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ESPECIALIZAÇÃO EM INTEGRAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL À EDUCAÇÃO BÁSICA NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E

ADULTOS

A IMPORTÂNCIA DO CONSELHO PARTICIPATIVO NA

MODALIDADE EJA DA ESCOLA MUNICIPAL “SONHAR E SER

FELIZ” EM SÃO LEOPOLDO

IEDA ALBINA MATTE

Orientador: Profª. Dr

a

. Maria Elly Herz Genro

Porto Alegre 2009

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FICHA CATALOGRÁFICA M435i Matte, Ieda Albina

A importância do Conselho Participativo na Modalidade EJA da Escola Municipal “Sonhar e ser feliz” em São Leopoldo / Ieda Albina Matte ; orientadora Marly Elly Hey Genro . – Porto Alegre, 2009.

24 f. : il.

Trabalho de conclusão (Especialização) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação. Curso de Especialização em Educação Profissional integrada à Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos, 2009, Porto Alegre, BR-RS.

1. Educação. 2. Educação de Jovens e Adultos. 3. EJA. 4. Conselho Participativo – Democratização – Aprendizagem significativa – EJA. 5. Escola Municipal “Sonhar e ser feliz” – São Leopoldo, RS. I. Genro, Marly Elly Hey. II. Título

CDU 374.7

__________________________________________________________________________ CIP-Brasil. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação.

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Caminhante, é o teu rosto o caminho, é nada mais; caminhante, não há caminho. o caminho faz-se a andar.

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A IMPORTÂNCIA DO CONSELHO PARTICIPATIVO NA MODALIDADE EJA DA ESCOLA MUNICIPAL “SONHAR E SER FELIZ” EM SÃO LEOPOLDO

Ieda Albina Matte1

RESUMO: O presente artigo tem como objetivo principal apresentar os resultados encontrados a partir da pesquisa realizada com os alunos e professores da modalidade EJA, da Escola Municipal de Ensino Fundamental “SONHAR E SER FELIZ”, em São Leopoldo-RS. A pesquisa investigativa teve como principal meta, entender de que forma o conselho participativo, que ocorre nesse espaço escolar, pode ser compreendido como um espaço de democratização de uma aprendizagem significativa para os alunos da EJA e que é, ainda, uma ferramenta importantíssima para os professores poderem avaliar sua própria prática pedagógica no dia-a-dia. Os principais autores que embasaram a parte teórica foram Humberto Maturana, Paulo Freire, Edgar Morin e Sônia Kruppa. Os conceitos trabalhados sobre o Conselho de Classe Participativo foram abordados a partir de autores como Pedro Demo e Vítor Paro, todos enfocando a questão da participação efetiva dos alunos na construção da sua própria aprendizagem. A pesquisa se configurou como uma pesquisa qualitativa descritiva e teve como instrumentos as observações realizadas na escola, principalmente nos momentos do conselho participativo, nas reuniões de formação desse grupo de professores e a participação de sete alunos da EJA e sete professores respondendo uma entrevista semi-estruturada.

PALAVRAS-CHAVE: EJA. Conselho Participativo. Aprendizagem significativa.

1 Introdução

Como construir solidariedade na escola se as pessoas não estão abertas umas às outras? Tocar a profundidade interior de cada sujeito é o começo de tudo. As fronteiras sociais só podem ser cruzadas através da sedução emocional, e nunca através da razão (MATURANA, 2003, p. 37).

A Educação de Jovens e Adultos tem como característica bem peculiar e muito própria: a possibilidade de criar relações sociais entre sujeitos - professor e aluno, aluno e aluno, alunos e comunidade escolar da EJA – por acontecer num espaço em que, além do resgate de competências não adquiridas durante a época regular de escola, como ler e escrever, é um lugar que resgata, sobretudo, a autoestima, a vontade de vencer, a vontade e a oportunidade de fazer “o melhor” para a sua própria vida. Essas possibilidades se abrem, a

1 Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos e professora de Ciências da modalidade EJA do município de São Leopoldo. Este artigo, realizado para cumprir o requisito parcial para obtenção de título de especialista em PROEJA, do curso de Especialização em PROEJA, realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi orientado pela professora Dra. Maria Elly Herz Genro.

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partir da idéia de que a EJA tem em sua proposta pedagógica o trabalho com atividades significativas que estão quase que obrigatoriamente, vinculadas às experiências de vida dos educandos.

A partir dessa idéia, é possível entender que, dentro da Educação de Jovens e Adultos, muitos espaços são oportunizados para que exista o diálogo, a educação “participada” em que, alunos e professores constroem coletivamente a aprendizagem de cada sujeito, respeitando limitações, modo de ser, viver e conviver de cada indivíduo. Nesse sentido, vale pensar na atividade que ocorre na Escola “SONHAR E SER FELIZ”, na cidade de São Leopoldo, denominada Conselho de Classe Participativo. Essa atividade ocorre no final de cada trimestre e caracteriza-se por tornar possível o encontro de alunos e todos os professores, incluindo àqueles que trabalham na biblioteca e laboratório de informática, para se discutir a aprendizagem coletiva e individual de cada etapa ocorrida durante o período.

A ideia de trabalhar a questão do Conselho Participativo na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, vista a partir do ponto de vista da oportunidade de transformação para a educação, surgiu quando, depois de anos de experiência em sala de aula, comecei a perceber o quanto essa experiência, com a perspectiva democrática - que é o Conselho Participativo - tornou-se um ponto de apoio para que todo nosso grupo docente, mais os alunos da EJA pudéssemos ir “crescendo” enquanto sujeitos autônomos e seguros da educação.

Pensando na consideração de Maturana (2003), transcrita propositalmente no início do texto, pode-se refletir sobre a necessidade de criar espaços em que sujeitos possam se olhar, dialogar, trocar idéias e experiências com o objetivo de tornar, realmente, a educação em uma possibilidade da construção de um mundo mais justo, mais cidadão e, principalmente, um mundo em que as pessoas estejam conscientes de todas as suas interações dentro de uma sociedade.

O central da convivência humana é o amor, as ações que constituem o outro como um legítimo outro na realização do ser social que tanto vive na aceitação e respeito por si mesmo quanto na aceitação e respeito pelo outro. A biologia do amor se encarrega de que isso ocorra como um processo normal se se vive nela. [...] Se aprendi a conhecer e a respeitar meu mundo, seja este o campo, a montanha, a cidade, o bosque ou o mar, e não a negá-lo ou a destruí-lo, e aprendi a refletir na aceitação e respeito por mim mesmo, posso aprender qualquer fazeres (MATURANA, 2003, p. 44).

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Por isso, optei por pesquisar a questão do Conselho Participativo. É um tema que envolve eventos que realmente são significativos para a vida escolar dos nossos alunos da EJA. Diante de tantos problemas, principalmente de evasão e a pouca motivação e repetência por parte dos nossos alunos, entendi que seria muito útil pesquisar sobre o Conselho Participativo, para repensar a aprendizagem significativa na EJA. Optei pelo tema para descobrir se esta atividade, realizada nessa escola, é estimulante para a permanência dos alunos na escola e se também serviria como um meio de aproximação entre professores e alunos, objetivando compreender que a importância de um bom relacionamento entre educadores e educandos influenciaria nestes problemas citados acima. A pesquisa é válida, também, para, como educadores, pensarmos em futuras investigações sobre o tema, já que há poucos estudos nesta área específica.

Entendo, também, no que diz respeito ao relacionamento professor e aluno, que a complexidade de ser professor, não está somente em ser professor da Educação de Jovens e Adultos, mas sim em ser profissional – pessoa e ter a sensibilidade de perceber que o ser humano está inserido em um mundo complexo, onde a cultura, a razão, o afeto e a vida em sociedade podem conduzir aos diversos caminhos da existência.

Enquanto professora da EJA em São Leopoldo, observei algumas diferenças significativas dos alunos após as reuniões do conselho participativo. Por isso, a questão de pesquisa foi: Como alunos e professores da EJA, na Escola “SONHAR E SER FELIZ”, percebem a relevância e os objetivos do Conselho Participativo?

2 O meu envolvimento com a pesquisa

“E estou propondo que... recuperemos a coragem de falar na primeira pessoa, dizendo com honestidade o que vimos, ouvimos e pensamos”. (Rubem Alves) A proposta de Rubem Alves (1988) foi bastante decisiva no momento de optar em incluir mais esse pequeno texto reflexivo como parte integrante desse artigo com o objetivo de mostrar o quanto essa pesquisa foi importante para mim, tanto para o meu crescimento pessoal quanto profissional.

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Rubem Alves, em vários de seus escritos, coloca a necessidade de educadores se envolverem mais nas pesquisas científicas e, mais do que isso, que não deixem o tom “impessoal” da academia, tirar o brilho e “boniteza”, como se referiu Gadotti ao sonho da educação, nos relatos de suas experiências como educadores e pesquisadores.

Comecei a refletir sobre a ideia de que nenhum educador cresce se não reflete sobre o seu desempenho enquanto profissional e se não questiona a sua própria ação que foi desenvolvida. E que o aluno, também num processo similar, não avança na sua aprendizagem se não reflete sobre ela mesmo. Partindo desse pressuposto, é possível pensar que só entramos no “fazer” quando refletimos sobre a nossa prática pedagógica. E é exatamente isso, que tem ocorrido na escola objeto dessa pesquisa, no que diz respeito ao Conselho Participativo.

Partindo dessa perspectiva - a busca por uma reflexão mais fiel possível sobre a questão da pesquisa - vale lembrar que um estudo de caso etnográfico possibilita uma visão profunda e ao mesmo tempo ampla e integrada de uma unidade complexa. Neste estudo, alguns aspectos etnográficos estiveram presentes.

Os estudos etnográficos são uma técnica, proveniente das disciplinas de Antropologia Social, que consiste no estudo de um objeto por vivência direta da realidade onde este se insere. De acordo com André (2001, P. 37),

a pesquisa etnográfica permite analisar a componente social das tarefas desempenhadas numa dada organização tornam-se extremamente úteis para ultrapassar a dificuldade que existe na recolha dos requisitos derivados de formas rotineiras e tácitas de trabalhar: modo como realmente as pessoas executam as suas funções que muitas vezes difere da forma como as definições dos processos sugerem que elas devem fazer; cooperação e conhecimento das atividades de outras pessoas.

A etnografia tem origem na Antropologia Social, um dos quatro campos da Antropologia, que surgiu da necessidade de compreender as relações sócio-culturais, os comportamentos, ritos, técnicas, saberes e práticas das sociedades até então desconhecidas, e que tem vindo a ser adaptada a problemas comuns da atualidade.

Este estudo por observação é necessário porque parte do comportamento das pessoas é baseado em conhecimento não-falado, o conhecimento tácito. Assim, não é suficiente fazer perguntas, é necessário observar o que as pessoas fazem, as ferramentas que utilizam e como se relacionam entre si.

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Essa pesquisa, então, apoiou-se nas observações das reuniões pedagógicas da escola num período de dois meses, bem como a observação e coleta de falas significativas do corpo docente da escola e dos alunos da EJA a partir de uma entrevista semi-estruturada (em anexo) aplicada a ambos os grupos – somando um total de quinze entrevistados – sete professores da escola (EJA), a coordenadora pedagógica e sete alunos da EJA, constituindo-se, assim, como uma pesquisa qualitativa.

Com certeza a pesquisa não se encerra com os dados apresentados. Ela apenas discute alguns pontos e lança a proposta para outras investigações sobre o tema abordado.

3 Retomada da proposta da EJA – O Conselho Participativo a partir da perspectiva da uma aprendizagem significativa e democrática

Os desafios que vêm surgindo nos tempos modernos para todos os que trabalham com educação têm exigido versatilidade e capacidade de “rever” e refletir sobre o “novo”.

Por isso, no contexto atual educacional, surge a necessidade da reflexão sobre a prática pedagógica por parte de professores. Surge a necessidade, urgente, de momentos de discussão, de problematização dentro das escolas, sobre a educação que se quer para o futuro.

Observando o que diz a Declaração de Hamburgo (1997)2, percebe-se a Educação de Jovens e Adultos também vive o constante desafio de buscar práticas que sejam, realmente, significativas e relevantes para os alunos de EJA.

A educação de adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século 21; é tanto conseqüência do exercício da cidadania como condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de um requisito fundamental para a construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça (DECLARAÇÃO DE HAMBURGO, p. 3, 1997).

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Na evolução da política das Nações Unidas em relação a educação de adultos, a Conferência de Hamburgo, promovida pela UNESCO em 1997, representa um marco importante na medida em que estabeleceu a vinculação da educação de adultos com o desenvolvimento sustentado e eqüitativo da humanidade. A Declaração de Hamburgo é um texto aprovado pela CONFITEA V – (Conferência Internacional de Educação de Adultos), em Hamburgo – Alemanha, no ano de 1997.

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Se retomarmos a trajetória histórica da EJA, que ao longo dos anos já recebeu vários nomes, é possível perceber que o objetivo primeiro da modalidade é ter como funções essenciais, como diz a lei de reparar, equalizar e qualificar o aluno/sujeito que freqüenta a EJA.

Pensando mais adiante, no que dizia Paulo Freire (1996), sobre uma educação baseada na prática dialógica e nas experiências significativas para o aluno, veremos que falta muito para que o projeto de EJA se torne uma proposta diferenciada e transformadora. Isso se explica pelo fato de que alunos e professores ainda não perceberam a importância desse espaço para a prática dialógica. Os alunos da EJA precisam ser mais incentivados a se perceberem como construtores da sua própria aprendizagem. Os professores, então, tornam-se peças chaves nesse processo, pois são eles os facilitadores para que esse aluno da EJA encontre o seu espaço dentro da sociedade. Mesmo a Educação de Jovens e Adultos propor uma educação transformadora, construtora de novos olhares para o mundo, ainda encontramos, na prática diária, a educação bancária, a transmissão do conhecimento como algo estanque, fora de um contexto mais amplo.

De acordo com os Parâmetros Curriculares da Educação de Jovens e Adultos – Proposta Curricular elaborada pelo Ministério da Educação (2002, p. 87), a identidade da EJA, na verdade, vem sendo construída e modificada ao longo dos últimos anos. Antes, chamada de “supletivo” tinha a conotação de compensar “o tempo perdido” ou “complementar o inacabado”, com a idéia de substituir de forma compensatória o ensino regular. Hoje já existe uma concepção de que a Educação de Jovens e Adultos corresponde a um espaço onde a aprendizagem e a qualificação são permanentes e não suplementares. Um espaço, também, fundamental para que o aluno esteja cada vez mais preparado para enfrentar os desafios impostos pela sociedade.

De acordo com Kruppa (2002, p. 14),

(...) Implantar a Educação de Jovens e Adultos (EJA), no Brasil, nos termos defendidos por Paulo Freire, a partir de seu conceito de dialogicidade, que pressupõe o alfabetizando sujeito de seu saber e uma proposta político-pedagógica baseada em relações de cooperação e solidariedade, é uma opção política e de política educacional.

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Em 2005, a partir do Decreto 5478/053, o Governo Federal lança, dentro dessa modalidade, o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA que abrange cursos que, como o próprio nome diz, proporciona formação profissional com escolarização para jovens e adultos.

Se buscarmos a trajetória histórica do movimento da educação popular no Brasil, de acordo com Kruppa (2002), é possível identificar que desde a década de 30 já existiam movimentos para que o número de analfabetos diminuísse. Projetos como MOVA, APRENDER É POSSÍVEL, na cidade de São Leopoldo, por exemplo, são exemplos dessa movimentação.

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos (2002, p. 87), é necessário que a escola assuma a função reparadora de uma realidade injusta, que não deu oportunidade nem direito de escolarização a tantas pessoas.

Ainda de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos (2002. p. 87), a escola deve, também, contemplar o aspecto equalizador, possibilitando novas inserções no mundo do trabalho, na vida social, nos espaços de participação dentro da sociedade. Mas há ainda outra função a ser desempenhada: a qualificadora, que implica à formação permanente, voltada para a solidariedade, a igualdade e a diversidade.

Essa batalha para aumentar a escolaridade é antiga. Muitos projetos surgiram, mas foram os movimentos sociais que deram as bases para a Educação de Jovens e Adultos que se tem hoje, afirma Kruppa (2002, p. 16). A autora afirma, ainda, que,

(...) o campo de atuação da sociedade civil na educação popular, por meio dos movimentos religiosos e sindicais, do setor empresarial, das associações de bairro, de moradores e de idosos, ou mesmo na tarefa de suprir o déficit de oferta de escolarização básica para os jovens e adultos, demonstra a importante contribuição desses sujeitos no campo da EJA. Portanto, os verdadeiros sujeitos da história da EJA no Brasil, além dos próprios jovens e adultos, são coletivos, representantes de governos, organizações não-governamentais, organismos internacionais, trabalhadores e patrões, sindicalistas e movimentos sociais que, de alguma forma, estão fazendo a EJA, na complexa e diversa realidade brasileira.

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Hoje a discussão sobre pensar em políticas públicas para a EJA já é bem mais aceita. A Educação de Jovens e Adultos começa a ser pensada como Política Pública Permanente, ou seja, hoje já se pensa que os recursos financeiros distribuídos, no passado só para o Ensino Fundamental e Médio, também devem ser utilizados para os alunos da EJA.

A cidade de São Leopoldo, por exemplo, tem feito, desde o ano de 2005, discussões sobre a proposta pedagógica que se quer para esse município. Várias mudanças já foram efetivadas, entre elas, a criação de espaços democráticos dentro da EJA no sentido de que os alunos sintam-se como parte integrante da sua própria construção da aprendizagem. Na EJA, um desses espaços é o Conselho de Classe Participativo.

O Conselho Participativo deve ser entendido como uma estratégia para uma maior qualidade no processo educacional, abrindo-se espaços para que o diálogo em relação à aprendizagem aconteça entre alunos e professores.

De acordo com Demo (1992, p.10),

no mundo moderno a educação em sentido amplo de capacidade de aprender a aprender e de constantemente reciclar-se, tende a ser o patrimônio mais estratégico da pessoa e da sociedade, principalmente em termos de oportunidade de desenvolvimento.

O Conselho de Classe, então, torna-se um espaço de reflexão pedagógica em que os alunos e professores, situam-se conscientemente no processo, servindo para reorientar a ação pedagógica, a partir de fatos apresentados e metas traçadas para os alunos da EJA. De acordo com Penin (1992, p. 90),

não está nas possibilidades da escola mudar as características de vida dos alunos ou de suas famílias, mas, a escola pode e deve mudar as formas e condições do serviço prestado, conforme as características dos alunos. (PENIN, 1992, p.90).

Nesse sentido, a opção pelo Conselho Participativo torna-se uma inovação tanto para alunos quanto professores, pois a história do Conselho de Classe escolar mostra que esse espaço era visto (e ainda é) como um momento fechado em que só os professores se reúnem para determinar e “medir” a aprendizagem do aluno.

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Para Barbier (1985, p. 35), “como o objetivo é aprender depressa, não devemos ter medo de enfrentar as próprias insuficiências”. Neste sentido, é importante tornar realidade o fato de usufruir do Conselho de Classe como um espaço de participação, de construção e autonomia, considerando o contexto em que ele se insere.

Na verdade, o Conselho de Classe, deveria ser entendido como um espaço democrático, de participação, no qual, tanto aluno quanto professores, transformam-se em agentes da própria construção de aprendizagem significativa na escola.

Este espaço de reflexão, que é o conselho de classe, deve estar envolto de muita afetividade e ser um momento de prazer, ajudando com muita alegria para que o grupo se conheça, analise sua ação, descubra meios eficazes para seu crescimento (GRIBOSKI, 1998, p.19).

O conselho participativo, na Escola “SONHAR E SER FELIZ” ocorre uma vez a cada trimestre, com cada turma separadamente, seus educadores e a supervisora. São colocados para debate todos os problemas da turma entre si, dela com professores, dela com funcionários e sugestões para possíveis encaminhamentos. É dada a oportunidade de todos expressarem suas idéias e no término desse primeiro momento, cada aluno senta com cada professor para ver como poderia sanar suas dificuldades em todas as disciplinas. Também é feita uma autoavaliação e avaliação coletiva. No final, são dados pareceres descritivos, com conceitos já construídos, de modo que o aluno perceba suas dificuldades em cada disciplina.

A escola deve conscientizar seus alunos a respeito de seus direitos e deveres, dentro da comunidade escolar, ajudando-os na conquista do aumento de sua autoestima. Deve, também, possibilitar a valorização da solidariedade, amizade, autonomia possibilitando estes alunos a visualizarem uma atitude mais significativa para suas vidas.

Com um referencial teórico importante para essa pesquisa, observaram-se importantes considerações a respeito do que foi elencado anteriormente nas obras de Humberto Maturana e Francisco Varela (2003), “A árvore do conhecimento”. Para os autores vivemos em um mundo compartilhado que nos leva a um processo vital. Somos modificados pelo que experenciamos. A vida é um processo de conhecimento, apesar de construirmos o mundo e ele nos construir também, cabe a nós mudarmos nossas vidas quando nos encontramos insatisfeitos.

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Conforme a vida se apresenta estaremos continuamente nos transformando, pois somos autônomos e dinâmicos. As emoções são muito importantes na maneira de agir dos seres humanos (MATURNANA, 2003). A competição seria a negação do outro, pois não é da nossa natureza biológica. Em relação à educação há uma necessidade de melhorar a qualidade de vida do conviver humano para depois pensar-se no trabalho. O diálogoseria um elemento central na relação que produz conhecimento. Enfim, a educação é criadora do conhecimento de vida, logo, é continuamente criada.

Também na obra de Maturana (2002), “A ontologia da realidade”, tem-se a idéia de que estamos repetindo nossas emoções de acordo com o que e com quem vivemos, agindo assim até encontrarmos outras pessoas ou fatos que nos mostram através de vivências ou conversas, novas emoções. A partir dessa idéia, percebe-se a importância da conversa. Este intercâmbio de conversações mostra-nos novas possibilidades, tornando-nos talvez mais responsáveis para fazer escolhas e observarmos as conseqüências de nossas ações.

Os estudos de Maturana e de outros autores que também enfatizam a relação entre o conhecimento e o viver, explicitam o sinônimo entre conhecer e viver. A noção de viver-conhecer está diretamente vinculada com o modo de relacionar-se e de organizar-se nessa relação. Não se trata de adaptação ao meio. O viver-conhecer, de acordo com Maturana (2002), na relação significa, ao mesmo tempo, a criação/recriação desse espaço relacional, e de outros, e a criação/recriação do sistema em relação. Pode incluir, em algum momento, a adaptação, mas vai além dela.

Nesse sentido, os espaços educativos constituem-se em fenômenos sociais que manifestam, com fundamento nas emoções, os pensamentos, os conceitos e os objetivos dos grupos sociais, num processo histórico e relacional, criando realidades que, nesta interação constante, recria os sujeitos dela participantes. Para Humberto Maturana, este agir humano nas relações é cooperativo.

Percebe-se, então, que o Conselho de Classe Participativo, constituído a partir da idéia do diálogo, do “ouvir” o outro e discutir com seus pares a própria essência da vida, com certeza, é uma prática que pode abrir novas possibilidades de “convivências” mais democráticas, mais humanizadoras no sentido de, juntos, se descobrir novas formas de “ser” e “estar” nesse mundo de múltiplas interações sociais.

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4 Análise dos resultados

A Gestão Democrática prevista pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB Lei nº 9394/1996) em seu artigo 12 inciso VI, estabelece uma nova perspectiva de Planejamento Participativo, possibilitando a autonomia das escolas em definir as suas regras democráticas bem como a participação da Comunidade Escolar em todos os processos de aprendizagem dentro da escola. Nesse sentido, percebe-se a necessidade de ações educativas que possam tornar possível o diálogo participativo entre alunos e professores sobre o processo de ensino-aprendizagem dos educandos.

Nesse contexto, é necessária uma nova dinâmica para o Conselho de Classe, possibilitando uma reflexão avaliativa dos conteúdos dados, a qualidade do trabalho desenvolvido, o aproveitamento dos alunos, o desempenho e a metodologia utilizada pelos professores bem como a estrutura física e a administração geral da escola na melhoria do ensino e da Instituição Escolar como um todo.

Na escola investigada,os alunos da modalidade EJA têm a oportunidade, desde o ano de 2004, de participar do Conselho Participativo a cada trimestre a fim de avaliar a sua própria aprendizagem durante o período.

A sistemática do Conselho Participativo é a seguinte: cada etapa, ao final do trimestre, recebe um cronograma de atividades que indica o dia em que cada turma será atendida para o Conselho Participativo. É importante e essencial que todos os alunos participem e, principalmente, que todos os professores que trabalham com a turma estejam presentes.

A partir das observações realizadas, em um destes conselhos de classe e das entrevistas feitas com alunos e professores, optei por analisar os dados encontrados com o olhar atento para duas categorias de análise – a organização do conselho participativo, incluindo os momentos que antecederam esse momento propriamente dito, e as falas positivas e negativas que foram colocadas por alunos e professores, apresentadas no Quadro 1.

O primeiro ponto a ser destacado aqui é a organização do Conselho Participativo. A partir de falas que se repetiram, tanto em relação a alunos quanto professores, é notável que existe a necessidade de um melhor entendimento, por parte de professores e alunos, sobre o que realmente significa estar em Conselho Participativo.

A fala de uma das alunas comprova essa falta de preparação anterior ao processo do conselho.

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Tem alunos que não entendem o que é o Conselho Participativo, principalmente os novos. Eles precisam saber por que o conselho existe (ALUNA 1).

A fala de um professor é bastante similar ao que a aluna propõe.

Há necessidade de uma preparação do conselho antes. Motivar os alunos para colaborarem e vir (PROFESSOR 1).

Se pensarmos que um dos objetivos do Conselho Participativo é fazer com que o aluno possa ter a oportunidade de conhecer melhor os objetivos e metas de seus professores, ter uma melhor interação com a turma e se perceber como sujeito ativo da sua própria aprendizagem e, sobretudo, compreender o processo de avaliação como um todo e sempre em movimento contínuo, parece ser muito interessante que um contato “pré-conselho” acontecesse na escola, tanto com alunos quanto professores. Estipular o momento da avaliação coletiva, quando os problemas, tanto de aprendizagem quanto de convivência, devem ser expostos e debatidos por todos, pode auxiliar no trabalho futuro da sala de aula. Muitos alunos, por exemplo, ressaltaram que seria importante, também no Conselho Participativo, colocar os problemas da turma, pois só assim o trabalho do dia-a-dia de sala de aula poderia melhorar.

Dentro da proposta avaliativa do documento base do PROEJA (2006), temos a idéia de que a avaliação deve ser desenvolvida numa perspectiva processual e contínua, por meio de um processo interativo que considere o aluno capaz de transformações significativas na realidade. Nesse sentido, o Conselho Participativo pode ser um desses elos de interação, por isso a importância de um trabalho mais específico junto aos alunos. Mais conversas, tanto por parte dos professores ressaltando a importância desse momento, quanto da coordenação pedagógica. É preciso motivar esse aluno a participar desses momentos como sendo parte essencial da sua própria avaliação.

Essas falas, coletadas durante as entrevistas e nas observações realizadas durante o Conselho de Classe Participativo, indicam que o Conselho Participativo nessa escola é muito bem aceito e que, com certeza, traz mais benefícios do que pontos negativos. No entanto, é evidente, também, que talvez fosse o momento para se discutir mais intensamente sobre como fazer com que todos os alunos participem e possam entender os objetivos de ações como essas.

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O resultado do conselho nunca atinge a todos os alunos. A presença não significa comprometimento e abertura para o diálogo. O público atingido é parcial (PROFESSOR 2).

Isso parece tudo certinho, mas levanto duas questões: Acho que os alunos ficam inibidos de falar sobre o professor porque ele está ali. E o que fazer com os alunos que não compareceram ao conselho participativo? (PROFESSOR 3)

Os pontos positivos e negativos mais recorrentes, na fala de professores e alunos durante as entrevistas, foram agrupados no quadro abaixo:

Pontos Positivos do Conselho Participativo Pontos Negativos do Conselho Participativo 1) Momento importante para conhecer melhor o

aluno e colocar nossos objetivos de trabalho; (P)

1) Muitos alunos não participam porque acreditam que é um momento só pra receber “broncas”; (P)

2) Momento importante para conversarmos com nossos professores, conhecê-los melhor; (A)

2) Alguns alunos tem vergonha de participar; (P) e (A)

3) Podemos colocar nossos pontos de vista – dizer o que está bom e o que está ruim; (A)

3) Muitos alunos não entendem a importância do Conselho e não participam, acham que estamos “matando aula”; (P)

4) Depois do Conselho melhorou bastante o relacionamento entre professores e alunos; (P)

4) Os professores poderiam explicar melhor em que conteúdo deveríamos melhor; (A)

5) O aluno se sente valorizado. Ele espera o momento do Conselho Participativo; (P)

5) O Conselho não serviu para nada – os alunos continuam bagunçando em sala de aula. (A) 6) O momento individual com cada professor é

muito importante. É possível entender melhor em que pontos devo melhorar meu rendimento; (A)

6) Deveríamos falar sobre as regras no Conselho de Classe. (A)

7) O aluno se sente ouvido e importante; (A) 8) É ótimo receber elogio dos professores. Me sinto reconhecido; (A)

9) A organização em sala de aula melhorou muito. Os alunos obedecem mais; (A)

10) O aluno percebe a sua responsabilidade enquanto sujeito no que diz respeito as mudanças que deseja ver dentro da sala de aula. (P)

Quadro 1 – Pontos Positivos e Negativos – Conselho de Classe Legenda – P (Professor) A (Alunos)

O que ficou evidente no momento da análise dessas falas é que o Conselho Participativo é instrumento muito importante para que alunos e professores possam “encontrar-se” para refletir, não só sobre a avaliação, mas, também, sobre a própria convivência em sala de aula. Evidente, também, é que para a maioria dos alunos e professores o Conselho só contribui para o ambiente de aprendizagem. É claro, também, que é preciso alguns ajustes na forma como o Conselho Participativo está vinculado às outras atividades dos

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alunos da EJA. É preciso retomar a reflexão sobre esse espaço tão importante, fazendo um trabalho paralelo no sentido de incentivar os alunos a participarem desse momento. É preciso, também, elencar alguns objetivos e metas para cada conselho para que o foco do trabalho não se perca.

A partir dessa perspectiva, foi possível entender que o Conselho Participativo para os alunos da EJA, na Escola “SONHAR E SER FELIZ”, aponta para vários pontos positivos que possibilitam a melhora desses alunos em sua aprendizagem, bem como, a forma como estes “pensam” o ser e estar aluno da EJA.

4 Algumas considerações...não finais

Sendo o amor a emoção que funde a origem do ser humano e sendo o prazer do conversar nossa característica, resulta em que tanto nosso bem estar quanto nosso sofrimento dependem do nosso conversar.

(MATURANA, 2002)

Através da conversa com outras pessoas podemos refletir e nos conscientizar de que o que pensamos pode ser diferente. Logo, podemos ter atitudes novas e obter outro tipo de resultado em nossas próprias vidas.

Os alunos da EJA são sujeitos mais fragilizados, envoltos, muitas vezes, em problemas sociais como o desemprego e a falta de oportunidades no mercado de trabalho, fatores esses que permitem perceber que são alunos que precisam conversar e serem ouvidos. Muitas vezes, pelo fato de terem longas jornadas de trabalho durante o dia, na qual não podem expressar seus verdadeiros sentimentos e idéias pela falta de humanização em muitas atividades de trabalho que exercem, encontram, apenas na ESCOLA, um espaço para essa expressão.

Em muitos locais onde trabalham são considerados apenas um número a mais, no entanto, na EJA, quando podem se expressar como, por exemplo, em um conselho participativo, quando podem ser ouvidos, demonstram que estas atividades são de extrema importância em suas vidas.

Como professora da EJA, percebo que, durante as aulas não há possibilidade de uma conversa mais individual com todos os alunos devido ao tempo, mas no conselho, ao conversarmos individualmente com eles, olhamos em seus olhos e eles acabam contando

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partes importantes de suas vidas e nós passamos a olhá-los de forma diferente da qual o víamos antes. De certa forma, o processo inverso também ocorre porque os alunos têm a oportunidade de conhecer melhor seus professores. Começa um entrosamento maior, uma confiança entre ambos. Sempre observo uma melhora significativa, nas aulas seguintes ao conselho participativo.

Nos dias de hoje, devido a grandes transformações da sociedade, há necessidade de muito diálogo, muito “ouvir”. São muitas as histórias trazidas pelos alunos – filhos, amores, envolvimento com drogas, filhos indesejados, maridos marginais etc.

Diante de todos esses testemunhos e interações reais, de vida, de sentimento, de novos olhares que se travam num Conselho de Classe Participativo, torna-se essencial que cada vez mais sejam abertos espaços, dentro da escola, para esses diálogos, para conversas, para a participação efetiva dos alunos e professores numa tentativa de construir uma escola mais humanizada.

O que foi possível perceber, também, é que, mesmo que alguns alunos ainda não tenham percebido a importância do Conselho Participativo para a sua própria aprendizagem, a maioria deles entendem esse espaço como uma forma de se avaliar e reavaliar a si próprios e de, sobretudo, como um momento de diálogo com seus professores, colegas e com eles próprios, pois ouvindo o “outro” é possível, também, ouvir a si mesmo.

A sugestão a ser colocada nesse trabalho é que, talvez, fossem importantes momentos de sensibilização antes do Conselho Participativo a fim de interagir com os alunos para que eles estivessem melhores preparados para o dia do Conselho. Esse trabalho, com certeza, não acontece de uma hora para outra. É necessário planejamento, perseverança e, sobretudo, afetividade ao introduzir a proposta.

É importante lembrar que este estudo não teve a pretensão de adentrar numa análise mais aprofundada sobre a repercussão dessa proposta no contexto escolar como um todo, visto que uma análise assim pressupõe um estudo bem mais profundo e contextualizado com todos os segmentos da escola. Dessa forma, fica um convite para aqueles que se propõem, por exemplo, estudar a influência dos princípios democráticos na cultura organizacional de uma escola pública, especialmente no processo formativo dos educandos e/ou docente, mais especificamente o espaço do Conselho de Classe Participativo.

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Referências

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BRASIL. Lei 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Art.26. Brasília: Difel, 1997.

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DEMO, Pedro. Metodologia científica em ciências sociais. São Paulo: Atlas, 1992. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

_____________. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido. Novo Hamburgo: FEEVALE, 2003, p. 34-36.

GÓMEZ, R.; FLORES, J.G.; JIMÉNEZ, E. G. Metodologia da investigação qualitativa. Málaga: Aljibe, 1999.

GRIBOSKI, Claudia M. A importância do conselho de classe participativo na construção democrática do processo de aprendizagem dos alunos. Monografia de Especialização em Educação da Universidade Federal de Santa Maria, 1998.

KRUPPA, Sônia Maria Portella. Educação de Jovens e Adultos – possibilidades e desafios do presente. In: OLIVEIRA, Romulado P. ; ADRIÃO, Theresa (orgs). Organização do ensino no Brasil – níveis e modalidades na Constituição Federal e na LDB. São Paulo: Xamã, 2002, p. 14-16.

LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E.D. A pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1986.

MATURANA, Humberto R.; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do entendimento humano. Campinas: Psy II, 2003.

MATURANA, Humberto. A ontologia da realidade. Belo Horizonte: EDUFMG, 2002. PENIN, Sônia T. S. Educação Básica a construção do sucesso escolar. Revista Aberto, Brasília, nº 53, 1992.

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Obras Consultadas

BEDIN, Sílvio Antônio. Escola: da magia da criação. As éticas que sustentam a escola pública. Passo Fundo: UPF, 2006, p. 12.

CAVALCANTE, Meire. O que dá certo na Educação de Jovens e Adultos. Nova Escola, São Paulo, n. 184, ago, 2005, p. 16-27.

CHALITA, Gabriel. Educação: A solução está no afeto. São Paulo: Gente, 2000, p. 34. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Editora Alternativa, 2001.

LUCE, M.B.; MEDEIROS, I.L.P. de (Org.). Gestão Escolar Democrática: concepções e vivências. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006.

MORIN, Edgar; CIURANA, Emilio-Roger; MOTTA, Raúl Domingo. Educar na Era Planetária: o pensamento complexo como método de aprendizagem no erro e na incerteza humana. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2003, p. 17.

MORIN, Edgar; KERN, Anne Brigitte. Terra-pátria. Porto Alegre: Sulina, 1996, p. 16. PACHECO, José. Sozinhos na Escola. São Paulo: EDS, 2003.

PARO, Vítor Henrique. Por dentro da Escola Pública. São Paulo: Xamâ, 1997.

RIBEIRO, V. M., A formação de educadores e a constituição da Educação de Jovens e Adultos como campo pedagógico, Educação e Sociedade, n 68, ano XX, dez, 1999, p. 184-200.

SÃO LEOPOLDO. E.M.E.F Olímpio Vianna Albrecht. Projeto Político e Pedagógico. São Leopoldo: E.M.E.F Olímpio Vianna Albrecht, 2007.

SÃO LEOPOLDO. Secretaria Municipal de Educação. Regimento da Educação de Jovens e Adultos: Ensino Fundamental. São Leopoldo: Prefeitura Municipal de São Leopoldo, 2001. VEIGA, Alfredo José da. Caminhos investigativos: novos olhares na pesquisa em educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

YUS, Rafael. Educação integral: uma educação holística para o século XXI. Porto Alegre: ARTMED, 2002.

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ANEXO 1

Roteiro de entrevista (Alunos)

1. O que você acha do Conselho Participativo?

2. Como se sentiram fazendo parte do Conselho Participativo? 3. Aponte pontos positivos e negativos do Conselho Participativo?

Roteiro de entrevista (Professores)

1. O que você acha do Conselho Participativo?

2. Como se sentiram fazendo parte do Conselho Participativo? 3. Aponte pontos positivos e negativos do Conselho Participativo?

4. Como você(s) percebeu/perceberam a organização do Conselho de Classe Participativo?

5. Você(s) pensa(m) que este tipo de Conselho de Classe Participativo pode contribuir para o melhor andamento da escola como um todo?

6. Como foi o envolvimento dos demais participantes do Conselho de Classe Participativo?

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ANEXO 2

Fala dos professores

1. Fazer a fala antes e eles depois foi muito enriquecedor e realmente educa. Ter um espaço para falar e é um momento de muita seriedade, eles se sentem ouvidos e importantes.

2. Sentem-se valorizados, esperam pelo conselho, ficam perguntando pela data do próximo. Ficam mais próximos. O professor esta me olhando. E é um olhar do grupo e depois individual. Super importante. Até para ouvir do professor criticas ou falar bem. Enquanto professor é desgastante. Tem que ver antes vários detalhes como notas, atitudes e forma de trabalhar. Colocando a forma que avalia, individualmente fica mais claro para saber o que modificar. É eles tem que crescer. Muda o enfoque.

3. Todos teriam que vir. Os mais fragilizados acham que vão ser “marreteados” e não vem, com medo e vão depois atrás do professor para ver suas notas. Outros não vêm para não se expor. Temos que fazer mais separado as classes quando for individual para não ficar ouvindo a fala dos outros. Sentar menos agrupados.

4. Há diferentes percepções das responsabilidades dentro das aulas quanto a mudanças. A imagem dos professores parece ser mais unida para eles. O professor reforça a identidade perante o aluno e sonda quanto a sua contribuição é positiva ou negativa perante o ambiente escolar. Às vezes parece de um lado povo e de outro poder. Talvez possa haver mudanças, a supervisora vai antes e pergunta sobre as aulas, nos informando depois.

5. O resultado do conselho nunca atinge a todos os alunos. A presença não significa comprometimento e abertura. O publico atingido é parcial.

6. O conselho abre uma via de diálogo que se prolonga estimulando a avaliação dos conteúdos propostos e métodos.

7. O aluno nos vê de forma diferente e nos o vemos de forma diferente. É um momento de aproximação.

8. Isso parece tudo certinho, mas levanto duas questões: Acho que os alunos ficam inibidos de falar sobre o professor porque ele esta ali. E o que fazer com os alunos que não compareceram ao conselho participativo?

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9. Alguns perdem e tem alunos bons que faltam também. O que não é tão bom aluno por medo não vem, ou talvez alguns não comparecem por nunca ter participado e não entender real importância

10. Há necessidade de uma preparação do conselho antes. Motivar os alunos para colaborarem e vir.

Falas dos alunos

1. O aluno expõe seu ponto de vista, podendo ver quais são as condições dela. Se está indo bem ou não e em quais matéria.

2. Os professores tanto estimulam quanto chamam a atenção do aluno, por isso é tão importante o Conselho Participativo.

3. Deu pra pensar bastante. A gente pode sugerir coisas diferentes também.

4. Serve para informar sobre as matérias, para saber quanto precisa de nota, o que pode melhorar.

5. Não gostei muito. Os professores não se declaram muito para os alunos. Não fazem reforço da matéria. Não dizem em que o aluno está ruim. Acho que poderia ser melhor.

6. Eu gostei porque pude dizer que tem professores que não deixam recuperar as provas que a gente faltou. Falei também que tem muitos alunos que conversam e não deixam a gente estudar. Isso deveria ser falado no Conselho.

7. Não houve melhora depois do Conselho.

8. O conselho é bom porque podemos expor nossa opinião e os professores também. Houve uma melhora de alguns depois do conselho.

9. Muitos alunos não entendem o Conselho. Acho que deveria ser trabalhado antes com os alunos o que vai acontecer no dia.

10. Gostei de colocar meu ponto de vista. Conversamos com os professores e foi bem legal.

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11. O último conselho valeu a pena. Foi bem legal e a turma melhorou bastante. Melhorou também o relacionamento com os professores. Nos sentimos bem à vontade. Nos expressamos sem vergonha.

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