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Considerações urbanísticas do plano diretor do município de Imbituba/SC: estudo de caso de obra embargada

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JOSIMARA MARTINS KRAUSEN

CONSIDERAÇÕES URBANÍSTICAS DO PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE IMBITUBA/SC: ESTUDO DE CASO DE OBRA EMBARGADA

Tubarão 2017

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JOSIMARA MARTINS KRAUSEN

CONSIDERAÇÕES URBANÍSTICAS DO PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE IMBITUBA/SC: ESTUDO DE CASO DE OBRA EMBARGADA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheira Civil.

Orientadora: Prof. Vivian Mendes da Silva, Msc.

Tubarão 2017

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JOSIMARA MARTINS KRAUSEN

CONSIDERAÇÕES URBANÍSTICAS DO PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE IMBITUBA/SC: ESTUDO DE CASO DE OBRA EMBARGADA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Engenheira Civil e aprovado em sua forma final pelo Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina.

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Aos meus pais, Sali Reduzino Krausen e Maria das Graças Martins Krausen a quem serei eternamente grata por todo amparo, e abdicação de seus próprios interesses em dedicação a realização de meus sonhos, sem o auxílio de vocês este sonho não seria possível. Muito obrigada pai e mãe, eu nada seria sem vocês.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela vida, pela saúde física, por ter me ensinado que sempre há tempo de recomeçar, e através de suas mãos ter me conduzido até aqui.

Agradeço aos meus pais sem os quais este sonho não seria possível, por todo auxílio em todos os momentos, por terem lutado e sonhado junto comigo.

A minha filha por seu sorriso meigo e carinhoso, por desde muito cedo ter convivido com minha ausência em virtude dos estudos, por todos os momentos que deixei de passar ao seu lado e pela forma tão maravilhosa que a mesma sempre me compreendeu.

Aos professores que fizeram parte desta caminhada e transferiram seus conhecimentos e suas experiências.

Ao colega de trabalho Engenheiro Célio Nunes Nascimento Júnior por todo auxilio e esclarecimentos a respeito da obra deste estudo de caso.

À professora orientadora deste trabalho Vivian Mendes da Silva por todo seu auxílio, dedicação e por ter se empenhado para que o mesmo fosse concluído nos momentos mais difíceis.

Agradeço também a todos, amigos e colegas que de alguma forma contribuíram para que este objetivo fosse alcançado.

Josimara Martins Krausen

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“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.''

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RESUMO

O planejamento urbano é o processo de idealização, criação e desenvolvimento de soluções que visam melhorar ou revitalizar certos aspectos dentro de uma determinada área urbana em uma determinada região, tendo como objetivo principal proporcionar aos habitantes uma melhoria na qualidade de vida. Os planejadores urbanos trabalham tradicionalmente junto das autoridades locais. Em busca de um planejamento urbano efetivo, o Estatuto da Cidade, conforme previsto na Constituição federal, visa o desenvolvimento urbano e pressupõe viabilizar as funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. O Estatuto da Cidade sistematiza os vários instrumentos (administrativos, tributários, financeiros e jurídicos) de que o poder público e a sociedade dispõem para a perseguição desse fim. Dentre eles, sobressai o plano diretor, como um elemento estratégico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. Sua formulação, execução e acompanhamento estão previstos como esforço conjunto do governo local e da população. A natureza jurídica do Plano Diretor traz como consequência a obrigação de obediência as suas diretrizes e Leis. O processo de alterações do Plano Diretor que pelo Estatuto da Cidade deve ocorrer de 10 em 10 anos, precisa ser observado pela população para o fim de evitar situações de contrariedade a Lei. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é analisar o processo de embargo de um edifício comercial e residencial, localizado em Imbituba-SC, através do confronto entre os parâmetros urbanísticos de zoneamento urbano tratados nos planos diretores de 1974, início da elaboração do projeto arquitetônico aprovado pela prefeitura municipal e 2005, plano diretor vigente ao qual a obra encontra-se embargada e deseja-se dar continuidade a sua construção. Para embasar o estudo, foram analisados os parâmetros urbanísticos determinados pelos planos diretores para o zoneamento onde a obra está inserida, procurando verificar alternativas de solução para a regularização da obra, a partir do plano diretor vigente. Conclui-se que a obra seja adaptada aos parâmetros urbanísticos do plano diretor vigente ou aguardar por novas revisões na Lei, para que seja regularizada, pois é aplicando as determinações do Plano Diretor que a gestão pública poderá fiscalizar e ter uma atuação realmente efetiva na tomada de decisões, prezando por um desenvolvimento urbano planejado.

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ABSTRACT

Urban planning is the process of idealization, creation and development of solutions that aim to better or revitalize aspects in a determined urban area in a determined region, having as a main goal provide an improvement in the quality of life of the inhabitants. The urban planners work mainly with the local authorities. In the search of an effective urban planning, the City Statute, as provided by the Federal Constitution, aims to the urban development and presupposes the feasibility of the social functions and ensure the well being of its inhabitants. The City Statute systematizes the many instruments (administrative, tributary, financial and judiciary) that the public power and the society has to the pursuit of that end. Among them, the land-use plan stands out, as a strategic element of the urban development and expansion policy. Its formulation, execution and accompaniment are foreseen as the joint effort of the local government and the population. The judiciary nature of the Land-use Plan brings as a consequence the obligation of its laws and guidelines obedience. The process of Land-use Plan alteration that by the City Statute has to occur every 10 years has to be observed by the population for the purpose of avoiding situations of Law annoyance. In this sense, the goal of this work is analyze the process of embargo of a commercial and residential building, located in Imbituba-SC, through the confrontation between the urban zoning urban parameters treated in the land-use plan of 1974, beginning of the architectonic project elaboration approved by the city hall in 2005, land-use plan in force to which the work is embargoed and want to continue its construction. To base this study, it was analyzed the urban parameters determined by the land-use plans to the zoning where the work place is placed, looking for solution alternatives to the regularization of the work, from the land-use plan in force. It is concluded that the work is adapted to the urban parameters of the land-use plan in force or wait for new Law revisions, so that it is regularized, because it is in the application of the Land-use Plan that the public administration can inspect and have an really effective performance in the decision making, priming for a planned urban development.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Localização cidade de Imbituba ... 27

Figura 2: Densidade demográfica ... 28

Figura 3: Quadro de Áreas do Projeto Avaliado ... 30

Figura 4: Planta de Locação ... 31

Figura 5: Planta baixa aprovada do Pavimento Térreo, conforme Plano Diretor Urbanístico de Imbituba, Lei n° 375/1974 ... 32

Figura 6: Planta baixa aprovada do 1° Pavimento, conforme Plano Diretor Urbanístico de Imbituba, Lei n° 375/1974. ... 33

Figura 7: Planta baixa aprovada do 2° e 3° Pavimento, conforme Plano Diretor Urbanístico de Imbituba, Lei n° 375/1974. ... 33

Figura 8: Quadro de Áreas da Ampliação Requerida ... 35

Figura 9: Zona Central - Conforme Plano Urbanístico de Imbituba, Lei Complementar 375/1974. ... 40

Figura 10: Mapa de Zoneamento Urbano do PDDSI, Lei nº 2.623/2005... 42

Figura 11: RP III - Zona Central 1, conforme PDDSI, Lei Complementar 2.623/2005. ... 45

Figura 12: Localização do imóvel ... 47

Figura 13: Zoneamento da Edificação e sua Localização conforme o Plano Diretor de 2005. 48 Figura 14: Verticalização – Situação atualmente permitia pelo PDDSI - 2005 ... 50

Figura 15: Verticalização – Situação atual do empreendimento ... 51

Figura 16: Verticalização – Situação proposta pelo proprietário ... 51

Figura 17: O projeto avaliado ... 52

Figura 18: Foto do empreendimento embargado ... 52

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Coeficientes de Aproveitamento do Plano Diretor de 1974 ... 37 Tabela 2: Coeficientes de Aproveitamento do PDDSI, Lei Complementar nº 2.623/2005 ... 44 Tabela 3: Comparação dos parâmetros urbanísticos de zoneamento urbano dos Planos Diretores de 1974 e 2005. ... 49

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 12 1.1 JUSTIFICATIVA ... 13 1.2 OBJETIVOS ... 14 1.2.1 Objetivo Geral ... 14 1.2.2 Objetivos Específicos... 14 1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 15 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 18

2.1 PLANEJAMENTO URBANO NO BRASIL ... 18

2.2 ESTATUTO DA CIDADE ... 21

2.3 PLANO DIRETOR ... 25

3 ESTUDO DE CASO ... 27

3.1 MUNICIPIO DA PESQUISA – IMBITUBA/SC ... 27

3.2 O PROJETO AVALIADO ... 29

3.2.1 Edificação Construída e Aprovada ... 29

3.2.2 Ampliação solicitada ... 34

3.3 PLANO DIRETOR URBANÍSTICO DE IMBITUBA, LEI Nº 375 /1974 ... 35

3.3.1 Zoneamento e Parâmetros urbanísticos, 1974 ... 36

3.4 PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE IMBITUBA, LEI Nº 2.623 DE 19 DE MARÇO DE 2005 ... 40

3.4.1 Zoneamento e Parâmetros urbanísticos, 2005 ... 42

4 ANÁLISES E RESULTADOS... 46

5 CONCLUSÃO ... 54

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1 INTRODUÇÃO

O Plano Diretor é o instrumento básico de política de desenvolvimento urbano e da expansão urbana dos municípios, orientando as ações dos agentes públicos e privados na produção e gestão da cidade e das outras áreas urbanas, visando compatibilizar os interesses coletivos e garantir de forma mais justa os benefícios da urbanização, garantir os princípios da reforma urbana, direito à cidade e à cidadania, para a gestão democrática da cidade.

O estudo do Plano Diretor e o cumprimento de suas diretrizes é de fundamental importância para o planejamento urbanístico em longo prazo e para a organização da cidade, o zoneamento é um instrumento importante nesse sentido, já que impõe limites às iniciativas privadas ou individuais, instituindo condicionantes a serem respeitadas para a construção em seus domínios de propriedade.

Para a efetividade do Plano Diretor se faz necessário o controle urbanístico das edificações urbanas, o qual, em observância às condicionantes instituídas através dos zoneamentos, determina-se a possibilidade de construção de cada edificação e os parâmetros a serem respeitados.

Cabe ao poder público a estruturação de um processo administrativo de licenciamento e acompanhamento de construções, ampliações e demolições, bem como, a fiscalização contra obras clandestinas. Por serem atividades que intervêm na ordenação urbana, ambas precisam ser previamente licenciadas pelo Poder Público Municipal. A licença é comumente chamada de “alvará” de construção, reforma, ampliação ou demolição.

Quando uma edificação encontra-se em desacordo com estes parâmetros, (sem prévia licença) ou executada em desconformidade com a licença expedida, compete ao Poder Executivo Municipal embargá-la, isto é, ordenar a paralisação dos trabalhos, interditar atividades que se desenvolvam no local, bem como proceder à demolição compulsória nos casos em que não for possível a regularização.

O presente trabalho contribui para a discussão da regulamentação dos instrumentos da política urbana instituídos pelo Estatuto da Cidade, em especial ao Plano Diretor. Busca através de um estudo de caso, analisar a possibilidade de regularização de uma edificação embargada pelo Poder Público, no município de Imbituba/SC verificando quais as medidas a serem tomadas, bem como, abrir a discussão se na atual situação, a edificação poderá ser regularizada.

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1.1 JUSTIFICATIVA

O município de Imbituba está localizado no litoral sul de Santa Catarina, a 90 km de Florianópolis, capital do Estado e apresenta altitude média de 30 metros em relação ao nível do mar. Representa o coração da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, criada por Decreto Federal em setembro de 2000. (MARTINS, 2002)

Ao longo dos anos a economia do município esteve atrelada ao desenvolvimento das atividades portuárias. A implantação de um porto destinado ao embarque do carvão foi objeto de estudos realizados por uma companhia de engenharia inglesa, nomeada Henrique Lage que, em 1922, mudou sua razão social para Companhia Docas de Imbituba, que obteve do governo federal a concessão por 70 anos para exploração deste terminal portuário, implantando uma fábrica de produtos cerâmicos, uma usina termoelétrica e o abastecimento de água para a cidade (MARTINS, 2002).

O Município teve uma primeira emancipação política no ano de 1923, perdendo sua autonomia como município em 1930 e emancipando novamente, em 1958, e seu nome inicial de Henrique Lage é alterado em 1959 para denominar-se Imbituba. (MARTINS, 2002)

Em 1974 foi aprovado o primeiro Plano Diretor de Imbituba, através da Lei Ordinária de n°375/1974, denominada Plano de Imbituba, com o intuito de Organização e controle do Desenvolvimento do município.

Este plano foi criado devido à fase do processo socioeconômico, provocado pela implantação do complexo industrial carboquímico, exigindo uma legislação básica de urbanização e prevendo um crescente aumento demográfico da população.

Contudo, na década de 1990, com o colapso na indústria do carvão, foi necessário agregar outros produtos para embarque e desembarque pelo porto. Além disso, a consolidação de áreas já ocupadas gerou grande quantidade de ocupações irregulares expandindo-se sobre áreas de proteção ambiental.

Diante destas transformações urbanas, em 2005, surge o novo Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável de Imbituba – PDDSI, no qual, aplicam-se subsidiariamente as diretrizes gerais da Lei do Estatuto da Cidade.

Adotando como estudo de caso, a análise de uma obra embargada no centro do Município de Imbituba, o objetivo desta pesquisa visa entender o processo de embargo, identificando os parâmetros urbanísticos de zoneamento urbano para a área de estudo,

confrontando as determinações urbanísticas dos planos diretores de 1974 e 2005. (MARTINS, 2002)

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Esta análise torna-se necessária devido ao fato da obra ter sido aprovada e executada perante determinações urbanísticas do Plano Diretor de 1974 e embargada durante o exercício do Plano Diretor de 2005. Busca-se verificar através do Plano Diretor vigente, alternativas de solução para as implicações que geraram o embargo da obra no município e, quais procedimentos poderiam ser adotados para sua regularização.

Cabe a este trabalho analisar quais as diretrizes de planejamento urbano poderão ser adotadas, visando à regularização da edificação e de outras que se encontram na mesma situação e a viabilidade de fiscalização e atuação pela gestão pública em prol do desenvolvimento urbano adequado.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar a situação de uma obra embargada, no município de Imbituba/SC, confrontando os planos diretores do município, quanto ao zoneamento urbano e parâmetros urbanísticos, visando encontrar alternativas para a regularização da obra.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Realizar revisão bibliográfica sobre planos diretores e sua efetividade na gestão pública.

b) Analisar o estudo de caso quanto às determinações de embargo da obra, pela Prefeitura Municipal de Imbituba/SC.

c) Demonstrar quais os parâmetros urbanísticos de zoneamento urbano foram determinados nos planos diretores de 1974 e 2005.

d) Identificar quais os parâmetros urbanísticos de zoneamento urbano são determinados para a área do estudo de caso e quais as implicações geradas para o embargo da obra. e) Apontar alternativas de solução para liberação de licença de construção da obra,

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1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa consiste numa abordagem exploratória e descritiva, adotando como estudo de caso a análise de uma obra embargada, no município de Imbituba/SC, visando o confronto das determinações urbanísticas entre os planos diretores municipais.

De acordo com Fonseca (2002), a pesquisa possibilita uma aproximação e um entendimento da realidade a investigar, como um processo permanentemente inacabado. Ela se processa através de aproximações sucessivas da realidade, fornecendo subsídios para uma intervenção no real.

Segundo o mesmo autor, a pesquisa científica é o resultado de um inquérito ou exame minucioso, realizado com o objetivo de resolver um problema, recorrendo a procedimentos científicos. Investiga-se uma pessoa ou grupo capacitado (sujeito da investigação), abordando um aspecto da realidade (objeto da investigação), no sentido de comprovar experimentalmente hipóteses (investigação experimental), ou para descrevê-la (investigação descritiva), ou para explorá-la (investigação exploratória).

Os procedimentos técnicos utilizados para este estudo consistiram em, pesquisa bibliográfica, a qual é realizada:

[...] a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).

Para Gil (2007, p. 44), os exemplos mais característicos desse tipo de pesquisa são sobre investigações de ideologias ou aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema.

A pesquisa documental, segundo Gunther (2006, p. 205), se refere “a análise de documentos é a variante mais antiga para realizar a pesquisa, especialmente, no que diz respeito à revisão de literatura”. Para Godoy (1995) pode parecer estranho, em um primeiro momento, incluir a análise de documentos como uma possibilidade para a abordagem qualitativa.

Entretanto, em se tratando de abordagem de uma proposta não rigidamente estruturada, que permite ao pesquisador a busca de novos enfoques, a partir do uso da

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imaginação e criatividade, a pesquisa documental adquire um caráter inovador, que segundo Fonseca (2002, p.32):

A pesquisa documental trilha os mesmos caminhos da pesquisa bibliográfica, não sendo fácil por vezes distingui-las. A pesquisa bibliográfica utiliza fontes constituídas por material já elaborado, constituído basicamente por livros e artigos científicos localizados em bibliotecas. A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão, etc.

Quanto ao estudo de caso, Gil (2007, p.54) afirma que esta modalidade de pesquisa é amplamente usada nas ciências biomédicas e sociais. Fonseca (2002, p. 33) descreve que o estudo de caso pode ser caracterizado da seguinte forma:

[...] como um estudo de uma entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico. O pesquisador não pretende intervir sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe. O estudo de caso pode decorrer de acordo com uma perspectiva interpretativa, que procura compreender como é o mundo do ponto de vista dos participantes, ou uma perspectiva pragmática, que visa simplesmente apresentar uma perspectiva global, tanto quanto possível completa e coerente, do objeto de estudo do ponto de vista do investigador.

Para Alves-Mazzotti (2006, p. 640), os exemplos mais comuns para esse tipo de estudo são os que focalizam apenas uma unidade: um indivíduo (como os casos clínicos descritos por Freud), um pequeno grupo (como o estudo de Paul Willis sobre um grupo de rapazes da classe trabalhadora inglesa), uma instituição (como uma escola, um hospital), um programa (como o Bolsa Família), ou um evento (a eleição do diretor de uma escola).

Ainda segundo a autora, podemos ter também estudos de casos múltiplos, nos quais vários estudos são conduzidos simultaneamente: vários indivíduos (como, por exemplo, professores alfabetizadores bem-sucedidos), várias instituições (como, por exemplo, diferentes escolas que estão desenvolvendo um mesmo projeto).

Neste sentido, para contemplar os objetivos deste trabalho, a pesquisa será elaborada da seguinte forma:

a) Pesquisa bibliográfica referente ao histórico do planejamento urbano no Brasil e a elaboração dos planos diretores até a conquista do Estatuto da Cidade, em busca de planos diretores realmente efetivos na aplicação da gestão pública municipal, de modo a fundamentar as etapas seguintes desse estudo;

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b) Análise de um estudo de caso sobre o embargo de uma obra localizada em zoneamento urbano central, no município de Imbituba;

c) Análise do projeto e pesquisa in loco para identificação e levantamento das implicações urbanas geradas pelo empreendimento na área de estudo;

d) Análise dos Planos Diretores municipais dos anos de 1974 e 2005, quanto às determinações urbanísticas sobre o zoneamento urbano e os parâmetros urbanísticos, a fim de demonstrar alternativas viáveis para a aprovação da licença de construção da obra, referente ao estudo de caso.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O desenvolvimento desta pesquisa está dividido em formato de capítulos e para facilitar a compreensão do estudo, apresenta-se da seguinte forma:

O primeiro capítulo apresenta a introdução, com a exposição do tema de pesquisa, a justificativa, os objetivos, os procedimentos metodológicos adotados e a estrutura que integra o trabalho.

O segundo capítulo explana a fundamentação teórica sobre o tema abordado, com análise direta sobre a história do Planejamento Urbano no Brasil, o Estatuto da Cidade e a obrigatoriedade do Plano Diretor aos municípios.

No terceiro capítulo será abordado diretamente o Estudo de Caso, com breve descrição sobre o município e o projeto avaliado, realizando uma análise comparativa entre os Planos Diretores de 1974 e 2005. Será exposta a situação atual da edificação que se encontra embargada por estar em desconformidade com o atual Plano Diretor, e explanado as possibilidades de regularização da edificação através do Plano Diretor vigente.

Posteriormente, no quarto capítulo, serão analisados e discutidos os resultados provenientes da pesquisa bibliográfica e documental verificando as possíveis medidas compensatórias para resolver a problemática em que se encontra a edificação.

O capítulo cinco será destinado para a conclusão obtida com o desenvolvimento da pesquisa bibliográfica e levantamento de dados, comparativos das leis e análise das medidas compensatórias.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 PLANEJAMENTO URBANO NO BRASIL

Segundo Silva (2001, p.89), planejamento “é um processo técnico instrumentado para transformar a realidade existente no sentido de objetivos previamente estabelecidos”.

Deák e Schiffer (1999, p12), em seu livro “O Processo de Urbanização no Brasil”, explanam que:

[...] foi a partir do segundo quartel deste século que a escala alcançada pela urbanização começou a provocar iniciativas por parte do Estado e modificações na administração pública. Um dos resultados nesse sentido é o aparecimento de uma nova atividade governamental com a finalidade específica de tratar dessas novas entidades que estavam surgindo: as aglomerações urbanas. É o nascimento do planejamento e, particularmente, do planejamento urbano, cujos primórdios podem ser situados no Estado Novo – no advento do qual Otávio Ianni via, significativamente, a consolidação de ‘uma vitória importante [...] da cidade sobre o campo.

Ao contrário do que muitos pensam, o planejamento urbano no Brasil não se inicia na década de 1950, período em que o Brasil passa a ser um país majoritariamente urbano. Verifica-se seu início, em que pese ainda não haver uma denominação formal de “Planejamento Urbano” e nem estruturas formais nas administrações públicas, no último quartel do século XIX.

Na época, preocupações com a saúde da cidade (higienismo), a necessidade do rompimento com o passado colonial e a adesão ao apoio “moderno” e a ascensão de uma nova classe dominante (que demandou o “embelezamento das cidades”), começaram a propiciar intervenções nas cidades Villaça (1999).

Na visão de Villaça (1999), o histórico do planejamento urbano no Brasil ocorreu em 4 fases distintas: a primeira fase de 1875-1930, com os Planos de Embelezamento; de 1930-1965, com os Planos de Conjunto; de 1965-1971, com os Planos de Desenvolvimento Integrado e entre 1971-1992, com os Planos sem mapa, os quais serão apresentados a seguir.

Segundo Villaça (1999, p.193), os Planos de Embelezamento, provinham da tradição européia e “[...] consistiam basicamente no alargamento de vias, erradicação de ocupações de baixa renda nas áreas mais centrais, implementação de infraestrutura, especialmente de saneamento, e ajardinamento de parques e praças”.

Foi determinada a criação de uma legislação urbanística nesses planos, e também a reurbanização das áreas portuárias. Esses planos previam abertura de novas

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avenidas, facilitando a conexão entre partes importantes da cidade, dando fim assim, a áreas insalubres como cortiços (VILLAÇA, 1999).

Entre 1930 e 1965, surge a segunda fase, com a elaboração dos Planos de Conjunto onde foram determinados as primeiras propostas de zoneamento e a legislação urbanística de controle do uso e ocupação do solo. A partir deste Plano as vias deixam de ser pensadas não somente em termos de embelezamento, mas principalmente, em termos de acessibilidade (VILLAÇA, 1999).

O Plano tratava de pontos importantes para o desenvolvimento urbano do país como as estradas de ferro, o metrô, a legislação, o embelezamento da cidade e a preocupação com a habitação, porém o ponto de destaque e de grande preocupação foi o Plano de Avenidas, elaborado por Francisco Prestes Maia, para São Paulo e o Plano Agache, para o Rio de Janeiro, caracterizados como superplanos (VILLAÇA, 1999).

O Plano de Avenidas, do Engº Francisco Prestes Maia, de 1930, foi o primeiro plano urbanístico da cidade de São Paulo na sua totalidade, como uma unidade, a fim de entender o processo de planejamento, a redistribuição das redes de mobilidade e a malha viária. Este plano buscava traçar a Avenida de Irradiação a uma certa distância do centro “matemático” da cidade, de modo a se apresentar como uma alternativa às avenidas que convergem todas para um ponto central, sua função seria a de escape para que o tráfego não passasse pelo centro da cidade como única alternativa. (TOLEDO, 2005).

Seria a sua função, nas palavras de Prestes Maia:

1) descentralizar a vida comercial e assim, ampliar o centro; 2) desviar as correntes de passagem;

3) distribuir a circulação pelas ruas secundárias; 4) integrar no centro os setores segregados;

5) conservar-lhe o aspecto local, na medida do possível. (TOLEDO, 2005, p.308).

O Plano de Alfred Agache, para o Rio de Janeiro, também foi elaborado em 1930. Marcou a transição dos planos de embelezamentos, para os “superplanos”, que viriam a ser desenvolvidos nas décadas de 60 e 70. Entre os temas tratados no plano de Agache estão, a remodelação imobiliária, o abastecimento de água, a coleta de esgoto, o combate a inundações e a limpeza pública (VILLAÇA, 1999).

Ao final, conforme Villaça, há um “detalhado conjunto de leis urbanísticas […] versando sobre loteamentos, desapropriações, gabaritos, edificações e estética urbana” Curiosamente, entretanto, esse mesmo autor afirma, mais adiante, que o zoneamento não foi desenvolvido.

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Leme (1999) diz explicitamente que o Plano de Agache baseou-se em grande medida exatamente no zoneamento. É evidenciada a sua intenção de ordenamento da cidade, usando para isso especialmente o zoneamento (zoning), e também a legislação urbanística. “[…] O principal instrumento de intervenção adotado é o zoneamento, muito utilizado na época” (LEME, 1999, p. 362).

Ainda segundo Leme (1999), o plano é dividido em três partes: a primeira traz um estudo sobre os componentes antropogeográficos do Rio de Janeiro e os grandes problemas sanitários; a segunda pode ser considerada a essência do plano, e define o modelo de cidade ideal e as proposições para alcançá-la; a terceira dedica-se ao saneamento.

Ele traz também a ideia de cientificismo à elaboração de planos urbanos, como se os problemas da cidade só pudessem ser realizados com o auxílio da ciência e da técnica. Com efeito, uma das características desse plano é o extenso diagnóstico realizado.

A partir destes superplanos mais de 40 municípios elaboraram seus planos de urbanização, os quais não se tornaram efetivos, por caracterizarem-se como cópias do Plano Agache e não eram condizentes com a realidade de cada município.

A terceira fase se refere aos Planos de Desenvolvimento Integrado, elaborados entre 1965 e 1971, nos quais, acrescentou dentre outros aspectos já existentes nos planos anteriores, a preocupação com os aspectos econômicos e sociais, onde Villaça (1999, p.221), descreve como principais características as seguintes questões:

• Propostas contidas no Plano em conflito com as possibilidades de as mesmas serem realizadas;

• Conflito entre propostas mais amplas, com a setorialização das estruturas administrativas;

• Dificuldades e indefinições quanto à aprovação dos planos, que eram da responsabilidade do Executivo e, a partir da incorporação de leis e recomendações das mais diversas naturezas, passaram a ser também de responsabilidade do poder Legislativo.

Na visão de Fonseca (2002), o planejamento urbano é uma ferramenta reguladora e organizadora do espaço urbano, não raro desordenado, e foi a partir da década de 70, que:

O planejamento urbano passou a integrar os debates políticos, razão pela qual, a preocupação dos governantes centrou-se na ideia de elaboração de um plano de desenvolvimento integrado com o intuito de materializar as ações planejadas, de tal forma que toda a população pudesse usufruir de melhores condições de vida. (FONSECA, 2009, p. 154).

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Segundo Leme (1999), com a criação do Serviço Federal de Habitação e Urbanismo (SERFHAU) e o Banco Nacional de Habitação (BNH), favorecendo facilidades de financiamento para a concepção dos Planos Diretores aos municípios, esta época caracterizou-se como o auge da produção dos planos diretores tradicionais, visto que os municípios que possuíssem planos diretores receberiam recursos federais para a execução de novos projetos.

Nygaard (2005), afirma que, após a extinção do SERFHAU, em 1974, foram realizadas avaliações nos planos diretores coordenados por este órgão, onde foram analisados mais de 100 casos, os quais apresentavam poucos elementos que garantissem a operacionalidade municipal e não condiziam com a realidade local de cada município, não atingindo os objetivos propostos.

Já na quarta fase, entre 1971 e 1974, surge uma negação aos superplanos, e elaboram-se os Planos sem Mapas, que segundo Villaça (1999, p. 221):

Nos anos de 1970, os planos passam da complexidade, do rebuscamento técnico e da sofisticação intelectual para o plano singelo, simples – na verdade, simplório – feito pelos próprios técnicos municipais, quase sem mapas, sem diagnósticos técnicos ou com diagnósticos reduzidos se confrontados com os de dez anos antes. (VILLAÇA, 1999, p. 221).

De forma simplificada, sem a utilização de mapas, este plano enumerava um conjunto de objetivos e diretrizes genéricas a serem respeitadas de forma a ocultar os conflitos ocasionados pela diversidade de interesses relativos ao espaço urbano, o que dificulta a aplicabilidade das determinações urbanísticas no planejamento urbano do dia-a-dia das gestões públicas (VILLAÇA, 1999).

2.2 ESTATUTO DA CIDADE

Diante do cenário apresentado sobre o progresso do planejamento urbano no Brasil, muitas foram as reinvindicações para a luta pela reforma urbana, que teve início no ano de 1960, época que os segmentos progressistas da sociedade brasileira demandavam reformas estruturais na questão fundiária, durante o governo do presidente João Goulart (BRASIL, 2001).

A proposta de uma reforma urbana nas cidades brasileiras foi inicialmente formulada no Congresso de 1963, promovido pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil. Porém,

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com o golpe militar de 1964, constituiu-se um regime político autoritário que durou até 1984 e inviabilizou a realização dessas reformas (BRASIL, 2001).

A questão sobre a reforma urbana reaparece nos anos 1970 e 1980, numa época de abertura lenta, em que os movimentos sociais aos poucos conquistavam mais visibilidade e relevância política, e eram capazes de construir uma prática social marcados pela autonomia, suas reivindicações eram apresentadas como direitos, com o objetivo de reverter as desigualdades sociais, traziam como dimensão importante a politização da questão urbana, compreendida como elemento fundamental para o processo de democratização da sociedade brasileira (BRASIL, 2001).

O processo de participação foi incentivado quando se estabeleceu no regimento interno da Constituinte a utilização do mecanismo da iniciativa popular para a elaboração de emendas populares para o então projeto da Constituição Federal de 1988, que constituiu, assim, a participação da população na elaboração do Plano Diretor – principal instrumento de planejamento urbano dos municípios (BRASIL, 2001).

O planejamento urbano municipal passou a ser regulamentado legalmente por intermédio do Estatuto da Cidade, Lei nº 10.257/2001 que instituiu os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, estabelecendo normas que regulam o uso da propriedade urbana e as diretrizes gerais da política urbana (BRASIL, 2001).

Conforme a Lei do Estatuto da Cidade, o artigo 182 trata sobre a política urbana e tem por “objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana” apresentando diversas diretrizes em seu Art. 2º, entre elas estão:

I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;

II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano; [...] IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades econômicas do município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;

V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais; VI – ordenação e controle do uso do solo[...].

Lacerda [et a.] (2005, p.60), definem o princípio da função social a partir da “subordinação de interesses privados do titular da propriedade urbana aos interesses públicos

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e sociais constitucionalmente relevantes [...] bem como a não-retenção especulativa de imóveis que resulte na sua não-utilização ou subutilização”.

Para que as diretrizes do Estatuto da Cidade possam ser colocadas em prática, o mesmo dispõe sobre uma série de Instrumentos de Política Urbana, especificados no Art. 4º, que podem ser tratados em planos nacionais, regionais, estaduais e municipais, tais como: plano diretor, plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento anual, planos de desenvolvimento econômico e social, dentre outros (BRASIL, 2001).

No planejamento municipal, serão abordadas dentre outras questões do Plano Diretor, a disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo, o zoneamento ambiental, os planos, programas e projetos setoriais e os planos de desenvolvimento econômico e social.

O ato de planejar é fundamental e necessário. Planejar, sob qualquer ótica que se deseje analisar, tem como fim traçar um caminho para o futuro, buscando prever possíveis dificuldades e traçar possibilidade de solucionar os problemas porventura apresentados. Desse modo, o planejamento urbano também deve ter a preocupação de perceber o espaço social nas suas dimensões econômica, política e cultural, a fim de se tornar o mais efetivo e concreto. (FONSECA, 2009, p. 52).

Nesse cenário, o Plano Diretor surge como algo fundamental, servindo de base para todo e qualquer processo de planejamento urbano, constituindo um plano de ação para os governos municipais e, segundo Brasil (2001), um aspecto importante a ser considerado, é que o planejamento municipal (plano plurianual, diretrizes orçamentárias e o orçamento anual) deve incorporar as diretrizes e prioridades contidas no Plano Diretor.

Além disso, a elaboração dos Planos Diretores deve ser realizada com a participação da população e dos diversos segmentos da sociedade, antes, durante e após sua conclusão, pois, conforme o Art. 40, do Estatuto da Cidade, “o plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana” e segundo o parágrafo 4º:

[...] No processo de elaboração do plano diretor e na fiscalização de sua implementação, os Poderes Legislativo e Executivo municipais garantirão: I – a promoção de audiências públicas e debates com a participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade;

II – a publicidade quanto aos documentos e informações produzidos;

III – o acesso de qualquer interessado aos documentos e informações produzidos. (BRASIL, 2005).

Desta forma, a partir da implementação da Lei do Estatuto da Cidade, a democracia participativa ganhou força, mas, segundo Fonseca (2002, p.62) é necessário:

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[...] a mediação entre os interesses dos diversos segmentos da sociedade. Isto se fará por meio da realização de audiências e consultas públicas, da transparência na gestão e da publicidade dos atos ali praticados. Esses elementos unidos podem favorecer a ruptura com uma tradição encontrada em grande parte dos municípios brasileiros, que são políticas de cunho paternalista, populista e clientelista.

É importante ressaltar que este conceito de planejamento urbano marcado pela participação popular exige a participação dos Movimentos Sociais que, bem antes do processo de redemocratização e sobretudo por ocasião da Assembleia Nacional Constituinte de 1987, que promulgou a Constituição Federal de 1988, vem desempenhando um papel fundamental para consolidação do nosso Estado Democrático de Direito.

Brasil (2008) afirma em seu Art. 39º, inciso II, que “por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano” será possível tornar efetiva a gestão e a fiscalização municipal.

Para a concepção e implantação de políticas urbanas, em 2003, foi criado o Ministério das Cidades, que procura elaborar uma Política Nacional de Desenvolvimento Urbano e passa a ser o órgão coordenador e fomentador dos projetos e planos de ação sobre as questões de desenvolvimento urbano, no Brasil (BRASIL, 2008).

O Ministério das Cidades tem como objetivo principal impulsionar o planejamento urbano para construção de cidades mais justas e democráticas a todos. Pensando nisso, criou políticas públicas de apoio ao planejamento urbano, as quais buscam certificar a organização da cidade de forma imparcial, ampliar a oferta de loteamentos para moradias, demarcar na cidade áreas irregulares que não são passíveis a construção, e dar ênfase e preservar o patrimônio histórico e natural.

Segundo Brasil (2005), quando o Ministério das Cidades definiu a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU) para o País, acabou estabelecendo um marco regulatório para as áreas de saneamento ambiental, habitação, regularização fundiária, plano diretor participativo, mobilidade e transportes coletivos e trânsito.

Desta forma, o principal objetivo do Estatuto da Cidade é organizar as questões urbanas da cidade, na busca por um desenvolvimento urbano ordenado e planejado e muito embora o poder público tenha participação direta e seja o principal responsável pelo auxílio necessário para as melhorias, existe muito ainda a ser aprimorado no planejamento das cidades.

Através da Constituição de 1988 a população passou a ser corresponsável pelos passos tomados em relação ao planejamento urbano e as ações na cidade. Porém, ainda

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existem dificuldades no processo participativo da população, visto que é difícil reunir grupos específicos e nomear representantes de segmentos da cidade junto à equipe técnica responsável pela elaboração dos planos diretores (SAULE, 2009).

Os agentes públicos acabam sendo responsáveis por veicular as informações entre os munícipes e despertar nos mesmos, o interesse de participarem das decisões acerca do planejamento urbano do município. A problemática urbana vem se estendendo ao longo da história, a novidade a cerca deste assunto é a participação popular proposta pela Constituição de 1988, através do Estatuto da Cidade (SAULE, 2009).

A união entre o poder público, a sociedade civil, os empresários e representantes de entidades da comunidade, possuem voz ativa e com isso podem através de sua participação interferir nas mudanças e na organização do planejamento urbano da cidade. O poder público tem o compromisso através de convocação de audiência pública, ouvir os segmentos e regimentar as mudanças e intervenções no planejamento da cidade (SAULE, 2009).

2.3 PLANO DIRETOR

Considerando o Plano Diretor, o instrumento principal do Estatuto da Cidade, este deve ser construído a partir da participação popular abrangendo os princípios básicos da política urbana municipal e, sua estruturação deve ser compatível com o planejamento das finanças do município.

Segundo o Art. 41, do Estatuto da Cidade, o Plano Diretor é obrigatório para cidades:

I - com mais de vinte mil habitantes;

II - integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;

III - onde o Poder Público municipal pretende utilizar os instrumentos previstos no §4.º do art. 182 da Constituição Federal;

IV - integrantes de áreas de especial interesse turístico;

V - inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional.

No entanto, apesar da Lei instituir obrigatoriedade de se fazer o Plano Diretor a cidades com mais de 20 mil habitantes é aconselhável, que mesmo as cidades com menos de 20 mil habitantes elaborem seus Planos Diretores, evitando assim, um desenvolvimento desordenado e cheio de problemas de maior grandeza (Brasil, 2008).

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Quanto à participação da comunidade na elaboração do Plano Diretor é um princípio constitucional e uma obrigatoriedade. A participação popular fiscaliza e garante a gestão e construção democrática da cidade e o administrador público pode ser responsabilizado pelo descumprimento desse princípio.

Quanto à sua abrangência, o Plano Diretor deve contemplar todo o território municipal, em área urbana e rural. A sua aprovação deve se dar por meio de Lei complementar, aprovada pela Câmara Municipal de Vereadores e sancionada pelo Prefeito Municipal, devendo ser revisado de 10 em 10 anos.

Com relação aos municípios que já possuíam Planos Diretores anteriores a data de aprovação do Estatuto da Cidade ou que tenham sido elaborados há mais de 10 (dez) anos, obrigatoriamente devem revisá-los e adequá-los aos novos instrumentos previstos (Brasil, 2008).

Dentre os princípios que norteam a elaboração dos planos diretores municipais estão os instrumentos indicados no Estatuto da Cidade, que visam assegurar a indução do desenvolvimento, através do parcelamento, edificação ou utilização compulsórios dos imóveis, imposto predial ou territorial urbano progressivo no tempo, dentre outros; financiamento da política urbana; democratização da gestão urbana e regularização fundiária (BRASIL, 2001).

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3 ESTUDO DE CASO

3.1 MUNICIPIO DA PESQUISA – IMBITUBA/SC

O município de Imbituba está localizado no litoral sul de Santa Catarina, pertence à região da (Associação dos Municípios da Região de Laguna) AMUREL, situado a 90 km de Florianópolis. Possui uma área territorial de aproximadamente 184 km² e está localizado a 28°13’17’’ de latitude Sul e a 48°38’21’’ de longitude Oeste, em relação ao nível do mar. (MARTINS, 2002).

Imbituba tornou-se a partir de 1958 a Capital Geodésica do Brasil, na baía de Imbituba, precisamente na região do porto, onde se estabeleceu o marco geodésico. O ponto zero do nível do mar (MARTINS, 2002).

Figura 1: Localização cidade de Imbituba

Fonte: 1. PAZZETO, Alisson; 2. Google Maps, 2016. Adaptado pela autora.

Segundo dados do (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) IBGE, no ano de 2010, o município de Imbituba apresenta uma população de aproximadamente, 40.170 habitantes e baseado nas estimativas populacionais para 2009, possuía uma densidade demográfica de 214 hab/km².

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Figura 2: Densidade demográfica

Fonte: Resultados elaborados pelo SEBRAE/SC com base em dados do IBGE - apoiados na Estimativa Populacional 2009.

Quanto à história do município, em 1715, o desenvolvimento urbano de Imbituba, iniciou-se formando uma pequena vila, povoada pelos açorianos. A primeira atividade desenvolvida no município foi à exploração dos derivados da pesca da baleia.

Em 06/10/1930, através do Decreto nº 1, do Governador Provisório do Sul do Estado, Coronel Fontoura Borges do Amaral, Imbituba teve suprimida sua autonomia como Município. Em outubro de 1949, a Assembléia Legislativa do Estado mudou o nome "Imbituba" para "Henrique Lage", sendo que em 06/10/1959, através de Projeto de Lei de autoria do então Deputado Ruy Hülse, que se transformou na Lei nº 446/59, "Henrique Lage" passou a denominar-se, novamente, de "Imbituba" (MARTINS, 2002).

Nos anos 50, aproveitando a geografia do município, o porto foi ampliando a construção de um molhe e uma ferrovia, possibilitando o crescimento da vila. O porto de Imbituba foi construído pelos ingleses em 1880, para escoar a produção de carvão extraído nas minas na cabeceira do Rio Tubarão e transportado pela Estrada de Ferro Donna Thereza Christina. No início do século XX, a concessão das minas de carvão e da ferrovia foi transferida para a firma carioca Lage & Irmãos, que também assumiu o porto. (MARTINS, 2002).

Com a ampliação das atividades carboníferas em Santa Catarina e a persistência do problema do porto de Laguna, mesmo com todo o investimento feito pelo governo federal, a Lage & Irmãos resolveu ampliar o porto de Imbituba para atender quase que exclusivamente aos seus navios, o estaleiro na Ilha do Viana no Rio de Janeiro e a futura siderurgia. No dia 3 de novembro de 1922, foi fundada a Companhia Docas de Imbituba (CDI), que assumiu toda a área portuária. (MARTINS, 2002).

Em 1980 o auge da economia de Imbituba foi o carvão, sendo responsável por quase 70% da economia do município, o Porto de Imbituba durante décadas esteve vinculado

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à mineração do carvão, chegando a movimentar na década de 80, cerca de 4 milhões de toneladas anuais (MARTINS, 2002).

Situado em uma enseada de mar aberto, protegido de ventos e ressacas, o Porto de Imbituba entra em um novo tempo, agora administrado pela SCPar Porto de Imbituba S.A, após delegação do governo federal para o governo de Santa Catarina.

Com constantes projetos de modernização, o porto garante qualidade às transações de exportadores e importadores. Atualmente movimenta granéis sólidos e líquidos, congelados, contêineres e carga geral, contando com três berços de atracação. (SCPar, 2017).

O Porto de Imbituba está apto a atender, principalmente, o escoamento de cargas dos três estados da região Sul, com influência direta em todo o Mercosul. Além da excelência nas operações, o Porto de Imbituba oferece terminais e vias pavimentadas, equipamentos

modernos e armazéns próprios para os diversos tipos de carga. (PORTO DE IMBITUBA, 2017)

3.2 O PROJETO AVALIADO

O empreendimento em análise, neste estudo de caso, trata-se de uma edificação residencial multifamiliar e comercial, cada um composto pelos pavimentos térreo e três pavimentos tipo. Foi elaborado em 2005, pela empresa Universo Incorporadora LTDA e sua execução iniciou no ano de 2007.

O pavimento térreo compõem-se por quatro salas comerciais, uma central de gás e treze garagens. O primeiro e segundo pavimentos são constituídos por seis apartamentos cada. O terceiro pavimento encontra-se atualmente embargado pela prefeitura municipal, e a obra está interrompida.

3.2.1 Edificação Construída e Aprovada

A edificação objeto deste estudo foi construída e aprovada no ano de 2007, a data de entrada para aprovação na Prefeitura Municipal foi fevereiro de 2005. O atual Plano Diretor vigente no município de Imbituba foi instituído conforme Lei Complementar n° 2623,

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em 19 de março de 2005 e de acordo com Art. 80, esta Lei Complementar entrou em vigor 90 (noventa) dias, após a sua publicação (PDDSI, 2005).

Portanto, a edificação foi elaborada segundo as normas urbanísticas contidas no Plano Diretor de 1974, e obedeceu a seus condicionantes, motivo pelo qual, o empreendedor obteve a Licença para construção.

Após obter a Licença para construção no ano de 2007, com o projeto aprovado pela Prefeitura, o empreendedor iniciou a construção por etapas, sendo que o projeto aprovado era constituído conforme quadro de áreas abaixo, de quatro pavimentos contando o térreo, e com coeficiente de ocupação do terreno igual a 0,83 e coeficiente de aproveitamento igual a 3,0 (PMI, 2007).

Figura 3: Quadro de Áreas do Projeto Avaliado

Fonte: PMI - Prefeitura Municipal de Imbituba, 2005.

Conforme pode ser observado nas plantas indicadas nas figuras abaixo, o pavimento térreo ocupa as três extremas confrontantes, deixando apenas o recuo frontal da edificação e, para resolver problemas de insalubridade dos apartamentos, foram projetados fossos de luz a partir do primeiro pavimento, visto que o Plano Diretor de 1974, não previa recuos laterais.

O empreendedor construiu até o 3° pavimento, e não realizou a construção do 4° pavimento, conforme poderia, através de planta aprovada.

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Figura 4: Planta de Locação

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Figura 5: Planta baixa aprovada do Pavimento Térreo, conforme Plano Diretor Urbanístico de Imbituba, Lei n° 375/1974

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Figura 6: Planta baixa aprovada do 1° Pavimento, conforme Plano Diretor Urbanístico de Imbituba, Lei n° 375/1974.

Fonte: (PMI, 2005).

Figura 7: Planta baixa aprovada do 2° e 3° Pavimento, conforme Plano Diretor Urbanístico de Imbituba, Lei n° 375/1974.

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3.2.2 Ampliação solicitada

Conforme o Alvará de Licença para Construção de nº 029/2007, o empreendimento foi aprovado pela Prefeitura Municipal de Imbituba em 26/03/2007. No mesmo ano, iniciou-se sua implantação. O empreendedor, no entanto, não deu início a construção do 3° pavimento como estava previsto no projeto aprovado.

Somente em dezembro de 2016 o empreendedor deu início ao 3° pavimento e devido a aprovação do novo Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável de Imbituba Lei Complementar 2.623 de 29 de março de 2005, contendo novos parâmetros urbanísticos para o zoneamento da área de abrangência da obra e pela validade do Alvará de Licença para Construção já ter sido excedido, foi realizado o embargo da obra pela Prefeitura Municipal de Imbituba.

Desta forma, de acordo com as mudanças realizadas no zoneamento da área, pelo Plano Diretor vigente, o empreendedor está solicitando, além do direito da construção do 3° pavimento previsto em projeto antes já aprovado, a ampliação de mais um cômodo de 45,16m² no 3° pavimento, e a construção do 4° e 5° pavimento ambos com 442,43m², conforme apresentado na figura abaixo.

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Figura 8: Quadro de Áreas da Ampliação Requerida

Fonte: (PMI, 2005).

3.3 PLANO DIRETOR URBANÍSTICO DE IMBITUBA, LEI Nº 375 /1974

Conforme o Art. 1º, da Lei Complementar n° 375, de 16 de dezembro de 1974 foi instituído e aprovado o Plano Urbanístico de Imbituba para orientação e controle do desenvolvimento do Município. O PDDSI é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, elaborado através de ampla consulta popular em oficinas participativas. O PDDSI é parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo o Plano Plurianual - PPA, as Diretrizes Orçamentárias - LDO e o Orçamento Anual – LOA incorporarem as diretrizes e as prioridades nele contidas.

O PDDSI abrange todo o território do Município de acordo com o Art. 2º, “nenhuma obra pública ou privada, ou reforma substancial de prédio existente poderá ser iniciada na área urbana sem prévio Licenciamento da Prefeitura Municipal nos termos desta Lei, da Legislação vigente e da sua regulamentação”.

De acordo com Art. 3º, desta mesma Lei, nenhuma construção nova será permitida em terreno desmembrado, se este tiver dimensões inferiores a área mínima de 300,00 m² e frente mínima de 12,00 metros. O artigo explica ainda que ficam isentos desta obrigatoriedade, os conjuntos residenciais de características populares e, conforme o Art. 4º,

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(...)Nenhuma construção nova será autorizada na área urbana se não forem atendidas as seguintes condições mínimas, sem prejuízo de outras exigências legais regulamentares:

a) O terreno deverá ter frente sobre uma via pública integrante de loteamento aprovado pela Prefeitura Municipal ou via por esta já consagrada, que tenha condições de trafegabilidade;

b) A localização do prédio, prevista no projeto, deverá respeitar os alinhamentos determinados pela Prefeitura ou, no caso de não existir projeto definitivo da via, obedecer a um afastamento mínimo de 16 metros do eixo da via.

Segundo o Plano Diretor, o município está dividido em áreas urbanas, de expansão urbana e rural, na qual entende-se por “[...] área de expansão urbana aquela que o Plano Diretor indicar como área de futura ocupação urbana” e “por área rural o restante do Município não destinado a fins urbanos ou de expansão urbana”.

3.3.1 Zoneamento e Parâmetros urbanísticos, 1974

Segundo Mello (1982), denomina-se zoneamento à disciplina condicionadora do uso da propriedade imobiliária mediante delimitação de áreas categorizadas em vista das utilizações urbanas nelas admitidas.

O zoneamento é um instrumento amplamente utilizado nos planos diretores, através do qual a cidade é dividida em áreas sobre as quais incidem diretrizes diferenciadas para o uso e a ocupação do solo, especialmente os índices urbanísticos. O instrumento de zoneamento é implantado dentro do plano diretor de cada cidade obedecendo às características e necessidades de cada comunidade em particular, delimitando áreas e definindo o uso do solo em longo prazo observando as características e necessidades de cada lugar, visando garantir o pleno desenvolvimento social e ambiental das cidades. (DORNELES, 2010)

Conforme o plano diretor de 1974, o zoneamento de uso e ocupação do solo de Imbituba/SC ficou dividido em nove zoneamentos, com zonas de uso diferenciado, com as seguintes denominações:

a) Zona Central ... ZC b) Zona Residencial Mista ... ZRM c) Zona Residencial Uni e Pluri ... ZRUP d) Zona Industrial ... ZI e) Zona de Expansão Industrial ... ZEI f) Zona de Preservação Permanente... ZPP g) Zona de Relevante Interesse Ecológico... ZRIE

h) Zona Portuária ... ZP i) Zona Industrial Central ... ZIC

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Para a elaboração de projetos de qualquer natureza é necessário que os mesmos se adequem aos parâmetros urbanísticos determinados no Plano Diretor, analisando os usos do solo permitidos, para a zona ao qual o projeto estiver inserido, respeitando os valores de coeficiente de aproveitamento dos terrenos indicados para cada zona, conforme apresentado na Tabela 1, abaixo:

Tabela 1: Coeficientes de Aproveitamento do Plano Diretor de 1974

ZC ZRM ZRUP ZI ZEI ZPP ZRIE ZP ZIC** HABITAÇÃO INDIVIDUAL 1,25 1,25 1,25 — — — 0,35* — — HABITAÇÃO COLETIVA 3,00 2,00 2,50 — — — 0,50* — — COMÉRCIO ATACADO 1,20 1,20 — 0,60 0,60 — — — 0,60 COMÉRCIO A VAREJO, ESCRIT. E CONSULT. 3,00 2,00 1,25 1,25 1,25 — 0,50 — 1,25 COMÉRCIO ABASTECIMENTO 1,25 1,25 0,60 — — — 0,50 — — OFICINAS 1,25 1,25 0,60 1,25 1,25 — 0,25 1,20 1,25 INDÚSTRIA I 0,60 1,25 — 1,25 1,25 — — — 0,60 INDÚSTRIA II 0,60 0,60 — 1,25 1,25 — — — 0,60 INDÚSTRIA III — — — 1,25 1,25 — — — 0,30 INDÚSTRIA IV — — — 1,25 1,25 — — — 0,20 ESCOLAS, CURSOS, BIBLIOTECAS E MUSEUS 0,60 0,60 0,60 — — — 0,50 — — CINEMAS E TEATROS 1,00 1,00 1,00 — — — 0,25 — — GARAGENS COLETIVAS 2,00 2,00 1,00 — — — — — — ARMAZENAGEM DE CARGAS PORTUÁRIAS — — — 1,20 1,20 — — 1,20 1,20 Fonte: (PDUI, 1974).

Segundo o Plano Diretor entende-se por uso do solo, toda construção, reforma ou ocupação de prédios para uma determinada finalidade e Coeficiente de Aproveitamento, a relação entre as áreas construídas de todos os pavimentos de uma edificação e a área total do terreno em que se situa.

Quanto às alturas que as edificações deverão respeitar em seus respectivos zoneamentos, o Art. 8º desta Lei estabelece os seguintes parâmetros:

a) Nas zonas ZC, ZR-1 e ZR-2 a altura máxima será livre; b) Nas zonas ZR-3 a altura será de 2 (dois) pavimentos normais;

c) Nas zonas ZI a altura será livre para as construções industriais e de 2 (dois) pavimentos, no máximo para os demais casos.

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O Art. 9º trata dos recuos que deverão ser obedecidos nas edificações e determina que todas as construções deverão observar um recuo frontal de 4,00 (quatro) metros de alinhamento do terreno e de acordo com o § 1º, “excetuam-se de obrigatoriedade do cumprimento deste artigo as construções a serem feitas na Zona Central – ZC”.

O Art. 22, da Lei determina que nos projetos para construção de casas térreas ou assobradadas observar-se-á, em relação às unidades autônomas, a discriminação da parte do terreno ocupada pela edificação e também aquela eventualmente reservada como de utilização exclusiva dessas casas, como jardim e quintal, a fração ideal do terreno e de partes comuns, corresponderá às unidades:

§ 1º. A parte do terreno ocupada pela edificação somada aquela reservada como de utilização exclusiva terá uma testada mínima de 12,00 m. (doze metros) e área mínima de 300,00 m² (trezentos metros quadrados), exceto nas Zonas de Relevante Interesse Ecológico - ZRIE, onde a área mínima será de 450,00 m² (quatrocentos e cinquenta metros quadrados).

§ 3º. A parte do terreno ocupada pela edificação somada aquela reservada como de utilização exclusiva, projetada para situar-se em encostas com aclives ou declives superiores à 25% (vinte e cinco por cento), não poderão apresentar área inferior a 600,00 m² (seiscentos metros quadrados).

§ 4º. No uso do solo relativo à parte do terreno ocupada pela edificação somada aquela reservada como de utilização exclusiva, aplicam-se os coeficientes de aproveitamento fixados no art. 7º desta Lei.

§ 5º. As áreas de uso comum corresponderão a, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) da área total do terreno (PDUI, 1974).

O Art. 25 trata da tramitação para aprovação dos projetos de construção de casas térreas ou assobradadas destinadas a constituição de condomínio que devem ser realizadas em duas etapas.

Na primeira etapa, o requerente solicitará a aprovação dos projetos das edificações e as diretrizes do zoneamento de uso e ocupação do solo para o projeto de urbanização, contendo os seguintes documentos:

a) Requerimento padrão;

b) Taxa de expediente, para qualquer fim, quitada;

c) Título(s) de propriedade(s) do(s) terreno(s), com certidão recente do Registro Imobiliário;

d) Planta planialtimétrica do(s) terreno(s) (PDUI, 1974).

Na segunda etapa, o requerente solicitará a aprovação dos projetos das edificações e de urbanização, contendo os seguintes documentos:

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a) Requerimento padrão;

b) Taxa de expediente, para qualquer fim, quitada;

c) Título(s) de propriedade(s) do(s) terreno(s), com certidão recente do Registro Imobiliário;

d) Planta planialtimétrica do(s) terreno(s);

e) Projetos das edificações, com plantas baixa, de cortes, de elevações, de locação e de situação, por unidade autônoma e do conjunto de edificações;

f) Planilha discriminatória das unidades autônomas constituídas por casas térreas ou assobradadas, indicando a parte do terreno ocupada pela edificação e também aquela eventualmente reservada como de utilização exclusiva dessas casas, como jardim e quintal, bem assim, a fração ideal do todo do terreno e de partes comuns, que corresponderá às unidades, bem como, o cálculo das áreas das edificações, discriminando, além da global, a das partes comuns, e indicando, para cada tipo de unidade autônoma, a respectiva metragem de área construída;

g) Certidões negativas de impostos federais, estaduais e municipais, da previdência social, de protestos de títulos, de ações cíveis e criminais e de ônus reais relativamente ao imóvel, aos alienantes do terreno e ao incorporador;

h) Histórico dos títulos de propriedade do(s) imóvel(is), abrangendo os últimos 20 (vinte) anos, acompanhado de certidões dos respectivos registros;

i) Memorial descritivo das especificações das obras projetadas, segundo a NBR 12.721 editada pela ABNT;

j) Avaliação do custo global das obras, atualizada à data do requerimento, calculada de acordo com os critérios e normas da ABNT, anexando a NB-140 da NBR 12.721 detalhada de cada unidade autônoma a ser construída;

l) Minuta da futura convenção de condomínio que regerá o conjunto de edificações; m) Parecer ou Licença do órgão técnico ambiental competente (PDUI, 1974).

Para a análise do mapa de zoneamento urbano geral do município, referente ao plano diretor de 1974, não foram encontrados os arquivos ou material impresso, mas segundo informações da prefeitura municipal, o local onde está inserido o estudo de caso, objeto de análise desta pesquisa, era delimitado na Zona Central, conforme abaixo;

A Zona Central – ZC tem os seguintes limites:

a) Com a Via Arterial Principal - VAP (Avenida Manoel Florentino Machado): Ponto de partida, inicia no centro da rótula da Intersecção I - 4, Trevo de Vila Nova Alvorada, segue pelo eixo da Via Arterial Principal - VAP (Avenida Manoel Florentino Machado), em direção sudeste, até encontrar o eixo da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina;

b) Com a Estrada Dona Tereza Cristina: segue pelo eixo da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina, em direção sudoeste, até a ponte ferroviária sobre a Lagoa Paes Leme;

c) Com a Lagoa Paes Leme: Da ponte ferroviária sobre a Lagoa Paes Leme, segue pela margem sul da Lagoa Paes Leme até encontrar o canal sob a Via Arterial Secundária - VAS (Avenida Renato Ramos da Silva);

d) Com a Via Arterial Secundária - VAS (Avenida Renato Ramos da Silva): do canal sob a Via Arterial Secundária - VAS (Avenida Renato Ramos da Silva), segue pelo seu eixo, em direção nordeste, até encontrar a Intersecção I - 3 (Trevo do Estádio do Paes Leme Esporte Clube);

e) Com a Via Arterial Secundária - VAS (Avenida 21 de Junho): da Intersecção I - 3 (Trevo do Estádio do Paes Leme Esporte Clube), segue pelo eixo da Via Arterial Secundária - VAS (Avenida 21 de Junho) em direção norte, até encontrar o Ponto de Partida na Intersecção I - 4 (Trevo de Vila Nova Alvorada) (PDUI, 1974).

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Figura 9: Zona Central - Conforme Plano Urbanístico de Imbituba, Lei Complementar 375/1974.

Fonte: Elaboração da autora, 2017

Devido a falta do mapa de zoneamento, foi elaborado na figura acima, a delimitação da Zona Central, conforme descrito na Lei do Plano Diretor de 1974, indicando a localização do imóvel a ser estudado, visando a análise comparativa com o plano diretor de 2005, vigente.

3.4 PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE IMBITUBA, LEI Nº 2.623 DE 19 DE MARÇO DE 2005

Conforme Art. 2º da Lei Municipal de n° 2.623 de 19 de março de 2005, o PDDSI é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, e foi elaborado através de ampla consulta popular em oficinas participativas e abrange todo o território do Município (PDDSI, 2005).

O PDDSI incorpora os princípios da política urbana mediante o enfoque integrado e sistêmico na definição do modelo de desenvolvimento do município, das estratégias para a execução dos Planos Particularizados, Programas e Projetos, enfatizando a sustentabilidade econômica, social e ambiental, segundo os seguintes princípios:

Referências

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