercado futuro

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DACEC – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM FINANÇAS E MERCADO DE CAPITAIS – MBA, 2ª edição 2014/2016

LUANA LUBINI

ESTUDO DAS VARIÁVEIS QUE IMPACTAM NA FORMAÇÃO DO PREÇO DO MILHO NO MERCADO FUTURO

Ano/semestre letivo: 2015 / 2o Semestre Campus: Ijuí, RS

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LUANA LUBINI

ESTUDO DAS VARIÁVEIS QUE IMPACTAM NA FORMAÇÃO DO PREÇO DO MILHO NO MERCADO FUTURO

Artigo apresentado ao curso de Pós-Graduação lato sensu em Finanças e Mercado de Capitais, do Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação (Dacec), da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Finanças e Mercado de Capitais.

Orientador: Prof. Dr. Daniel Knebel Baggio

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ESTUDO DAS VARIÁVEIS QUE IMPACTAM NA FORMAÇÃO DO PREÇO DO MILHO NO MERCADO FUTURO

Luana Lombini1 Daniel Knebel Baggio2 RESUMO

O presente artigo tem como objetivo realizar uma análise da commodity milho, levando em consideração determinados fatores que influenciam no seu preço no mercado futuro. Refere-se a uma pesquisa qualitativa e quantitativa, com fases de pesquisa bibliográfica, descritiva e aplicada. Para análise e interpretação dos dados utilizou-se de técnicas estatísticas como: correlações, regressão e a R2 do modelo. Os dados foram analisados em um período de cinco anos (janeiro de 2011 a janeiro de 2016) a partir das cotações mensais. Os resultados apontam que os índices Dow Jones, Merval e Boi gordo são os que mais impactam na formação do preço futuro do milho, e que o modelo aplicado valida o impacto gerado nesta cultura, podendo os investidores formar estratégias de negociação no mercado financeiro, com um poder explicativo de 89% do R2.

Palavras-chave: Milho. Mercado futuro. Fatores de influência no ramo. ABSTRACT

This article aims to conduct an analysis of the commodity corn, taking into account certain factors that influence their price in the futures market. It refers to a qualitative and quantitative research, with phases of literature, descriptive and applied. For analysis and interpretation of the data we used statistical techniques such as correlation, regression and R2 model. The data were analyzed in a five-year period (January 2011 to January 2016) from the monthly prices. The results indicate that the Dow Jones Merval and Live cattle are the most impact in shaping the future of corn price, and that the model applied validates the impact generated in this culture, and investors may form trading strategies in the financial market, an explanatory power of 89% of the R2.

Key words: Corn. Future market. Influence of factors in the business. INTRODUÇÃO

A cada dia a imprensa escrita e falada apresenta dados que demonstram que o mercado agrícola se encontra em constante evolução na agricultura mundial. No Brasil, a chamada

1 Pós-graduanda em Finanças e Mercado de Capitais pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí). E-mail:luana_lubini@hotmail.com.

2 Orientador, mestre, docente do curso de Economia, Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação (Dacec), da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí). E-mail:baggiod@unijui.edu.br.

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“agricultura moderna” está se expandindo nas propriedades e na vida cotidiana das famílias do campo. Isso tudo está acontecendo justamente para facilitar a rotina do dia a dia e, também, para aumentar a produtividade e, consequentemente, a renda familiar.

O que acontece, na verdade, é que o mundo globalizado está fazendo com que os agricultores invistam em melhorias para ajudar, por exemplo, na criação do gado, ou na produtividade de suas lavouras.

O mundo está impondo, de certa forma, que as pessoas busquem novas oportunidades de negócio e variedades nos cultivos, minimizando os riscos que surgem no decorrer dos dias. Riscos estes que, muitas vezes, fogem do controle como, por exemplo, questões climáticas, competição econômica entre produtores, economia nacional e internacional, deficiência na infraestrutura de transporte e na logística, etc.

Esses fatores que acabam facilitando e outros fatores abalando os cultivos de commodities são estudados e divulgados cada vez mais pela imprensa, pois a agricultura é o ramo de atividade que abastece o mundo e move a economia dos países. Essas informações são de suma importância para todos os setores da economia, e também para o produtor, que terá como obter recursos e investimentos para se prevenir, evitando frustrações no plantio e colheita, o que lhe proporcionará maiores ganhos em negociações de suas commodities.

Não há um único fator, mas um conjunto deles para explicar a alteração nos preços dos alimentos e cereais. Um dos estudos, realizado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), mostra causas relevantes, mas difíceis de medir o percentual separado de cada produto, que impacta no desempenho dos preços no Brasil e no mundo (IMEA, 2015).

Neste contexto, na relação de negociação do Brasil com o mercado externo, observa-se que o mercado brasileiro é um dos principais players de exportação, ficando atrás dos EUA no quesito de cereais. O grão do milho é o principal insumo que abastece o setor mundial de avicultura e suinocultura, cujos setores são de extrema geração de receita.

No Brasil, uma das mais importantes culturas do agronegócio é o milho, ficando atrás apenas da soja, correspondendo aproximadamente a 37% da produção de grãos. Ambas são culturas que predominam no agronegócio mundial e, com tamanha quantidade de produção, se tornam ativos com alta liquidez para geração de negócios. Para se ter uma ideia em volume, cerca de 70% do milho produzido em nível mundial é convertido em consumo animal (DIAS PAES, 2006).

Com cultivos sazonais, o milho apresenta alterações em seu crescimento e, consequentemente, em seu preço. Essas oscilações no preço físico se devem a questões como

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clima, dólar, plantação, colheita, e também pelas especulações no Mercado de Futuros, Ibovespa, petróleo, exportação e importação, valor de crédito concedido aos produtores no incentivo para o cultivo dessas commodities, dentre outros que serão analisados neste artigo.

Para buscar segurança nas negociações dos preços das commodities, muitos produtores investem no mercado de futuros na Bolsa de Valores, que proporciona minimização dos riscos causados pelo mercado. Os investidores estabelecem preços, compram e vendem mercadorias para uma data futura, buscando uma rentabilidade mais atrativa e com proteção (hedge).

Todos esses fatores extremamente relevantes para a economia e a vida dos produtores e investidores são abordados neste artigo de forma que possa trazer maiores informações para administração dos possíveis riscos, formados por fatores internos e externos.

Além disso, o estudo busca analisar as correlações que existem entre esses fatores que influenciam no preço do milho no mercado futuro, e como eles se comportam no mercado, de forma a ver as relevâncias de certos produtos em relação a outros.

1 REFERENCIAL TEÓRICO 1.1 Commodities

O agronegócio é um setor de suma importância a nível mundial, pois move a economia, as importações e exportações, o que gera movimentação no mercado de forma imprescindível. E o principal agente deste comércio começa lá na pequena lavoura, cultivando variedades para buscar a renda familiar, que é o produtor.

O plantio do milho acontece em duas épocas, a primeira safra (verão), durante os períodos mais chuvosos, e a chamada segunda safra (safrinha), plantada depois da soja precoce. O que é observado é que a segunda safra tem aumentado em decorrência de que o milho de primeira safra é concorrente da soja.

Seguindo pesquisas realizadas pela Associação Brasileira dos Produtores de Milho (ABRAMILHO, 2014), o milho, depois da soja, é a principal cultura produzida mundialmente, sendo uma das mais importantes desse mercado. Esse cultivo abrange vários setores da economia e do agronegócio. Além de ser utilizado nas indústrias, há uma gama muito grande de insumos e implementos agrícolas que foram desenvolvidos com a intenção de alavancar essa cultura e proporcionar viabilidade ao produtor e investidor. Além de alavancar, com as novas tecnologias que vem sendo desenvolvidas, podem ser utilizadas para a minimização do risco atrelado a esta commodity.

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Essa cultura requer cuidados como qualquer outra, mas há fatores como, por exemplo, clima, fertilidade do solo, sol, água, o que determina o seu desenvolvimento de forma que o produtor venha a lucrar ou obter prejuízo. Seu cultivo é sazonal, de ano em ano, sendo que para obter sucesso em grande parte do ciclo, o produtor há de planejar o desenvolvimento e utilização de seus recursos para obter uma lavoura sadia, reduzindo os riscos para no futuro obter mais produtividade e rentabilidade (EMBRAPA, 2015)

Das várias formas que existem, o milho é utilizado desde a alimentação animal, alto consumo na avicultura e suinocultura, até as mais elevadas indústrias de etanol.

Os maiores produtores de milho são os EUA, China e Brasil, sendo que estes países agregam sozinhos cerca de 65,62% da produção mundial. O que varia entre eles é o período de plantação e colheita, fatores decorrentes do clima dessas regiões, segundo dados do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Fator positivo no mercado mundial são as tecnologias criadas para o agronegócio, auxiliando e modernizando o produtor para alavancar seus investimentos em busca de um ótimo retorno financeiro. Da mesma forma, o papel dos agrônomos nesse contexto, pois inspecionam a lavoura e orientam o agricultor nos caminhos mais favoráveis.

O agronegócio é uma moeda muito forte no Brasil, pois a grande maioria dos Estados movimenta sua economia através da agricultura.

Figura 1. Principais países produtores de milho na safra 2015/2016

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Figura 2. Área, produção e produtividade de milho no mundo.

Fonte: IMEA (2015). 1.2 Mercado futuro

Segundo Branco (2008), as commodities são consideradas produtos primários, negociados na Bolsa de Mercadoria, com baixo grau de industrialização, produtos em estado bruto, negociado em grande escala. A armazenagem destes grãos se dá por um grande período, podendo o grão não sofrer grandes perdas. Geralmente esses produtos são negociados com entrega futura. É uma ótima opção de investimento no mercado financeiro.

As negociações do milho podem ser transacionadas através do mercado físico (spot, cash ou à vista), a termo, mercado futuro e mercado de opções, mercados reconhecidos mundialmente (ASSAF NETO, 2008).

O mercado futuro proporciona contratos padronizados e negociados em bolsas organizadas, não permitindo a inclusão de outras cláusulas por parte do comprador ou vendedor. Esse mercado é permitido para commodities com contratos padronizados, registrados na bolsa de mercadoria e futuro, na maior parte ocorre a liquidação financeira antes da data de entrega (BM&FBOVESPA, 2016).

Esse mercado tem como intenção a redução dos riscos, que são comuns no mercado à vista. É uma forma de travar o preço para uma data futura. Este mercado de futuros proporciona para os produtores, uma maneira de suavizar ou proteger sua produção contra as baixas de preços de mercado na época da colheita (ASSAF NETO, 2008).

Da mesma forma, consumidores também desejam garantir preços na época da entressafra. Para unir e dar liquidez ao mercado surgem os especuladores, que utilizam esse mercado somente para obter lucros, através das especulações.

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Toda a atividade econômica é especulativa, o agricultor, um agente econômico que planta milho por exemplo, desembolsa valores conhecidos na época do plantio e corre riscos de fatores externos até a ocasião da colheita, e para se cobrir o agricultor espera um prêmio ao negociar a colheita. Além desses fatores, outros riscos podem comprometer o capital do agricultor e se traduzem no processo de formação do preço do milho. O preço na colheita pode trazer embutido o prêmio que ele espera, mas pode leva-lo a insolvência. Para comércio, beneficiamento e transformação. Se o agricultor tiver problemas com o milho, eles não poderão se abastecer e suas atividades profissionais ficarão comprometidas. A cadeia de interessados, cada qual com seu próprio risco, vai até o consumidor final, que necessita de produtos nos quais o milho é item básico.

Todos esses agentes econômicos desejam administrar tais riscos. Para isso existem os contratos futuros, que são negociados em mercado futuro. (CAVALCANTE; MISUMI; RUDGE, 2005, p.129).

No Brasil, o mercado formalmente estabelecido e regulado para as transações de contratos futuros é a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Cada contrato futuro de milho negociado no Mercado BM&F estabelece um acordo de compra e venda de 450 sacas de 60 kg desta commodity.

Segundo informações da BM&F, o preço de mercado do Milho Futuro varia de acordo com a oscilação da cotação do milho no mercado físico e a proximidade do vencimento do contrato futuro, e essa commodity é a que mais cresce no mercado da Bolsa.

O principal índice de referência do preço do milho no mercado físico é o Indicador Milho Esalq. Importante frisar, também, outras bolsas de valores que negociam contratos futuros desta commodity, que são a Bolsa de Mercadorias de Chicago (Chicago Mercantile Exchange) e a Liffe NYSE Euronext, que negociam contratos de Corn Future, importantes para o mercado mundial.

A Bolsa de Chicago é a principal referência para a formação do preço do milho em abrangência mundial. Foi escolhida como referência, pois é a Bolsa de Valores mais antiga do mundo (1848) e, também, pelo fato de ser reconhecida por ser o centro dos grandes países produtores e importadores de milho.

O milho no mercado interno é negociado em sacas (R$/sacas), já na CBTO é cents de dólares/bushel, o que torna necessário a conversão dos valores para identificar a cotação do mercado externo (IMEA, 2013)

Conforme já comentado, existem muitas variáveis que interferem na formação do preço do milho, ou até mesmo variáveis que impactam no plantio ou colheita. Alguns dos fatores mais importantes estão descritos nos próximos parágrafos, para que seja comparado e possa ser útil para começar a observar outros fatores que antes não eram muito avaliados.

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1.3 Fatores de influência

Sabe-se que o preço do milho se altera conforme vários fatores que podem ou não impactar. Alguns fatores já foram estudados, outros não. Neste estudo será adotado o sistema de correlações e regressões para conhecer o impacto desses fatores escolhidos no desenvolvimento do preço do milho e, também, analisar quais fatores econômicos que impactaram na época de baixa ou alta nas cotações.

1.3.1 Avicultura e suinocultura

É visível a integração dos setores da avicultura e da suinocultura com o milho. Fontes da CONAB (2008) afirmam que cerca de 70% da produção mundial do milho vai para esses setores. A correlação entre eles é muito forte, pois o crescimento de um faz com que o outro também alavanque.

Sabe-se que o milho é o cereal mais importante na produção de rações para esses setores, visto que nos últimos anos o crescimento do setor de avicultura vem em uma crescente mais acelerada que a suinocultura devido ao volume de exportação e o seu crescimento externo (CONAB, 2008).

Figura 3. Comparação da evolução da produção de milho, suínos e frangos no Brasil no período de 1990 a 2009 (mil t)

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Figura 4. Projeção da produção brasileira de milho, suínos e frangos, no período de 2010 a 2020 (mil t)

Fonte: AGE/Mapa, com dados da Conab (EMBRAPA, 2015).

As figuras 3 e 4 apresentam a evolução do milho no passado (1990 a 2009), e uma projeção para o futuro, com as variáveis aves e suínos. Isto porque possuem uma relação muito forte devido ao milho ser o cereal utilizado para a fabricação de ração para esses setores. Percebe-se que o setor da avicultura possui um crescimento maior que o setor dos suínos, isto porque o mercado de frango possui um mercado externo maior, realizando muitas exportações e os suínos atendem à demanda do mercado interno.

1.3.2 Ibovespa

O Ibovespa é um indicador de suma importância no Mercado da Bolsa brasileira, ele mede o desempenho médio das ações que são mais negociadas nesse mercado. Esse índice é composto por ações listadas na BM&FBOVESPA. O peso da participação das ações neste índice é ponderado pelo valor de mercado e possuem participação baseada na liquidez, segundo o Manual de Metodologia (BM&FBOVESPA, 2015).

Esta carteira teórica é atualizada a cada quatro meses, a partir dos regramentos estabelecidos no Manual de Metodologia da Bolsa. A BM&FBOVESPA é quem divulga a formação da nova carteira, através de três prévias.

1.3.3 Dow Jones

Este índice é o indicador da Bolsa de Nova York – New York Stock Exchange (NYSE), mais importante do estado norte-americano. O Dow Jones é composto por 30 empresas do ramo

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industrial, na qual são empresas de alto impacto na economia. É conhecido no mundo inteiro, é referência, pois é o mais antigo de Nova York.

Este indicador não é calculado pela NYSE, mas sim por um grupo de jornalistas do famoso jornal The Wall Street Journal. A escolha das ações que compõem o Dow Jones é atualizada quando necessário devido às mudanças que ocorrem no mercado (DOW JONES, 2016).

1.3.4 Merval

O indicador Merval é o principal índice utilizado na Argentina, e o mais importante da Bolsa de Comércio de Buenos Aires (BCBA). Composto por 11 empresas negociadas na Bolsa Argentina, é atualizado a cada três meses, conforme mudanças ocorridas no mercado.

1.3.5 Petróleo

Indispensável na vida humana, o petróleo é a principal fonte de energia do mundo. Países buscam obter posses de extração de petróleo, pois é desejo de todos ter esse produto como parte de seu país. Além de gerar energia não renovável, é utilizado para produzir tintas, produtos farmacêuticos, plásticos e muitos outros produtos.

Encontrado no fundo do mar, por se tratar de uma fonte não renovável, pode um dia terminar. Para auxiliar na busca de petróleo são construídas grandes plataformas petrolíferas nas regiões oceânicas a fim de desbravar o fundo do mar à procura de petróleo, substância desejada por todo o mundo.

A BM&F disponibiliza somente mini-contratos de petróleo, que são negociados em forma de barris. Já a CME Group (Chicago Mercantile Exchange) negocia contratos que equivalem a 1.000 barris e o mini corresponde somente a 100 barris. O preço do mercado futuro do petróleo varia de acordo com o mercado físico, e também com a oferta e a procura. Sendo assim, os investidores conseguem se proteger e minimizar os riscos oferecidos no mercado a vista (BM&FBOVESPA, 2016).

1.3.6 Soja

A soja é o principal grão cultivado no Brasil, seguida o milho. Ambos cultivados no mesmo período, a soja predomina as plantações nas lavouras do Brasil e do mundo. Atualmente

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o maior produtor de soja é os Estados Unidos, depois vem o Brasil, Argentina, China, índia e Paraguai.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (BRASIL, 2015) mostram que a soja tem uma importante participação nas exportações brasileiras. A soja é negociada em contratos futuros, principalmente na BMF&BOVESPA, bolsa brasileira, e na CBOT de Chicago. O ativo negociado é a soja a granel, e as negociações ocorrem em sacas ou em dólar (BM&FBOVESPA, 2016).

1.3.7 Boi gordo

No Brasil, o rebanho de boi gordo é o segundo maior, ficando atrás apenas da Índia, que não o comercializa devido à cultura do país. Atualmente o Brasil é o maior exportador de carnes, e esse ramo vem aumentando conforme notícias da imprensa, pois movimenta muito a economia. A pecuária e a variedade de culturas que o Brasil possui é a moeda-chave da economia do país.

Os contratos futuros de boi gordo são negociados na BM&FBOVESPA, e também NA Bolsa de Mercadorias de Chicago (CME) e na Bolsa de Valores da Austrália (ASX). As cotações são negociadas em reais ou em arroba líquida e seu lote mínimo (um contrato) equivale a 330 arrobas, isto é, 4.950 kg (BM&FBOVESPA, 2016).

1.3.8 Etanol

No Brasil, a cana de açúcar é a matéria prima utilizada para a produção do etanol. Sabe-se, porém, que nos Estados Unidos a produção de etanol se dá com o milho, procedimento utilizado há muitos anos. No Brasil, essa tendência já está sendo difundida, pois segundo a Conab (2008), a oferta de milho é bem superior ao consumo interno. Esse assunto é tema de várias palestras no setor do agronegócio, pois o etanol produzido pela cana precisa ser processado imediatamente, ao contrário do milho, que possui mais tempo de armazenagem sem deteriorar o grão. Segundo especialistas, o ideal é intercalar as duas culturas e produzir etanol.

No Brasil, usinas do Mato Grosso e também em Rio Verde já produzem etanol a partir do milho, segundo informações do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás (SIFAEG, 2013).

A BM&F negocia contratos futuros do etanol, sendo que a negociação se dá na forma de m³. O ativo negociado é o etanol hidratado combustível, segundo as especificações da

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Agência Nacional de Petróleo (ANP). O etanol é uma commodity mundialmente negociada por conta da ampla utilização por parte das indústrias (BM&FBOVESPA, 2016).

1.3.9 Dólar

O dólar é o padrão monetário internacional, todas as moedas oscilam acompanhando o valor do dólar. Ela é usada como meio de troca nas negociações comerciais e também financeiras, utilizando o mercado do câmbio. Para o Brasil, quando o real se valoriza perante o dólar, as importações aumentam e as exportações diminuem. Quando o dólar se valoriza, aumentam as exportações. O dólar é a moeda acompanhada mundialmente, e sua variação depende de inúmeros fatores, sempre dependendo do fluxo da moeda. A BM&F negocia esses contratos de taxa de câmbio a um preço futuro, garantindo que o investidor se proteja das oscilações do mercado. O lote padrão é cinco contratos, que é equivalente a 50.000,00 dólares dos EUA (BM&FBOVESPA, 2016).

2 METODOLOGIA

Considera-se o critério de classificação de pesquisa proposto por Vergara (2011) quanto aos fins e aos meios. A pesquisa constitui-se num trabalho descritivo, pois expôs características da cultivar milho e possibilitou estabelecer correlações e regressões entre variáveis e definir situações diversas. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação (VERGARA, 2011).

Trata-se de uma pesquisa explicativa, pois teve como principal objetivo tornar algo inteligível, justificar os seus motivos. Visou, portanto, esclarecer quais fatores contribuem de alguma forma para ocorrência de determinado fenômeno (VERGARA, 2011).

É, também, uma pesquisa aplicada, pois foi fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos ou não. O estudo também se caracteriza como uma pesquisa bibliográfica, cujo estudo sistematizado foi desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, redes eletrônicas, impressos, disponíveis e acessíveis ao público em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa. O material publicado é de fonte primária e também secundária (VERGARA, 2011).

Nesta pesquisa também foi utilizada a investigação ex post facto, referindo-se a fatos já ocorridos, ou seja, a pesquisadora não pode controlar ou manipular variáveis que já ocorreram,

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no caso desta pesquisa publicações da evolução do preço do milho de anos anteriores (VERGARA, 2011).

Foi realizado, também, um estudo quantitativo a partir de métodos estatísticos de regressões entre os fatores que podem influenciar o preço do milho no mercado futuro. Para tanto utilizou-se da Econometria, cuja análise permite entender as relações entre as variáveis de períodos passados, e prever alguns comportamentos para que possa auxiliar em estudos de casos, e posterior continuação, com outros fatores, buscando na melhoria dos processos com essa cultura tão importante mundialmente.

O objeto do estudo corresponde à cotação do milho em Chicago, sendo que para explicá-lo foram utilizadas variáveis impactantes na formação do seu preço, as quais foram apresentadas anteriormente, utilizando o modelo de Regressão Linear.

Na pesquisa bibliográfica buscou-se em livros, sites, revistas, documentários, jornais, e outros a fundamentação teórica necessária para o desenvolvimento prático. A pesquisa expost facto foi feita com base nos documentos, relatórios, artigos, jornais, sites que relatam o histórico do milho.

Para análise e comparação dos dados foram utilizadas técnicas de correlação, regressão e análise da R² do modelo proposto. Para realizar este estudo foram pesquisadas em sites deste segmento, as cotações mensais dos últimos cinco anos de todas as variáveis escolhidas, e realizado o devido tratamento dos dados na ferramenta Excel para chegar nos resultados desejados nesta pesquisa.

3 RESULTADOS

No gráfico que segue, referente às cotações do milho nos últimos seis anos, é possível observar que o preço do milho vem apresentando várias oscilações no decorrer dos anos. Em 2009-2010 houve queda nas exportações de milho, o que ocasionou armazenagem do grão, em torno de 8 milhões de toneladas. Com pouca procura, e com a queda nos preços do grão, os produtores ficaram sem estímulo para a produção do milho safrinha, consequência também da crise financeira neste período.

Findando o ano de 2010, quando as cotações começaram a subir, o mercado agrícola estava em expansão com a produção transgênica de milho, o que provocou interesse dos produtores, atrelado à alta tecnologia desenvolvida a partir deste período, facilitando a plantação e colheita das cultivares, pois se tornaram plantas mais resistentes com a nova composição transgênica, segundos fontes do G1, de São Paulo (2010).

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A partir de 2011-2012, o milho teve produção recorde, foi uma supersafra, conforme demonstra a figura 4, o que fez com que as cotações se mantivessem em alta, combinada com bom clima, grandes investimentos e a quebra da safra no exterior, fazendo com que o PIB agropecuário crescesse 4,9% no período (ABRAMILHO, 2014). Neste ano teve queda na produção de soja em relação ao ano anterior, o que fez com que a produção de milho safrinha tenha aumentado.

O preço do milho, em 2013, teve queda significativa. Segundo a Abramilho (2014), cotações chegam ao menor patamar em comparação aos três últimos anos. Outro fator que impactou na queda foi a ótima safra nos EUA, devido a esta safra estar entrando no mercado brasileiro, ocasionando o aumento da oferta. Depois desse momento de preços baixos em 2013, os produtores frearam a produção de milho novamente.

A partir de tantas oscilações ocorridas, o cenário de comercialização vem melhorando aos poucos e as cotações começaram a reagir em 2014, devido aos grandes volumes que estão sendo escoados e também pela elevação do preço do dólar neste período (IMEA, 2015). Desde 2014 as cotações ficaram sem grandes oscilações, mantendo-se constantes no decorrer dos próximos anos. Já em 2015, os preços mantiveram-se em alta, devido à elevação demanda do mercado e à expansão da produção de milho safrinha, ganhando força nas próximas safras 2015/2016 (ABRAMILHO, 2014).

Figura 5. Milho EUA – Evolução nos últimos seis anos

Fonte: elaboração própria a partir de dados do website www.investing.com.

A fim de validar as relações entre tantas variáveis com o preço do milho futuro, seguem as análises quantitativas estudadas para compreender o poder de explicação que uma variável possui sobre a outra.

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 01 -0 1-20 10 01 -0 4-20 10 01 -0 7-20 10 01 -1 0-20 10 01 -0 1-20 11 01 -0 4-20 11 01 -0 7-20 11 01 -1 0-20 11 01 -0 1-20 12 01 -0 4-20 12 01 -0 7-20 12 01 -1 0-20 12 01 -0 1-20 13 01 -0 4-20 13 01 -0 7-20 13 01 -1 0-20 13 01 -0 1-20 14 01 -0 4-20 14 01 -0 7-20 14 01 -1 0-20 14 01 -0 1-20 15 01 -0 4-20 15 01 -0 7-20 15 01 -1 0-20 15 01 -0 1-20 16

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3.1 Correlações

Após a análise da commodity, em um período de seis anos de grandes oscilações, percebe-se a importância das técnicas que foram aplicadas neste estudo para concluir mais alguns fatores que possam influenciar o preço futuro do milho, podendo assim proteger-se um pouco mais das oscilações do mercado financeiro.

O quadro a seguir apresenta as correlações correspondentes às variáveis que estão sendo estudadas neste artigo, visto que o objetivo das correlações é medir o grau de associação linear entre essas variáveis. O número gerado neste cálculo é o coeficiente de correlação (r) que pode variar entre -1 a +1. O mais comum é o coeficiente ficar no intervalo entre esses dois valores. Quando o coeficiente der “0”, não existe correlação linear entre as variáveis escolhidas (VIRGILITO, 2004).

Tabela 1. Correlações correspondentes às variáveis (cotações dos últimos 5 anos) Milho

EUA Petróleo Ibovespa Etanol Merval Jones Dow EUA Soja gordo Boi magro Dólar Porco Milho EUA 1 Petróleo 0,5660 1 Ibovespa 0,6776 0,6040 1 Etanol 0,7612 0,7555 0,5424 1 Merval -0,8587 -0,7459 -05746 -0,7625 1 Dow Jones -0,8681 -0,5801 -0,6576 -0,6919 0,8817 1 Soja EUA 0,8014 0,7551 0,4811 0,7828 -0,8273 -0,6284 1 Boi gordo -0,8275 -0,4746 -0,4161 -0,6485 0,8245 0,8431 -0,6552 1 Porco magro 0,1033 0,6905 0,2277 0,5553 -0,2824 -0,1390 0,4278 0,0223 1 Dólar 0,6999 -0,9256 -0,6759 -0,8325 0,8337 0,7550 -0,7723 0,6142 -0,6130 1

Fonte: dados da pesquisa (2015).

Analisando os resultados gerados, como o milho é a base analisada, a variável que mais se associou de forma intensa com o milho, de forma positiva, foi o soja com coeficiente de r=0,8014 (forte positiva), logo vem o etanol, Ibovespa, embora o índice Dow Jones também possui forte grau de correlação com r= -0,8681 (moderada negativa), em seguida o Merval e o Boi gordo.

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Tabela 2. Coeficientes de correlações

Coeficiente de correlação Correlação

r – 1 Perfeita positiva 0,8 ≤ r< 1 Forte positiva 0,5 ≤ r< 0,8 Moderada positiva 0,1 ≤r< 0,5 Fraca positiva 0 <r< 0,1 Ínfima positiva 0 Nula - 0,1 <r< 0 Ínfima negativa - 0,5 < r≤ - 0,1 Fraca negativa - 0,8 <r≤ - 0,5 Moderada negativa - 1 <r≤ - 0,8 Forte negativa r = - 1 Perfeita negativa

Fonte: dados da pesquisa (2015).

Na tabela 2 constam as medidas dos coeficientes de correlação que servem de parâmetro para realizar as análises e interpretações dos dados, gerados pelo modelo de correlação. Quando o coeficiente r, portanto, for superior a 0,8, haverá uma correlação forte.

3.2 Regressões

O Modelo Estatístico de Regressão, diferentemente da correlação, possui uma variável dependente em relação a uma ou mais variáveis chamadas “explicativas”. Esse método tem como objetivo o poder de explicação sobre quanto pode influenciar na variável dependente.

A seguir seguem as regressões de todas as variáveis (x) em relação ao milho (y) para medir qual é o fator de maior influência na formação do preço do milho no mercado futuro.

Neste modelo surge o coeficiente de determinação R² (r quadrado), que mede quão bem a reta se ajusta aos dados. Ele mede a porcentagem da variação total em y (milho), explicada pela regressão.

Os limites da R² são de 0< = R² < = 1, quanto mais próximo de 1 melhor, maior é a relação entre as variáveis analisadas, e quanto menor o R², ou mais próximo de 0, não há nenhuma relação entre eles. Tem-se um parâmetro que quando o R² for superior a 6, já possui um alto poder explicativo.

3.2.1 Regressão com a variável – Petróleo

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Figura 6. Regressão com a variável – Petróleo

Fonte: dados da pesquisa (2015).

A regressão da variável dependente milho com a variável independente petróleo resultou em uma R² de 0,30, relativamente baixa, e um p-valor de 0,00, ou seja inferior a 0,05, o que comprova que, apesar de baixa, existe relação explicativa do petróleo com o preço do milho. 3.2.2 Regressão com a variável – Índice Ibovespa

Seguem os resultados da pesquisa da variável dependente Milho com a variável independente Ibovespa:

Figura 7. Regressão com a variável – Ibovespa

Fonte: dados da pesquisa (2015).

Já a regressão do milho com a variável Ibovespa resultou em uma R² de 0,45, o que significa que o Ibovespa possui maior influência na formação do preço do milho do que a variável petróleo, analisada anteriormente. Verifica-se também, que o resultado do p-valor foi inferior a 0,05.

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3.2.3 Regressão com a variável – Etanol

Segue abaixo o modelo de regressão com a variável Etanol: Figura 8. Regressão com a variável – Etanol

Fonte: dados da pesquisa (2015).

O etanol, variável explicativa neste cálculo, resultou em uma R² de 0,5723, o que possibilita dizer que possui maior variabilidade em relação ao milho do que o Ibovespa. Percebe-se também, que o p-valor é estatisticamente relevante.

3.2.4 Regressão com a variável – Índice Dow Jones

Seguem os resultados obtidos com a variável Dow Jones: Figura 9. Regressão com a variável – Dow Jones

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É possível, portanto, verificar que o Dow Jones (x) e o milho (y) possuem relação positiva e forte. Isto porque a R² foi de 0,7495, o que significa dizer que 74,95% da variação do milho poder ser explicada pelo Dow Jones. O p-valor foi estatisticamente significativo. 3.2.5 Regressão com a variável – Índice Soja EUA

Seguem os resultados da regressão da variável Soja com o Milho: Figura 10. Regressão com a variável – Soja EUA

Fonte: dados da pesquisa (2015).

Seguindo a análise, na qual a variável em estudo é a soja, forte cultura conhecida mundialmente e muito negociada no mercado futuro, esta apresentou uma correlação intermediária com o milho, apresentando uma R² de 63,61%, o que possibilita concluir que a soja é uma variável relativamente forte. O p-valor também foi estatisticamente significativo. 3.2.6 Regressão com a variável – Índice Boi gordo

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Figura 11. Regressão com a variável – Boi gordo

Fonte: dados da pesquisa (2015).

A variável analisada, Boi gordo, possui um p-valor significativo e uma R² de 67,94%. Corresponde, portanto a uma das variáveis que obtiveram um dos melhores resultados neste estudo.

3.2.7 Regressão com a variável – Índice Porco magro

Seguem as regressões da variável dependente Milho com a variável independente Porco magro:

Figura 12. Regressão com a variável – Porco magro

Fonte: dados da pesquisa (2015).

A variável Porco magro apresenta um p-valor maior que 0,05, isto é, não é estatisticamente significativo para explicar a variável dependente milho. Não se pode, portanto, analisar o valor da R2 desta variável.

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3.2.8 Regressão com a variável – Índice Merval

Seguem as análises da variável Merval com o Milho: Figura 13. Regressão com a variável – Merval

Fonte: dados da pesquisa (2015).

Diferentemente da variável analisada anteriormente Porco magro, o Merval, índice da Bolsa de Valores da Argentina, apresentou uma alta R² de 73,28% e ainda com p-valor significativo.

3.2.9 Regressão com a variável – Índice Dólar

Seguem os resultados obtidos com a análise das variáveis Dólar e Milho: Figura 14. Regressão com a variável – Dólar

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A análise da variável Dólar em relação ao Milho apresentou uma R2 mais baixa que outras variáveis, isto é, uma R² de 48,12%.

3.2.10 Tabela resumo

Analisando os resultados, percebe-se que somente a variável Porco magro não é relevante na formação do preço do milho, pois seu p-valor foi maior que 5%.

As três variáveis que mais impactaram na formação do preço do milho no mercado futuro, segundo este estudo, foram: o índice Dow Jones, o índice Merval e o Boi Gordo, respectivamente. Na sequência é possível observar a Tabela 3, que resume as principais informações das regressões.

Tabela 3. Variáveis que impactam na formação do preço do milho

Variáveis Reajustado Coeficientes Stat T P valor

Petróleo 0,308872619 3,949944016 5,27396212 1,99E-06

Ibovespa 0,450025264 0,016210141 7,077847158 2,00E-09

Etanol 0,572357334 249,4418853 9,016876104 1,07E-12

Merval 0,732894153 -0,036254795 -12,86973391 8,92E-19

Dow Jones 0,74950717 -0,060411565 -13,43606394 1,33E-19

Soja 0,636117297 0,529248771 10,29020403 8,71E-15

Boi gordo 0,67948527 -3,89234008 -11,32249463 2,00E-16

Porco magro -0,006100152 1,037555608 0,797627765 4,28E-01

Dólar 0,481222121 -13,96063406 -7,527046892 3,46E-10

Fonte: dados da pesquisa (2015).

3.2.11 Modelo explicativo do estudo

Para melhor análise e interpretação dos resultados obtidos foram selecionadas as três melhores variáveis que possuem R² mais próximo de 1, que são a Merval, o Dow Jones e o Boi gordo, que em relação com o milho atingiram R²=80%, relação forte e alto poder explicativo.

O modelo de regressão, apresentado pela Figura 15, apresenta as três variáveis com maior influência na formação do preço do milho, ou seja, as variáveis que apresentaram melhor desempenho em seus resultados. Aqui foi proposto um modelo conjunto das três variáveis para que se pudesse analisar a nova R2 proporcionada por este modelo.

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Figura 15. Regressão com três variáveis – Merval, Dow Jones e Boi gordo

Fonte: dados da pesquisa (2015).

O índice Merval, o Dow Jones e a commodity boi gordo, analisados em conjunto com a variável (y) milho, apresentam a melhor relação em comparação as outras variáveis analisadas neste estudo, isto porque seu R² foi de 80% e estatisticamente significativo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluir os trabalhos relativos à construção do artigo supervisionado em Finanças e Mercado de Capitais, cujo objetivo foi analisar as variáveis que mais impactam na formação do preço do milho no Mercado Futuro, é possível constatar a relevância entre a teoria e a prática para o aperfeiçoamento da capacidade de decisão e de formulação de estratégias, de ação aplicáveis no cotidiano do mercado financeiro.

Da mesma forma, percebe-se um olhar mais aguçado do produtor, que está cada vez mais interligado com o mercado futuro, buscando uma minimização dos riscos que ocorrem no mercado à vista. No caso específico aqui apresentado, fez-se a análise quantitativa das cotações dos últimos cinco anos do milho (y) e das variáveis em estudo (x), que foram escolhidas para conhecer a real influência no preço desta commodity, tão importante para o agronegócio mundial que é o milho.

Essas análises quantitativas, bem como o modelo utilizado para comprová-las, auxiliam os investidores que atuam neste mercado, podendo considerar outros ramos que acabam influenciando na formação do preço e, assim, levá-los a formular estratégias financeiras e de

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gestão. Consequentemente, alavancar os resultados estabelecidos, gerando mais desenvolvimento da região em que atuam, seja deles próprios como também dos produtores, que serão cada vez mais motivados no ramo do agronegócio, compartilhando suas experiências. Vale ressaltar, ainda, que esta análise pode ser realizada com outros fatores, gerando outros resultados e expectativas mais abrangentes. Cabe, assim, futuramente, fazer regressões com mais variáveis, obtendo outros resultados, a fim de construir um estudo mais aprofundado deste produto.

Desenvolveu-se neste momento, um estudo de correlações e de regressões entre a variável dependente Milho e as variáveis independentes Petróleo, Ibovespa, Etanol, Merval, Dow Jones, Soja, Boi gordo, Porco magro e Dólar. Constatou-se que as três variáveis que mais impactam no preço do milho futuro é o Índice Dow Jones, principal indicador da Bolsa de Valores de Nova York, que contempla 30 grandes empresas industriais em seu índice, todas com grande impacto na economia mundial; o Merval, influente indicador da Argentina, que é o segundo país que mais exporta milho, ficando atrás apenas dos EUA e na frente do Brasil; e o Boi gordo, que também ficou entre as variáveis mais fortes a impactar no preço do milho. REFERÊNCIAS

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COTAÇÕES DE TODAS AS VARIÁVEIS ANALISADAS

Data Milho EUA Petróleo Ibovespa Etanol Merval Dow Jones EUA Soja Boi gordo Porco magro Dólar 01/01/2011 657,38 92,19 66574,88 2,330 3593,13 11891,93 1410,88 128 87,25 77,86 01/02/2011 730,25 96,97 67383,22 2,590 3455,65 12226,34 1365,88 130,07 88,8 76,92 01/03/2011 730,88 106,72 68586,7 2,660 3388,03 12319,73 1416,62 134,03 93,72 76,07 01/04/2011 757,38 113,93 66132,86 2,650 3406,02 12810,54 1394,88 131,9 95,28 73,11 01/05/2011 753,62 102,7 64620,08 2,640 3250,91 12569,79 1382,38 124,38 90,17 74,7 01/06/2011 605,38 95,42 62403,64 2,560 3360,64 12414,34 1303,75 138,07 94,4 74,64 01/07/2011 668,62 95,7 58823,5 2,890 3321,85 12143,24 1352,75 137,05 102,78 74,04 01/08/2011 765,88 88,81 56495,12 2,910 2964,79 11613,53 1455,12 132,45 85,5 74,17 01/09/2011 592,38 79,2 52324,42 2,480 2463,63 10913,38 1175,12 140,53 93,38 79,08 01/10/2011 645,88 93,19 58338,39 2,760 2905,54 11955,01 1214 140,05 87,47 76,31 01/11/2011 606,62 100,36 56874,98 2,480 2562,85 12045,68 1133,38 146,03 88,17 78,49 01/12/2011 647,25 98,83 56754,08 2,200 2462,63 12217,56 1211,88 146,35 84,3 80,52 01/01/2012 639,88 98,48 63072,31 2,170 2787,17 12632,91 1200,38 155,53 87,53 79,42 01/02/2012 657,62 107,07 65811,73 2,260 2648,22 12952,07 1319,12 157,22 89,42 78,79 01/03/2012 644,12 103,02 64510,97 2,270 2683,99 13212,04 1401,88 148,82 83,42 79,14 01/04/2012 632,38 104,87 61820,26 2,230 2271,86 13213,63 1500,88 149,82 83,67 78,85 01/05/2012 560,25 86,53 54490,41 2,020 2256,74 12393,45 1344,25 156,8 89,8 83,13 01/06/2012 627,5 84,96 54354,63 2,230 2346,68 12880,09 1480,88 151,45 96,62 81,75 01/07/2012 813,38 88,06 56097,05 2,630 2400,31 13008,68 1673,75 138,62 92,95 82,71 01/08/2012 799,75 96,47 57061,45 2,550 2408,38 13090,84 1754,37 144,6 74,17 81,22 01/09/2012 762,75 92,19 59175,86 2,340 2451,73 13437,13 1591,88 143,8 77,17 80,03 01/10/2012 755,62 86,24 57068,18 2,440 2323,39 13096,46 1550,88 146,3 78,28 79,99 01/11/2012 753,62 88,91 57474,57 2,410 2419,3 13025,58 1440,62 145,62 84,08 80,16 01/12/2012 699,25 91,82 60952,08 2,190 2854,29 13104,14 1408,5 151,4 85,72 79,87 01/01/2013 740,62 97,49 59761,49 2,460 3462,42 13860,58 1470,62 146,3 87,6 79,23 01/02/2013 703,12 92,05 57424,29 2,400 3048,55 14054,49 1448,75 142 81 82 01/03/2013 673,38 97,23 56352,09 2,450 3380,78 14578,54 1406,88 135,53 80,6 83,17 01/04/2013 648,88 93,46 55910,37 2,580 3845,94 14839,8 1396,5 139,55 90,1 81,81 01/05/2013 663,88 91,97 53506,08 2,740 3489,43 15115,57 1510,12 144,32 95,62 83,4 01/06/2013 547 96,56 47457,13 2,450 2976,27 14909,6 1429,38 149,45 101,28 83,38 01/07/2013 499,25 105,03 48234,49 2,290 3357,86 15499,54 1247,25 153,43 97,58 81,54 01/08/2013 482,88 107,65 50011,75 2,390 3935,89 14810,31 1356,38 156,93 87,62 82,14 01/09/2013 441,88 102,33 52338,19 1,950 4783,77 15129,67 1281,38 164,1 91,97 80,32 01/10/2013 428,12 96,38 54256,2 1,780 5165,09 15545,75 1265,62 165,32 89,17 80,26 01/11/2013 425 92,72 52482,49 2,050 5718,68 16086,41 1337 165,47 85,67 80,66 01/12/2013 421,38 98,42 51507,16 1,910 5391,03 16576,66 1289,38 166,7 85,42 80,19 01/01/2014 434,25 97,49 47638,99 1,890 6018,65 15698,85 1283,88 169,43 86,22 81,4 01/02/2014 462,62 102,59 47094,4 2,290 5784,39 16321,71 1414,12 171,7 106,85 79,72 01/03/2014 501,62 101,58 50414,92 3,460 6373,82 16457,66 1462,38 177,03 126 80,25 01/04/2014 519,12 99,74 51626,69 2,260 6782,01 16580,84 1511,38 181,2 117,67 79,53 01/05/2014 465,38 102,71 51239,34 2,370 7712,23 16717,17 1491,12 197,05 113,35 80,4 01/06/2014 417,12 105,37 53168,22 2,120 7887,33 16826,6 1327,5 212,78 132,65 79,81 01/07/2014 357,38 98,17 55829,41 2,090 8187,99 16563,3 1098,12 220,68 118,03 81,52 01/08/2014 365,88 95,96 61288,15 2,200 9817,3 17098,45 1024,25 218,65 98,12 82,78 01/09/2014 320,12 91,16 54115,98 1,590 12548,99 17042,9 912,38 235,43 107,97 86,05 01/10/2014 376,25 80,54 54628,6 1,840 11019,43 17390,52 1043,12 234,15 88,03 87,02 01/11/2014 389,38 66,15 54724 2,100 9808,6 17828,24 1014,13 231,07 90,33 88,41 01/12/2014 397,25 53,27 50007,41 1,630 8579,02 17823,07 1022,88 219,45 81,2 90,65 01/01/2015 370,62 48,24 46907,68 1,370 8490,46 17164,95 961,63 205,2 67,47 95 01/02/2015 391,62 49,76 51583,09 1,440 9601,61 18132,7 1030,38 201,9 67,47 95,32 01/03/2015 376,38 47,6 51150,16 1,490 10837,23 17776,12 972,62 218,12 62,42 98,66 01/04/2015 366,12 59,63 56229,38 1,620 12050,19 17840,52 977,12 217,55 76,95 94,71 01/05/2015 351,62 60,3 52760,47 1,530 10800,86 18010,68 934,38 222,95 83,83 96,99 01/06/2015 422,25 59,47 53080,88 1,610 11656,81 17619,51 1048,25 214,72 76,2 95,66 01/07/2015 371,88 47,12 50864,77 1,500 11101,02 17689,86 953,12 210,72 78,5 97,44 01/08/2015 375,12 49,2 46625,5 1,460 11032,87 16528,03 887,12 201,82 68,03 95,85 01/09/2015 387,62 45,09 45059,3 1,535 9814,62 16284,7 891,63 178,18 73,53 96,48 01/10/2015 382,12 46,59 45868,8 1,602 12461,25 17663,54 885,12 190,9 59,2 97,02 01/11/2015 372,38 41,65 45120,4 1,490 12972,14 17719,92 881,62 162,75 58,42 100,21 01/12/2015 358,12 37,04 43350 1,400 11675,18 17425,03 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