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A HIGIENE MILITAR E O IDEÁRIO DE SOLDADO-CIDADÃO: A MEDICINA MILITAR NO PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DO SERVIÇO DE SAÚDE DO EXÉRCITO BRASILEIRO

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A HIGIENE MILITAR E O IDEÁRIO DE SOLDADO-CIDADÃO: A MEDICINA MILITAR NO PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DO SERVIÇO DE SAÚDE DO

EXÉRCITO BRASILEIRO (1910-1920)

Tiago Bomfim1

RESUMO: Este trabalho tem por intenção discutir alguns aspectos da produção intelectual de dois médicos militares, Murillo de Campos e Arthur Logo da Silva, que atuaram pelo Serviço de Saúde do Exército brasileiro no início do século XX. Será utilizado como recorte a temática da medicina militar, especificamente as discussões sobre higiene militar. Esta discussão tornou-se importante no meio militar devido as reformas que o exército brasileiro passou após a Primeira Guerra Mundial.

1. Recrutamento militar e o ideal de modernização

O fim da Primeira Guerra Mundial, expôs novamente aos estados nacionais a necessidade de se aumentar o contingente de soldados. Vale lembrar que desde o conflito envolvendo a Prússia e a França em 1870-71 o sistema de conscrição dos prussianos já havia despertado o interesse de outras nações pela expansão do número de soldados (CASTRO, 2006). No caso brasileiro o fim deste conflito, mobilizou três anos depois as autoridades do período para se criar um sistema de recrutamento diferente do vigente, que era o voluntariado ou forçado.

De acordo com Fábio Faria Mendes (1997), a nova reforma previa a formulação de um sorteio que passaria a substituir o até então odioso recrutamento forçado (MENDES, 1997). A lei nº 2.556 de setembro de 1874, deu início a criação de juntas de alistamento, que passavam a ser instaladas por várias regiões do Brasil (MENDES, 1997). Por mais que a institucionalização desta lei passasse a ganhar inúmeros adeptos no meio militar e também nas camadas nobres da população, a lei nº 2.556 não foi executada neste ano (CASTRO, 2006, p.2).

O modelo para o alistamento criado foi o de sorteio, porém não obteve sucesso nos anos iniciais devido à resistência por parte dos setores econômicos de maior poder que temiam perder a força de trabalho para o exército (CASTRO, 2006, p.2). Para que este

1 Este trabalho é um recorte da pesquisa de doutorado vinculada ao Programa de Pós-Graduação em História pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), intitulada Classificar, forjar, instituir: A

construção do Brasil na obra do médico militar Murillo de Campos, que está sob orientação da Professora

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processo desse certo foram criadas juntas de sorteio, que ficariam responsáveis pela recepção, além dos registros e listas dos soldados recrutados.

A administração dessas juntas eram compostas do juiz seccional, o comandante superior da Guarda Nacional, do editor de guerra, três oficiais de linha e um médico militar (CASTRO, 2006,). A presença do médico militar nesse processo de recrutamento é marcante, pois essa legislação sobre o recrutamento fez parte de um contexto de modernização e profissionalização do exército. Assim sendo, era importante para a classe médica do exército fazer parte deste projeto, pois era uma maneira de se legitimar frente aos outros setores do exército (MONTEIRO, 2010, p.28).

2. Os médicos militares no processo de modernização do Serviço de Saúde do Exército

Com essa modernização do exército, uma nova concepção de soldado foi criada, que passa a não ser somente o defensor da nação em tempo de guerra, mas também em tempo de paz, surgindo a ideia do “soldado cidadão”. Essa categoria que passava a ser disseminada em discursos e projetos tinha como objetivo conscientizar aqueles que passaram pelas fileiras do exército do papel social que esta instituição lhe atribuía (MONTEIRO, 2010, p.29). Dentre os médicos militares que disseminaram este discurso escolhemos Arthur Lobo da Silva e Murillo de Campos. A escolha destes dois médicos é motivada pelo papel que estes médicos tiveram no Serviço de Saúde Brasileiro.

Nascido em 21 de abril de 1873, na região de Pernambuco, Arthur Lobo formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1896. Grande parte de sua atuação no Exército foi dedicada aos serviços médicos em hospitais e juntas de saúde de várias regiões do país. Como médico, atuou no Hospital Central do Exército nos anos de 1901, 1904 e 1912. Já no Hospital Militar de Manaus, atuou como médico no ano de 1905, e no Hospital Militar do Recife em meados de 19072.

Como intelectual, Arthur Lobo da Silva publicou um conjunto de obras sempre relacionadas às questões de higiene, doenças, antropologia e também estatísticas sobre os militares que ingressavam no serviço militar. Entre as suas principais obras podemos citar A

luta contra as moléstias venéreas no Exército brasileiro (1929); Perigo Social da Syphilis (1906); O serviço de Saúde do Exército brasileiro (1958).

2 Sobre Arthur Lobo estas informações biográficas foram retiradas do texto: DO “EXÉRCITO DE SOMBRAS” AO “SOLDADO-CIDADÃO”: SAÚDE, RECRUTAMENTO MILITAR E IDENTIDADE NACIONAL NA REVISTA NAÇÃO ARMADA (1939-1947), produzido em 2010, cuja autoria é de Vitor José da Rocha Monteiro.

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Além destes livros, Arthur Lobo publicava com bastante frequência em periódicos militares, o que foi fundamental para a divulgação e ampliação dos estudos sobre o campo da medicina militar. A frequência de publicação de Arthur Lobo nestes periódicos também é um indicativo do grau de autoridade que este médico veio assumindo ao longo do tempo.

Murillo de Campos nasceu em 18 de dezembro de 1887 em Amparo, estado de São Paulo, dedicando grande parte da sua trajetória de vida à carreira militar. Sua principal atuação no exército foi servindo em hospitais e sanatórios nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Filho do Major João de Souza Campos e Olympia Leopoldina Leite, Murillo de Campos, pertencia a uma família tradicional de Campinas (CORREIO PAULISTANO, 07/05/1930, p.10).

Murillo de Campos deixou sua família em Campinas para dedicar-se à vida acadêmica do curso de medicina da Faculdade do Rio de Janeiro, formando-se no ano de 1908. Nesse ano, defendeu a tese intitulada “Dores Torácicas”3. Um ano depois de se forma em medicina, Murillo de Campos ingressou na carreira militar e serviu como médico do Serviço de Saúde do Exército até meados de 1932.4

Como podemos ver, ambos os médicos estiveram envolvidos com a temática da medicina militar, ora atuando clinicamente ora atuando como pesquisadores. Sobre esta temática do sorteio militar, Arthur Lobo discursava que a presença das juntas espalhadas no território nacional permitia identificar, a partir do número dos indivíduos recusados, não só o coeficiente de doentes, mais também o grau de salubridade local, como a proporção das doenças que ocorrem em determinadas regiões (SILVA, 1958, p.208).

A má condição física apresentada pela maioria dos jovens listados, ficou mais evidente a partir da prática do sorteio, pois de agora em diante os jovens das mais variadas regiões brasileiras passaram ser figuras presentes no Exército. Esta pluralidade de indivíduos no Exército, agora potencializada com os sorteios militares, caracterizou a caserna como um “espelho” dos problemas sociais do Brasil, cuja amostra de toda mazela social e física apresentada pela população ficou sob a responsabilidade da classe médica do Exército.

Para Rachel Cardoso, “um dos primeiros cuidados com o militar se dá justamente com aquele que ainda não o é: o conscrito” (CARDOSO, 2013, p.58). Uma das soluções

3 Sobre sua passagem na Faculdade de Medicina, pouco se tem informação. A única menção nos jornais do período é da revista Fon Fon do Rio de Janeiro no ano de 1908, edição 28, que traz uma enquete realizada na Faculdade de Medicina para selecionar o discente do sexto ano que mais “tinha jeito” para ser marido e o que menos “tinha jeito”. Na matéria não se cita a baliza usada para selecionar e enquadrar os alunos. Murillo de Campos teve 129 votos na seleção do que não levava jeito para marido, ficando em 4º lugar na enquete.

4 Esta informação foi retirada do site da Academia Nacional de Medicina. Acessada no dia 15/08/2019. Disponível em: http://www.anm.org.br/conteudo_view.asp?id=1781

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encontradas pelo corpo médico do Exército para solucionar os problemas encontrados no interior desta instituição foi o cuidado com a higiene daqueles que ainda não ingressaram na carreira militar.

É a partir da responsabilidade atribuída ao médico militar, de selecionar os indivíduos que iriam compor as fileiras de soldados do Exército, que utilizadas pelos mesmos, serviu como base para construir um discurso que visava ressaltar a importância do médico militar no processo de formação e fortalecimento da nacionalidade brasileira. Conforme Arthur Lobo,

Fechando, agora, este parêntese no tocante as doenças simuladas, concluamos que o que caracteriza, enfim, a especialidade do médico militar em tempos normais, é o meio de conservar a força, a resistência orgânica, a robustez física e mental das tropas, a fim de que possa a Nação contar sempre com um Exército forte, enérgico e eficiente. (SILVA, 1958, p.231). (Destaque do autor)

Para Arthur Lobo, conforme o trecho a cima, o médico militar deveria priorizar, em tempos de paz, o cuidado com os soldados aquartelados, oferecendo para a nação, quando for preciso, um Exército forte e robusto tanto físico como mentalmente. Como podemos ver, esta responsabilidade depositada em volta do médico militar alterou não somente o seu capital simbólico dentro do Exército, mas também o capital simbólico do próprio Exército, uma vez que, a partir da aprovação do sorteio militar, da prática e divulgação da medicina e higiene militar, o Exército passa a ser tratado pelos médicos militares como um “filtro social” capaz de dar suporte a um processo eugênico de melhoria da raça brasileira.

Diante disso, uma questão é compreender como o Exército contribuiu, através do Serviço de Saúde, com esta nova atribuição que lhe foi dada, ou seja, a melhoria da raça nacional. Para Arthur Lobo, a atividade dos médicos militares do Serviço de Saúde em tempo de paz tem por intenção um fundo patriótico (SILVA, 1958, p.209). Após julgar os candidatos as fileiras do Exército, este permanece por doze meses sob a tutela da oficialidade e, principalmente, dos médicos do exército.

Este período, para Arthur Lobo, causaria grandes modificações na vida do recruta selecionado. A vida como um novo militar, segundo o autor, proporcionava a este individuo uma “alimentação sadia e em horas regulamentares, exercícios corporais progressivos, observação dos preceitos higiênicos entre outras atividades” (SILVA, 1958, p.209), o que alterava a sua saúde e capacidade física.

Para Murillo de Campos a preocupação do médico militar estaria vinculada ao momento em que o conscrito se tornaria soldado. Por meio da Higiene militar, o médico do exército estaria preparado para lidar com os problemas de saúde presentes no interior do exército. Dentre as obras lançadas sobre a temática da higiene militar, Elementos de Higiene

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Militar, escrita por Murillo de Campos e publicada em 1927, embasou algumas das discussões sobre medicina militar, como por exemplo, a higiene militar.

Escolhemos essa obra para análise, por se tratar da obra que mais sintetizou suas ideias sobre higiene militar5. Por se tratar de uma obra que aborda várias questões sobre higiene, vamos nos ater as discussões de Murillo de Campos sobre higiene voltada para o cuidado corporal dos soldados, neste caso, abordando tangencialmente suas discussões sobre a higiene voltada para a arquitetura dos quartéis, acampamentos e locais para edificações.

Sobre a obra, esta foi publicada pela empresa gráfica Paulo, Pongetti & CIA do Rio de Janeiro e conta com dezenove capítulos. O prefácio foi escrito por Afrânio Peixoto, catedrático de higiene da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Neste prefácio Afrânio Peixoto ressaltou a importância desta obra para a comunidade científica brasileira;

Apesar de habituado, pela serenidade de seu espírito, a escritos conscienciosos, eruditos, originais, confesso-lhe que me surpreendeu agradavelmente, seu livro: ele o sagra um dos mestres de nossa higiene. Com efeito, esse é o primeiro de higiene especializada que temos, higiene profissional, de uma nobre e patriótica profissão, por onde a série devia mesmo começar: está feito com exatidão, proporções, observações direitas, conhecimentos comparados, critica esclarecidas, sugestões adequadas, constituindo-se não só repositório de saber, indispensável, já agora, na vida militar do Brasil, como inapreciável fonte de observação e consulta, para os estudiosos e mestres da higiene geral, pois que os seus dados e informações, tão preciosos e relativos ao nosso soldado, e ao nosso povo, donde ele sai, não se encontravam ainda compreendidos em livro nenhum (CAMPOS, 1927, p.4).

O caráter de ineditismo desta obra, ressaltado por Afrânio Peixoto, se encontrava na especificidade discutida por Murillo de Campos. A ênfase dada por Afrânio Peixoto ao descrever o fazer militar como uma “nobre e patriótica profissão”, nos leva a crer que sua avaliação sobre o trabalho de Murillo de Campos referente à higiene na caserna fosse positiva. Essa avaliação prospectiva que Afrânio Peixoto faz no prefácio da obra, expressa sua expectativa com o que poderia se tornar a higiene militar, que seria a de tornar a medicina militar um ramo especializado dentro das discussões sobre higiene em geral.

Para este médico militar a higiene “tem por objeto a proteção e o desenvolvimento da saúde. Assim acontecendo, entre outras atribuições figuram, não só a prevenção das doenças, o que no século passado, a constituía quase exclusivamente, mas também a eugenia e a cultura humana” (CAMPOS, 1927, p.5).

Eugenia e cultura humana estavam para Murillo de Campos ligadas à higiene pelo fato de que o simples afastamento das condições normais de existência seria o bastante para

5 Esta foi a única obra encontrada até o momento escrita por Murillo de Campos que abordou especificamente a temática da higiene militar

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determinar, sobretudo nas camadas proletárias das grandes cidades, “alterações da morfologia corporal, assim como diminuição da robustez e da capacidade de trabalho, as quais, por muito tempo, se atribuíram a degeneração da espécie humana”. A verificação de determinados fatores maléficos, como as habitações insalubres ou superlotadas, uma alimentação insuficiente, falta de cultura física, o consumo de álcool, a proliferação de doenças evitáveis, teria trazido à comunidade a verdadeira explicação dessa “pseudodegeneração”(CAMPOS, 1927, p.5).

Vale ressaltar que na virada do século XIX para o século XX no Brasil, o debate científico sobre evolução seguia a todo vapor. Essa discussão biológica que envolvia as teorias de Jean-Baptiste Lamarck e de Charles Darwin, influenciara no debate médico/científico sobre higiene.

Continuando nossa análise sobre a obra, Murillo de Campos apresenta na introdução do texto dois pontos que seriam, a seu ver, fundamentais na elaboração de um projeto de Brasil. O primeiro seria a aplicação da higiene no meio militar e o segundo, a especialização dos médicos no campo do sanitarismo militar. No ponto sobre a aplicação da higiene no meio militar, Murillo de Campos ressalta que este processo seria importante, pois seria um fator de saneamento das populações, sejam elas do campo como também da cidade. Ao passar pela caserna, o indivíduo de qualquer procedência receberia a influência positiva dos exercícios físicos, da alimentação e da limpeza corporal obrigatório, além de ficar longe do alcoolismo e perto do cuidado com as doenças transmissíveis (CAMPOS, 1927, p.5).

O segundo ponto para Murillo de Campos está ligado ao primeiro, pois antes deste regime higiênico moderno, em período de guerra, as baixas se davam em maior número do que os feridos devido às doenças que se espalhavam rapidamente. Segundo este médico muito se falava de higiene militar, porém pouco se instruiu os oficiais na execução das bases dessa higiene militar. Por isso, a proposta apresentada por Murillo de Campos seria a de especializar, aos moldes dessa higiene moderna, o médico de unidade, seja no serviço de guarnição, seja no serviço de campanha (CAMPOS, 1927, p.6).

Considerações finais

Conforme procurei demonstrar ao longo deste trabalho, as teorias sobre higiene, eugenia, profilaxia e saneamento foram introduzidas no Brasil em um contexto marcado pelo projeto que mobilizou diversos setores e que tinha como objetivo construir e expandir os

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ideais de uma nação brasileira. Conforme destaca (SKIDMORE, 1976; STEPAN, 1976, SOUZA, 2006), a Primeira Guerra Mundial foi um dos elementos motivadores para que o discurso intelectual brasileiro se alinhasse com o político, na busca em compreender o Brasil pelo olhar brasileiro.

O desejo em buscar soluções brasileiras para os problemas brasileiros, e aqui nos referimos a procura em entender o que inviabilizava a formação do Brasil enquanto nação forte e homogênea, assim como as nações europeias, fizeram com que diversas instituições se inserissem neste debate nacional.

Foi neste contexto que dirigimos nosso olhar para o Exército brasileiro, procurando compreender como a classe médica militar, em específico a atuação de Arthur Lobo da Silva e Murillo de Campos, se inseriu neste debate nacional. Sintonizado aos discursos sanitaristas e da medicina social, além das questões referentes a formação nacional brasileira, tanto Arthur Lobo da Silva quanto Murillo de Campos procuraram apresentar as bases de um conhecimento médico/científico que fosse comum no interior do Exército, mas que também apresentasse alternativas para pensar estas questões em âmbito nacional.

Este conhecimento médico/científico que viabilizou o debate em contexto nacional, ficou conhecido como medicina militar. Arthur Lobo e Murillo de Campos, passaram a defender esta produção científica elaborada no meio militar, e que se constituía a partir das questões sobre higiene, profilaxia, saneamento, entre outras questões presentes em seu contexto, pensando o ambiente militar.

Como procuramos destacar ao longo deste trabalho, a medicina militar tornou-se o conhecimento científico utilizado para legitimar a atuação dos médicos militares e até mesmo para acrescentar capital simbólico a atuação destes profissionais, tendo em vista que na década de 1900 a 1910, o Exército passava por amplas reformas buscando a modernização dos departamentos, porém conforme destaca Cardoso (2014), dentre estes departamentos reformados, o Serviço de Saúde do Exército não recebeu a mesma atenção que os demais departamentos. Isso possibilitou que os médicos militares encontrassem na medicina militar uma maneira de apresentar a sua crítica a falta de atenção e também a importância do Serviço de Saúde neste processo de campanhas pelo saneamento do Brasil.

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CARDOSO, Rachel Motta. A Higiene Militar: um estudo comparado entre o Serviço de Saúde do Exército Brasileiro e o Cuerpo de Sanidad do Exército Argentino (1888-1930), Rio de Janeiro: [s.n.], 2013.

CASTRO, Celso. Insubmissos na justiça militar (1874- 1945). Usos do Passado’ — XII Encontro Regional de História ANPUH-RJ 2006.

CAMPOS, Murillo de. Elementos de Higiene Militar. Rio de Janeiro: Editora Paulo, Pongetti & CIA, 1927.

HOCHMAN, Gilberto. A Era do Saneamento: As bases da política de Saúde Pública no Brasil, 2ª edição, Editora Hucitec, São Paulo, 1998.

LIMA, Nísia Trindade, HOCHMAN, Gilberto. Condenado pela raça, absolvido pela medicina: O Brasil descoberto pelo movimento sanitarista da Primeira República. In: MAIO, Marcos Chor, SANTOS, Ricardo Ventura (Orgs.). Raça, ciência e sociedade. Rio de Janeiro: Fiocruz, Centro Cultural Banco do Brasil, 1996. 252p

MONTEIRO, Vitor José da Rocha. Do “exército de sombras” ao “soldado-cidadão”: saúde, recrutamento militar e identidade nacional na revista Nação Armada (1939-1947). / Vitor José da Rocha Monteiro. - Rio de Janeiro : s.n., 2010,

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SANTOS, Ricardo Ventura. Mestiçagem, degeneração e a viabilidade de uma nação: debates em antropologia física no Brasil (1870-1930).In: MAIO, Marcos Chor, SANTOS, Ricardo Ventura (Orgs.). Raça como questão: História, ciência e identidades no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2010.

SILVA, Arthur Lobo da. A antropologia no Exército brasileiro. Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, vol. XXX, 1927.

________. O Serviço de Saúde do Exército Brasileiro (Historia evolutiva desde os tempos

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SKIDMORE, Thomas. Preto no Branco: Raça e Nacionalidade no Pensamento Brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.

Referências

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