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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE RIO VERDE DE MATO GROSSO/MS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE RIO VERDE DE MATO GROSSO/MS

Autos MP nº 08.2021.00112168-8

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL, inscrito no CNPJ sob o n° 03983541/0001-75, por seu

representante que esta subscreve, vêm respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 129, incisos II e III, e art. 225, ambos da Constituição Federal, art. 132, incisos II e III, da Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul, art. 25, incisos IV, alínea "a", e art. 27, inciso I, ambos da Lei Federal nº 8.625/93, art. 26, incisos IV, alínea “a”, e art. 28, inciso I, ambos da Lei Complementar Estadual nº 72/94, art. 5º, inciso I, da Lei Federal nº 7.347/85, e art. 1º, inciso I, da Lei Federal nº 7.210/84 e demais disposições pertinentes, propor a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA, CUMULADA COM PEDIDO LIMINAR DE TUTELA ANTECIPADA E PRECEITO COMINATÓRIO DE OBRIGAÇÃO

DE FAZER

em desfavor do MUNICÍPIO DE RIO VERDE MATO GROSSO, pessoa jurídica de direito público interno, com sede à Av. Barão do Rio Branco, n. 165, Centro Rio Verde de Mato Grosso/MS, CNPJ n. 03.354.560/0001-32, representado pelo Prefeito José de Oliveira Santos, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

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1. DOS FATOS

Tramitou nesta Promotoria de Justiça o Inquérito Civil n° 06.2019.00000249-4, instaurado no dia 04 de fevereiro de 2019, com o fito de apurar eventual dano ambiental, consistente em processo erosivo ("voçoroca"), decorrente, em tese, da deficiência do sistema de drenagem de águas pluviais do bairro Jardim Semiramis e de suas imediações.

O inquérito civil derivou da Notícia de Fato registrada a partir de representação assinada por Isaías Luiz da Silva, em que o representante apontou a existência de uma área de erosão na Chácara Campo Alegre, na área conhecida como Corredor das Araras. Segundo o representante, o problema persiste há 10 (dez) anos, e, durante este tempo, vem tentando a solução da situação junto ao Município de Rio Verde de Mato Grosso/MS, sem sucesso, tendo perdido mais de 20 (vinte) criações de gado, já que os animais morrem ao cair no buraco (termo de declarações - f. 7/8, fotos e vídeos - f. 55/66).

Expediu-se ofício ao Município solicitando informações quanto ao problema noticiado. Em resposta, o Município informou, em 12 de

novembro de 2018, que existem 5 (cinco) caixas dissipadoras das águas escoadas pelo Bairro Jardim Semíramis, o que resolveria o problema no

que se refere à responsabilidade do Município (f. 11/17).

Persistindo o problema, foi realizada reunião com representantes da Prefeitura, conforme Ata de f. 21/22, em 14 de fevereiro de 2019.

Por conseguinte, em 26 de fevereiro de 2019, foi encaminhado pela Secretaria Municipal de Obras um laudo de vistoria no

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bairro Jardim Semíramis, referente à denúncia encaminhada, tendo o Município alegado que a propriedade rural não possui curva de nível, essencial para desaceleração das águas pluviais, sendo isso a causa do processo erosivo (f. 25/28).

Determinou-se a realização de diligência in loco por servidor do Ministério Público, o qual identificou, em 12 de maio de 2019, quais as propriedades vizinhas ao local do dano ambiental, e apurou que se tratam de

imóveis com solo firme e coberto por vegetação, não contribuindo para o processo erosivo em questão (f. 30/32).

Atendendo à solicitação ministerial, a Polícia Militar

Ambiental promoveu vistoria na Chácara Campo Alegre, ocasião em que foi constatada uma extensa erosão que corta a propriedade de um lado para o outro, causando danos ao solo do local. O relatório aponta, ainda, que a causa do processo erosivo é a canalização das águas pluviais do Bairro Jardim Semíramis, obra do Município de Rio Verde de Mato Grosso/MS, sendo que a canalização chega até a chácara e, a partir daí, não foi construída nenhuma caixa de contenção ou implantado outro método para mitigar a ação das águas pluviais coletadas no Bairro Jardim Semíramis e direcionadas à Chácara Campo Alegre (f. 39/43).

Por fim, oficiou-se ao Prefeito do Município de Rio Verde de Mato Grosso/MS, requisitando que, no prazo de 15 (quinze) dias, se manifestasse sobre quais providências seriam adotadas para corrigir a degradação do solo e o problema ambiental identificados. Em resposta, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos informou que o processo erosivo (f. 52/54):

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"(...) deve-se não somente em decorrência das águas pluviais oriundas do Bairro Jardim Semíramis, mas também a falta das curvas de nível tanto da propriedade em questão como das propriedades rurais vizinhas. Portanto, no que cabe à Prefeitura Municipal de Rio Verde de Mato Grosso, está em fase de Estudo Preliminar Técnico (EPT) a contratação de empresa especializada para elaboração de projeto de dispositivo dissipador de energia da água de chuva no final do canal que capta e direciona as águas pluviais do bairro Jardim Semíramis e deságua na Chácara em questão. Com isso, visa-se a mitigação do problema causado pela municipalidade. Cabe-se destacar que para a solução completa do problema, também deverão ser feitas as curvas de nível pelos proprietários das áreas rurais, bem como a preservação/reposição da vegetação no entorno do local onde hoje encontra-se a erosão, já que tal ponto configura o local do talvegue da microbacia local, ou seja, o caminho natural de passagem das águas pluviais.

Com efeito, é certo que o Município de Rio Verde de Mato

Grosso/MS é o único ou, ao menos, o principal responsável pelo dano ambiental identificado, posto que a causa do processo erosivo é a

canalização das águas pluviais do Bairro Jardim Semíramis, obra que, a toda evidência, demanda complementação.

Diante disso, e considerando que o Poder Público se

manteve inerte por muitos anos, se omitindo em resolver a situação mesmo após provocação do Ministério Público Estadual, se justifica a

propositura da presente ação civil pública, visando compelir o Município de Rio Verde de Mato Grosso/MS a promover obras de engenharia para adequação da rede de captação de águas pluviais do bairro Jardim Semíramis, e reparar os danos ambientais causados.

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2. DO DIREITO

A proteção ao meio ambiente é um dos mais relevantes valores consagrados na Constituição Federal, a qual prevê diretamente as consequências impostas ao degradados, nos termos do artigo 225, parágrafo terceiro, da Constituição Federal, que dispõe que:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

(...)

Parágrafo terceiro As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”.

Portanto, ainda que não houvesse nenhum dispositivo de estatura infraconstitucional tratando da matéria, a responsabilização do Município poderia ser extraída diretamente da Carta Magna. Ademais, a disciplina infraconstitucional é farta, cabendo mencionar, precipuamente, o que dispõe o artigo 4, inciso VII, da lei Federal nº 6.938/81, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente:

Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:

III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;

(...)

VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da

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contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

No caso em tela, o requerido causa transtornos ao meio ambiente e, em que pese a corrente que defende a independência dos Poderes ou a teoria da Reserva do Possível, a solução para o caso em apreço deve se pautar na reparação dos danos constatados, e preservação do

meio ambiente.

O direito fundamental a um meio ambiente ecologicamente equilibrado se consubstancia em típico direito de 3ª geração, e já foi consagrado pelo Pretório Excelso, através do Recurso Extraordinário 134.297-8/SP.

Por sua vez, a prevenção de danos ao meio ambiente é a regra, cabendo a todos, mas principalmente ao Estado, zelar pela

manutenção do equilíbrio ecológico, tal como previsto na Magna Carta.

Consoante mencionado no tópico anterior, a obra de canalização das águas pluviais do Bairro Jardim Semíramis, realizada pelo Município de Rio Verde de Mato Grosso/MS, está causando problema ambiental.

Depreende-se que o grande volume de água captada, que deságua em alta velocidade no imóvel denominado Chácara Campo Alegre, ensejou a abertura de extensa erosão que corta a propriedade de um lado para o outro, causando danos significativos ao solo do local, enquanto o Município se omite na obrigação de complementar a obra com a construção de caixa de contenção ou implementação de outro método para mitigar a ação das águas coletadas na área urbana.

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A omissão do Município é facilmente constatada por meio da análise do teor de suas próprias respostas às requisições ministeriais, no âmbito do Inquérito Civil que acompanha a presente petição, pela certidão elaborada por servidor auxiliar do Ministério Público e, por fim, por meio do relatório de vistoria elaborado pela Polícia Militar Ambiental.

Diante disso, de rigor que o requerido seja compelido a reparar o dano ambiental causado, promovendo as obras necessárias à canalização adequada das águas pluviais do bairro Jardim Semíramis.

3) DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Em matéria ambiental, com maior razão há de se impor a inversão do ônus probatório, posto que os princípios da precaução, da prevenção, do poluidor-pagador e da responsabilidade transferem os riscos da atividade para o responsável (direto ou indireto) pela conduta (ação ou omissão), nos termos da teoria objetiva e da teoria do risco integral.

Aliás, impõe-se a aplicação do microssistema processual coletivo onde os textos normativos integradores se implicam reciprocamente, já tendo o Superior Tribunal de Justiça jurisprudência consolidada sobre o tema quando se trata de responsabilidade civil ambiental (No mesmo sentido: STJ, REsp 474.475, 883.656, 1.049.822, 1.060.753, 1.192.569, e 1.071.741. TJMS, Apelação nº 2003.001173-0 e Agravo nº 2008.000944-2) (destacamos):

PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL AÇÃO CIVIL PÚBLICA DANO AMBIENTAL ADIANTAMENTO DE HONORÁRIOS PERICIAIS PELO PARQUET MATÉRIA PREJUDICADA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA ART. 6º, VIII, DA LEI 8.078/1990 C/C O ART. 21 DA LEI 7.347/1985 PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO. [...]

3. Justifica-se a inversão do ônus da prova, transferindo para o empreendedor da atividade

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potencialmente perigosa o ônus de demonstrar a segurança do empreendimento, a partir da interpretação do art. 6º, VIII, da Lei 8.078/1990 c/c o art. 21 da Lei 7.347/1985, conjugado ao Princípio Ambiental da Precaução. 4. Recurso especial parcialmente provido. (REsp 972902/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/08/2009, DJe 14/09/2009).

Portanto, postula-se pelo deferimento, desde logo, da inversão do ônus da prova.

4) DO PEDIDO LIMINAR

A legislação vigente permite que o juiz, verificando a presença dos requisitos básicos fumus boni iuris e periculum in mora conceda medida liminar initio litis para resguardar situações positivas ou negativas, a exemplo do artigo 12 da Lei Federal n 7.347/85.

No que tange ao requisito fumus boni iuris, exige a legislação que esteja, desde o início do pleito, configurada no ordenamento jurídico a existência do direito pretendido, sendo verossímil sua aceitação posterior.

Como dito, no caso concreto, a obra de canalização das águas pluviais do Bairro Jardim Semíramis, realizada pelo Município de Rio Verde de Mato Grosso/MS, está causando problema ambiental, qual seja, a abertura de extensa erosão que corta a Chácara Campo Alegre, causando danos significativos ao solo do local, enquanto o Município se omite na obrigação de complementar a obra com a construção de caixa de contenção ou implementação de outro método para mitigar a ação das águas coletadas na área urbana. Repisa-se, a omissão do Município é facilmente constatada por meio da análise do teor de suas próprias respostas às requisições ministeriais, no âmbito do Inquérito Civil que acompanha a presente petição, pela certidão elaborada por servidor auxiliar do Ministério Público e, por fim, por meio do

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relatório de vistoria elaborado pela Polícia Militar Ambiental.

Assim, existe verossimilhança na afirmação de que a obra

urbana realizada pelo requerido, e sua consequente omissão em complementar o sistema de captação de água pluvial, estão a causar prejuízos efetivos ao meio ambiente.

Ao que se comprovou, a continuação da grave situação narrada tem lesado enormemente o patrimônio ambiental como um todo Vislumbra-se de extrema urgência que, liminarmente, este Juízo obrigue o Município a proceder à construção imediata de caixa de contenção ou implementação de outro método para mitigar a ação das águas coletadas na área urbana, o que se não for realizado levará ao engrandecimento das lesões ambientais.

Presente, pois, o periculum in mora, consubstanciado na situação precária supramencionada, sendo que, tão logo comece o período

de maior precipitação, o dano ambiental se agravará.

Na verdade, o que deve prevalecer na análise e apreciação da medida liminar é o fato de estarmos diante de interesse de ordem metaindividual, atinente à conservação do Meio Ambiente.

Nesse sentido:

“No microssistema da tutela ambiental impõe-se, em virtude dos princípios da precaução e preservação, uma atuação preventiva do Poder Judiciário, de forma a evitar o dano ao meio ambiente, pois este, depois de ocorrido, é de difícil ou impossível reparação. Por tal motivo que, nas ações que envolvam o meio ambiente, o uso da tutela antecipada se

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legitima ainda mais. A omissão do Município de Luz em tratar adequadamente do lançamento de esgotos e derivados, no Córrego do Açudinho, importa em flagrante violação ao meio ambiente e, por consequência, ao direito fundamental à saúde e ao princípio fundamental da dignidade da pessoa humana. O meio ambiente, como um bem extraordinariamente relevante ao ser humano, é tutelado pela Constituição Federal. Assim, é dever inafastável do Estado empreender todos os esforços para a sua tutela e preservação, sob pena de violação ao art. 225 da CF. O Poder Judiciário, no exercício de sua alta e importante missão constitucional, deve e pode impor ao Poder Executivo Municipal o cumprimento da disposição constitucional que garante a preservação do meio ambiente, sob pena de não o fazê-lo, compactuar com a degradação ambiental e com piora da qualidade de vida de toda sociedade. A judicialização de política pública, aqui compreendida como implementação de política pública pelo Poder Judiciário, harmoniza-se com a Constituição de 1988. A concretização do texto constitucional não é dever apenas do Poder Executivo e Legislativo, mas também do Judiciário. É certo que, em regra a implementação de política pública, é da alçada do Executivo e do Legislativo, todavia, na hipótese de injustificada omissão, o Judiciário deve e pode agir para forçar os outros poderes a cumprirem o dever constitucional que lhes é imposto. A mera alegação de falta de recursos financeiros, destituída de qualquer comprovação objetiva, não é hábil a afastar o dever constitucional imposto ao Município de Luz de preservar o meio ambiente. Assim, a este caso não se aplica à cláusula da Reserva do Possível, seja porque não foi comprovada a incapacidade econômico-financeira do Município de Luz, seja porque a pretensão social de um meio ambiente equilibrado, preservado e protegido se afigura razoável, estando, pois, em plena harmonia com o devido processo legal substancial.

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(TJMG - AGRAVO Nº 1.0388.04.004682-2/001 REL.. DESª. MARIA ELZA J.21/10/2004)

Assim sendo, as provas produzidas nos autos comprovam que a omissão do Município de Rio Verde de Mato Grosso/MS vem causando danos ao meio ambiente, tornando-se necessária a antecipação dos efeitos da tutela, para impedir o agravamento dos prejuízos ao meio ambiente.

5) DOS PEDIDOS

Diante do exposto, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE

MATO GROSSO DO SUL requer:

1) A concessão, initio litis, de liminar, determinando OBRIGAÇÃO DE FAZER ao requerido - MUNICÍPIO

DE RIO VERDE DE MATO GROSSO - para que, no

prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias, inicie a

construção de caixa de contenção ou implementação de outro método para mitigar a ação das águas coletadas na área urbana (bairro Jardim Semíramis), impedindo o agravamento da erosão no solo da Chácara Campo Alegre,

fixando-se judicialmente cronograma de execução para a conclusão das obras, não superior a 02 (dois) anos, de forma a impedir o agravamento do dano ambiental, arbitrando multa diária no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), a ser recolhida ao Fundo Municipal do Meio Ambiente, notificando-se o requerido;

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2) A concessão, initio litis, de liminar, decretando a

inversão do ônus da prova com fulcro no artigo 6º,

inc. VIII, c/c o artigo 117 e no artigo 90, todos da Lei nº 8.078 (Código de Defesa do Consumidor) e do art. 21 da Lei nº 7.347/1985 (Ação Civil Pública), sem prejuízo de ser decretada posteriormente.

3) Seja distribuída a presente, juntamente com os documentos que a instruem, com sua autuação e efetivo registro, determinando-se a citação do requerido, a fim de que, querendo, conteste a Ação Civil Pública, sob pena de revelia;

4) Caso não tenha sido concedida em sede liminar, a declaração no despacho de organização e saneamento do processo, da inversão do ônus da prova, por entender se tratar de regra de procedimento e estar evidenciada a situação prescrita no VIII, artigo 6º, do Código de Defesa do Consumidor c/c o artigo 117 e no artigo 90, todos da Lei nº 8.078 (Código de Defesa do Consumidor) e do art. 21 da Lei nº 7.347/1985 (Ação Civil Pública);

5) Seja realizada perícia e inspeção judicial no local do dano ambiental (erosão na Chácara Campo Alegre), para avaliar os danos causados ao meio ambiente;

6) A PROCEDÊNCIA in totum dos pedidos formulados na presente ação civil pública, para, ao final, CONDENAR o requerido – MUNICÍPIO DE RIO

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VERDE DE MATO GROSSO na obrigação de fazer

consistente em construir caixa de contenção ou

implementar outro método para mitigar a ação das águas coletadas na área urbana (bairro Jardim Semíramis), impedindo o agravamento da erosão no solo da Chácara Campo Alegre, incidindo multa

diária, em patamar a ser fixado por Vossa Excelência, em caso de descumprimento total ou parcial da decisão;

7) Condenar o requerido a recuperar e compensar os

danos ambientais comprovados na Chácara Campo Alegre após a perícia técnica, em razão da

inércia da construção de rede adequada para canalização das águas pluviais do bairro Jardim Semíramis, de maneira que a reparação da erosão

seja efetiva e satisfatória e o patrimônio natural

permaneça, no seu todo, qualitativa e quantitativamente inalterado;

8) Condenar o requerido a indenizar os danos materiais e extrapatrimoniais causados ao meio ambiente, cuja quantificação deve ser feita por arbitramento, na conformidade do laudo pericial a ser realizado no decorrer da instrução processual por equipe multidisciplinar nomeada por este juízo, o que, desde já, requer-se;

9) A publicação de Edital para dar conhecimento a terceiros interessados e à coletividade, considerando

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o caráter “erga omnes” da Ação Civil Pública;

10) A condenação do requerido ao ônus da sucumbência, nos termos da legislação processual civil vigente. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente prova pericial e documental, sem prejuízo do depoimento especial dos representantes dos requeridos ou oitiva de testemunhas.

Valora-se a presente ação em R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), para efeitos fiscais.

Rio Verde de Mato Grosso/MS, 3 de agosto de 2021.

Matheus Carim Bucker

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