• Nenhum resultado encontrado

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO"

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO

INTERESSADO/MANTENEDORA

SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA

UF

DF

ASSUNTO

PROPOSTA CURRICULAR QUE SISTEMATIZA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA DE ENSINO FUNDAMENTAL DE ADULTOS NO SESI

RELATOR: SR.CONS. SYDNEI LIMA SANTOS

PARECER Nº 194/92

CÂMARA OU COMISSÃO

CEGRAU

I RELATÓRIO

APROVADO EM 1 2 / 0 3 / 9 2

PROCESSO Nº 23001.000937/91-61

Este Conselho recebeu do Diretor do Departamento Nacio nal do SESI - SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA - entidade de âmbito nacional, atuando em 26 Estados da Federação, o ofício nº 1 8 6 9 1 - DIVAD - DF, protocolado sob o número 2 3 0 0 1 . 0 0 0 9 3 7 9 1 - 6 3 , no qual declara encontrar respaldo no art. 64 da Lei nº 5 6 9 2 7 1 , para submeter à apreciação do Conselho Federal de Educação "pro-posta curricular que sistematiza experiência pedagógica de Ensi-no Fundamental de Adultos Ensi-no SESI-."

Consta ainda da petição que a "proposta esta plenamen-te inserida no espírito da Constituição Federal, que prevê o Ensi no Fundamental para todos, inclusive aos que a ele não tiveram acesso na idade própria. Está, também, referenciada na legisla-ção em vigor."

E por fim, encerra-se a petição da seguinte forma:

"Cumpre o SESI o seu papel institucional, ao oferecer uma proposta curricular cujo principio educativo é o trabalho, integrando atividades complementares de saúde, alimentação, la-zer e a própria preparação para o trabalho, dentro da ótica da; interdisciplinaridade, concorrendo para resgatar, para esses tra balhadores, o papel de sujeitos históricos que precisam novamen-te assumir.

(2)

Diante do exposto, vimos solicitar a validação da Proposta Curricular para o Ensino Fundamental de A d u l t o s , contida em anexo, e

oferecida à análise desse Colendo Conselho."

A petição faz as seguintes considerações: »

ANTECEDENTES

0 SESI, enquanto entidade de direito privado, engajada no esforço de coda a sociedade de melhoria das condições educacionais, no país e, em decor-rincia dos padrões de qualidade e produtividade no trabalho dos seus atendidos , vem desenvolvendo, desde 1946, época de sua criação, programas voltados ao aten-dimento do trabalhador da indústria, dos transportes, das comunicações e da pes-ca, em sua: múltiplas facetas, seja como profissional, seja como ser biológico e social.

Especificamente no tocante à educação de adultos, vem executando, por meio dos seus Departamentos Regionais, projetos de Ensino Fundamental, desde sua criação.

A diferenciação cesses projetos, ainda que rica, seguiu até 1989 sem uma política institucional única, que definisse o entendimento do SESI sobre o trabalho com a educação de adultos, de forma a considerar nao só as necessida-des dos trabalhadores, mas também a realidade da sociedade brasileira e as exi-gências no tocante a formação do homem para atuar e transformar essa sociedade . A partir de seminário realizado em setembro de 1989, em Alagoas, com representan tes de todo o SESI, a entidade formulou seu Programa Nacional de Ensino Fundamen tal de Adultos, apontando para a política que passará adotar na área, definindo objetivos e estratégias capazes de viabilizar sua execução.

No presente, busca o SESI a formulação de proposta curricular que dê cor;o ao Programa Nacional, na perspectiva de assegurar a t o d o s os Departamen tos Regionais unidade de princípios e de opção teórico-metodológica que preserve o seu entendimento de Ensino Fundamental de Adultos sem, no entanto, perder a necessária riqueza da diversidade, expressa pelas realidades de trabalho viven-ciadas pelos alunos do SESI em todo o país.

Assim sendo, para validade da proposta curricular, recorre a esse Conselho, passando a explicitar os motivos da presente consulta.

(3)

JUSTIFICAÇÃO

Os dados do Censo I980-IBGE apontam para a existência, no país, de uma população de 15 anos e mais da orcem de 73.541.186 pessoas. Destas, 18.716.730 nao sabem ler nem escrever. Cs que não sabem ler e escrever se inse-rem nua total de 20.106.009 pessoas que ou não tem instrução ou têm menos de 01 ano de estudos. Na faixa de 01 a menos de 04 anos de estudos existem ainda 15.522.209 brasileiros, e na faixa de 4 a menos de S anos de estudos, ou se-ja, ao nível de 1º Grau incompleto,chega-se 3 23.321.232 pessoas.

Restrivigindo-se, agora, os dados anteriores aos coletados pela Relação Anual de Informações Sociais, RAIS-1938, do Ministério do Trabalho, che-ga-se ao numero de 7.203.243 trabalhadores na indústria; desta população indus-triaria, declararam-se analfabetos 264.951 pessoas; 1.218.179 so têm nível de instrução de 4ª série incompleta; 1.903.387 têm a 4ª série completa, enquanto 1.381.797 nao lograram completar a 8ª série. Esses dados nos apontam que 67% da

população industriaria demanda, portanto. Ensino Fundamental.

Nao se pode mais compactuar, a partir dessa realidade, com pensa-mentos correntes de que a prioridade para o Ensino Fundamental é só da infância.

Além da divida social que se tem com os adultos analfabetos ou pouco escolarizados, aos quais se nega, sistematicamente, o acesso ao Ensino Fun damental, hoje o atendimento a eles é imperioso pelo fato de ter a Constituição Federal definido esse direito como direito do cidadão e, principalmente, porque os dados mostram que não se investirá no homem improdutivo - como apregoam al-guns -, mas sic no jovem, especialmente de 15 a 25 anos, maioria absoluta desse contingente desprivilegiado do acesso à educação.

A sociedade se organiza pelo trabalho e sua força produtiva nao "pode se encontrar afastada do código que domina nessa sociedade letrada.

0 SESI atendeu, em 1989, a cerca de 32.000 alunos adultos,o que demons-trando uma não correlação entre a oferta e os, níveis de escolaridade dos demanda tários, permite-nos algumas reflexões. Se por um lado esse dado reflete o desgas_ te da educação como perspectiva de vida e projeto de futuro palpável para o tra-balhador, por outro, aponta o envolvimento ainda tímido das empresas, na execu-ção de projetos capazes da oferecer melhores condições aos seus empregados, seja pela escolarização, seja pelos benefícios daí advindos, que se traduzem não só pela produtividade, mas também pela satisfação no trabalho, melhor compreensão do seu papel social e nas relações de produção - mais conscientes e autônomas.

(4)

Para a superação desse quadro, os objetivos do Programa estão voltados para a expansão do atendimento, especialmente na busca da atividade na própria empresa, per se reconhecerem as dificuldades do trabalhador em se deslo-car após um exaustivo dia de labuta.

A possibilidade que também aqui se apresenta é a de negociação com os empresários quanto a incorporação, na jornada de trabalho, no todo ou em parte, do horário da classe, reconhecidamente como estímulo ao acesso e permanên cia do aluno no sistema educativo.

Por esses caminhos, já em 1991. o atendimento chega a 33.443 alu-nos-trabalhadores, indicando um crescimento de 19% em relação ao dados de 1989 . Apesar dessa estratégia vir se mostrando mais adequada, não exclui a problemáti-ca da evasao,mais ditada pela crise econômiproblemáti-ca que, quanto mais acerbada, deter mina grande rotatividade de mão-de-obra e aumento crescente do índice de desem-prego.

Especialmente pela prolongada crise brasileira, o SESI entende que, cada vez mais, precisa participar da superação de alguns problemas sociais que vem afligindo agudamente a população laboral. E que, para isso é necessário ultrapassar propostas de atendimento distanciadas da realidade desses trabalhado res e de seus dependentes, inseridos e vitimados pela condição de absoluta desi gualdade determinada pela distribuição da renda no país. Há que conhecer e re-conhecer suas lutas, suas historias de vida, suas relações de trabalho para per-mitir um diálogo com eles capaz de estabelecer um processo interativo facilita-dor da aprendizagem. Nas prioridades de vida, que para eles se colocam, a educa-ção certamente nao tem o lugar que eles mesmos desejariam que tivesse, ocupados que estão nos misteres da sobrevivência.

(5)

A proposta curricular ora em análise apresenta-se em um volu me com três capítulos, assim:

i- REFERENCIAS INSTITUCIONAIS

2 - 0 ENSINO FUNDAMENTAL D S ADULTOS 2.1. Princípios

2.2. Proposta curricular 2.2.1- Fundamentação

2.2.2- Organização da Proposta Curricular

3- AVALIAÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO

FUNDAMEN-T A L DE ADULFUNDAMEN-TOS

O item 2.2.2. Organização da Proposta Curricular contém duas alíneas:

a) Opção Metodológica;

A proposta curricular tem implícito o entendimento de que o processo de conhecer do aluno é um ato contínuo de a p r e n d i z a g e n s . Dessa T u r m a , organiza o caminhar do aluno a partir dos Conhecimentos que já detém, para que possa, então, estruturar os demais que severa a p r e e n d e r . Esse caminhar foi organizado em e t a p a s , sucessivas e imbricadas que propiciem a entrada do a l u n o -trabalhador em qualquer uma d e l a s , e sua saída sempre que o seu processo de aprendizagem tenha se completado, em função do que

foi definido inicial mente .

Sua entrada poderá, ser feita segundo o nível de conhecimento apresentado ou, ainda, segundo atestado de escolar idade anterior que haja r e a l i z a d o .

(6)

Essa estruturação c o n s i d e r a , além ao entendimento de que a aprendizagem se faz por atos c o n t í n u o s , o ato de ocorrer expressiva rotatividade dos a l u n o s - t r a b a l h a d o r e s , quase sempre ditadas pelas crises econômicas que afetam a oferta e o nível de emprego no p a í s . Para e l e s , precisa—se pensar na chance renovada da escola quando as condições adversas sao controladas, e eles voltam a buscar as atividades e d u c a t i v a s .

Para tanto, admite-se estruturar a proposta em quatro etapas contínuas sendo:

- a primeira, n e c e s s a r i a m e n t e , c o r r e s p o n d e n t e a a l f a b e t i z a ç ã o , v o l t a d a p a r a alunos analfabetos , analfabetos

f u n c i o n a i s o u , a i n d a , q u e t e n h a m i n s e g u r a n ç a e dificuldade na

l e i t u r a e c o m p r e e n s ã o d o s t e x t o s , s í m b o l o s e o p e r a ç õ e s matemáticas básicas :

- a segunda, voltada para alunos a l f a b e t i z a d o s , com relativo domínio de leitura e de e s c r i t a , mas que necessitam ampliar os conhecimentos até o nível de 1º segmento do ensino fundamental;

- a terceira, relativa a alunos cujos conhecimentos passam a se estruturar por áreas mais d e f i n i d a s , guardando correspondência às duas séries iniciais do 2º segmento do ensino fundamental;

a q u a r t a , e ú l t i m a , em complementação à etapa anterior , guardando correspondência às duas últimas séries do ensino f u n d a m e n t a l .

(7)

Apesar de esta proposta se definir , teoricamente, como d e s c r i t a , sabe-se q u e , dentro d e l a , a variedade de níveis de conhecimentos encontrada deverá ser bastante grande, cabendo ao professor desenvolver atividades e alternativas de trabalho diversificado nos g r u p o s , que atendam à variedade de condições e

interesses dos a l u n o s .

De maneira g e r a l , os grupos apresentam diferentes formas de viver o analfabetismo e detêm pouca igualdade entre seus membros,

além daquela referente ao fato de t e r e m sido excluídos escola.

A essa heterogeneidade devem-se juntar as diferenças nos ritmos os de aprendizagem e de recuperação do já aprendido, o que permanecerá ao longo de todo o processo de aprendizagem, Esses grupos r e a i s , multiníveis, s e r ã o , na v e r d a d e , orientadores do projeto a ser f o r m u l a d o , no sentido d e , conhecendo a realidade do grupo quanto aos níveis de conhecimento que detêm, se estruturar a proposta curricular mais adequada a e l e . Da mesma

Forma, as etapas subsequentes serão sempre estruturadas em

relação aos objetivos e conhecimentos trabalhados e aprendidos P e l o s alunos na etapa a n t e r i o r , nao se permitindo qualquer

organização que desconsidere o conhecimento do grupo e, ainda, suas n e c e s s i d a d e s . P o r t a n t o , a divisão didática em que o etapas deverá ser o referencial da proposta curricular, mas somente o p r o j e t o poderá cor. Firmá-la ou a l t e r á - l a , segundo a realidade concreta dos alunos.

(8)

A flexibilidade de organização da proposta curricular deverá ser o ponto de partida para a consecução de efetivo processo de e n s i n o — a p r e n d i z a g e m , viabilizando o prosseguimento para qualquer a l u n o , mediante o diagnóstico dos objetivos e conhecimentos que tenha a l c a n ç a d o . 0 que se espera garantir ao aluno é a continuidade do p r o c e s s o , segundo o seu ritmo i n d i v i d u a l . Por isso, sempre que um rol de objetivos e conteúdos não for atingido em uma e t a p a , deve-se pensar a seguinte incorporando-se os objetivos e os conteúdos não trabalhados, de modo a se permitir ao aluno s e g u i r , sem perder períodos de estudo preciosos para e l e , que é quase sempre desestimulado quando obrigado a repetir um c u r s o , s é r i e , etapa - ou seja - um conjunto de objetivos e

conteúdos que já d o m i n a , pelo fato d e , ainda, nao ter dominado o u t r o s . A aprendizagem dele deverá continuar sempre do ponto onde ele c h e g o u , e jamais do ponto onde ele dever ia ter chegado. De nada a d i a n t a , especialmente com alunos-trabalnadores, reforçá-los com expectativas de f r a c a s s o , p o i s , na maioria dos c a s o s , eles já vêm com esse fracasso internalizado em suas histórias de v i d a , e

revertê-lo é ponto básico para r e c u p e r a r o papel de sujeito de sua própria aprendizagem.

Para facilitar a visualização da estrutura da proposta desenha-se a b a i x o , de forma s i m p l i f i c a d a , o seu esquema:

(9)

A p r o p o s t a como um t o d o p r e v ê uma c a r g a h o r á r i a mínima de

2 . 2 0 0 h , d i s t r i b u í d a s e m q u a t r o e t a p a s d e 550h c a d a uma.

Por s e t r a t a r e m d e a l u n o s — t r a b a l h a d o r e s não s e t e r á

n e c e s s a r i a m e n t e , q u e s e g u i r o período e s c o l a r c o n v e n c i o n a l ,

a p e n a s r e s g u a r d a n d o - s e u m mês d e i n t e r v a l o n a c o n t i n u i d a d e d e uma

e t a p a p a r a o u t r a , r a z o a v e l m e n t e c o m p a t i b i l i z a d a com a s f é r i a s

t r a b a l h i s t a s d o s a l u n o s , d e modo a a p r o v e i t a r , a o máximo, s u a

f r e q u ê n c i a l a b o r a l p a r a o e x e r c í c i o d o P r o g r a m a . E n t e n d e - s e q u e

uma d u r a ç ã o d i á r i a m í n i m a d e 2 h e 3 0 min d e e f e t i v a s a t i v i d a d e s

s e j a u m l i m i t e a d e q u a d o à s c o n d i ç õ e s f í s i c a s e m e n t a i s

d e c o r r e n t e s d o t r a b a l h o e x e c u t a d o e u m per i o d o r a z o á v e l q u e

p e r m i t a d e s e n v o l v e r u m p r o c e s s o d e a p r e n d i z a g e m q u e n a o s o f r a

s o l u ç ã o d e c o n t i n u i d a d e .

(10)

A carga horária corresponde à globalidade do curso, mas não é obrigatório o seu cumprimento por parte de todos os alunos, já que o que determina a sua inserção e saída é seu nível de conhecimentos.

A a d o ç ã o , no e n t a n t o , de carga horária diferenciada desta proposta é possível de a c o n t e c e r , reservando-se o referencial como exigência mínima que garanta amplas possibilidades ao aluno-trabalhador .

d) Grade curricular

A 1ª etapa p r e v ê , b a s i c a m e n t e , o trabalho com a Iinguagem e a m a t e m á t i c a , ainda que os conteúdos de ciências sociais e naturais devam ser temas propostos para discussão, debate, leitura e escrita em textos e sua produção.- 0 processo de alfabetização nao se concluirá ao final dessa etapa,

entendendo-se por processo um movimento contínuo e sistemático de ir

avançando na c o n s o l i d a ç ã o da leitura e dos conhecimentos a p r e n d i d o s .

0 equilíbrio e a dosagem dos c o n t e ú d o s em uma e outra área será tarefa do professor em interação direta com os alunos, estabelecendo os momentos e os limites das a t i v i d a d e s .

A 2ª "etapa, além da continuidade dos conteúdos da primeira, prevê a inclusão s i s t e m á t i c a do estude inicial da História, da Geografia e das C i ê n c i a s , como ampliação dos conhecimentos e do universo de leitura, escrita e apreensão da realidade. Também aqui se prevê que o p r o f e s s o r , em interação com seus alunos, deva estabelecer o equilíbrio entre as áreas e c o n t e ú d o s , procurando

(11)

a o máximo, a p a r t i r d a o p ç ã o m e t o d o l ó g i c a d o s e r

i n t e r d i s c i p l i n a r , n a o e s t a n q u e i z á - l a s , f r a g m e n t a n d o a t o t a l i d a d e .

d o c o n h e c e r .

Para a 3ª e 4ª e t a p a s , c o n t i n u a n d o e a m p l i a n d o o c o n j u n t o de

c o n h e c i m e n t o s a a a l u n o , i n t r o d u z e m - s e o u t r a s d i s c i p l i n a s que

p e r m i t i r ã o a v i s ã o m u l t i f a c e t a d a dos f e n ô m e n o s , p e l a i n c o r p o r a ç ã o

de novas a b o r d a g e n s .

Para melhor visualizar a grade curricular por etapas,

propoe-se o seguinte esquema:

(12)

- Língua E s t r a n g e i r a Moderna é componente o p c i o n a l do c u r r í c u l o ,

c a b e n d o a d e c i s ã o de i n c l u í — l o a c a d a p r o j e t o , que l e v a r á em

c o n t a a n e c e s s i d a d e d e o f e r e c e r o u t r a l í n g u a que c o n t r i b u a n o

desempenho p r o d u t i v o do t r a b a l h a d o r - e s t u d a n t e . Quando

introduzida, d e v e r á s e r r e v i s t a a d i s t r i b u i ç ã o d e c a r g a h o r á r i a

mensal, recomendando-se a sua ampliação n e s s e c a s o .

* * A s a t i v i d a d e s p r o p o s t a s n e s s e componente p o d e r ã o s e r a m p l i a d a s

em c a r g a h o r á r i a , em função do que f o r o f e r e c i d o , nao havendo

r i g o r em r e s p e i t a r mensalmente a d i s t r i b u i r ã o da carga, h o r á r i a ,

que p o d e r á se c o n c e n t r a r mais em um mês do que em o u t r o .

*** As atividades de H i s t ó r i a , G e o g r a f i a , C i ê n c i a s F í s i c a s e

Biológicas s e r ã o t r a b a l h a d a s na 1ª e t a p a por temas p a r a

d i s c u s s ã o , e nao como c o n t e ú d o s s i s t e m a t i z a d o s .

**** As atividades de EMC serão t r a b a l h a d a s na 2ª e t a p a por temas

para a d i s c u s s ã o , e não como c o n t e ú d o s s i s t e m a t i z a d o s .

(13)

II - PARECER DO RELATOR

Trata-se de proposta que encerra em seu bojo o pensamento

vivo da educação continuada, especialmente alicerçada no mundo do traba

lho, o que sem dúvida se constitui na forma ideal de inserção social do

aluno-trabalhador.

Desse entendimento pode-se concluir fácil e diretamente que,

a par da promoção humana decorrente do ingresso no mundo do

conhecimen-to, o aluno-trabalhador desenvolve suas habilidades e sua qualificação.

Percebe-se a melhor intenção de conjugar resgate da

qualida-de qualida-de ensino, em razão da metodologia a empregar, com o aperfeiçoamento

da qualificação para o trabalho.

Sente-se na proposta interação do homem com o mundo através

da relação educação-trabalho.

Hã um perseguir adequado do "desenvolvimento do espírito Cri

tico" e um buscar contínuo de dotar o trabalhador de um "instrumento de

conquista da cidadania."

A intenção da Direção do Departamento Nacional do SESI

reve-la-se altamente interessada em assegurar o "acesso e a permanência" do

aluno no sistema educativo.

A proposta curricular, em si, retrata a filosofia do SESI,no

que tange à elevação dos níveis de bem-estar do trabalhador e seus depen

dentes e ao conseqüente aumento da produtividade industrial. É um

encon-tro das famílias nessa escola especial.

E um motivo de satisfação constatar que essa "proposta é,

portanto, de busca, de inovação, de ousadia por novos caminhos que consi

derem, especialmente, esse aluno trabalhador cujas espectativas em

rela-ção à"escola" ainda não morreram. Ao contrário, encontram-se renovadas

quando aceita o desafio de - superando seus estigmas, fracassos e

histó-ria de luta pela sobrevivência. — voltar a interagir, como aluno, no

espaço oficial do saber."

A grandiosidade pedagógica e a magnitude social da proposta

atingem a sensibilidade de todo aquele que almeja alcançar as reais fina

lidades da Educação, principalmente num País que vive profundos

confli-tos sócio-econômico-culturais. Sem que essa terrível atração tome conta

do pensamento do Relator, ao examinar a solicitada validação da Proposta

Curricular para o Ensino Fundamental de Adultos e oferecida a análise

deste Colendo Conselho, faz-se mister examinar também o aspecto legal em

que se lastreou o peticionário (art. 64 da Lei 5 6 9 2 7 1 ) .

(14)

O manuseio continuado da Lei nº 5 6 9 2 7 1 e, mais do que isso,

o espirito desbravador e estimulante da Lei, para propostas novas diante

de objetivos antigos, sempre colimados, como sói ser o de educar aqueles

que o não foram, por falta de tempo ou de oportunidade, no habitual,

pe-la razão de terem sido, precocemente, incorporados à força de trabalho,

conduzem o Relator a reflexões e a trilhas de possiveis veredas legais

para enquadrar o pedagógico.

O verdadeiro educador, diante do dilema permanente de optar

entre o pedagógico e o legal, percorre altaneiro a senda pedagógica.

0 art. 9° da Lei nº 5 6 9 2 7 1 aponta o caminho da solução:

Art. 9° Os alunos que apresentem deficiências físicas ou

men-tais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular

de matricula e os superdotados deverão receber tratamento especial, de

acordo com as normas fixadas pelos competentes Conselhos de Educação.

( o grifo é do Relator)

0 artigo 17 da citada Lei prossegue despertando a atenção do

pedagogo:

Art. 17. O ensino de 1º grau destina-se à formação da criança

e do pré-adolescente variando em conteúdo e métodos segundo as fases de

desenvolvimento dos alunos (o grifo é do Relator).

O espírito da Lei nº 5 6 9 2 7 1 continua a manifestar-se assim:

Art. 24 0 ensino supletivo terá por finalidade:

a) Suprir a escolaridade para os adolescentes e adultos que

não a tenham seguido ou concluído na idade própria;

b) Proporcionar, mediante repetida volta à escola, estudos de

aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ensino

regu-lar no todo ou em parte.

Parágrafo único. O ensino supletivo abrangerá cursos e exames

a serem organizados nos vários sistemas de acordo com as normas baixadas

pelos respectivos Conselhos de Educação.

Art. 25. O ensino supletivo abrangerá, conforme as

necessida-des a atender, necessida-desde a iniciação no ensino de ler, escrever e contar e a

formação definida em bi especifica até o estudo intensivo de disciplinas

do ensino regular e a atualização de conhecimentos.

§ 1º Os cursos supletivos terão estrutura, duração e regime

escolar que se ajustem às suas finalidades próprias e ao tipo especial de

aluno a que se destinam.

§ 2º Os cursos supletivos serão ministrados em classes ou

me-diante a utilização de rádio, televisão, correspondência e outros meios

de comunicação que permitam alcançar o maior número de alunos.

0 artigo 64 prossegue estimulando:

Art. 64. Os Conselhos de Educação poderão autorizar

(15)

assegurando a validade dos estudos assim realizados.

Ao pedagogo fica a crença de que a proposição do SERVIÇO

SO-CIAL DA INDUSTRIA-SESI, entidade de ÂMBITO NACIONAL, atuando em VINTE E

SEIS Estados da Federação encontra base legal, não apenas no art.64 (Lei

5 6 9 2 7 1 ) senão também em toda a alquimia legal acima transcrita, para

executar sua "proposta curricular que sistematiza experiência pedagógica

de Ensino Fundamental de Adultos no SESI."

Além de ter "como princípio educativo, o trabalho", a

propos-ta que já atendeu, em 1991, trinpropos-ta e oito mil quatrocentos e quarenpropos-ta e

três alunos (38.443) dos duzentos e sessenta e quatro mil, novecentos e

cinqüenta e uma pessoas (264.951) da população industriaria que se

decla-raram analfabetas. A intenção é atingir inicialmente essas 264.951.

Pos-teriormente alcançar os 1.218.179 que só tem até a 4ª série incompleta.

Depois os 1.903.387 que têm a 4d série completa e por fim os 1.381.797

que não lograram completar a 8ª série. Esses dados apontam para a grande

e permanente tragédia brasileira - o analfabetismo e / o u a parca

instru-ção - pois da populainstru-ção industrial de 7.203.243 trabalhadores, 67% deman

dam Ensino Fundamental.

A Constituição preconiza que a educação é direito do

cida-dão.

0 atendimento é imperioso!

A Lei Maior legaliza-o!

A PROPOSTA:

- ATENDIMENTO NA EMPRESA, por reconhecimento das dificuldades

do trabalhador em se deslocar após um dia de labuta.

- INCORPORAÇÃO, NO TODO OU EM PARTE, NA JORNADA DE TRABALHO,

DO HORÁRIO DA CLASSE, reconhecidamente como estímulo ao acesso e permanên

cia do aluno no sistema educativo.

E uma experiência pedagógica que atenderá muitas pessoas (que

não obtiveram escolaridade na idade própria) preparando-as para

alcança-rem a CIDADANIA PLENA!

III - VOTO DO RELATOR

O Relator vota no sentido de declarar que "a proposta

curri-cular que sistematiza a experiência pedagógica de Ensino Fundamental de

Adultos no SESI", para aplicação, em nível nacional, objeto deste

Proces-so nº 23001.00093791-61, merece a mais ampla acolhida deste Conselho,

no que forem pertinentes, atendidas as normas de competência dos

(16)

IV - CONCLUSÃO DA CÂMARA

Relator

A Câmara de Ensino de 1º e

Graus acompanha o voto do

Sala das Sessões, em 1º de março de 1992

Presidente

e Relator

Referências

Documentos relacionados

Não obstante a reconhecida necessidade desses serviços, tem-se observado graves falhas na gestão dos contratos de fornecimento de mão de obra terceirizada, bem

intitulado “O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas” (BRASIL, 2007d), o PDE tem a intenção de “ser mais do que a tradução..

De acordo com o Consed (2011), o cursista deve ter em mente os pressupostos básicos que sustentam a formulação do Progestão, tanto do ponto de vista do gerenciamento

Entrar no lar, pressupõem para alguns, uma rotura com o meio ambiente, material e social em que vivia, um afastamento de uma rede de relações sociais e dos seus hábitos de vida

A versão reduzida do Questionário de Conhecimentos da Diabetes (Sousa, McIntyre, Martins & Silva. 2015), foi desenvolvido com o objectivo de avaliar o

Este estágio de 8 semanas foi dividido numa primeira semana de aulas teóricas e teórico-práticas sobre temas cirúrgicos relevantes, do qual fez parte o curso

Realizar a manipulação, o armazenamento e o processamento dessa massa enorme de dados utilizando os bancos de dados relacionais se mostrou ineficiente, pois o

Para entender o supermercado como possível espaço de exercício cidadão, ainda, é importante retomar alguns pontos tratados anteriormente: (a) as compras entendidas como