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RESENHA CRÍTICA: 1984 DE GEORGE ORWELL CRITICAL REVIEW: GEORGE ORWELL S 1984

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CIENTIF – Revista Acadêmica do IFSul Charqueadas/CIENTIF - IFSul RESENHA CRÍTICA: 1984 DE GEORGE ORWELL

CRITICAL REVIEW: GEORGE ORWELL’S 1984

da SILVA, D. M.1

1Aluno do Curso Médio Integrado em Informática do IFSul – Campus Charqueadas |

deivimottadasilva@hotmail.com

Resumo:

Resenha crítica sobre o livro "1984", o Magnum Opus de George Orwell. Um dos maiores clássicos da literatura distópica, e uma das leituras mais influentes da contemporaneidade. O romance tem como objetivo mostrar ao leitor as mais devastadoras consequências que o totalitarismo pode causar. Traz questões como a negação da liberdade humana, juntamente com a alienação, tortura, vigilância e a perda da autonomia do indivíduo, explorando o ápice de um regime autoritário que tem a intenção de controlar até mesmo o próprio inconsciente. Está resenha tem a intenção inserir o leitor a amplitude de assuntos dessa obra, informando-o do contexto social, descompromissadamente, enfatizando algumas questões de estrutura da sociedade que estão retratadas e dos métodos de dominação, de uma posição parcial.

Palavras-chave: Literatura Estrangeira, Distopia, Resenha Crítica.

Abstract:

Critical review of the book "1984", the Magnum Opus by George Orwell. One of the greatest classics of dystopian literature, and one of the most influential readings of contemporary times. The novel aims to show the reader the most devastating consequences that totalitarianism can bring, such as the denial of human freedom, along with alienation, torture, vigilance and the loss of individual autonomy, exploiting the apex of an authoritarian regime that Intends to control even the unconscious itself. The purpose of this review is to introduce the reader to the breadth of subjects of this work, informing him of the social context, in an uncompromising way, emphasizing some questions of the structure of society that are portrayed and of the methods of domination, of a partial position.

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Assim começo minha resenha crítica sobre o livro "1984"1, o Magnum Opus de

Sir. Eric Arthur Blair, ou pelo pseudônimo mundialmente famoso, George Orwell. A obra teve seu lançamento poucos meses antes da morte do autor, e logo adiante tornar-se-ia um dos maiores clássicos da literatura distópica, e uma das leituras mais influentes da contemporaneidade. O romance tem como objetivo mostrar ao leitor as mais devastadoras consequências que o totalitarismo pode causar traz questões como a negação da liberdade humana, juntamente com a alienação, tortura, vigilância e a perda da autonomia do indivíduo, explorando o ápice de um regime autoritário que tem a intenção de controlar até mesmo o próprio inconsciente, usando de diversos mecanismos de manutenção do regime, como a própria linguagem, que é substituída pela língua oficial do estado, causando a adaptação e exclusão de determinadas palavras do dialeto popular.

A história se passa em torno de Winston Smith e seu amadurecimento, desde seus primeiros questionamentos sobre a sociedade, até sua revolta e anseio por uma revolução. Um homem de meia idade, frustrado e desgastado pelo excesso de trabalho, escassez de recursos, e a invasão psicológica do regime totalitário. Winston trabalha no Instituto da Verdade um dos constituintes ao partido do Grande Irmão, que é a representação do poder no livro, tendo a responsabilidade de apagar e reescrever a história o quanto e como for conveniente para o Estado. Como a maioria dos membros do Partido, ele é uma pessoa solitária, pois é assim que deve ser, já que não é interessante para o Estado incentivar as relações interpessoais, e dependendo do caso, são inclusive condenadas à severas punições. Consequentemente o protagonista é aflito por uma grande carência, e procura alguém com quem possa compartilhar seus sentimentos, e é nesse contexto que Julia entra como seu par romântico, tendo uma linha de pensamento muito próxima à do protagonista, e juntos entram para a “Confraria”, movimento secreto opositor ao regime do Grande Irmão.

No universo de 1984, a privacidade humana é quase inexistente, principalmente por meio das Teletelas, televisores que transmitem uma grande quantidade de desinformação, como, por exemplo, programações militares governamentais. Ao mesmo tempo que possuem câmeras de gravação monitorando a população a todo momento, as teletelas estão presentes em todos os lugares, tendo poucas exceções, sendo quase

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onipresentes. Sendo uma distopia, a história de 1984 mantém uma visão pessimista, por ser a construção da ideia de uma impossibilidade de sucesso na resistência a ser controlado por uma autocracia. Ideia que é representada no livro por meio do processo que Winston Smith precisou vivenciar para abdicar de suas convicções, e ao fim, despertar o amor pelo Grande Irmão, um ato de inibição de revolta, no qual são fundamentadas várias críticas à repressão de qualquer estado totalitário.

O autor exibe estas críticas de uma maneira oculta ou mais clara dependendo da situação no livro, às vezes por meio da ficção, como os pensamentos dos personagens e suas ações ou mais explicitamente por meio de textos, de caráter mais teórico, que se identificam muito com os fatos históricos do início do século XX.

Um exemplo em que estas críticas estão mais explícitas, seria em um ponto da história, que o protagonista encontra um livro da confraria, objeto extremamente polêmico e ilegal, pois a escrita permite a autonomia de seu escritor, uma ação vista como intolerável, e mais, por ser um livro que conta relatos do passado, livres da censura do grande irmão, algo extremamente proibido e raríssimo naquele universo, Para completar, os assuntos retratados no livro consistem em fatos próximos a realidade do inicio do século XXI, na formação das grandes potências e principalmente do capitalismo.

Sendo 1984 uma obra de caráter crítico, principalmente a políticas autoritárias, é natural que ele trabalhe com algum sistema social e econômico, que na ficção é chamado de Socing ou Socialismo Inglês que no caso, se alinha mais estruturalmente entre um coletivismo e oligarquia, porém se difere dos dois em diversos pontos. Na estrutura deste sistema socioeconômico são retratadas três classes sociais.

No topo da pirâmide estrutural se tem a primeira classe social, O Partido Interno, agregando aproximadamente 3% da população, sendo constituído por políticos de classe alta, que detém o poder de criação das normas do Partido, além de privilégios como, comida de qualidade, transporte e o conforto, coisas não possuídas por nenhuma das outras classes.

O Partido Externo em termos teóricos é a classe mais explorada pelo autor nos seus escritos, já que é a camada à qual o protagonista do romance pertence. Esta classe agrega 13% da população, é formada pelos trabalhadores que exercem profissões geralmente administrativas para o Estado, principalmente a aplicação de suas leis e

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organização dos Ministérios, mas não possuem poder algum de criação e questionamento sobre as mesmas, tendo o compromisso de se submeter totalmente ao Partido Interno.

Os responsáveis pelo Ministério da Verdade cuidam da mídia, censura e falsificação dos fatos de acordo com as necessidades do estado, para que ele nunca esteja errado.

“Quem controla o passado controla o futuro; quem controla o presente controla o passado” 1984

O Ministério do Amor trabalha de modo opressivo as revoltas populares ou individuais, pensamentos liberais, ou que diferem do imposto pelo Grande Irmão, por meio do julgamento, tortura e lavagem cerebral, pois nesse mundo eliminar a oposição não é uma opção, apenas a conversão do pensamento Partido. Ministério da Paz é responsável por manter a guerra com as potências inimigas, a Eurásia e Lestásia, sendo a situação de constante conflito um modo de controle ideológico e econômico que mantém a atenção dos alienados no conflito com o “outro”, fazendo a população esquecer dos problemas internos do governo e causando o desgaste do capital produzido, criando uma “classe média” não possuidora de regalias, medidas para evitar uma tentativa de mudança nesta estrutura de sociedade.

"A guerra é travada, pelos grupos dominantes, contra seus próprios súditos, e o seu objetivo não é conquistar territórios nem impedir que outros o façam, porém manter intacta a estrutura da sociedade." 1984.

Por fim o Ministério da Riqueza, que é o motor da desigualdade, seu objetivo é causar a fome a população, divulgando números absurdos de produção, para que pareça que a economia do país está sempre em evolução, e a condição de vida sempre é superior aos tempos passados.

Os membros do Partido Externo são a classe mais afetada pela opressão ideológica e materialista do regime, vivendo em um estilo de vida precário, sendo vigiados constantemente, não tendo acesso a bens materiais que não sejam mínimos para a sobrevivência. Por estarem inseridos em um meio que demanda uma mínima atividade intelectual, é necessário doar-se totalmente à ideologia do grande irmão, este é mais um modo de manter a pirâmide estrutural do sistema funcionando, já que esta classe no livro

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é vista como a mais perigosa, pois pode usar seu conhecimento para incitar uma revolução das classes inferiores.

“Se é que há esperança, a esperança está nos proletas”, Winston Smith

A terceira e última classe social em 1984 é o Proletariado:

“Trabalho físico pesado, cuidados com a casa e os filhos, disputas menores com os vizinhos, filmes, futebol, cerveja e, antes de mais nada, jogos de azar, preenchiam o horizonte de suas mentes. Não era difícil mantê-los sob controle. Alguns representantes da Polícia das Ideias circulavam entre eles, espalhando boatos falsos e identificando e eliminando os raros indivíduos considerados capazes de vir a ser perigosos.” (p.91)

O proletário é o foco de esperança de Winston, no livro. Sendo a classe mais baixa na pirâmide estrutural, ela não recebe as restrições do Partido, pois sozinhos eles não possuem a autonomia suficiente para uma revolução, por serem afetados incessantemente pela extrema alienação.

“Não se revoltarão enquanto não se tornarem conscientes, e não se tornarão conscientes enquanto não se rebelarem” Emmanuel Goldstein

Apesar de viver também em condições precárias, a liberdade dos proletários permite a eles comercializar entre si, além de estarem livres das teletelas e das obrigações com as ideias morais mais conservadoras do partido, que condenam a bebida por exemplo, ou a prostituição. O enredo do livro se desenvolve devido ao fato da consciência de Winston quanto ao estado do Proletário, em suas visitas secretas a seus bairros, para o encontro de Júlia, sua cônjuge em um apartamento escondido. Neste ponto de um modo poético a obra trata que, em meio a uma sociedade que condena a relação sexual que não seja com objetivo reprodutor, só o sexo por prazer já é um ato político. Durante um desses encontros, Winston é capturado, por membros do Partido, e é levado para o Instituto do Amor, se encaminhando para o clímax do livro, o processo de reinscrição dos ideais dele perante o Grande Irmão.

É impossível escrever sobre 1984 sem adentrar no que na minha visão, é um dos pontos mais interessantes e complexos do livro, a Novafala. A única língua que, em sua criação foram reduzidos termos ao invés de acrescentar: a exclusão dos antônimos e

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sinônimos com o objetivo de aumentar a dificuldade de raciocínio, uma vez que a pessoa não consegue se referir a algo, este algo passa a não existir. A utilização da linguagem como instrumento de controle no livro é fascinante, a implantação de novas palavras, de origem na condensação de outras, como duplipensar, duplicidade de pensamentos, mais especificamente, é saber que está errado e se convencer que está certo ou a não representação de pensamentos tidos como errados, caracterizando todos como pensamento-crime, medidas para impedir que as ideias consideradas indesejáveis pelo partido tivessem a possibilidade de surgir na mente dos indivíduos.

Após minha leitura e reflexões sobre a obra de George Orwell, esta acabou se tornando uma de minhas favoritas, pela minha proximidade ao alinhamento político do autor, apesar de seus escritos já terem sidos utilizados erroneamente até mesmo como propaganda anti-comunista no ocidente, e haver indícios de que a CIA teria financiado indiretamente algumas de suas obras, provavelmente para seu uso como arma política. Ele se denomina um socialista democrático, porém crítico assumido de qualquer regime de características totalitárias e abusivas, fundamentando críticas tanto ao imperialismo Estadunidense até as políticas adotadas por Stalin quando no poder da URSS. Sendo estes os mesmos posicionamentos anti-imperialistas retratados e tomados por mim, em meus trabalhos e projetos já realizados na área de história.

Utilizando o livro, pode se identificar reflexos tanto na sociedade do século XX póstumas ao livro, a manipulação ideológica da massa, utilização das guerras para o alimento de um sistema político, quanto na sociedade contemporânea do século XXI, com a situação das classes sociais que são estruturalmente não dominantes, cegas pela alienação midiática e materialista, sendo este um modo forte de controle da população, aquele em que o oprimido não sabe até mesmo que é controlado, o livro propõe essas reflexões, 68 anos depois de seu lançamento, para posições políticas que ainda são desfavorecidas, mas por mais pessimista que o livro possa ser, George Orwell deixou um legado para as próximas gerações, mostrando que as revoluções são para os nossos ossos, que se identifica muito com a nossa situação, impossibilitados de medidas imediatas, na condição política conturbada deste país que vivemos, com uma classe dominante insatisfeita, tentando recuperar sua supremacia.

“Nós somos os mortos. Nossa única vida genuína repousa no futuro.” Winston Smith.

Referências

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