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PROJETO DE RELATÓRIO

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Academic year: 2021

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PT

Unida na diversidade

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Parlamento Europeu

2014-2019

Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar

2016/2222(INI)

3.11.2016

PROJETO DE RELATÓRIO

sobre o óleo de palma e a desflorestação das florestas tropicais (2016/2222(INI))

Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar

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PR_INI

ÍNDICE

Página

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU... 3 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS ... 7

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PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU sobre o óleo de palma e a desflorestação das florestas tropicais

(2016/2222(INI))

O Parlamento Europeu,

– Tendo em conta os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas para o período 2015-2030,

– Tendo em conta o acordo global sobre o clima – COP 21,

– Tendo em conta o relatório intitulado «Globiom: a base para a política de biocombustíveis para o período pós-2020»,

– Tendo em conta o relatório da Comissão 2013-062 intitulado «O impacto do consumo da UE na desflorestação»,

– Tendo em conta a Declaração de Amesterdão que defende uma cadeia de abastecimento de óleo de palma plenamente sustentável até 2020,

– Tendo em conta o artigo 52.º do seu Regimento,

– Tendo em conta o relatório da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar e o parecer Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural

(A8-0000/2016),

A. Considerando que a União Europeia tenciona ratificar o Acordo de Paris e

desempenhará um papel fundamental na consecução dos objetivos fixados no domínio da proteção do ambiente e do desenvolvimento sustentável;

B. Considerando que a UE desempenhou um papel decisivo na definição dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com os quais o problema do óleo de palma está

fortemente associado (ODS 2, 3, 6, 14, 16, 17 e, em especial, 12, 13 e15);

C. Considerando que a maioria das empresas que comercializam óleo de palma não estão em condições de garantir que o óleo de palma das suas cadeias de abastecimento não tenha contribuído para a desflorestação;

D. Considerando que, nos últimos 20 anos, o cultivo de óleo de palma tem estado na origem de 20 % da desflorestação em termos globais;

E. Considerando que os ecossistemas tropicais de inestimável valor, que apenas ocupam 7 % da superfície terrestre, estão sujeitos a uma pressão crescente resultante da desflorestação e do estabelecimento de plantações de óleo de palma, provocando, por exemplo, grandes incêndios florestais, o desaparecimento de rios, a erosão dos solos, a perda de águas subterrâneas, a poluição de cursos de água e a destruição de habitats naturais raros, e levando mesmo a que os ecossistemas deixem de desempenhar funções básicas, o que tem causado um impacto significativo no clima a nível mundial;

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F. Considerando que 30 a 50 % dos incêndios na Indonésia em 2015 ocorreram em turfeiras ricas em carvão, fazendo deste país um dos principais responsáveis pelo aquecimento global no mundo;

G. Considerando que, em 2014, 45 % do óleo de palma importado para a Europa foi utilizado como combustível para os transportes (o que corresponde a um aumento de 34 % desde 2010);

H. Considerando que, de acordo com as estimativas, a procura de óleo de palma duplicará até 2050; que estão a ser constantemente criadas novas plantações e que as superfícies dedicadas a esta cultura na Indonésia, na Malásia e noutros países da Ásia, mas também na África e na América Latina, têm vindo a aumentar;

I. Considerando que a perda de habitats naturais inseridos em florestas tropicais está a pôr em risco a sobrevivência de um grande número de espécies (por exemplo, os

rinocerontes e os tigres de Sumatra e o orangotango de Bornéu);

Considerações gerais

1. Está plenamente consciente da complexidade que a questão do óleo de palma encerra e assinala a necessidade de atuar com base na responsabilidade coletiva de múltiplos intervenientes, nomeadamente a UE e as organizações internacionais, os

Estados-Membros, os países onde o óleo de palma é cultivado e as populações locais, as empresas privadas ou as ONG; assinala que todos estes intervenientes têm de participar na resolução deste problema;

2. Observa que o óleo de palma pode ser cultivado de forma responsável e contribuir efetivamente para o desenvolvimento económico de um país na condição de não contribuir para a desflorestação, de não serem criadas plantações em turfeiras e de os direitos das comunidades indígenas serem respeitados;

3. Regista que existem vários tipos de regimes de certificação voluntários, nomeadamente o RSPO, o ISPO e o MPOCC, e congratula-se com o desenvolvimento desses regimes para se atingir um cultivo de óleo de palma sustentável;

Recomendações

4. Solicita que as empresas que cultivam óleo de palma apliquem, no âmbito do desenvolvimento das suas plantações, a abordagem «High Carbon Stock» ou HCS; chama a atenção para a necessidade de criar planos de ordenamento do território abrangentes que tenham em conta os terrenos utilizados pelas populações locais para o cultivo de alimentos, as turfeiras e as Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVC) e que respeitem o direito que assiste às comunidades de utilizarem a terra com base no «consentimento livre, prévio e informado» (FPIC);

5. Apela à UE para que continue a estabelecer acordos de parceria voluntários, como o FLEGT; observa que uma abordagem semelhante poderia também ser aplicada ao óleo de palma, permitindo um melhor controlo deste setor nos países de destino;

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6. Insta a UE, em complemento aos acordos de parceria voluntários, a elaborar uma

legislação relativa a esses acordos do domínio do óleo de palma, na linha do regulamento da UE sobre a madeira;

7. Solicita à Comissão que lance campanhas de informação em cooperação com o setor não lucrativo e forneça aos consumidores informações completas sobre as

consequências do cultivo irresponsável de óleo de palma; insta a Comissão a assegurar que as informações que garantem que um produto não está associado à desflorestação sejam fornecidas aos consumidores através de uma indicação especial inscrita no próprio produto;

8. Lamenta que o RSPO, ISPO e MPOCC e todos os outros sistemas de certificação reconhecidos atualmente não proíbam os seus membros de transformarem florestas tropicais ou turfeiras em plantações de palma, não sejam passíveis de limitar as emissões de gases com efeito de estufa durante o processo de estabelecimento e de exploração das plantações e, em resultado, sejam incapazes de prevenir grandes incêndios florestais e incêndios em turfeiras; apela à Comissão para que convide o RSPO a alterar os seus critérios de certificação e a aplicá-los de forma rigorosa; insta a Comissão a apoiar o desenvolvimento de sistemas de certificação multilaterais que garantam que o óleo de palma que certificam:

– não provocou desflorestação, destruição de turfeiras e de outros habitats com valor ecológico;

– não esteja na origem de problemas sociais ou conflitos;

– permita que os produtores de óleo de palma de pequena dimensão sejam incluídos no sistema de certificação e garanta a sua participação justa nos lucros;

9. Exorta a Comissão a reforçar as medidas ambientais no âmbito dos seus acordos comerciais, com vista a evitar a desflorestação relacionada com o óleo de palma; 10. Exorta a Comissão a aumentar os direitos aduaneiros sobre as importações de óleo de

palma que tenha provocado desflorestação e cuja produção não tenha em conta os custos reais associados aos prejuízos ambientais que provoca; observa que este instrumento requer a participação dos sistemas de certificação;

11. Insta a Comissão e os Estados-Membros da UE a darem maior ênfase ao

desenvolvimento de ferramentas que facilitem uma melhor integração das questões de proteção do ambiente na cooperação para o desenvolvimento; regista que esta

abordagem ajudará a assegurar que as ações no domínio do desenvolvimento não provoquem problemas ambientais indesejados e, pelo contrário, participem nas atividades de conservação;

12. Insta a Comissão a continuar a desenvolver atividades de investigação com vista a recolher informações sobre o impacto do consumo europeu no processo de

desflorestação;

13. Exorta a Comissão a desenvolver estratégias e tecnologias destinadas a reduzir o impacto do consumo europeu na desflorestação registada em países terceiros;

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14. Insta a Comissão a apoiar atividades destinadas a criar sinergias entre a PAC e as políticas cujo objetivo consista em reduzir a desflorestação (REDD + e a estratégia em matéria de biodiversidade); solicita à Comissão que avalie as possíveis consequências da reforma da PAC para os países não pertencentes à UE27, dado que essa reforma pode resultar num aumento da desflorestação maciça;

15. Observa que os Estados-Membros, ao ratificarem a Declaração de Amesterdão, têm a possibilidade de apoiar medidas destinadas a promover uma produção de óleo de palma sustentável;

16. Exorta a Comissão a intervir para que, o mais tardar em 2020, se deixe de utilizar o óleo de palma enquanto componente de biodiesel;

17. Insta a Comissão a prestar apoio a organizações que visem acima de tudo a conservação

in-situ, mas também ex-situ, de todas as espécies animais afetadas pela perda de

habitats, devido à desflorestação decorrente do cultivo de óleo de palma;

18. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão e aos governos e parlamentos dos Estados-Membros.

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EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Em matéria de desenvolvimento sustentável, a Comissão considera que «o desenvolvimento sustentável visa satisfazer as necessidades das gerações do presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades.» A consecução de um desenvolvimento progressivo e a longo prazo da sociedade humana representa uma das pedras angulares da UE, devendo, por conseguinte, constituir um aspeto a ter em conta no nosso processo de tomada de decisões, nomeadamente em questões como o óleo de palma. Há menos de 20 anos que o óleo de palma se tornou no óleo mais amplamente utilizado, representando também uma das causas da destruição generalizada de diversos ecossistemas nas zonas tropicais. Esse produto fez com que as ilhas de Sumatra e de Bornéu na Indonésia fiquem na história como exemplos da desflorestação mais rápida ocorrida desde o

aparecimento do Homem. Infelizmente, a rapidez sem precedentes com que esse setor industrial se desenvolveu encobriu as ameaças subjacentes à expansão maciça de monoculturas. Com o passar do tempo, verificou-se que os riscos daí decorrentes foram subestimados e que as consequências negativas do cultivo excessivo e quase não

regulamentado deste produto são agora notórias.

Os ecossistemas tropicais, nomeadamente as florestas tropicais, que representam apenas 7 % da vegetação a nível mundial, nunca enfrentaram desafios tão importantes como os atuais desde o começo da humanidade. Para além das perdas ao nível da vegetação, verifica-se igualmente a extinção de muitas espécies animais, algumas das quais ainda nem tinham sido descobertas. O impacto do cultivo do óleo de palma não se encontra, no entanto, circunscrito às florestas tropicais. Os ecossistemas marinhos contíguos a essas zonas enfrentam

igualmente uma pressão crescente. É visível a perda de águas subterrâneas insubstituíveis e o desaparecimento de rios, para além da ocorrência de grandes incêndios florestais e em

turfeiras. O clima está a mudar nas regiões afetadas, contribuindo para as alterações climáticas a nível global. Estas alterações não só afetam a fauna e a flora tropical, mas também as

populações locais, cuja subsistência está estreitamente ligada aos ecossistemas. O óleo de palma está, por conseguinte, a tornar-se a causa de muitos conflitos sociais e económicos. A rapidez com que estas alterações estão a decorrer é alarmante e apela, por conseguinte, a uma resposta imediata.

A UE é o terceiro maior mercado para o óleo de palma e, por esse motivo, tem importantes responsabilidades nas mutações em curso nos países tropicais onde esse produto é cultivado. Além disso, as instituições financeiras europeias figuram entre os maiores investidores neste setor. São, por conseguinte, responsáveis pela forma como o seu dinheiro é gerido. Convém assinalar que muitos intervenientes estão na origem destes problemas, pelo que têm uma responsabilidade partilhada. A UE e os seus Estados-Membros, enquanto intervenientes nesta situação, devem assumir as suas responsabilidades e tomar medidas para melhorar a situação, que é atualmente crítica.

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As Nações Unidas fixaram a Agenda 2030 sobre o Desenvolvimento Sustentável, que define 17 grandes objetivos a serem alcançados dentro do prazo previsto. Os problemas do óleo de palma estão relacionados com todos esses 17 objetivos, mas ainda mais com os objetivos 2, 3, 6, 14, 16 e 17 e, em particular, com os objetivos 12, 13 e 15. Tal ilustra a gravidade do

problema subjacente ao óleo de palma e a razão por que é fundamental aprofundar o quanto antes esta questão e procurar soluções satisfatórias a longo prazo.

Referências

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