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Agenda ambiental na administração pública A3P: uma investigação acerca das práticas socioambientais no Campus de Palmeira das Missões da Universidade Federal de Santa Maria

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Academic year: 2021

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(1)1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS. Jñana Gadea de Mello. AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (A3P): UMA INVESTIGAÇÃO ACERCA DAS PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS NO CAMPUS DE PALMEIRA DAS MISSÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. Santa Maria, RS 2018.

(2) 2.

(3) 1. Jñana Gadea de Mello. AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A3P: UMA INVESTIGAÇÃO ACERCA DAS PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS NO CAMPUS DE PALMEIRA DAS MISSÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. Dissertação apresentada ao Curso de PósGraduação Profissional em Gestão de Organizações Públicas, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Gestão de Organizações Públicas.. Orientador: Prof. Dr. Luis Carlos Zucatto. Santa Maria, RS 2018.

(4) 2.

(5) 3. Jñana Gadea de Mello (Vou levar assinada. Não é necessário imprimir. Consta aqui apenas para contagem das páginas). AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A3P: UMA INVESTIGAÇÃO ACERCA DAS PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS NO CAMPUS DE PALMEIRA DAS MISSÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. Dissertação apresentada ao Curso de PósGraduação Profissional em Gestão de Organizações Públicas, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Gestão de Organizações Públicas.. Aprovado em 08 de junho de 2018:. _____________________________________________ Luis Carlos Zucatto, Dr. (UFSM) (Presidente/Orientador). _____________________________________________ Marcelo Trevisan, Dr. (UFSM). _____________________________________________ Luis Felipe Machado do Nascimento, Dr. (UFRGS) Santa Maria, RS 2018.

(6) 4. Não imprimir. verso da folha de rosto (consta aqui apenas para contagem das páginas).

(7) 5. Agradecimentos. À minha família, pais e irmãos, pela minha formação e caráter, por me fazerem ser como sou hoje, em modo de pensar e agir. Ao meu esposo, Paulo Ricardo, pelo suporte e incentivo que me deu durante este período, e por estar ao meu lado em todos os momentos. À Universidade Federal de Santa Maria, pela oportunidade de realizar este trabalho e me qualificar como servidora pública. Aos professores que contribuíram para minha aprendizagem, especialmente ao meu orientador, Luis Carlos Zucatto, por todos os ensinamentos repassados, e aos professores Marcelo Trevisan e Luis Felipe Machado do Nascimento, que contribuíram com seus conhecimentos para esta pesquisa. Aos membros da Comissão de Logística Sustentável, que responderam a entrevista, e aos oitenta e quatro servidores, alunos e funcionários do Campus de Palmeira das Missões que responderam ao questionário, colaborando com a pesquisa. À Comissão de Gestão Ambiental do Campus de Palmeira das Missões, por aceitar comigo o desafio de contribuir para o desenvolvimento sustentável. A todos os amigos e colegas que me incentivaram e apoiaram nesta jornada. Às vezes, pequenas ações ou palavras tem uma força incrível. Espero que todos, de alguma maneira, se sintam retribuídos com o resultado e as consequências desta pesquisa. Muito obrigada!.

(8) 6. Epígrafe. Você não passa um único dia sem causar impacto no mundo. O que você faz, faz a diferença. (Jane Goodall).

(9) 7. RESUMO. AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (A3P): UMA INVESTIGAÇÃO ACERCA DAS PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS NO CAMPUS DE PALMEIRA DAS MISSÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. AUTORA: Jñana Gadea de Mello ORIENTADOR: Luis Carlos Zucatto. O acelerado crescimento da população mundial, acompanhado do incremento no consumo dos recursos naturais, e consequente aumento da quantidade de resíduos gerados pela ação antrópica, são temas de discussão em nível mundial. O Desenvolvimento Sustentável surge, então, como uma alternativa ao modelo de desenvolvimento atual, conciliando as dimensões ambiental, social e econômica para garantir o desenvolvimento destas e das futuras gerações. Portanto, é salutar a adoção de práticas socioambientais pelas organizações, e o setor público tem papel fundamental neste contexto. Neste sentido, esta pesquisa objetivou propor um ações para a implantação da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) no Campus de Palmeira das Missões da Universidade Federal de Santa Maria. Os dados foram coletados por meio de pesquisa documental e bibliográfica, questionários online, entrevistas, bem como foi realizado o diagnóstico socioambiental do Campus junto a Comissão de Gestão Ambiental segundo a metodologia proposta pela A3P. Em seguida, os dados foram analisados por meio de testes estatísticos e análise de conglomerados, análise de conteúdo, e posterior triangulação. Verificou-se que, de forma geral, o Campus de Palmeira das Missões carece de ações ambientais, necessitando de sensibilização e capacitação para a comunidade acadêmica no que diz respeito ao uso consciente dos recursos naturais, e a destinação correta dos resíduos. Ações para promoção à saúde e integração dos servidores se mostram necessárias, embora o ambiente de trabalho seja, de forma geral, considerado agradável. No que diz respeito a compras sustentáveis, se faz necessário ampliar e reforçar as iniciativas que já se percebem. Os critérios sustentáveis nas construções deixam a desejar, de forma que adaptações poder ser realizadas neste sentido. Ao final, apresentam-se sugestões para o Plano de Gestão Socioambiental do Campus de Palmeira das Missões, de forma a sanar a carência de informações sobre as ações socioambientais adotadas, que são consideradas importantes por considerável percentual da comunidade acadêmica, bem como contemplam o desafio de Gestão Ambiental proposto no Plano de Desenvolvimento da Instituição para os anos 20162016. A pesquisa pode ser aplicada nos demais campi da UFSM e em outras instituições, com o mesmo objetivo, bem como se sugere a reaplicação do questionário e novo diagnóstico a médio prazo no Campus, para verificar a eficiência das ações propostas. Palavras-chave: Agenda Ambiental na Administração Pública. Instituição de Ensino Superior. Gestão Socioambiental..

(10) 8. ABSTRACT. ENVIRONMENTAL AGENDA IN THE PUBLIC ADMINISTRATION (A3P): A RESEARCH ON SOCIO-ENVIRONMENTAL PRACTICES IN THE PALMEIRA DAS MISSÕES CAMPUS OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF SANTA MARIA. AUTHOR: Jñana Gadea de Mello ORIENTER: Luis Carlos Zucatto. The accelerated growth of the world population, accompanied by the increase in the consumption of natural resources, and consequent increase of the amount of waste generated by the anthropic action, are subjects of discussion around the world. Sustainable Development thus emerges as an alternative to the current development model, reconciling the environmental, social and economic dimensions to ensure the development of these and future generations. Therefore, the adoption of socio-environmental practices by the organizations is salutary, and the public sector must play a fundamental role in this regard. In this sense, this research aimed to propose actions to the implantation of the Environmental Agenda in Public Administration (A3P) in the Palmeira das Missões Campus of the Federal University of Santa Maria. The data were collected through documental and bibliographic research, online questionnaires, interviews, as well as the socio-environmental diagnosis of the Campus, carried out with the Environmental Management Commission according to the methodology proposed by the A3P. Then, the data were analyzed by means of statistical tests and analysis of conglomerates, content analysis, and subsequent triangulation. It was verified that, in general, the Palmeira das Missões Campus lacks environmental actions, requiring awareness and training for the academic community regarding the conscious use of natural resources, and the correct destination of waste. Actions for health promotion and integration of the servers are necessary, although the work environment is generally considered pleasant. With regard to sustainable purchases, it is necessary to expand and reinforce initiatives that are already perceived. Sustainable building criteria need to be improved, so that adaptations can be made in this direction. Finally, suggestions are presented for the Socio-Environmental Management Plan of the Palmeira das Missões Campus, in order to remedy the lack of information about the socio-environmental actions adopted, which are considered important by a considerable percentage of the academic community, as well as contemplate the challenge proposed in the Institution Development Plan for the years 2016-2016. The research can be applied in others UFSM’s campus and in other institutions, with the same objective, as well as it is suggested the reapplication of the questionnaire and a new diagnosis of the Campus after a few years, to verify the efficiency of the proposed actions. Keywords: Environmental Agenda in Public Administration. Institution of Higher Education. Socio-environmental Management..

(11) 9. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Trajetória da EA e da EDS ...................................................................................... 32 Figura 2 - Eixos temáticos da A3P e Temas mínimos do PLS ................................................. 39 Figura 3 - Inter-relações entre os eixos da A3P........................................................................ 44 Figura 4 - Articulação das abordagens teóricas da pesquisa .................................................... 45 Figura 5 - Passos para o desenvolvimento da pesquisa ............................................................ 56.

(12) 10. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Termo de adesão à A3P: distribuição por esfera de governo ................................ 37 Gráfico 2 - Adesão à Rede A3P: distribuição por esferas de governo ..................................... 38.

(13) 11. LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Principais conceitos apresentados com relação à Desenvolvimento Sustentável .. 30 Quadro 2 - Síntese dos conceitos apresentados sobre Gestão Ambiental ................................ 35 Quadro 3 - Estrutura do questionário ....................................................................................... 50 Quadro 4 - Relações entre a A3P e os PLS da UFSM.............................................................. 70 Quadro 5 - Eixo 1: ações isoladas e não institucionais............................................................. 81 Quadro 6 - Eixo 1: divulgação, sensibilização e capacitação ................................................... 82 Quadro 7 - Eixo 2: desconhecimento sobre a destinação dos resíduos .................................... 85 Quadro 8 - Eixo 2: divulgação, sensibilização e capacitação ................................................... 88 Quadro 9 - Eixo 3: demanda por ações para qualidade de vida dos servidores ....................... 92 Quadro 10 - Eixo 4: ações isoladas de sensibilização e capacitação ........................................ 96 Quadro 11 - Eixo 5: baixa qualidade de produtos oriundos de licitação .................................. 98 Quadro 12 - Eixo 6: infraestrutura sustentável ....................................................................... 103 Quadro 13 - Sugestões de ações de conscientização e campanhas educativas ....................... 112 Quadro 14 - Direcionamento das ações para o Plano de Gestão Socioambiental do Campus PM .......................................................................................................................................... 147.

(14) 12. LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Identificação dos respondentes dos questionários .................................................. 52 Tabela 2 - Percentual de respondentes por categoria ............................................................... 71 Tabela 3 - Percentual de respondentes docentes por Departamento ........................................ 72 Tabela 4 - Percentual de respondentes acadêmicos por curso ................................................. 72 Tabela 5 - Perfil dos respondentes: tempo de vínculo, sexo, faixa etária e renda ................... 73 Tabela 6 - Conhecimento sobre o PLS e a A3P ....................................................................... 74 Tabela 7 - Alegação de conhecimento sobre o PLS, por categoria.......................................... 74 Tabela 8 - Alegação de conhecimento sobre a A3P, por categoria.......................................... 75 Tabela 9 - PLS e A3P na UFSM .............................................................................................. 76 Tabela 10 - Eixo 1: ações realizadas no sentido de promover o uso consciente de recursos naturais e bens públicos ........................................................................................................... 78 Tabela 11 - Eixo 2: ações relacionadas ao gerenciamento de resíduos ................................... 83 Tabela 12 - Eixo 3: qualidade de vida no ambiente de trabalho .............................................. 89 Tabela 13 - Eixo 4: sensibilização e capacitação dos servidores ............................................. 94 Tabela 14 - Eixo 5: itens adquiridos com características sustentáveis .................................... 97 Tabela 15 - Eixo 6: construções sustentáveis......................................................................... 100 Tabela 16 - Teste ANOVA: questão 37 X perfil dos respondentes ....................................... 104 Tabela 17 - Importância das ações socioambientais, visão por categoria .............................. 104 Tabela 18 - Importância das ações socioambientais, visão dos acadêmicos ......................... 105 Tabela 19 - Importância das ações socioambientais, visão conforme a renda ....................... 106 Tabela 20 - Testes de adequação das fatoriais a amostra ....................................................... 113 Tabela 21 - Matriz componente rotativa ................................................................................ 114 Tabela 22 - Questão 20: suficiência das ações de sensibilização socioambiental ................. 115 Tabela 23 - Questões do Componente 2 ................................................................................ 115 Tabela 24 - Questões do Componente 3 ................................................................................ 116 Tabela 25 - Casos estratificados em seus respectivos aglomerados ...................................... 117 Tabela 26 - Médias das variáveis por Cluster ........................................................................ 117 Tabela 27 - Consumo de recursos da Unidade (2016 a out. 2017) ........................................ 122 Tabela 28 - Aquisições do Campus PM (2016 a out. 2017) .................................................. 131.

(15) 13. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 15 1.1 PROBLEMÁTICA ............................................................................................................. 18 1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 21 1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 21 1.4 ESTRUTURA DA PESQUISA .......................................................................................... 24 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 26 2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ....................................................................... 26 2.1.1 O Desenvolvimento Sustentável e a Educação Ambiental ......................................... 30 2.2 GESTÃO AMBIENTAL .................................................................................................... 33 2.3 AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (A3P) ............................ 36 2.3.1 Os eixos da A3P e a relação com o Plano de Logística Sustentável .......................... 39 3 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISA .................................................. 47 4 MÉTODO DA PESQUISA ................................................................................................. 49 4.1 DA COLETA DOS DADOS .............................................................................................. 49 4.2 DA ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................ 54 5 RESULTADOS .................................................................................................................... 57 5.1 O PLS NA UFSM ............................................................................................................... 57 5.1.1 A convergência entre o PLS da UFSM e a proposta da A3P ..................................... 67 5.2 A PERSPECTIVA DA COMUNIDADE ACADÊMICA DO CAMPUS PM .................. 71 5.2.1 Análise dos questionários aplicados à comunidade acadêmica ................................. 71 5.2.1.1 Fatores e Componentes que explicam o questionário ................................................ 113 5.3 DIANGÓSTICO SOCIOAMBIENTAL DO CAMPUS PM ........................................... 118 5.4 SUGESTÕES DE AÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE GESTÃO SOCIOAMBIENTAL DO CAMPUS PM.............................................................................. 134 6. CONCLUSÕES................................................................................................................. 151 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 153 APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS: QUESTIONÁRIO PARA A COMUNIDADE ACADÊMICA DO CAMPUS DE PALMEIRA DAS MISSÕES ... 161 APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS: ROTEIRO DE ENTREVISTA COM MEMBROS DA COMISSÃO GESTORA DO PLANO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL DA UFSM ........................................................................ 168 APÊNDICE C – PORTARIA DA COMISSÃO DE GESTÃO AMBIENTAL DO CAMPUS DE PALMEIRA DAS MISSÕES ...................................................................... 171.

(16) 14.

(17) 15. INTRODUÇÃO O acelerado crescimento da população mundial vem acompanhado de significativo incremento no consumo dos recursos naturais e bens deles derivados e, consequentemente, do aumento da quantidade de resíduos, muitos sem a adequada destinação final. Em contrapartida, o uso consciente dos recursos naturais é, comumente, trabalhado com base na economia de água e energia elétrica e diminuição ou reciclagem de resíduos sólidos nas atividades domésticas e organizacionais. Entretanto, ao analisar a dimensão do impacto das ações antrópicas no meio ambiente, fica evidente que as ações devem ser repensadas e propostas em maiores escalas. A importância da conscientização acerca das questões ambientais não é um tema novo, e é cada vez mais recorrente o uso de termos relacionados à preservação do meio ambiente, educação ambiental ou similares no cotidiano, seja em campanhas de escolas, empresas, instituições públicas ou organizações não-governamentais. É crescente, também, a preocupação das organizações e da sociedade com as alterações climáticas e desastres ambientais, que ocorrem com maior frequência e intensidade, em decorrência das ações antrópicas. Nessa lógica, Nascimento (2012, p. 15) assume a década de 60 como “o período em que se inicia um aumento significativo da consciência ambiental”, considerando a publicação do livro A Primavera Silenciosa como um marco na história da gestão ambiental, visto que se “refere à compreensão das interconexões entre o meio ambiente, a economia e as questões relativas ao bem-estar social”. O autor destaca, ainda, a publicação do relatório “Limites ao Crescimento”, em 1972 pelo Clube de Roma, documento que alertava quanto aos riscos do crescimento econômico sem os cuidados necessários em relação às consequências ao meio ambiente. Esta obra se constituiu em um marco importante para despertar a consciência ecológica, incentivando os debates em nível mundial. Luiz et al. (2013) afirmam que foi no ano de 1972, em Estocolmo, onde pela primeira vez entidades governamentais de todo o mundo se reuniram para realizar a Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Meio Ambiente. A partir de então, houve a criação de órgãos e legislações em diversos níveis de governo, e aos poucos o meio empresarial também passou a se preocupar com as implicações das ações antrópicas no meio ambiente, ou seja, as alterações realizadas pelo homem no planeta. Seiffert (2011, p. 268) coloca que a “necessidade de conciliar o crescimento e preservação ambiental, duas questões antes tratadas separadamente, levou à criação e ao.

(18) 16. amadurecimento do conceito de desenvolvimento sustentável”. Este conceito propõe um desenvolvimento que atenda às necessidades atuais da sociedade sem comprometer a possibilidade de atender às necessidades das futuras gerações, e foi disseminado mundialmente, segundo Nascimento (2012), em 1987, por meio do relatório “Nosso Futuro Comum”, publicado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Porém, segundo Luiz et al. (2013), foi somente em 1992, no Rio de Janeiro, com a aprovação da Agenda 21, que a primeira proposta de desenvolvimento sustentável se consolidou, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio92 ou Eco92). A Agenda 21, segundo a Câmara dos Deputados (1995) é um instrumento que identifica os “problemas prioritários, os recursos e meios para enfrentá-los e as metas para as próximas décadas”, visando concentrar esforços em áreas-chave para o desenvolvimento sustentável, e abrange desde a erradicação da pobreza, os direitos humanos, até a consolidação da paz entre os povos. A Agenda 21 Brasileira foi elaborada entre 1996 e 2002, e a partir do ano de 2003 passou a fazer parte do Plano Plurianual (PPA). Com base nas recomendações da Agenda 21 e da Rio92, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) propôs o programa denominado Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) (MMA, 2009), no ano de 1999, bem como foram formuladas legislações relacionadas aos princípios e diretrizes da A3P, entre as quais a Instrução Normativa Nº 10/2012 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que estabelece as regras para elaboração dos Planos de Gestão de Logística Sustentável pelos órgãos federais. Essas, são iniciativas a serem adotadas pelo poder público, no sentido de incentivar a conscientização ambiental nestas esferas, e servindo, assim, de exemplo para a sociedade. A A3P tem como principal objetivo “estimular a reflexão e a mudança de atitude dos servidores para que os mesmos incorporem os critérios de gestão socioambiental em suas atividades rotineiras” (MMA, 2009). Para implantação da A3P, deve-se observar seus eixos, que abordam o uso racional dos recursos naturais e bens públicos, o gerenciamento de resíduos sólidos, a qualidade de vida no ambiente de trabalho, a sensibilização e capacitação dos servidores, as contratações públicas sustentáveis e construções sustentáveis. Apesar de não ser uma ação obrigatória, existem premiações para as instituições com ações mais relevantes, permitindo uma competição saudável e com resultados que beneficiam a todos. Os Planos de Gestão de Logística Sustentável (PLS) são caracterizados pelo MMA [2012?] como “ferramentas de planejamento que permitem aos órgãos ou entidades estabelecer práticas de sustentabilidade e racionalização de gastos e processos na Administração Pública”. Embora a A3P seja uma proposta mais antiga que o PLS, mais ampla.

(19) 17. e que o engloba, a elaboração deste segundo é obrigatória pelos órgãos federais desde o ano de 2012, e ambos podem se complementar, visto que o PLS pode ser usado em substituição ao Plano de Gestão Socioambiental da A3P, que é o documento no qual ficam estabelecidos os objetivos, projetos, atividades ou ações a serem implementadas, conforme orienta o MMA (2014). Kruger et al., (2011, p. 45) defendem que: “ao tratar da construção de sociedades sustentáveis, o agente governamental assume importante papel, seja na elaboração, na execução ou na difusão de ações que permitam o efetivo desenvolvimento sustentável”. É evidente a importância de a administração pública incorporar, em suas atividades diárias, iniciativas socioambientais e processos que garantam a sustentabilidade das organizações, cumprindo seu papel, pois consume significativa quantidade de bens e serviços, e poderá servir de exemplo para as organizações privadas e para a sociedade em geral. No que tange a práticas de gestão ambientalmente corretas em Instituições de Ensino Superior (IES), agendas dessa natureza podem ter ainda mais impacto, visto que são locais onde se qualificam e capacitam membros da sociedade, que uma vez formados retornarão a suas comunidades e integrarão organizações, onde terão a responsabilidade de, em muitos casos, tomar decisões no ambiente organizacional. Porém, ressalta-se que hoje apenas cerca de dezenove IES federais possuem Termo de Adesão à A3P (MMA, 2018b). A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) é uma das universidades federais que se expandiu nos últimos anos devido aos programas de expansão do Ensino Superior, do Governo Federal, e possui cinco campi. Atualmente, está entre as IES que ainda não aderiram à A3P, assim como as demais IES do estado do Rio Grande do Sul. Entretanto, a UFSM já possui o Plano de Logística Sustentável, o que se constitui em uma oportunidade de a Instituição implantar iniciativas de cunho social e ambiental mais abrangentes, aderindo à A3P e ampliando suas ações, principalmente no que tange à sensibilização interna e divulgação das ações. A A3P vem sendo foco de artigos, trabalhos de conclusão de curso e dissertações, sendo que significativa parte dos estudos recentes objetivam verificar se as ações realizadas em determinada instituição condizem com a proposta da A3P, através de um questionário que determina o índice de adesão (FREITAS, BORGERT, PFITSCHER, 2011; KRUGER, et al., 2011; LUIS, et al., 2013; VIEGAS et al., 2015; BRASIL, et al., 2017; NETO, 2017). Alguns autores realizam o diagnóstico socioambiental para a proposta de ações (PEREIRA, 2016; BRASIL, et al., 2017; CAMARGO, 2018); e se identificou um estudo em que se verifica as ações realizadas em instituição que já aderiu a A3P formalmente (SANTOS, 2017)..

(20) 18. Reforça-se que as instituições públicas federais não só devem destacar a relevância da adoção de práticas socioambientais, como também demonstrar na prática que são possíveis de serem implantadas. Neste sentido, esta pesquisa propõe a implantação de práticas socioambientais no Campus de Palmeira das Missões da Universidade Federal de Santa Maria, de acordo com a metodologia da A3P, sendo que para tal se fez necessária uma investigação acerca das práticas socioambientais realizadas, abordando dificuldades, percepções e o contexto da situação atual.. 1.1 PROBLEMÁTICA. Mudanças na cultura de uma sociedade, como por exemplo em relação aos hábitos de consumo, é algo que não se dá em curtos espaços de tempo, e há evidências de que o crescimento econômico vem acompanhado do aumento do consumo de recursos naturais, bem como do consumo de produtos industrializados, acarretando prejuízos ao meio ambiente. Segundo Alves (2016), com a globalização e o aperfeiçoamento da tecnologia após a Segunda Guerra Mundial, “o uso dos recursos naturais pelo homem ultrapassa a capacidade de assimilação dos impactos ambientais negativos” (p. 6), impactos estes que deram origem aos primeiros movimentos em favor do meio ambiente. O uso inadequado de recursos naturais pode esgotá-los, e a obsolescência dos produtos atuais, principalmente tecnológicos, contribui para este esgotamento, bem como para o acúmulo de resíduos, muitas vezes descartados inadequadamente. Santos et al. (2013) destacam o crescimento econômico brasileiro da década de 2000, caracterizado principalmente pela ascensão da chamada “nova classe média brasileira”, sendo que o aumento do emprego e a política de elevação real do salário mínimo ao longo do período proporcionaram um significativo impulso do consumo das famílias. Dado este cenário de crescimento, o Estado tem a oportunidade de impulsionar um novo padrão de desenvolvimento, adotando medidas que sirvam de exemplo não só aos integrantes da sociedade, mas também às demais organizações, alinhado à perspectiva do desenvolvimento sustentável. No entanto, Jabbour e Jabbour (2013) destacam algumas dificuldades encontradas ao se implantar a gestão ambientalmente adequada nas organizações, entre as quais citam a resistência à mudança por parte da alta administração e funcionários, falta de divulgação interna, visão negativa em decorrência de experiências anteriores com poucos resultados.

(21) 19. efetivos e falta de habilidade dos dirigentes em visualizar a relevância de todas as etapas necessárias. Existe também, segundo Seiffert (2011, p. 21), a ideia de que a adoção de medidas ambientalmente corretas gera novos custos, entretanto, “o que se observa é que a elevação do nível de desempenho ambiental organizacional não está relacionada, em longo prazo, com custos elevados”. Pereira (2016) ressalta que a introdução de ações que necessitem de investimentos públicos demandam planejamento administrativo, orçamentário e financeiro. Contudo, ainda que os custos sejam compensatórios a longo prazo, os atuais cortes orçamentários por parte do Governo Federal impactam negativamente no planejamento das IES. No entanto, há ações que dependem exclusivamente da iniciativa e da mudança de hábitos, que, com acompanhamento, engajamento, dedicação e um cronograma, podem ser introduzidas de imediato. Vale destacar, neste sentido, a importância de os gestores apoiarem estas ações, proporcionando suporte institucional, espaços para o diálogo, e permitindo que o trabalho seja desenvolvido não como uma atividade secundária, mas prioritária. Seiffert (2011, p. 275) ressalta que “para que o indivíduo se torne disposto a conservar ou preservar a qualidade ambiental, ele não somente necessita querer, como também deve poder fazê-lo”. Por este motivo, no que tange ao setor público, é importante ressaltar que medidas socioambientais podem ser adotadas e executadas por todos, sejam medidas individuais e rotineiras, ou medidas em relação à política institucional. Nesta perspectiva, a implantação da A3P é um meio de as organizações públicas adotarem essas medidas e demonstrarem viabilidade de implantação, bem como demonstrar que cada ação individual é importante e amplifica os resultados como um todo. As Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), por serem ambientes multidisciplinares e destinados ao ensino, se mostram locais propícios para uma efetiva educação ambiental, através de atividades práticas, projetos e divulgação de ações socioambientais que podem se aplicar aos mais diversos ambientes. Pereira (2016, p. 17) coloca que “a implantação de práticas sustentáveis em uma instituição de ensino é um desafio, pois, envolve adultos com suas formações e opiniões, e alunos que serão formadores de opinião no futuro”. Além da implantação, a unificação das ações, com uma visão coletiva e multidisciplinar, também é um desafio, pois como colocam Esteves e Falcoski (2012, p. 15), “dentro das universidades, as ações sustentáveis são na maioria dos casos práticas isoladas, entretanto é imprescindível que essas ações sejam sistêmicas e abrangentes a todo o âmbito universitário”..

(22) 20. Na UFSM, o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2016-2026 traz informações sobre o contexto da Gestão Ambiental na Instituição. Embora a UFSM possua uma Comissão de Planejamento Ambiental, de caráter consultivo e deliberativo; e um Setor de Planejamento Ambiental, vinculado à Pró-Reitoria de Infraestrutura (PROINFRA), estes órgãos, conforme consta no PDI 2016-2026, “encontram dificuldades e limitações para atender a todas as demandas dos campi universitários” (p. 73). O PDI 2016-2026 da UFSM destaca que ações relacionadas aos resíduos sólidos vêm sendo realizadas desde os anos 1990, porém, foram “iniciativas pontuais e isoladas, que não se perpetuaram e que encontraram dificuldades para sua consolidação”, sendo que um dos principais entraves era a “falta de uma estrutura administrativa que propiciasse o desenvolvimento de políticas na área ambiental” (p. 74). Ações individuais também são percebidas no que diz respeito à paisagem vegetal do campus sede, que é caracterizada no PDI 2016-2026 como “um mosaico de propostas vegetacionais individuais” (p. 78). A UFSM possui o programa UMA – Universidade Meio Ambiente –, que tem como um dos objetivos a consolidação do Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS). Este, por sua vez, possui objetivos e ações que buscam nortear a Instituição no que tange a práticas sustentáveis. Porém, conforme se destaca no PDI 2016-2026, “para que os objetivos propostos para a gestão ambiental sejam alcançados é necessário que a UFSM possua uma unidade administrativa com porte, respaldo e orçamento condizentes com o volume de ações e iniciativas a serem desenvolvidas” (p. 82). Além disso, é necessário um “programa contínuo de educação ambiental” (p. 81), para que as ações ocorram de forma institucional e pontual, e não como ações individuais e isoladas. O PLS traz temas mínimos a serem abordados, os quais condizem com o exigido pela A3P. Esta, entretanto, traz um eixo com maior foco em relação ao PLS, que é a “Sensibilização e Capacitação dos Servidores”. Além disso, a A3P propõe um sistema de selos que são concedidos às instituições que aderem à Agenda, fazem relatórios anualmente, e são premiadas no Prêmio Melhores Práticas da A3P. Desta forma, a A3P, além de exigir a realização de programas de capacitação e sensibilização como forma de institucionalizar e qualificar as ações, também traz, junto ao compromisso da adesão, a possibilidade de divulgação, e consequente visibilidade, da Instituição como adepta e praticante de ações socioambientais. Para demonstrar à comunidade acadêmica a importância e viabilidade da implantação de práticas socioambientais em uma IES pública, apresenta-se a situação-problema: que ações específicas poderiam ser adotadas.

(23) 21. pelo Campus de Palmeira das Missões (Campus PM) da UFSM de forma torna-lo mais sustentável?. 1.2 OBJETIVOS. O objetivo geral desta pesquisa é propor ações para a implantação A3P no Campus PM da UFSM. Para que o objetivo geral seja alcançado, considera-se necessário adotar como objetivos específicos: a) identificar as propostas do PLS da UFSM que são consoantes com os eixos da A3P, e quais as principais dificuldades de implementação e execução do mesmo; b) fazer um levantamento do conhecimento da comunidade acadêmica sobre as ações realizadas no Campus PM, relacionadas aos eixos da A3P; c) realizar um diagnóstico socioambiental do Campus PM, conforme o que propõe o MMA (2017a), junto à Comissão de Gestão Ambiental do Campus; d) propor ações para a elaboração de um Plano de Gestão Socioambiental para o Campus PM.. 1.3 JUSTIFICATIVA. É salientada, constantemente, na mídia, a importância de a sociedade mudar padrões de consumo e criar hábitos sustentáveis, de modo a preservar os recursos naturais e reduzir o consumo de bens e serviços, assegurando que as gerações presentes e futuras tenham suas necessidades atendidas. Além das atitudes individuais, é importante que as organizações adotem medidas socioambientais, principalmente porque a cultura organizacional influencia não só nos hábitos de seus funcionários e clientes, mas também as suas cadeias de suprimentos. Seiffert (2011, p. 270) cita que “o pressuposto cultural se constitui no ponto de alavancagem de maior impacto entre os demais pressupostos do desenvolvimento sustentável”. Segundo Pereira (2016, p. 20), “a importância de ações voltadas à educação ambiental em um ambiente escolar resulta na questão da formação do aluno”, deixando-o preparado para o mercado de trabalho, que buscará, além das competências da formação, proatividade e inovação, de modo que o colaborador saiba observar o ponto de vista ambiental, social e econômico no desenvolver de suas atividades..

(24) 22. Segundo Carvalho e Sousa (2013), o setor público é o maior consumidor de bens e serviços no mercado brasileiro, movimentando cerca de 10% a 15% do Produto Interno Bruto (PIB). Com relação à este ponto, cabe destacar a importância das “compras públicas sustentáveis” como um dos eixos da A3P a ser trabalhado. Alves (2016, p. 20) comenta que o ritmo da mudança dos mercados, no sentido de se tornarem verdes, dependerá do grau que as pressões exercem sobre ele, “e o governo tem a função de impulsionar o desenvolvimento social sem prejuízo ao meio ambiente”, bem como tem “poder de influência sobre as empresas e o mercado verde”. Este fato sugere que os padrões de consumo e práticas adotadas pelo governo podem influenciar nas cadeias de suprimentos, e no caso de IES, um dos meios é exigindo de seus fornecedores, por meio dos processos licitatórios, que estes também adotem práticas ambientalmente corretas, seja na prestação dos serviços ou nos produtos comercializados. No que tange às IES, Flores (2016, p. 22) comenta que “estas instituições tem o papel de educar e formar profissionais, mas também devem atuar como um exemplo por meio de suas práticas de gestão ambiental, diminuindo os impactos ambientais causados por suas operações e contribuindo para a sensibilização da sociedade”. Portanto, estas instituições têm o compromisso de difundir práticas ambientalmente corretas, visto que o local é voltado ao ensino e as suas práticas servem de exemplo a toda a comunidade acadêmica e à sociedade. A gestão ambiental, no âmbito organizacional, é fator preponderante para a redução de impactos ambientais e melhoria do desempenho, conciliando o desenvolvimento da organização com a preservação ambiental. Araújo et al. (2014, p. 3581) comentam que “é notório que as práticas de gestão ambiental são pautadas e interligadas a diversas normas em prol da minimização de impactos negativos gerados ao meio ambiente”. O eixo da A3P “uso racional dos recursos naturais e bens públicos” se mostra, então, relevante, no sentido de que traz benefícios não só à preservação, mas também na redução de gastos financeiros a longo prazo. Luiz et al. (2013) comentam que as práticas socioambientais não se resumem apenas a cumprir exigências legais, mas também implicam em evitar o desperdício, usar os recursos naturais com consciência, realizar descartes de forma adequada, e participar ativamente na construção de uma sociedade melhor. Alinhado a esta perspectiva, Seiffert (2011, p. 268) assevera que “a consciência de que é necessário utilizar com parcimônia os recursos naturais, uma vez que estes podem se esgotar rapidamente, mobiliza a sociedade no sentido de se organizar para que o crescimento econômico não seja predatório, mas sim sustentável”..

(25) 23. Neste sentido, o eixo da A3P “construções sustentáveis” traz a visão do uso racional dos recursos naturais voltadas aos prédios e construções, que podem ser pensados desde a concepção de maneira sustentável, ou adaptados. A utilização de material biodegradável ou menos prejudicial ao meio ambiente, a destinação dos resíduos, o reaproveitamento da água da chuva, o posicionamento em relação ao sol para aproveitamento da claridade natural, sensores de presença, todos são fatores que implicam na redução do consumo de recursos, tanto naturais quanto financeiros. O “gerenciamento dos resíduos sólidos”, outro eixo da A3P, também se mostra relevante no que tange às práticas de descarte na instituição, visto que deve haver uma gestão adequada, a qual abranja desde os resíduos de construções até os resíduos diários, de materiais de expediente aos restos de alimentos, para que tenham a destinação correta. Este eixo aborda a segregação dos resíduos e sua coleta, e, nesta perspectiva, Melo (2013, p. 38) coloca que “para que a coleta seletiva seja eficaz é importante garantir a correta destinação dos resíduos para as empresas que trabalham com reciclagem, que geralmente são associações e cooperativas”, ou seja, implica também na economia local. Neste contexto pode-se destacar também que a gestão de resíduos vem ao encontro da Lei nº 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A PNRS consiste na elaboração, pelo Governo Federal, estados, municípios ou regiões, de um conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações que objetivem o gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos. Um dos princípios da PNRS é “o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania” (BRASIL, 2010). A Lei nº 12.305/2010 também institui a responsabilidade compartilhada, que tem entre os objetivos compatibilizar interesses entre os agentes econômicos e sociais, promover o aproveitamento de resíduos sólidos e incentivar as boas práticas de responsabilidade socioambiental, vindo ao encontro do que sugere a A3P, sobre fazer parcerias com cooperativas e associações de reciclagem locais. No que concerne ao envolvimento dos funcionários, segundo Alves (2016, p. 83) “o envolvimento dos empregados nos aspectos socioambientais da organização podem elevar sua motivação no ambiente de trabalho, contribuindo para a melhoria generalizada do clima organizacional da empresa”, e assim se destaca a importância de outro eixo da A3P, a “qualidade de vida no ambiente de trabalho”. Por este motivo, é importante que não somente as organizações adotem tais medidas, mas também envolvam os trabalhadores, fazendo-os perceber que podem fazer a diferença em prol do desenvolvimento sustentável. As.

(26) 24. práticas devem proporcionar qualidade de vida ao servidor, em consonância com a preservação ambiental. Segundo o MMA (2018a), no estado do Rio Grande do Sul os únicos órgãos adeptos a A3P com Termo de Adesão, documento necessário para oficialização adesão, são o Município de Passo Fundo, a Câmara Municipal de Passo Fundo, e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Dentre as instituições de ensino superior, nenhuma localizada no Rio Grande do Sul é adepta. Assim, percebe-se a importância de difundir essas práticas na região, e a oportunidade de a UFSM aderir a esta Agenda, de modo a cumprir seu papel socioambiental. Devido às políticas de expansão das IES, a UFSM, que possuía campus apenas na cidade de mesmo nome, criou desde o ano de 2005 mais quatro campi no mesmo estado (um dos quais não está mais em funcionamento). Em razão de ser um órgão federal, a UFSM já possui um Plano de Logística Sustentável. Portanto, para aderir a A3P seria necessário apenas adequar o PLS aos eixos propostos pela A3P, capilarizando suas ações na região de atuação. Apesar de todos os órgãos federais obrigatoriamente possuírem o PLS, muitos servidores desconhecem sua existência, finalidade ou conteúdo. A divulgação interna das ações socioambientais é fator relevante para o sucesso da implementação destas, visto que, quanto mais pessoas engajadas em prol deste objetivo, melhores tendem a ser os resultados. A divulgação das ações, entretanto, deve ser acompanhada da sensibilização e capacitação dos usuários. Flores (2016, p.30) destaca que a capacitação “permite a divulgação da política ambiental e a sensibilização sobre os impactos ambientais de suas atividades”, e Alves (2016), por sua vez, comenta que esta deve ser vista como um investimento, visto que proporcionará mais agilidade e competência às atividades realizadas. Desta forma, se evidencia a importância da “sensibilização e capacitação dos servidores”, outro eixo da A3P, para que se sintam parte do processo, se mantenham cientes de suas responsabilidades e responsáveis por cumprir o seu papel perante a organização e a sociedade. 1.4 ESTRUTURA DA PESQUISA. Esta pesquisa apresenta a seguinte estrutura: o Capítulo 1 engloba a introdução ao tema a ser estudado, contexto do qual emerge o problema de pesquisa, os objetivos geral e específicos, e a justificativa da mesma. O Capítulo 2 aborda a revisão bibliográfica, contemplando os temas relacionados: desenvolvimento sustentável, com um breve viés relacionado a educação ambiental, gestão ambiental, e a A3P, bem como as legislações no.

(27) 25. âmbito do tema. O Capítulo 3 caracteriza a unidade de pesquisa. O Capítulo 4 discorre sobre a metodologia a ser utilizada para a coleta e análise dos dados. No Capítulo 5 constam os resultados da pesquisa, seguidos pelas Considerações Finais no Capítulo 6. Por fim, constam as Referências utilizadas..

(28) 26. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. Nesta seção, e em seus desdobramentos, se busca estabelecer os fundamentos teóricos que orientam esta pesquisa. Para tanto, se faz uma abordagem sobre o conceito de desenvolvimento sustentável e suas dimensões, e em seguida sobre sua relação com a educação ambiental. Na sequência, discorre-se sobre a gestão ambiental com foco nas organizações públicas; e, por fim, A3P e seus eixos.. 2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. O desenvolvimento sustentável tem seu conceito definido pela primeira vez em 1987, no relatório “Nosso Futuro Comum”, publicado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1991), e define um desenvolvimento que atenda às necessidades atuais da sociedade, de modo a não restringir que as gerações futuras também atendam suas necessidades. Ainda assim, apenas na segunda Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, que se discutiu efetivamente este tema, junto a elaboração da Agenda 21. Rodrigues (2014, p. 20) coloca que o desenvolvimento sustentável foi entendido como “uma forma de mudança da sociedade que, além dos tradicionais objetivos de desenvolvimento, tem o objetivo ou a restrição da sustentabilidade ecológica”. Por desenvolvimento, para esta pesquisa, entende-se um crescimento de forma positiva, ou seja, um crescimento de qualidade, levando em consideração as variáveis relacionadas a cada caso, assim como sugere Oliveira (2002). Gazzoni (2014) considera importante destacar a diferença entre desenvolvimento sustentável e sustentabilidade. A sustentabilidade pressupõe um equilíbrio dinâmico, sendo que seria, segundo o autor, “requisito básico para o desenvolvimento sustentável, que tem raízes na economia e leva a sustentabilidade em consideração para consecução de seus objetivos” (p. 19). Apesar de terem originalmente conceitos diferentes, o autor coloca que os termos hoje se confundem, sendo tratados como sinônimo por alguns autores. Entretanto, vale ressaltar que estes termos não devem ser confundidos, visto que “sustentabilidade” por si só implica em algo ser capaz de se manter ao longo do tempo, seja um projeto, uma empresa ou inclusive um modo de vida. Já o termo “desenvolvimento sustentável” implica em haver um crescimento com melhorias, levando em consideração as.

(29) 27. diferentes dimensões do mesmo e assegurando a sustentabilidade ao longo do tempo. Os autores que tratam do tema, trazem o desenvolvimento sustentável sob diferentes dimensões. Não há consenso entre os autores sobre as dimensões, mas pode-se dizer que as três principais, de consenso da maioria, são as dimensões econômica, social e ambiental. Este tripé é o que Elkington (2004) denominou triple bottom line. Este termo, segundo o autor, teve origem no ano de 1994, em decorrência da necessidade de tratar tais dimensões de forma mais integrada, para um verdadeiro progresso ambiental. No ano seguinte, o autor desenvolveu também o 3P, que indica basicamente o mesmo tripé, por meio das palavras Pessoas, Planeta e Lucros (People, Planet and Profits). As mesmas três dimensões são apresentadas por Dias (2011), o qual diz que o mais importante é o equilíbrio dinâmico, necessário e permanente, que as dimensões devem ter. Dias (2011) explica que, do ponto de vista econômico, as empresas precisam ser economicamente viáveis, dando retorno ao capital privado nelas investido. Do ponto de vista social, as empresas devem proporcionar aos seus empregados boa qualidade de vida e condições de trabalho, contemplando a diversidade cultural, oferecendo oportunidades e sendo ativas na comunidade local. E do ponto de vista ambiental, a organização deve pautarse pela ecoeficiência, adotando práticas de produção mais limpa, desenvolvendo uma cultura ambiental organizacional e tendo responsabilidade ambiental. Nanke (2002) coloca que a sustentabilidade do ciclo da natureza representa o marco limite e instransponível para todas as atividades humanas. Por isso, é preciso estabelecer parâmetros ecológicos para o desenvolvimento econômico e social, integrando demandas do meio ambiente com todas as áreas da política. Nascimento (2012) também traz este tripé como sendo a base para o desenvolvimento sustentável. Entretanto, o autor acrescenta outros fatores correlacionados, como a necessidade de um sistema político que assegure a efetiva participação dos cidadãos no processo decisório; um sistema econômico capaz de gerar excedentes e know-how técnico; um sistema social que possa resolver as tensões causadas por um desenvolvimento não equilibrado; um sistema de produção que preserve a base ecológica do desenvolvimento; um sistema tecnológico que busque constantemente novas soluções; um sistema internacional que estimule padrões sustentáveis de comércio e financiamento; e um sistema administrativo flexível e capaz de se autocorrigir. Percebe-se, com as colocações de Nascimento (2012), que o tripé economiasociedade-meio ambiente deve estar em equilíbrio para que o desenvolvimento sustentável ocorra, pois a instabilidade em um das dimensões pode prejudicar as demais. Além do tripé,.

(30) 28. portanto, deve-se levar em consideração tudo com o que elas interagem. É necessário que diferentes grupos de interesse tenham capacidade adaptativa, e, ainda mais difícil que isto, que os diferentes grupos tenham um interesse em comum, o desenvolvimento sustentável em todos os sentidos, do econômico ao ambiental. O economista Ignacy Sachs, tendo participado da primeira Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Meio Ambiente em 1972, e posteriormente da Conferencia de 1992, pode ser considerado um dos mais importantes autores sobre o tema, e traz outras dimensões. Sachs (2002, p. 60) coloca que “é necessária uma combinação viável entre economia e ecologia, pois as ciências naturais podem descrever o que é preciso para um mundo sustentável, mas compete às ciências sociais a articulação das estratégias de transição rumo a este caminho”, deixando clara a necessidade da inter-relação entre as dimensões. O autor refere-se em suas falas ao ecodesenvolvimento, o que pode ser considerado uma origem do termo desenvolvimento sustentável. Sachs (2004, p. 362) comenta que o desenvolvimento deve ser “includente do ponto de vista social, sustentável do ponto de vista ecológico e sustentado do ponto de vista econômico”. Percebe-se, aqui, também uma referência às três dimensões já apresentadas, entretanto, em sua obra Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável (2002), o autor considera oito dimensões/critérios, a saber: a) a sustentabilidade social, sendo a própria finalidade do desenvolvimento, visando homogeneidade social, distribuição de renda justa, emprego pleno e igualdade de acesso aos recursos e serviços sociais; b) a sustentabilidade cultural, buscando equilíbrio entre tradição e inovação, e a elaboração de um projeto nacional integrado e endógeno; c) a sustentabilidade ecológica, preservando o potencial produtivo da natureza quanto aos recursos naturais, e limitando o uso dos recursos não-renováveis; d) a sustentabilidade ambiental, respeitando a capacidade de autodepuração dos ecossistemas naturais; e) a sustentabilidade territorial, com equilíbrio de regiões urbanas e rurais, superação das disparidades inter-regionais e melhoria do ambiente urbano; f) a sustentabilidade econômica, com desenvolvimento intersetorial equilibrado, segurança alimentar, capacidade de modernização contínua e inserção na economia internacional; g) a sustentabilidade política nacional, com democracia, capacidade de implementar projetos nacionais, e coesão social; e.

(31) 29. h) a sustentabilidade política internacional, garantindo a paz e a cooperação internacional, controle efetivo dos sistemas financeiro e de negócios, cooperação científica e tecnológica, e um controle efetivo da gestão do patrimônio global, incluindo o meio ambiente e os recursos naturais. Para Nantke (2002), o modelo de desenvolvimento sustentável não pode ser implementado subitamente. Segundo este autor, “uma economia e sociedade sustentável não podem ser definidas de forma conclusiva por meio de critérios exatos, nem pode ser comandada como se fosse um sistema de metas detalhadas” (p. 97), mas sim, é necessário um processo de aprendizado em que política, ciência, economia e cultura devem encontrar formas de trabalhar e viver, viáveis para o futuro. Logicamente, o cenário é de um sistema instável, com muitas dimensões, e é preciso que haja sinergia entre estas dimensões. “O desenvolvimento sustentável pressupõe participação, diálogo, respeito às diferenças, reconhecimento das capacidades e uma visão integradora das suas várias dimensões econômica, política, cultural, tecnológica e ambiental”. (VARGAS, 2002, p. 12). Portanto, ainda há muito o que aprendermos como sociedade até alcançar um desenvolvimento sustentável pleno. O desenvolvimento, como coloca Sachs (2004, p. 368), é pluridimensional e pluridisciplinar, portanto, “requer um paradigma oposto ao excludente e concentrador que conhecemos no passado, o essencial é criar um desenvolvimento includente e, ao mesmo tempo, superar os modos predatórios de utilização da natureza”. Este autor coloca que não se trata de coibir o desenvolvimento em prol do ambientalismo, ou não usar a natureza, mas sim, definir o bom uso desta. O Quadro 1 apresenta um resumo das ideias-chave apresentadas pelos autores nesta seção, com o conceito elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, as dimensões que o Desenvolvimento Sustentável envolve, das quais o Triple Bottom Line é o mais utilizado pelos autores, e o entendimento de que é necessária a integração entre as dimensões. A integração entre as dimensões, e a abordagem do tema de forma multidisciplinar, são as principais formas de demonstrar que é necessário a ação conjunta da sociedade em prol do desenvolvimento sustentável. Ações isoladas fazem a diferença, mas são as ações conjuntas que viabilizam de fato a sustentabilidade. Sachs (2004, p. 358) complementa, ainda: A mudança do padrão da demanda é logicamente a variável mais importante nesse jogo de harmonização, porém, ela passa pela modificação dos estilos de vida e dos padrões de consumo, assim é uma variável extremante difícil de se manipular e exige, antes de mais nada, um enorme esforço de educação..

(32) 30. Quadro 1 - Principais conceitos apresentados com relação à Desenvolvimento Sustentável CONCEITOS. DIMENSÕES. • Desenvolvimento que atenda às necessidades atuais da sociedade, de modo a não restringir que as gerações futuras também atendam suas necessidades (Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1987).. • Não há um consenso sobre as dimensões do DS.. • “Uma forma de mudança da sociedade que, além dos tradicionais objetivos de desenvolvimento, tem o objetivo ou a restrição da sustentabilidade ecológica” (RODRIGUES, 2014, p. 20).. • Elkington (2004) denomina Triple bottom line as dimensões econômica, social e ambiental. • Sachs (2004), Dias (2011), Nascimento (2012), corroboram estas dimensões. • Sachs (2002) considera, além das dimensões econômica, social e ambiental, mais cinco dimensões: cultural, ecológica, territorial, política nacional e política internacional.. INTEGRAÇÃO • "o mais importante é o equilíbrio dinâmico, necessário e permanente, que as dimensões devem ter" (DIAS, 2011). • “pressupõe participação, diálogo, respeito às diferenças, reconhecimento das capacidades e uma visão integradora das suas várias dimensões econômica, política, cultural, tecnológica e ambiental” (VARGAS, 2002, p. 12). • "é pluridimensional e pluridisciplinar" (SACHS, 2004, p. 368). • "é preciso estabelecer parâmetros ecológicos para o desenvolvimento econômico e social, integrando demandas do meio ambiente com todas as áreas da política" (NANKE, 2002).. Fonte: Elaborado pela autora (2018).. A educação, conforme destacado, tem papel importante para o desenvolvimento sustentável, por este motivo, se discute este tema na próxima seção.. 2.1.1 O Desenvolvimento Sustentável e a Educação Ambiental. Educação Ambiental (EA) e Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) são termos que não possuem consenso ou uma definição exata. Barbieri e Silva (2011) e Pitanga (2016) trazem o histórico e algumas opiniões a respeito destes termos, visto que alguns autores trazem a EA como parte da EDS, alguns trazem a EDS como um estágio evolutivo da EA, e outros ainda colocam ambos como temas sobrepostos. Não cabe, nesta pesquisa, discutir a pertinência destas colocações, portanto, ambos os termos serão tratados como sinônimos, segundo o que propõem Barbieri e Silva (2011), os quais ressaltam que o tema se confunde em algumas publicações, sendo indiferente o uso de ambos. Piccoli et al. (2016) descrevem EA como “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e.

(33) 31. competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e a sua sustentabilidade”. Araújo et al. (2014) consideram a EA ferramenta indispensável para estimular ações que contemplem e estimulem a educação e as práticas ambientais. “A educação para o desenvolvimento sustentável tem por objetivo o provimento de conhecimentos e de atitudes para que as pessoas possam tomar decisões e agir de forma coerente com os propósitos e, desse modo, conceber o desenvolvimento” (BARBIERI; SILVA, 2011, p. 62). É, portanto, um instrumento essencial para o desenvolvimento sustentável. Nas escolas e universidades, costuma-se trabalhar a educação ambiental como um tema transversal, interdisciplinar. Entretanto, não é um tema obrigatório para todos os níveis e esferas. Apesar de bastante discutido internacionalmente, em eventos e com a realização de acordos entre países e universidades, o tema nem sempre é abordado com a devida importância em todos os níveis escolares. A falta de importância para com o tema pode dever-se ao fato de a legislação ambiental e as discussões sobre o tema serem relativamente recentes, tendo grandes modificações e enfoque principalmente nos últimos trinta anos, sendo necessário aos gestores e educadores mais antigos atualizarem-se. Barbieri e Silva (2011) trazem a trajetória e os documentos intergovernamentais importantes que citam a EA e a EDS, que pode ser observada na Figura 1. Barbieri e Silva (2011, p. 56) comentam que a Carta de Belgrado “é um dos documentos mais importantes sobre EA em termos de conceitos, princípios e diretrizes associados ao desenvolvimento sustentável”. Porém, posteriormente reforçam que a Declaração de Tessalônica “considerou válidos os planos e as recomendações das conferências de Belgrado, Tbilisi, Moscou e outras relacionadas com a EA, mas reconheceu que não foram completamente explorados, e os resultados alcançados foram insuficientes” (p. 60). Resultado da Rio92, a Agenda 21 (CAMARA DOS DEPUTADOS, 1995), em seu Capítulo 36, embora não faça menção direta ao termo EA, trata da Promoção do Ensino, da Conscientização e do Treinamento, e coloca que “o ensino tem fundamental importância na promoção do desenvolvimento sustentável e para aumentar a capacidade do povo para abordar questões de meio ambiente e desenvolvimento” (p. 429). Ainda, deve ser parte essencial do aprendizado esta visão voltada ao ambiente e ao desenvolvimento para conferir consciência ambiental, valores e atitudes, e técnicas e comportamentos que favoreçam a participação pública efetiva nas tomadas de decisão..

(34) 32. Figura 1 - Trajetória da EA e da EDS. Fonte: Barbieri e Silva (2011).. A Agenda 21 define ainda, no Capítulo 36, objetivos, atividades e meios de implementação para a Reorientação do ensino no sentido do desenvolvimento sustentável, o Aumento da consciência pública e a Promoção do treinamento. Barbieri e Silva (2011, p. 61) comentam que a “Declaração de Tessalônica recomenda que os planos de ação para a educação, o meio ambiente e a sustentabilidade sejam elaborados em nível local e regional e que a educação faça parte integral das Agendas 21 locais”. Por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento do ano de 2002 (Rio+10), realizada em Joanesburgo, foi proposta a Década de Educação para o Desenvolvimento Sustentável (DEDS), de 2005 a 2014, “como uma maneira de sinalizar que educação e aprendizagem encontram-se no centro das abordagens para o desenvolvimento sustentável” (UNESCO, 2005, p. 26). A DEDS traz como atores da educação para o desenvolvimento as organizações governamentais e intergovernamentais, a sociedade civil e organizações não-governamentais, e o setor privado, afinal, todos são, ou deveriam ser, partes interessadas. O esforço em educação cabe a todos, famílias, sociedade, instituições e governo. Araújo et al. (2014), destacam que a EA no âmbito organizacional deve ser voltada a todos, sejam empresários, colaboradores, fornecedores e consumidores, envolvendo todos os.

Referências

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