Profa. Dra. Mary Elbe Queiroz
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TAX ALERTS
OPERAÇÕES EMPRESARIAIS SOB O
FOCO DA FISCALIZAÇÃO
AUTUAÇÕES RFB 2012
R$ 115,8 bilhões
5,6% + 2011 (20,9% + 2010)
Fiscalizações:
– Indústrias R$ 41,7 bi – Instituições financeiras 15, 7 bi – Grandes contribuintes R$ 87 bi27% fraudes, simulação, conluio: crime
Projeto
Alerta:
acompanhamento
e
auto-regularizaç
ão
PRINCIPAIS “INFRAÇÕES” SOB O FOCO DA RFB
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1.
Operações de reorganização societária que tenham
originado:
– a. Ágio Interno (dentro do mesmo grupo econômico); – b. Incorporação às Avessas; (operação com
inviabilidade econômica e sem propósito negocial) – c. Ganho de capital não tributado na Reorganização
Societária;
– d. Receitas Financeiras não consideradas Lucro Real; 2
. Movimentação Financeira Incompatível com a
Receita Declarada
3.
Glosa de créditos utilizados em compensação de
tributos
PRINCIPAIS “INFRAÇÕES” SOB O FOCO DA RFB
www.receita.fazenda.gov.br4. Base de cálculo das contribuições previdenciárias (por exemplo: descaracterização de participações no lucro
-PRL,
stock options
)
5. Tributação de resultados em participações societárias no exterior
6. Operações envolvendo preços de transferência
7. Contribuições Previdenciárias devidas por entidades de beneficência e assistência social que não comprovem os requisitos para fruição da isenção da condição de
filantrópicas
8. IPI devido por importadores (interposição fraudulenta de pessoa jurídica para importar).
9. Ganhos de Capital e variação patrimonial para pessoas físicas
Acórdão 101-94127/2003 e nº 106-09.343, 18/09/1997 “IRPJ – SIMULAÇÃO NA INCORPORAÇÃO – Para que se possa materializar, é
indispensável
que oato praticado não
pudesse ser realizado
, fossepor vedação legal
ou por qualquer outra razão.Se
não
existia
impedimento
para a realização da incorporação tal como realizada e oato praticado não é de
natureza diversa daquela que de fato aparenta
,não há
como qualificar-se a operação de simulada
.Os objetivos visados com a prática do ato não interferem na qualificação do ato praticado. Portanto, se o ato praticado era lícito, as eventuais conseqüências contrárias ao fisco
devem ser qualificadas como casos de elisão fiscal
e não de evasão ilícita
.CARF - UNIFORMIDADE DE CRITÉRIO E BASE LEGAL??
DIVERGÊNCIAS DE POSIÇÕES
AC 107-09587/2008 – Validade prova indiciária –
reclassificação dos fatos pela fiscalização
–
Vislumbrar figuras da fraude à lei e abuso do
direito
se os atos negociais foram registrados e
às claras cumpridas obrigações acessórias fisco
pode conhecer não qualifica multa
AC 204-02895/2007 –
Abuso de forma
– o fisco pode
desqualificar o negócio
para efeitos fiscais
103-23290:
ágio - incorporação empresa veículo
–
sem finalidade negocial ou societária
CASA / SEPARA
CARF - Acórdão: 104-21498 - 2006
29.01.99
- X
e
Y
- contrato associação
X
e
Y
se associam – preços e atos formalizados
30.01.99 –
09,30
hs
– acionistas de
Y
fazem
assembléia e
X
integralizam capital
30.01.99 –
14 hs
–
CISÃO DE Y
•
acionistas de Y sairiam c/ recursos integralizados X fundos destinados a PJ constituída recentemente•
X fica com todos os ativos de Y•
todos administradores de Y renunciam•
contribuinte autuado q era sócio de Y com 50% saiu com total do capital – 100%CARF - Acórdão: 104-21498 - 2006
Tributo: IRPF - ganho de capital ou renda variavel
SIMULAÇÃO - CONJUNTO PROBATÓRIO
- Se o
conjunto probatório evidencia que
os atos formais
praticados (reorganização societária) divergiam da
real intenção subjacente (compra e venda),
caracteriza-se a simulação
, cujo elemento principal
não é a ocultação do objetivo real, mas sim a
existência de
objetivo diverso daquele configurado
pelos atos praticados
, seja ele claro ou oculto.
OPERAÇÕES ESTRUTURADAS EM SEQUÊNCIA
AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO EXTRATRIBUTÁRIA
OMISSÃO DE GANHOS DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO
DE PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA SIMULAÇÃO
OPERAÇÕES ÀS AVESSAS
Não aceita – STJ - 24.0
8.2009
RESP Nº 946.707 - RS - MIN. HERMAN BENJAMIN RECORRENTE : JOSAPAR
INCORPORAÇÃO. APROVEITAMENTO DE PREJUÍZOS.
REDUÇÃO DA CSSL DEVIDA. SIMULAÇÃO.
1. discute compensação de prejuízos para fins de redução
da CSSL devida pela contribuinte.
2. A empresa Supremo Industrial e Comercial Ltda.
formalmente incorporou Suprarroz S/A (posteriormente incorporada pela recorrente). Aquela acumulava prejuízos (era deficitária, segundo o TRF), enquanto esta era
empresa financeiramente saudável.
3. O Tribunal de origem entendeu que houve simulação, pois, em realidade, foi a Suprarroz que incorporou a
Supremo. A distinção é relevante, pois, neste caso (incorporação da Supremo pela Suprarroz), seria
impossível a compensação de prejuízos realizada, nos termos do art. 33 do DL 2.341/1987.
Acórdão 107-07.596
IRPJ – INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS – GLOSA
DE PREJUÍZOS – IMPROCEDÊNCIA – A
denominada “incorporação às avessas”, não
proibida pelo ordenamento,
realizada entre empresas operativas e que
sempre estiveram sob controle comum, não pode
ser tipificada como operação simulada ou
abusiva, mormente quando, a par da inegável
intenção de não perda de prejuízos fiscais
acumulados,
teve por escopo a busca de melhor eficiência das
operações entre ambas praticadas.
SIMULAÇÃO CRIME
DOLO – PROVA – RIR
Art. 845. Far-se-á o lançamento de ofício, inclusive (Decreto-Lei nº 5.844/1943, art 79): (...)
§1º. Os esclarecimentos prestados só poderão ser impugnados pelos lançadores com elemento seguro de prova ou indício veemente de falsidade ou inexatidão (DL nº 5.844/1943, art. 79, § 1º). (...)
Art. 923. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (DL nº 1.598/1977, art. 9º, §1º).
Art. 924. Cabe à autoridade administrativa a prova da inveracidade dos fatos registrados com observância do disposto no artigo anterior ((DL 1.598/1977, art. 9º, §2º).
SIMULAÇÃO CRIME
DOLO – PROVA – Decreto nº 70.235/1972
Art. 25. Os autos de infração ou as notificações de lançamento deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito (Decreto no 70.235,
de 1972, art. 9o, com a redação dada pela Lei no 11.941, de 2009,
art. 25).
Art. 26. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do sujeito passivo dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 9o, § 1o).
Parágrafo único. Cabe à autoridade fiscal a prova da inveracidade dos fatos registrados com observância do disposto no caput (Decreto-Lei no 1.598, de 1977, art. 9o, § 2o).
CASO GERDAU
Acórdão 1101-00.708/2012
Art 109 CTN. ÁGIO INTERNO
É a legislação tributária que define os efeitos fiscais.
As distinções de natureza contábil (feitas apenas para
fins contábeis) não produzem efeitos fiscais
. 0 fato de
não ser considerado adequada a contabilização de ágio,
surgido em operação com empresas do mesmo grupo, não
afeta o registro do ágio para fins fiscais
DIREITO TRIBUTÁRIO. ABUSO DE DIREITO. LANÇAMENTO. Não há base no sistema jurídico brasileiro para o Fisco
afastar a incidência legal, sob a alegação de entender estar havendo abuso de direito. 0 conceito de abuso de direito é
louvável e aplicado pela Justiça para solução de alguns litígios. Não existe previsão do Fisco utilizar tal conceito para efetuar
lançamentos de oficio, ao menos até os dias atuais. 0 lançamento é vinculado a lei, que não pode ser afastada sob alegações subjetivas de abuso de direito.
CASO GERDAU
Acórdão 1101-00.708/2012
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO. ELISÃO. EVASÃO. Em direito tributário não existe o menor problema em a pessoa agir para reduzir sua carga tributária, desde que atue por meios lícitos (elisão). A grande infração em tributação é agir intencionalmente para esconder do credor os fatos
tributáveis (sonegação).
ELISÃO. Desde que o contribuinte atue conforme a lei, ele pode fazer seu planejamento tributário para reduzir sua carga tributária. 0 fato de sua conduta ser
intencional (artificial), não traz qualquer vicio. Estranho seria supor que as pessoas s6 pudessem buscar economia
tributária licita se agissem de modo casual, ou que o efeito tributário fosse acidental.
SEGURANÇA JURÍDICA.A previsibilidade da tributação é
CASO SANTANDER
SIMULAÇÃO – AC 140200.802
Fixados os termos da norma que caracteriza conduta simulada, necessário que se avalie o contrato
A primeira premissa: conferiu ou transmitiu, direitos à pessoa diversa daquela nominada,
A segunda premissa que caracteriza a simulação é a existência de declaração, confissão, condição ou
cláusula não verdadeira - não se verifica nenhuma das hipóteses previstas no artigo 167, § 1º, do Código Civil Operações foram aquelas efetivamente queridas e
realizadas
Não houve disfarce de uma operação para encobrir este ou aquele ato. Não houve negócio senão os
Usina Moema
Acórdão 1302-001.184 de 08.10.2013
DESPESA COM AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. GLOSAINDEVIDA.
Se as operações que geraram o ágio foram
procedimentos legais em seu aspecto formal, conforme reconhece o próprio TVF, e não resta demonstrada
qualquer ilicitude na conduta da recorrente, como sustenta a decisão recorrida, não procede a glosa da despesa com amortização do ágio.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL.
Tratando-se da mesma situação fática e do mesmo
conjunto probatório, a decisão prolatada no lançamento do IRPJ é aplicável, mutatis mutandis, ao lançamento da CSLL.
TAX ALERT
- OBJETIVO
PREVENÇÃO/ ORIENTAÇÃO:
concepção,estruturação, estratégia, procedimentos,
contratos
CORREÇÃO:
corrigindo, retificando procedimentos
antes do início de procedimento fiscal
PROBATÓRIO:
dossiê, histórico, laudos, documentos
DEFESA:
exame, impugnação, provas, recursos
administrativos e judiciais
ACOMPANHAMENTO FISCALIZAÇÃO:
atendimentos
intimações, entrega de documentos
FISCO: identificar infrações, fraudes e simulação
ABUSO? Deverá ser editada lei
1.
O ato ou negócio realizado teve como objetivo
exclusivo
reduzir a carga tributária
?
2.
O ato ou negócio tem
propósito negocial
(
business
purpose
)? Existe justificativa negocial (comercial,
familiar,
econômica,
patrimonial)
para
a
sua
realização?
3.
Existem
meios
físicos,
humanos
,
estrutura
administrativa que justifique o tipo de atividade
exercida ou que se trata de uma estrutura autônoma?
4.
Há
corpo
gerencial
próprio,
autonomia
administrativa? São contratadas operações próprias?
5.
Trata-se de ato, operação, negócio ou empresa
criada
artificialmente
(empresa
fictícia,
sociedade
aparente)?
6.
Todos os atos e negócios:
– Estão
formalizados
corretamente?
–
Obedeceram às leis e normas imperativas
,
inclusive
dos
órgãos
fiscalizadores
da
atividade:
leis
societárias, comerciais, civis e contábeis; normativas
do Banco Central do Brasil (BACEN), Comissão Valor
Mobiliário (CVM), Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (CADE)?
–
Foram informados e declarados às Administrações
Tributárias da União, Estados e Municípios?
7.
Da realização dos atos e negócios resultou
pagamento
de imposto?
8.
A
substância
coincide com a sua
forma
(considerar a
distinção entre substância para fins contábeis e fins
jurídico-fiscais)?
9.
A
vontade
das partes
coincidente com a realidade
?
Tudo que foi aconteceu da
forma deseja e querida
?
10.
O
tempo
de realização do ato ou negócio pode ser
justificado?
O
tempo
entre
a
realização
e
o
desfazimento é
adequado, normal, tem justificativa
negocial?
11.
Trata-se de operação
normal, usual, típica
na
atividade ou, em caso negativo, a forma adotada tem
justificativa negocial?
12.
É uma
despesa ou gasto necessário, usual, normal
para a atividade que pode ser comprovado?
TAX ALERT
13.
O negócio ou operação aconteceu por meio da
execução de vários atos ou passos
? Verifica-se a
realização de atos em sequência (
Step transactions –
step-by-step
) ou
passos complexos e inexplicáveis
? Em
caso positivo, qual a justificativa negocial para adoção
dessa forma?
14.
Caso haja a exclusão de um ou mais atos,
subsiste o
negócio ou a operação final?
15.
A situação
financeira, patrimonial, familiar ou
econômica da empresa
foi alterada
após a realização
do ato ou negócio?
16.
O ato ou negócio pode ser considerado como um
“ato
de boa gestão”
para a empresa (independentemente do
resultado, se lucro ou prejuízo)?
MP 627 de 11.11.2013
reduz o ágio
NORMA GERAL ANTIABUSO
NGAA
BRASIL - SEC XVIII
Imposto português s/
obra acabada
Inglaterra– Sec XVIII
Imposto de janela
OBRIGADA!!!!!
Profa. Dra. Mary Elbe
maryelbe@queirozadv.com.br
MARY ELBE QUEIROZ
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♦ Advogada – Sócia de QUEIROZ ADVOGADOS ASSOCIADOS
♦ PÓS-DOUTARMENTO em Direito Tributário – Universidade de Lisboa – Pesquisa:
Planejamento Tributário – Procedimentos lícitos e combate ao abuso
♦ ♦♦
♦ DOUTORA e MESTRE em Direito Tributário. ♦
♦♦
♦ PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO: ESPANHA e ARGENTINA. ♦
♦♦
♦PRESIDENTE do CEAT-Brasil e do IPET/PE. ♦
♦♦
♦ Membro Imortal da Academia Brasileira de Economia e Políticas Sociais - ANE. ♦
♦♦
♦Professora dos cursos de Pós-graduação: PUC/Cogeae/SP, IBET/SP, IDP/DF, UFBA, Escola
Superior da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo – ESPGE; Escola de Magistrados da Justiça Federal São Paulo.
♦ ♦♦
♦Autora dos livros: Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Do Lançamento
Tributário – Execução e Controle. Tributação das Pessoas Jurídicas – Comentários ao Regulamento do Imposto de Renda/1994.
♦ ♦♦
♦EX-MEMBRO DO 1º CONSELHO DE CONTRIBUINTES - Ministério da Fazenda ♦
♦♦
♦ EX-AUDITORA DA RECEITA FEDERAL. ♦
♦♦
♦Autora de artigos publicados em revistas e livros e palestrante em vários congressos e