• Nenhum resultado encontrado

Complexo esportivo e hostel como propulsor do turismo em Lauro Muller/SC

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Complexo esportivo e hostel como propulsor do turismo em Lauro Muller/SC"

Copied!
97
0
0

Texto

(1)

Complexo Esportivo e Hostel

Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

(2)

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA MATTEI MADEIRA

COMPLEXO ESPORTIVO E HOSTEL COMO PROPULSOR DO TURISMO EM LAURO MULLER/SC

TUBARÃO 2017

(3)

AMANDA MATTEI MADEIRA

COMPLEXO ESPORTIVO E HOSTEL COMO PROPULSOR DO TURISMO EM LAURO MULLER/SC

TUBARÃO 2017

Orien tado r: Prof. Dr. Ar q. Vladimir Ferna ndo Stello

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requesito parcial para obtenção do título de Bacharel.

(4)

DADOS CADASTRAIS

Acadêmica: Amanda Mattei Madeira

Matrícula: 542888

Endereço: Rua Benício Fernandes Madeira, 728 - Bairro Cairu Cidade: Lauro Muller/ SC

Contato: (48) 3464-4832 / (48) 99910-0439 E-mail: amandamattei24@gmail.com

Orientador: Prof. Arq. Vladimir Fernando Stello, Dr. E-mail: vladimir.stello@unisul.br

(5)

FOLHA DE ASSINATURAS

TUBARÃO 2017

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requesito parcial para obtenção do título de Bacharel.

Tubarão, ____ de ______________ de 2017.

Prof. Arq. Vladimir Fernando Stello, Dr. (Orientador)

Orientador 1

(6)

Agradeço, primeiramente à Deus, por me presentear com força e coragem para conseguir vencer todos os obstáculos que encontrei nessa tragetória acadêmica.

À minha família, que sempre me apoiou e me incentivou mesmo nas adversidades encontradas durante a faculdade, em especial ao meu pai, Jair, por me ensinar e compartilhar comigo sua paixão pelo esporte, o que culminou neste trabalho de conclusão de curso.

Aos meus amigos, que sempre me apoiaram e souberam ser abrigo nos momentos que mais precisei.

Ao meu orientador Vladimir, por ser um profissional em que me espelho, por respeitar a opinião do próximo sempre tentando aprimorá-la, e por compartilhar comigo seus ensinamentos para a elaboração deste trabalho.

Aos meus colegas e professores que compartilharam comigo momentos de afliação e ensinamentos, conhecimentos técnicos e de vida, que levarei para sempre comigo.

(7)

“Nunca deixe o medo de errar, impedir que você jogue.”

Albert Einstein

(8)

A crescente de eventos esportivos no município de Lauro Muller/SC, ressaltou problemas quanto aos espaços esportivos e as condições hoteleiras da cidade, por isso, o presente trabalho tem como objetivo a proposta de um Complexo Esportivo e de um Hostel, projetados através da análise do esporte e do turismo, bem como seus públicos alvo, características históricas e técnicas através de revisões bibliográficas, assim como a análise de projetos de referência a fim de auxiliar no processo de construção da proposta. Além disso, realizou-se a análise da cidade, bem como da área próxima ao terreno de implantação para compreender as necessidades à serem sanadas com a elaboração da proposta, desenvolvida à nível de partido arquitetônico.

Palavras-chave: Esporte; Turismo; Complexo esportivo;

Hostel.

The growing number of sporting events in the municipality of Lauro Muller / SC, highlighted problems regarding sports spaces and hotel conditions in the city, so the present work aims to propose a Sports Complex and a Hostel, designed through analysis sport and tourism, as well as its target audiences, historical and technical characteristics through bibliographic reviews, as well as the analysis of reference projects in order to assist in the proposal construction process. In addition, the analysis of the city, as well as the area close to the site of implantation was carried out to understand the needs to be solved with the elaboration of the proposal, developed at the level of the architectural party.

Keywords: Sport; Tourism; Sports complex; Hostel.

(9)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO AO TEMA...14 1.1. INTRODUÇÃO...14 1.2. PROBLEMÁTICA/ JUSTIFICATIVA...15 1.3. OBJETIVOS...15 1.3.1. Objetivos Gerais...15 1.3.2. Objetivos Específicos...15 1.4. METODOLOGIA...16 2. REFERENCIAL TEÓRICO... 18 2.1. ESPORTE...18 2.1.1. Conceito e História...18

2.1.2. Importância das práticas esportivas...18

2.1.3. O esporte na infância e adolescência...19

2.1.4. O esporte na idade adulta e na terceira idade...20

2.1.5. A relação do esporte com o desenvolvimento das cidades...20

2.2. TURISMO...21

2.2.1. Conceito e História...21

2.2.2. A importância do turismo...22

(10)

2.2.3.1. Turismo Esportivo...23

2.3. O ESPORTE E O TURISMO EM LAURO MULLER/ SC...24

3. REFERENCIAL PROJETUAL... 28

3.1. CENTRO PARAOLÍMPICO BRASILEIRO... 28

3.1.1. Ficha técnica ...28

3.1.2. Acessos/ Circulação ...28

3.1.3. Volume/ Massa ...30

3.1.4. Definição dos espaços ...31

3.1.5. Estruturas e técnicas construtivas ...31

3.1.6. Zoneamento funcional/ Hierarquias espaciais ...32

3.1.7. Conforto Ambiental ...33

3.1.8. Relação do edifício com o entorno/ do interior com o exterior ...34

3.1.9. Ordem de Ideais/ Simetria e Assimetria ...34

3.1.10. Partido ...35

3.1.11. Motivo da Escolha ...35

3.2. CENTRO DESPORTIVO JULES LADOUMÈGUE...37

3.2.1. Ficha técnica ...37

(11)

3.2.3. Volume/ massa ...39

3.2.4. Definição dos espaços/ Zoneamento funcional ...39

3.2.5. Estruturas e técnicas construtivas/ conforto ambiental...40

3.2.6. Hierarquias espaciais ...41

3.2.7. Relação do edifício com o entorno/ do interior com o exterior ...42

3.2.8. Ordem de ideias ...43

3.2.9. Motivos para a escolha ...43

3.3 CENTRO DE TREINAMENTO DO CRICIÚMA ESPORTE CLUBE ...45

3.3.1. Ficha técnica ...45

3.3.2. Acessos e circulações ...45

3.3.3. Volume/ massa ...47

3.3.4. Definição dos espaços/ zoneamento funcional ...48

3.3.5. Estruturas e técnicas construtivas/ conforto ambiental ...49

3.3.6. Hierarquias espaciais ...49

3.3.7. Relação do edifício com o entorno/ do interior com o exterior ...51

3.3.8. Ordem de ideias/ simetria e assimetria ...51

3.3.9. Motivos para a escolha ...52

(12)

4. ANÁLISE DA ÁREA ...54

4.1. ÁREA DA PROPOSTA ...54

4.1.1. Aspectos da cidade ...54

4.1.2. Breve histórico ...54

4.1.3. Características Econômicas e Sócioculturais...55

4.1.4. Aspectos climáticos...56

4.1.5. Equipamentos Esportivos do Município...57

4.1.2. Terreno para a proposta...57

4.1.2.1. Escolha do Terreno/ Recorte Urbano e Equipamentos...57

4.1.2.2. Infraestrutura Urbana...58

4.1.2.3. Uso do Solo...59

4.1.2.4. Gabaritos...59

4.1.2.5. Cheios e Vazios...60

4.1.2.6. Sistema Viário - Hierarquias...60

4.1.2.6.1. Sistema Viário - Fluxos e Conflitos...61

4.1.2.7. Legislação...61

4.1.2.8. Aspectos Ambientais e Paisagísticos/ Topografia...62

(13)

4.1.2.10. Levantamento da estrutura existente...63 4.1.2.11. Síntese e Potencialidades...64 5. PARTIDO ARQUITETÔNICO...66 5.1 CONCEITO...66 5.2. DIRETRIZES...67 5.2.1. Diretrizes Urbanas...67

5.2.1.1. Integrar o campo já existente com a proposta...67

5.2.1.2. Criar vínculo com o Rio Passa 2...67

5.2.1.3. Proporcionr ao usuário, relação com o entorno...67

5.2.2. Diretrizes Arquitetônicas...67

5.2.2.1. Criar espaços flexíveis...67

5.2.2.2. Delimitar a separação entre área esportiva e hospedagem de forma clara...67

5.2.2.3. Estabelecer relação contínua entre exterior e interior...68

5.2.2.4. Resgate histórico...68

5.3. PROGRAMA DE NECESSIDADES ...69

5.3.1. Pré-dimensionamento...69

5.3.2. Organograma e Fluxograma...69

(14)

5.5. IMPLANTAÇÃO GERAL ...71

5.6. ELEMENTOS DA IMPLANTAÇÃO ...72

5.7. GINÁSIO POLIESPORTIVO ...73

5.8. ESPORTES INDOOR E BEM ESTAR ...74

5.9. HOSTEL ...75

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...76

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...78

8. APÊNDICES ...81

(15)

I. INTRODUÇÃO AO TEMA

O referente capítulo traz uma contextualização sobre o tema, junto com a problemática da área, tendo como objetivo principal apresentar a proposta de um Complexo Esportivo e Hostel na cidade de Lauro Muller/SC.

1.1. INTRODUÇÃO

JUSTIFICATIVA/ PROBLEMÁTICA

OBJETIVOS

METODOLOGIA

1.2.

1.3.

1.4.

(16)

1.1. INTRODUÇÃO

O surgimento do esporte em primeiro momento se teve através das atividades desenvolvidas para a sobrevivência humana, como a caça, corrida e como pré-preparo para as guerras. De acordo com o site Conceito (2017), o esporte já era praticado em diversas cidades gregas na Antiguidade e sua prática envolvia diversos tipos de atividades. Tal era o nível de relevância que se concedia à prática esportiva que foram organizados os primeiros Jogos Olímpicos, neste caso, um evento que envolvia várias cidades-estados.

Atualmente é ferramenta de interação entre as pessoas, auxilia na qualidade de vida, além de ser um instrumento de educação para crianças e adolescentes, e na idade adulta prepara o corpo para o envelhecimento de forma saudável.

De acordo com Ishy (1998, apud Asín, 1967), a prática de esportes, seja apenas nos finais de semana, ou em disputas de competições, pode ser considerada como turismo quando os praticantes deslocam-se de seus locais de residência fixa para os lugares onde ocorrerão as atividades desportivas, desde, é claro, que estes não se localizem na mesma cidade de residência habitual. Deverão também efetuar gastos que beneficiem os prestadores de serviços dos núcleos receptores, como restaurantes, lojas, hotéis, etc., e à comunidade residente. Isto é igualmente válido àqueles que apenas vão assistir aos eventos e competições esportivas. (ISHIY, 1998. p.49)

1. INTRODUÇÃO AO TEMA

14

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

Em Lauro Muller o esporte iniciou já na fundação da cidade, onde ali se formaram diversos times como o Henrique Lage Futebol Clube. Eles foram responsáveis pela consolidação do município como praticante das mais diversas modalidades esportivas, estando sempre em competições por toda a região, sendo a cidade, nos últimos anos, palco de competições como: Jogos Escolares de Santa Catarina (JESC), Olimpíada Estudantil Catarinense (OLESC), além de jogos da Liga Atlética da Região Mineira (LARM), jogos do Campeonato de Futsal Catarinense, entre outros.

Além disso, a Serra do Rio do Rastro, atrai para o município turistas de diversos estados do Brasil e alguns países nos seguintes desafios: Desafio da Serra do Rio do Rastro de Ciclismo, Black Trunck Race, Red Bull Drifting Extreme, a Meia Maratona e Maratona da Mizzuno, entre outros.

Desta forma, aproveitando-se da crescente expansão turística esportiva do município de Lauro Muller e de sua tradição histórica na cena esportiva do estado de Santa Catarina, o presente trabalho apresenta uma revisão bibliográfica, seguida da análise de projetos de referencias e do tema anteriormente mencionado, para propor como Trabalho de Conclusão de Curso I, a implantação de um Complexo Esportivo e Hostel na cidade já mencionada com o intuito de propulsionar o turismo no município.

(17)

1.2. PROBLEMÁTICA/ JUSTIFICATIVA

O município de Lauro Muller possui em seu território um dos principais cartões postais de Santa Catarina: a Serra do Rio do Rastro, que nos últimos anos ganhou destaque no cenário mundial graças as suas curvas, como "A estrada mais espetacular do mundo", segundo informa a reportagem do portal Sul In Foco.

Assim, suas subidas íngrimes também despertaram o interesse de diversas organizações esportivas, que hoje realizam disputas a nível nacional, e movimentam a cidade em todas as estações do ano, aumentando consideravelmente o turismo na região.

Por si só, o munícipio conserva ainda a tradição esportiva iniciada em 1924, quando fundou-se o Henrique Lage Futebol Clube (LOPES, 2008), primeiro time da cidade, sendo o esporte, atualmente, a principal oferta de lazer para todas as faixas etárias.

Esses eventos atraem turistas de vários estados e países, mas o município aind a carece de infraestrutura esportiva adequada, havendo super lotação dos equipamentos existentes, o que muitas vezes acaba reduzindo a quantidade de participantes nessas competições.

Esse déficit se apresenta também no setor hoteleiro da cidade, onde o número de leitos são inferiores às demandas ou deixam à desejar no conforto e qualidade dos serviços prestados, fazendo com que os visitantes acabem se alojando nas cidades da

15

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

região e não no município.

Sendo assim, o tema em estudo procura valorizar a tradição local, utilizando a arquitetura como instrumento para ofertar um espaço qualificado para a prática do esporte e ainda suprir a demenda hoteleira, atuando como propulsor e consolidador do turismo esportivo no município.

1.3. OBJETIVOS

1.3.1. Objetivos Gerais

O presente Trabalho de Conclusão de Curso I tem por objetivo o estudo para o desenvolvimento de um anteprojeto de um Complexo Esportivo e Hostel na cidade de Lauro Muller/ SC como propulsor do turismo no município.

1.3.2. Objetivos Específicos

Ÿ Buscar dados históricos referentes ao tema na cidade.

Ÿ · Buscar as definições e características referentes ao tema.

Ÿ Levantar dados sobre a atual situação esportiva e turística

do município.

Ÿ Realizar diagnóstico do local proposto, com dados e

normativas regentes para a elaboração da proposta.

Ÿ Estudar referências para melhor compreensão do tema, a

fim de auxiliar na percepção de fluxos, técnicas construtivas e etc.

Ÿ · Elaborar um programa de necessidades adequado à

(18)

Ÿ Criar partido arquitetônico com volumetria e implantação que se adéqüem a malha urbana existente e que sejam capazes de suprir as necessidades da cidade.

1.4. METODOLOGIA

Ÿ O trabalho será realizado seguindo a metodologia a seguir:

Ÿ Estudos relacionados ao tema proposto através de sites, livros, revistas, moradores, pesquisas bibliográficas, teses e coleta de

dados em órgãos públicos.

Ÿ Análise de referenciais projetuais e conceituais através da análises de projetos arquitetônicos condizentes ao tema e estudo de

caso no Centro de Treinamento do Criciúma Esporte Clube, para análise de fluxos, zoneamento e compreensão do tema. Ainda, estudar as legislações vigentes dos equipamentos selecionados para concepção correta do projeto.

Ÿ Diagnóstico da área e do entorno imediato com levantamento de dados físicos, clima, acessos, legislação, topografia, entre

outros, além de levantamento fotográfico para assegurar a elaboração de um projeto cabível a realidade em que se insere.

Ÿ Assessoramento semanais para esclarecimento de possíveis dúvidas que venham a surgir no decorrer deste trabalho.

Ÿ Desenvolvimento de diretrizes gerais e conceito norteadores do projeto, ainda elaboração do partido arquitetônico através de

croquis e implantação esquemática.

16

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

(19)

2. REFERENCIAL TEÓRICO

O referente capítulo traz como referência a história do esporte e do turismo, bem como a importância de cada um deles, as definições a cerca de cada um e a contextualização dos mesmos dentro da cidade onde será proposto o Complexo Esportivo e o Hostel.

2.1. ESPORTE

2.2. TURISMO

(20)

2.1. ESPORTE

2.1.1. Conceito e história

Segundo Oliveira, Silva Filho e Elicker (2014 apud BARBANTINI, 2012) o esporte é uma atividade competitiva institucionalizada que envolve esforço físico vigoroso ou o uso de habilidades motoras relativamente complexas por indivíduos, cuja participação é motivada por uma combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos.

Sua origem é tratada por diversos autores de períodos diferentes, uma vez que a própria definição da palavra esporte propriamente dita sofreu diversas alterações durante a história. Por exemplo, alguns autores mencionam a existência dos esportes não como objeto de recreação, mas como forma de sobrevivência desde os seres primitivos, onde era necessário caçar, saltar e lançar objetos a fim de conseguir alimentos.

Porém, segundo o Portal da Educação (2014) o esporte como entendemos hoje, surgiu por volta de 1850 a.C, no Egito, na Necrópole de Beni-Hassan, onde havia um mural com imagens que mostravam a luta em vários movimentos, assim como na Irlanda ocorreram arremessos em 1830 a.C. e salto em altura em 1160 a.C. Vestígios dos primeiros esquiadores são apontados na Noruega e dos primeiros remadores e pescadores na Rússia. Porém foi apenas no período de 75 a 83 d.C., que o esporte ganhou mais destaque, e novas competições ocorreram na Grécia e em Roma. (Portal da Educação, 2003, apud Duarte) (figura 01).

2. REFERENCIAL TEÓRICO

18

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva Collina sportiva

No Brasil, a situação não é muito diferente, uma vez que os índios que aqui habitavam já praticavam o arco e flecha, a canoagem e as corridas, entre outros.

Há relatos de que o primeiro esporte moderno praticado em nosso país foi o turfe (figura 02), na cidade do Rio de Janeiro. Podemos considerar o turfe, basicamente, como as corridas de cavalos. O turfe data seu início em meados de 1810, e era organizado pelos comerciantes ingleses, na Praia de Botafogo.No Brasil Imperial (1822 – 1889) surge a prática da capoeira, atividade trazida pelos africanos. (...). O remo foi considerado o principal esporte brasileiro na segunda metade do século XIX até o início do século XX, surgindo a criação de diversos clubes no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Rio Grande do Sul.Também nessa mesma época introduziram no Brasil a natação competitiva, o basquete, o tênis, a esgrima, e o futebol. (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2014. s/p).

Fig. 01. Atletismo na grécia.

Fonte: Site Atletismo na Web.

Fig. 02. Turfe em 1983, em Pelotas/RS.

Fonte: Site blogspot perfil Ritaturfe.

2.1.2. Importância das práticas esportivas

Segundo Pioner (2016), o esporte desenvolve competências técnicas e sociais com uma eficiência muito maior do que qualquer outra atividade, principalmente por ensinar a fazer, fazendo. Ou seja, é na prática que ele molda e interfere na vida das pessoas que o praticam. Além disso, estimula diversas habilidades como colaboração, comprometimento, adaptação,

(21)

i n i c i a t i v a , e n g a j a m e n t o , f o c o , r e l a c i o n a m e n t o interpessoal e resiliência. Ensina a lidar com as frustrações inevitáveis, com suas necessidades, expectativas e desejos (e com os dos outros também), a criar estratégias para vencer seus próprios l i m i t e s , a a d m i r a r o u t r a s p e s s o a s , c r i a o b r i g a ç õ e s e responsabilidades, inclui, exige esforço, convívio, resolução de conflitos, trabalha valores éticos e morais.

O esporte trabalha em diversos setores da vida humana em sociedade e devido à constante crescente de adeptos que buscam não somente qualidade de vida mas também melhora na estética do praticante, acaba auxiliando no índice do desenvolvimento humano brasileiro que segundo o censo de 2010 varia entre 0,73 à 0,79, apesar de que se comparado à outros países o Brasil necessite evoluir em infraestrutura e qualidade de oferta esportiva.

2.1.3. O esporte na infância e adolescência

O contato humano com o esporte não deve iniciar apenas na idade adulta. Para Oliveira, Silva Filho e Elicker (2014, apud Fock e Lins, 2010) esse contato deve ocorrer através da iniciação esportiva, de forma recreativa e aos poucos a criança vai conhecendo as características de determinado desporto. Descrevem também que a iniciação esportiva é o período em que a criança começa a aprender especificamente a prática de um ou vários esportes.

19

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

Influencia nas maneiras de pensar, de jogar, de brincar, de falar, de escutar e de se movimentar. Por meio destas diferentes linguagens é que se expressam no seu cotidiano, no seu convívio familiar e social, construindo sua cultura e identidade infantil (apud BASEI 2008), na pratica de alguma modalidade esportiva isto não muda, cada um irá jogar de uma maneira, se expressar de outra forma, agir diferentemente uma das outras. (OLIVEIRA, SILVA FILHO E ELICKER, 2014 apud LEITE, 2012).

Ainda segundo Oliveira, Silva Filho e Elicker (2014, apud Lazzoli, 1998) do ponto de vista de saúde pública e medicina preventiva, promover a atividade física na infância e na adolescência significa estabelecer uma base sólida para a redução da prevalência do sedentarismo na idade adulta, contribuindo, dessa forma, para uma melhor qualidade de vida da população. Com isso fica comprovado que para termos adultos saudáveis é necessário incutir nas crianças e adolescentes os benefícios de hábitos saudáveis e atividades físicas pelos resultados positivos para a nossa qualidade de vida.

Além disso é na adolescência que o indivíduo em f o r m a ç ã o e s t á s e n d o i n s e r i d o e m s o c i e d a d e e consequentemente mais suscetível aos problemas relacionados à ela, como isolamento social em virtude da divergência dos pensamentos e modo de vida e envolvimento com drogas e práticas criminosas. E é nessa etapa que o esporte entra como fator de integração social, até mesmo entre diferentes classes sociais.

(22)

20

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

2.1.5. A relação do esporte com o desenvolvimento das cidades

Além dos benefícios nas mais diversas etapas do indivíduo, o esporte também atua na sociedade, através do desenvolvimento das cidades. Uma sociedade mais saudável tem despesas médicas menores e introduz à hábitos mais saudáveis como, por exemplo, o uso de bicicletas que influenciam diretamente na mobilidade urbana. Além disso, a constante procura por equipamentos esportivos e sua implantação carecem de maior infraestrutura urbana, o que acarreta no melhoramento espacial dos municípios, quando executados de forma correta por parte do poder público. Sobretudo, influencia diretamente no turismo, onde os esportistas que se deslocam para outros locais em competições necessitam de leitos hoteleiros, usufruem da rede de alimentação das cidades, além de outros setores relacionados.

Fig. 03. Crianças e adolescentes praticando esportes em grupo.

Fonte: Site Buzzero.com

2.1.4. O esporte na idade adulta e terceira idade

Na idade adulta e na terceira idade o ato de praticar esportes influencia nos mesmo aspectos físicos que na infância e adolescência, mas acima de tudo, trabalha na saúde mental do praticante, sendo esse último o grupo mais beneficiado com a prática de atividades esportivas.

Os pesquisadores ressaltam que a melhora é mais significativa quando a pessoa escolhe aquela atividade como forma de lazer, assim consegue aproveitar mais aquele momento e a interação social que este o proporciona, melhorando assim o seu bem-estar. A participação em esportes de grupo proporcionam uma melhora na saúde como um todo comparado aos esportes individuais. Pessoas participando de atividades físicas em grupo tem um menor risco de depressão. Os estudiosos concluem que uma atividade física em grupo melhora o desenvolvimento do auto-conhecimento e do crescimento pessoal, fatores importantes para a saúde social. (REVISTA EXAME, 2014, versão online.)

Fig. 04. Idosos e adultos praticando musculação.

(23)

21

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

à hospitalidade. Apesar da vida nômade desses povos, sempre havia uma tenda pronta a receber os estranhos. Mas foi na Grécia Antiga que o Turismo começou a tomar forma como atividade econômica.

Por volta do século VII a.C., os eventos desportivos realizados a cada quatro anos na cidade-estado de Olímpia atraíam não apenas atletas como também espectadores. Os Jogos Olímpicos motivaram as primeiras viagens de lazer, que se tornaram importantes a ponto de se fazer trégua nas guerras para salvaguardar os viajantes. Todos os demais pontos do trajeto, e não apenas Olímpia, adaptaram-se e criaram estruturas de alojamento, alimentação e transporte para esses primeiros turistas. (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO, 2005, pg. 7-8)

Depois de vários períodos expandindo-se de diversas formas o turismo ficou paralisado na Segunda Guerra. Segundo Lima (2010) os efeitos da guerra são tão profundos, que somente em 1949, o turismo renasce, então com características crescentes de “turismo de massa”. A partir desse período as atividades turísticas ganham melhor organização nacional em diversos países. Desenvolveram-se os meios de transportes, os equipamentos de hospedagem, as agências de turismo, a infra-estrutura de base, entre outros.

No decorrer dos séculos, os homens viajaram de acordo com seus meios materiais disponíveis, seus conhecimentos adquiridos e suas convicções em vigor. (...) O século XX abriu as portas para a prática do turismo em grande escala, graças às transformações proporcionadas pela Revolução Industrial. O turismo passa a integrar a vida das nações. (LIMA, 2010, s/pg.)

Atualmente os edifícios com cunho esportivo têm influenciado alguns setores importantes no estado de Santa Catarina, como a geração de empregos e maior número de recursos financeiros.

A infraestrutura de eventos criada com a construção das Arenas Multiuso, pelo Governo do Estado, foi estratégica para impulsionar o turismo e incrementar as taxas de ocupação hoteleira em todas as regiões catarinenses, referindo-se, mais uma vez, à criação do Funturismo, instrumento da descentralização dos recursos para o turismo em todo o Estado. (OLIVEIRA, 2009, pg. 40)

2.2. TURISMO

2.2.1. Conceito e história

A primeira definição da palavra 'turismo' surgiu no século XIX e atualmente pode-se definir, segundo Oliveira (2000, pg. 31), como o fenômeno que ocorre quando um ou mais indivíduos se transladam a um ou mais locais diferentes de sua residência habitual por um período maior que 24h horas e menor que 180 dias, sem participar dos mercados de trabalho e capital dos locais visitados.

Segundo a Confederação Nacional do Comércio (2005) é muito provável que já houvesse algum olhar turístico nas longas viagens marítimas dos fenícios, inventores do comércio e da moeda, três milênios antes da era cristã, ou nas caravanas dos povos mesopotâmios (sumérios, babilônios, assírios) que atravessavam as regiões áridas do Oriente Médio, dando início a um culto singular

(24)

22

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

No Brasil, segundo a Confederação Nacional do Comércio (2005), o turismo iniciou-se nos caminhos abertos pelos bandeirantes, mais tarde usados no trânsito de pessoas e produtos entre o litoral e as regiões mineradoras. Ranchos toscos e rústicos, inicialmente improvisados à beira das estradas para abrigar os viajantes, assemelhados às antigas estalagens européias, foram o embrião da atividade hoteleira e comercial nessas regiões. Esse tipo de hospedagem perdurou até o século XX, no rumo dos tropeiros que conduziam rebanhos de gado bovino e eqüino, principalmente provenientes do Sul do país.

A vinda da família real e a sua comitiva, devido a transferência da corte portuguesa para a colônia, fez surgir e desenvolver a atividade hoteleira no Brasil (figura 05), onde as casas julgadas melhores tornavam-se abrigos para os portugueses.

Fig. 05. Palácio Imperial, em Petrópolis. Morada de verão da família real.

Fonte: extra.globo.com

Ainda, segundo a Confederação, a rota da evolução empreendida pelo Turismo nos séculos anteriores,

intensificaram--se no século XIX, onde as viagens eram realizadas em busca de cultura e recreação. Nesse período houve um contínuo processo de massificação do turismo. A evolução dos meios de transporte tornou as viagens mais acessíveis para outros segmentos da população que não a nobreza.

Em 1904 é aprovada a primeira lei de incentivos fiscais para a construção de hotéis no Rio de Janeiro, então Distrito Federal. O Turismo começou a se firmar no país como atividade de grande importância sócio-econômica. No entanto, a proibição dos jogos de azar, em 1946, pelo decreto federal nº 9.215, assinado pelo General Eurico Gaspar Dutra, provocou o fechamento não apenas dos cassinos, mas de vários desses grandes hotéis, que tiveram que reestruturar suas atividades. (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO, 2005, pg. 27)

A ocupação hoteleira caiu bruscamente a partir de 1945, com a proibição de cassinos, sofrendo um período de estagnação, e apenas no início dos anos 70 voltou a vigorar.

2.2.2. A importância do Turismo

O turismo está relacionado com o desenvolvimento das cidades e movimenta uma grande cadeia econômica, pois gera emprego e renda, aumenta a população turística que consequentemente consome mais alimentos e bens materiais e de serviços.

Esse consumo faz surgir a necessidade de uma infraestrutura melhor, beneficiando também a população residente. A busca por mão-de-obra local faz crescer, também, o

(25)

23

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

incentivo à busca pela profissionalização, uma vez que se necessita serviços mais especializados.

Além disso, pode vir a influenciar na qualidade do transporte público, na geração de empregos e na movimentação do comércio, além de expandir ou melhorar o setor gastronômico e de entretenimento da cidade.

2.2.3. Tipos de Turismo

O ministério do Turismo brasileiro divide o turismo em diversos segmentos a fim de organizá-lo para fins de planejamento, gestão e mercado.

A partir da oferta, a segmentação define tipos de turismo cuja identidade pode ser conferida pela existência, em um território, de:

a t i v i d a d e s , p r á t i c a s e t r a d i ç õ e s (agropecuária, pesca, esporte, manifestações culturais, manifestações de fé) .

aspectos e características (geográficas, históricas, arquitetônicas, urbanísticas, sociais).

determinados serviços e infra-estrutura (de saúde, de educação, de eventos, de hospedagem, de lazer). (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2017, pg. 2).

Partindo dessa segmentação, dividiu-se o turismo em diversas tipologias: Turismo Social, Ecoturismo, Turismo Cultural, Turismo de Estudos e Intercâmbio, Turismo de Esportes, Turismo de Pesca, Turismo Náutico, Turismo de Aventura, Turismo de Sol e Praia, Turismo de Negócios e Eventos, Turismo Rural e Turismo de Saúde.

Dentre os tipos de turismo citados no item anterior, o que se classifica dentro da proposta deste trabalho, é o turismo esportivo, que segundo o Ministério do Turismo (2017) pode ser definido como as atividades turísticas decorrentes da prática, envolvimento ou observação de modalidades esportivas.

O Tu r i s m o d e E s p o r t e s p o s s u i a l g u m a s características que o destaca, como:

* Estímulo a outros segmentos e produtos turísticos, uma vez que a estada do turista em um destino em função de determinado evento esportivo permite a visitação a outros atrativos e o consumo de produtos diversos caracterizando diferentes tipos de turismo

* Incentivo a eventos e calendários esportivos, já que a organização do segmento assenta-se primordialmente na realização de eventos esportivos de qualidade e com potencial de atratividade. Assim, quanto maior a movimentação turística em função de determinado esporte, maior é a n e c e s s i d a d e d e o r g a n i z a ç ã o d o s e t o r estimulando a elaboração de calendários bem definidos e compartilhados, e do fortalecimento dos eventos tradicionais e a ampliação da oferta a partir da criação e inovação de outros eventos

* Não depende, de modo geral, da utilização de recursos naturais para exercer atratividade, mas de equipamentos e estruturas específicas construídas para a prática do esporte

* Induz a implantação de estruturas esportivas também para o uso da comunidade receptora, como “legados”

* Funciona como indutor da infra-estrutura urbana.

(26)

24

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

* Não depende, necessariamente, do clima ou épocas do ano, mas principalmente da elaboração de calendário.

* Estimula a comercialização de produtos e serviços agregados (roupas e artigos esportivos, suplementos, etc).

* Estimula o sentimento de pertencimento e fortalece a auto-estima de quem pratica e de quem assiste a apresentação.

* Estimula práticas e estilos de vida saudáveis.

* Valoriza o ser humano e a prática do esporte.

* Promove a confraternização.

* Tem a capacidade de transformar as competições esportivas em fatores de sociabilidade. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2017, pg. 24-25).

2. 3. O ESPORTE E O TURISMO EM LAURO MULLER/SC

O esporte na cidade iniciou junto à exploração do carvão. O primeiro clube com finalidade esportiva foi o Henrique Lage Futebol Clube, que segundo Lopes (2008) foi fundado em 14 de março de 1924 recebendo da Cia Barro Branco a concessão do campo de futebol, na época chamado de Estádio Dr. Valdir Cotrin. Durante muitos anos disputou o Campeonato Catarinense, o Campeonato da Liga Atlética da Região Mineira (LARM), a Liga Tubaronense de Desportos, entre outros, sendo campeão da Liga Tubaronense em 1949, bi-campeão da 2ª Zona LTD em 1955 e 1956, tricampeão da LLMF(Liga Lauromülense Municipal de

Futebol) em 1957,1958 e 1959 e disputando a Liga Lauromullense Municipal de Futebol em 1959, sendo tricampeão.

A partir dai, surgiram outros clubes na cidade, o Esporte Clube Guatá (figura 07) e o Atlético Mineiro Futebol Clube (figura 06) que até 2008 mantinham suas atividades.

Seguindo a tradição que esses clubes deixaram, em 1977 criou-se a Comissão Municipal de Esportes - CME, que atua até hoje no município. Realizou sua primeira participação nos Jogos Abertos de Santa Catarina na modalidade Bocha.

Fig. 06. Escalação do Atlético Mineiro Futebol Clube

Fonte: Daniel Schuch

Fig. 07. Escalação do Esporte Clube Guatá

Fonte: Daniel Schuch

Essas participações em competições esportivas mantém o nome da cidade dentro das mais respeitadas na região, sendo um visor para que a cidade venha à ser sede de diversos campeonatos, como os Jogos Abertos de Santa Catarina, o Campeonato Moleque Bom de Bola, jogos da LARM - Liga Atlética da Região Mineira, da LUD - Liga Urussanguense Desportiva, entre outros.

(27)

25

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

Além disso, competições internas movimentam o município como o Interbairros de Futsal, Interbairros de Futebol de Campo, Intercolônias, Campeonato Aberto de Futsal, Campeonato Aberto de Vôlei, entre outros.

Integram as atividades esportivas pela Comissão Municipal de Esportes - CME,as escolinhas do projeto Anjo Futsal, Tigrinhos no futebol de Campo - parcerias com a empresa Anjo Tintas e com o Criciúma Esporte Clube - além das escolinhas de futebol de campo com meninos dos 9 aos 17 anos com professores da CME, e a escolinha de Karatê Jutsu que atende desde crianças à idosos. Segundo a CME integram o quadro de funcionários, 3 professores, 1 auxiliar e o presidente, que atendem mais de 500 alunos em diversas comunidades.

Há ainda, a Associação Desportiva Lauro Muller, associação privada que em 2011 começou a participar de campeonatos de futsal e futebol de campo, em competições como os campeonatos da LARM e LUD, disputando-os em diversas categorias como sub 13, sub 18 e adulto (figura 08 e figura 09).

Com a crescente visibilidade da Serra do Rio do Rastro no turismo catarinense e brasileiro, aumentou a procura de entidades esportivas interessadas em realizar competições nas curvas da serra, como o Desafio da Serra do Rio do Rastro de Ciclismo, Black Trunck Race, Red Bull Drifting Extreme, a Meia Maratona e Maratona da Mizzuno, que chegam a reunir mais de 2000 inscrições por etapas, segundo informações da CME. Alguns desses eventos chegam à ocorrer mais de uma vez no ano na cidade, movimentando a economia local e o setor hoteleiro.

A atividade hoteleira na cidade iniciou com o fundador da mesma, o senhor Henrique Lage que após iniciar a extração de carvão na localidade de Barro Branco, decidiu construir o Castelo Henrique Lage em homenagem à sua esposa Gabriela Benzazoni. Segundo Lopes (2008) a construção iniciou-se em 1919 com doze apartamentos e cinco quartos, que faziam parte de uma fazenda com 231,5 hectares. A obra que foi concluída em 1924, durante anos foi usada para hospedar visitantes ilustres e amigos do proprietário, em 1994 passou por uma restauração e anos depois foi adquirida pelo Grupo Salvaro, sendo hoje casa de campo da família e não estando aberta para a visitação do público (figura 10 e figura 11).

Fig. 08. Crianças do projeto Tigrinhos.

Fonte: Portal Sul In Foco

Fig. 09. Time sub 18 da ADLM em 2016.

Fonte: Portal Sul In Foco

Fig. 10. Atletas na Maratona da Mizzuno.

Fonte: Portal Engeplus

Fig. 11. Castelo Henrique Lage

(28)

26

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

Durante muitos anos a cidade não contava com nenhum hotel, estagnando assim seu setor hoteleiro, porém com o surgimento da demanda, alguns empresários construíram alguns hotéis e pousadas de pequeno porte, que deram início a rede hoteleira da cidade.

Atualmente o site da Prefeitura Municipal menciona 10 locais destinados à hospedagem no município, sendo que alguns destes localizam-se na área rural. Grande parte desses locais seguem a tipologia dos primeiros hotéis e pousadas do país, onde as residências são adaptadas para atender os visitantes, muitas vezes não atendendo as demandas necessárias (figura 12, 13,14, 15 e16).

Quando há competições e eventos simultâneos na cidade o setor hoteleiro fica sobrecarregado, levando alguns turistas à se hospedarem em cidades vizinhas.

Figura. 12. Pousada na área central da cidade. Figura. 13. Hotel em dia de competições. Figura 14. Pousada próxima à serra do Rio do Rastro.

Figura 15. Pousada na área rural da cidade. Figura 16. Restaurante e camping ao pé da serra. Fonte: Portal de Turismo da Prefeitura Municipal. Fonte: www.ferias.tur.br

Fonte: Portal de Turismo da Prefeitura Municipal.

Fonte: Portal de Turismo da Prefeitura Municipal.

(29)

3. REFERENCIAL PROJETUAL

O referente capítulo traz a análise de projetos de referência a fim de compreender o funcionamento do edifício e retirar informações que venham à auxiliar na elaboração da proposta.

3.1. CENTRO PARAOLÍMPICO BRASILEIRO

3.2. CENTRO DESPORTIVO JULES LADOUMÈGUE

3.3. CRICIÚMA ESPORTE CLUBE

(30)

3.1.1. Ficha técnica

Natureza do Edifício: Equipamento esportivo Arquitetura: L+ M Gets

Paisagismo: EKF Ano: 2016

Área total do empreendimento: 60.529,33 m² Área total do terreno: 140 mil m²

Local: Parque Estadual Fontes do Ipiranga - R. Alfenas, 269 - Campanário, Diadema - SP, Brasil

O Centro de Treinamento Paraolímpico Brasileiro foi uma obra implantada nos jogos "Rio 2016" que serve para treinamentos, competições e intercâmbios de atletas e seleções, onde pode-se realizar também a preparação física dos atletas, cursos, entre outras atividades. Concentra em um único local 15 modalidades paraolímpicas, atendendo aos requisitos das Federações Internacionais no Parque Fontes do Ipiranga em São Paulo.

28

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

Figura 17. Vista do Complexo Paraolímpico Brasileiro.

Acesso 1 - Rod. Imigrantes Acesso 2 - Rod. Imigrantes costeando o projeto

Acesso 3 - Viaduto Mateus Torloni Acesso 4 - Av. Miguel Estéfano Perímetro do Terreno

Legenda: Figura 18. Vista aérea da localização do complexo.

3.1.2. Acessos/ circulação

O acesso ao terreno de implantação do Complexo acontece principalmente pela Rodovia dos Imigrantes (SP 160), conforme mostra a imagem 18. Pela via lateral, em dois pontos é possível acessar a rua que costeia o complexo e que leva ao estacionamento externo.

No lado Leste, o acesso se dá pelo viaduto Mateus Torloni que encontra o acesso Oeste da Av. Miguel Estéfano em uma rótula em frente ao estacionamento externo.

Fonte: Site Archdaily

Fonte: Google Earth (modificado pela autora)

As entradas para os edifícios acontecem em diferentes níveis do terreno. O bloco helicoidal do primeiro pavimento que possui a recepção e a grande rampa é o principal acesso ao complexo esportivo, pois ele leva para a praça que distribui os acessos a cada setor (figura 19). Ao lado dele encontra-se um acesso que leva as áreas técnicas, enquanto nas laterais e nos fundos dos edifícios encontram-se os acessos secundários.

(31)

O projeto traz uma circulação em sua maioria superposta, já que a maioria dos ambientes são públicos e destinado à pratica esportiva. Porém, percebe-se também que o respeito pelos desníveis do terreno, não dificultaram a circulação acessível que se faz necessária e que o próprio autor faz questão de destacar. Ainda, os elementos de circulação vertical resultaram em marcações para os acessos aos edifícios (figura 19, 20, 21, 22 e 23).

29

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva Collina sportiva Legenda Circulação Sobreposta Circulação Linear Circulação Vertical Acesso primário Acesso secundário Acesso privativo Acesso veículos

Figura 19 - Análise de Circulações e Acessos do Primeiro Pavimento.

Fonte: Site Archdaily (modificado pela autora)

Figura 20 - Análise de Circulações e Acessos do Segundo Pavimento.

Figura 21 - Análise de Circulações e Acessos do Terceiro Pavimento.

Figura 22 - Análise de Circulações e Acessos do Quarto Pavimento. Fonte: Site Archdaily (modificado pela autora)

Fonte: Site Archdaily (modificado pela autora)

Fonte: Site Archdaily (modificado pela autora) Fonte: Site Archdaily (modificado pela autora)

Figura 23 - Análise de Circulações e Acessos da Cobertura.

(32)

3.1.3. Volume/ massa

O projeto não trabalha com apenas uma única forma definida, pois o autor trabalhou em equilíbrio com as linhas retas e orgânicas, conforme figura 24 (em vermelho linhas retas e em amarelo linhas curvas). A massa dos edifícios, com exceção do bloco da recepção são essencialmente retos e se quebram pelos elementos que compõem a fachada, como as coberturas (ver figura 25), as proteções dos assentos destinados ao público, entre outros.

30

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

Figura 24. Vista aérea mostrando o equilíbrio entre

as linhas curvas e retas. Figura 25. Bloco que abriga as piscinas.

Fonte: Site Archdaily Fonte: Site Archdaily (Modificado pela autora)

Os blocos não divergem em relação à sua altura, porém predominam no complexo, edifícios mais longilíneos. Destacam-se aslonas extensíveis perfuradas com um formato orgânico no edifício voltado para a Rodovia dos Imigrantes e o volume helicoidal da recepção (figura 26). Esse último, apesar da grande dimensão, cria uma relação com o entorno bastante importante, através da fachada envidraçada, conforme figura 27. Ainda, as aberturas presentes nos

ambientes, acabam fortalecendo essa relação até em edifícios fechados, como o bloco das quadras de vôlei, basquete e rugby.

Os blocos dos dormitórios possuem a volumetria curva, com destaque para as sacadas nas fachadas e a janela em fita no volume no nível mais baixo em linhas retas (figura 28).

Figura 28. Vista externa do bloco de alojamento. Figura 26. Relação das lonas e do volume helicoidal

comparados aos demais volumes.

Figura 27. Vista interna da relação criada do interior com

exterior.

Fonte: Site Archdaily Fonte: Site Archdaily

(33)

31

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

3.1.4. Definição dos espaços

O complexo possui 6 setores diferentes. O primeiro corresponde a área de recepção, estacionamento coberto e quadra de tênis. O segundo setor, é aquele que abriga os esportes de quadra, como vôlei, basquete, entre outros. O setor 3 corresponde às piscinas, enquanto o 4 possui o ginásio do judô, esgrima, bocha, futebol e etc. No quinto setor está localizado o centro de pesquisa e medicina do esporte, área fitness e a pista de atletismo e por fim, o último setor corresponde a área de alojamento dos atletas e comissão técnica (figura 29).

Fonte: Site Olímpiadas 2016. (Modificada pelo autor)

Setor 01 Setor 02 Setor 03 Setor 04 Setor 05 Setor 06

Figura 29. Definição dos espaços através da implantação.

Legenda

Dentro do terreno, ainda há a praça que é responsável por permitir o acesso aos blocos e algumas edificações da antiga FEBEM (Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor) que agora abrigam algumas secretarias estaduais, que já pertenciam ao Parque Estadual Fontes do Ipiranga.

A disposição dos espaços esportivos ocorre de forma

suave graças a praça que é responsável por ligar os setores, enquanto o volume dos alojamentos se distância devido a necessidade de privacidade que o mesmo necessita.

3.1.5. Estruturas e técnicas construtivas

O complexo trabalha com uma estrutura mista de estruturas metálicas e estruturas pré-fabricadas de concreto, além do emprego de vidro nos volumes helicoidal (figura 30) e de apoio à pista de atletismo, blocos de concreto,e algumas técnicas construtivas como paredes verdes, sheds, venezianas translúcidas, lonas extensíveis perfuradas (figura 31), que buscam maior conforto ambiental.

Figura 30. Volume helicoidal em construção.

Figura 31. Lonas expansíveis empregadas no edifício

Fonte: Site L+M Gets Fonte: Site L+M Gets

Figura 32. Estrutura de cobertura da praça

Fonte: Site L+M Gets

Figura 33. Estrutura tencionada.

(34)

32

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

3.1.6. Zoneamento funcional/ Hierarquias espaciais

O zoneamento da área possui equilíbrio pois os setores são bastante divididos entre os desníveis do terreno. A zona funcional constitui-se das áreas esportivas bem como as arquibancadas, enquanto a praça faz parte da zona social uma vez que possui espaços de convivência para o público, sendo a primeira área semiprivada e a segunda zona de acesso público.

Na zona de serviços constitui-se das áreas de apoio, como sanitários e depósitos e a área técnica e de tecnologia são as salas de reuniões, vestiários, salas de treinamento, laboratórios e etc. Funcional (esportivo) Circulações Social Estacionamento Serviços Área técnica Legenda

Figura 34. Análise do Zoneamento do Primeiro Pavimento.

Figura 35. Análise do Zoneamento do Segundo Pavimento.

Figura 36. Análise do Zoneamento do Terceiro Pavimento.

Fonte: Site Archdaily (modificada pela autora)

Fonte: Site Archdaily (modificada pela autora) Fonte: Site Archdaily (modificada pela autora)

(35)

33

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

Dentro da zona de serviços, os sanitários são de acesso público, enquanto os depósitos de acesso privado, sendo que ambos são localizados estrategicamente para servirem para mais de um ambiente. A área técnica esportiva está inserida em grande parte do complexo no nível inferior às arquibancadas e por isso é de acesso privado, enquanto a área tecnológica é de acesso semipúblico.

3.1.7. Conforto Ambiental

Dentro das técnicas construtivas utilizadas no Complexo há o sistema de aquecimento solar nos vestiários, a água de reuso no sistema de irrigação, as lâmpadas de leds nas áreas esportivas.

Ainda, na face voltada para a Rodovia dos Imigrantes, as lonas extensíveis perfuradas para o sombreamento das aberturas nas quadras e o seu formato ajuda a atenuar a incidência de calor, diminuir o barulho viário no entorno das quadras (figura 39). Além disso, no mesmo bloco usou-se as paredes e coberturas verdes para auxiliar na redução de consumo de ar condicionado existente somente nas áreas administrativas, na arena multiuso e nos ambientes internos sem ventilação natural.

Percebe-se também o uso de vidro como iluminação natural dos edifícios tanto como revestimento de fachada como solário (figura 40). Nas quadras ainda há o uso de ventilação cruzada permanente e iluminação natural com o uso de sheds na cobertura e de venezianas translúcidas.

Funcional (esportivo) Circulações Social Estacionamento Serviços Área técnica Legenda

Fonte: Site Archdaily (modificada pela autora)

Fonte: Site Archdaily (modificada pela autora) Figura 37. Análise do Zoneamento do Quarto Pavimento.

(36)

34

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

Figura 39. Lonas expansíveis empregadas no edifício e ao fundo a parede verde, ainda

em crescimento.

Figura 40. Átrio no bloco helicoidal.

Fonte: Site L+M Gets

Fonte: Site L+M Gets

3.1.8. Relação do edifício com o entorno/ do interior com o exterior

Na implantação do edifício buscou-se uma integração com o entorno do Parque através da parede verde presente no edifício que abriga as quadras.

Sua forma resulta entre equilíbrio de extremos, como a parada das linhas retas com o movimento que as lonas extensíveis produz, a concentração presente nos blocos mais fechados com o relaxamento do bloco helicoidal e suas cores e materiais claros, que vem a contrastar também com o vermelho presente no edifício de apoio à pista de atletismo.

Devido ao desnível do terreno, a diferença de altura entre os blocos é quase imperceptível, pois a praça trata de uni-los de forma que, mesmo a grandiosidade da pista de atletismo ou do volume das quadras, faça com que o bloco helicoidal de circulação seja menor no skyline, mesmo quando seu tamanho é significativamente inferior em planta.

O emprego dos materiais utilizados proporcionam em alguns momentos relações entre o interior e exterior do edifício, graças aos volumes envidraçados e as aberturas criadas na cobertura. Por não se tratarem de volumes conectados e ambientes amplos no setor esportivo, o complexo acaba criando passagens que trabalham o contato entre os mais diversos públicos.

Fig. 41 - Relação do Complexo com o entorno.

Fonte: Site Archdaily

3.1.9. Ordem de Ideias/ Simetria e Assimetria

O único elemento simétrico neste projeto são os volumes dos alojamentos, tanto em volume quanto em fachada, onde as aberturas se repetem (figura 42). A grande assimetria encontrada se deve ao fato do emprego de linhas retas associadas à linhas curvas que não se complementam, sobretudo também na disposição dos edifícios ao terreno, onde as massas não foram distribuídas de forma igualitária (figura 43). Da mesma forma, não há um traçado regulador no complexo.

(37)

35

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

Figura 42. Relações simétricas do volume de alojamentos.

Figura 43. Vista aérea da implantação do complexo.

teve que se adaptar aos desníveis do terreno, na criação de um ambiente arquitetônico acessível que se integrasse com o entorno, e que ainda, proporcionasse aos para-atletas um espaço que potencializasse seu desenvolvimento, tanto em treinamento quanto em suporte para o esporte, através dos centros de tecnologia presentes no seu programa de necessidades.

3.1.11. Motivo da escolha

Este projeto foi escolhido como um dos referenciais projetuais devido a sua abrangência das diversas modalidades esportivas, também por ser um projeto que trabalha com a acessibilidade auxiliando na elaboração de uma proposta mais integradora. Além disso tem uma escala reduzida, se aproximando mais da realidade da cidade escolhida para a elaboração desse trabalho. Ainda se assemelha nas condicionantes físicos presentes em seu terreno de implantação e preocupação com o entorno.

Após a análise do Complexo foi possível entender melhor como realizara conexão entre os diversos ambientes que cada esporte necessita, e como projetar um edifício tão grande no entorno sem causar grandes impactos. Além disso, auxiliou na percepção a cerca da parte técnica como programa de necessidades e tecnologias construtivas.

3.1.10. Partido

Durante a concepção do projeto, o autor faz menção à dificuldade no propósito do edifício: construir um ambiente capaz de permitir que os atletas se superem.

Sendo assim, o partido do edifício poderia ser definido nessa palavra: superação. Pois desde a sua concepção, o projeto

Fonte: Archdaily (modificado pela autora)

(38)

36

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

Ainda, através da inserção urbana posssibilitou perceber condicionantes importantes, como vias de acesso, a importância da harmonia entre o projeto e o entorno, como forma de dar continuidade à malha urbana.

A localização dos alojamentos dos atletas neste projeto, vem à auxiliar na compreensão da separação de usos distintos dentro de uma mesmo programa, sem perder a continuidade do traçado urbano.

(39)

3.2.1. Ficha Técnica

Natureza do Edifício: Centro Desportivo Arquitetura: DietmarFeichtingerArchitectes Ano: 2019

2

Área total do empreendimento: 10516 m Local: Paris, França.

Este projeto trata-se da reconstrução parcial do estádio Jules Ladoumègue, onde houve ainda a criação de um novo centro e novos espaços para a prática de atividades esportivas na área central de Paris que foi dividida pela construção de uma rodovia. Além do seu papel esportivo, o Centro Desportivo também tem por intuito proporcionar um espaço de lazer e convívio para esta área.

37

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

Figura 45. Implantação do Centro Desportivo.

pela Passage Com Bj 19, via de menor tráfego. Isso ocorre, devido à proposta de integração do equipamento esportivo com o transporte público local, por isso há apenas um acesso de veículos que leva ao pequeno estacionamento próximo ao estádio Jules Ladoumègue (figura 45). A circulação destinada aos carros e ônibus é bastante reduzida pois o terreno já possuía edificações quando iniciou-se o projeto.

Fonte: Site Archdaily

O principal acesso ao edifício se dá pela fachada principal leste que leva ao hall principal. Depois disso se é possível acessar as áreas de apoio e a área destinada à escalada, através das portas lateriais na fachada sul. Há um único acesso de serviços e neste pavimento as circulações são bastante organizadas, sendo direcionais nas áreas técnicas e livres nas demais áreas (figura 46).

Figura 44. Centro Desportivo Jules Ladoumègue.

3.2.2. Acessos/ Circulações

Diferentemente do que se imagina, o acesso ao terreno do Centro não se dá pela Rodovia BoulevardPériphérique, mas sim

1 - Novo ginásio 2 - Quadras cobertas de tênis

3 - Campo de rugby 4 - Campo de futebol

5 - Quadras externas de tênis 6 - Quadra poliesportiva 7 - Academia 8 - Ginásio de apoio atletismo

Fonte: Archdaily (modificado pelo autor).

Legenda Acesso Pedestres Acesso Veículos

(40)

No segundo pavimento, depois do hall, há uma escada marcando o acesso para as áreas poliesportivas e de reuniões, onde a circulação já passa a ser mais livre devido a configuração especial (figura 47). Além do grande acesso presente na quadra através das diversas aberturas, ainda há a presença de saídas de emergência.

Já no terceiro pavimento, que concentra as atividades direcionadas à saúde corporal e os demais esportes, setoriza-se através das circulações lineares e o acesso se dá pela escada lateral do edifício conforme mostra a figura 48, que conecta o nível da rua com os diferentes níveis.

Além disso, todos os níveis estão conectados através de um elevador no hall de entrada.

38

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva Collina sportiva Circulação sobreposta Circulação linear Circulação vertical Acesso primária Acesso secundária Acesso privado Saídas de emergência Legenda

Fonte: Site Archdaily (modificado pela autora)

Fonte: Site Archdaily (modificado pela autora) Fonte: Site Archdaily (modificado pela autora)

Figura 46. Análise de acessos e circulação do Primeiro Pavimento.

Figura 47. Análise de acessos e circulação do Segundo Pavimento.

(41)

3.2.3. Volume/ Massa

O edifício possui formas essencialmente retangulares, que visto da entrada, aparenta ser mais vertical do que horizontal, equilibrando sua forma. No bloco em rosa, (figura 49) recebe um recorte (em vermelho) que resulta na forma da escada. Para unir os blocos que estão lado a lado (rosa e vermelho, respectivamente) usou-se um outro retângulo na fachada (linhas em azul), para unir os dois volumes. O ritmo na fachada fica por conta da malha do revestimento translúcido usado na fachada, e na lateral, pela disposição das portas.

39

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

Fonte: Site Archdaily (modificado pela autora) Figura 49. Volume do Centro Desportivo.

3.2.4. Definição dos Espaços/ Zoneamento Funcional

Os espaços internos são definidos por meio de paredes opacas em quase todo o projeto, ocorrendo a integração visual com o exterior em alguns momentos, através das aberturas e fachadas envidraçadas. As circulações lineares articulam os ambientes

compostos por circulações superpostas sendo sua maioria de uso social, mantendo o caráter privado dos setores de serviços.

Dentre os setores estão: o de lazer/social constituídos das circulações, academia, sala de escalada, hall e etc; o de serviço com sanitários, vestiários e depósitos; e o setor técnico compostos escritórios. Neste projeto, o setor de serviço ocupa uma área muito maior que a área técnica, diferente do outro projeto de referencia analisado (Centro Paraolímpico Brasileiro), mostrando a diferença entre um espaço de competições em relação ao de treinamento.

1 - Quadra de squash 2 - Sala de dança 3 - Sala de musculação 4 - Sala de espera 5 - Escritório 6 - Sanitário 7 - Vestiário 8 - Sala técnica 9 - Pátio

Figura 50. Análise funcional do Primeiro Pavimento.

(42)

40

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

3.2.5. Estruturas e Técnicas Construtivas/ Conforto

Ambiental

O complexo desportivo tem sua estrutura em concreto aparente com fechamento de alumínio, vidro, madeira, painéis de policarbonato celular e painéis fotovoltáicos.

As quadras de tênis cobertas, situadas à leste, auxiliam na acústica e na proteção contra o vento, devido ao uso de fachadas duplas feitas com painéis de policarbonato celular. Do lado norte, a cobertura regular com aberturas permitem a ventilação e iluminação natural, além de criar uma barreira de som ao longo do campo de futebol (figura 53).

Na fachada leste protege da radiação solar direta através de dispositivos de proteção solar horizontal (figura 54). Ainda, há uma fachada com painéis verticais vermelhos e transparentes, e a fachada sul possui os painéis fotovoltaicos. Esses dispositivos controlam o ganho de energia solar passiva. Funcionando como proteção solar no verão e como ventilação nas demais estações do ano, além de auxiliar no controle da luz natural.

Na pavimentação, além dos pisos específicos para cada ambiente esportivo, há o pátio com piso de madeira. Entre as quadras a pavimentação acontece com a alternância do concreto poroso com uso de vegetações rasteiras. Internamente, o piso é de madeira e o forro de compensando, também de madeira (figura 55).

Fonte: Archdaily (modificado pela autora). Figura 51. Análise funcional do Segundo Pavimento.

Figura 52. Análise funcional do Terceiro Pavimento. Fonte: Archdaily (modificado pela autora).

(43)

41

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

3.2.6. Herarquias Espaciais

Os espaços são divididos de forma clara. Há apenas área pública no hall de entrada, que tem ligação direta com o exterior. A partir dele, todo o restante do edifício se subdivide.

Ainda no primeiro pavimento há na área norte da planta, o espaço qualificado como semi-público que é

caracteriza-Figura 53. Fachada que auxília na barragem de som.

Fonte: Site Archdaily

Fonte: Site Archdaily Fonte: Site Archdaily Figura 54. Dispositivo

de proteção solar. Figura 55. Vista interna do edifício.

do pela área de escritórios administrativos e esportivos. O espaço privado consiste nos depósitos, enquanto o espaço semi-público consiste nas áreas de vestiário, sanitários, academia e demais espaços esportivos.

No segundo pavimento prevalece o espaço semi-público da quadra poliesportiva, vestiários e sanitários, enquanto o espaço semi-privado é constituído pela sala de reuniões e ateliê, além da circulação orienta da zona técnica do pavimento abaixo, que se repete no terceiro pavimento, onde há o acréscimo de um escritório, com o restante do nível semi-público com a mesma constituição dos pavimento anteriores.

Figura 56. Hierarquia do Primeiro Pavimento.

(44)

42

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

3.2.7. Relações do edifício com o entorno/ Do interior com

o exterior

Esse edifício se relaciona com o estádio já construído, além da conexão do equipamento com a estrutura urbana de transporte público. Além de conter o centro de manutenção da empresa, o edifício busca criar uma continuidade urbana desenhada pelas linhas de trem na paisagem urbana de Paris (figura 59).

O Centro Desportivo cria uma longa barreira visual e acústica em relação às rodovias e a sua fachada envidraçada busca refletir as atividades esportivas realizadas no local para a cidade. Além disso, a praça em frente a academia e a praça construída no nível superior proporcionam ambientes de encontros que se conectam com a praça da Porte de Parntin, através das arquibancadas existentes, enquanto o gramado marca o limite com a linha de trem.

Na área norte do projeto, criou-se um mirante sobre o canal Ourcg, que associado às fachadas envidraçadas realizam a integração entre o interior e o exterior do edifício.

Figura 57. Hierarquia do Segundo Pavimento.

Fonte: Archdaily (modificado pela autora). Figura 58. Hierarquia do Terceiro Pavimento.

Fonte: Archdaily (modificado pela autora).

Figura 59. Centro inserido na paisagem urbana de Paris.

(45)

43

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

3.2.8. Ordem de Ideias

A implantação do conjunto trabalha em eixos horizontais e verticais quanto à disposição das quadras e campos, resultando nos edíficos volumes que seguem a mesma linguagem formal. (figura 60).

A forma essencialmente retangular está presente tanto no volume como nas fachadas, onde o revestimento envidraçado na parte superior se contrapõe na fachada lateral inferior, conforme figura 61. Da mesma percebe-se o ritmo criado pela malha reticulada da estrutura de aço e pelas linhas que recortam o volume na lateral, que se repetem na fachada e na estrutura da escada. Ainda na fachada sul, nota-se a repetição das aberturas (figura 62).

Figura 60. Implantação com eixos reguladores.

Fonte: Archdaily (modificado pela autora).

Figura 61. Fachada lateral e sua simetria.

Fonte: Archdaily (modificado pela autora).

Fonte: Archdaily (modificado pela autora). 3.2.9. Motivos para a escolha

Este projeto foi escolhido devido a pluralidade dos esportes encontrados, por sua dimensão bastante reduzida, pelo programa de necessidades apresentado, que vem à auxiliar na concepção formal do partido à ser proposto.

Além disso, a linguagem arquitetônica soube conversar com o edifício já existente através de linhas e materiais simples, sendo um bom exemplo de funcionalidade e estética esportiva.

(46)

44

Complexo Esportivo e Hostel Complexo Esportivo e Hostel

Collina sportiva

Collina sportiva

Toda via, a construção de um novo espaço dentro de um terreno com elementos já existentes e de forte importância, influencia no entendimento da continuidade da proposta, sem que ocorra a desvalorização do antigo elemento, onde ve ser nítido a diferença de épocas em cada construção.

Por fim, serve como exemplo de uma boa centralidade dentro de uma malha urbana adensada, configurando ainda um elemento de referência na cidade em que se insere.

Referências

Documentos relacionados

Se no cadastro da administradora, foi selecionado na aba Configurações Comissões, para que as comissões fossem geradas no momento da venda do contrato, já é

Com o objetivo de obter uma farinha pré-cozida de trigo e soja (90:10) com boas características tecnológicas para uso em croquete de carne, foram estudados efeitos de parâmetros

O uso do modelo molecular de bo- las também é um aspecto que deve ser enfatizado. Modelos moleculares desse tipo podem ser ótimos modelos de ensino, pois permitem que os alunos

No entanto, quando se eliminou o efeito da soja (TABELA 3), foi possível distinguir os efeitos da urease presentes no grão de soja sobre a conversão da uréia em amônia no bagaço

Crisóstomo (2001) apresenta elementos que devem ser considerados em relação a esta decisão. Ao adquirir soluções externas, usualmente, a equipe da empresa ainda tem um árduo

Fonte: INEP (2017). Censo Ano Região UF Ensino Médio Total Ensino Médio Educação Profissional Total Educ. Total Geral Ensino médio Integrado à Educ. Total Geral

9v] E que emquanto nam fizesse o dito depo- zito hera contente lhe fosse deneguada audiencia e todo o mais remédio de Direito e de demandar como seja alguma asim se obrigava a dar

Assim, com base na leitura do material levantado, elaboramos um tópico-guia que serviu de apoio para a realização de oito entrevistas semiestruturadas com lideranças de