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ANÁLISE DE ACIDENTES DO TRABALHO COM MATERIAL PERFURO-CORTANTE EM TRABALHADORES DE UM HOSPITAL DE CHAPECÓ (SC)

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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ Curso de Pós-Graduação lato sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho

Ana Andréia Miglioranza Strassburger

ANÁLISE DE ACIDENTES DO TRABALHO COM MATERIAL

PERFURO-CORTANTE EM TRABALHADORES DE UM

HOSPITAL DE CHAPECÓ (SC)

Chapecó – SC Novembro de 2010

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ANA ANDREIA MIGLIORANZA STRASSBURGER

ANÁLISE DE ACIDENTES DO TRABALHO COM MATERIAL

PERFURO-CORTANTE EM TRABALHADORES DE UM

HOSPITAL DE CHAPECÓ (SC)

Monografia de conclusão de curso de

pós-graduação apresentada à Universidade

Comunitária da Região de Chapecó como

parte dos requisitos para obtenção do grau de

Especialista em Engenharia de Segurança do

Trabalho.

Orientadora: Prof. Tania Maria Ascari

Chapecó – SC Novembro de 2010

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pela possibilidade de realizar o meu sonho.

Agradeço a meus pais, Nair e Rosito, pelo carinho e amor dispensado ao longo de toda a minha vida.

Agradeço em especial a meu querido esposo Alexandre, companheiro dos 10 anos mais felizes de minha vida, por partilhar e sonhar comigo.

Agradeço a Unimed Chapecó que possibilitou a realização deste em suas dependências.

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RESUMO

STRASSBURGER, A.A.M.. 2010. Análise de Acidentes do Trabalho com Material

pérfuro-cortante em Trabalhadores de um Hospital de Chapecó (SC). Monografia do

Curso de Pós graduação em Engenharia de Segurança no Trabalho, Unochapeco, Chapecó, 2010.

O estudo foi realizado em um hospital de médio porte, de alta complexidade de caráter particular no município de Chapecó SC, trata-se de uma pesquisa documental exploratória baseada nos relatos de acidentes de trabalho registrados pelo Serviço Especializado de Segurança e Medicinal do Trabalho (SESMT) no período de 2007 á 2009. A coleta de dados foi realizada entre os meses de agosto e outubro de 2010 e foram avaliados todos os acidentes do trabalho ocorridos neste período. Destes foram extraídos exclusivamente os acidentes do trabalho com pérfuro-cortantes e material biológico. A população do estudo foi composta por todos os profissionais de saúde do hospital que realizaram a notificação de acidente de Trabalho no SESMT.O objetivo da pesquisa foi analisar os acidentes de trabalho com material pérfuro-cortante ocorridos no período de estudo. A saúde dos trabalhadores da área de saúde, especialmente pelo risco biológico que estes trabalhadores estão expostos no seu labor diário, além da importância social que a atividade hospitalar representa, justificam a necessidade de garantir a saúde e o bem estar dos trabalhadores para que estes possam prestar assistência segura e de qualidade, aos pacientes. Outro fator determinante é a necessidade do cumprimento da Norma Regulamentadora NR – 32, que define quanto aos cuidados com a saúde dos trabalhadores do serviço da saúde, esta tem por objetivo definir, parâmetros mínimos a serem seguidos pelas instituições de saúde, a fim de oferecer uma melhor qualidade de vida aos trabalhadores. A análise dos dados desta pesquisa proporcionou as seguintes conclusões: O número de acidentes registrados no período de estudo foram um total de 138 ocorrências, destes 69 foram com pérfuro-cortantes e risco biológico, com maior prevalência em técnicos de enfermagem com menos de um ano de trabalho na empresa. A média de trabalhadores da instituição no período de estudo foi 306 colaboradores, destes, maioria de sexo feminino e com faixa etária entre 22 á 30 anos. O mês de março foi o que mais apresentou ocorrências, bem como os 10 primeiros dias de cada mês, tendo as quintas-feiras como dia de maior prevalência; A jornada vespertina e as duas primeiras horas trabalhadas apresentaram maior número de acidentes. O setor onde se constatou maior número de casos foi o Centro Cirúrgico. Mais de 80% dos acidentes teve agulhas como agente causador; com maior número de lesão perfurante nos quirodáctilos (dedos) e a atividade desenvolvida durante o acidente foi puncionar para aplicação de medicação ou coleta de sangue. Além das ações preventivas realizadas pela empresa recomenda-se a partir dos resultados evidenciados nesta pesquisa, intensificar algumas ações, para que os resultados sejam ainda melhores, se aproximando do ideal, que é a inexistência de acidentes.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Acidentes do trabalho no período estudado ... 42 Figura 2: Numero de acidente por sexo ... 47

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Riscos biológicos X conseqüências... 27 Tabela 2: Distribuição do número de colaboradores da instituição pesquisada no período do estudo e o

número de acidentes notificados no período ... 41 Tabela 3: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortante e materiais biológicos ocorridos

na instituição pesquisada no período de estudo segundo o mês de sua ocorrência... 43 Tabela 4: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortante e materiais biológicos ocorridos

na instituição pesquisada no período de estudo segundo o setor de sua ocorrência... 44 Tabela 5: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortante e material biológico, ocorridos na

instituição pesquisada no período de estudo segundo a função do colaborador acidentado... 45 Tabela 6: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortante e material biológico, ocorridos na

instituição pesquisada no período de estudo segundo o tempo de empresa e tempo de função... 46 Tabela 7: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortantes e materiais biológicos ocorridos

na instituição pesquisada no período de estudo segundo a faixa etária dos colaboradores acidentados...

46

Tabela 8: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortantes e materiais biológicos ocorridos na instituição pesquisada no período de estudo segundo o sexo ...

47 Tabela 9: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortantes e materiais biológicos ocorridos

na instituição pesquisada no período de estudo segundo período do mês de sua ocorrência... 48 Tabela 10: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortantes e materiais biológicos

ocorridos na instituição pesquisada no período de estudo segundo o dia da semana de sua ocorrência...

49

Tabela 11: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortantes e material biológico, ocorridos na instituição pesquisada no período de estudo segundo a hora de sua ocorrência... 50 Tabela 12: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortantes e materiais biológicos

ocorridos na instituição pesquisada no período de estudo segundo a quantidade de horas trabalhadas pelos colaboradores acidentados até o momento do acidente...

51

Tabela 13: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortantes e materiais biológicos ocorridos na instituição pesquisada no período de estudo segundo o agente causador do acidente...

51

Tabela 15: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortantes e materiais biológicos ocorridos na instituição pesquisada no período de estudo segundo o membro direito ou esquerdo...

52

Tabela 16: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortantes e material biológico ocorridos na instituição pesquisada no período de estudo segundo o tipo de lesão gerada... 53 Tabela 17: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortantes e material biológico, ocorridos

na instituição pesquisada no período de estudo segundo a atividade que o colaborador exercia no momento do acidente...

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas. EPI`s: Equipamentos de Proteção Individual EPC´s: Equipamentos de Proteção Coletiva CAT: Comunicação de Acidente do Trabalho

ACGIH: American Conference of Governmental Industrial Hygienists ABHO: Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais

RO: Relato de Ocorrência CC: Centro Cirúrgico CO: Centro Obstétrico

NR: Norma Regulamentadora

AIDS: Síndrome da Imunodeficiência adquirida CIPA: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CLT: Consolidação das Leis do Trabalho

MOI: Modelo Operacional Italiano

SESMT: Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho NBR: Norma Brasileira

CPCD: Centro de Prevenção e Controle de Doenças MS: Ministério da Saúde

AT: Acidente do Trabalho

DDS: Diálogo Diário de Segurança

CAMPAT: Campanha de Prevenção de Acidente de Trabalho OS: Ordem de Serviço

PGRSS: Programa de Gerenciamento de Resíduos do Serviço da Saúde HIV: Vírus de Imunodeficiência Humana

POP: Procedimento Operacional Padrão

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CNAE: Código Nacional de Atividade Econômica CME: Central de Materiais Esterilizados

CONAMA: Conselho Nacional de Meio Ambiente ANVISA: Agencia Nacional de Vigilância Sanitária INSS: Instituto Nacional de Assistência Social SSO: Saúde e Segurança Ocupacional

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 2 OBJETIVOS ... 2.1 OBJETIVO GERAL ... 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 3 JUSTIFICATIVA ... 4 REFERÊNCIAS CONTEXTUAIS ... 4.1 ACIDENTE DE TRABALHO ... 4.2 ASPECTOS PSICOLÓGICOS ASSOCIADOS AO ACIDENTE DE TRABALHO COM MATERIAL BIOLÓGICO ... 4.3 MATERIAIS PERFURO-CORTANTE ... 4.4 RISCOS BIOLÓGICOS...

4.4.1 Norma Regulamentadora - NR5 ... 4.4.2 Equipamentos de Proteção Individual – EPI ... 4.4.3 Norma Regulamentadora – NR 09 ... 4.4.4 Norma Regulamentadora - NR 15- Anexo 14 ... 4.4.5 Norma Regulamentadora NR – 32 ... 4.4.6 Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais – ABHO ... 4.4.7 Ministério da Saúde X Materiais Biológicos ...

4.5 PROCEDIMENTOS EM CASO DE EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO... 4.6 MEDIDAS PREVENTIVAS EXISTENTES NA INSTITUIÇÃO ...

4.6.1 Integração de Novos Colaboradores ... 4.6.2 Programa de Educação Continuada ... 4.6.3 Ordem de Serviço ... 4.6.4 Diálogo Diário de Segurança – DDS ... 4.6.5 Campanha de Prevenção de Acidente no Trabalho – CAMPAT ... 4.6.6 Procedimento Operacional Padrão das Atividades ... 4.6.7 Programa de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços da Saúde ... 4.6.8 Inspeções de Segurança nos Setores ... 4.6.9 Mapa de Riscos ... 5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...

5.1 TIPO DE PESQUISA ... 5.2 DELIMITAÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRAGEM ... 5.3 INDICAÇÃO DAS FONTES E TÉCNICAS DE COLETAS DE DADOS ... 5.4 TABULAÇÃO E ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES COLETADAS ...

6 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 7 CONCLUSÕES ... 8 RECOMENDAÇÕES FINAIS ...

8.1 MEDIDAS DE PROTEÇÃO SUGERIDAS ...

9 REFERÊNCIAS ...

APÊNDICE 01 – INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS DOS ACIDENTES ... APÊNDICE 02 – DEMONSTRATIVO DE ANÁLISE DOS ACIDENTES DO TRABALHO COM PÉRFURO-CORTANTE E MATERIAL BIOLOGICO OCORRIDOS NO PERÍODO DE ESTUDO ... APÊNDICE 03 – ALTERAÇÕES PROPOSTAS PARA O RELATO DE OCORRÊNCIAS ... ANEXO 01 – FORMULÁRIO DO RELATO DE OCORRÊNCIAS - RO ... ANEXO 02 - FORMULÁRIO DA COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO – CAT... ANEXO 03 – CÓPIA DA SOLICITAÇÃO DE ESTUDO ACADÊMICO ... ANEXO 04 – FORMULÁRIO DA ORDEM DE SERVIÇO UTILIZADA PELA EMPRESA... ANEXO 05 – EXEMPLO DE FORMULÁRIO DE DIÁLOGO DIÁRIO DE SEGURANÇA – DDS....

16 18 18 18 19 21 21 23 24 26 27 28 28 29 29 30 31 32 34 34 35 35 36 36 36 37 37 38 39 39 39 40 40 41 56 58 58 60 62 63 68 71 72 73 74 76

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1 INTRODUÇÃO

O estudo foi realizado em um hospital de médio porte, de alta complexidade de caráter particular no município de Chapecó SC, trata-se de uma pesquisa documental exploratória baseada nos relatos de acidentes de trabalho registrados pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) no período de 2007 á 2009. A coleta de dados foi realizada entre os meses de agosto e outubro de 2010 e foram avaliados todos os acidentes do trabalho ocorridos neste período. Destes foram extraídos exclusivamente os acidentes do trabalho com pérfuro-cortante e material biológico, a partir dos quais foram analisadas todas as suas variáveis. Os dados foram organizados em uma planilha e posteriormente foram confeccionados gráficos e tabelas para tornar-se possível a análise e discussão das informações colhidas.

A escolha deste tema ocorreu devido aos acidentes com materiais pérfuro-cortantes com material biológico, serem considerados de grande risco, uma vez que são potencialmente capazes de transmitir doenças infecto-contagiosas. A exposição ocupacional a este risco e os altos índices de acidentes, com colaboradores1 da área hospitalar, são uma preocupação constante dos profissionais da saúde e do serviço/setor de segurança ocupacional da instituição. Esta preocupação vem crescendo a cada ano e se intensificou com a chegada da AIDS, por esse vírus oferecer risco real e irreversível À vida.

Outro fator determinante pela opção pelo tema deve-se a preocupação com o risco ocupacional que os trabalhadores da área da saúde estão expostos no ambiente hospitalar, durante o desempenho de suas atividades cotidianas. A exposição aos materiais pérfuro-cortantes, é uma condição um quanto específica para realizar as atividades na área da saúde. Uma vez ocorrendo o acidente, este pode resultar em agravos á saúde física e psicológica do trabalhador.

A preocupação da instituição pesquisada com a saúde de seus colaboradores vai além da exigida pelas legislações, por esse motivo, espera-se com este estudo, encontrar algumas

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respostas para as ocorrências de acidentes e assim propor medidas preventivas a fins de aplicá-las e reduzir os índices registrados.

O objetivo norteador deste estudo foi conhecer e analisar os acidentes do trabalho com pérfuro-cortantes e suas variáveis ocorridos no período selecionado, na instituição em questão. Com isso acredita-se ser possível constatar se as medidas para prevenção de acidentes utilizadas atualmente pela instituição são eficazes, reduzindo o numero de acidentes. Neste contexto, a Engenharia de Segurança do Trabalho, tem papel relevante, no sentido de estar instrumentalizada para reconhecer os riscos existentes, bem como atuar na prevenção de acidentes e saúde do trabalhador.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar os acidentes de trabalho com material pérfuro-cortante ocorridos nos anos de 2007 á 2009 em uma instituição hospitalar de Chapecó.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Identificar a frequência de acidentes ocorridos com material pérfuro-cortante, com relação ao número total de acidentes do trabalho da instituição pesquisada.

- Sistematizar e analisar os dados das Comunicações de Acidente de Trabalho (CAT), ocorridos com material pérfuro-cortante.

- Realizar reavaliação das medidas existentes relacionadas à prevenção deste tipo de acidente, bem como propor sugestões de melhorias em ações preventivas.

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3 JUSTIFICATIVA

Quando verifica-se os dados do Anuário Estatístico da Previdência Social (2008), que aponta que durante o ano de 2007, foram registrados cerca de 653,1 mil acidentes do trabalho, que apresenta o acrescimo de 27,5% em relação ao ano anterior e além disso a distribuição por setor de atividade econômica, o setor de serviços onde estão inclusos os serviços da saúde, representam 45,6% deste número. Esses dados evidenciam a necessidade de se investir em pesquisas relaciondas á área, pois estes números alarmantes, demostram a fragilidade do serviço e a alta exposição dos trabalahdores, a riscos que podem causar danos irreversíves a sua saúde.

Esse mesmo Anuário, tráz evidências do motivo pelo qual é tão importante conhecer as dinâmicas a que levam os acidentes de trabalho, além da importância social das atividades desenvolvidas pelos profissionais da saúde em ambiente hospitalar e pelo alto índice de acidentes do trabalho registrados na manipulação de perfuro- cortante, bem como o alto risco do material biológico associado a estes acidentes.

Este estudo se deu pela preocupação, com a saúde dos trabalhadores da área de enfermagem, especialmente pelo risco biológico que estes trabalhadores estão expostos no seu labor diário. Pela importância social para a comunidade que a atividade hospitalar representa, é preciso garantir a saúde e o bem estar dos trabalhadores da enfermagem para que estes possam prestar assistênssia segura e de qualidade, aos pacientes. Estima-se que hoje no Brasil, Segundo o Ministério da Saúde, “exista cerca de 630 mil pessoas que vivem com HIV”, isso agrava a condição dos profissionais da área da saúde que realizam procedimentos hospitalares com estes pacientes (BRASIL, 2009).

Acredita-se que é preciso conhecer a fundo os verdadeiros motivos que levam a ocorrência de um número significativo de acidentes envolvendo material pérfuro-cortante com risco biológico. Este estudo pretende examinar e compreender os dados existentes na instituição em questão. Uma vez conhecidos estes dados, os mesmos podem ser usados como subsídios para ações preventivas destes acidentes. Bem como estes resultados científicos podem servir de base para outros trabalhos, que tenham por foco o mesmo tema.

Outro fator determinate é a necessiade do cumprimento da Norma Regulamentadora NR – 32, que define quanto aos cuidados com a saúde dos trabalhadores do serviço da saúde,

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esta tem por objetivo definir, parâmetros mínimos a serem seguidos pelas instituições de saúde, a fim de oferecer um melhor qualidade de vida aos trabalhadores.

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4 REFERÊNCIAS CONTEXTUAIS

4.1 ACIDENTE DE TRABALHO

Segundo Ferreira (2008, p 89), acidente é “acontecimento infeliz, casual ou não de que resulta ferimento ou dano”, Essa lesão pode ser imediata ou não. Este mesmo autor diz que o acidente do trabalho é aquele que ocorre durante o exercício do trabalho, no trajeto para o mesmo ou na volta para casa, provocando lesão física, perturbação emocional ou redução da capacidade de trabalho.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT apresenta a seguinte definição para o acidente do trabalho: "Acidente do Trabalho é a ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, que provoca lesão pessoal ou de que decorre risco próximo ou remoto dessa lesão" (NBR 14280/99, Cadastro de Acidentes do Trabalho - Procedimento e Classificação).

O Capítulo V da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) traça normas relativas à segurança e à medicina do trabalho. Por meio dessas legislações são impostas responsabilidades para o empregador, pois evitar acidentes do trabalho é dever de todas as empresas. Estas são as responsáveis legais pela adoção de medidas coletivas e individuais para proteção e segurança trabalhador. Busca-se com exames das legislações específicas relativas ao acidente do trabalho, conjuntamente com a verificação dos fatos ocorridos no dia-a-dia laboral dos trabalhadores, identificar os fatores que dão origem a esses eventos danosos para os trabalhadores do país e sugerir medidas eficazes e preventivas que tenham em vista a redução dos acidentes.

A Lei n.º 8.213/91, que instituiu o Plano de Benefícios da Previdência Social em seu artigo 19 traz a definição legal relativa a acidente.

Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como com o segurado especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou

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permanente, da capacidade para o trabalho. Ainda é considerado acidente do trabalho, nos termos deste item a doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade, constante da relação de que trata o Anexo II do Decreto nº 2.172/97; e doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, desde que constante da relação de que trata o Anexo II do Decreto nº 2.172/97 (Lei n.º 8.213/91.

De acordo com Souto (2009), há circunstâncias que podem ser chamadas incidentes ou quase-acidente, estas são situações em que o acidente acontece não ocasionando lesão ou danos pessoais ou materiais; neste caso o dano pode ser apenas a perda de tempo pertinente ao acidente.

De uma forma mais abrangente e visão ampla, o conceito prevencionista de acidente de trabalho leva muito em consideração as situações que, não geram lesão, mas, que podem caso não seja tomada nenhuma providencia vir a gerar um acidente. Segundo INSS “Acidente de trabalho é qualquer ocorrência não programada, inesperada, que interfere ou interrompe o processo normal de uma atividade, trazendo como consequência isolada ou simultaneamente perda de tempo, dano material ou lesões ao homem.”

De acordo com a Lei n.º 8.213/91, do INSS na ocorrência de um acidente de trabalho muitos elementos estão envolvidos, dentre eles podem ser apontados os seguintes que caracterizam o "infortúnio":

• A causalidade: o acidente do trabalho apresenta-se como um evento, acontece por acaso, não é provocado.

• A nocividade: o acidente deve acarretar uma lesão corporal, uma perturbação funcional física ou mental.

• A falta de capacitação: o trabalhador, em razão do acidente, deve ficar impedido de trabalhar e, em consequência, sofrer a lesão patrimonial da perda do salário.

• O nexo etiológico: é a relação direta ou indireta entre a lesão pessoal e o trabalho subordinado realizado pela vítima.

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4.2 ASPECTOS PSICOLÓGICOS ASSOCIADOS AO ACIDENTE DE

TRABALHO COM MATERIAL BIOLÓGICO

De acordo com Mastroeni (2006) a manipulação de pérfuro-cortantes e o contato com risco biológico ocorrem de forma rotineira entre os profissionais da saúde, principalmente em ambiente hospitalar. Com a chagada da Aids, agravou ainda mais, devido ao medo gerado por uma contaminação, durante o tratamento destes pacientes.

Sem duvida, a contaminação com o HIV é uma das consequências mais sérias dos acidentes percutâneos, entretanto não é a única que merece atenção. Todos os anos centenas de pessoas sofrem com pressões psicologias e emocionais, esperando o resultado de teste de sorologia. O conflito entre a vida e a morte, vivenciado pela pessoa contaminada no próprio local de trabalho, tornasse um ambiente extremamente perturbador (MASTROENI, 2006, pg. 240).

As manifestações em torno desta dificuldade aparecem na forma de angústia e ansiedade do profissional diante da presença subjetiva da perda do paciente, ou ainda outras situações que incidem como fatores desencadeadores do estresse e do desconforto emocional. Bem como há o estresse do dia a dia no trabalho, isso é estendido para a vida pessoal. (MASTROENI, 2006, p. 219 e 200).

Esse mesmo autor salienta ainda que as questões psicológicas relacionadas com o evento de exposição acidental a material Biológico têm sido discutidas amplamente pela literatura. A maior ênfase está ligada à profilaxia pós-exposição, as dificuldades de notificação do acidente e adesão a terapia medicamentosa, o que é reforçada, pelo medo de serem alvos de discriminação.

Castanha, Machado e Figueiredo (2007) afirmam que as vivências do trabalhador em seu ambiente de trabalho repercutem em seu contexto social e doméstico, exercendo influencia nas suas relações e interferindo em sua vida como um todo. O ato de revelar que sofreu um acidente é assumir que esteve exposto ao risco, e que existe um potencial de contaminação, o que recaí diretamente sobre toda a família.

As pessoas do convívio íntimo dos profissionais de saúde apresentam padrões morais e preconceitos semelhantes ao da sociedade em geral. A não existência da cura e a associação da AIDS com a morte aumentam o sentimento de impotência após o acidente (CASTANHA, MACHADO E FIGUEIREDO, 2007).

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4.3 MATERIAIS PERFURO-CORTANTE

Conforme Santana (2010, p. 82) “diariamente, nos hospitais, são realizadas de forma constante, manipulação de agulhas, bisturis, cateteres e outros materiais perfuro cortantes”. Quanto maior a necessidade e quantidade de atendimentos, maior o manuseio destes materiais e consequentemente maior a probabilidade da ocorrência de acidentes, que tem como consequência a exposição a risco biológico.

O manuseio de materiais pérfuro-cortantes está amplamente associado a acidentes percutâneos, que pode ser definido de acordo com Mastroeni (2007, p. 240) como “a ocorrência de uma perfuração na pele de um profissional de saúde provocado por objeto perfurante ou similar”.

Segundo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças – CPCD´s, estão incluídos na categoria de profissionais da saúde médicos, enfermeiros, dentistas, pessoal de laboratório, para-médicos, bem como pessoal de limpeza, lavanderia e manutenção.

Dentre os profissionais expostos a acidentes com pérfuro-cortantes “Os trabalhadores da área de enfermagem são os que mais manipulam materiais pérfuro-cortantes, conseqüentemente são os mais expostos ao risco, mas também são os responsáveis pelo descarte inadequado dos materiais, o que acarreta risco a outros profissionais” (SANTANA, 2010, P. 85).

Um estudo realizado em um hospital universitário no interior de estado de São Paulo e publicado pela Revista Latino Americana de Enfermagem em abril de 2002, aponta que “de 710 acidentes percutâneos registrados, 38,5% deles atingiram os técnicos e auxiliares de enfermagem, seguido de 20% por funcionários da Higienização”. (MARZIALE E RODRIGUES, 2002, p.5).

A Resolução nº 5/93 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) define que materiais pérfuro-cortantes são seringas, agulhas, escalpes, ampolas, vidros de um modo em geral ou, qualquer material pontiagudo ou que contenham fios de corte capazes de causar perfurações ou cortes.

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Segundo a legislação sanitária e ambiental da ANVISA “os objetos pérfuro-cortantes incluem lâminas de barbear, bisturi, agulhas, escalpe, ampola de vidro, vidraria, lancetas, e outros assemelhados, contaminados ou não por agente químico e biológico”.

Segundo este mesmo órgão, a manipulação e descarte material pérfuro-cortante é a principal causa do acidentes do trabalho, algumas recomendações devem ser seguidas durante a realização de procedimentos que envolvam esses materiais a fim de evitar os acidentes entre elas podemos destacar:

• Máxima atenção durante a realização dos procedimentos;

• Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que envolvam materiais pérfuro-cortantes;

• As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com as mãos;

• Não utilizar agulhas para fixar papéis;

• Todo material pérfuro-cortante (agulhas, seringas, scalp, laminas de bisturi, vidrarias, entre outros), mesmo que esterilizados, devem ser desprezados em recipientes resistentes à perfuração e com tampa;

• As farmácias e drogarias que realizam aplicações de injeção devem adotar alguns procedimentos básicos para garantir a segurança de seus clientes e funcionários. O manuseio dos infectantes pérfuro-cortantes e não-pérfuro-cortantes devem obedecer a um padrão;

• Os recipientes específicos para descarte de material não devem ser preenchidos acima do limite de 2/3 de sua capacidade total e devem ser colocados sempre próximos do local onde é realizado o procedimento.

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4.4 RISCOS BIOLÓGICOS

De acordo com Mastroeni (2006, P. 212), “os agentes biológicos são o mais antigo risco ocupacional de que se tem registro, que se constituem em agentes etiológicos ou infecciosos, tais como bactérias, fungos, vírus e parasitas”.

Já Zocchio (2002, pg. 110), aponta que “agentes biológicos são os microorganismos, como bactérias, vírus, fungos, protozoários etc. cujas características agressivas ao homem provocam algumas das denominadas doenças ocupacionais”.

A exposição aos agentes biológicos é o risco ocupacional mais comum aos profissionais da área hospitalar. Este risco se agravou consideravelmente após o surgimento da síndrome da imunodeficiência adquirida – AIDS. O crescimento do número de indivíduos infectados pelo HIV, bem como pelos vírus das hepatites B e C, na população em geral, tem aumentado o risco para o profissional da área hospitalar. Visto que estes pacientes necessitam de atendimento, ou intervenção os quais o sangue e fluidos corpóreos podem estar envolvidos (MASTROENI, 2006, p. 239).

Segundo Mastroeni, (2006, p. 244) "nos hospitais as medidas preventivas vêm sendo estudadas e implementadas, para bloquear a transmissão de doenças”. Mesmo assim ainda se depara com profissionais, que não valorizam estas medidas de proteção. Pretende-se aqui apresentar as normas relacionadas sobre o assunto.

As Normas Regulamentadoras, amplamente conhecidas como NR´s, relativas a segurança e medicina do trabalho, são de cumprimento obrigatório pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Foram publicadas pelo Ministério do Trabalho através da Portaria 3.214/79 para estabelecer os requisitos técnicos e legais sobre os aspectos mínimos de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO). Atualmente existem 33 Normas Regulamentadoras, e uma a NR 34 está em período de consulta publica. Neste trabalho foram abordadas algumas NR´s específicas, devido estas estarem mais relacionadas ao tema central deste trabalho dentre elas destacam-se NR 05 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, NR 06

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Operações Insalubres e NR 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Serviço da Saúde, conforme segue abaixo.

4.4.1 Norma Regulamentadora - NR5

É atribuição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, dentre estes riscos estão os riscos biológicos. Está norma não mais estabelece parâmetros para a sua realização, mas apenas estabelece a sua obrigatoriedade. (BRASIL, Lei 6.514, de 22 de dezembro de 1977, p. 55).

Os riscos podem ser classificados em grupos de acordo com a sua tipologia, conforme Tabela 1. Entre estes grupos estão os agentes biológicos que devem fazer parte da avaliação ambiental são aqueles causados por microorganismos como bactérias, fungos, vírus e outros. São capazes de desencadear doenças devido à contaminação e pela própria natureza do trabalho conforme tabela a seguir.(BRASIL, Portaria 26 de 29 de dezembro de 1994, p. 608). Tabela 1: Riscos biológicos X consequências

Riscos biológicos Consequências

Vírus, bactérias e protozoários. Doenças infecto-contagiosas Fungos e bacilos Infecções variadas externa e internas

Parasitas Infecções cutâneas ou sistêmicas podendo causar contágio.

Fonte: Portaria 26 de 29 de dezembro de 1994

O mapa de riscos ambientais trata-se de um documento elaborado, com a visão do trabalhador. Teve origem no Modelo Operário Italiano (MOI), tinha com objetivo auxiliar os trabalhadores na investigação e controle dos acidentes de trabalho. Conforme Norma Regulamentadora NR 05 “tornou-se -se obrigatório no Brasil, para toda a empresa que admitir pessoas como empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT”.

Existem várias definições para o mapa de riscos, a definição legal consiste segundo a Portaria nº 25, de 29 de dezembro de 1994 é “uma representação gráfica do reconhecimento

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dos riscos ambientais, existentes nos diversos locais de trabalho”. Trata-se de um processo educativo, que abre espaço para a reflexão sobre o local de trabalho. A partir desta discussão, pode-se identificar os problemas de cada local, facilitando a formação de uma visão mais completa e integral das condições da empresa.

4.4.2 Equipamentos de Proteção Individual – EPI

A Norma Regulamentadora (NR- 06) aprovada pela portaria nº 3214 de 08 de junho de 1978 considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI), todo “dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”.

De acordo com a (NR- 06/1978) do Ministério do Trabalho a empresa fica obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, quando as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos; Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; Para atender a situações de emergência. (DOU de 08-12-2008)

Segundo a Norma Regulamentadora NR 06, o Equipamento de Proteção Individual (EPI) “é um equipamento de uso individual que não evita o acidente, mas sim evita a lesão que o usuário pode sofrer caso ocorra um acidente e ou doença ocupacional”. Vale ressaltar que a sua eficácia só será efetiva se a utilização for de forma continua. O EPI dever “ser entregue ao trabalhador mediante treinamento de utilização bem como ficha de registro para comprovação. Este deve ser inspecionado periodicamente e substituído sempre que não se encontrar em pleno estado de conservação e uso”.

4.4.3 Norma Regulamentadora – NR 09

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acidentes do trabalho. Ele é parte integrante de um conjunto de iniciativas que as empresa devem ter no campo de promoção da saúde dos trabalhadores.

Segundo esta mesma norma NR 09 (2009, p. 99) “Considera-se agente biológico as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros”. Estes são identificados no local de trabalho através de avaliações qualitativas e quantitativa, após são feitas recomendações de medidas preventivas.

4.4.4 Norma Regulamentadora - NR 15- Anexo 14

Norma regulamentadora NR 15 em seu Anexo 14 define que as atividades realizadas com exposição a agentes biológicos, são consideradas insalubres e fazem jus ao adicional de insalubridade de grau máximo (40%) e grau médio (20%), sobre o salário mínimo da região, está caracterização é obtida pela avaliação qualitativa do risco.

Insalubridade de grau máximo é devido a trabalhadores que realizam trabalho ou operações, em contato permanente com pacientes em isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem como objetos de seu uso, não esterilizados; Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pêlos e dejeções de animais portadores de doenças infecto-contagiosas; Esgotos; e Lixo urbano. (NR – 15 2009, p. 224).

Da mesma forma a insalubridade de grau médio é devido a trabalhadores que realizam trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infecto-contagiante, em hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana; Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados ao atendimento e tratamento de animais; Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros produtos; Estábulos e cavalariças; e Laboratórios de análise clínica e histopatologia; Gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia; Cemitérios; Resíduos de animais deteriorados. (NR – 15 2009, p. 224).

4.4.5 Norma Regulamentadora NR – 32

Para fins de aplicação na Norma Regulamentadora NR - 32 consideram-se Risco Biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos.

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Segundo Norma Regulamentadora NR – 32 (2009, p. 515) são considerados agentes biológicos os “microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons”.

CONFORME A NR- 32 (2009, p. 523) os agentes biológicos são classificados conforme o risco que apresentam para a saúde do trabalhador, bem como a probabilidade de profilaxia ou tratamento, como segue:

-Classe de risco 1: Baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano.

-Classe de risco 2: Risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. “Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento”.

-Classe de risco 3: Risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. “Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento”.

-Classe de risco 4: Risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. “Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento”.

4.4.6 Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais – ABHO

No Brasil existe deste de agosto de 1989 a Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais – ABHO, que entre outras atividades traduz a o guia da American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) é uma organização constituída por membros, e é voltada á promoção a saúde ocupacional e ambiental, não é uma norma, mas sim um guia de orientação para o controle da saúde do trabalhador.

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praticamente inalterados desde 1978 os TLV®-BEI® da ACGIH® por esse motivo devem ser observados com muito mais atenção para a prevenção das doenças ocupacionais”.

Os contaminantes de origem biológica veiculados pelo ar incluem bioaerossóis (partículas veiculadas pelo ar compotas de organismos vivos ou deles derivados) e compostos orgânicos voláteis liberados por esses organismos. Os bioaerossóis incluem microorganismos (dos quais é possível fazer cultura ou não, e organismos mortos), além de fragmentos toxinas e resíduos particulados de todo tipo de seres vivos. Os contaminantes de origem biológica são largamente dispersos na natureza e podem ser modificados pela atividade humana. O ser humano está repetidamente exposto, dia após dia, a uma grande variedade destes materiais. (ACGIH, 2008, p. 253).

O termo agente biológico se refere a substância de origem biológica que pode ser disperso, aos quais as pessoas possam estar expostas, é capaz de produzir efeito adverso, como infecções inflamações, irritações ou alterações a saúde.

A Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais – ABHO é uma associação que reúne Higienistas Ocupacionais no Brasil, dedica-se ao estudo e gerenciamento das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos, visa a prevenção da saúde e o bem estar dos trabalhadores, o meio ambiente e a comunidade. Através de valorização dos higienistas, promovendo troca de informações e experiências, com a formação de qualificação dos profissionais.

4.4.7 Ministério da Saúde X Materiais Biológicos

Segundo o Mistério da Saúde sangue, outros materiais contendo sangue, sêmen e secreções vaginais são considerados materiais biológicos envolvidos na transmissão de doenças infecto-contagiosas. Apesar do sêmen e das secreções vaginais estarem frequentemente relacionados à transmissão sexual dos vírus de AIDS e Hepatite, esses materiais não estão envolvidos habitualmente nas situações de risco ocupacional para profissionais de saúde (BRASIL, 2008, p. 15).

Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquor e líquido articular são fluidos e secreções corporais potencialmente infectantes. Não existem, no entanto, estudos epidemiológicos que permitam quantificar os riscos associados a estes materiais biológicos. Estas exposições devem ser avaliadas de forma individual, já que, em

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geral, estes materiais são considerados como de baixo risco para transmissão viral ocupacional. (BRASIL, 2008, p. 37).

Segundo este mesmo Ministério, suor, lágrima, fezes, urina, vômitos, secreções nasais e saliva (exceto em ambientes odontológicos) são líquidos biológicos sem risco de transmissão ocupacional. Nestes casos, as profilaxias e o acompanhamento clínico-laboratorial não são necessários. A presença de sangue nestes líquidos torna-os materiais infectantes.

Segundo ministério da saúde (2008, p. 18) qualquer contato sem barreira de proteção com material concentrado de vírus (laboratórios de pesquisa, com cultura de vírus e vírus em grandes quantidades) deve ser considerado uma exposição ocupacional que requer avaliação e acompanhamento.

4.5 PROCEDIMENTOS EM CASO DE EXPOSIÇÃO A MATERIAL

BIOLÓGICO

Segundo orientação do Ministério da Saúde (MS) através do manual de condutas em exposição ocupacional a material biológico as normas de precauções universais são, (MS 1999) “atualmente denominadas Precauções Básicas, são medidas de prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os pacientes na manipulação de sangue, secreções e excreções e contato com mucosas e pele não-íntegra”. Isso independe do diagnóstico definido de doença infecciosa. Essas medidas incluem a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), com a finalidade de reduzir a exposição do profissional a sangue ou fluidos corpóreos, e os cuidados específicos recomendados para manipulação e descarte de materiais pérfuro-cortantes contaminados por material orgânico. (BRASIL, 2004, p. 10)

A Norma Regulamentadora - NR 06 recomenda o uso dos equipamentos de proteção individual como luvas, máscaras, gorros, óculos de proteção, aventais e calçados, sempre que houver possibilidade de contato com sangue, secreções e excreções, com mucosas ou com áreas de pele não íntegra.

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sorológico. Cuidados no local da exposição devem ser iniciados logo após o acidente. Orienta-se lavar o local com água e sabão, em casos de exposição percutânea. Em casos de exposições de mucosas, a lavagem deve ser feita com água ou solução fisiológica (BRASIL, 2004, p. 12).

Devido à ocorrência ser um acidente de trabalho, deve-se comunicar o setor de Saúde Ocupacional, para que seja realizado os encaminhamentos necessários. Segundo a Consolidação das Leis Trabalhistas CLT “o preenchimento da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) deve ser feita por determinação legal no máximo 24 horas após o acidente”.

Deve ser realizada coleta de sangue para análise de laboratório, e este deve realizar o teste sorológico. “Os testes rápidos são os mais recomendados, dados a necessidade de se estabelecer o status da sorologia de ambos para o HIV e as Hepatites B e C, o qual determinará as medidas profiláticas necessárias. Testes mais detalhados devem ser realizados juntamente para se determinar com maior fidelidade à situação sorológica, mesmo para outras patologias” (BRASIL, 2004, p. 24).

A quimioprofilaxia para o HIV conforme recomendações para atendimento e acompanhamento de exposição ocupacional a material biológico para HIV do Ministério da Saúde (MS) deve ser empregada baseando-se na avaliação médica criteriosa, quando indicado o uso deverá ser iniciada o mais rápido possível, dentro de uma a duas horas após o acidente. O tratamento costuma ser empregado por um período de quatro semanas, existindo efeitos colaterais geralmente leves e transitórios controlados com outros medicamentos.

Com base na orientação do MS, para o paciente fonte deve ser realizado sorologia mediante o seu consentimento. Pois a realização dos exames e obtendo resultado negativo evita o início da quimioprofilaxia anti-retroviral para o profissional de saúde.

Segundo Brasil (2004, p. 31) “o acompanhamento clínico-laboratorial deverá ser realizado para todos os profissionais de saúde acidentados que tenham sido expostos a pacientes-fonte desconhecidos ou pacientes-fonte com infecção pelo HIV e/ou hepatites B e C, independente do uso de quimioprofilaxias ou imunizações.”

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4.6 MEDIDAS PREVENTIVAS EXISTENTES NA INSTITUIÇÃO

PESQUISADA

A instituição iniciou as suas atividades em dezembro 1998, nesta mesma época foi criado o setor de Medicina Ocupacional, que fazia parte o Serviço Especializado em Engenharia Segurança e Medicina no Trabalho (SESMT). Na atualidade o setor passou a ser chamado de Serviço de Saúde Ocupacional e além de prestar serviço para o hospital atende através de assessoria empresa externas, oferecendo a comunidade um serviço de qualidade que visa cumprir as legislações que tangem a saúde do trabalhador.

A partir do ano de 2007, foram implantados controles de dados referentes aos acidentes de trabalho, que foram objeto de pesquisa do trabalho aqui apresentado. Neste período iniciou-se o desenvolvimento de outras atividades junto aos demais setores permitindo a implementação de ações preventivas.

A instituição dispõe de muitos programas que visam à promoção da saúde e prevenção de acidentes dos seus colaboradores; estas ações estão voltadas especialmente à promoção da qualidade de vida e bem estar dos mesmos. São ações conjuntas com outros setores como: Gestão de Pessoas, Psicologia, Gestão da Qualidade, Serviço Social, Univida, Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), dentre outros, que proporcionam o desenvolvimento de um primoroso trabalho. Abaixo descrevemos de forma breve alguns destes projetos:

4.6.1 Integração de Novos Colaboradores

Todos os colaboradores ao ingressarem na instituição, realizam treinamento de integração; nesta ocasião são repassadas informações gerais de toda a empresa, para deixar os colaboradores cientes das rotinas e normas existentes. De forma específica são tratados assuntos de Saúde e Segurança no Trabalho, este módulo aborda temas como: Acidente de trabalho, formas de prevenção e registro, riscos inerentes ao ambiente hospitalar, Equipamentos de Proteção Individual (EPI) - utilização, responsabilidade e troca,

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4.6.2 Programa de Educação Continuada

A empresa proporciona diversos programas de capacitações voltados aos colaboradores, independente de função e tempo de empresa. A partir de setembro de 2009, foi reestruturado o Programa de Educação Continuada, que tem como objetivo criar oportunidades para que todos possam compartilhar conhecimentos e estabelecer uma relação de vantagens recíprocas entre a necessidade de desenvolvimento profissional do colaborador e demanda da cooperativa.

As realizações dos eventos de educação continuada podem ser solicitadas e realizadas por qualquer setor da instituição que tenha necessidade, para isso devem seguir a seguinte ordem: elaboração do plano de eventos, conforme formulário pré-estruturado; encaminhamento para o setor de Gestão de Pessoal e Psicologia Organizacional, que auxiliam na organização e divulgação do mesmo. O setor solicitante do evento é responsável pela elaboração e aplicação de questionário de avaliação de efetividade.

Treinamentos periódicos de Segurança e Saúde no Trabalho são desenvolvidas pelos profissionais do SESMT, dentre eles podemos citar: Prevenção de acidentes, Riscos ambientais, Normativas da NR – 32, primeiros socorros, prevenção e combate a incêndio, utilização e conservação de EPI´s, condutas em caso de Acidentes no trabalho.

4.6.3 Ordem de Serviço

Ao ingressarem na instituição, após a consulta admissional os colaboradores recebem orientação através de Ordem de Serviço (OS) individual (Anexo 04), conforme preconiza a Norma Regulamentadora NR 01. De acordo com cada função existe uma ordem de serviço específica. Nesta Ordem de Serviço são informadas ao colaborador as atividades que ele irá realizar, os riscos ambientais que estará exposto, os Equipamentos de Proteção individual que devem ser utilizados, as medidas de segurança que devem ser seguidas, as medidas em caso de acidente no trabalho, bem como as sua responsabilidade em relação não observância destes itens.

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4.6.4 Diálogo Diário de Segurança - DDS

O Dialogo Diário de Segurança (DDS) (anexo 5) é uma metodologia simples, porém muito eficaz, que é utilizada na empresa, pelo setor de Saúde Ocupacional para pontuar situações que fogem das regras, como por exemplo, na ocorrência de um acidente de trabalho com pérfuro-cortante em um determinado setor do hospital; após a investigação, observa-se a necessidade de abordar este assunto no setor onde ocorreu o acidente e com os demais setores. Neste momento elabora-se um DDS e este é repassado para os colaboradores, em seu local de trabalho, através de treinamentos breves utilizando a relação dialógica após esta exposição é colhido assinatura dos participantes.

4.6.5 Campanha de Prevenção de Acidente no Trabalho - CAMPAT

A Campanha de Prevenção de Acidentes no Trabalho foi implantada na empresa em julho de 2008, e tem como objetivo a realização de ações que visem despertar nos colaboradores a cultura de prevenção de acidentes, promovendo a saúde e bem estar, garantindo um ambiente de trabalho seguro através da realização de melhorias, reduzindo assim o índice de acidentes.

Algumas atividades já realizadas pela campanha são: Orientação sobre os procedimentos em caso de acidentes do trabalho; Reativação do quatro de dias sem acidente; instalação de placas indicativas (rota de fuga, descarte de pérfuro-cortantes, higienização correta das mãos, mapa de riscos, fluxograma em caso de acidentes dentre outras) nos postos de trabalho; exposição nos murais de dicas de prevenção de acidente e índices de ocorrência dos mesmos.

4.6.6 Procedimento Operacional Padrão das Atividades

Para todas as atividades dentro da empresa existe uma descrição, além desta, existe um procedimento Operacional Padrão (POP), neste está descrito de forma clara os procedimentos

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ser utilizados. O que é de grande importância, pois facilita a realização das atividades dentro de um padrão independentemente do colaborador que a realize.

4.6.7 Programa de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços da Saúde

O Gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde consiste na gestão responsável e cidadã do lixo hospitalar gerado em um estabelecimento de saúde em decorrência de suas atividades. Legalmente todos os estabelecimentos de saúde precisam fazer o gerenciamento conforme estabelecido pela ANVISA na RDC nº 306 de 7/12/2004 e pela Resolução do CONAMA nº 358 de 29/04/2005 e mais recentemente pela LEI nº 12305 de 02/08/2010.

Conforme estas legislações é necessário elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde (PGRSS) contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, tratamento interno, coleta e transporte internos, armazenamento, transporte e tratamentos externos e destinação final de todo o lixo gerado pelo estabelecimento.

A empresa pesquisada dispõe de um plano de gerenciamento de resíduos que é coordenado pelo setor de qualidade; este trata entre outros assuntos relacionados ao descarte de material pérfuro-cortante, destino, cuidados e gerenciamento junto ao SESMT dos acidentes gerados por estes materiais.

4.6.8 Inspeções de Segurança nos Setores

A inspeção de segurança na instituição tem como objetivo, desenvolver a cultura prevencionista entre seus colaboradores, através de visitas com datas pré-estabelecidas. Semanalmente são realizadas visitas pelo setor de Saúde Ocupacional nos setores de trabalho, com a finalidade de identificar situações que podem vir a causar um acidente, bem como orientar os colaboradores em possíveis duvidas que possam surgir.

No caso de identificação de situações de riscos nos locais de trabalho, estas são registradas em um formulário próprio e este é repassado para o coordenador do setor envolvido, bem como para o setor de manutenção, para que sejam tomadas providencias,

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buscando evitar a ocorrência de um acidente ou doença no trabalho. Vale salientar que as inspeções tem caráter preventivo, em momento algum a sua realização tem intenção de “policiamento” ou de punir o não cumprimento das normativas.

4.6.9 Mapa de Riscos

O mapa de riscos é uma representação gráfica do setor de trabalho, onde os riscos são identificados, possibilitando informar aos colaboradores sobre os riscos ambientais a que estão expostos. A instituição pesquisada dispõe em todos os setores de mapa de risco, que foram elaborados pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), com a colaboração do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina no Trabalho (SESMT). Estes são revisados anualmente pelo CIPA e atualizados quando ocorrem alterações nos setores de trabalho.

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5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

5.1 TIPO DE PESQUISA

Este estudo trata-se de uma pesquisa documental exploratória, de coleta de dados,

realizado durante os meses de agosto, setembro e outubro de 2010 junto aos Registros de Ocorrências (RO´s) e as Comunicações de Acidente de Trabalho (CAT´s), que visou reunir dados para análise dos acidentes do trabalho, como perfuro cortante e material biológico, que ocorreram com trabalhadores do hospital.

Este tipo de pesquisa constitui-se como forma efetiva de se obter dados sobre uma determinada situação, a fim de subsidiar meios de planejamento e proposição de intervenção, para a redução das ocorrências.

Para este estudo foi utilizado um instrumento de agrupamento de dados (Apêndice 01), embasado no formulário de Relato de Ocorrência (RO) (Anexo 01) próprio da empresa e na Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT (Anexo 02), que a instituição tem como registro dos acidentes ocorridos no período do estudo.

5.2 DELIMITAÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRAGEM

A população do estudo foi composta por todos os profissionais de saúde do hospital que realizaram a Notificação de acidente de Trabalho no SESMT; a média anual de 249, 311 e 357 colaboradores nos anos de 2007, 2008 e 2009 respectivamente, estes foram divididos em profissionais de enfermagem 48,45% e profissionais das áreas de apoio como lavanderia, higienização, manutenção e outros que representam 51,54% dos trabalhadores.

Cabe salientar que a opção pelos dados de 2007 a 2009 se deu em decorrência de que somente a partir do ano de 2007, passou a existir controle dos dados de acidentes na metodologia existente hoje.

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5.3 INDICAÇÃO DAS FONTES E TÉCNICAS DE COLETAS DE DADOS

A instituição onde este estudo foi realizado foi um hospital de médio porte e de alta complexidade, localizado no município de Chapecó no estado de Santa Catarina. Hospital de referência regional, que presta atendimento em diferentes especialidades na área da saúde, em caráter privado.

Os dados para a realização do estudo da ocorrência dos acidentes foram obtidos no Setor de Saúde Ocupacional do qual faz parte a Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - (SESMT).

Entre todos os acidentes do trabalho que a instituição tem registro, foram analisados somente os acidentes com pérfuro-cortantes e material biológico; os dados analisados foram as variáveis contidas no Relatório de Ocorrências (RO´s) e nas Comunicações de Acidentes do Trabalho (CAT´s). No decorrer da análise houve algumas variáveis, que foram consideradas mais significativas que outras; estas estão detalhadamente descritas no item análise e interpretação dos dados.

A coleta de dados para a pesquisa foi realizada após aprovação e autorização da instituição (Anexo 03), preservando os aspectos éticos de pesquisa, de acordo com o que é preconizado pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

5.4 TABULAÇÃO E ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES COLETADAS

Após coleta, os dados foram digitados em uma planilha do Excel® (Apêndice 02) a qual possibilitou a análise e compreensão dos dados levantados. Posteriormente foram confeccionadas tabelas e gráficos ilustrativos e busca junto a literatura para fundamentação dos dados evidenciados.

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6 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Nesta pesquisa foram estudados os acidentes de trabalho ocorridos, nos anos de 2007, 2008 e 2009; sendo que neste período, ocorreu total de 138 acidentes notificados, dos quais 69 foram acidentes com materiais pérfuro-cortantes, o que caracteriza 50 % de todos os acidentes notificados.

Serão apresentados a seguir gráficos e tabelas para análise e discussão dos dados de acidentes ocupacionais com materiais pérfuro-cortantes entre os profissionais de saúde ocorridos na instituição pesquisada.

Na análise dos dados da Tabela 2, observa-se que neste período a instituição pesquisada teve uma média por mês de 249, 311 e 357 colaboradores respectivamente.

Conforme esta mesma tabela pode-se observar que ao longo dos anos pesquisados ocorreu o aumento significativo do número de colaboradores, já os acidentes não acompanharam este crescimento. Se forem avaliados de forma específica, os acidentes com pérfuro-cortantes fica evidente que ocorreu uma redução do número de acidentes, o que demonstra que as ações utilizadas pela empresa, na prevenção dos acidentes estão sendo eficazes.

Tabela 2: Distribuição do número de colaboradores da instituição pesquisada no período do estudo e o número de acidentes notificados no período

Ano

colaboradores

Total de acidentes notificados

Total de acidentes com pérfuro-cortantes % 2007 249 36 24 66,6 2008 311 47 22 46,8 2009 357 55 23 41,8 Fonte: Strassburger (2010).

Para facilitar as abordagens foi realizada uma média de colaboradores entre os três anos da pesquisa, esta média ficou estabelecida em 306 colaboradores. Do total de colaboradores, tem-se a predominância feminina de 254 colaboradoras (83%) e masculina, apenas 52 colaboradores (17%) o que é característico do ramo de atividade da maioria das instituições de saúde brasileiras.

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De forma geral os resultados encontrados relacionados a sexo e idade se aproximaram de outras pesquisas já realizadas, uma vez que a população desta pesquisa é constituída da maioria técnicas em enfermagem do sexo feminino, na faixa etária de 22 á 30 anos.

A instituição estudada segue as normas de segurança e Saude no Trabalho e realiza registro de todos os acidentes que ocorrem com seus colaboradores. Conforme gráfico Figura 1, pode-se observar que foram registrados no período estudado, um total de 138 acidentes do trabalho, destes 104 (76%) foram sem afastamento do trabalho, quer dizer não foi necessário afastar-se de suas atividades laborais, já em 34 (24%) das ocorrências, houve afastamento das atividades, isso quer dizer o colaborador precisou ficar afastado das suas atividades laborais. Do total de acidentes 69 deles foram acidentes com pérfuro-cortante e material biológico. Pode-se observar que 50% dos acidentes ocorridos na instituição no período estudado foram com pérfuro-cortantes. Estes 69 acidentes foram objetos de estudo aprofundados, conforme mostra planilha em Anexo (02).

Figura 1: Acidentes do trabalho no período estudado Fonte: Strassburger (2010)

Quando analisado o mês de ocorrência dos acidentes, podemos observar na Tabela 3 que a maior incidência de acidentes é nos meses de março que apresentaram 11 registros, seguido os meses de agosto e outubro que apresentaram 8 ocorrências cada. Os meses que apresentaram menos ocorrências foram, janeiro, maio, junho e dezembro com 3 ocorrências cada.

O que chamou a atenção foram os motivos o qual levaram a essas ocorrências serem

104 34 138 69 0 20 40 60 80 100 120 140 Nº Acidentes sem afastamento Nº Acidentes com

afastamento acidentes noNº Total de período

Nº Acidentes com pérfuro-cortante

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retorno as rotinas após férias escolares, lembrando que grande parte dos colaboradores trabalham e estudam, no entanto, como este tema não foi objeto deste estudo imagina-se que, entender porque nesses meses há maior ocorrência de acidentes pode ser tema de estudo posterior.

Tabela 3: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortante e materiais biológicos ocorridos na instituição pesquisada no período de estudo segundo o mês de sua ocorrência

Mês % Janeiro 3 4,35 Fevereiro 4 5,80 Março 11 15,94 Abril 7 10,14 Maio 3 4,35 Junho 3 4,35 Julho 6 8,70 Agosto 8 11,59 Setembro 6 8,70 Outubro 8 11,59 Novembro 7 10,14 Dezembro 3 4,35 Total 69 100,00 Fonte: Strassburger (2010)

Entre os diversos setores de trabalho da instituição pesquisada (tabela 4), tem-se a predominância de ocorrência de acidentes no setor de Centro Cirúrgico com 15 ocorrências, o que representa 21,74 % dos registros, seguido do Setor de Internação B, com 14 ocorrências e Laboratório 10 ocorrências. Observa-se que as ocorrências têm maiores incidências nos setores de maior fluxo de atendimento. O setor de Centro Cirúrgico realiza mais de 600 cirurgias ao mês. O Setor de Internação B é onde está instalado o maior número de leitos destinados a pacientes cirúrgicos e o laboratório devido à alta manipulação de agulhas na realização de coletas sanguíneas. O que chama a atenção é o número de ocorrências registradas com colaboradores do setor de higienização, uma vez que estes profissionais não utilizam os pérfuro-cortantes como instrumento de trabalho, e mesmo assim tem alto índice de

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registros. Salienta-se que estes acidentes ocorreram no exercício de suas funções, tais como coleta de resíduos e higienização do setor.

O setor que mais apresentou registros de acidentes nesta pesquisa difere de outras pesquisas já realizadas como um estudo realizado em um Hospital Universitário no estado de São Paulo, por Brandi, Benatti e Alexandre (1998, p. 4) no qual os setores que mais apresentaram acidentes foram pronto-socorro, pediatria e psiquiatria, possivelmente isso ocorreu devido as diferentes características das entidades pesquisadas.

Encontram-se aqui indícios de que se devem intensificar os trabalhos de prevenção de acidentes com pérfuro-cortantes, nos setores de Centro cirúrgico, setor de internação B, laboratório e Higienização.

Tabela 4: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortante e materiais biológicos ocorridos na instituição pesquisada no período de estudo segundo o setor de sua ocorrência

Setores % Centro Clínico 5 7,25 Maternidade 3 4,35 Centro Cirúrgico 15 21,74 CME 3 4,35 Internação A 1 1,45 Internação B 14 20,29 Internação C 5 7,25 Supervisão de enfermagem 2 2,90 Lavanderia 1 1,45 Imagem 2 2,90 UTI 2 2,90 Laboratório 10 14,49 Higienização 6 8,70 Total 69 100,00 Fonte: Strassburger (2010)

Nos registros de acidentes estudados foram avaliadas as funções realizadas pelos profissionais acidentados conforme Tabela 05. A função que mais apresentou registro de

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instituição que ultrapassa os 87% de técnicos em enfermagem, seguido de pouco mais de 12% de enfermeiros.

Os dados encontrados são semelhantes ao de uma pesquisa realizada com uma equipe de enfermagem em um hospital de ensino por Barbosa, Soler e Ciorlia (2004, p. 4), que apontam que os técnicas em enfermagem são os profissionais que mais se acidentam, devido serem em maior número.

Quando analisado número médio de colaboradores em relação aos acidentes ocorridos pode-se observar que a atividade de técnica em laboratório em porcentagem é a atividade que mais apresenta acidentes proporcional al número de colaboradores nesta função.

Tabela 5: Distribuição dos acidentes do trabalho com pérfuro-cortante e material biológico, ocorridos na instituição pesquisada no período de estudo segundo a função do colaborador acidentado. Função acidentes % de acidentes em ralação ao total Nº médio de colaboradores por função % de colaboradores acidentados em relação ao total Auxiliar em enfermagem 2 2,90 7 28.57 Técnico em enfermagem 45 65,22 113 39,82 Técnico em Laboratório 7 10,14 11 63,63 Enfermeira 5 7,25 23 21.73 Auxiliar de higienização 9 13,04 30 30,00 Escrituraria 1 1,45 3 33,33 Total 69 100,00 7 28.57 Fonte: Strassburger (2010)

Os colaboradores que mais se acidentaram segundo os registros (Tabela 06), tinham na época do acidente menos de 1 (um) ano de experiência na função, o que pode caracterizar a falta de experiência, ou desconhecimento dos procedimentos e rotinas de trabalho, isso leva a idealizar que os motivos que levaram os mesmos a acontecer foram exatamente esses. Por outro lado aparece em segundo lugar os colaboradores na faixa de 2 (dois) anos à 5 (cinco) anos de experiência que mais apresentam acidentes, o que de forma empírica pode indicar que estes tenham ocorrido devido ao excesso de auto-confiança. De forma bem semelhante se comportam os índices de acidentes por tempo de serviço na empresa de acordo com a mesma

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