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O Horror em Literatura: Uma Análise de O Vampiro da Granja Croglin, de Augustus Hare.

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Academic year: 2021

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O Horror em Literatura: Uma Análise de “O Vampiro da Granja

Croglin”, de Augustus Hare.

Alessandra Casati

Este trabalho se propõe a analisar como a estética do medo se manifesta no conto “O Vampiro da Granja Croglin”, de Augustus Hare, e a refletir sobre as estratégias utilizadas pelo autor para produzir tal emoção estética no leitor. Para tanto, buscamos explicitar os elementos presentes na narrativa que a aproximam do gênero de horror, além das figuras recorrentes e estruturas que a servem.

A literatura do medo pode ser entendida como aquela destinada a gerar o que Nöel Carroll chama de “horror artístico” em seus leitores. Esse efeito, ao contrário do sentimento de temor genuíno e real, se constitui mais precisamente em uma experiência estética que é capaz de provocar prazer em quem a vivencia. Segundo o autor, no gênero de horror há um espelhamento entre as reações dos personagens e as do leitor, o que conduz o público a uma determinada forma de recepção da história:

Nas ficções de horror, as emoções do público devem espelhar as dos personagens humanos positivos em certos aspectos, mas não em todos. (...) As respostas dos personagens sugerem que as reações adequadas aos monstros em questão incluem arrepios, náusea, encolhimentos, paralisia, gritos e repugnância. Nossas respostas devem, idealmente, correr paralelas às dos personagens. Nossas respostas devem convergir (mas não duplicar exatamente) com as dos personagens; como os personagens, julgamos o monstro como um tipo de ser horripilante (embora, ao contrário dos personagens, não acreditemos na existência dele). Esse efeito de espelho, além disso, é uma característica chave do gênero de horror, pois não é o caso para todos os gêneros que a resposta do público deva repetir certos elementos do estado emocional dos personagens (CARROLL, 1999, p.34)

Edmund Burke, em sua Investigação filosófica sobre a origem de nossas idéias do sublime e do belo, considera que as paixões pertencentes à autopreservação são as mais fortes de todas e declara que:

Tudo que seja de algum modo capaz de incitar as idéias de dor e de perigo, isto é, tudo que seja de alguma maneira terrível ou relacionado a objetos terríveis ou atua

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de um modo análogo ao terror constitui uma fonte do sublime, isto é, produz a mais forte emoção de que o espírito é capaz. (BURKE, 1993, p.48)

Porém, as idéias de dor ou perigo apenas nos atingem de forma negativa se as suas causas nos afetam de modo imediato. Caso contrário, elas nos provocam deleite, isto é, quando temos uma ideia da dor e do perigo, sem, no entanto, nos encontrarmos em tais circunstâncias. De acordo com Burke:

Quando o perigo ou a dor se apresentam como uma ameaça decididamente iminente, não podem proporcionar nenhum deleite e são meramente terríveis; mas quando são menos prováveis e de certo modo atenuadas, podem ser - e são - deliciosas, como nossa experiência diária nos mostra. (BURKE, 1993, p.48)

Assim, de forma catártica, o leitor experimenta as aventuras e as emoções dos personagens, através de uma posição segura, que lhe permite usufruir do “horror artístico” sem a interferência do medo real.

“O Vampiro da Granja Croglin” é uma narrativa que se encaixa no que podemos genericamente chamar de literatura do medo, na medida em que podemos facilmente identificar aspectos característicos da literatura de horror: a ambientação gótica, a presença da figura do monstro e a sua perversão, a repulsa sentida pelos personagens, entre outras figuras e imagens que têm como principal intenção provocar o afeto de horror em quem a lê.

O conto se inicia com o discurso do narrador, que declara sua intenção de transmitir ao leitor uma história contada por um certo capitão Fisher: “Capitão Fisher também nos contou esta extraordinária história ligada à sua própria família” (HARE, The Beast of Croglin Grange). Neste momento, verifica-se uma tentativa por parte do narrador de sutilmente classificar o testemunho que se seguirá como confiável, através da menção do título de capitão atribuída a Fisher, bem como pelo fornecimento de informações sobre a família deste, dados que pretendem afirmar a veracidade da história que será relatada, reafirmando a autoridade de sua fonte: “Fisher pode parecer um nome plebeu, mas sua família pertence a uma linhagem muito antiga, e por centenas de anos possuiu um local muito curioso em

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Cumberland, que recebe o estranho nome de Granja Croglin” (HARE, The Beast of Croglin Grange).

O conto é baseado em uma lenda bastante conhecida na Inglaterra, que foi registrada por Augustus Hare em sua autobiografia, The Story of my Life. Nela, o autor conta uma história de vampiro, que segundo ele, lhe foi passada por um conhecido em uma conversa, de modo que encontramos no conto referências espaciais reais, como a região denominada Cumberland e a vila Croglin. O texto evidencia características semelhantes às encontradas em contos populares em que o narrador se coloca na posição de condutor do relato, ora convencendo o leitor da veracidade dos fatos, ora criando uma atmosfera de suspense, antecipando detalhes do que poderá acontecer.

Segundo o narrador, a construção se situava em uma região rural e isolada, e possuía a característica peculiar de possuir apenas um pavimento. Quando a família Fisher se muda para uma propriedade maior, a granja Croglin é alugada a três irmãos — dois homens e uma mulher.

Como o próprio título nos indica, o foco da narrativa se concentra no ambiente da granja, que inicialmente, já é qualificada pelo narrador como um “local curioso”, com um nome “estranho”, o que já adianta o teor sobrenatural ou fantástico dos fatos que serão apresentados. O espaço narrativo da Granja é facilmente identificado como um ambiente gótico, pois se situa em uma região rural, isolada, antiga, da qual fazem parte uma casa de simetria peculiar, uma igreja e um cemitério.

Os irmãos ocupam a casa e vivem muito felizes no local, que parecia ter sido feito na medida para eles. Essa satisfação em usufruir da paisagem é mostrada no conto através da descrição de momentos da vida dos irmãos ocupando o espaço da propriedade e socializando com os outros inquilinos.

É interessante notar que todas as imagens são construídas com a forte presença da natureza, que se mostra de forma incisiva na narrativa, desde as referências de tempo, que estão sempre ligadas às estações do ano e ao clima, até as paisagens que os personagens povoam em seu tempo livre.

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Em um dia especialmente quente de verão, acompanhamos os irmãos conectados ao ambiente, lendo sob as árvores, sentados à varanda e assistindo ao pôr do sol. O gradual enegrecimento do céu, com o surgimento da lua sobre a copa de árvores que separavam a casa do cemitério atrás da igreja, dá início à passagem para o cenário gótico, com a presença de elementos clássicos do imaginário do medo, como o espaço antiquado e isolado, o cemitério, a escuridão, a lua e as sombras da noite.

Segundo Burke, para tornar algo terrível é necessária a obscuridade. A clareza em relação a um perigo faz com que grande parte da apreensão diminua, pois permite que o sujeito atue de forma a evitá-lo. Neste contexto, podemos entender a noite como o ambiente ideal para abrigar o ser monstruoso que será apresentado no conto, já que ela contribui para os temores, deixando a criatura ainda mais misteriosa e assustadora.

Burke ainda ressalta que: “todas as privações em geral são grandiosas, porque são todas terríveis: vazio, trevas, solidão e silêncio”. Esta proposição confirma o cenário criado pelo narrador para abrigar a Granja Croglin, como ambientação efetiva para a produção de horror no leitor, na medida em que apresenta todos os elementos acima citados.

A construção deste espaço prepara o leitor para a anunciação da figura problematizadora na narrativa, que se constitui em um monstro, mais precisamente um vampiro. Nesta peculiar noite de verão, a irmã, devido ao calor intenso, não consegue dormir e resolve deixar abertas as venezianas da janela, mantendo a parte de vidro fechada. Sentada na cama, olhando para o jardim, ela observa a noite e nota a presença de duas luzes, movendo-se por entre as árvores, que se condensam na forma de uma figura horrível. Encoberta pela noite, a criatura, que partia das árvores próximas do cemitério em direção ao seu quarto, acaba por fim, fazendo da irmã uma vítima do seu ataque:

De repente, ela nunca pôde explicar porque, o terrível objeto pareceu virar para um lado como se fosse rodear a casa, e não em sua direção, e imediatamente ela pulou da cama e bateu contra a porta, mas enquanto ela a destrancava, ela ouvia scratch,

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scratch, scratch, contra a janela, e viu um horrível rosto marrom com olhos flamejantes olhando para ela. Aterrorizada, ela voltou à cama, mas a criatura continuava a arranhar a janela. Ela sentiu algum conforto em saber que a janela estava traçada por dentro. Subitamente, o som na janela cessou e se escutou um som de algo quebrando. Então, em sua agonia, ela verificou que a criatura estava quebrando os vidros. O ruído continuou e um painel de vidro caiu para dentro do quarto. Então um dedo cadavérico e longo da criatura entrou e abriu a tranca da janela, e a criatura entrou. O terror da menina foi tão grande que não conseguiu gritar, a criatura entrelaçou seus longos dedos no seu cabelo e começou a arrastá-la para o lado da cama, onde a mordeu violentamente na garganta. Com a mordida, sua voz se liberou, e ela gritou com toda a sua força. (The Beast of Croglin Grange, tradução nossa.)1

Fica evidente que, neste trecho, os sentidos são evidenciados de forma a explorar as sensações do leitor. As luzes ou a obscuridade, através de um jogo de luz e sombra, constroem um ambiente de mistério e incerteza, através do qual a criatura se move. Os sons também são bastante explorados – eles revelam a ação do monstro e a sua entrada na casa, segundo Burke (1993): “A vista não é o único órgão dos sentidos mediante o qual uma paixão sublime pode ser gerada. Os sons exercem uma influência muito grande sobre essas paixões, assim como sobre a maioria das outras”. O tato também é um sentido presente no trecho em questão, pois o monstro tem sucesso em ferir sua vítima, mordendo-a no pescoço.

Apesar de seu ferimento, a irmã consegue sobreviver e se mostra cética em relação ao caráter sobrenatural do que viu, atribuindo o ataque a algum lunático que escapou de um hospital. A menina então é enviada à Suíça para se recuperar do trauma sofrido.

A tentativa de racionalização do evento se mostrará uma decisão errada para a personagem, que será punida pelo seu ceticismo. Depois de se recuperar na Suíça, ela decide voltar à Granja, o que a levará novamente para perto da terrível criatura. Assim, os três irmãos retornam a Croglin Grange, convencidos de que o evento não se repetiria, pois “Lunáticos não escapam todos os dias”. A irmã, apesar de dormir com as janelas fechadas, volta a ocupar o mesmo quarto, enquanto seus irmãos passam a dormir juntos em um quarto próximo ao dela e sempre acompanhados de pistolas.

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Após um inverno tranquilo, certa noite, a irmã é acordada pelo barulho já conhecido na sua janela:

O inverno foi tranquilo e alegre. No mês de Março a irmã foi acordada uma noite pelo barulho já conhecido scratch, scratch, scratch, sobre o vidro da janela. Olhando pela janela, pôde ver claramente, no painel superior, o mesmo rosto marrom, horripilante e enrugado, com olhos brilhantes, olhando-a fixamente. Desta vez, ela gritou tão forte quanto pôde. Seus irmãos saíram do quarto com suas armas pela porta principal e viram a criatura que estava atravessando o jardim. Um dos irmãos disparou fogo e acertou a criatura em uma perna, mas a coisa seguiu correndo até o muro do cemitério da igreja, onde desapareceu dentro de uma cripta que pertenceu a uma família há muito tempo extinta. (The Beast of Croglin Grange, tradução nossa.)2

O monstro de Croglin é uma figura comum nos contos de horror, o vampiro. A imagem do vampiro, no conto, é construída de forma a ressaltar na sua aparência a sua condição de morto-vivo. Este ser intersticial, que atravessa a fronteira vivo/morto, se apresenta como uma criatura em decomposição, com olhos em chamas, cor marrom, enrugado e de aparência cadavérica. É interessante notar que a imagem do vampiro de Croglin contrasta com outras figurações do mito, que por vezes apresenta o vampiro como um personagem sedutor e com boa aparência, apesar deste também se constituir em um ser que não está sujeito ao tipo de mortalidade humana.

Carroll, com base nos estudos de Mary Douglas, explica que os objetos ou seres intersticiais, que atravessam as fronteiras de categorias profundas do esquema conceitual de cultura, bem como seres com ausência de forma ou incompletude são impuros e, portanto provocam a repugnância, a aversão física e a repulsa, como ocorre com a figura do vampiro.

Objetos que suscitem dúvidas categoriais, que sejam representantes incompletos de sua classe ou que não possuam forma definida também se encaixariam neste conceito, produzindo um efeito repulsivo, como coisas podres e em decomposição. O rosto enrugado e disforme, bem como a aparência marrom, ressecada, enrugada e mumificada da figura se encaixam nesta descrição. Citando Carroll:

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Essa lista pode não ser exaustiva, nem fica claro que seus termos sejam mutuamente excludentes, mas certamente é útil para analisar os monstros do gênero do horror. Pois eles são seres ou criaturas especializadas em ausência de forma, em incompletude, em intersticialidade categorial e em contradição categórica. Deixemos que uma breve relação sustente esse ponto, por enquanto. Muitos monstros do gênero do horror são intersticiais e/ou contraditórios, pois estão vivos e mortos: fantasmas, zumbis, vampiros, múmias, o monstro Frankenstein, Melmoth, o andarilho etc. (CARROLL, 1999, p.32)

Assim, o vampiro de Croglin encaixa-se perfeitamente no conceito de monstro postulado por Carroll, pois a sua configuração corporal asquerosa e ameaçadora evidencia um ser temível, repugnante e impuro.

Nota-se que o título original em inglês se refere à criatura como “beast”, qualificação que privilegia o seu aspecto animalesco e que inicialmente encobre a sua identidade, para no último parágrafo se referir a ela como “vampire”, revelando a identidade deste monstro, que é uma figura folclórica de características já muito conhecidas.

A obscuridade em relação ao monstro, que vem da sua origem sobrenatural e desconhecida, contribui para criar uma componente importante do medo. Segundo Bauman:

O medo é mais assustador quando difuso, disperso, indistinto, desvinculado, desancorado, flutuante, sem endereço nem motivo claros; quando nos assombra sem que haja uma explicação visível, quando a ameaça que devemos temer pode ser vislumbrada em toda parte, mas em lugar algum se pode vê-la. "Medo" é o nome que darnos a nossa incerteza: nossa ignorância da ameaça e do que deve ser

feito - do que pode e do que não pode - para fazê-la parar ou enfrentá-la, se

cessá-la estiver além do nosso alcance. (BAUMAN, 2008, p.8)

A terrível criatura que aparece nas noites de verão é a grande fonte de horror do conto. A sua caracterização e hábitos, aliados à falta de entendimento a seu respeito e de sua existência desafia as leis da natureza, a fazem ainda mais misteriosa e assustadora. Além disso, o próprio cenário no qual ela se move é capaz de provocar temor no leitor. Nas palavras de Bauman:

A experiência de viver na Europa do século XVI - o tempo e o lugar em que nossa Era Moderna estava para nascer - foi resumida por Lucien Febvre, de maneira clara e admirável, em apenas quatro palavras: "Peur toujours, peur partout" ("medo sempre e em toda parte"). Febvre vinculava essa ubiqüidade do medo à escuridão,

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que começava exatamente do outro lado da porta da cabana e envolvia o mundo situado além da cerca da fazenda. Na escuridão, tudo pode acontecer, mas não, há como dizer o que virá. A escuridão não constitui a causa do perigo, mas é o habitat natural da incerteza - e, portanto, do medo. (BAUMAN, 2008, p.8)

O trecho final do conto confirma a identidade da criatura e sua origem, criando uma cena que explora, de forma contundente, o cenário macabro e os elementos clássicos relacionados ao mito do vampiro, como tumbas, caixões e a sua forma de destruição. Após a segunda tentativa de ataque, a criatura é finalmente aniquilada, dando fim ao relato da fantástica história contada pelo Capitão Fisher:

No dia seguinte os irmãos chamaram todos os inquilinos da granja Croglin e na presença deles a cripta foi aberta. Uma horrível cena se revelou. A cripta estava repleta de caixões, todos estavam quebrados e abertos e seu conteúdo horrivelmente despedaçados e desfigurados, espalhados em todo o piso. Um caixão apenas permanecia intacto. Eles abriram a sua tampa e ali estava marrom, ressecada, enrugada, mumificada, mas ainda inteira, a mesma figura horripilante que se via pela janela da Granja Croglin, com as marcas de um recente disparo de pistola na perna; e eles fizeram a única coisa que pode destruir um vampiro: o queimaram.” (The Beast of Croglin Grange, tradução nossa.)3

A partir das reflexões levantadas ao longo do presente trabalho, podemos identificar o conto O Vampiro da Granja Croglin como um representante do gênero de horror, na medida em que possui a capacidade de provocar a emoção estética do “horror artístico” no leitor. A presença de um ser sobrenatural, paisagens assustadoras, traços do imaginário gótico, entre outros elementos contribuem para a produção do medo na narrativa e promovem um constante estado de tensão que culmina com o efeito catártico da destruição do monstro no final da narrativa.

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REFERÊNCIAS:

1-Suddenly, she never could explain why afterwards, the terrible object seemed to turn to one side, seemed to be going round the house, not to be coming to her at all, and immediately she jumped out of bed and rushed to the door, but as she was unlocking it, she heard scratch, scratch, scratch upon the window, and saw a hideous brown face with flaming eyes glaring in at her. She rushed back to the bed, but the creature continued to scratch, scratch, scratch on the window. She felt a sort of mental comfort in the knowledge that the window was securely fastened on the inside. Suddenly the scratching sound ceased. And a kind of pecking sound took its place. Then, in her agony, she became aware that the creature was unpicking the lead! The noise continued, and a diamond pane of glass fell into the room. Then a long bony finger of the creature came in and turned the handle of the window, and the window opened, and the creature came in; and it came across the room, and her terror was so great that she could not scream, and it came up to the bed and twisted its long bony fingers in her hair, and it dragged her head over the side of the bed, and - it bit her violently in the throat. As it bit her, her voice was released, and she screamed with all her might and main.

2-The winter passed most peacefully and happily. In the following March the sister was suddenly awakened by a sound she remembered only too well - scratch, scratch, scratch upon the window, and looking up, she saw, climbed up to the topmost pane of the window, the same hideous brown shrivelled face, with glaring eyes, looking in at her. This time she screamed as loud as she could. Her brothers rushed out of their room with pistols, and out of the front door. The creature was already scudding away across the lawn. One of the brothers fired and hit it in the leg, but still with the other leg it continued to make way, scrambled over the wall into the churchyard, and seemed to disappear into a vault which belonged to a family long extinct. 3-The next day the brothers summoned all the tenants of Croglin Grange, and in their presence the vault was opened. A horrible scene revealed itself. The vault was full of coffins; they had been broken open, and their contents, horribly mangled and distorted, were scattered over the floor. One coffin alone remained intact. Of that the lid had been lifted, but still lay loose upon the coffin. They raised it, and there, brown, withered, shrivelled, mummified, but quite entire, was the same hideous figure which had looked in at the windows of Croglin Grange, with the marks of a recent pistol shot in the leg; and they did the only thing that can lay a vampire - they burnt it.

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BIBLIOGRAFIA:

BAUMAN, Zygmunt. Medo líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

BURKE, Edmund. Uma Investigação Filosófica sobre a origem de nossas idéias do sublime e do belo. Tradução de Enid Abreu Dobránszky. - Campinas, SP : Papirus : Editora da Universidade de Campinas, 1993.

CARROLL, Noël. A filosofia do horror ou paradoxos do coração. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Papirus, 1999.

COHEN, Jeffrey Jerome et al. Pedagogia dos monstros; os prazeres e os perigos da confusão de fronteiras. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

FREUD, Sigmund. O estranho. In:_____. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud; edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Vol. XVII. Tradução de Eudoro Augusto Macieira de Souza. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

HARE, Augustus, O Vampiro da Granja Croglin. Contos de Vampiros – 14 clássicos escolhidos. Org. Organização: Flávio Moreira da Costa. 2009. Ed. Agir

---, The Beast of Croglin Grange. The Story of my Life. 1896. Augustus Hare Society Pageshttp://augustus-hare.tripod.com/

LOVECRAFT, Howard Phillips. O Horror Sobrenatural em Literatura. Tradução de Celso M. Paciornik. Apresentação de Oscar Cesarotto. São Paulo: Iluminuras, 2007.

MONTAIGNE, Michel de. Ensaio XVIII – Do medo. In:___. Ensaios. Tradução de Sérgio Milliet. São Paulo: Nova Cultural, 1991.

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