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Analise da rentabilidade das empresas listadas no índice de sustentabilidade empresarial em relação a empresas listadas na BM&FBOVESPA

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS,

CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ALINE BONFADA GRELLMANN

ANALISE DA RENTABILIDADE DAS EMPRESAS LISTADAS NO

ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL EM RELAÇÃO

A EMPRESAS LISTADAS NA BM&FBOVESPA

IJUÍ (RS)

2017

(2)

ALINE BONFADA GRELLMANN

ANALISE DA RENTABILIDADE DAS EMPRESAS LISTADAS NO ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL EM RELAÇÃO A EMPRESAS

LISTADAS NA BM&FBOVESPA

Trabalho de conclusão do curso apresentado no DACEC - Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profª Orientadora: Me. ROSELAINE FILIPIN

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Já tentou. Já falhou. Não importa. Tente novamente. Falhe de novo. Falhe melhor.

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RESUMO

A complexidade dos negócios oriunda da globalização da economia e da conscientização da sociedade, obriga as empresas à formularem estratégias diferenciadas para o desenvolvimento social, econômico e ambiental, a fim de incrementar lucros e oportunidades de desenvolvimento. O objetivo deste trabalho foi identificar a relação existente entre os indicadores de rentabilidade das empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) em relação aos indicadores das empresas listadas na BM&FBovespa. A relação de dependência econômico-financeira das empresas, caracteriza esta pesquisa como descritiva, desenvolvida por meio de uma investigação bibliográfica e documental, com abordagem quantitativa no que se refere à análise dos elementos. Por meio da análise dos índices e do método da estatística descritiva, analisou-se os dados de 209 empresas, que integram as listas Índice de Sustentabilidade Empresarial do ano de 2015 e 2016, Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado da BM&FBovespa e constatou-se que as empresas integrantes do Índice de Sustentabilidade apresentam melhores indicadores de rentabilidade em relação as empresas da BM&FBovespa, atestando as hipóteses sugeridas pela teoria e evidenciando que empresas com preocupações éticas e sustentáveis, diferenciam-se não só em termos de qualidade, nível de compromisso e transparência como também em desempenho econômico financeiro.

Palavras chave: Contabilidade; Índice de Sustentabilidade Empresarial;

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AA – Account Ability

AHP – Analytic Hierarchy Process

BM&FBOVESPA – Bolsa de Mercados e Futuros e Bolsa de Valores de São Paulo

CISE – Conselho Deliberativo do Índice de Sustentabilidade Empresarial CV – Coeficiente de Variação

CVM – Comissão de Valores Mobiliários DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa DJSI – Dow Jones Sustentability Indexes

DLPA – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DP – Desvio Padrão

DRE – Demonstração do Resultado do Exercício DS – Desenvolvimento Sustentável

DRA – Demonstração do Resultado Abrangente DVA – Demonstração do Valor Adicionado

EAESP-FGV – Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas

GRI – Global Reporting Initiativegri IAS – International Accounting Standars

IASB – International Accounting Standars Board

IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas IFRS – International Financial Reporting Standards

ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial

ISO – International Organisation for Standardisation ISR – Investimento Social Responsavél

NBC TG – Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral ONU – Organização das Nações Unidas

ROA – Return On Assets (Retorno sobre Ativos)

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RSC – Responsabilidade Social Corporativa SA – Social Accontability

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Indicadores de Rentabilidade - Lista ISE 2015 ... 39

Tabela 2 - Indicadores de Rentabilidade - Lista ISE 2016 ... 40

Tabela 3 - Indicadores de Rentabilidade - Lista Nível 1 ... 42

Tabela 4 - Indicadores de Rentabilidade - Lista Nível 2 ... 43

Tabela 5 - Indicadores de Rentabilidade - Lista Novo Mercado ... 44

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO ... 10

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 12 1.3 OBJETIVOS ... 15 1.3.1 Objetivo geral ... 15 1.3.2 Objetivos específicos ... 15 1.4 JUSTIFICATIVA ... 15 2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ... 17 2.1 CONTABILIDADE ... 17 2.1.1 Balanço Patrimonial ... 19

2.1.2 Demonstração do Resultado do Exercício ... 20

2.1.3 Demonstração do Resultado Abrangente ... 21

2.1.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ... 22

2.1.5 Demonstração dos Fluxos de Caixa ... 22

2.1.6 Demonstração do Valor adicionado ... 22

2.1.7 Notas explicativas ... 23

2.2 CONTABILIDADE AMBIENTAL E SOCIAL ... 24

2.2.1 Ativos Ambientais ... 26

2.2.2 Passivos Ambientais ... 26

2.2.3 Receitas Ambientais ... 27

2.2.4 Despesas Ambientais e Custos Ambientais ... 27

2.3 ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL (ISE) ... 28

2.4 INDICADORES FINANCEIROS ... 30

2.5 RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA (RSC) ... 31

3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 34

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 34

3.1.1 Quanto a natureza ... 34

3.1.2 Quanto aos objetivos ... 34

3.1.3 Quanto aos procedimentos ... 34

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3.2 UNIVERSO E AMOSTRA ... 35

3.3 COLETA DE DADOS ... 38

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 39

4.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA ... 47

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 50

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1 INTRODUÇÃO

A globalização da economia torna evidente que nenhuma organização consegue obter sucesso sozinha (FISCHER, 2002). O contexto social, no qual as empresas estão inseridas envolve diversos stakeholders, estes entendidos como grupos ou indivíduos com os quais a organização interage ou possui interdependência, ou seja, qualquer indivíduo ou grupo que pode afetar ou ser afetado por ações, decisões, políticas, práticas ou objetivos alcançados pela organização (TEIXEIRA; MAZZON, 2000).

Os acionistas se preocupam em obter melhores resultados econômicos em menor tempo possível, porem a crescente conscientização da sociedade moderna exige um desenvolvimento econômico mais humano e social, e direciona as empresas a um novo modelo de gestão. Esse modelo tende a considerar os investimentos nos aspectos socioambientais, em contrapartida aos impactos que as mesmas causam no ambiente em que estão inseridas (BERTAGOLLI; OTT; DAMACENA 2006, MATOS et al., 2016).

Para Macedo, Souza e Souza (2008), as empresas passam a ter a necessidade de se preocuparem quanto ao uso de práticas responsáveis, entretanto, a questão principal é se o investimento aplicado gera lucro para elas, ou se os benefícios gerados são somente para a sociedade.

As discussões sobre a responsabilidade social corporativa não são recentes. Vários estudos, nacionais e internacionais, como por exemplo, Nossa (2002), Nelling e Webb (2009), Souza (2010) e Aggarwal (2013), já discutiram o assunto dando-lhes diversas abordagens metodológicas, fundamentando em teorias que buscam explicar, da forma mais eficiente possível, as razões e as motivações para o desenvolvimento das práticas de responsabilidade social e ambiental coorporativa.

Conforme Figueiredo e Araújo (2016) os estudos realizados sobre desempenho financeiro de investimentos socialmente responsáveis apresentam vários resultados que, em sua maioria, indicam evidências de desempenho financeiro superior entre empresas socialmente responsáveis em relação àquelas que não adotam tais práticas. Entretanto, os resultados

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empíricos não são conclusivos e consensuais, carecendo este tema de estudos detalhados que investiguem a relação entre esses dois quesitos, principalmente em nível de mercado brasileiro, que ainda apresentam fragilidade e inconsistências.

A relação entre responsabilidade social corporativa e rentabilidade ainda é muito fragmentada e, portanto, generalizações ainda não são possíveis (ORLITZKY; SCHMIDT; RYNES, 2003). Da mesma forma, ainda existe dissenso entre os especialistas no que tange o conceito de sustentabilidade, também não há uma única maneira de mensurar a sustentabilidade empresarial (LOPEZ; GARCIA; RODRIGUES, 2007).

Deste modo, o trabalho está estruturado em capítulos, onde parte-se da definição do tema de estudo, problematização e definição dos objetivos, bem como a respectiva justificativa. No capítulo 2 é apresentado, o posicionamento e as contribuições encontradas na literatura sobre Contabilidade, Contabilidade ambiental e social, Índice de sustentabilidade empresarial (ISE), Indicadores financeiros e Responsabilidade social corporativa (RSC). O capítulo 3 comtempla os procedimentos metodológicos utilizados no desenvolvimento da pesquisa, seguido do capítulo 4, onde é apresentado a análise dos dados e os resultados obtidos. Por fim no último capítulo evidencia-se as conclusões e considerações finais do presente estudo.

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

O papel da contabilidade segundo Monteiro e Ferreira (2007), é evidenciar as informações sobre os fatos internos ou externos, que possam afetar o meio ambiente e o patrimônio das empresas. A evidenciação dessas informações está em consonância com os princípios de responsabilidade social corporativa, que preza pela ética na conduta dos interesses, a transparência no relacionamento com os stakeholders e o compromisso da empresa com o desenvolvimento sustentável.

Souza, Rásia e Jacques (2010) corroboram que é necessário evidenciar as informações ambientais e sociais nos relatórios contábeis, pois elas impactam na situação econômica e financeira da empresa, bem como

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transmitem uma imagem positiva perante o mercado de capitais, clientes, fornecedores e à sociedade.

As discussões que envolvem questões ambientais não são hodiernas, no entanto, foi só a partir da década de 1960 que a pauta passou a ter maior ênfase, e desde então, passou-se a realizar encontros em âmbito mundial para debater o assunto. Tais discussões culminaram na implementação de algumas normas, como a SA 8000 (Social Accontability 8000), a AA1000 (Accountability 1000) e a ISO 14000 (International Organization for Standadization 14000), que buscam normatizar a prática da responsabilidade social corporativa (FERREIRA, 2003).

A alteração da Lei 6.404/76, por meio da Lei 11.638, aprovada em 28 de dezembro de 2007, introduziu importantes conceitos do direito societário, tendo sido adaptados conceitos legais bastante utilizados em economias mais desenvolvidas alinhando, também, a normatização brasileira às legislações dos Estados Unidos e de países da Europa. Foram trazidas inovações tanto para as Demonstrações Contábeis, quanto para os Princípios Contábeis estabelecidos. Visou, dentre outras coisas, melhorar a relevância, a confiabilidade e a comparabilidade das informações divulgadas (SAIKI; ANTUNES, 2010).

Deste modo, a contabilidade societária é uma ferramenta que busca satisfazer os interesses dos acionistas, apresentando demonstrações e relatórios que possibilitem a análise do retorno do investimento social (geração de riqueza). Tanto os acionistas atuais, como os futuros investidores potenciais, utilizam-se da estrutura patrimonial e dos resultados que as companhias divulgam nos tradicionais meios de comunicação para tomarem decisões quanto à continuidade ou início do investimento (OLIVEIRA; MACEDO, 2009). Consequentemente, esta nova abordagem traz impactos substanciais para a profissão contábil, visto que com o advento da contabilidade societária passa-se a exigir maior capacidade de reflexão e julgamento do profissional contábil.

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1.2 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Usualmente, as empresas têm demonstrado seu compromisso social por meio de diversos recursos, que vão desde campanhas de marketing até a divulgação de relatórios de ações sociais e ambientais, passando pela criação de departamentos para gerir as questões socioambientais. Dos relatórios que são usados destacam-se o Balanço Social, a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e os relatórios ambientais (MONTEIRO; FERREIRA, 2007).

Conforme esclarecem Iudícibus, Martins e Gelbcke (2007) o Balanço Social é uma demonstração que tem como finalidade tornar pública a posição da responsabilidade social das organizações. O principal objetivo desta demonstração contábil é evidenciar a divulgação de informações sobre o desempenho econômico e financeiro das companhias, bem como o retorno econômico e social em benefício da sociedade. Ela fornece dados aos usuários da informação contábil, quanto a (1) geração e distribuição de riqueza; (2) qualidade de vida nas organizações; (3) promoção humana dos funcionários; (4) postura das empresas em relação ao meio ambiente e à própria comunidade. No entanto, não há normas especificas que regulamentem a evidenciação das informações de cunho social e ambiental no Brasil, entretanto existem modelos de Balanço Social que foram sugeridos pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE, além do modelo do Global Reporting Initiativegri (GRI).

Com o advento da Lei nº 11.638/2007 tornou-se obrigatória a elaboração e divulgação da Demonstração de Valor Adicionado – DVA para as empresas de capital aberto. A DVA informa o valor agregado (vendas – insumos adquiridos de terceiros – retenções) pela empresa à sociedade e como esse valor foi distribuído aos diversos agentes econômicos (acionistas, empregados, governo e financiadores), conforme destacam Consenza (2003) e Tinoco (2010). Freire e Rebouças (2001) destacam que a DVA é um importante componente contábil do balanço social, mas que as informações apresentadas são insuficientes para que a DVA seja considerada um balanço social.

O Relatório de Administração constitui outra forma de evidenciação de políticas e ações ambientais. Silva, Rodrigues e Abreu (2007) informam que o

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Relatório da Administração possui grande volume de informações sobre as companhias e são utilizados por acionistas em decisões de investimento. A Comissão de Valores Mobiliários - CVM propõe, em sua Deliberação n° 488, de 03 de outubro de 2005, além das exigências já determinadas pela Lei 6.404/76, a inclusão das seguintes informações no Relatório de Administração: descrição da conjuntura econômica da organização (negócios, produtos, serviços, recursos humanos), análise de desempenho, fontes de recursos e relatórios de custos e outros fatores relacionados a questões ambientais. O artigo 82 desta Deliberação determina ainda que as Notas Explicativas das sociedades de capital aberto devem fornecer informações adicionais que não tenham sido indicadas nas demonstrações contábeis quando estas forem necessárias para uma apresentação adequada.

Complementarmente, existe uma ampla literatura que busca verificar os impactos dos investimentos que as empresas fazem para a sociedade. Por exemplo, Figueiredo e Araújo (2016), analisaram os indicadores financeiros referentes aos anos de 2011 a 2013, com o objetivo de avaliar se as empresas que constavam no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) apresentam um desempenho financeiro estatisticamente superior a empresas listadas entre as 500 maiores em receita líquida da revista Melhores e Maiores. Utilizaram o Método Multicritério Analytic Hierarchy Process - AHP para distribuir os pesos aos indicadores e o Borda para realizar o Ranking das empresas e concluíram que em relação ao ranking obtido, as empresas do ISE têm desempenho contábil-financeiro estatisticamente superior, em torno de 5% em todos os anos, em relação as demais.

Nossa et al. (2009) estudou a relação entre a responsabilidade social e ambiental com o desempenho financeiro, com empresas selecionadas a partir do ranking da Revista Exame de 2007 com ações negociadas na BMF&Bovespa. Extraíram, para composição da amostra, as empresas com informações disponíveis publicadas no Balanço Social no período de 1999 a 2006. Os resultados apontaram que a performance financeira contábil analisada está sujeita à influência de indicadores sociais internos e externos das empresas. No entanto, verificou-se que não houve relação do ROA

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(Retorno sobre o Ativo) e ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido), com o indicador ambiental das empresas analisadas.

Por sua vez, Rufino e Machado (2017) estudaram a relação de dependência entre a divulgação voluntária social e ambiental e as características rentabilidade, leverage, propriedade acionária e tamanho das empresas de capital aberto listadas na BM&FBovespa, nos períodos de 2010 a 2012. A amostra foi composta pelas 79 empresas com mais ações negociadas em 2012 e que divulgaram ao menos um relatório de sustentabilidade/relatório anual. Os resultados indicaram que a rentabilidade (ROE), a concentração acionária, medido pela participação acionária do principal acionista de empresa, apresentam relação de dependência e correspondência com o índice de divulgação voluntária social. A variável leverage, que mede o nível de endividamentos das empresas, se mostrou independente ao nível de divulgação social e ambiental.

A hipótese subjacente é que as empresas que adotam práticas de responsabilidade social que pertencem ao ISE apresentam desempenho financeiro superior àquelas do mesmo setor que não investem nessa área. Conforme Aggarwal (2013) estas empresas apresentam-se mais preparadas para enfrentar os riscos econômicos, sociais e ambientais, tornando-se um atrativo para investidores, e se revelando como os tipos de empresas mais prováveis de gerar valor para o acionista no longo prazo. Sendo assim, elas não só são importantes para a disseminação de um pensamento ecológico integro e ético, como também para investidores que desejam maior lucratividade.

Nesse contexto a questão problema é: Qual a relação dos indicadores de rentabilidade das empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) versus empresas listadas na BM&FBovespa?

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1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

O objetivo principal deste estudo é analisar a relação existente entre os indicadores de rentabilidade das empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) versus empresas listadas na BM&FBovespa.

1.3.2 Objetivos específicos

 Revisar a literatura;

 Calcular o Retorno sobre os Ativos (ROA) e o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) das empresas listadas;

 Evidenciar a relação entre desempenho econômico e financeiro das empresas que adotam práticas de responsabilidade social e aquelas que não adotam, utilizando a análise através do ISE.

1.4 JUSTIFICATIVA

Com a instauração do processo de globalização, as informações se propagam à uma velocidade impressionante, de todas as partes e para qualquer lugar do mundo. A conduta das empresas e o modo de se efetivar os negócios estão em processo de transformação, tendo em vista a conscientização da sociedade perante as questões sociais, tais como: preservação do meio ambiente, melhoria do bem-estar dos funcionários e contribuições para a comunidade e sociedade (MACEDO; SOUZA; SOUZA, 2008).

Conforme Marcondes e Barcaji (2010) os investidores com preocupações éticas obtêm por meio do Índice de Sustentabilidade Corporativa (ISE) informações relevantes para avaliar as empresas comprometidas com a sustentabilidade empresarial e diferenciá-las em termos de qualidade, nível de

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compromisso, transparência e desempenho, dentre outros fatores importantes para esse tipo de investidor.

Concomitantemente, a pesquisa insere a aluna na iniciação de pesquisa cientifica e conforme descreve Rummel (1977) proporciona a estudante a oportunidade de explorar um tópico, numa extensão maior do que poderia ser abrangida no curso comum de instrução além de revelar ao instrutor a proficiência de um estudante. Ainda, corrobora com o objetivo da universidade que é formar indivíduos capazes de buscar conhecimentos e de saber utilizá-los, sendo indiscutível a sua relevância para o avanço da área de conhecimento.

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2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 CONTABILIDADE

Uma das ciências mais antigas do mundo, a contabilidade, tem como finalidade quantificar a riqueza humana, ou seja, o patrimônio. Seus primórdios encontram-se enraizados na pré-história, quando o homem primitivo, ao inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar seus rebanhos e suas ânforas de bebidas, já a praticava de forma rudimentar (IUDICIBUS, 2000).

A invenção da escrita e a representação dos números pode ser considerado um importante marco, tanto para a evolução das civilizações como também da ciência contábil. Logo, é possível localizar os primeiros exemplos completos de contabilidade, já no primeiro milênio antes de Cristo, entre a civilização sumério-babilônica, contudo, a sua evolução foi relativamente lenta até que ocorresse o surgimento da moeda, que representa um instrumento de avaliação da situação patrimonial à medida que as atividades foram desenvolvendo-se em dimensão e em complexidade (IUDICIBUS, 2000).

Potencializada como surgimento do capitalismo, seu uso e eficácia vem aumentando com o passar dos séculos, acompanhando a evolução da economia e criando novas técnicas de identificação, mensuração e evidenciação dos eventos econômicos e financeiros os quais causam mutações patrimoniais (IUDICIBUS; 2000).

Segundo Ferreira (2003), a contabilidade começou por ser apenas uma técnica de registro de ocorrências das organizações econômicas, conseguindo-se assim ultrapassar a limitada capacidade de memória dos homens.

Iudicibus (2000), destaca que o grau de desenvolvimento das teorias e suas práticas está diretamente associado, na maioria das vezes, ao grau de desenvolvimento comercial, social e institucional das nações. Entretanto, embora a contabilidade seja instrumento eficaz de gestão em qualquer regime (econômico, de mercado ou centralizado), é nas economias de mercado que ela atinge o seu ponto mais alto.

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Sendo assim, a contabilidade é um sistema de informações que tem como objetivo auxiliar no gerenciamento das entidades para que estas possam garantir sua continuidade. Iudícibus e Marion (2000) destacam que o seu objetivo é fornecer informações estruturadas de natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários internos e externos à entidade.

De acordo com Gomes (2010), a contabilidade tem como objetivo medir os fatos econômicos que afetam uma entidade para fornecer informação relevante, fidedigna, oportuna, compreensível, objetiva e integra.

Por sua vez, Ferreira (2003) define contabilidade como a ciência do equilíbrio patrimonial, pois ela preocupa-se com todos os acontecimentos que possam influenciar no patrimônio e por isso os identifica, seleciona, analisa e promove medidas, processos de avaliação e comunicação de dados facilitando a tomada de decisões.

Sob a ótica contábil, usuários são as pessoas físicas, jurídicas, órgãos governamentais e demais entidades, que utilizam a Contabilidade para obter informações, se interessam pela situação da empresa e buscam nos instrumentos contábeis suas respostas. Iudícibus (2000, p. 21) apresenta um Quadro esquemático com os usuários da informação contábil:

Quadro 1 - Usuário da informação contábil

Usuário da Informação Contábil Meta que Desejaria Maximizar ou Tipo de Informação mais Importante

Acionista Minoritário fluxo regular de dividendos.

Acionista Majoritário ou com grande participação

fluxo de dividendos, valor de mercado da ação, lucro por ação.

Acionista Preferencial fluxo de dividendos mínimos ou fixos.

Emprestadores em Geral geração de fluxos de caixa futuros suficientes para receber de

volta o principal mais os juros, com segurança.

Entidades Governamentais valor adicionado, produtividade, lucro tributável.

Empregados em geral, como assalariados

fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons aumentos ou manutenção de salários, com segurança; liquidez.

Média e Alta Administração retorno sobre o ativo, retorno sobre o patrimônio líquido;

situação de liquidez e endividamento confortáveis. Fonte: Iudicibus (2000, p. 21)

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Nota-se que cada usuário tem um foco, que se concretiza em uma informação específica, disponibilizada em uma ou mais demonstrações divulgadas. E percebe-se uma evolução constante das demonstrações em prol da transparência e qualidade das informações para os diversos grupos da sociedade. A NBC TG 26 (R4) de 22 de dezembro de 2016, institui que o conjunto completo de demonstrações contábeis compreende: balanço patrimonial; demonstração do resultado do exercício; demonstração do resultado abrangente; demonstração das mutações do patrimônio; demonstração dos fluxos de caixa; demonstração do valor adicionado e notas explicativas.

2.1.1 Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é a representação quantitativa e sintética dos elementos que compõem o patrimônio de uma entidade numa determinada data, revelando sua posição financeira e patrimonial estática (BASSO, 2011).

O balanço patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. O ativo compreende as aplicações de recursos representados pelos bens e direitos da entidade. O passivo, os recursos oriundos de terceiros representados pelas obrigações da entidade, decorrentes de sua atividade e de financiamentos obtidos. Por sua vez, o patrimônio líquido é composto dos recursos próprios, cujo valor é representado pela diferença entre o valor do ativo e o valor do passivo (BASSO, 2011; IUDICIBUS, 2000).

O artigo 178 da Lei nº 6.404/76, alterado pela Lei 11.941/09, dispõem quanto a classificação das contas no balanço patrimonial:

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

I – ativo circulante; e

II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.

§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I – passivo circulante;

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II – passivo não circulante; e

III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente.

Iudícibus (1998) afirma que a grande importância do balanço reside na visão que ele proporciona das aplicações de recursos feitas pela empresa (Ativo) e quantos desses recursos são devidos a terceiros (Passivo). Isso evidencia o nível de endividamento, a liquidez da empresa, a proporção do capital próprio (Patrimônio Líquido) e dá outras análises. A comparação de dois balanços consecutivos permite a fácil visualização da movimentação da estrutura patrimonial e financeira ocorrida no período.

2.1.2 Demonstração do Resultado do Exercício

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é o relatório contábil que sintetiza as operações que deram origem ao resultado de um determinado período. O artigo 187 da Lei nº 11.941/09 fornece o conceito e a forma de apresentação dos elementos que a constituem:

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;

III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;

V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;

VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa;

VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e

b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.

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Deste modo, o objetivo da DRE é demonstrar a formação do resultado final do exercício (lucro ou prejuízo), e está estruturada de forma a evidenciar as diversas fases do resultado, iniciando com o valor da receita operacional bruta apurada nas operações de vendas e de prestação de serviços da entidade, passando pela dedução dos encargos tributários, devoluções e abatimentos a ela relativos, bem como dos seus respectivos custos e por fim apurando-se o lucro operacional (BASSO 2011).

2.1.3 Demonstração do Resultado Abrangente

A NBC TG 26 (R4) de 22 de dezembro de 2016 define que resultado abrangente “é a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos que não derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários”.

A NBC TG 26, aprovada pelo Conselho Federal de Contabilidade estabelece que o lucro abrangente seja calculado a partir do lucro líquido apurado na DRE, assim a demonstração do resultado abrangente deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas (1) Resultado líquido do período; (2) Cada item dos outros resultados abrangentes classificados conforme sua natureza; (3) Parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconhecida por meio do método de equivalência patrimonial; e (4) Resultado abrangente do período.

Segundo o pronunciamento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis a apresentação do resultado abrangente deve ser feita separada da DRE. No entanto, considerando que no Brasil, a Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) é obrigatória para as companhias abertas, existe ainda, a possibilidade de a apresentação da demonstração do resultado abrangente aparecer como parte da DMPL.

A norma ainda explicita "A demonstração do resultado abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro das mutações do patrimônio líquido".

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2.1.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

A entidade pode optar pela apresentação da DMLP em substituição à DLPA (Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados), considerando que esta é mais abrangente e inclui informações de todas as contas que integram o patrimônio líquido da entidade, inclusive aquelas da DLPA, conforme mencionado no artigo 186, parágrafo 2º, da Lei das S/A.

Conforme Basso (2011) a DMPL tem como objetivo evidenciar as mudanças, em natureza e valor, ocorridas no patrimônio líquido da entidade, num determinado período de tempo, geralmente ao final do exercício social.

2.1.5 Demonstração dos Fluxos de Caixa

O inciso IV, do artigo 176, da Lei 6.404/76, após a vigência da lei 11.638/07, passou a ter a seguinte redação: “demonstração dos fluxos de caixa”, ou seja, a anterior exigência da publicação das origens e aplicações de recursos passou a ser substituída pela Demonstração dos Fluxos de Caixa.

O parágrafo 6º deste artigo, que foi introduzido por meio da Lei 11.638/07, expressa: “A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa”.

O artigo 188 da Lei 6.404/76, alterado pela lei 11.638/07:

Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo:

I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos; a) das operações;

b) dos financiamentos; e c) dos investimentos.

2.1.6 Demonstração do Valor adicionado

O inciso V do artigo 176, da Lei 6.404/76, alterado pela Lei 11.638/07, assim se expressa: “V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado”. Já o inciso II do Artigo 188 dessa mesma lei diz:

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II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída.

Deste modo, entende-se que a DVA pretende informar aos usuários da informação contábil o quanto de valor que a entidade adicionou aos insumos adquiridos no período, e tal qual maneira de distribuição aos elementos.

2.1.7 Notas explicativas

A legislação e as normas técnicas estabelecem as informações mínimas que devem constar nas notas explicativas, conforme consta no artigo 176, parágrafo 5º da Lei 6.404/76, alterado pela Lei nº 11.941 de 2009 o objetivo das notas explicativas é apresentar informações acerca da preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis especificas, divulgar as informações exigidas pelas normas brasileiras que não constem na demonstração financeira e fornecer informações adicionais consideradas necessárias para uma apresentação adequada.

O artigo 176, inciso IV da Lei 6.404/76 dispõe sobre as informações que devem ser indicadas através das notas explicativas:

IV – indicar:

a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo;

b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes

c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o);

d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;

e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo;

f) o número, espécies e classes das ações do capital social;

g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;

h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e

i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia.

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Os estudos de Basso (2011) contribuem auferindo que as notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis e incluem informações de natureza patrimonial, econômica, financeira, legal, física e social, bem como os critérios utilizados na elaboração das demonstrações contábeis e eventos subsequentes ao balanço.

2.2 CONTABILIDADE AMBIENTAL E SOCIAL

A Contabilidade Social e Ambiental surgiu da necessidade de se identificar, mensurar, controlar e divulgar o resultado da gestão ambiental nas empresas (SILVA, 2004). Tão logo, que o assunto passou a ser estudado no Brasil a partir da década de 1990, quando Ribeiro (1992 e 1998) e Ferreira (1998) divulgaram trabalhos acadêmicos sobre o tema. (CONCEIÇÃO, 2014).

Por sua vez, Melo e Vieira (2003) identificaram que os investimentos em preservação ambiental melhoram a imagem da empresa perante a sociedade. Considerando, que os demonstrativos contábeis são os instrumentos de prestação de contas e de comunicação das empresas para com a sociedade, a contabilidade social e ambiental apresenta-se, nesse contexto, como um dos instrumentos de cumprir o papel de trazer a transparência às atividades de impacto socioambiental das organizações e de melhorar a sua imagem perante a sociedade.

Nessas entidades, a mutação da riqueza ocorre através da interligação com o ambiente externo, recebendo influências provenientes do mundo exterior, e também, influenciando-o diretamente. Como assegura Sá (1998) há uma responsabilidade inequívoca entre a empresa e a sociedade, onde busca-se a verdade, ou busca-seja, os impactos que a circulação de riquezas causa na relação entre a empresa e a sociedade – causa e efeito.

Desde a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – Eco92, as empresas têm dado maior atenção as questões ambientais. Com a implementação dos padrões de qualidade internacionalmente definidos por meio das normas ISO 14000, houve um aumento da preocupação destas em realizar evidenciações ambientais, uma

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vez que, a organização que possui a certificação demonstra estar preocupada com o meio ambiente, o que melhora sua imagem perante a sociedade. A contabilidade social e ambiental, segundo Souza (2006), facilita o processo de decisões ambientais da empresa selecionando indicadores e analisando dados, avaliando essas informações com relação aos critérios de atuação ambiental, comunicando e revisando a otimização da gestão ambiental.

Na visão de Barbieri (1998) o crescimento da consciência ambiental modifica os padrões de consumo, constituindo-se como uma das mais importantes armas em prol do meio ambiente. Quando a empresa busca capturar oportunidades através da crescente demanda de consumidores responsáveis através de ações legitimas e verdadeiras, essas ações tendem a reforçar ainda mais a consciência ecológica, criando um círculo virtuoso, na qual a ação mercadológica torna-se um instrumento de educação ambiental.

O modelo mais usado pelas entidades para atingir este objetivo é a implantação de uma gestão ambiental, isto é, método pelo qual elas controlam o impacto de suas atividades produtivas sobre o meio ambiente. Contudo, não há um conceito unânime para este termo, todavia, organizações internacionais propõem como conceito, o entendimento de que gestão ambiental é o conjunto de decisões exercidas sob os princípios de qualidade ambiental e ecológica preestabelecidos, com a finalidade de atingir e preservar um equilíbrio dinâmico entre objetivos, meios e atividades no âmbito da organização (ANDRADE, TACHIZAWA, CARVALHO, 2000).

Martins e Luca (1994) avaliam que a contabilidade deve divulgar informações que vão desde os investimentos realizados, seja em nível de aquisição de bens permanentes de proteção aos dados ecológicos, de despesas de manutenção ou correção de efeitos ambientais do exercício em curso, de obrigações contraídas em prol do meio ambiente, e até medidas físicas, quantitativas e qualitativas, que são empreendidas para a recuperação e preservação.

Dentre os processos de contabilização a valorização do meio ambiente é um dos mais dificultosos. Muitas vezes não se tem o valor monetário exato, por se tratar de bens ou serviços que não tem preço ou são de difícil mensuração. Bergamini Júnior (1999) enumera outros fatores que dificultam o processo de

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implementação da contabilidade ambiental, tais como, dificuldade em calcular um passivo ambiental efetivo; problema em determinar a existência de uma obrigação no futuro por conta de custos passados; falta de clareza no tratamento destinados aos ativos de vida longa; e reduzida transparência com relação aos danos provocados pela empresa em seus ativos próprios.

2.2.1 Ativos Ambientais

Ativos ambientais sob esse contexto, podem ser definidos como bens e direitos sob o controle da empresa que tenham capacidade de gerar benefícios econômicos futuros com finalidade de uso à preservação, proteção e recuperação ambiental. A principal característica do ativo ambiental é a sua capacidade de prestar serviços futuros à entidade que os têm, individualmente ou conjuntamente com outros ativos e fatores de produção, capazes de transformarem-se, direta ou indiretamente, em fluxos líquidos de entrada de caixa (IUDÍCIBUS, 1998).

2.2.2 Passivos Ambientais

O passivo é toda agressão que se praticou ou se pratica contra o meio ambiente e consiste no valor de investimentos necessários para reabilitá-lo, além das multas e indenizações em potencial (IBRACON, 1996).

O autor ainda salienta que o passivo pode ser definido como o provável sacrifício de benefícios econômicos decorrentes de obrigações presentes de transferir ativos ou prestar serviços no futuro, como resultado de uma transação ou evento passado. O IASB (2000), através do IAS 37, se pronuncia da seguinte forma com relação a provisão dos passivos:

a) uma empresa tem obrigação presente como resultado de um evento passado;

b) é provável que uma saída de recursos sobre a forma de benefícios econômicos será exigida para liquidar a obrigação; e

c) uma estimativa comprovável pode ser feita sobre o montante da obrigação.

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2.2.3 Receitas Ambientais

De acordo com Iudícibus (1998), a receita é a expressão monetária, validada pelo mercado, do agregado de bens e serviços da entidade, em sentido amplo (em determinado período de tempo), e que provoca um acréscimo concomitante no ativo e no patrimônio líquido.

Tinoco e Kraemer (2004), estabelecem que as receitas ambientais representam os acréscimos econômicos da organização decorrentes de atividades que tenham como consequência a redução dos impactos ambientais, a exemplo da venda de produtos reciclados ou a redução de consumo de água, bem como o ganho de mercado que a empresa passa a auferir quando a opinião pública reconhece as suas atitudes de preservação do meio ambiente.

2.2.4 Despesas Ambientais e Custos Ambientais

Hendriksen e Van Breda (1999, p. 232) referem-se às despesas como “o uso ou consumo de bens e serviços para o processo de obtenção de receitas”. Despesas ambientais, segundo Tinoco e Kraemer (2004, p. 174), podem ser representadas como todo o compromisso financeiro presente ou no futuro decorrente da compra de insumos ou bens ambientais que demandam pagamentos presentes ou futuros.

Na visão de Ribeiro (2005) as despesas ambientais decorrentes de compras de insumos produtivos, ou que estejam diretamente relacionados à produção ou a venda dos produtos, são classificadas como custos ambientais. As demais despesas ambientais não relacionadas à obtenção de insumos produtivos e não relacionadas diretamente ao processo de produção ou venda de produtos, classificam-se como despesas operacionais ou não operacionais na Demonstração do Resultado do Exercício, sendo as não operacionais àquelas que não estejam relacionadas a atividade principal da entidade, a exemplo de multas, sanções ou compensações de impactos ambientais perante terceiros.

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2.3 ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL (ISE)

O conceito de desenvolvimento sustentável emergiu em abril de 1987, apresentado pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento (criada em 1983) na Assembleia Geral das Nações Unidas. O principal produto desta comissão foi o relatório Our common future (“Nosso futuro comum”) também conhecido como Relatório de Brundtland, onde desenvolvimento sustentável é definido como “o desenvolvimento que preenche as necessidades do presente, sem comprometer a habilidade das gerações futuras de preencherem suas próprias necessidades”. No documento ainda são detalhados os desafios e os esforços comuns, incluindo a administração de áreas comuns; paz, segurança, desenvolvimento e o meio ambiente, propostas de mudança institucional e legal (AMARAL, 2013).

No conceito de desenvolvimento sustentável cabem diversos significados, pois é tratado como sinônimo de sociedade racional, de industrias limpas, de crescimento econômico, ou seja, catalisa diversos temas que expressam os anseios e aspirações da sociedade contemporânea, podendo ser desdobrado nos diversos compartimentos sociais que compõem o mundo globalizado que abrange, a satisfação das necessidades do presente, o atendimento das necessidades dos pobres e a manutenção da capacidade das gerações futuras (AMARAL, 2013).

Neste sentido, o conceito mais amplo de desenvolvimento sustentável que norteia o ambiente empresarial é empregado como forma de ampliar a responsabilidade das empresas ao abster-se da integração de questões sociais, ambientais e econômicas, constituindo o tripé da sustentabilidade, conhecido como triple bottonline. Acentua-se também que a administração do capital econômico (liquidez) passa a considerar o capital natural (recursos renováveis e não renováveis) e social (capital humano – indivíduos parceiros e capital social – stakeholders), conforme figura 1 (YOUNG; TILLEY, 2006).

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Figura 1 - As Três Dimensões do Desenvolvimento Sustentável - DS

Fonte: Baseado em Kraemer (2003).

Aggarwal (2013) aponta que sustentabilidade é um tema que gera muitos debates no ambiente corporativo, pois um Investimento Socialmente Responsável (ISR) é considerado um atrativo para os investidores e pode influenciar o desempenho financeiro da empresa.

A partir da demanda de tais tipos de investimentos a BM&FBOVESPA lança em 01 de dezembro de 2005 o índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que é o quarto índice de ações voltado para a sustentabilidade no mundo. Os índices que antecedem são o Dow Jones Sustainability Indexes (DJSI), criado em Nova York no ano de 1999, FSE4Good, criado em Londres no ano de 2001, e o JSE, de Jonesburgo, lançado no ano de 2003 (MARCONDES; BACARJI, 2010).

O ISE da BM&FBOVESPA é constituído por uma carteira anual de empresas que, de acordo com suas ações de sustentabilidade desenvolvidas, preenchem um questionário composto por questões que abrangem aspectos ambientais, sociais e econômicos de forma conjunta. Esse questionário (desempenho quantitativo) é elaborado e avaliado pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV). A documentação compõe a avaliação qualitativa da empresa. Todo esse

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processo ocorre sob a supervisão do Conselho Deliberativo do ISE (CISE), formado por organizações governamentais, organizações não governamentais, associações relacionadas, entre outras. Em 2005 o ISE possuía 28 empresas em sua carteira, no ano de 2014 passou para 40 empresas cadastradas, visto que esse número foi sendo estabelecido com o passar dos anos, e a partir da procura das empresas (BMF&BOVESPA, 2017).

2.4 INDICADORES FINANCEIROS

Assaf Neto (2012) considera que a análise das demonstrações contábeis constitui-se num dos mais importantes estudos da administração financeira, pois visa avaliar o desempenho econômico-financeiro de uma empresa em determinado período passado, para diagnosticar, em consequência, sua posição atual e produzir resultados que sirvam de base para a previsão de tendência futuras.

O mesmo autor ainda discorre que apesar da existência de alguns critérios sofisticados, o uso de índices constitui-se a técnica mais comumente empregada nos estudos dessa natureza. Os dados básicos para a análise do desempenho econômico financeiro são extraídos dos diversos valores constantes nas demonstrações financeiras. A partir dessas informações, complementadas com os índices agregados de mercado, aplica-se os critérios de análise, a fim de obter-se conclusões sobre o desempenho retrospectivo, presente ou futuro da entidade. Esses indicadores básicos de análise, em geral estão classificados em cinco grupos: liquidez, atividade, endividamento, rentabilidade e análise de ações. Os referidos índices são utilizados de acordo com a necessidade do analista, pois cada um tem uma finalidade específica, e o seu conjunto torna‐se mais útil para visualizar o cenário geral da empresa.

Dentre os indicadores utilizados, os de rentabilidade se destacam na demonstração do uso dos ativos e análise dos lucros da empresa. Tais indicadores também são utilizados para entender o desempenho e o resultado (positivo/negativo) da empresa (GITMAN, 2004), uma vez que por meio dos dados é possível traçar novos direcionamentos e estratégias financeiras.

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Deste modo opta-se por utilizar, como forma de avaliação do desempenho organizacional, os indicadores financeiros ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) e a ROA (Retorno sobre Ativos), pois ambos medem a lucratividade da empresa frente aos investimentos realizados e são mais utilizados para tal mensuração (RAZA et al., 2012).

Segundo Peres e Famá (2003), os avanços da tecnologia da informação e a globalização estão acirrando a competição entre as empresas. Dessa forma, a avaliação de desempenho empresarial há muito tempo tem sido considerada como imprescindível para que as organizações se mantenham competitivas, pois com o aumento da concorrência as empresas obrigam-se a reduzir suas margens de lucro e a fundamentar suas decisões (WERNKE; LEMBECK, 2004). O quadro 2 relaciona as fórmulas dos indicadores mencionados.

Quadro 2- Indicadores de Rentabilidade

Indicadores de Rentabilidade Avaliar os resultados auferidos por uma determinada empresa em relação a determinados parâmetros

Retorno sobre o Ativo (ROA) Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE)

Fonte: Elaborado pela autora. Baseado em Iudícibus (2000).

O Retorno sobre o Ativo revela quanto a empresa obtém de lucro sobre o investimento total. O Retorno sobre o patrimônio líquido indica a rentabilidade auferida pelo capital próprio da empresa. Quanto maiores os índices, melhor (ASSAF NETO, 2015; MATARAZZO, 2003).

2.5 RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA (RSC)

O crescimento e as mudanças ocorridas no cenário econômico e social, o surgimento de novas técnicas de trabalho, a maior preocupação com o ambiente de produção e a forma de utilização dos recursos naturais, foram o ponto de partida para o despertar do que seria a Responsabilidade Social, de

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acordo com Silva, Silva e Falk (2013, p. 125), “este termo surgiu em um manifesto manuscrito por 120 industriais ingleses”.

A Responsabilidade Social Corporativa (RSC), resume-se na decisão da empresa participar de forma mais direta das ações comunitárias da região da qual faz parte e no esforço de diminuir os impactos de possíveis danos ambientais que venham a ocorrer devido ao tipo de atividade que desempenha (TENÓRIO, 2006).

Milani Filho (2008) contribui e acrescenta que as práticas de Responsabilidade Social mantêm relação com os conceitos de sustentabilidade e governança corporativa. Sustentabilidade no sentido de cuidar e preservar aquilo que servirá para as gerações futuras, nos âmbitos econômico, social e ambiental e governança corporativa no sentido da relação entre stakeholders. Desta forma, a RSC envolve ações que dizem respeito a toda sociedade em que a organização está inserida, as quais segundo o autor também se inserem no contexto estratégico, de rentabilidade e valor de mercado da organização.

De acordo com Alshammari (2015), as empresas que investem em RSC estão em posição mais vantajosa por apresentarem melhores resultados em RSC quando comparadas as outras empresas concorrentes, o que pode resultar, por exemplo, em menores barreiras para acesso ao crédito, além de possíveis taxas de juros menores. Isso ocorre pelo fato de que ações de RSC podem conquistar maior apoio de seus stakeholders (consumidores, fornecedores, governos, organizações não governamentais, investidores), portanto criar impacto positivo no negócio (NELLING; WEBB, 2009). Dessa forma, espera-se que empresas com práticas compatíveis com os preceitos de RSC consigam maiores investimentos no mercado, além de outros benefícios concedidos por meio da preferência dos atores externos por empresas socialmente justas (ALSHAMMARI, 2015).

Neelng e Webb (2009) abordam a relação entre RSC e rentabilidade como um círculo virtuoso, onde as ações socialmente corretas contribuem para um melhor desempenho financeiro, com maiores resultados financeiros, essas empresas possuem maior capacidade de investimento em ações de responsabilidade social corporativa. No modelo teórico desenvolvido por Mackey, Mackey e Barney (2007) há uma relação positiva entre investimento

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em atividades socialmente responsáveis e valor da empresa, visto que alguns investidores possuem interesses que vão além da maximização de seus valores investidos, preferindo por empresas que possuem ações de RSC, mesmo que seus resultados financeiros fiquem aquém das demais.

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3 METODOLOGIA DO ESTUDO

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

3.1.1 Quanto a natureza

A presente pesquisa objetivou gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. Segundo Gil (2008) o interesse na utilização, na aplicação e nas consequências práticas dos conhecimentos são as principais características da pesquisa aplicada. A sua apreensão está voltada para a aplicação imediata em uma realidade circunstancial, e não tanto para o desenvolvimento de uma teoria com valor universal. De maneira geral esse é o tipo de pesquisa em que mais se dedicam os pesquisadores sociais.

3.1.2 Quanto aos objetivos

A constatação da relação entre os investimentos socioambientais e o desempenho econômico-financeiro das empresas listadas no Índice de sustentabilidade empresarial (ISE), caracteriza esta pesquisa como descritiva, desenvolvida por meio de uma investigação bibliográfica e documental, com abordagem quantitativa no que se refere à análise dos dados.

Para Gil (2008), a pesquisa descritiva expõe as características da população a ser estudada, podendo estabelecer correlações entre variáveis, bem como definir a sua natureza. Além disso, Andrade (2002) destaca que este tipo de estudo visa observar, analisar e classificar os fatos de modo a interpretar os fenômenos investigados.

3.1.3 Quanto aos procedimentos

Levando em consideração o desenvolvimento, a pesquisa caracteriza-se como bibliográfica e documental, pois busca conhecer e analisar dados do passado sobre determinado assunto, tema ou problema (CERVO; SILVA;

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BERVIAN, 2007). Ponderando-se que os dados foram obtidos a partir de fontes secundárias, ou seja, nos sites das empresas que integram as listas do ISE e da Bolsa de Valores de São Paulo e através da plataforma Economática®.

3.1.4 Quanto a abordagem

Quanto a abordagem a pesquisa é de cunho quantitativo pois envolve coleta, classificação, sumarização, organização, análise e interpretação de dados, que posteriormente são trabalhados através da aplicação de métodos e técnicas da Estatística (MARTINS; THEÓPHILO, 2009). Este tipo de estudo permite alegações para o desenvolvimento de seus conhecimentos, raciocínio de causa e efeito, redução de variáveis específicas, hipóteses e questões, além do uso da mensuração, observação e testes das teorias (CRESWELL, 2007).

O primeiro diagnóstico converge da análise dos índices. Siche et al. (2007) define índice como um valor numérico que representa a correta interpretação da realidade de um sistema simples ou complexo (natural, econômico ou social), que utiliza em seu cálculo bases científicas e métodos adequados. O índice pode servir como um instrumento de tomada de decisão e previsão, e é considerado um nível superior da junção de um jogo de indicadores ou variáveis.

A segunda análise refere-se a estatística descritiva, com base na média, mediana, mínimo, máximo, desvio padrão (DP) e o coeficiente de variação (CV). Fávero et al. (2009) explica que a estatística descritiva é um método que permite ao pesquisador uma melhor compreensão dos dados por meio de tabelas, gráficos e medidas-resumo, identificando tendências, variabilidade e valores atípicos.

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA

O universo da pesquisa compreende as empresas listadas no site da BM&FBovespa e tem por objetivo analisar a relação de dependência entre os indicadores de rentabilidade das empresas listadas no Índice de sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa da carteira de período

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base 2015 e 2016, em comparação com as empresas listadas no Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado da Bolsa de Valores.

De acordo com Milani Filho (2008) todas as empresas componentes do Índice de Sustentabilidade Empresarial declaram que promovem ações relacionadas à Responsabilidade Social, assim, utiliza-se esse parâmetro como forma de classificar as empresas como socialmente responsáveis.

A opção pelo ISE se justifica por ser o quarto índice de ações desenvolvido, voltado para a sustentabilidade no mundo, bem como por avaliar e evidenciar o desempenho de empresas que se utilizam dos princípios de gestão sustentável (MARCONDES; BACARJI, 2010).

O processo de amostragem é não probabilístico, pois parte-se de um universo naturalmente restrito, já que as empresas foram escolhidas a partir das que constavam na listagem do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), lista Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado da BM&FBOVESPA. Isso traz algumas limitações de inferência, mas não invalida os resultados da pesquisa, visto que tem-se um universo representativo de empresas com boas práticas de responsabilidade social e representativo dos mercados.

Ao total analisou-se os dados de 209 empresas, que estão segregadas em listas de acordo com o grau de confiabilidade que representam. A quantificação de cada lista é demonstrada no quadro 3.

Quadro 3 - Distribuição da Amostra

Lista Nº de empresas ISE 2015 37 ISE 2016 34 Nível 1 16 Nível 2 16 Novo Mercado 106 TOTAL: 209

Fonte: Dados da pesquisa.

Foram descartadas da amostra as empresas listadas que não divulgaram algum dos indicadores utilizados na análise deste trabalho. O quadro 4, elenca as empresas que compõem estudo de acordo com a lista que integram.

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Quadro 4 - Empresas analisadas

ISE 2015 ISE 2016 NÍVEL 1 NÍVEL 2

AES Tiete E AES Tiete E Alpargatas Abc Brasil Aliansce M.Diasbranco

B2W Digital B2W Digital Banco Pan Alupar Alliar Magaz Luiza

Bradesco Bradesco Banrisul Celesc Anima Marfrig

Brasil Brasil Bradespar Energisa Arezzo Co Metal Leve

BRF SA BRF SA Cedro Forja Taurus BBSeguridade Metalfrio

CCR SA CCR SA Ceee-D Gol Biosev Mills

Cemig Cemig Ceee-Gt Indusval BmfBovespa Minerva

Cielo Cesp Eucatex Marcopolo BR Brokers MMX Miner

Coelce Cielo Ferbasa Multiplan BR Insurance Movida

Copel Copel Fras-Le Pine BR Malls Par MRV

CPFL Renovav CPFL Energia P.Acucar-Cbd Renova BR Pharma Multiplus

Duratex Duratex Parana Sanepar BR Propert Odontoprev

Ecorodovias Ecorodovias Randon Part Saraiva Livr Brasilagro OGX Petroleo

Eletrobras Eletrobras Suzano Papel Sul America Ccx Carvao Ourofino S/A

Eletropaulo Eletropaulo Tran Paulist Taesa Cia Hering Paranapanema

Embraer Embraer Usiminas Viavarejo Contax PDG Realt

Energias BR Energias BR Copasa Petrorio

Even Engie Brasil Cosan Pomifrutas

Fibria Even Cosan Log Porto Seguro

Fleury Fibria CPFL Energia Portobello

Gerdau Fleury Cr2 Positivo Tec

Gerdau Met Itausa Csu Cardsyst Profarma

Itausa ItauUnibanco Cvc Brasil Prumo

ItauUnibanco Klabin S/A Cyre Com-Ccp Qgep Part

JSL Light S/A Cyrela Realt Qualicorp

Klabin S/A Lojas Americ Direcional RaiaDrogasil

Light S/A Lojas Renner Eneva Rodobensimob

Lojas Americ Natura Engie Brasil Rossi Resid

Lojas Renner Oi Equatorial Rumo S.A.

Natura Santander BR Estacio Part Santos Brp

Sabesp Sul America Eternit Sao Carlos

Santander BR Telef Brasil Eztec Sao Martinho

Sul America Tim Part S/A Fer Heringer Ser Educa

Telef Brasil Weg Gafisa Sierrabrasil

Tim Part S/A Generalshopp SLC Agricola

Vale Grendene Smiles

Weg Helbor Somos Educa

Hypermarcas Springs

Ideiasnet Tarpon Inv

Iguatemi Technos

Imc S/A Tecnisa

Inds Romi Tegma

Iochp-Maxion Terra Santa

JBS Time For Fun

JHSF Part Totvs

Kroton Trisul

Le Lis Blanc Triunfo Part

Linx Tupy

Localiza Ultrapar

Log-In Unicasa

Lojas Marisa Valid

Lopes Brasil Viver

Lupatech Wiz S.A

NOVO MERCADO

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As empresas elencadas no quadro 4 foram selecionadas de acordo com a divulgação do site da BM&FBovespa, formando assim, as empresas objeto desse estudo.

3.3 COLETA DE DADOS

Para cumprir o objetivo de analisar a relação entre a rentabilidade nas empresas integrantes do ISE em comparação com as empresas da Bolsa de Valores, utilizou-se a abordagem descritiva e quantitativa em que foi testada a hipótese construída com base na teoria, de que as empresas listadas no ISE possuem melhores resultados de ROA e ROE em relação as empresas que não estão listadas.

Para testar, foram segregados, inicialmente, dois grupos: as empresas socialmente responsáveis e as representativas de mercado. Para o caso das Empresas Socialmente Responsáveis, partiu-se da listagem daquelas que fazem parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) publicado pela Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) na carteira de 2017, cujo período base compreende o ano de 2016 e na carteira de 2016, cujo o ano base é 2015. Para o caso das representativas de mercado optou-se por analisar as empresas classificadas pela BM&FBovespa nas listas Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado, de acordo com o grau de confiabilidade que estas representam perante a sociedade de capitais.

Foram descartadas as empresas listadas que não divulgaram algum dos indicadores utilizados na análise deste trabalho, deste modo, a mostra abrange um rol de 209 empresas sendo que destas 37 compõem a lista do ISE 2015; 34 a lista do ISE 2016; 16 a lista Nível 1; 16 a lista Nível 2 e 106 a lista Novo Mercado

As variáveis de controle foram obtidas através da plataforma Economática®. Foram coletados os valores de patrimônio líquido, total do ativo, lucro ou prejuízo líquido e receita dos anos de 2015 e 2016 de todas as empresas.

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4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Após a seleção dos dados de cada empresa da amostra, utilizou-se da apropriação dos valores de patrimônio líquido, total do ativo, lucro ou prejuízo líquido e receita, extraídos do Economática®. As informações exportadas para o Excel e tabuladas, o que possibilitou na sequência, proferir o cálculo dos indicadores de ROA e ROE dos anos de 2015 e 2016 de todos os casos. A tabela 1 apresenta os indicadores das empresas que compõem a lista ISE 2015.

Tabela 1 - Indicadores de Rentabilidade - Lista ISE 2015

ISE 2015 ROA ROE

Empresa 2015 2016 2015 2016 AES Tiete E 0,0849 0,0875 0,1950 0,2272 B2W Digital -0,0421 -0,0474 -0,1546 -0,1579 Bradesco 0,0169 0,0128 0,1933 0,1502 Brasil 0,0103 0,0057 0,1836 0,0921 BRF SA 0,0770 -0,0087 0,2302 -0,0315 CCR SA 0,0403 0,0698 0,2312 0,4390 Cemig 0,0604 0,0080 0,1901 0,0259 Cielo 0,1171 0,1311 0,5385 0,4333 Coelce 0,0788 0,0798 0,1811 0,1699 Copel 0,0412 0,0315 0,0837 0,0645 CPFL Renovav -0,0046 -0,0122 -0,0130 -0,0351 Duratex 0,0204 0,0025 0,0405 0,0052 Ecorodovias 0,0139 -0,1461 0,0689 -1,9294 Eletrobras -0,0965 0,0201 -0,3431 0,0775 Eletropaulo 0,0076 0,0015 0,0356 0,0078 Embraer 0,0053 0,0154 0,0165 0,0467 Energias BR 0,0688 0,0346 0,2178 0,0886 Even 0,0197 0,0004 0,0469 0,0009 Fibria 0,0116 0,0480 0,0268 0,1203 Fleury 0,0335 0,0761 0,0648 0,1490 Gerdau -0,0649 -0,0529 -0,1436 -0,1203 Gerdau Met -0,0332 -0,0252 -0,1936 -0,1605 Itausa 0,1617 0,1391 0,1977 0,1720 ItauUnibanco 0,0172 0,0152 0,2194 0,1872 Continua em...

(41)

... continuação. JSL 0,0053 -0,0207 0,0459 -0,3008 Klabin S/A -0,0477 0,0847 -0,2341 0,3496 Light S/A 0,0025 -0,0218 0,0103 -0,0933 Lojas Americ 0,0122 0,0102 0,1436 0,1063 Lojas Renner 0,0987 0,0965 0,2505 0,2371 Natura 0,0547 0,0352 0,4994 0,2978 Sabesp 0,0159 0,0802 0,0391 0,1911 Santander BR 0,0103 0,0079 0,1277 0,0958 Sul America 0,0366 0,0319 0,1664 0,1383 Telef Brasil 0,0336 0,0400 0,0499 0,0590

Tim Part S/A 0,0585 0,0217 0,1223 0,0437

Vale -0,1279 0,0413 -0,3371 0,1046

Weg 0,0811 0,0827 0,1917 0,1874

Fonte: Elaborado pela autora.

Em relação aos indicadores da tabela 1 destacam-se as empresas Eletrobras, Klabin S.A e Vale por apresentarem resultados oscilantes, pois não obtiveram retorno sobre o ativo (ROA) e retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) em 2015, mas apresentaram melhoras, obtendo resultados positivos no ano de 2016.

Por sua vez, as empresas Ecorodovias, JSL e Light S.A apresentaram em ambos os anos retorno sobre ativo (ROA), contudo não obtiveram retorno sobre o patrimônio líquido (ROE). Com exceção das empresas B2W Digital, CPFL Renovav, Gerdau e Gerdau Met que culminaram em prejuízos nos dois anos da análise, todas as demais denotaram em resultados de ROA e ROE positivos em 2015 e 2016, o que se sugere como um bom desempenho apresentado conforme tabela 1.

Tabela 2 - Indicadores de Rentabilidade - Lista ISE 2016

ISE 2016 ROA ROE

Empresa 2015 2016 2015 2016 AES Tiete E 0,0849 0,0875 0,1950 0,2272 B2W Digital -0,0421 -0,0474 -0,1546 -0,1579 Bradesco 0,0169 0,0128 0,1933 0,1502 Brasil 0,0103 0,0057 0,1836 0,0921 Continua em...

Referências

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