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Plano de Acção de Reassentamento Final da Mina de Grafite de Balama Setembro de 2014

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Uma segunda visita ao local PAR foi realizada em Agosto de 2013 com o objectivo de examinar e fazer o levantamento de todos os agregados familiares e machambas dentro AdI da mina. Foi realizada uma reunião em cada comunidade, com objectivo de explicar a pesquisa domiciliar e processo de avaliação dos campos agrícolas, e também de apresentar os trabalhadores de campo recrutados e os trabalhadores de campo e membros do GTT. Mais ainda, um Mecanismo de Reclamações foi também estabelecido em cada comunidade (explicado a seguir). Durante essas reuniões, o desenvolvimento progressivo da mina também foi explicado, ou seja, foi sublinhado que toda a mina não seria desenvolvida de um dia para o outro. Desta forma, os moradores foram assegurados de que apenas um determinado número de machambas seriam realmente perdidas e/ou afectadas, e que, portanto, nem todas as famílias a serem estudadas iriam perder as suas propriedades rurais.

Também foi feita uma distinção entre a perda de terras e a perda de colheitas/estruturas existentes nesses terrenos. Foi explicado que pela legislação o Governo iria ajudar aos agricultores que iriam perder as suas terras a encontrar terras alternativas, enquanto que o proponente seria responsável por compensar a perda e/ou danos de culturas, árvores e/ou estruturas associadas.

Ilustração 4 2: Reuniões comunitárias como parte do Plano de Acção de Reassentamento (PAR) (Julho - Agosto de 2013)

4.3.4 Divulgação do Relatório de Escopo do trabalho de Avaliação do Impacto Ambiental, Social e de Saúde

Como parte do processo de AIASS, foram realizadas reuniões com a comunidade, a 19 e 20 de Agosto de 2013, em cada comunidade afectada, a fim de divulgar o Relatório do Estudo de Pre-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (ou EPDA). Os participantes nessas reuniões incluíam delegados da mina, do Ministério dos Recursos Minerais, bem como do MICOA. Embora essas reuniões tivessem como objectivo divulgar o processo de AIASS, a equipa social do PAR também estava presente, visto que várias questões relacionadas com a perda de machambas e compensações foram levantadas. Por exemplo, muitos membros da comunidade ainda tinham dúvidas quanto ao saber se eles poderiam continuar com a sua actual actividade agrícola, já que os levantamentos tinham começado. Como resposta, foram explicadas as condições constantes nos formulários de titulos assinados por cada agricultor avaliado. Estas condições estabelecem que os agricultores possam continuar com suas actividades agrícolas, mas que, no entanto, nenhuma nova machamba ou estruturas serão compensadas pelo proponente após estes levantamentos e avaliações terem sido concluídos.

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Placa 4 3: Divulgação do Relatório do Estudo de Pre-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA)

4.3.5 Visita de campo do Plano de Acção de Reassentamento três (Novembro - Dezembro de 2013)

Durante a terceira visita de campo, em Novembro e Dezembro de 2013, foi realizada uma reunião com os quatro líderes das CAPs, em 28 de Novembro de 2013. Durante esta reunião, foram informadas do propósito da visita ao local, que era fazer o levantamento de machambas adicionais, mas também de algumas machambas que não foram contempladas no período anterior da pesquisa, em Agosto de 2013. Foi dada permissão para prosseguir.

4.3.6 Quarta visita de campo do Plano de Acção de Reassentamento: Primeira Divulgação do Relatórios do PAR (Maio de 2014)

A quarta visita de campo foi realizada de 8 a 16 de Maio de 2014. A visita ao local foi realizada pelo Sr. Bosman, Sra. Saranga e Sra. Buque (EOH CES). Esta visita teve como objectivos os seguintes:

 Avaliar machambas dentro da IAR;

 Divulgar o primeiro rascunho do Relatório do projecto do PAR a Comissão Distrita de Reassentamento (que já existe em Balama) e comunidades afectadas e obter qualquer retorno;

 Discutir os pacotes de remuneração com os membros do GTT e todos os agricultores; e  Esta comissão satisfaz as exigências dos Artigos 6 e 7 do Regulamento Moçambicano do

processo de reassentamento Resultante de Actividades Económicas (2012) criada como um órgão de supervisão do processo de PAR em Moçambique; e

 Discutir os pacotes de remuneração com os membros do GTT e todos os agricultores afectados.

A Administradora do Distrito foi solicitada a convocar todas as reuniões que foram realizadas durante esta visita. O

Artigo 23 da legislação acima mencionada exige que pelo menos quatro reuniões de consulta pública devem ser realizadas como parte da divulgação do relatório do PAR. Em cumprimento a este requisito, uma reunião de divulgação foi organizada pela Administradora em cada uma das comunidades; Pirira, Ntete, Nquide, Maputo e Balama respectivamente. Os trabalhos de cada reunião são brevemente elaborados abaixo.

Os membros do GTT receberam uma lista de todos os proprietários rurais afectados cujas machambas estão localizadas dentro AdI da mina. A partir desta lista, cada representante da comunidade do GTT foi solicitado à convidar os agricultores das suas respectivas comunidades para assistir à estas reuniões de divulgação do PAR. Cada reunião foi anunciada nas comunidades pelos membros do GTT (as minutas e listas de presença destes cinco encontros estão nos Apêndices 3-14).

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Os seguintes membros estiveram presentes durante cada reunião da comunidade:

 Representantes do proponente: - Sra. Laura Redolfo; e

- Sr. Célio Panguene.

 Representantes da EOH CES: - Sra. Carina Saranga; e

- Sr. Lungisa Bosman.

 Representantes do Governo - Sra. Laura António (SDAE);

- Sr. Octávio Sozinho (Representante do Administrador do Distrito);e - Sr. Júlio Mabote (SDPI).

 Agricultores afectados e membros do GTT.

Cada reunião começou com a divulgação do relatório de PAR por parte da Sra. Saranga, com maior enfoque para as estratégias de compensação, como proposto neste relatório. Após esta divulgação, a sessão foi aberta para discussão. A maior parte das discussões esteve centrada nas questões da compensação e das estratégias específicas propostas (de acordo com a Secção 6). Portanto, uma cadeia de problemas e respostas foi incluída nos termos na Secção 7.3 que documenta todas estas questões e preocupações levantadas.

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Ilustração 4.6: Envolvimento com os proprietaries de terras afectadass em Maio de 2014 para discutir pacotes de compensação durante a divulgação do relatório do PAR

4.4 Equipa de Trabalho Técnico

4.4.1 Objetivos do Grupo Técnico de Trabalho

O Artigo 8 do Regulamentos do Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas (2012) requer que representantes da população afectada participem do processo. Para cumprir com este requisito, o GTT de Balama foi criado, e este incluía representantes do Governo a nível distrital. Este grupo tem a tarefa inicial de gerir o processo de implementação do PAR, e, portanto, os seus objectivos mais importantes são:

 Formar parte integral do processo de planeamento da mina, especialmente no que diz respeito ao plano de disposição de infraestrutura da mina, a fim de evitar as áreas que são de relevância cultural ou consideradas sagradas para os habitantes;

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 Identificar os agregados familiares e/ou agricultores que possam estar em perigo de se tornar economicamente deslocadas;

 Discutir assuntos relacionados com a possível remoção de sepulturas e preparativos para o re-enterro

 Discutir mecanismos de compensação (usando este relatório como um indicador de linha de base);

 Acordar sobre terras alternativas a serem oferecidos em substituição das terras que possam ser adquiridas pelo projecto; e

 Gerir o Mecanismo de Reclamações estabelecido para quaisquer questões, preocupações e/ou reclamações no que diz respeito ao processo de deslocamento económico.

Em adição, o GTT irá desempenhar um papel fundamental na identificação de pessoas vulneráveis, definidas como pessoas que possam ser mais prejudicadas pelo deslocamento. Tais pessoas podem incluir domicílios chefiados por mulheres / agricultores, crianças de rua, deficientes ou jovens (cf. Banco Mundial, 2013a). Desta forma, cada membro em exercício no GTT deve:

 Apoiar na organização de grupos focais com todos os agricultores afectados para finalizar os contratos de titularidade;

 Ajudar a mina e a Comissão de Reassentamento do Distrito com a identificação de campos agrícolas alternativos (ou locais para realocação, caso necessário, no futuro, se as famílias desejarem mudar, a fim de estar mais perto de sua nova terra de substituição);

 Apoiar na divulgação do relatório do PAR e discutir o quadro de compensação com os agricultores afectados, CAPs e líderes das autoridades locais, a fim de chegar a uma decisão sobre os quadros propostos;

 Apoiar a mina com a possível exumação e trasladação das sepulturas identificadas durante o período de construção da mina;

 Apoiar a mina com a implementação do PAR e convocação dos agricultores que terão direito a receber uma indemnização, bem como a criação de condições para que estes possam discutir os seus pacotes de compensação com a mina e para recebê-los;

 Determinar as agregados familiares vulneráveis e / ou agricultores que qualifiquem para a assistência adicional da mina, caso as suas machambas e / ou estruturas sejam deslocadas;

 Anunciar os critérios de qualificação para os grupos vulneráveis;

 Notificar às PAPs da intenção da mina de prestar assistência adequada para as pessoas vulneráveis caso as machambas e / ou estruturas sejam deslocadas; e

 Analisar cada caso através de uma entrevista entre a pessoa vulnerável identificada, membro do GTT e um representante da mina.

Mais ainda, o GTT actuará como um mecanismo de comunicação permanente para o projecto, o que não deve, portanto, ser necessariamente limitado a este processo de PAR. Para isso, o grupo será encarregado dos seguintes objectivos:

 Representar a voz de todas as PAP e transmitir as suas questões e / ou dúvidas; e  Representar os membros dos ministérios / agências relevantes do Governo e fornecer

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O GTT deve continuar por toda a duração do processo de PAR e continuar a funcionar durante o tempo que for necessário. Poderes para terminar a comissão serão investidos no Administrador. Por fim, foi acordado pelo Ditector Geral da mina para os membros do GTT de serem compensados pela mina sempre que for necessária a sua ajuda. Este será um acordo interno.

4.4.2 Criação do Grupo Técnico de Trabalho

A administradora do distrito foi consultado em 8 de Julho 2013, a fim de obter a sua autorização para estabelecer o GTT de da Mina de Grafite de Balama. Com a sua ajuda, os representantes relevantes do Governo ao nível distrital foram convidados a fazer parte do GTT. Em resposta a este pedido, os Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE) e os Serviços Distritais de Planeamento e Infraestrutura (SDPI) foram convidados a fazer parte do GTT. Estes membros constituem os seguintes oficiais:

 Sr. Júlio Mabote (SDPI);  Sr. Celso Nhumaio (SDAE); e

 Sr. Lucio Nazário (Representante da Administradora do Distrito).

O GTT foi formalmente criado a 10 de Julho de 2013, durante uma breve reunião, onde cada um dos dois representantes eleitos de cada comunidade (oito no total) se reuniu com a equipe de estudo social do PAR, na comunidade de Ntete. A Tabela 4.3 lista os membros que fazem parte do GTT.

Tabela 4 3: Membros do Grupo Técnico de Trabalho da Mina de Balama

Nome Empresa / Comunidade Posição

Célio Panquene Twigg Exploration & Mining Lda. Oficial de Desenvolvimento Comunitário

Sra. Carina Saranga EOH CES Assistente Administrativa Social

(presidente da reunião)

Sr. Lunguisa Bosman EOH CES Cientista social

Sra.Laura Rodolfo Twigg Exploration & Mining Lda. Ofilical de Ligação com a Comunidade (CLO)

Sr. Júlio Mabote SDPI Representante dos Ministérios do

Governo

Sr. Celso Nhumaio SDAE

Sr. Lucio Nazário Representante da Administração

Distrital

Constantino Arlindo Ntete Porta-Voz

Jarifo Raimundo Ntete Membro da Comissão

Bachir Euse'bio Pirira Membro da Comissão

Jorge Chiquira Pirira Membro da Comissão

Adelino Sadique Maputo Membro da Comissão

Chabane Elisa Maputo Membro da Comissão

Useno Buana João Nquide Membro da Comissão

Lourenço Gimo Nquide Membro da Comissão

A equipa foi convidada a eleger um porta-voz para agir como o representante do grupo através do qual as reuniões seriam organizadas e mensagens importantes seriam com unicadas ao grupo. Para além de reconhecer e confirmar a sua responsabilidade para representar as suas respectivas comunidades durante o processo do PAR, os objectivos do GTT foram descritos em Macua. Mais ainda, tais objectivos e o funcionamento do grupo foram fornecidos para o presidente, sob a forma de um Documento de missão do GTT, que também incluiu o nome de cada membro, detalhes de contacto e impressões digitais; como forma de declaração e filiação de cada membro ao grupo.

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Uma cópia impressa deste documento também foi fornecida para o administrador do distrito para seus próprios registos. Consulte o Apêndice 24.

Ilustração 4 5: Criação do Grupo Técnico de Trabalho (GTT) a 10 de Agosto de 2013 4.4.3 Reuniões Realizadas com o Grupo Técnico de Trabalho 4.4.3.1 Visão Geral

A Tabela 4.4 abaixo esboça todas as reuniões do GTT realizadas até o final de Junho de 201 4. Tabela 4.4: Reuniões do Grupo Técnico de Trabalho (GTT) até final de Junho de 2013

Vila Data N. º De

participantes Objectivo/s

Ntete

10/07/2013 12 Estabelecer o GTT, eleger um presidente e delinear os objectivos do grupo.

2013/07/08 19

 Apresentar o GTT aos funcionários relevantes do Governo;

 Demonstrar o plano actual de disposição da infraestrutura da mina e onde terras e / ou domicílios podem ser perdidos / afectados;

 Explicar o processo de avaliação de terras e o plano de trabalho; e

 Apresentar os quatro inquiridores da EOH CES

23/08/2013 14

 Uma reunião de encerramento para terminar o processo de avaliação de terras agrícolas e de agregados familiares;

 Reiterar as condições das moratórias declaradas com cada agricultor / agregado familiar estudado e incentivar os moradores a continuar com suas práticas agrícolas durante este período;

 Estabelecer um procedimento para quaisquer reclamações da vila sobre terras agrícolas dentro da área de mineração a ser apresentado nas próximas quatro semanas (até o final de Setembro de 2013) com os membros do GTT e Laura Redolfo (CLO);e  Planificar a próxima visita do equipado PAR ao local

para Novembro.

Ntete 28/11/2013 14

 Explicar o propósito da visita ao local da equipa social do PAR aos chefes da vila, que foi de continuar a trabalhar com os proprietários das terras localizadas dentro da área de influência da mina;  Apresentar os inquiridores aos chefes;

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Vila Data N. º De

participantes Objectivo/s

onde terras e / ou agregados possam ser perdidos / afectados e as alterações feitas na disposição;  Reiterar os procedimentos dos mecanismos de

reclamação estabelecidos; e

 Solicitar autorização para dar início aos levantamentos.

29/11/2013 18

 Mostrar o plano actual da disposição da mina e onde terras e / ou agregados possam ser perdidos / afectados e as alterações feitas na disposição;  Introduzir os quatro inquiridores da EOH CES  Reiterar o funcionamento do Mecanismo de

reclamações; e

 Explicar o processo de avaliação de terras e o plano de visitas ao campo

Ntete 2014/12/05 27

 Explicar o propósito da visita ao local, que é de divulgar o relatório do PAR para os membros do GTT e obter o seu contributo;

 Avaliar as restantes machambas que possam eventualmente ser afectadas pela mina; e

 Discutir os pacotes de remuneração com os membros do GTT.

4.4.3.2 Encontros de Apresentação para Obtenção de Permissão para Pesquisas das Terras

Tal como ilustrado na Tabela 4.4 acima, seis reuniões com o GTT foram realizadas até o final de Junho de 2014. Foram feitas minutas de todas as reuniões. As minutas constam nos Apêndices 3 - 14. Todas as reuniões foram realizadas na Comunidade de Ntete, assegurando que houvesse sempre pelo menos um representante da mina. Representantes do Administrador do Distrito, do SDAE e do SDPI puderam participar da maioria das reuniões.

As reuniões foram destinadas principalmente a estabelecer o propósito do grupo e a atribuir os papéis e responsabilidades de cada membro. Mais ainda, a segunda reunião era destinada a obter o apoio dos membros do GTT no levantamento dos agregados familiares e na avaliação de terras agrícolas. Este último processo foi explicado pelo desenho sobre a necessidade da mina de saber à quem pertenciam as machambas actuais a fim de evitar oportunistas criando machambas com a intenção de obter uma compensação. Foi clarificado que as pessoas não deveriam simplesmente estabelecer novas machambas, a fim de receber uma compensação, e que novas machambas não seriam compensadas.

A reunião de 23 de Agosto de 2013 foi organizada como uma reunião de encerramento de visitas ao local para terminar a primeira pesquisa e processo de avaliação de terras agrícolas. Em bora formalmente convidados, os representantes do Governo não puderam estar presentes. Durante esta reunião, um procedimento também foi criado para gerir quaisquer reivindicações de terras agrícolas, visto que algumas terras poderiam ter sido negligenciadas pelas avaliações, enquanto os agricultores que já tinham perdido terra para a mina tem o direito de fazer pedidos de indemnização.

Uma outra reunião foi realizada à 29 de Novembro de 2013, com a comunidade do GTT e representantes do Governo para informar o grupo sobre a terceira visita ao local e sobre o levantamento a ser realizado. Foi apresentado um mapa mostrando as novas áreas de fronteira do projecto a serem levantadas e o procedimento do levantamento foi explicado. A mesma reunião serviu para ouvir e responder a quaisquer reivindicações e problemas que foram apresentados ao Oficial de Ligação Comunitária (CLO) desde a última visita. Além disso, recordou-se aos membros do GTT da data limite para as compensações, e que quaisquer novas machambas e/ou estruturas dentro da área de estudo anterior ou actual não seriam compensadas pela mina posterior a este último período da pesquisa. Os membros confirmaram que essas

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condições tinham recentemente sido discutidas entre as CAPs e o Administrador, onde os membros foram informados para que não estabelecessem novas machambas dento da AdI da mina.

Ilustração 4.6: Envolvimento com Membros do Grupo Técnico de Trabalho (GTT) em 29 Novembro de 2013 4.4.3.3 Divulgação dos Primeiro Rascunho do Projecto de Relatório do PAR e Discussão sobre

Medidas de Compensação

Foi realizada uma reunião com o GTT a fim de divulgar do esboço de relatório do PAR, bem como para discutir as medidas de compensação propostas (Capítulo 6). Esta reunião foi realizada a 12 de Maio de 2014, e contou com a presença dos seguintes membros (consultar Apêndice 15 para as actas das reuniões de diculgação, bem como Apêndices 16-21 para as listas de presenças de todas as reuniões realizadas):

 Representantes da Syrah: - Sra. Laura Redolfo; e - Sr. Célio Panguene.

 Representantes dos Coastal & Environmental Services: - Sra. Carina Saranga; e

- Sr. Lungisa Bosman.

 Representantes Governamentais - Sra. Laura António (SDAE);

- Sr. Octávio Sozinho (Representante do Administrador do Distrito);e - Sr. Júlio Mabote (SDPI).

 Todos os representantes da comunidade faziam parte da ETT.

A reunião foi presidida pela Sra. Saranga (EOH CES). A mesma iniciou a reunião com a apresentação de todos os presentes, onde depois secções específicas do projecto de relatório foram destacadas; em particular, as estratégias de compensação para as culturas, estruturas, árvores de fruto e provisão de terra alternativa. A reunião provocou muita discussão, que se centrava em consultas de compensação, problemas e preocupações. Tais discussões foram registadas em forma de cadeia de questões e resposta no Capítulo 7.3 que trata das estratégias de compensação.

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4.5 Envolvimento do Governo Provincial e Distrital 4.5.1 Envolvimentos Gerais

Em adição à reunião formal com a Administradora do Distrito em 8 de Julho de 2013 para obter a autorização para o PAR e o estabelecimento da GTT, foram realizadas várias reuniões informais com o SDAE e SDPI durante o mês de Agosto de 2013. Ambos os ministérios a nível distrital desempenharam um papel central na prestação de assistência a EOH CES no processo de PAR, fornecendo orientação, especialmente no que diz respeito à compensação de culturas e fornecimento de terra alternativa. Foi realizada também uma reunião a 22 de Agosto de 2013, com o Chefe do Departamento de Planeamento Territorial no MICOA, a fim de obter mais clareza sobre o papel do Governo Provincial no processo de PAR.

Como parte da terceira visita ao local (Nov/Dez 2013), foi realizada uma reunião com os funcionários do governo do Distrito. O objectivo da reunião foi notificar os funcionários sobre a pesquisa a ser realizada, mas também reiterar a data limite para novas machambas. A reunião foi realizada em 29 de Novembro de 2013, na Comunidade de Ntete. Estiveram presentes na reunião representantes do SDAE, SDPI, bem como a Administradora. Além disso, a EOH CES esclareceu que algumas machambas não foram pesquisadas durante a última visita ao local, já que os agricultores em causa não estavam na área no momento. A fim de examinar essas machambas, os agricultores foram solicitados a registar suas machambas com o CLO no acampamento da mina. Os funcionários do governo foram informados de que vários agricultores se registaram, e que os proprietários dessas machambas seriam também entrevistados durante esta visita ao local. Embora tenham sido envidados todos os esforços para registrar e inspecionar todos os agricultores afectados, aqueles que não tinham registado ate aquele período teriam a oportunidade de fazê-lo por meio do Mecanismo de Reclamações.

Por fim, depois de uma discussão com o chefe do Departamento de Planeamento Territorial do MICOA (Pemba), a EOH CES foi notificada de que regularmente precisavam submeter relatórios ao MICOA, a nível provincial. Mantendo-se esse requisito, dois relatórios de progresso impressoas (Agosto e Dezembro de 2013) foram submetidos à DPCA em Pemb (Veja Apêndice 23 para prova de submissão), que representa o MICOA a nível provincial. Ambos os relatórios delinearam os levantamentos e avaliações realizadas para o PAR, bem como toda a participação pública e as actividades das partes interessadas.

4.5.2 Comissão Distrital de Reassentamento 4.5.2.1 Objectivos

Os Artigos 6 e 7 do Regulamento de Moçambique para o processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas (2012), exigem a criação de uma comissão para monitorar e supervisionar o processo de reassentamento. Após a coordenação com o MICOA e o Director Geral do proponente, a EOH CES foi informada de que já existia esta comissão, referida como Comissão Distrital de Reassentamento. De acordo com o Artigo 6 do regulamento, os seguintes representantes devem fazer parte desta comissão:

 Dois membros do Sector de Planeamento Territorial;  Um membro do Sector da Administração Local;

 Um membro do Sector das Obras Públicas e Habitação;  Um membro do Sector Agrícola;

 Um membro da área afim;

 Um membro do Governo Provincial; e  Um membro do Governo do Distrito.

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Os papéis imediatos do comitê durante o período de divulgação do PAR são:

 Receber uma apresentação sobre o relatório do PAR e estágio actual do PAR;  Acordar os pacotes de remuneração propostos no relatório do PAR;

 Elaborar sobre taxas de compensação de cultura de Moçambique;  Explicar como essas taxas devem ser aplicadas para o PAR;  Discutir questões em torno da provisão de terra alternativa; e  Discutir o caminho a seguir

Em Agosto de 2014, os membros efectivos desta comissão eram os seguintes: Tabela 4.5: Membros efectivos da Comissão Distrital de Reassentamento

Posição/Representante Nome

DPCA (MICOA), em Pemba Latifa António

Claudio Alfeu Representante da Administração de Balama Issa Rachide Lucio Nazario

SDPI em Balama Julio Mabote

Director do SDAE Rita de Jesus

Representante da Syrah

Dinis Napido Celio Panquene

Laura Redolfo

Representante da CES Carina Saranga

Lungisa Bosman

4.5.2.2 Divulgação do Primeiro Rascunho do Relatório do PAR para a Comissão Distrita de Reassentamento

A primeira reunião com esta comissão foi realizada a 8 de Maio de 2014, no escritório da Administração do Distrito de Balama. O objectivo do encontro foi divulgar o primeiro Rascunho do Relatório do PAR, bem como permitir que os funcionários do governo tivessem uma oportunidade de contribuir para o processo de deslocamento económico. A reunião provocou muita discussão, que se centrava em consultas de compensação, problemas e preocupações. Tais discussões foram registadas na forma de uma Tabela de Questões e Resposta ao abrigo da Secção 7.3 que trata das estratégias de compensação.

Em 21 de agosto de 2014, foi realizada uma segunda reunião com a comissão no Edifício da Administração em Balama. A Tabela 4.6 abaixo fornece uma lista de todos os participantes:

Tabela 4.6: Lista de Presença da Reunião da Comissão de Reassentamento do Distrito

Nome Posição Nr de Contacto

Anton Hough Cientista Social da EOH CES (+21) 079 514 76 11

Fred Snow Stratoimagery (especialista de PAR) (+27) 082 662 1522 Celso Nhumaio Serviços Distritais de Actividades Económicas

Activities

822831840 Laura Redolfo Oficial Assistente de Comunicações da Mina de

Balama 826901653

Paulo Feliciano Serviços Distritais de Actividades Económicas 861427633 Issa Rachide Coordenador do Secretário Permanente de

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Julio Mabote Zacarias Serviços Distritais de Planeamento e

Infraestruturas 872905288

Carina Saranga Assistente Social EOH CES 824136038

A reunião teve como objetivo notificar a comissão sobre o processo de PAR, bem como para discutir como as taxas de compensação das culturas do Governo devem ser aplicadas para o projecto. Foi acordado para o valor máximo produtivo de cada machamba afectada para formar a base de compensação. Este valor foi confirmado a ser para gergelim.

A Comissão foi informada sobre a criação de um Departamento Social da mina para implementar o PAR (consulte a Secção 8.2). Além disso, a equipe social planeou uma visita ao local (22 de Agosto) para terras alternativas que foram identificadas por esta comissão como terra de substituição. A reunião foi concluída com uma breve discussão sobre o Programa de Desenvolvimento de Agricultores (PDA). A Comissão anotou isso, e solicitou que tal programa seja executado com a assistência de um membro do Governo ligado a agricultura (baseado em Balama) trabalhando no distrito.

4.6 Mecanismo de Reclamações 4.6.1 Objectivos

De acordo com o PD5 do IFC, uma função central de qualquer processo de PAR deve ser operar um mecanismo de reclamações para quaisquer reclamações e/ou reclamações futuras. Alguns dos objectivos mais importantes de um mecanismo são os seguintes:

 Fornecer as CAPs com um mecanismo acessível e rápido através do qual possam

apresentar uma queixa e/ou resolver qualquer controvérsia que possa surgir no âmbito do projecto;

 Facilitar acções correctivas apropriadas e mutuamente aceitáveis, e tratar as reclamações de forma eficiente;

 Garantir que os queixosos estão satisfeitos com os resultados de quaisquer acções correctivas tomadas pelo cliente; e

 Evitar/minimizar a necessidade de recorrer a processos judiciais.

Usando as diretrizes do IFC, um mecanismo de reclamações foi criado no âmbito do Departamento Social da mina (Seção 8.2). Este mecanismo está ilustrado na Figura 4.1.

O Oficial de Desenvolvimento Comunitário da mina, o Sr. Mutiquinhene,será responsável pela gestão deste mecanismo. Isto incluirá o registo de queixas em papel e entrada no banco de dados (o registo do banco de dados foi fornecido ao Departamento Social da mina); Consulte a Ilustração 4.7 que mostra uma sessão de formação sobre esta base de dados. Como parte do Departamento Social, José António Mutiquinhene será responsável por lidar com queixas durante o processo de PAR, mas também como parte das obrigações gerais do departamento para responder a qualquer questão comunitária.

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Ilustração 4.7: Esquerda: EOH CES apresentando um formulário de reclamação que ele adaptado para o Departamento Social da mina.

Através deste mecanismo, o oficial de reclamações (Sr Mutiquinhene) vai manter o controle de todos os problemas apresentados pelas comunidades. Ele deve manter um olho vigilante no local para evitar reclamações futuras.

4.6.2 Procedimento do Mecanismo de Reclamações

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Figura 4.1: O Mecanismo para Reclamações (Strato Imagery, 2014)*

Legenda: Grievance Mechanism and Responsibility Matrix= Mecanismo de Reclamações e Matriz de Responsabilidade; Step 1 = Passo 1; Gri evance Recorded= Reclamação Registada; Grievance Referred Social Department = Reclamação Remetida ao Departamento Social; Grievance Recorded & Documented = Reclamação Registada & Documentada; Grievance Investigated By Social Department = Reclamação Investigada pelo ao Departamento Social; GIS Resurveyed Data Compared to Old Data = Dados Levantados por GIS em Comparação com Dados Antigos; Old Interview Form Compared to New Claim = Formulário de Entrevista Antigo em comparação com a Nova Reclamação; Old Payments Investigated = Pagamentos Antigos Investigados; Decision on evidence Made by Grievance Team = Decisão com Base em Evidên cias Feitas pela Equipe de Reclamações; Grievance Denied = Reclamação Recusada; Renegotiation = Re-negociação; Grievance Approved = Reclamação Aprovada; PAP Sign Off on Grievance Decision & Receipt Given = PAP assina sobre a Decisão da Reclamação & Recepção de Recibo; Grievance Compensation Calculation = Cálculo Compensação da Reclamação; Grievance Payment Request = Solicitação de Pagamento de Reclamação; Grievance Paid = Reclamação Paga.

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A Figura 4.1 é brevemente discutida abaixo.

Passo 1-2: Reclamações Registadas e Encaminhadas para o Departamento Social

Os membros da comunidade estão autorizados a fazer uma declaração formal de litígio ou reclamação (verbal ou escrita) a qualquer um dos representantes seleccionados a nível da comunidade pertencentes ao GTT, a seus chefes, ou directamente a mina. O CLO da mina, em última instância recebe todas as queixas, e tem a tarefa de preencher um formulário de declaração de queixa.

O reclamante (via representante do GTT ou chefe) é registado pelo CLO com um número atribuído, que deve ser fornecido ao reclamante. Os membros que tenham sido pesquisados pela equipe do PAR vão usar o número fornecido a eles. Aqueles sem números serão emitidos novos números. As reclamações serão registadas pelo CLO com um número atribuído a fornecer para cada reclamação. O formulário de declaração de queixa a ser concluído pelo CLO inclui a data, descrição da queixa, bem como os detalhes da reclamação e a pessoa que apresentou o (nomes completos e comunidade). Todos os registos são em Português. A pessoa que submete essa reclamação (seja um indivíduo, presidente ou um representante da comunidade actuando no GTT) assina este formulário preenchido, e recebe um recibo da reclamação pelo CLO, mediante a apresentação. O formulário também indica a data em que a queixa será tratada pela mina e quando será recebido o resultado.

Será de responsabilidade da mina (o CLO) receber queixas e digitar essas informações no registo (um registo electrónico, também deve ser mantido). São feitas três cópias do formulário: uma cópia a ser fornecida para a pessoa que apresenta a reclamação (a ser fornecida ao reclamante), uma para ser usado para implementar as medidas correctivas e para controle de documentos, e uma cópia deve permanecer no arquivo de reclamações a ser mantido pelo CLO. O comentário/queixa é, então, introduzido em um banco de dados criado para este fim.

Passo 3: Reclamações Registadas e Documentadas

Após a conclusão do formulário de declaração de queixa, o CLO deve assegurar que a gestão da mina (ou alguém equivalente em posição) recebe uma cópia do formulário dentro de 48 horas de sua apresentação. Um banco de dados eletrônico também será mantido para cada queixa. O formulário de declaração de queixa deve ser gerido e mantido pelo CLO quem arcará com a responsabilidade de garantir que todos os registros são actualizados e precisos.

Passo 4-7: Reclamações Investigada pelo Departamento Social

Através do CLO, a mina deve avaliar a queixa/comentário em termos de sua capacidade de resolvê-lo localmente entre a equipe do projecto. Se tal não for possível, a queixa/comentário será comunicada ao GTT, Administrador do Distrito ou um órgão semelhante para formular recomendações preliminares. O CLO deve fornecer suas recomendações para a gestão da mina em tempo hábil que não exceda quatro dias de trabalho.

Dependendo das circunstâncias da reclamação, várias unidades ou departamentos podem ter de se envolver, inclusive a gerência sênior, se as suas direcções e decisões são necessárias. Para iniciar este processo, a natureza da queixa será estabelecida para determinar as medidas necessárias para análise e investigação. Todas as queixas terão de sofrer certo grau de avaliação e investigação, dependendo do tipo de reclamação e clareza de circunstâncias.

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Passo 8: Decisão com Base em Evidência Feitas pela Equipe de Reclamações

A gestão da mina ou HRM redigirá uma resposta por escrito no prazo de 15 dias da data em que o formulário de queixa foi apresentado e registado no formulário de declaração de queixa. Nessa resposta, a justificativa para abordar a questão de uma maneira particular precisa ser descrita, e as recomendações do CLO precisam ser levadas em consideração. Deve ser apresentada resposta formal na forma de uma carta de resposta ou acta de reunião com o reclamante pela administração mina ao reclamante em pessoa. Se necessário, a carta precisa ser comunicada verbalmente ao reclamante. Se o reclamante aceitar o veredicto da mina (HRM) na resolução da queixa, esta decisão deve ser documentada com a assinatura do reclamante (ou impressão digital) na carta de resposta da queixa. Depois disso, a carta de resposta deverá ser devolvida ao CLO para guardar no formulário de declaração de queixa (a anexar a ele).

Se o queixoso rejeitar a resposta, os méritos da rejeição devem ser investigados internamente pela mina ou outras vias, como com o Administrador do Distrito ou outras partes interessadas. Nesta situação, o queixoso terá o direito de consultar o Administrador do Distrito, depois da qual uma reunião formal deve ser organizada entre o Administrador do Distrito, a mina, o queixoso e quaisquer outros grupos de interesse ou de autoridades do governo que precisam ser envolvidos (como por a recomendação do Administrador do Distrito). Actas de reuniões formais serão redigidas e serão emitidas e assinadas pelo Administrador.

Os resultados da reunião serão registados, e se for alcançado um acordo, esse acordo será capturado na forma de declaração de queixa com a assinatura (ou impressão digital) do queixoso. Passo 9A- 12B: Desfecho/Resolução

Uma vez que a investigação foi concluída e as medidas necessárias tomadas, os resultados serão comunicados ao reclamante e lançados no formulário de declaração de queixa e banco de dados eletrônico, conforme explicado. Independentemente do resultado, a resposta deve ser fornecida a todos os reclamantes.

O Mecanismo de reclamações estabelecido neste relatório deve ser revisto periodicamente pela mina para a sua adequação e conveniência para o ciclo de vida do projecto.

4.6.3 Operação do Mecanismo de Reclamações

Os procedimentos foram divulgados durante cada reunião da comunidade (veja a Tabela 4.2). As etapas envolvidas nesse mecanismo foram meticulosamente explicadas com um cartaz, não só durante cada reunião da comunidade, mas também durante as oficinas do GTT e entrevistas familiar, individual e/ou de agricultores. Por exemplo, os membros da comunidade foram informados de que eles poderiam apresentar qualquer queixa relacionada com deslocamento-económicos com um dos membros do GTT, os líderes comunitários ou o Administrador do Distrito. A última parte é responsável por apresentar essas queixas com um representante da mina (o Sr. Cabral Mutiquinhene), que será encarregado de registar cada reclamação em um livro usando um livro de recibos e procedimentos de resolução adequados conforme as directrizes do IFC.

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Ilustração 4.8: Estabelecimento do Mecanismo de Reclamações durante cada encontro da comunidade com um cartaz que ilustra as etapas envolvidas.

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5.

CONTEXTO SOCIOECONÓMICO DO PROJECTO

5.1 Visão geral

O capítulo seguinte fornece o contexto socioeconómico das PAP da mina. Neste capítulo, o termo PAP refere-se aos agricultores afectados e seus membros da família dentro da AdI da mina. Portanto, a unidade de análise deste capítulo é a unidade domiciliar, definida com sendo composta por membros que dormem juntos na mesma casa, pelo menos durante a semana, compartilhando os mesmos recursos (alimento e renda, por exemplo). Note-se que grande parte destes dados foi colhida durante várias visitas ao local em 2013/2014. É, portanto, de se esperar é que determinadas tendências socioeconómicas, em especial, como emprego, tenham mudado desde a colecta de dados.

O capítulo começa com uma descrição da metodologia empregada. Este é seguido por uma secção de análise detalhada de dados. A AIS deve ser referido para uma visão socioeconómica mais abrangente de Moçambique e de Cabo Delgado (CES, 2013a). Este capítulo não tem a intenção de replicar os dados fornecidos na AIS, e destina-se apenas a fornecer um quadro contextual e estratégico para os critérios de elegibilidade e processo de avaliação e compensação

5.2 Metodologia de Pesquisa e Avaliação 5.2.1 Visão geral

Cinco visitas foram realizadas a fim de realizar inventários de avaliação de terra de todas as possíveis propriedades rurais afectadas (registando os detalhes de agricultores, terreno, culturas, estruturas, características e árvores económicos), mas também um Estudo Socioeconómico de Base (SEBS) de 30 % da amostra de famílias de agricultores afectadas. Essa amostra é considerada adequada para os padrões internacionais (como o IFC), considerando o tamanho da população afectada: "Onde a população for superior a um tamanho adequado para uma pesquisa domiciliar individual, uma pesquisa com uma amostra da população pode ser suficiente" (IFC , 2012: p.21). Estes inventários e pesquisas foram realizados de 09 a 25 de Agosto, 30 de Novembro a 4 de Dezembro de 2013, 12 a 16 de Maio de 2014 e 18 de Agosto a 5 de Setembro de 2014.

No total, foram conduzidos iventários de activos de 677 propriedades rurais no interior da AdI da mina (Figura 1.2).Reassentamento fisico será evitado ao maximo, porém dez dessas propriedades são domicílios, enquanto que o resto compreendem machambas. Estas propriedades rurais pertencem a 588 agricultores (588 casas separadas), como alguns agricultores tendo mais de uma machamba dentro da AdI. Note-se que pode haver mais machambas dentro da AdI da mina, já que alguns agricultores não puderam ser encontrados durante os períodos de pesquisa. Tais machambas serão contabilizadas como parte do Mecanismo para Reclamações durante a fase de implementação do PAR.

A próxima secção elabora sobre a metodologia utilizada, tanto para o SEBS e avaliação terras.

5.2.2 Inventários de Posse de Terra e Activos e Levantamentos Socioeconómicos de Base

Entre quatro e oito pesquisadores de campo locais de Balama e Montepuez (Distrito de Balama) foram recrutados pela EOH CES durante cada um dos cinco períodos de pesquisa. Durante o primeiro período da pesquisa, os pesquisadores de campo receberam treinamento intensivo na administração do questionário SEBS (Anexo como Apêndice 26), bem como a realização dos inventários de activos e posse de terra usando um tablet Android. Na sequência desta formação, vários inventários piloto e pesquisas foram realizadas com algumas famílias e agricultores na Comunidade de Pirira a 7 de Agosto de 2013 Os resultados desses pilotos foram analisados e usados como parte de oficinas de formação prática com os pesquisadores de campo.

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O primeiro passo para o processo de inventário e pesquisa foi uma caminhada em toda AdI a mina (inicialmente de acordo com um plano de disposição de infraestrutura fornecida em 2013), em torno do qual uma zona tampão de cerca de 30m foi criada a fim de definir a área de estudo e de machambas que poderiam aí ser afectadas. A mesma área tampão foi continuamente usada para demarcar a AdI como algumas alterações de disposição de infraestrutura foram feitas pelo proponente.

Para questões de logística, a área de pegada ecológica foi subdividida em secções diferentes. Cada secção foi atribuída a um pesquisador de campo e um membro do GTT que fez reconhecimento e caminhou em cada secção, nos dias 8 e 9 de Agosto de 2013, a fim de identificar os agricultores afectados a serem pesquisados e a posse de terra a ser avaliada (Ilustração 5.1). Antes disso, um representante do SDAE colocou um anúncio na rádio (em Português e Macua) para informar e sensibilizar as comunidades vizinhas sobre este processo.

Ilustração 5.1: Transectos da área de estudo e identificação de campos agrícolas, culturas e estruturas a serem avaliadas

A segunda notificação foi transmitida diariamente pela rádio (em Balama) por uma semana para informar a todos os proprietários de terras ao redor da área da mina para estarem em suas machambas, ou para enviar um representante das famílias às suas machambas durante o período de levantamento. O número identificação das famílias (ID) foi emitido para cada proprietários de terra (Ilustração 5.2). O mesmo procedimento de trabalho foi empregado para a pesquisa de seguimento e períodos de avaliações.

Ilustração 5.2: Um número de identificação do agregado familiar emitido para cada família proprietária de machamba

O processo foi relativamente suave como agricultores pareciam contente em mostrar suas machambas, na esperança de receber uma compensação por aquilo que poderão, eventualmente,

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perder. Isto foi ilustrado pelo facto de que os agricultores literalmente esperaram em seus campos todos os dias para ser pesquisados.

5.2.3 Folhas de Titularidade e Declarações Individuais de Data Limite

A Lei de Minas de 2002 autoriza o Conselho de Ministros de Moçambique a estabelecer uma moratória de mineração. No entanto, por uma questão de praticidade, datas-limite de compensação do projecto a individuais foram estabelecidas com cada proprietário de terra . As datas limite foram incorporadas nas folhas de titularidade que foram concluídas subseqüente a cada entrevista.

Antes da realização dos levantamentos e avaliações, o SDAE e SDPI foram consultados para orientação. Os ministérios concordaram em testemunhar o processo de vistoria e avaliação, em uma ocasião, onde depois eles iriam assinar cada folha de direito de posse de terra do proprietário como um acto de suporte e aprovação do governo. Um exemplo de uma folha de titularidade é anexado como Apêndice T. Cada folha detalhou o proprietário de terra, o tamanho da machamba fundiária [s], as plantações, árvores e/ou estruturas sobre a terra, e atribuíu um número de identificação do agregado familiar. Como cada folha foi assinada por um representante da mina, o proprietário da terra e os ministérios acima mencionados, estas folhas seriviram como declaração individual através da qual cada proprietário foi notificado de que qualquer nova machamba e/ou estrutura não serão compensados pela mina após esse levantamento.

As especificações sobre estas folhas também foram definidas e esclarecidas durante a maior parte das reuniões comunitárias e oficinas do GTT. Estas incluíram que não seria fornecida nenhuma compensação a quaisquer novas machambas ou estruturas. Desta forma, os agricultores foram alertados que quaisquer novas machamba cultivadas ou estruturas erguidas após este período da pesquisa eram vulneráveis de serem perdidas para a mina sem compensação. No entanto, como se explicou durante as reuniões do GTT e comunidades, os agricultores foram incentivados a continuar com suas práticas de subsistência normais (incluindo a agricultura e fazendo alterações normais/melhorias para as suas estruturas já existentes), como o tempo de aquisição de terras ainda era incerto nessa fase.

Cópias destas folhas de títulos individuais assinadas foram fornecidas a Administradora do Distrito de Balama. Os documentos originais assinados foram arquivados pela mina e farão parte do contrato de compensação de cada família afectada (ver Capítulo 7).

5.2.4 Análise de Dados e Relatório

Os dados recolhidos pelos inquéritos foram capturados em um banco de dados Microsoft Access. Usando este banco de dados, um orçamento preliminar de deslocamento económico pode ser calculado através da produção de um relatório de título de casa de cada agricultor (consulte o Capítulo 8, Tabela 8.2).

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5.3 Contexto Socioeconómico

5.3.1 Demografia das Pessoas Afectadas pelo Projecto

A Tabela 5.1 abaixo apresenta as comunidades de onde os proprietários afectados vêm. Tabela 5.1: Comunidades onde as famílias afectadas pelo projecto vivem

Comunidade % de agregados familiares afectados desta

comunidade Maputo 29.8 Nquide 23.1 Pirira 21.2 Balama 15.4 Ntete 10.6 TOTAL 100.0

Como ilustrados na Tabela 5.1, o maior grupo de percentagem das famílias vivem em Maputo (29,8%), seguido por Nquide (23,1). O menor número de agregados familiares afectados é de Ntete (10,6%).

A média de dimensões de domicílios compreende aproximadamente 4.5 membros. Isto significa que do total de população de facto (ou seja, os actuais moradores apenas) dos domicílios afectados compreende cerca de 6.646 pessoas que podem ser consideradas como as PAP. Este é o caso, já que o projecto não afectará somente os proprietários de terra, mas também os seus membros da família. No entanto, deve-se ressaltar que, potencialmente, mais pessoas podem ser dependentes dessas terras, como as famílias têm, geralmente, os membros ausentes que poderiam voltar a suas casas vários meses por ano ou apenas nos fins de semana. A última população é referida como a população de jure, que responde por todas as pessoas que vivem em uma área, incluindo membro temporariamente ausente.

Considerando-se a razão de sexo, é evidente que as mulheres contra o número homens ligeiramente, com 51,2% seja de facto população feminina. A relação macho-fêmea pode ser calculado em cerca de 1:1,05.

De todos os moradores afectados, poucos parecem ser portadores de deficiência física (apenas 1,6%). No entanto, a taxa de mortalidade é muito elevada. Apesar dos progressos feitos na prestação de clínicas e serviços de saúde, a taxa de mortalidade infantil de menores de cinco em Moçambique manteve-se constante em um alto 138 por 1.000 nascidos vivos em 2008 (World Bank, 2011). Em relação à população estudada, essa proporção é superior a 285,7 por 1.000 nascidos vivos. Os dados indicam que a razão para esta elevada taxa de mortalidade pode ser largamente atribuído às doenças malária e relacionadas à cólera como a diarreia.

Em termos de uma repartição etária da população, a Figura 5.4 abaixo apresenta as diferentes categorias de idade:

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Figure 5.1: Distinção de idades das Pessoas Afectadas pelo Projecto (PAP) (%)

Como pode ser deduzido a partir da Figura 5.4 acima, a maior parte da população é de 18 anos ou menos (58,4%). Isso é mais do que a metade das pessoas estudadas, e sugere uma população muito jovem afectado. Esta informação faz sentido, como população do distrito é muito jovem segundo o Censo de Moçambique de 2007 (54,7% para a mesma categoria) (República de Moçambique, 2007). Sobre 34,6% da população são de idade escolar (entre sete e 18 anos), enquanto que muito poucas pessoas parecem estar acima de 65 anos de idade (1,4%). Note-se que as idades de 3,9% dos membros da família eram desconhecidas; no entanto, isso representa apenas uma parte insignificante da população.

Todos os moradores parecem estar filiados a Tribo Macua, com Macua como sua primeira língua. Apenas cerca de 20% dos domicílios confirmou que alguns membros de sua família podem falar Português. Em termos de religião, a maioria das famílias (84%) identificou-se como pertencentes à fé islâmica. Cerca de 16% pertencem à fé cristã.

5.3.2 Dinâmica dos Domicílios 5.3.2.1 Visão geral

Embora nem todos os membros do agregado familiar serão directamente afectados pelo deslocamento de terras (principalmente machambas), ainda é vital entender a dinâmica de todos os agregados familiares afectados uma vez que as machambas contribuiem para a subsistência e a segurança alimentar de uma família inteira e não somente o agricultor.

5.3.2.2 Filiação

O tamanho médio da casa é de cerca de 4.5 membros (população de facto). Este valor está de acordo com os dados do Censo de 2007, Moçambique, indicando que cerca de 50% dos domicílios do distrito têm entre quatro e seis membros. A grande maioria dos domicílios é chefiada por homens (cerca de 89%); uma figura que é significativamente maior do que se reuniram durante o censo acima mencionado, o qual estima-se que o distrito tem cerca de 69% dos agregados familiares chefiados por homens.

A maioria da população do estudo parece estar intimamente conexa com os membros da família que consistem de pais e as crianças dentro das famílias. Isto é indicativo de famílias nucleares Aproximadamente 12% da população composta por membros familiares por extensao, como sobrinhos ou sobrinhas, irmãos ou irmãs--de-lei, ou filhos adoptivos.

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5.3.3 Condições de Vida Socioeconómicas 5.3.3.1 Educação

Uma escola primária está localizada em cada uma das quatro comunidades afectadas. O nível educacional dos membros de 18 anos ou mais é ilustrado na Figura 5.2 abaixo:

55.3 35.4 3.0 5.0 1.3 None

Some primary school Completed primary school Some secondary school Completed secondary school

Figura 5.2: Estado de Educação das famílias afectadas pelo projecto (%; 18 anos ou mais)

Como pode ser deduzido a partir da Figura 5.2 acima, uma significativa alta de 55% desses membros que são de 18 anos ou mais de idade não têm qualquer educação. Apenas cerca de 3% concluíram o ensino fundamental, enquanto que 5% completaram alguma escola secundária. Dos membros que são de idade escolar entre seis e 18 anos (817), apenas 442 (ou seja, 54,1%) estão actualmente a frequentar a escola. Destes membros, que frequentam a escola, percentual quase idêntico está matriculado no ensino primário e secundário.

Em resumo, os dados indicam que muito poucas crianças são enviadas para a escola. Esta descoberta faz sentido, reflectindo sobre os dados do censo de 2007, que apontam que cerca de 28% das crianças do distrito entre seis e 18 anos não frequentam a escola. Embora o percentual obtido pela pesquisa deste PAR é maior do que os dados para o distrito, o estilo de vida agrícola de subsistência dessas famílias pode motivar os pais a não mandar seus filhos para a escola para que possam ajudar nas machambas, ou criação de gado e cabras. Esta conclusão não pode ser apoiada por dados primários, mas a partir de observações, as crianças são frequentemente vistas fazendo tarefas em residências, como cuidar de bebês ou cabras.

Entre as crianças que frequentam a escola, a maioria é enviada para Balama para o ensino secundário, enquanto que uma família confirmou que os seus filhos frequentam uma escola em Montepuez. No entanto, poucas famílias têm dinheiro para o transporte público de mandar seus filhos para a escola secundária de Balama, enquanto que não houver serviço de transporte público.

5.3.3.2 Saúde

A Avaliação de Impacto na Saúde separado (HIA) foi realizada pela (Digby Wells, 2013). Em resumo, a avaliação identificou vários problemas de saúde nas comunidades envolvidas. Alguns deles incluem principalmente a malária como uma questão importante, ao passo que o VIH / SIDA também tem sido identificado como um problema predominante na área. A taxa de prevalência do HIV / AIDS entre as comunidades estudadas está estimada em cerca de 6-8%. Há uma preocupação de que isso possa aumentar, principalmente em relação a um possível aumento de profissionais do sexo. O fraco acesso à água potável, agravado por instalações sanitárias pobres contribuem para as condições de vida e de saúde pobres. Além disso, as deficiências de micronutrientes e desnutrição também foram identificadas como os principais desafios na área. Estes últimos são geralmente ligados à escassez de alimentos e as práticas alimentares pobres.

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