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Daniel Costa Nogueira ; Aniele Sousa da Costa ; Vicente Bezerra Pontes Junior ; Gisele Barata da Silva ; Rafael Gomes Viana

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Academic year: 2021

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PROMOÇÃO DE CRESCIMENTO DE MANDIOCA SOB DIFERENTES VOLUMES DE CALDA DE TRICHODERMA

GROWTH PROMOTION IN CASSAVA UNDER DIFFERENT DOSES OF

TRICHODERMA Apresentação: Pôster

Daniel Costa Nogueira ; Aniele Sousa da Costa ; Vicente Bezerra Pontes Junior ; 1 2 3 Gisele Barata da Silva ; Rafael Gomes Viana 4 5

DOI: https://doi.org/10.31692/2526-7701.IIICOINTERPDVAGRO.2018.00639

Introdução

A interação entre plantas e microrganismos é uma alternativa sustentável que vem sendo pesquisada e aplicada. Espécies de ​Trichoderma estão entre os fungos mais estudados como agentes no controle biológico de fitopatógenos e também promoção da germinação de sementes e do crescimento vegetal (ALTOMARE et al., 1999). Conforme dito por Melo (1996) a promoção de crescimento ocasionada por microrganismos do solo ocorre devido à ação de diversos fatores, envolvendo a produção de hormônios vegetais, produção de vitaminas, ou conversão de materiais a uma forma útil para a planta, absorção e translocação de minerais e controle de patógenos.

Dentre o grupo de fungos que promovem o desenvolvimento de plantas, tem-se o Trichoderma​, atua como bioestimulante do crescimento radicular, pois promove o desenvolvimento de raízes devido à secreção de fitohormônios, no qual permite, devido ao incremento da massa radicular, uma melhor assimilação de nutrientes e água, aumentando a resistência em situações de estresse. Além de facilitar também a solubilização e absorção de

1 Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), dan.nog94@gmail.com

2 Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), anielle.costa18ea@gmail.com

3 Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), vicente.pontes94@gmail.com

4 Professora Doutora, da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Instituto de Ciências Agrárias,

giselebaratasilva@gmail.com

5 Professor Doutor, da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Instituto de Ciências Agrárias,

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nutrientes pelas plantas (HARMAN, 2000; HARMAN et al., 2004).

A busca por melhorias na qualidade dos produtos biológicos deve ser constante, por meio de testes com novas formulações, avaliação de métodos de aplicação. Estudos devem ser conduzidos objetivando aprimorar a sua recomendação, quanto a dosagem ás diferentes culturas, compatibilidade com defensivos agrícolas, intervalo e horário de aplicação (POMELLA; RIBEIRO, 2009).

Devido a carência de informações acerca da dosagem necessária para aplicação do microrganismo a uma determinada cultura, objetivou-se com este trabalho avaliar os efeitos na promoção de crescimento de plantas de mandioca (​Manihot Esculenta Crantz) sob diferentes volumes de calda do fungo ​Trichoderma​.

Fundamentação Teórica

A aplicação do fungo ​Trichoderma tem proporcionado aumentos significativos na percentagem e na precocidade de germinação, no peso seco e na altura de plantas, além de estimular o desenvolvimento das raízes laterais (Melo, 1996; Contreras-Cornejo ​et al​., 2009).

Respostas à aplicação de ​Trichoderma spp. foram caracterizadas por aumentos significantes no percentual de germinação, no peso seco de plântulas e na área foliar de plantas de pimentão (KLEIFELD & CHET, 1992).

Conforme Fortes et al. (2007), ao utilizar ​Trichoderma inoculado ao substrato através de grãos de arroz colonizados pelo fungo, obtiveram aumento significativo no enraizamento de microestacas de ​Eucalyptus sp., com aumento na taxa de enraizamento, quando comparada com à testemunha.

Metodologia

O experimento foi realizado no campo experimental da Fazenda Escola de Castanhal-PA, da Universidade Federal Rural da Amazônia. A área foi preparada em sistema convencional com duas arações e uma gradagem niveladora. O plantio de mandioca - cultivar BRS Poti, foi realizado com o uso de uma máquina plantadeira com espaçamento entre linhas de 0,9 m e aproximadamente 1,0 m entre plantas, com densidade de plantio de 11.111 plantas ha-1aproximadamente. Com a disponibilidade da análise de solo, não foi necessária realização

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de calagem e adubação fosfatada, apenas adubação potássica realizada com aplicação de Cloreto de Potássio (100 kg ha -1​) e aplicação de Ureia como fonte de fertilizante nitrogenado (89 kg ha-1​) com aplicação em área total.

Após o plantio foi feita a casualização de blocos com dimensões de 4 x 5 m, com quatro repetições e cinco tratamentos. Os tratamentos são quatro volumes de calda (50, 100, 200 e 400 L ha -1​) e mais a testemunha sem aplicação. A dose utilizada foi de 2 kg de Trichoderma ha-1​. Os volumes de calda foram obtidos com o uso de um pulverizador pressurizado a CO ​2, velocidade de 4 km h -1 e pressão de 50 lib pol-2 com as pontas de pulverização STIA110005, STIA11001, STIA11002 e STIA11004 para os volumes de 50, 100, 200 e 400 L ha -1 respectivamente. Trinta dias após a aplicação dos tratamentos foi realizado, das 9 às 12 h da manhã, a leitura de taxa de assimilação de CO ​2, utilizando um analisador de gases a infravermelho - IRGA (modelo LI-6400XT da LI-COR), em níveis constantes de luminosidade (1500 μmol m-2 s-1​) e CO ​2 (400 μmol). Para as leituras foram selecionadas folhas do terço médio das plantas de mandioca.

Foi realizada análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade estatística.

Resultados e Discussões

Houve diferença entre os tratamentos para altura e diâmetro (Tabela 1). O volume de 50 L ha -1 teve maiores valores de altura e diâmetro em comparação a testemunha. Segundo Yedidia et al. (2001) o efeito de ​Trichoderma ​spp. no crescimento de plantas tem sido relacionado a diversos motivos, como proteção de plantas contra patógenos primários e secundários da rizosfera, produção de hormônios de crescimento de plantas, aumento da absorção e da translocação de nutrientes minerais e também o aumento da solubilidade e da disponibilidade de micronutrientes.

Tabela 1: valores médios da altura (cm) e diâmetro (mm) de plantas de mandioca submetidas a diferentes

volumes de calda (litros) de ​Trichoderma​. Fonte: Autor.

Volume de calda (L ha-1​) Altura (cm) Diâmetro (mm)

0 27,275 b 8,750 b

50 71,462 a 19,437 a

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200 41,650 ab 13,458 ab

400 47,625a b 11,783 ab

*Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si estatisticamente, segundo teste Tukey (p >

0,05) de probabilidade.

Outra possibilidade é que haja efeito dos microrganismos na produção de hormônios promotores do crescimento. Gravel et al. (2007) apurou em seu estudo, o uso de ​Trichoderma spp. gerou um estímulo no desenvolvimento de tomateiro atribuído à produção de ácido indolacético (AIA). A possibilidade de uso do volume de calda de 50 L ha -1​, é de grande relevância para se aumentar o rendimento operacional da aplicação, já que não há necessidade de se carregar um alto volume de calda e assim reduzir o tempo gasto na aplicação e dar maior conforto ao aplicador.

Não houve diferença entre os tratamentos para assimilação líquida de CO​2 e temperatura foliar (Tabela 2). Houve maior condutância estomática e taxa de transpiração submetidas ao tratamento 200 L. De acordo com Alves & Setter (2000), estudos tem indicado que quando há disponibilidade de água, a mandioca mantém alta condutância estomática e pode manter alta concentração interna de CO​2.

Tabela 2: Valores médios de taxa de assimilação líquida de CO2 ​(​A​), condutância estomática ao vapor d’água

(​gS​), taxa de transpiração (​E​) e temperatura foliar (TF) de plantas de mandioca submetidas a diferentes volumes de calda (litros) de ​Trichoderma​. Fonte: Autor.

Volume de calda (L ha-1​) Ans (μmol. m-2​ s-1​) gS ​(mol. m​-2​ s-1​) E ​(mmol. m​-2​ s-1​)ns TFns (°C) 0 27,004 0,200 ab 3,766 b 32,800 50 29,272 0,174 b 4,496 b 33,865 100 24,885 0,223 ab 5,439 ab 33,451 200 27,629 0,249 a 6,004 a 33,436 400 28,197 0,238 a 5,738 a 33,316

nsNão significativo pelo teste F a 1% de probabilidade. Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem

entre si estatisticamente, pelo teste de Tukey (p > 0,05) de probabilidade.

Conforme dito por Zang et al. (2010) a transpiração foliar está diretamente associada ao fluxo hídrico no sistema solo-planta-atmosfera, tendo como fatores determinantes que atuam no controle estomático, a superfície de área foliar total da planta e o déficit de pressão de vapor d’água entre a folha e a atmosfera.

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Plantas submetidas ao tratamento 50 L obtiveram melhor desempenho biométrico, mesmo tendo valores fisiológicos inferiores ou sem diferença significativa em comparação aos demais tratamentos. Isso pode significar que pelo tratamento de 50 L ​Trichoderma por estar menos diluído em comparação com o tratamento de 200 L no qual obteve maiores valores de condutância estomática e transpiração, consoante com trabalho de Lobo Junior (2005) que ao utilizar ​Trichoderma harzianum no controle de patógenos, evidenciou maior eficiência de doses intermediárias com perda da eficiência em doses mais altas.

Conclusões

Há interferência no volume de calda no crescimento e diâmetro de mandioca. O volume de 50 L ha -1incrementa o crescimento e o volume de calda. Não há interferência do volume de calda em taxa de assimilação de CO ​2 e temperatura da folha. Há maior transpiração e condutância estomática em volumes de 200 e 400 L ha-1​.

Referências

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HARMAN, G. E.; PETZOLDT, R.; COMIS, A.; CHEN, J. - Interactions

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interactions on diseases caused by ​Pythium ultimum​ and ​Colletotrichum graminicola​. ​Plant

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