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Monitoria da capacitação de docentes e técnicos de educação em Educação Física e Desporto inclusivo

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Monitoria da capacitação de docentes e técnicos de educação em Educação Física e Desporto inclusivo

Eduardo Jaime Machava1 Resumo

Pretendeu-se com este estudo, avaliar a actuação dos docentes e técnicos de educação capacitados em matéria de Educação Física e Desporto Inclusivo (EFDI) nas Cidades da Beira, Pemba e Nampula. Os resultados obtidos permitiram concluir que (i) o processo de inclusão na prática da EFDI, é pouco conhecido e implementado; (ii) os capacitandos não haviam sido sujeitos à formação em matéria de EFDI antes destas; (iii) as expectativas dos capacitandos eram: dominar as estratégias pedagógicas a aplicar nos contextos de aulas de EFDI; (iv) o Departamento de Educação Especial (DEE) interpretou muito bem as recomendações da Declaração de Salamanca atinentes à educação das crianças na sua diversidade; (v) a avaliação da capacitação foi de muito bom nível e as actividades inclusivas realizadas pelos facilitadores foram classificadas de bom nível.

Palavras - chave: Necessidades Educativas Especiais, Educação Física e Desporto Inclusivo, Inclusão.

1. Introdução

Abordar assuntos que se relacionem com a implementação prática de uma educação que sirva verdadeiramente os moçambicanos na sua plenitude, tem sido um discurso que, ainda que de extrema importância e pertinência se revelem, não têm merecido a atenção que seria de antever. Com efeito, Moçambique aderiu a várias convenções nacionais e internacionais que abordam a temática da inclusão educacional, como imperativo para o equilíbrio e harmonização dos processos de ensino e aprendizagem.

Para Pedro & Esper (2008), a inclusão é um processo dialéctico complexo, pois envolve a esfera das relações sociais, inter e intrapessoais vividas na escola. Vai além de inserir, de trazer a criança para dentro do contexto educacional. Significa envolver, compreender, participar e aprender.

Num outro desenvolvimento, Sanches & Teodoro (2007) afirmam que numa escola inclusiva só pode existir uma educação inclusiva, uma educação em que a heterogeneidade do grupo não é mais um problema, mas um grande desafio à

1 Mestre em Educação/Educação Física e Desporto. Docente na UP-Maputo, Faculdade de Educação

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criatividade e ao profissionalismo dos profissionais da educação, gerando e gerindo mudanças de mentalidades, de políticas e de práticas educativas.

Na procura de soluções que assegurem uma redução considerável entre a prática corrente no nosso país e os desígnios de uma educação verdadeiramente inclusiva, estão sendo realizados estudos que procuram compreender os fenómenos que decorrem desses factos que, de alguma forma, pouco contribuem para o alcance do plasmado na Declaração de Salamanca de 1994, instrumento internacional de orientação para uma educação para todos.

Em estudo efectuado por Machava (2010) contemplando 56 professores de Educação Física de 20 Escolas Secundárias Públicas de Maputo, demonstrou que 85.7% destes manifestaram interesse em participar de formações sobre a Educação Física e Desporto Inclusivo, o que é entendido como prova da ausência de argumentos didáctico-pedagógicos para a administração de aulas na perspectiva de uma educação na diversidade. É nossa pretensão, com o presente trabalho, avaliar a actuação dos docentes e técnicos de educação capacitados em matéria de Educação Física e Desporto Inclusivo nas Cidades da Beira, Pemba e Nampula.

1.1. Objectivos

A realização do presente trabalho apoiou-se no seguinte quadro de objectivos: 1.1.1. Objectivo Geral

Avaliar a actuação dos docentes e técnicos de educação capacitados em matéria de Educação Física e Desporto Inclusivo nas Cidades da Beira, Pemba e Nampula.

1.1.2. Objectivos específicos

 Descrever o espaço reservado à divulgação da Educação Física e Desporto inclusivo nas províncias envolvidas;

 Identificar as formas de socialização dos conhecimentos adquiridos na capacitação efectuada;

 Verificar a acção do Departamento de Educação Especial face à interpretação das recomendações da Declaração de Salamanca;

 Observar o nível da capacitação e da qualidade dos facilitadores assim como o tempo disponibilizado para o efeito.

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2. Material e métodos

2.1. Amostra

Para a realização do presente estudo, foi envolvida uma amostra constituída por 62 docentes e técnicos da educação nas províncias. Abaixo apresentamos o quadro que resume o essencial sobre as características mais marcantes da nossa amostra. De realçar que do estudo efectuado, não participou 1 (um) elemento que esteve igualmente envolvido na capacitação.

Quadro nº 1. Caracterização da amostra de estudo/ participantes na capacitação:

DPEC SDEJT ZIP DAP CREI UAEI EI/TU PROF/EF Total

Geral

06 09 08 10 06 03 02 19 62

Participantes da capacitação por província

Gaza Sofala Manica Tete Zambézia Niassa C. Delgado Nampula Total Geral

07 07 07 07 10 09 10 06 63

2.2. Tipo e local de estudo

Tratou-se de um estudo de tipo descritivo-transversal, com enfoque principal na avaliação da actuação dos docentes e técnicos de educação capacitados em matéria de Educação Física e Desporto Inclusivo nas Cidades da Beira, Pemba e Nampula. Importa referir que o presente estudo foi efectuado no mês de Setembro de 2013 na Cidade de Nampula, envolvendo participantes das capacitações havidas em Maio na Cidade da Beira e Agosto na Cidade de Pemba. Corporizaram o presente estudo, Professores de Educação Física (incluindo os dos Centros de Recursos à Educação Inclusiva, das Unidades de Apoio à Educação Inclusiva e de Escolas/Turmas Inclusivas), Coordenadores das Zonas de Influência Pedagógica, Chefes de sectores de Educação

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Especial na Direcção Provincial de Educação e Cultura e Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia, Chefes de Desporto nos SDEJT e Directores Pedagógicos de escolas de Ensino Básico.

2.3. Procedimentos de recolha de dados

O processo de recolha de dados obedeceu às seguintes etapas: (i) O pesquisador administrou junto de sua equipa de trabalho, aulas teóricas e práticas atinentes às estratégias de inclusão em Educação Física e Desporto nas cidades da Beira, Pemba e Nampula integrando os mesmos elementos; (ii) No intervalo entre as capacitações, os capacitandos socializaram os conhecimentos e estratégias aprendidas a outros elementos educacionais da sua província, sob forma de réplica; (iii) Durante as capacitações, os elementos em formação apresentaram experiências práticas de acções inclusivas em contextos de Educação Física e Desporto; (iv) No final da última etapa de capacitação, os capacitandos preencheram fichas cujo inquérito visava assuntos ligados às capacitações acabadas de acontecer, com o intuito fundamental de monitoria das mesmas; (v) A ficha preenchida foi criada pelo autor, tendo em conta o contexto e pertinência do tema.

2.4. Outros procedimentos

Para o cálculo das médias e respectiva percentagem, recorreu-se à máquina de calcular de marca Kenko Scientific calculator KK-82TL.

3. Apresentação e discussão de resultados

As variáveis contidas nas fichas preenchidas com vista ao presente estudo são em número considerável. Resulta deste facto que, para melhor entendimento e interpretação dos resultados, procedamos à apresentação e discussão de seus resultados tomando em conta cada uma das variáveis expressas.

Quadro 2. Divulgação da Educação Física e Desporto Inclusivo

Divulgação da EFDI na província FREQ % Q 2 Educação Física e Desporto Inclusivo na

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minha província é:

a) Muito conhecida e implementada 07 11.29 b) Pouco conhecida e pouco implementada 48 77.42

c) Não é conhecida 07 11.29

TOTAL 62 100

Seja em que contexto for, a implementação de qualquer que seja a estratégia que se julgue necessária, passa necessariamente pelo seu íntegro conhecimento e domínio de quem a vai aplicar. Nesse caso, a divulgação do que se pretende e a forma de o conseguir, assume uma dimensão primordial. Do quadro acima, ressalta a ideia expressa na percentagem de 77.42% que faz uma implícita revelação de que a Educação Física e Desporto Inclusivo é pouco conhecida nas províncias objecto de estudo. Com efeito, poucos ou nenhuns agentes educacionais estariam em condições de abraçar e difundir, no espírito e na letra, uma estratégia sobre a qual eles próprios não se apropriaram. Sobre esta matéria Machava (2010) concluiu em seu estudo o seguinte:

As condições para a implementação da educação física inclusiva, ainda não foram materializadas. É preocupante sobremaneira quando, transcorridos 30 anos após a criação da EE no país e 12 da adesão de Moçambique às “Escolas Inclusivas”, muito pouco tenha sido realizado com respeito à estruturação das instituições escolares em aspectos inerentes à inclusão, à formação de professores, à sensibilização das comunidades, à adopção de estratégias metodológicas claras sobre a matéria e seu respectivo controlo.

Quadro nº 3: Participação em capacitações anteriores

Participação na capacitação antes FREQ % Q3 Participaste em alguma capacitação em

matéria de EFI antes da que se realizou na Cidade da Beira e Nampula?

a) Sim 09 14.52

b) Não 52 83.87

c) Em caso afirmativo que matérias forma abordadas?

01 01.61

TOTAL 62 100

A participação em cursos de formação ou capacitação em qualquer que seja a matéria que tenha como foco, lidar com crianças em idade escolar, requer um conhecimento e domínio de conteúdos com os quais irá confrontar. O insucesso na

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abordagem desta temática nas condições de desconhecimento, não pode constituir motivo de inquietação uma vez que “quem não sabe para onde ir, não se admira se for

parar onde não quer”.

Os dados expressos no quadro 3 são elucidativos. Recorde-se que os actores em causa são docentes e dirigentes educacionais desde as DPEC até às escolas, que revelaram nunca terem participado antes em alguma formação ou capacitação em matéria de Educação Física e Desporto Inclusivo na ordem de 83.87%. Estes resultados nos convidam a reflectir profundamente sobre esta temática em alusão, pois os dados não são encorajadores. Agir, é algo que se mostra ser a medida mais adequada a tomar urgentemente, se a nossa postura não for a de perpetuar o fenómeno de indiferença perante factos com que convivemos no nosso dia-a-dia, as crianças com Necessidades Educativas Especiais em nossas escolas.

Quadro nº 4: Expectativas antes da capacitação

Expectativas antes do início da capacitação FREQ % Q 4 Que expectativas tinhas antes do início da capacitação

realizada na Cidade da Beira e Nampula?

a) Conhecer o tipo de NEE a incorporar nas aulas de EF e no desporto inclusivo

05 08.06

b) Dominar as estratégias pedagógicas a aplicar nos contextos de aulas de EF e Desporto inclusivo

41 66.12

c) Compartilhar experiências sobre a Educação Inclusiva com outros colegas de outras províncias

08 12.91

d) Observar a forma de como trabalhar com crianças com algumas limitações na Educação Física e no desporto

08 12.91

TOTAL 62 100

Nada mais seria de esperar para quem deseja tomar conhecimento acerca da forma como trabalhar um dado assunto, que não fosse o dominar as estratégias de como fazê-lo. Os nossos capacitandos elegeram em 66.12%, a componente “dominar estratégias pedagógicas a aplicar nos contextos de aulas de Educação Física e Desporto Inclusivo”. Sendo eles docentes e técnicos em exercício a vários níveis, ávidos em prestar melhores serviços às comunidades e sociedade em geral, é legítimo que a sua

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opção seja esta e com a qual nós alinhamos. A formação de pessoal especializado melhora o atendimento das crianças na sua diversidade, torna as aulas mais atraentes e garante maior segurança aos riscos que da sua prática possam surgir (Moreira et al., 2007).

Quadro nº 5: Contribuição mediante demonstrações práticas

Contribuição através de demonstrações práticas FREQ % Q 5 No processo da sua capacitação tiveste a

oportunidade de contribuir através de experiências e demonstrações práticas?

a) Sim 59 95.16

b) Nao 03 04.84

TOTAL 62 100

Um processo de formação desprovido da componente prática resulta geralmente em algum fracasso ou, no mínimo, cria um deficit de acompanhamento e de execução quando se for ao terreno. Conscientes desta necessidade, os elementos ora em formação se dispuseram em apresentar suas experiências através de demonstrações práticas que eram, na altura, discutidas e registadas para uso posterior. Sustenta este interesse, a percentagem de 95.16% que aponta para o facto de ter existido espaço durante a capacitação para que cada um e, na sua vez, contribuisse por experiência e demonstrações no processo de sua formação. Para analisar as práticas pedagógicas nas disciplinas escolares, considera-se a dificuldade que existe em elaborar e estabelecer a necessária ligação da teoria com a sua prática na sala de aula. Não se pode continuar na didáctica tradicional “dar a lição” e “tomar a lição” (Pacheco, 2008).

Quadro nº 6: Acção do Departamento de Educação Especial

Acção do Departamento da Educação Especial FREQ % Q 6 Ao incorporar a capacitação de Docentes e quadros

técnicos do Ministério da Educação no rol da formação integral das crianças com NEE, o Departamento de Educação Especial:

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a) Interpretou muito bem as recomendações da Declaração de Salamanca atinentes à educação das crianças na sua diversidade

60 96.77

b) Cumpriu orientações superiores mas sabe que os conhecimentos adquiridos não serão implementados

02 03.23

c) Falhou na escolha do grupo alvo para esta capacitação 00 00

TOTAL 62 100

O sucesso das acções políticas definidas nos vários sectores, depende largamente do empenho e fiel interpretação das normas plasmadas para cada sector em particular. O Ministério da Educação, braço executor das políticas do governo no âmbito educacional, tem-se desdobrado no cumprimento das mesmas, ainda que, de forma tímida, por vezes. No mesmo contexto, participa e assina convénios internacionais ligados a certos sectores da sociedade, por vezes em condições de vulnerabilidade, tudo na tentativa de acarinhar estas camadas e colocá-las em condições de reconhecimento de sua existência. Para tal, define políticas que os acomodem a todos os níveis. Para além de ter criado o Departamento de Educação Especial, principal responsável por definir estratégias que assegurem o tratamento adequado a crianças com algumas limitações educacionais, subscreveu a Declaração de Salamanca, instrumento aglutinador das políticas educacionais dos governos subscritores. Este documento advoga a imprescindibilidade e pertinência da abolição do ensino segregado em substituição do ensino para todos e em condições de tratamento diferenciado em processos de ensino multifacetado. Ainda que seja de forma algo tardia, é de eleger como bastante positiva a ideia de criar condições para que a inclusão (sobretudo na educação física e desporto) não passasse de um termo “para constar” como tem sido usual em vários momentos na nossa Pátria. Este nosso posicionamento é sustentado não só pelos inquiridos que apontam para 96.77% ao corroborar com a ideia de uma muito boa interpretação das orientações desta Declaração que, a dado momento, aponta como pontos-chave os seguintes:

 Os sistemas de educação devem ser planeados e os programas educativos implementados tendo em vista a vasta diversidade destas características e necessidades;  As crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas

regulares, que a elas se devem adequar através duma pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao encontro destas necessidades;

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 As escolas regulares, seguindo esta orientação inclusiva, constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando comunidades abertas e solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos; além disso, proporcionam uma educação adequada à maioria das crianças e promovem a eficiência, numa óptima relação custo-qualidade, de todo o sistema educativo.

Quadro nº7: Tempo disponibilizado para a capacitação

Tempo disponível para a capacitação FREQ % Q 7 Tendo em conta a importância do tema, o

tempo disponibilizado para a capacitação foi

a) Muito bom 24 38.71

b) Aceitável 28 45.16

c) Muito pouco 10 16.13

TOTAL 62 100

A formação de pessoal é uma das componentes fundamentais do sucesso na actividade que se pretenda levar a efeito. Ignorar a formação é assumir que o surgimento dos erros ou adversidades no percurso não deve constituir preocupação. Implícita, fica então, a ideia da importância da formação, seja de que natureza e dimensão for. Mediante as perspectivas institucionais, podem ser desencadeados vários modelos de formação e destes a definição do tempo e até o espaço para a sua realização. O tempo de duração do curso, nem sempre representa qualidade. A selecção dos conteúdos em função do tempo disponível, marca sua diferença quando for posto em evidência o rumo pretendido na formação em causa.

Os nossos inquiridos dividem-se entre o considerar o tempo disponibilizado para cada fase (seis dias) como sendo aceitável (45.16%) e muito bom (38.71%). Em nosso entender, é previsível a ideia de que o tempo que durou a capacitação terá contribuído, de alguma forma, para que os mesmos se apropriassem de uma considerável parte dos conteúdos administrados e por consequência tenham sido satisfeitas as suas expectativas.

Quadro nº 8: Socialização dos conhecimentos

Socialização dos conhecimentos e experiências FREQ % Q 8 Para a socialização dos conhecimentos e experiências

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obtidas na capacitação realizada na Cidade da Beira e Nampula:

a) Os meus colegas na província contribuíram positivamente para realização do meu trabalho

59 95.16 b) A retirada imediata do grupo por abordar assuntos fora do

contexto da Educação Física e Desporto Inclusivo

03 04.84

c) Os meus colegas não permitiram a divulgação dos resultados da capacitação

00 00

TOTAL 62 100

Todo o conhecimento recolhido em algum lugar, só tem validade quando é replicado a outros sujeitos que dele necessitem. Este depoimento ganha mais corpo, quando esse conhecimento é obtido por docentes e técnicos educacionais legítimos (na circunstância) representantes de suas províncias. Nada mais terá importância, senão quando este conhecimento for sujeito à socialização em outros quadros educacionais que, tendo vontade de participar da formação, não o puderam fazer devido a questões de ordem logística e não só. Importa reconhecer que de nada pode valer a concentração de indivíduos desinteressados no assunto que se lhes pretenda fazer chegar a. Os resultados da presente investigação mostram que 95.16% dos inquiridos confirmaram a livre adesão e contribuição positiva da parte dos colegas que participaram da réplica realizada na sua província.

Quadro nº 9: Participantes nos actos de socialização

Participantes nos actos de socialização FREQ % Q 9 Participaram na socialização da capacitação (só para

os casos em que ela se realizou):

a) Professores de EF, coordenadores das ZIPs, chefes de sectores de EE na SDJET e DPEC, chefes de Desporto, D. Pedagógicos

57 91.93

b) Só professores de EF, de outras disciplinas e coordenadores das ZIPs

03 04.84

c) Outras individualidades 02 03.23

TOTAL 62 100

De acordo com Libâneo (1994), a educação é um amplo processo de desenvolvimento da personalidade, envolvendo a formação de qualidades humanas - físicas, morais, intelectuais, estéticas - tendo em vista a orientação da actividade humana na sua relação com o meio social, num determinado contexto de relações sociais.

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Como se pode depreender do conceito acima referido, o processo de ensino-aprendizagem é complexo, envolve vários actores, varia de acordo com os contextos e não deriva de acções isoladas. É consciente da necessidade de fazer com que os resultados obtidos na capacitação não fossem “um segredo” dos que dela participaram que os nossos inquiridos envolveram os vários sectores que asseguram o bom funcionamento da escola. Situa-se em 91.93% os que envolveram no processo de socialização dos resultados da capacitação os professores de Educação Física, Coordenadores das Zonas de Influência Pedagógica, Chefes de Sectores de Educação Especial nas Direcções Provinciais de Educação e Cultura e nos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia, Chefes de Desporto, Directores Adjuntos Pedagógicos.

Este envolvimento permite que, na medida do possível, se replique de alguma forma e com todos os constrangimentos que são de antever devido a dificuldades que caracterizam o processo de inclusão no geral e, particularmente, em Educação Física e Desporto nas nossas escolas.

Quadro nº10: Avaliação da capacitação

Avaliação da capacitação realizada FREQ % Q 10 A capacitação em matéria de Educação

Física e Desporto Inclusivo foi de

a) Muito bom nível 34 54.84

b) Aceitável 28 45.16

c) Suficiente 00 00

d) Baixo Nível 00 00

TOTAL 62 100

A realização de qualquer que seja a actividade, ganha maior impacto e reconhecimento quando, após a sua efectivação, se procede à respectiva avaliação como um instrumento de verificação. Reconhecida a competência e idoneidade dos inquiridos, as percentagens apresentadas de Muito bom nível (54.84%) e Aceitável (45.16%), deixaram uma clara imagem da importância dos conteúdos administrados. Estas percentagens reflectem, em nosso entender à satisfação de expectativas expressas no quadro nº 4. Estes resultados enaltecem o espírito dos mentores desta capacitação e comprovam a necessidade da prossecução dos mesmos actos em outros locais e com o

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envolvimento de outras áreas educacionais inclusivas, por constituir um valor visivelmente acrescentado.

Quadro nº 11: Avaliação dos facilitadores

Avaliação das actividades dos facilitadores FREQ % Q 11 As actividades inclusivas proporcionadas pelos

facilitadores foram:

a) Muito boas e ultrapassaram as minhas expectativas 28 45.16 b) Boas pois alcançaram as minhas expectativas 30 48.39 c) Suficientes e, ainda assim alcançaram as minhas

expectativas

04 06.45 d) Medíocres e julgo a capacitação nem devia ter tido

lugar

00 00

TOTAL 62 100

A avaliação é um processo formativo, contínuo, dinâmico, sistemático, que permite desenvolver a formação integral, estimular a auto-avaliação, contribuir para a construção do conhecimento em sala de aula e desenvolver uma atitude crítica e participativa perante a realidade educacional, cultural e social (Universidade Pedagógica, 2012).

Este posicionamento nos faz acreditar na necessidade de procedermos, a todo o momento, ao melhoramento da qualidade dos serviços que prestamos a outrem. A avaliação vai, de toda a forma, garantir a nossa introspecção e auto-valorização. Os bons passos de hoje, constituem a nossa segurança de amanhã.

Relativamente aos resultados da avaliação das actividades levadas a cabo pelos facilitadores, observa-se um equilíbrio entre os que afirmaram que elas foram “boas pois alcançaram as suas expectativas” na proporção de 48.39% e outros 45.16% que disseram que foram simplesmente “muito boas e ultrapassaram as suas expectativas”. Estes resultados são encorajadores pois, apontam para uma média acima de bom trabalho realizado, o que nos faz crer, ter sido uma aposta acertada para os objectivos definidos pelo Departamento de Educação Especial, na selecção da equipa de facilitadores.

Quadro nº 12: Recomendações sobre a capacitação

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Q 12 . Se eu tivesse poderes de decisão no contexto da capacitação nesta matéria, recomendaria:

a) A manutenção desta equipa de facilitadores porque demonstrou competências sobre a matéria

62 100

b) A retirada imediata do grupo por abordar assuntos fora do contexto da Educação Física e Desporto Inclusivo

00 00

c) Sem opinião porque não fiquei claro sobre os temas administrados pelos facilitadores

00 00

TOTAL 62 100

Como não deixaria de ser, foi nossa intenção receber, da parte dos elementos directamente envolvidos na capacitação, seus depoimentos sobre qual seria o seu posicionamento se eles fizessem parte da equipa que procede à selecção das equipas de facilitadores, tendo-se referido que seria preferência, manter a equipa de facilitadores por ter demonstrado competências sobre a matéria (100%). Nas lides desportivas é comum, ouvir-se “equipa que ganha não muda”.

4. Conclusões

Os resultados da presente pesquisa permitiram traçar o seguinte quadro de conclusões: I. O processo de Inclusão nas vertentes da prática da Educação Física e

Desporto, ao nível das províncias sujeitas ao estudo é pouco conhecida e, por consequência, pouco implementada;

II. Os capacitandos não haviam sido sujeitos anteriormente à formação em matéria de Educação Física e Desporto Inclusivo;

III. As expectativas dos capacitandos eram dominar as estratégias pedagógicas a aplicar nos contextos de aulas de Educação Física e Desporto Inclusivo; IV. O Departamento de Educação Especial interpretou muito bem as

recomendações da Declaração de Salamanca atinentes à educação das crianças na sua diversidade;

V. Os colegas dos capacitandos nas suas respectivas províncias facilitaram o trabalho de socialização onde participaram Professores de Educação Física, Coordenadores das Zonas de Influência Pedagógica, Chefes de sectores de EE nas Direcções Provinciais de Educação e Cultura e nos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia, Chefes de Desporto e Directores Adjuntos Pedagógicos.

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VI. A avaliação da capacitação foi considerada como sendo de muito bom nível e que as actividades inclusivas realizadas pelos facilitadores foram classificadas de boas, tendo sido por essa via alcançadas as suas expectativas;

VII. Se os inquiridos tivessem poderes de decisão na selecção dos facilitadores, seria sua intenção manter a actual equipa.

Bibliografia

MACHAVA, E. J. Diagnóstico de participação de crianças moçambicanas com

Necessidades Educativas Especiais nas aulas de Educação Física Inclusiva. O caso das Escolas Secundárias Públicas de Maputo. Dissertação de Mestrado.

Maputo, UP, FEFD, 2010.

PEDRO, J. D. & ESPER, P. B. Relato de casos. Inclusão. Serviço de Itinerância. APAE de Passos, Brasil, 2008.

PACHECO, F. T. A importância das práticas pedagógicas nas disciplinas laboratoriais

em cursos de graduação. Portugal. 2008. Disponível em www.psicologia.com.pt , 31.03.2014.

SANCHES, I. & TEODORO, A.. Procurando indicadores de educação inclusiva. As práticas dos professores de apoio. Revista Portuguesa de Educação, vol. 20, nº 2,

2007.

UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA. Regulamento Académico para os cursos de

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