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Antigo Testamento. A História de Israel APOSTILA DE ESTUDO TEOLÓGICO. A Serviço do Mestre!

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APOSTILA DE ESTUDO TEOLÓGICO

A Serviço do Mestre!

Antigo

Testamento

A História de Israel

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APOSTILA DE ESTUDO TEOLÓGICO A SERVIÇO DO MESTRE! GILVAN NASCIMENTO PROFESSOR BACHAREL EM TEOLOGIA LICENCIANDO EM GREGO ANTIGO TESTAMENTO A HISTÓRIA DE ISRAEL Salvador 2008

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APRESENTAÇÃO

ANTIGO TESTAMENTO A HISTÓRIA DE ISRAEL

Esta apostila trata-se de uma compilação, com base em várias fontes bibliográficas, as quais estarão sendo citadas ao término desta obra.

Tenho aqui o objetivo de contribuir com a capacitação dos cristãos, para o exercício de suas funções eclesiásticas, aplicando tais conhecimentos e assim aprimorando seu serviço para o Reino de Deus.

"E porei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma de vós não se enfadará. E andarei no meio de vós, e eu vos serei por Deus, e vós me sereis por povo".

(Lv 26.11,12)

Salvador 2008

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Sumário

Apresentação ... 05 Os Livros do Antigo Testamento ... 06 Visão Panorâmica do AT (Os Livros e suas Cronologias) ... 07 - 10 Noções de Geografia Bíblica (O Fértil Crescente)... 11 - 19 Diversas Teorias do Gênesis ... 20 - 30

A Torah

O Pentateuco ... 31 - 33

História de Israel

O Gênesis (Os Patriarcas - Abraão, Isaque e Jacó) ... 34 - 35 O Êxodo (Israel Nômade – O Tabernáculo) ... 35 - 41 Levítico (Leis, Instituições Civis e Religiosas, Culto e Festas) ... 42 - 44 Números (Os Recenseamentos dos Judeus) ... 44 - 45 Deuteronômio (Repetição das Leis) ... 46 - 47 A Conquista de Canaã – Josué (Tribos) ... 48 - 49 Os Juízes (Libertadores) ... 50 - 51 Monarquia - Saul, Davi, Salomão e outros reis (Divisão) ... 52 – 56 Os Cativeiros (Assírio e Babilônico) ... 57 – 59

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Os Livros Sapienciais

Introdução ... 60

O Livro de Jó ... 61 - 62 Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão ... 63 - 70 Os Profetas Introdução ... 71 - 72 Pré-cativeiro Assírio ... 73

Pré-cativeiro Babilônico ... 73

Durante Cativeiro Babilônico ... 73

Pós-cativeiro Babilônico ... 73 Reconstrução de Jerusalém ... 74 O Período Interbíblico Introdução e Cenário ... 75 Alexandre o Grande ... 76 Antíoco Epifânio ... 76

A Revolta dos Macabeus ... 77

Os Romanos ... 78

Diversas Contribuições (Romana, Grega e dos Judeus) ... 79 - 82 Um Pouco de Atualidade O Conflito: Israel x Palestinos ... 82 - 83 Conclusão ... 84

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Apresentação

O Antigo Testamento é uma obra verdadeiramente divina porque foi inspirada por Deus e porque nos apresenta, pode-se dizer, em cada uma de suas páginas, a ação de Deus sobre os homens. Ao mesmo tempo, porém, é uma obra profundamente humana, porque é destinada aos homens, fala uma linguagem humana e nos apresenta na sua história, os homens tais quais são com suas deficiências e rebeldias contra os desígnios divinos, não costumando encobrir as faltas dos seus heróis. Mas, ao lado do escândalo aparece a correção.

O estudo do Antigo Testamento é fundamental para o cristão que deseja se tornar um obreiro aprovado, pois se observa um progresso vital do Antigo ao Novo Testamento, como do embrião que se desenvolve num organismo perfeito. Deste, deriva uma conseqüência importante para a sua correta interpretação, pois as suas instituições deviam ter alguma semelhança com as do Novo; eram as suas imagens antecipadas que no Novo Testamento recebem a sua conclusão.

A melhor forma de conhecer a história de Israel é fazendo um estudo cronológico dos livros do AT, conforme os fatos ocorreram. No entanto, a cronologia bíblica, assim como toda cronologia antiga, é quase toda incerta. As datas eram contadas baseadas em fatos e eventos importantes dentro de cada povo. Assim, não existia um calendário geral para controle do tempo, antes cada povo possuía o seu.

Os escritores bíblicos, por sua vez não registravam datas, apenas citavam os acontecimentos. Geralmente as datas, quando citadas, tomavam por base eventos particulares como construção de cidades, coroações de reis, etc.

O trabalho de estudiosos, juntamente com as descobertas arqueológicas, vem ajudando a precisar as datas da história antiga, inclusive à bíblica.

Sendo assim, não podemos considerar como exata a cronologia bíblica, pois se trata de uma ciência auxiliar da história, onde suas datas devem ser tomadas apenas como aproximadas. Mas, essa aproximação é o suficiente para que tenhamos melhor compreensão dos acontecimentos do que se fizermos uma leitura na seqüência em que os livros estão dispostos em nossa Bíblia.

“Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que eu vos mando“.

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Os Livros

O Antigo Testamento O Tanach

O Pentateuco:

Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio.

A Torah:

Corresponde ao nosso Pentateuco, inclusive possui a mesma seqüência de livros.

Livros Históricos

Josué, Juizes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.

Os Neviym:

Estão subdivididos em duas partes:

Os Profetas anteriores: Josué, Juízes, Samuel e Reis.

Os Profetas posteriores: Isaías, Jeremias e Ezequiel, mais os dozes profetas menores. Livros Poéticos

Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão.

Livros Proféticos Profetas Maiores:

Isaias, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel.

Profetas Menores:

Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

Os Kethuvym:

Estão subdivididos em três partes, representadas pelos seguintes livros:

Os Poéticos: Salmos, Provérbios e Jó; Os Megilloth: Rute, Cantares, Eclesiastes, Lamentações e Ester;

Os Históricos: Daniel, Esdras-Neemias e Crônicas.

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Visão Panorâmica

1. Gênesis  (4004-1689 a.C.) Suas narrativas compreende um período de aproximadamente 2315 anos.

- O princípio, criação dos céus, da terra, dos animais e dos homens; - A era Patriarcal: Abraão, Isaque e Jacó;

- Os descendentes de Jacó (Israel); - Finaliza com José e sua morte.

2. Êxodo  (1706-1490 a.C.) Compreende um período de 216 anos. - Inicia com a morte de José;

- Nascimento e vida de Moisés;

- Libertação do Egito após 430 anos de cativeiro

- Leis e a construção do Tabernáculo (utensílios, vestes, especiarias)

3. Levítico  Compreende um período de menos de um ano no Monte Sinai. - Israel em adoração por meio dos rituais.

4. Números  (1490-1451 a.C.) Período de 39 anos. - Recenseamento (Contagem do povo); - A ordenação ao serviço;

- 39 anos de peregrinação.

5. Deuteronômio  (1451 a.C.) Período de dois meses. - Recordação da lei;

- Chamada à obediência; - Advertência ao cuidado.

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Livros Históricos:

6. Josué  (1451-1427 a.C.) Suas narrativas compreende um período de aproximadamente 24 anos.

- Alguns reconhecem como Hexateuco;

- Guerras, Conquistas e Herança (Divisão da terra);

Período dos Libertadores

7. Juízes  (1425-975 a.C.) Compreende um período de aproximadamente 400 anos de governo dos juízes.

- Total de 12 Juízes;

- Tema: Pecado, Servidão, Arrependimento e Salvação;

Obs.: O Livro de Rute da tribo de Moabe, filho de Ló refere-se ao período de Gideão, um dos 12 Juízes.

Período dos Reis

8. Samuel  (1171-1019 a.C.) Período de 152 anos. - Período de transição:

* Juízes para Reis; * Tribal para Monarquia;

* Governo de Deus (Teocracia) para o Governo do Homem.

- Os primeiros reis foram: Saul, Davi e Salomão.

9. Reis  (1015-589 a.C.) Período de 426 anos, até o cativeiro Babilônio. - Inicia-se com a velhice de Davi para o reinado de Salomão; - Morte de Salomão e Divisão do Reino;

- Os primeiros profetas: Aías, Homem de Deus, Elias, Eliseu e Isaias.

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- Da Morte de Saul até o decreto do rei Ciro.

Obs.: Os livros de Crônicas são registros oficiais dos reis, e por isso repetem muitas das narrativas já apresentadas em Reis e Samuel, alem de antecipar alguns fatos que seriam mais bem compreendidos após a leitura dos livros pré-exílio babilônio.

Samuel e Reis Crônicas

Fala de Judá e Israel Fala mais de Judá

Um capítulo sobre a Arca Três capítulos sobre a Arca Fala do pecado de Davi Não fala

Ênfase no trono Ênfase no templo

10. Escritos  São livros que suas histórias estão inseridas nos diversos períodos acima. - Jó (O livro mais antigo, talvez escrito por Moisés quando esteve no deserto); - Salmos (Orações/cânticos citados por diversos homens em diversas situações); - Provérbios, Eclesiastes e Cantares (Escritos pelo rei Salomão);

Obs.: Como o nosso maior propósito, na primeira parte desta disciplina, o Antigo Testamento I, é compreender a história de Israel, não estudaremos os livros poéticos.

11. Os Profetas  Esses livros também se encaixam dentro do período dos Reis, e somente serão estudados na disciplina Antigo Testamento II.

Reconstrução de Jerusalém

- Esdras  Reconstrói a cidade.

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Noções de Geografia Bíblica

A Geografia Bíblica é de suma importância, pois auxilia no estudo e compreensão da Bíblia. Muitas passagens obscuras da Bíblia tornam-se claras quando analisadas pela geografia bíblica. A Bíblia possui um vasto acervo geográfico, pois a cada passo são mencionados, terras, montes, rios, cidades, mares e outras citações geográficas.

A Geografia é o palco terreno e humano da revelação de Deus à humanidade. Ela, juntamente com a cronologia, auxilia-nos a situar a mensagem bíblica no tempo e espaço. Também ao localizar os fatos e os acontecimentos torna a leitura agradável, pois dá vida e cor ao desenrolar o plano de Deus para com os homens. Ë mais fácil o ensino da Bíblia quando podemos apontar e descrever os locais citados no texto. (Ex: Lc 10.30; Dt 1.7)

O conhecimento da geografia, das terras, povos e nações circunvizinhas ao povo escolhido esclarece fatos e ensinos contidos na Bíblia.

A Bíblia - É a fonte principal de estudo da geografia bíblica. Ela faz menção em seu texto de inúmeros lugares, acidentes geográficos, povos, nações, etc. A Palavra de Deus contém capítulos inteiros dedicados a assuntos de natureza geográfica.

Exemplo: Gn 10, Ez 45 - 48.

Um dos problemas encontrados pelos estudantes da Bíblia é que grande parte dos países, cidades e regiões inteiras possuem hoje nomes diferentes. Exemplos: a Pérsia é o atual Irã; a Assíria é parte do atual Iraque; a Ásia do Novo Testamento é hoje a Turquia; a Dalmácia do tempo de Paulo é hoje a Iugoslávia, e assim por diante.

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O Fértil Crescente

O Senhor é o grande arquiteto do universo, em Gênesis observamos que toda a criação de Deus foi feita a partir do poder de sua Palavra “Deus disse: Haja Luz (Gn 1.3)”, então houve luz, assim também foram nas outras criações, porém Deus, na criação do homem usando a argila do solo o modelou e insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou ser vivente (Gn 2.7). Aí vimos que o único ser no qual Deus modelou e soprou do seu Espírito fomos nós homens, assim Ele nos fez diferente de todos os outros seres, ou seja, a sua imagem, conforme sua semelhança (Gn 1.26). O próprio Deus afirma isso em Jó 38.8-11. E também o Salmista Davi afirma ser Deus o grande criador (Sl 24.1,2).

Localização e Limites de Israel

Israel está localizado no continente asiático a 30ª de latitude Norte. Em toda sua extensão ocidental, é banhado pelo Mar Ocidental. Nos tempos bíblicos, Israel limitava-se ao norte com a Síria e a Fenícia; a leste com parte da Síria e o deserto arábico; ao sul com a Arábia; e a oeste com o Mar Mediterrâneo. No entanto, como constantemente os israelitas tinham suas fronteiras alargadas ou diminuídas, estes limites variavam frequentemente.

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As Planícies

As Planícies se referem a uma porção de terra, relativamente plana e geralmente de baixa altitude. A nação de Israel está dividida nas seguintes Planícies: Acre, Dotã, Moabe, Sarom, Filístia, Sefelá e Planície do Armagedom.

Eventos: Quando da divisão das terras, a Planície do Acre coube à tribo de Aser (Js 19.25-28). Na Planície de Dotã, achavam-se os irmãos de José, quando o venderam aos midianitas (Gn 37.17). Na Planície de Moabe os israelitas foram impedidos de entrar, sendo assim obrigados a irem pelo deserto (Dt 2.8,9). A Planície de Sarom era conhecida pelos seus lírios e flores exóticas (Ct 2.1,2; Is 35.2). Já a Planície do Armagedom está associada a um grande evento escatológico (Ap 16.16).

Os Vales

Vale é uma depressão alongada entre montes ou quaisquer outras superfícies. Segundo podemos verificar no relato de Moisés (Dt 11.10,11), a terra de Israel era uma terra de montes e vales. Israel possuía os seguintes Vales: Jordão, Jezreel, Acor, benção, Cedrom, Hinom, Aijalom, Escol, Hebrom, Sidim, Soreque, Elá e Vale de Siquém.

Eventos: Frequentemente pode-se encontrar água subterrânea nos Vales, durante os meses de estio (Gn 26.17-22).

Foi no Vale de Acor que Acã foi apedrejado em conseqüência de sua cobiça (Js 7.24-26). No Vale da Benção o rei Josafá venceu uma coligação formada por Amom, Moabe e Edom (2Cr 20.26). No Vale de Hinom o rei Davi derrotou aos filisteus duas vezes (2Sm 5.17-25 e 1Cr 11; 14.9-16), aqui também servia de palco para que as crianças fossem sacrificadas ao deus Moloque (1Rs 11.7; 2Rs 16.3). No Vale Aijalom Josué ordenou que o sol se deter-se (Js 10.12-50). O Vale de Escol refere-se ao local onde os espias de Moisés levaram os cachos de uvas (Nm 13.22-24). O Vale de Hebrom foi palco de inúmeras experiências de Abraão (Gn 18.1-15; Gn 23.2). No Vale de Sidim Abraão resgata seu sobrinho Ló (Gn 14.1-24), e refere-se ao local de Sodoma e Gomorra (Gn 14.10; 18.24,28; 19.23-28).

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Os Montes

O Monte é uma notável elevação de terreno acima do solo que o cerca. Via de regra é menor que uma montanha, e maior que um outeiro. Os montes serviram de palco para o salmista Davi (Sl 125. 1,2).

Os Montes de Judá: localizam-se ao sul de Efraim. Citarei apenas os mais importantes montes dessa região: Sião, Moriá, das Oliveiras e Monte da Tentação.

Eventos: O profeta Joel se refere ao Monte Sião como monte da santidade do Senhor (Jl 3.17), também temos salmos acerca desse monte (Sl 137). No monte Moriá Abraão ofereceu seu filho em obediência a Deus (Gn 22.11-13). No Monte das Oliveiras encontra-se o Jardim Getsêmani, local onde Jesus enfrentou um dos momentos mais dolorosos de seu ministério. E no Monte da Tentação, após o batismo de Jesus, Ele foi levado pelo Espírito Santo para ser tentado.

Montes de Efraim: Região montanhosa de Efraim abrange a área ocupada pelos efraimitas, pela metade dos manassitas e por uma parcela dos benjamitas. Os Montes são: Ebal e Gerizim.

Eventos: Nesses Montes (Ebal e Gerizim) eram proferidas as maldições e bênçãos respectivamente (Dt 11.29), conforme fosse o proceder dos homens – bênçãos para os que andassem retamente e maldições para os que transgredissem as leis divinas. No Monte Ebal, foram erguidas as pedras de memorial à entrada de Canaã (Js 8.30-32; Dt 27.1-4). No Monte Gerizim, Jotão proferiu uma parábola contra Abimeleque (Jz 9.7-21).

Obs.: Esses ocupam uma posição estratégica, pois para se alcançar qualquer parte da Terra Santa, é necessário primeiramente passar por ambos os montes.

Montes de Naftali: Refere-se a todo conjunto montanhoso do Norte de Israel. Após conquista de Canaã, foram destinados as tribos de Aser, Zebulom, Issacar e Naftali. Mas passou a ser chamado apenas de Montes de Naftali, pois estes ficaram com uma área mais extensa. Os Montes são: Carmelo, Tabor, Gilboa e Monte Hatim.

Eventos: Foi no Monte Carmelo que Elias desafiou os quatrocentos profetas de Baal (1Rs 18.19). E Oséias no Monte Tabor profetizou contra o santuário pagão que havia sido construído sobre ele (Os 5.1). No monte Gilboa

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morreram Saul e seu filho Jônatas (2Sm 1.21) e no Monte Hatim acreditam ter sido sobre ele que Cristo proferiu o Sermão da Montanha.

Montes Transjordanianos: Também conhecidos como Montes do Planalto. São eles: Gileade, Basam, Pisga e Monte Peor.

Eventos: O Monte Basam é comparado por Davi com o Monte de Deus (Sl 68.15). No cume do Monte Pisga Moisés contemplou a terra prometida (Dt 34.1,6) e no Monte Peor Balaão se colocou para amaldiçoar os filhos de Israel (Dt 4.3).

Monte Hermom: Este monte domina toda a Terra Santa. Foi mencionado poeticamente por Davi (Sl 133.3). Mas os israelitas tinham muitas reservas sobre esse monte, pois ali ficava o santuário-mor de Baal. Segundo a tradição, foi nele que Jesus transfigurou-se diante de seus discípulos.

Monte Sinai: Na verdade é uma península montanhosa que mede 35.000 km2, localizada entre os golfos de Sues e Acaba. Aqui Moisés foi comissionado por Deus, para libertar Israel do jugo egípcio, e também mais tarde entregou a Lei (Êx 19; Nm 10). Nas Sagradas Escrituras, esse monte recebe três nomes: Sinai, Horebe e Monte de Deus.

Os Desertos

A terra da promessa de Deus para Abraão compõe-se 50% do deserto do Neguev. Se no norte a neve aparece, a seca no sul é uma constante. Porém, nem sempre os desertos de Israel têm as mesmas características que encontramos nos desertos do restante do mundo. Além disso, o moderno Estado de Israel está vencendo a aridez de seu território, transformando-o em um jardim regado, como novos povoados agrícolas. Os principais desertos mencionados nas Sagradas Escrituras são: Sinai, Judéia e Jericó.

Sinai: A península do Sinai localiza-se na faixa árida que cruza o norte da África e sudoeste da Ásia, ocupando uma área triangular de 61.000 km2 em pleno território egípcio.

Judéia: Refere-se às áreas localizadas desde o Leste dos Montes de Judá até ao Rio Jordão e ao Mar Morto. Este subdivide-se em vários desertos: Maon, Zife, En-Gedi, Técoa e Jeruel. Nesse território, o rei Josafá obteve diversas vitórias sobre os moabitas e amonitas. Também esse foi o palco dos profetas Amós e João Batista.

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Jericó: Esse deserto localiza-se no território benjamita, formando um longo desfiladeiro de aproximadamente 15 km que desce de Jerusalém a Jericó. Jesus utilizou-se dessa área como cenário para a Parábola do Bom Samaritano. Bete-Áven e Gabaom são outros importantes desertos de Jericó. Em Gabaom Josué obteve vitória sobre os habitantes de Canaã.

A Hidrografia

A hidrografia é a ciência que estuda todos os corpos de água que há na superfície do globo.

Em Israel 75% dos recursos hídricos são destinados a irrigação, e o restante é destinado às indústrias e às cidades. Para compensar a má distribuição de água, o governo israelense concluiu em 1964, o Conduto Nacional que abastece o centro e o sul de Israel. Deixando assim de irrigar o Norte do País, pois este já possui recursos hídricos naturais.

Os Mares

Para os hebreus, o “mar” compreendia qualquer grande massa de água. Porém, de acordo com o Aurélio, corresponde a “massa de águas salgadas do globo terrestre...”. Em Israel encontramos: O Mediterrâneo, o Mar Morto, Mar da Galiléia e Mar Vermelho.

Mar Mediterrâneo: Nas Escrituras o Mediterrâneo aparece com outros nomes, a saber: Mar Grande, Mar Ocidental, Mar dos Filisteus e Mar de Jafa. Possui uma extensão de 4.500 km e uma superfície de três milhões de quilômetros quadrados. Suas águas banham a Europa Meridional, a Ásia Ocidental e a África Setentrional. Na costa ocidental de Israel o Mediterrâneo possui águas rasas, tornando impossível a aproximação de navios de grandes calados. Por isso não era usado pelos judeus como via de transporte. Assim sentiam-se eles isolados pelo Mediterrâneo. Mas, por outro lado ali formava uma vastíssima área defensável à nação hebréia. Jope era o único porto do Grande Mar utilizado pelos israelitas. Entretanto, por causa dos seus arrecifes e bancos de areia, eram procurados com pouca freqüência. O Mediterrâneo teve sua importância reduzida em 1869, ano em que foi viabilizado o Canal de Suez.

Mar Morto: Está localizado na foz do Rio Jordão, entre os montes de Judá e Moabe. Em virtude da sua alta densidade de sal (300 partes de sal para cada mil de água), é chamado de Mar Salgado pelos escritores bíblicos (Js 3.16). O Mar Morto constitui-se na mais profunda depressão da Terra, encontra-se a mais de 400 metros

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abaixo do nível do Mediterrâneo. Possui 80 Km de comprimento por 17 de largura e ocupa uma área de 1.020 Km2. Nessa região ocupada pelo Mar Morto, ficavam

provavelmente Sodoma e Gomorra (Gn 19). Sendo esse, o símbolo da conseqüência do pecado. Mas, dessas águas, Israel extrai riquezas avaliadas em trilhões de toneladas de cloreto de magnésio; cloreto de sódio; cloreto de cálcio; cloreto de potássio e brometo de magnésio. Nessa região a temperatura pode chegar a 50º centígrados, levando o Mar Morto a parecer um gigantesco tacho em ebulição.

Mar da Galiléia: Possui 24 km de comprimento por 14 de largura e uma profundidade média de 50 metros, encontra-se quase 230 metros abaixo do nível Mediterrâneo. Não é propriamente um mar. Trata-se na verdade de um grande lago de água doce alimentado pelo Rio Jordão. Mas por causa do seu tamanho é assim chamado. Em sua margem oriental, encontram-se altas montanhas. Já em seu lado ocidental, acham-se férteis planícies e importantes cidades como Genezaré, Betsaida, Tiberíades, Cafarnaum, Corazim e Magdala.

Mar Vermelho: Recebe esse nome por concentrar em suas águas uma grande quantidade de alga conhecida como trichodesmium erythraeum que, ao morrer, assume uma tonalidade marrom-avermelhada. É apresentado nas Escrituras como Mar de Junco. E embora não pertença à Terra Santa, está estritamente ligado a história do povo israelita.

Mar Adriático: Localizado entre a península italiana e a balcânica, o Adriático é um dos pequenos mares que formam o Mediterrâneo. Tomou esse nome emprestado da antiga cidade romana de Ádria. Abrange uma área de aproximadamente 130.000 km2, com extensão de 800 km e largura média de 180 km.

Mar Cáspio: Ocupa o extremo nordeste do mundo bíblico, e possui uma rica bacia petrolífera. Embora não tenha saída para outros mares e receba águas de vários rios, entre os quais o Volga e o Terek, o Mar Cáspio vem apresentando um lento, porém contínuo decréscimo de seu nível.

Mar Negro: Embora não seja citado nas Sagradas Escrituras, o Mar Negro aparece em todos os mapas bíblicos devido a sua proximidade com as terras que serviram de cenário à História Sagrada.

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Os Rios

Segundo o Aurélio, um rio é: “Um curso de água natural, de extensão mais ou menos considerável, que se desloca de um nível mais alto para outro mais baixo, aumentando progressivamente o seu volume até desaguar no mar, num lago, ou noutro rio, e cujas características dependem do relevo, do regime de águas, etc”.

Na Terra Santa os recursos hídricos são escassos e uma das maiores preocupações do governo israelense é manter estável o abastecimento de água no país. Dos rios existentes em Israel, somente o Jordão merece, de fato esse nome. Os outros deveriam ser chamados de arroios e riachos.

A Bacia do Mediterrâneo: É composta pelos seguintes rios: Belus, Quisom, Caná, Gaás, Serec e Besor.

Rio Belus: Corre ao sudoeste do território asserita, e caminha em direção ao Mediterrâneo. As águas do Belus são despejadas na baía do Acre, nas proximidades da cidade de Acco. Durante dois terços do ano, o rio permanece seco, constituindo-se num dos numerosos wadis da região. Hoje, esse rio é chamado de Namã por israelenses e árabes.

Rio Quisom: Corresponde ao maior rio da bacia do Mediterrâneo e o segundo em importância para Israel. Nasce em Esdraelom e recebe inúmeras vertentes durante o seu curso. Ao contrário do Rio Belus, o Quisom é perene; suas águas não secam nem no verão.

Rio Caná: Nasce nas imediações de Siquem, atravessa a planície de Sarom e suas águas são despejadas no Mediterrâneo. Constituía-se em fronteira natural entre as tribos de Efraim e Manassés. Esse rio também é um wadi, pois possui água apenas nos meses chuvosos.

Rio Gaás: As águas desse rio banham a planície de Sarom, e desembocam no Mediterrâneo nas imediações de Jope. Josué foi sepultado no monte Gaás.

Rio Sorec: O Sorec despeja suas águas no Grande Mar, entre Jope e Ascalom, ao norte do antigo território filisteu. Suas nascentes ficam nas montanhas de Judá a sudoeste de Jerusalém.

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Rio Besor: Atualmente é chamado de Sheriah. Mas, não é propriamente um rio, e sim um ribeiro que se acha nas imediações de Ziclaque, no Sul de Judá. É o mais caudaloso dos wadis que deságuam no Mediterrâneo.

A Bacia do Jordão: Formada pelos rios Jordão, Querite, Cedrom, Iarmuque, Jaboque e Arnom. Alguns desses afluentes são bastante pequenos, quase inexpressivos.

Rio Jordão: O Jordão possui três fontes: Banias, Dan e Hasbani. Elas não nascem em território israelense; começam a correr a partir do monte Hermom, localizado na Síria. Apesar de sua importância, com apenas 252 km de extensão, o Jordão é um rio pequeno, mas de beleza exuberante conforme descreveu Ló (Gn 13.10,11). Possui águas escuras e barrentas e o clima nessa área é quente e sufocante.

Rio Querite: O Querite é mais um wadis existente na Terra Santa, mais precisamente na Transjordânia. Para alguns estudiosos ele não passa de um filete de água, que na maior parte do ano, jaz-se completamente seco. Nesse rio é registrado a experiência de Elias com Deus, quando do momento de sua fuga de Jezabel (1Rs 17.3-5).

Rio Cedrom: O Rio Cedrom nasce a 2,5 km de Jerusalém, e corre para o sudoeste. Este separa o Monte das Oliveiras do Monte Moriá. Por ele Davi passou quando fugia de seu filho (2Sm 15.23).

Rio Iarmuque: Esse rio não é mencionado nas Sagradas Escrituras. Mas, quando da conquista de Canaã, este serviu de fronteira entre a tribo de Manassés e a região de Basã. Após deslizar pelos montes, o rio penetra no Jordão, a 200 metros abaixo do nível do mar.

Rio Jaboque: O Rio Jaboque nasce ao Sul da Montanha de Gileade e no passado servia de fronteira entre as tribos de Rubem e Gade. Em suas imediações, o patriarca Jacó lutou com o Anjo do Senhor.

Rio Arnom: O Arnom nasce nos montes de Moabe e desemboca no Mar Morto. Durante séculos, esse afluente serviu de fronteira natural entre os moabitas e amorreus. Mais tarde, com a conquista de Canaã, passou a separar os israelitas dos moabitas. Nas épocas de chuva, esse rio é volumoso. Entretanto, depois da primavera, começa a secar. Isaias profetizou tomando esse rio de exemplo (Is 16.2).

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Lagos

Geograficamente, os lagos são constituídos de grandes massas de água concentradas em depressões topográficas, cercadas de terra por todos os lados. Esses geralmente são alimentados por riachos ou rios.

Na Terra Santa encontramos apenas o Lago de Merom, e conforme registra o livro de Josué, é chamado de águas de Merom (Js 11.57). Esse é formado pelas águas do Jordão, tem 10 km de comprimento por 6 de largura e está localizado a 2 metros acima do Mediterrâneo.

Golfo Pérsico

Localizado a este da Península Arábica, o Golfo Pérsico compõe a fronteira ocidental da Pérsia, onde se encontra com os vales dos rios Tigre e Eufrates. Corresponde a uma porção de mar do Oceano Índico. E mais da metade das reservas mundiais de petróleo, encontram-se nessa região.

O Clima

Mesmo sendo pequena em suas dimensões territoriais. Mas, pela impressionante variedade de climas, não é exagero afirmar ser a Terra Santa a síntese metereológica do mundo. Muito embora, apenas as estações chuvosa e seca sobressaem em Israel, como assim diz o profeta Isaias (Is 18.6).

No verão, os desertos de Israel possuem temperaturas que oscilam de 43º a 50º. Nas montanhas, o clima é fresco e bastante ventilado. No entanto, no verão esse quadro se altera em conseqüência das correntes de ar quente vindas do Sul e do Ocidente.

Na Cidade Santa, durante o inverno, a temperatura chega a 6º negativos com nevadas e geadas freqüentes. Sendo que no verão, os termômetros oscilam entre 14 e 29 graus.

As riquezas de Israel são proverbiais. Em suas exíguas fronteiras, acha-se uma perfeita síntese dos recursos naturais do planeta. Assim falou o Senhor acerca desta terra (Nm 13.27; Dt 32.13,14).

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Diversas Teorias do Gênesis

Criação da Terra, do Homem e o Dilúvio.

Teoria do Big-bang

A teoria do big-bang diz que uma minúscula partícula, menor que a cabeça de um alfinete e de massa infinita, vagava pelo vácuo infinito a 4,5 bilhões de anos atrás, quando de repente, por acaso, ela explodiu e formou o universo perfeito.

As Teorias da Mesopotâmia

A região da antiga Mesopotâmia, estendia da atual Bagdá até a embocadura do rio Tigre e do Eufrates, no Golfo Pérsico, exatamente na área geográfica em que é narrado as histórias da Bíblia, na origem de todas as coisas.

E nesse período em aproximadamente 3500-3000 a.C., falava-se o idioma da Suméria e nessa época utilizava-se também este idioma para escrever os códigos de leis antigos. Depois entre os séculos XIX e XVIII a.C., foi adotado o idioma acádico para se escrever as leis da cidade de Eshnuna e os código de Hamurábi, Rei da Babilônia

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(1782-1750). Importante salientar que todos esses códigos antigos influenciaram na formação da lei de Deus para seu povo (Hebreus).

Conforme dois autores, J. Van Dijk e W. Soden, nem os Sumérios, nem os Babilônios conheceram a criação do mundo a partir do nada, mas conheceram uma evolução criadora, como por exemplo: a separação do Céu e da Terra. Porém, tudo isso envolto de um universo politeísta, onde cada um dos deuses tem sua contribuição na criação (Nanu - mãe que gerou o Céu e a Terra).

Estas explicações podem ser encontradas nas traduções de poemas sumérios da epopéia de Gilgamesh. Entre outras utilizadas aqui por esses autores, podemos salientar o poema acádico de Enuma Elish, onde vemos que o mundo foi criado a partir do conflito entre os deuses Marduk e Tiamat.

As civilizações paralelas da Suméria e de Acade forneceram a todos os povos do Oriente Médio costumes, rituais e modelos literários de todos os tipos. Entre estes destaca os gêneros “Intemporais,” da literatura “Sapiencial”, destacando dentro dele dois modos de expressão (Lenda e Mito). Porém estes dois modos hoje são mal vistos, por causa da forma que é interpretado pela ciência.

Lendas – É uma narração a cerca de uma história popular tradicional, cujo herói, com suas aventuras e façanhas, vive no passado.

Exemplo: O herói Gilgamexe, das literaturas Suméria e Acádica, rei de Quis, onde em uma epopéia de doze cantos, menciona o canto XI, o qual traz uma narração do dilúvio.

As Lendas eram para Israel como para todos os outros povos, o repositório das recordações históricas.

Exemplo: A História da sucessão de Davi, escrita provavelmente no tempo de Salomão (2Sm 5-20; 1Rs 1-2).

Mitos – É uma forma de narração explicativa, porém se interessa mais pela relação do homem com as grandes forças cósmicas que cercam com a divindade, e não necessariamente pela evocação do passado.

Exemplos: O poema Babilônio da criação “Enuma Elish”, o qual exaltava o Deus nacional, Marduk. Este era recitado no templo de Babilônia no ano novo, lembrando o começo.

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Uma lenda que também participa como Mito é a procura da imortalidade, narrada na epopéia de Gilgamexe (Rei de Quis), por causa da morte do seu amigo Enquidu, transpondo as portas do sol e das águas da morte, até chegar a um paraíso, onde se encontrava seu antepassado Uta-Napistim, o herói do dilúvio, o qual foi levado pelos deuses para receber a imortalidade. Então Uta-Napistim revela o segredo da “Planta da Vida“. O herói colhe a planta, mas a serpente lhe rouba ... restando apenas ao homem “Criar para se um nome“ na História e depois morrer.

Distinguindo entre “MITOLOGIA“ e “LINGUAGEM MÍTICA“.

Mitologia - É uma representação do mundo transcendente que multiplica os deuses.

Linguagem Mítica - É um modo de combinar símbolo e imagens para exprimir, em forma de narração ou drama, certos aspectos da experiência humana ou das realidades divinas.

Ex.: Os autores bíblicos não hesitam, em apresentar Deus agindo, falando, revelando seus sentimentos, como se fosse um homem (Antropomorfismo).

Conclui-se que o Mito e a Lenda não eram simples produtos de fantasia, mas servia para uma séria reflexão, a cerca da existência humana.

A Epopéia de Atra-Hasis

Esta consta de 1645 linhas, onde é narrada a história antes do homem, o mito das origens, a história do dilúvio, da qual Atra–Hasis é o herói .

Através da leitura destes textos verificamos o quanto a Bíblia se aproxima deles na expressão e quanto se distancia dele no pensamento.

Na epopéia, o homem é criado para livrar os deuses do castigo. Na Bíblia, Deus cria o homem sem interesse e o estabelece como o Senhor da criação.

Nos dois casos (Epopéia x Bíblia). O homem é criado da terra e de um elemento divino. Porém, em Babilônia, é com o sangue de um deus decaído e vencido que o homem é marcado em sua natureza. Na Bíblia ele se torna ser vivo quando Deus lhe insufla o hálito de vida.

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A epopéia nos mostra que o dilúvio ocorreu porque os homens perturbaram na sua tranqüilidade. Já na Bíblia o dilúvio aconteceu por causa da imoralidade dos homens, respondendo pelo seu próprio destino, e não sujeitos a transformação divina.

A Bíblia nos mostra um pensamento radical novo, onde Israel rompe com todos os sistemas religiosos do Oriente Antigo, prestando culto a um só Deus. Todas as forças cósmicas, cultuadas pelos antigos povos voltam a situação real de criatura e Yahweh, o Deus que se manifesta aos Patriarcas e a Moisés, torna-se, a partir da saída do Egito, o único Deus digno de receber culto.

Certamente o rompimento não foi total com as formas semíticas, Ex.: O nome El, era dado aos deuses antigos, demonstrando sua divindade. O pensamento era novo, porém o modo de exprimi-lo é antigo.

Alguns aspectos fundamentais da lei Israelita também eram antigas.

Para não se mostrar igual a outros deuses antigos, Deus, utiliza o nome El na Bíblia acompanhado de epítetos, tais como:

Ha’el haggadôl “O grande EL“ ‘el ‘elim “Deus dos deuses“ ‘el hashshamayim “EL do céu“ ‘el ‘eliôn “EL Altíssimo”

‘el Ro’l “EL que me vê”

Estas e outras formas mostram a superioridade do Deus de Israel sobre todos os outros deuses.

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A Criação do Mundo nos Textos Egípcios

O pensamento egípcio dedicou-se de inúmeras formas a retratar a origem deste mundo, para melhor resolver o problema de sua conservação.

Diferentes Cosmogonias

Heliopolitana - (Heliópolis) são escolhas de pensamentos que parece mais centrada no desenvolvimento de uma família a partir de um único antepassado.

Mênfis - A criação pelo verbo e pelo pensamento.

Hermópolis - A tendência é mais física e procura descrever o modo como o mundo nasceu da matéria inorgânica.

Temas Cosmogônicos

Esses temas trazem a idéia da criação concebida segundo um modelo de operações naturais, trazendo à vida realidade nova.

Diversos Modelos (Mitos)

Genitalidade - Na linguagem Egípcia corrente, o verbo fazer (IR) e o verbo gerar (MÊS) são intercambiáveis. Inúmeros mitos incorporam a criação do mundo dos deuses e a dos homens a um casal primitivo suposto ser o antepassado de todos. A atividade criadora é atribuída através de uma atividade sexual entre dois deuses carneiro.

O Mito Heliopolitano - Mostra a criação através de um ato solitário do demiurgo se “Autofecundando“, tendo como modelo o deus artesão, ou seja, oleiro como Khnum, metalúrgico como Ptah, o deus que cria dando assim forma ao informe, modelando assim o homem.

Textos Egípcios

Textos das Pirâmides - Trata-se aqui dos textos mais antigos do Egito, gravados nas paredes internas das pirâmides da 5ª e 6ª dinastias, eles contêm uma coleção de formulas de origem heliopolitana, destinados a garantir ao rei a sobrevivência e a Glória.

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Ensinamentos a Merikaré - Trata-se de um escrito de sabedoria na tradição dos compêndios de máximas elaborados nos antigos impérios, entre os funcionários reais.

Os Livros dos Mortos - Trata-se sempre de garantir ao defunto a liberdade de movimentos e a invulnerabilidade.

Hino Amon de Leida - Trata-se de um texto disposto primitivamente em trinta estrofes as quais se dirigem a Amon, para mostrar seu absoluto domínio sobre o cosmo inteiro.

Texto de Teologia Menfita - Trata-se da pedra chamada shabaka, nome do Faraó etíope da 25ª dinastia que a mandou gravar, no fim do século VIII a.C.

Papiro Salt 825 - Trata-se de mostrar a origem divina dos diversos produtos utilizados. O processo consiste em prender cada um deles a uma secreção do corpo divino.

O Facheado de Evergeta em karnak - O texto reuni diversos enfoque do ato criador. O mito da criação Edfu, dois modelos são igualmente apresentados nos relatos:

De um lado a criação é evocada como estabilização de um feche de juncos no meio da água. É a emergência de um mundo organizado, descritas nos termos evocativos da vazante do Nilo; e de outro lado, o tema do pensamento e da palavra criadora está presente no relato inteiro. A imagem naturista, é pois aqui, desdobrada por perspectiva metafísica que lembra o documento Menfita.

O Nascimento do Mundo e dos deuses nos textos Ugarit

Ugarit não é o Egito nem a Mesopotâmia, estes últimos concederam as duas maiores culturas III e II milênio a.C. O Ugarit não era senão uma cidade-estado entre outras na idade do bronze recente (1600-1185). Este está mais próximo do universo Bíblico do que os textos Mesopotâmicos ou do Egito, como podemos ver abaixo:

Geograficamente Ugarit situa-se na Síria bem perto de Lataquié, no litoral mediterrâneo, a cidade pertencia a Canaã. Ugarit pertence aos países mediterrâneos.

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A língua Ugarítica é também assim como a hebraica uma língua semítica, o que não é o caso da Egípcia. Elas pertencem ao mesmo grupo o semítico norte ocidental diferenciando do Acádico proveniente do semítico oriental.

Ugarit proporcionou aos biblistas o conhecimento direto de uma religião (Cananéia) na época do êxodo (século XIII a.C.)

Crenças Sobre as Origens do Cosmo e do Homem

Dizem que El o deuses supremo do panteão Ugarítico habita “na confluência de dois rios, na própria fonte dos dois abismos”. Estamos diante de uma linguagem cósmica. El habita nas origens dos abismos e dos rios que o cercam. Faz imediatamente lembrar os relatos da criação do Gênese “O abismo” nos aproxima do inicio do relato sacerdotal. Os rios e os abismos pareciam, pois a concepção cosmológica dos cananeus.

Sempre o mesmo Deus El, atribui-se o epíteto de bnk bnwt “Criador das coisas criadas“. A expressão é tão clara que dificilmente encontraria outra mais evidente na Bíblia. El seria, pois, criador em Ugarit, como Yahweh o é em Israel, sabemos, aliais que Yahweh, em sua luta contra a religião Cananéia, assumiu muitas das características do deus El cananeu ao qual se assimilou sem dificuldade.

Outra expressão Ugarítica, diz do deus El, que ele é ab adm, expressão que pode ser traduzida por “pai do homem”, dando ao “homem” sentido coletivo de humanidade. Observamos que a palavra Ugarítica refere-se ao nome dado pela Bíblia ao nosso primeiro pai. Evidentemente, o fato provoca uma discussão já resolvida entre os especialistas: o nome do nosso primeiro pai não é nome próprio, mais nome comum, “homem”. Em todo caso, ab adm, “pai da humanidade“ atribuído ao deus El., parece confirmar ser esse o criador do homem.

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A Formação do Homem

Os textos de diversas origens (Sumério, Acádico e Babilônio) são concordantes quanto a este aspecto. Narra-se os autores que a humanidade foi criada para que os deuses em castigo pudessem aliviar suas culpas, descarregando assim sobre os homens, feito a imagens dos deuses caídos e desta forma os deuses caídos viveriam livres de quaisquer obrigações, isso resumido em uma só frase:

“Para permitir aos deuses morarem em uma habitação que satisfaça o coração do Deus Marduk, formou a humanidade“.

Porém, conforme o modo da criação do homem, são diversas as opiniões: - O Deus Enlil teria introduzido na terra, como semente um protótipo humano. Ou segundo texto Súmericos os seres humanos foram “Gerados na união conjugal do céu e da terra”;

- O homem é moldado só da argila, em primeiro lugar a deusa Nanwr e suas assistentes que operam e depois a deusa Ninmah e o deus Enki são os que fazem;

- A modelagem do homem a partir de uma mistura de barro, de carne e de sangue de um deus condenado á morte;

- A formação do homem a partir do sangue de um ou vários deuses condenados a morte.

A Condição do Homem Primitivo

Há um texto antigo bastante transparente a esse respeito, o que mostra as pessoas com aspecto selvagem, as quais vivem nuas e pastavam como os animais, porém foi preciso de uma intervenção dos deuses Enki e Enlil para que os homens pudessem entregar-se a criação de animais e à agricultura, e em segundo uma tradição cuneiforme, os homens antediluvianos teriam sido educados por sábios conceituados vindos do Apsu.

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O Dilúvio

Comparando as visões Mesopotâmicas, (Suméria, Acade) e as Sagradas (Javista e Sacerdotal), verificamos que a visão Javista foge ainda mais da Mesopotâmica em relação a Sacerdotal neste ponto.

Diversos relatos do dilúvio chegaram da Mesopotâmia até nós: um em Sumério, dois em Acádico e um em Grego.

1. Relato da 11ª Tabuinha da Epopéia de Gilgamesh

Contexto - Gilgamesh, Atormentado com a morte de seu amigo Enridu e tendo partido em busca do segredo da imortalidade, chegou a um lugar situado além das águas da morte, onde UTNAPISHTIM, O “NOÉ“ Babilônio, desfrutou da imortalidade, e conta a Gilgamesh como escapou do dilúvio. Onde, o dilúvio foi desencadeado por causa das más disposições dos deuses que lá estavam, essas más disposições levaram os grandes deuses a fazer o dilúvio.

2. O Dilúvio em Acádico

Contexto - como foi dito anteriormente concorda com os outros textos no qual, por causa das reclamações dos deuses caídos, foi assim lançado pelos deuses superiores diversos flagelos, desde sede, fome até por fim o dilúvio, onde Atra-Hasis equivale a “Noé“, construindo um barco por ordem do deus maior “EA“, escapa da morte.

3. Relato Sumério do Dilúvio

Contexto - Este mais ou menos contemporâneo ao texto de Atra-Hasis acima apresentado e não necessariamente um testemunho de tradição tipicamente Suméria. Segundo as linhas 140-144, a decisão para desencadear o dilúvio se deu por alguns dos deuses, obrigados a associar-se a este feito por meio do juramento. Então houve as instruções de Enki para a construção de um barco, tendo sido aqui o herói “Noé” Ziusdra. O qual passou a obter uma vida sem fim, como assim se define seu nome.

Obs.: O grande deus em Sumério é Enki e Ea em Acádico

A Causa do Dilúvio - Na Bíblia é claramente indicada como sendo por causa da malícia e corrupção da humanidade. Já nos textos Mesopotâmicos, não se explica a causa do dilúvio. Somente o poema de Atra-Hasis nos mostra que é para fazer cessar os gritos e a confusão realizados pelos deuses caídos.

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Gênesis na História Sagrada

Os onze primeiros capítulos do livro do princípio possuem uma forma narrativa diferente de todas outras narradas na Bíblia. Porém esses capítulos são muitos importantes, pois eles abrem toda a História Sagrada.

É evidente que se tratando de uma História passada os “Teólogos da História” tiveram que evocar o passado, inobservável, representando-o de um modo compreensível aos seus contemporâneos. Caso contrário, a sua reflexão, sempre concreta e não abstrata, não teria suporte.

Na estrutura de Gêneses 1-11, existem duas linhas de pensamentos das Histórias Sagradas, as quais são:

Javista - o mais antigo porque nomeia Deus de YAHWEH, escrita em Jerusalém, provavelmente durante o reinado de Salomão.

A visão Javista mostra na Bíblia a exterminação do politeísmo; pois narra que Yahweh criou o céu e a terra, dando a partir daí a narração das origens, planta um jardim no Éden, cria os vegetais, cria os animais e por fim modela o homem com o barro da terra e lhe insufla o fôlego de vida e de sua costela forma a mulher e dá a ele domínio sobre tudo.

Na visão Javista Yahweh é o Deus vivo e pessoal, é o criador, do qual dependem o universo, a vida e o ser humano.

No jardim mostra-se uma relação de diálogo pessoal, do qual Deus toma a iniciativa, fazendo um apelo ao livre engajamento do homem, reconhecendo sua condição de criatura e sua fiel obediência ao mandamento. Podemos observar essa característica também em outras narrativa do antigo testamento:

“... olha hoje te propus vida ou morte .... escolhe“ (Dt. 28,30-15; Êx 23:20-33; Lv 26: 3-4)

Sacerdotal - seu autor um Sacerdote de Jerusalém, escreveu durante o exílio na Babilônia.

Escrita quatro século depois da Javista, quando o povo esteve no Exílio (entre 587 e 538), em Babilônia. O historiador Sacerdotal nos conduz das origens do mundo ao período de Israel no deserto, onde esteve em contato com os mitos Mesopotâmicos.

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Conclui-se então que o Historiador Sacerdotal conhece tanto o escrito Javista como o Mesopotâmico, porém da visão Mesopotâmica extrai apenas a imagem figurada e da Javista o ato de Deus criador e a instalação do mundo em que o homem deve viver. Portanto, quanto a doutrina o Javista e o Sacerdotal diferem totalmente do mito Babilônio.

Se fizermos um paralelo dos capítulos 1-3 de Gênesis, entre os mitos (Babilônios) tirados da epopéia de Atra-Hasis, no que diz respeito às formas literárias veremos que as narrativas Javista e a Sacerdotal, dependem dos modelos Mesopotâmicos.

O Mito Babilônio nos mostra que para os Mesopotâmicos no inicio de tudo, houve um caos entre duas divindades sexuadas:

Apsu - As águas doce que estão sobre a terra Tiamate - As águas salgadas do mar

Daí saíram todos os deuses, identificados como: as potências cósmicas. Depois nos mostra o confronto entre os deuses (Universo x jovens), formando o mundo divino, regido por Marduk. E por isso os homens foram criados para servir aos deuses caídos. Um dos deuses revoltosos é imolado para fornecer seu sangue, desta forma o homem recebe o sangue nas veias de um deus decaído.

Para o mito Mesopotâmico, o homem além de escravo dos deuses recebe o peso de uma fatalidade inexorável, por causa do joguete das potências cósmicas.

A mitologia Suméria evoca um país paradisíaco chamado Dilmun, um país dos vivos, situado nos lados do Oriente. Lá aparece a “planta da vida“, que sendo roubada por uma serpente, coloca a perspectiva da vida sem esperança.

Essa analise comparativa entre os escritos bíblicos e os antigos é de extrema importância, pois permitirá realçar semelhanças e diferenças entre os mesmos, e com isso irá respaldar ainda mais a autenticidade da Bíblia.

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O Pentateuco

Os cincos primeiros livros da bíblia formam um conjunto que os judeus denominam “Torah” [“instrução”], que em geral se traduz por “Lei” (Mt 5.17; Lc 16.17; At 7.53; 1 Co 9.8). Daí provém o nome que lhe foi dado nos círculos de língua grega: Pentateuchos, “[livro em] cinco volumes”, que foi transcrito em latin: Pentateuchus, dando a palavra portuguesa: Pentateuco. Por sua vez, os judeus de língua hebraica deram-lhe também o nome de “os cinco quintos da lei”. Os judeus atribuem à Torah maior autoridade e santidade que ao restante das escrituras que completam o Tanach (Lei, Profetas e Escritos).

“E leram no livro, na lei de Deus: e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse”. Ne 8.8

Estes cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, contêm uma grande variedade de material: histórias, episódios, leis, rituais, regulamentos, cerimônias, registros cronológicos, exortações. Ainda assim, é uma narrativa histórica unificada. A importância vital dessa narrativa histórica é atestada por seu uso no Novo Testamento como pano de fundo e preparação para a obra de Deus de redenção do homem por Cristo Jesus.

Um exemplo marcante é o discurso de Paulo aos judeus na sinagoga de Antioquia da Pisídia (At 13.17-26). No qual ele faz um resumo das promessas de Deus, e de quanto Ele é fiel, justo e misericordioso para dar a salvação ao povo que o segue através do líder o qual ele levantou, desde Abraão até o nosso maior líder: Cristo Jesus.

A tradição judaica atribui a Moisés os primeiros cinco livros da Bíblia. Cristo atribuiu explicitamente o Pentateuco a Moisés.

“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos

profetas, e nos Salmos”. Lc 24.44

Da forma como é mencionado nesse versículo, os autores bíblicos dividiam o Antigo Testamento em três partes – A lei, os Profetas e os Salmos (representando os Salmos a grande divisão chamada de “Escritos”). Cristo frequentemente se referia a diversos livros como tendo sido escritos por Moisés.

Obs: Porém há autores que contesta essa autoria, como podemos ver no livro Introdução ao Antigo Testamento, da editora Vida Nova, de autoria de Willian S.

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Lasor, David A. Hubbard e Frederic W. Bush, o qual depois de vários comentários relacionados à época e costumes, diz:

“O Pentateuco é uma obra anônima. Moisés não é mencionado como seu autor, assim como ninguém mais. A ausência do nome do autor harmoniza-se com a prática do Antigo

Testamento em particular e com as obras literárias antigas em geral. No antigo Oriente Médio, o “autor” era basicamente um preservador do passado, limitando-se ao uso de material e metodologia tradicionais. A literatura era mais uma propriedade comunitária

que particular”.

Os livros de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, narram a formação do povo eleito e o estabelecimento de sua lei social e religiosa.

Complexidade

Ao mesmo tempo em que revela sua unidade em plano e propósito, o Pentateuco apresenta uma diversidade impressionante, principalmente no que diz respeito a mistura de leis e história, nunca encontrado em nenhum código de leis, antigo e ou moderno, verifica-se que a narrativa histórica atravessa e interrompe constantemente a legislação.

Por exemplo:

- Não há seqüência entre Gn 4.26 e 5.1;

- Há uma descontinuidade clara entre Gn 19.38 e 20.1; - Outra descontinuidade entre Ex 19.25 e 20.1.

Outras complexidades:

- Diferenças significativas entre vocabulários, de sintaxe, estilo e de composição (leis de Levítico e Deuteronômio);

- Uso variável dos nomes divinos Javé e Elohim;

- Duplicações ou triplicações de material (Gn 12.20; 26.6-11); (Gn 21.22-31; 26.26-33); e (Lv 11.1-47; Dt 14.3-21).

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Visando esclarecer essas complexidades, alguns estudiosos procuraram separar as diversas fontes, desenvolvendo assim a “teoria documental”.

J

– Essa fonte apresenta o nome de Deus como Javé e foi compilada em Judá entre 950 e 850 a.C., que compreende Gn 2 a Nm 22-24 e apresenta Deus em uma linguagem antropomórfica, onde Deus é descrito em termos humanos;

E

- Essa fonte datada entre 750-700 a.C., inicia-se em Gn 20, e prefere o nome de Deus como Elohim até a revelação de seu nome Javé a Moisés (Ex 3; 6), depois disso passa a empregar ambos os nomes para Deus. Muitos estudiosos localizam o ambiente de E no norte de Israel, pois dispensa atenção especial a Betel, Siquém e às tribos de José, Efraim e Manasses.

D

– Refere-se ao material que forma o núcleo do livro de Deuteronômio. Possuiu um estilo bastante característico: prosaico, prolixo, parenético (reflexo de exortações e conselhos, “homilético”) e pontuado de frases estereotipadas. Compreende as narrativas históricas de Josué a 2 Reis (cap. 9).

S

– Destaca genealogias, leis relacionadas ao culto, alianças, dias especiais como o sábado, procedimentos para o culto, sacrifícios (Lv 1-7) e cerimônias. Ressalta a santidade (Lv 17-26), a soberania e a transcendência de Deus, juntamente com o estabelecimento do verdadeiro culto de Javé liderado pelos sacerdotes. Essa fonte básica de S é muitas vezes datada no meio do Exílio (550 a.C.), e sua composição final, um pouco antes do século IV a.C.

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A História de Israel Gênesis

O Gênesis narra as origens do mundo, do gênero humano, do povo hebreu, tudo relacionado com Deus, com sua revelação, com seu culto. Deus cria o universo e revela-se aos primeiros homens.

A história do princípio abrange em sua narração uma longa série de séculos. Os gregos do império bizantino colocavam a criação do homem 5508 anos a.C. Os hebreus ainda usam uma era que no mesmo período conta 3760 anos. As ciências antropológicas exigem um tempo assaz maior para a existência do homem sobre a terra. O prólogo primevo compreende os capítulos 1-11, já estudado anteriormente. E por isso, deste ponto em diante veremos a história patriarcal de Israel.

O chamado de Abrão:

“Sai-te da tua terra, e da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei”. Gn 12.1-5

Neste período, Abrão era da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã para irem a terra de Canaã.

Quando Abrão passa a ter a idade de noventa e nove anos, apareceu Deus a ele, e muda o seu nome:

“E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto”. Gn 17.1-5

Devido a fome que assolou em Canaã, Jacó e seus filhos entraram no Egito (Gn 47.1-6), e os descendentes de Abraão ficaram satisfeitos e prosperaram (Gn 47.27). Durante algum tempo podem ter tido a impressão de haver feito uma boa troca ao deixar Canaã, a terra escolhida por Deus para eles, que no momento não estava sendo produtiva, e se mudaram para o Egito, a terra de Gósen. Os filhos de Israel frutificaram e multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu deles (Ex 1.6-7). Mas, depois que José faleceu, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração, se levantou um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José (Ex 1.8). E temendo o grande crescimento do povo de Israel, os transformaram em escravos desamparados, sem esperança. Mas quanto mais o povo sofria, mais se multiplicava (Ex 1.11-12). Vendo isto, o rei ordenou as parteiras, que quando fossem ajudar as hebréias

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a dar a luz, só lhe poupasse as meninas, e vendo que era menino o matassem, porém as parteiras com muito temor a Deus, não obedeceram ao Faraó (Ex 1.15-17).

Ainda não estando satisfeito com o grande aumento do povo de Israel, o Faraó ordena a todo o seu povo dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida (Ex 1.22).

Os anos se passaram. A servidão de Israel tornou-se intolerável. Eles suspiravam e gemiam sob o seu jugo. Quando seus gritos subiram a Deus, Ele os ouviu; e lembrou-se da sua aliança, compadecendo-se deles. Chegara o momento crucial de chamar Moisés, o libertador que Ele vinha preparando, e enviá-lo para realizar a grande tarefa da libertação (Ex 2.23-25)

Êxodo – Israel Nômade

O segundo livro do Pentateuco toma o nome de Êxodo da saída dos hebreus do Egito, onde, depois dos bons tempos de José, passaram a sofrer a mais dura escravidão. Esse acontecimento, porém, nada mais foi do que o prelúdio de fatos muito mais importantes na vida dos filhos de Israel, os quais, de um conglomerado de famílias que eram, recuperando a liberdade, conquistaram verdadeira unidade de nação independente e receberam uma legislação especial, uma forma de vida moral e religiosa, pelas quais se distinguiram de todos os outros povos da terra.

Com toda facilidade compreender-se-á a importância deste livro, sobretudo em se pensando que, se a história civil das nações, mormente as antigas, acha-se intimamente vinculada à religião e essa à moral, isto jamais foi tão verídico como a respeito dos hebreus. As leis contidas no Êxodo formam a essência da vida civil e religiosa do povo eleito.

É bem verdade que, de todas essas leis, e especialmente as do chamado código da aliança (21.23), foram encontradas analogias notáveis no código de Hamurabì (rei babilônio, que viveu alguns séculos anteriormente a Moisés). De tais analogias não se infere, porém, em absoluto, como pretendem alguns, a dependência do código mosaico do babilônio. Elas têm sua explicação adequada nos fatores comuns às duas sociedades, israelita e babilônica, tão próximas no tempo, no lugar e também na origem, pois os patriarcas do povo hebreu procediam do vale do Tigre.

Realmente, na legislação decretada no Sinai, nem tudo foi criado desde a raiz; muitos usos e costumes já introduzidos na prática social foram confirmados pela aprovação divina. De resto, também nas famosas leis romanas das doze tábuas

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descobrem-se semelhanças com o código mosaico, sem que ocorra a alguém o pensamento de querer estabelecer um parentesco entre os primeiros e o segundo. Providências semelhantes surgem espontaneamente de necessidades sociais do gênero. No decálogo, porém, e na doutrina religiosa que lhe forma a base inconcussa (20.2-17), reside a verdadeira prerrogativa do povo de Israel; nada de semelhante se encontra em nenhum outro povo.

Os acontecimentos narrados no Êxodo tiveram um eco enorme na memória das tribos israelitas. Em quase todas as páginas do Antigo Testamento são recordadas a libertação da escravidão do Egito, a prodigiosa passagem do Mar Vermelho, os golpes tremendos com os quais foi dominada a tenaz oposição do opressor egípcio, as grandiosas manifestações divinas no Sinai, o sustento milagroso de povo tão numeroso no deserto. Daí Israel deduzia os motivos mais fortes para ser grato e fiel a Deus, e conservar uma confiança inabalável na sua providência soberana e nos seus próprios destinos.

O Êxodo desenvolve dois temas principais: a libertação do Egito (1.1 – 15.21) e a aliança no Sinai (19.1 – 40.38); esses temas são interligados por um tema secundário, a saber, a marcha através do deserto (15.22 – 18.27). Moisés, que recebeu a revelação do nome Yahweh na montanha de Deus, é o condutor dos israelitas libertados da escravidão.

Numa teofania impressionante, Deus faz aliança com o povo e lhe dita sua Lei. Mal fora concluído, o pacto é violado pela adoração do bezerro de ouro, mas Deus perdoa e renova a aliança. Uma série de prescrições regula o culto no deserto.

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O Tabernáculo

“Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites. Então falou o Senhor a Moisés dizendo: Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem

cujo coração se mover voluntariamente...”. (Ex 24.18b; 25.1,2)

No monte Sinai o Senhor levou seu servo para receber instruções de como deveria construir o tabernáculo. Deus queria habitar no meio do seu povo, e obviamente para isso Ele não precisava do uso de nada material para se revelar aos seus. Mas, devido ao nível espiritual do povo, Deus se utilizou do tabernáculo visível e de seus muitos objetos como lições palpáveis, através de símbolos e tipos, e também para que servisse de lembrança contínua aos israelitas. Mas, o propósito mais excelente do Senhor era a revelação da verdade preliminar na busca e expectativa da encarnação de seu Filho Jesus.

Nesse tabernáculo o Senhor desceu e habitou entre os homens numa casa feita de diversos materiais visíveis encontrados na natureza. Mas, a aproximadamente 1500 anos após esses fatos o Senhor veio e habitou em uma casa feita de ossos e carne – o corpo de Jesus.

Para muitos o tabernáculo significa apenas uma antiguidade judaica sem voz e significado. Mas, quando estudado considerando os tipos que ali são vistos e apontado de forma adequada ao antítipo, encontramos nele o Senhor Jesus Cristo.

A Estrutura

A planta do tabernáculo, como mostra o diagrama que se segue, é basicamente simples. Isto ocorre, em parte, por seu caráter portátil, tendo de ser transportado pelos israelitas em suas viagens pelo deserto. A bacia e o altar de bronze se localizavam no átrio, embora fossem partes essenciais dos cerimoniais do tabernáculo.

O tabernáculo era dividido em dois cômodos. O menor, que era de 10 côvados de cada lado, formando um quadrado perfeito, era chamado de santo dos santos; o cômodo maior era chamado santo lugar. Estes dois cômodos eram separados por um véu (26.31-33). Os sacerdotes ministravam no santo lugar diariamente; no santo dos santos o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, sozinho (Hb 9.6-10).

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O Átrio (27.9-17)

O tabernáculo era rodeado por um átrio, formado por colunas firmadas no solo e esticando cortinas de linho, as colunas eram ligadas por ganchos de prata (Ex 27.17). A entrada media 20 côvados de largura e na qual era pendurado um reposteiro nas cores azul, púrpura, carmesim e branco (linho) (27.16). Estas eram as cores que prevaleciam por todo o tabernáculo. O átrio media 100 côvados de comprimento por 50 côvados de largura (27.18) – Um côvado é equivalente a 0,5 m aproximadamente.

As Tábuas e as Cortinas (26.1-30)

Por estarem vagando pelo deserto, era necessário que os israelitas tivessem uma construção que pudesse ser facilmente desmontada e erguida. O tabernáculo era feito de 48 tábuas cobertas de ouro e colocadas em encaixes enterrados na areia. Havia 20 dessas tábuas em cada lado e 8 nos fundos (26.15-30). A construção não tinha soalho, mas o teto era uma coberta maravilhosamente lavrada, composta de 10 cortinas presas uma a outra (26.1-6), bordadas com as figuras dos querubins, as criaturas celestes. Estas cortinas esticavam-se no alto e caíam quase até o chão em cada lado da construção. Sobre elas havia uma coberta de pêlo de cabra branco (26.7-13); e acima desta uma coberta de pele de carneiro tingida de vermelho (26.14); sobre a coberta de pele de carneiro, para a proteção contra as intempéries, havia uma coberta de peles, ocultando do lado de fora toda a beleza do seu interior (26.14). Formando ao todo um total de 4 cobertas.

O Mobiliário

O tabernáculo continha 6 peças de mobiliário. No santo dos santos havia 1 peça – a arca da aliança. Era uma caixa de madeira coberta de ouro, na qual se encontravam a lei escrita em pedra, uma vasilha de maná, e a vara de Arão que floresceu. A tampa da caixa era o propiciatório, às vezes tida como uma peça separada. Em cada extremo havia uma figura de um querubim, e entre as figuras havia o maravilhoso fogo da glória do Senhor, símbolo da presença de Deus. Por isso esta peça poderia, com toda propriedade, ser chamada de trono de Deus; no santo lugar 3 peças – o altar do incenso defronte do véu – a esquerda, o candelabro feito de ouro puro – e a direita, a mesa dos pães da proposição, com os 12 pães que eram comidos pelos sacerdotes; e no átrio 2 peças – a bacia, que servia para os sacerdotes se lavarem; e mais próxima da entrada havia o altar de bronze, para o qual os israelitas, levavam um substituto para morrer em seu lugar, pagando por seus pecados – um tipo claro da obra expiatória de Cristo.

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O Simbolismo do Tabernáculo

Duas passagens-chave do Novo Testamento servem de base para interpretação de personagens, eventos e coisas do culto no tabernáculo do Antigo Testamento (1Co 10.1-11; Hb 8.1-10;18). Porém devemos ter bom senso, sem forçar a interpretação e a aplicação. Segue as interpretações:

1. Como um todo – Visto como um todo o tabernáculo tipifica a pessoa de Cristo. O exterior dessa tenda era, pelo menos parcialmente similar as tendas menores de habitação dos israelitas. Mas, a grande diferença estava em que o tabernáculo era o lugar especialmente designado da habitação de Deus, como assim também era Cristo (Cl 2.9).

2. Em detalhe – Cada detalhe ou artigo do mobiliário tipifica alguma fase da obra de Cristo para o homem. No Novo Testamento aprendemos sobre muitas fases da obra de Cristo. Em um momento ele é apresentado como nosso Substituto; em outro, como aquele que Purifica e Regenera, como o Pão da Vida, a Luz do Mundo, o Bom Pastor e a Videira. Também no tabernáculo podemos perceber estas mesmas fases de sua obra: No altar de bronze vemos Cristo como nosso Substituto; na bacia, nosso Purificador e Regenerador; no candelabro, a nossa Luz; no altar do incenso, nosso Intercessor; e no propiciatório, nossa Propiciação.

3. Ordem do Mobiliário – Observem com que precisão os mobiliários foram colocados no tabernáculo, sempre apontando para obra redentora de Cristo. Em um extremo, no santo dos santos, estava a arca da aliança – o trono de Deus. No outro extremo, perto da entrada, o altar de bronze, que é o tipo da cruz de Cristo. Assim vemos que homem algum pode chegar ao trono de Deus, sem passar pela Cruz.

No santo dos santos, estamos cercados pelas paredes douradas; em cima está a linda cortina com figuras das criaturas celestes; a arca de ouro mostra os querubins curvados sobre o propiciatório; e sobre este está manifesta a presença de Deus no fogo da Sua Glória. Ali só existe luz, beleza, amor, culto e a presença de Deus, em contraste ao nos aproximarmos do altar de bronze, que só há sofrimento, sangue e morte, à medida que os substitutos morrem no lugar dos pecadores. Podemos afirmar que Cristo consiste nesses dois extremos – do trono do Pai na glória, à cruz do Calvário (Fl 2.5-11).

Referências

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