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A PSICOFOBIA E O TDAH

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Academic year: 2021

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(1)

Essas alterações seriam a “causa” do comportamento distraído ou hiperativo, e não o efeito de conflitos, hábitos, preferências ou aversões dos estudantes em relação a um determinado tipo de comportamento socialmente

A PSICOFOBIA

E O TDAH

A PSICOFOBIA É UM TRANSTORNO

MUITO COMUM HOJE EM DIA,

especialmente no público dos especialistas que pretendem diagnosticar o TDAH.

S E U S I N TO M A B Á S I C O É O

T E M O R ( F O B I A ) D O S U J E I T O

(PSIQUE = ALMA, MENTE), DA

S U B J E T I V I D A D E ,

e x p r e s s o n o

enquadramento e silenciamento daqueles que, ao receberem o veredicto de “transtornados” ou “hiperativos”, são sentenciados e condenados

através de um diagnóstico.

A condenação e silenciamento dos sujeitos se realiza através d a a l e g a ç ã o d e q u e h á alterações na circulação de dopamina, catecolamina ou noradrenalina nos cérebros das

(2)

A grande

hamartia

(pecado, erro)

desse procedimento é

ignorar que o homem

é um ser psicossocial,

um animal cultural, e

focar o alvo apenas

em cima de um

sintoma,

descontextualizando-o

Conflitos inconscientes,

problemas emocionais,

inconformismo,

desigualdades de inserção

social, desinteresse...

Nada disso é levado em

consideração quando se

diagnostica alguém como

portador desse transtorno.

O fato de um estudante

ser tido como “distraído”

na sala de aula não

configura necessariamente

uma doença. Significa, no

mais das vezes, que o

assunto ou o objeto sobre

o qual se pretende que

ele aplique sua atenção

(3)

No fundo, a questão gira em torno de

concepções sobre ciência, da visão que

se adota acerca do que se supõe ser o

homem: um ser eminentemente

bioquímico ou um sujeito,

dotado de cultura, história,

consciência, linguagem,

pensamento, saberes,

afetos...

ainda hegemônicamente

positivista e tecnificada,

faz com que a maioria dos médicos

aprenda a descontextualizar as doenças

para interpretá-las, como se fossem um

mal que “acontece” ao indivíduo, uma

fatalidade, e não a expressão de modos e,

mais ainda, de (im)possibilidades de vida,

de desejos, sonhos, conflitos, sofrimentos,

ações e omissões do indivíduo. Eles são

quase-doutrinados para maximizarem a

importância de aspectos genéticos e

bioquímicos e minimizarem os fatores

subjetivos, históricos, políticos, culturais,

econômicos, implicados nesse processo.

Quando alguém está doente, muitas vezes é imperioso

definir rapidamente o diagnóstico, a fim de usar a medicação

adequada, quando indicado. Geralmente, o médico pode

saber com segurança se uma pessoa está ou não enferma,

Essa concepção organicista, que

retira a vida de cena, permeia a formação

de todos os profissionais da saúde, em

maior ou menor grau: médicos,

e n f e r m e i r o s , n u t r i c i o n i s t a s ,

fonoaudiólogos, e até entre psicólogos.

(4)

Quando os sintomas são vistos como “o mal”, quando não são escutados, acolhidos e compreendidos, o tratamento erra o

alvo, perde o foco, se distrai, trai o sujeito que demanda apenas

respeito, atenção e acolhimento.

NO CASO DO TDAH, TOD E OUTROS

SUPOSTOS TRANSTORNOS

a situação é bem diferente: não há instrumental com um mínimo de objetividade que possa indicar se uma pessoa é portadora ou não de TDAH ou outro suposto transtorno.

Pior: no momento em que o sujeito é diagnosticado como possuindo um transtorno, o diagnóstico em si mesmo “adere” ao agora “paciente” e o transforma numa coisa, o desumaniza. Quando o paciente internaliza esse rótulo, passa se a ver como um doente e não pode mais se sentir responsável por si m esmo.

A pessoa é desapropriada, despossuída de si mesma.

O tratamento medicamentoso vai cegá-lo para si mesmo, e, ao mesmo tempo, colocar o médico na condição de surdo em relação à sua verdade subjetiva.

Portanto, deve-se ter sempre em mente tanto os efeitos iatrogênicos implícitos ao próprio ato de diagnosticar quanto os resultantes dos medicamentos.

Os sintomas psíquicos são sinais, mensagens, que apontam para a e x i s t ê n c i a d e c o n fl i t o s , d e sofrimentos.

Pois como recomendava Hipócrates:

“Antes de tudo, não cause dano...”

(5)

QUAL O REMÉDIO PARA TUDO ISSO?

Contra a medicalização da vida, os

profissionais da saúde precisam

entender o outro que está à sua frente

como um outro sujeito.

Não um mero ser bioquímico, um

“paciente”, mas um Sujeito dotado de

linguagem, consciência, valores, história.

Um Sujeito “datado e situado”, com as

marcas de seu tempo e espaço.

quando a solução apontada

não é a escuta do sujeito e o

respeito à sua singularidade,

p o r é m s e re s t r i n g e à

medicação como único

instrumento terapêutico, o

sujeito é expropriado de si

mesmo, perde o direito de

a u t o g e r i r a s p r ó p r i a s

emoções e o tratamento

condena o paciente ao

mutismo e o psiquiatra ou

neurologista, à surde

z.

Em um ambiente de seres humanos, o mais poderoso recurso curativo é

confiança e respeito, o afeto comprometido que pode se estabelecer

entre duas pessoas, num diálogo franco e aberto, onde o curador e

aquele em tratamento tentem se livrar de seus preconceitos, rótulos e

(6)

Nem todos os profissionais da saúde concordam com

abordagens medicalizantes e desubjetivantes.

Tristeza, angústia, dores, alegria, são

resultantes de escolhas

que fazemos em nossas

vidas e das condições

sociais e políticas que

nos atravessam e não

p r o d u t o

d e

neurotransmissores que

f u n c i o n a r i a m

e r r o n e a m e n t e e

precisariam ser corrigidos com

psicofármacos.

Um corpo biológico vivo interage

constantemente com seu entorno,

transformando e sendo transformado

por ele. Somente corpos sem vida

não interagem com

o mundo, com

outros corpos.

Nas interações que

constituem a vida,

um corpo vivo se

emociona, se afeta,

p r o d u z

neurotransmissores.

Os neurotransmissores são resultado

da vida viva e não moléculas

proteicas que, autonomamente,

determinariam a vida em um corpo

sem vida.

Não existe a “Pílula da Felicidade”, existe a luta por

condições de vida dignas, sem desigualdades, por acesso

universal a Educação e Saúde de qualidade.

(7)

PSICOFILIA

:

VALORIZAÇÃO DA SUBJETIVIDADE

ANTÍDOTO PARA A PSICOFOBIA

ACEITAÇÃO DAS DIFERENÇAS

DISPONIBILIDADE PARA O DIÁLOGO

LUTA CONTRA TODA DISCRIMINAÇÃO

Leia, assine, divulgue o

“Manifesto do Fórum sobre

Medicalização da Educação e

da Sociedade”

www.medicalizacao.org.br

Cuidadores, terapeutas, médicos,

psicólogos, unamo-nos todos em

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