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3 ESTUDO DE CASO

3.3 PLANO DIRETOR URBANÍSTICO DE IMBITUBA, LEI Nº 375 /1974

Conforme o Art. 1º, da Lei Complementar n° 375, de 16 de dezembro de 1974 foi instituído e aprovado o Plano Urbanístico de Imbituba para orientação e controle do desenvolvimento do Município. O PDDSI é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, elaborado através de ampla consulta popular em oficinas participativas. O PDDSI é parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo o Plano Plurianual - PPA, as Diretrizes Orçamentárias - LDO e o Orçamento Anual – LOA incorporarem as diretrizes e as prioridades nele contidas.

O PDDSI abrange todo o território do Município de acordo com o Art. 2º, “nenhuma obra pública ou privada, ou reforma substancial de prédio existente poderá ser iniciada na área urbana sem prévio Licenciamento da Prefeitura Municipal nos termos desta Lei, da Legislação vigente e da sua regulamentação”.

De acordo com Art. 3º, desta mesma Lei, nenhuma construção nova será permitida em terreno desmembrado, se este tiver dimensões inferiores a área mínima de 300,00 m² e frente mínima de 12,00 metros. O artigo explica ainda que ficam isentos desta obrigatoriedade, os conjuntos residenciais de características populares e, conforme o Art. 4º,

(...)Nenhuma construção nova será autorizada na área urbana se não forem atendidas as seguintes condições mínimas, sem prejuízo de outras exigências legais regulamentares:

a) O terreno deverá ter frente sobre uma via pública integrante de loteamento aprovado pela Prefeitura Municipal ou via por esta já consagrada, que tenha condições de trafegabilidade;

b) A localização do prédio, prevista no projeto, deverá respeitar os alinhamentos determinados pela Prefeitura ou, no caso de não existir projeto definitivo da via, obedecer a um afastamento mínimo de 16 metros do eixo da via.

Segundo o Plano Diretor, o município está dividido em áreas urbanas, de expansão urbana e rural, na qual entende-se por “[...] área de expansão urbana aquela que o Plano Diretor indicar como área de futura ocupação urbana” e “por área rural o restante do Município não destinado a fins urbanos ou de expansão urbana”.

3.3.1 Zoneamento e Parâmetros urbanísticos, 1974

Segundo Mello (1982), denomina-se zoneamento à disciplina condicionadora do uso da propriedade imobiliária mediante delimitação de áreas categorizadas em vista das utilizações urbanas nelas admitidas.

O zoneamento é um instrumento amplamente utilizado nos planos diretores, através do qual a cidade é dividida em áreas sobre as quais incidem diretrizes diferenciadas para o uso e a ocupação do solo, especialmente os índices urbanísticos. O instrumento de zoneamento é implantado dentro do plano diretor de cada cidade obedecendo às características e necessidades de cada comunidade em particular, delimitando áreas e definindo o uso do solo em longo prazo observando as características e necessidades de cada lugar, visando garantir o pleno desenvolvimento social e ambiental das cidades. (DORNELES, 2010)

Conforme o plano diretor de 1974, o zoneamento de uso e ocupação do solo de Imbituba/SC ficou dividido em nove zoneamentos, com zonas de uso diferenciado, com as seguintes denominações:

a) Zona Central ... ZC b) Zona Residencial Mista ... ZRM c) Zona Residencial Uni e Pluri ... ZRUP d) Zona Industrial ... ZI e) Zona de Expansão Industrial ... ZEI f) Zona de Preservação Permanente... ZPP g) Zona de Relevante Interesse Ecológico... ZRIE

h) Zona Portuária ... ZP i) Zona Industrial Central ... ZIC

Para a elaboração de projetos de qualquer natureza é necessário que os mesmos se adequem aos parâmetros urbanísticos determinados no Plano Diretor, analisando os usos do solo permitidos, para a zona ao qual o projeto estiver inserido, respeitando os valores de coeficiente de aproveitamento dos terrenos indicados para cada zona, conforme apresentado na Tabela 1, abaixo:

Tabela 1: Coeficientes de Aproveitamento do Plano Diretor de 1974

ZC ZRM ZRUP ZI ZEI ZPP ZRIE ZP ZIC** HABITAÇÃO INDIVIDUAL 1,25 1,25 1,25 — — — 0,35* — — HABITAÇÃO COLETIVA 3,00 2,00 2,50 — — — 0,50* — — COMÉRCIO ATACADO 1,20 1,20 — 0,60 0,60 — — — 0,60 COMÉRCIO A VAREJO, ESCRIT. E CONSULT. 3,00 2,00 1,25 1,25 1,25 — 0,50 — 1,25 COMÉRCIO ABASTECIMENTO 1,25 1,25 0,60 — — — 0,50 — — OFICINAS 1,25 1,25 0,60 1,25 1,25 — 0,25 1,20 1,25 INDÚSTRIA I 0,60 1,25 — 1,25 1,25 — — — 0,60 INDÚSTRIA II 0,60 0,60 — 1,25 1,25 — — — 0,60 INDÚSTRIA III — — — 1,25 1,25 — — — 0,30 INDÚSTRIA IV — — — 1,25 1,25 — — — 0,20 ESCOLAS, CURSOS, BIBLIOTECAS E MUSEUS 0,60 0,60 0,60 — — — 0,50 — — CINEMAS E TEATROS 1,00 1,00 1,00 — — — 0,25 — — GARAGENS COLETIVAS 2,00 2,00 1,00 — — — — — — ARMAZENAGEM DE CARGAS PORTUÁRIAS — — — 1,20 1,20 — — 1,20 1,20 Fonte: (PDUI, 1974).

Segundo o Plano Diretor entende-se por uso do solo, toda construção, reforma ou ocupação de prédios para uma determinada finalidade e Coeficiente de Aproveitamento, a relação entre as áreas construídas de todos os pavimentos de uma edificação e a área total do terreno em que se situa.

Quanto às alturas que as edificações deverão respeitar em seus respectivos zoneamentos, o Art. 8º desta Lei estabelece os seguintes parâmetros:

a) Nas zonas ZC, ZR-1 e ZR-2 a altura máxima será livre; b) Nas zonas ZR-3 a altura será de 2 (dois) pavimentos normais;

c) Nas zonas ZI a altura será livre para as construções industriais e de 2 (dois) pavimentos, no máximo para os demais casos.

O Art. 9º trata dos recuos que deverão ser obedecidos nas edificações e determina que todas as construções deverão observar um recuo frontal de 4,00 (quatro) metros de alinhamento do terreno e de acordo com o § 1º, “excetuam-se de obrigatoriedade do cumprimento deste artigo as construções a serem feitas na Zona Central – ZC”.

O Art. 22, da Lei determina que nos projetos para construção de casas térreas ou assobradadas observar-se-á, em relação às unidades autônomas, a discriminação da parte do terreno ocupada pela edificação e também aquela eventualmente reservada como de utilização exclusiva dessas casas, como jardim e quintal, a fração ideal do terreno e de partes comuns, corresponderá às unidades:

§ 1º. A parte do terreno ocupada pela edificação somada aquela reservada como de utilização exclusiva terá uma testada mínima de 12,00 m. (doze metros) e área mínima de 300,00 m² (trezentos metros quadrados), exceto nas Zonas de Relevante Interesse Ecológico - ZRIE, onde a área mínima será de 450,00 m² (quatrocentos e cinquenta metros quadrados).

§ 3º. A parte do terreno ocupada pela edificação somada aquela reservada como de utilização exclusiva, projetada para situar-se em encostas com aclives ou declives superiores à 25% (vinte e cinco por cento), não poderão apresentar área inferior a 600,00 m² (seiscentos metros quadrados).

§ 4º. No uso do solo relativo à parte do terreno ocupada pela edificação somada aquela reservada como de utilização exclusiva, aplicam-se os coeficientes de aproveitamento fixados no art. 7º desta Lei.

§ 5º. As áreas de uso comum corresponderão a, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) da área total do terreno (PDUI, 1974).

O Art. 25 trata da tramitação para aprovação dos projetos de construção de casas térreas ou assobradadas destinadas a constituição de condomínio que devem ser realizadas em duas etapas.

Na primeira etapa, o requerente solicitará a aprovação dos projetos das edificações e as diretrizes do zoneamento de uso e ocupação do solo para o projeto de urbanização, contendo os seguintes documentos:

a) Requerimento padrão;

b) Taxa de expediente, para qualquer fim, quitada;

c) Título(s) de propriedade(s) do(s) terreno(s), com certidão recente do Registro Imobiliário;

d) Planta planialtimétrica do(s) terreno(s) (PDUI, 1974).

Na segunda etapa, o requerente solicitará a aprovação dos projetos das edificações e de urbanização, contendo os seguintes documentos:

a) Requerimento padrão;

b) Taxa de expediente, para qualquer fim, quitada;

c) Título(s) de propriedade(s) do(s) terreno(s), com certidão recente do Registro Imobiliário;

d) Planta planialtimétrica do(s) terreno(s);

e) Projetos das edificações, com plantas baixa, de cortes, de elevações, de locação e de situação, por unidade autônoma e do conjunto de edificações;

f) Planilha discriminatória das unidades autônomas constituídas por casas térreas ou assobradadas, indicando a parte do terreno ocupada pela edificação e também aquela eventualmente reservada como de utilização exclusiva dessas casas, como jardim e quintal, bem assim, a fração ideal do todo do terreno e de partes comuns, que corresponderá às unidades, bem como, o cálculo das áreas das edificações, discriminando, além da global, a das partes comuns, e indicando, para cada tipo de unidade autônoma, a respectiva metragem de área construída;

g) Certidões negativas de impostos federais, estaduais e municipais, da previdência social, de protestos de títulos, de ações cíveis e criminais e de ônus reais relativamente ao imóvel, aos alienantes do terreno e ao incorporador;

h) Histórico dos títulos de propriedade do(s) imóvel(is), abrangendo os últimos 20 (vinte) anos, acompanhado de certidões dos respectivos registros;

i) Memorial descritivo das especificações das obras projetadas, segundo a NBR 12.721 editada pela ABNT;

j) Avaliação do custo global das obras, atualizada à data do requerimento, calculada de acordo com os critérios e normas da ABNT, anexando a NB-140 da NBR 12.721 detalhada de cada unidade autônoma a ser construída;

l) Minuta da futura convenção de condomínio que regerá o conjunto de edificações; m) Parecer ou Licença do órgão técnico ambiental competente (PDUI, 1974).

Para a análise do mapa de zoneamento urbano geral do município, referente ao plano diretor de 1974, não foram encontrados os arquivos ou material impresso, mas segundo informações da prefeitura municipal, o local onde está inserido o estudo de caso, objeto de análise desta pesquisa, era delimitado na Zona Central, conforme abaixo;

A Zona Central – ZC tem os seguintes limites:

a) Com a Via Arterial Principal - VAP (Avenida Manoel Florentino Machado): Ponto de partida, inicia no centro da rótula da Intersecção I - 4, Trevo de Vila Nova Alvorada, segue pelo eixo da Via Arterial Principal - VAP (Avenida Manoel Florentino Machado), em direção sudeste, até encontrar o eixo da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina;

b) Com a Estrada Dona Tereza Cristina: segue pelo eixo da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina, em direção sudoeste, até a ponte ferroviária sobre a Lagoa Paes Leme;

c) Com a Lagoa Paes Leme: Da ponte ferroviária sobre a Lagoa Paes Leme, segue pela margem sul da Lagoa Paes Leme até encontrar o canal sob a Via Arterial Secundária - VAS (Avenida Renato Ramos da Silva);

d) Com a Via Arterial Secundária - VAS (Avenida Renato Ramos da Silva): do canal sob a Via Arterial Secundária - VAS (Avenida Renato Ramos da Silva), segue pelo seu eixo, em direção nordeste, até encontrar a Intersecção I - 3 (Trevo do Estádio do Paes Leme Esporte Clube);

e) Com a Via Arterial Secundária - VAS (Avenida 21 de Junho): da Intersecção I - 3 (Trevo do Estádio do Paes Leme Esporte Clube), segue pelo eixo da Via Arterial Secundária - VAS (Avenida 21 de Junho) em direção norte, até encontrar o Ponto de Partida na Intersecção I - 4 (Trevo de Vila Nova Alvorada) (PDUI, 1974).

Figura 9: Zona Central - Conforme Plano Urbanístico de Imbituba, Lei Complementar 375/1974.

Fonte: Elaboração da autora, 2017

Devido a falta do mapa de zoneamento, foi elaborado na figura acima, a delimitação da Zona Central, conforme descrito na Lei do Plano Diretor de 1974, indicando a localização do imóvel a ser estudado, visando a análise comparativa com o plano diretor de 2005, vigente.

3.4 PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE IMBITUBA,

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