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Análise de risco e retorno entre diferentes tipos de carteiras de ações: uma abordagem usando a Análise Gray e a Pesquisa Operacional

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

AGNES NATASHA MACIEL DE SAMPAIO

ANÁLISE DE RISCO E RETORNO ENTRE DIFERENTES TIPOS

DE CARTEIRAS DE AÇÕES: UMA ABORDAGEM USANDO A

ANÁLISE GRAY E A PESQUISA OPERACIONAL

VOLTA REDONDA / RJ 2013

(2)

AGNES NATASHA MACIEL DE SAMPAIO

ANÁLISE DE RISCO E RETORNO ENTRE DIFERENTES TIPOS

DE CARTEIRAS DE AÇÕES: UMA ABORDAGEM USANDO A

ANÁLISE GRAY E A PESQUISA OPERACIONAL

Trabalho de Conclusão do Curso apresentada ao Curso de Graduação em Administração do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. UALISON RÉBULA DE

OLIVEIRA

VOLTA REDONDA / RJ 2013

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TERMO DE APROVAÇÃO

AGNES NATASHA MACIEL DE SAMPAIO

ANÁLISE DE RISCO E RETORNO ENTRE DIFERENTES TIPOS DE CARTEIRAS DE AÇÕES: UMA ABORDAGEM USANDO A ANÁLISE GRAY E

A PESQUISA OPERACIONAL

Monografia aprovada pela Banca Examinadora do Curso de Administração da Universidade Federal Fluminense – UFF

Volta Redonda, ... ..de ... de ...

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ualison Rébula de Oliveira – Doutor – UFF – Orientador

Prof. Pauli Adriano de Almada Garcia – Doutor – UFF

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AGRADECIMENTOS

Após meses de árduo trabalho, o que segue nas próximas páginas é o fruto desse esforço. Contudo, não posso de modo algum afirmar que esse esforço foi apenas meu. Pelo contrário, há pessoas sem as quais este projeto nunca teria acontecido.

Agradeço à Deus que é a essência de minha vida, que me deu capacidade e mais que isso, me cercou de todas as outras pessoas que estiveram comigo neste caminho.

Agradeço aos meus pais que muito me ensinaram ao longo da vida. A meu pai que sempre me estimulou a buscar o conhecimento, como também, sempre me deu suporte quando precisei. E sou grata à mamãe, que sempre me motivou, apoiou, e em meus momentos de crise se fez sempre presente. Seu imenso otimismo é o que me fez acreditar que era possível.

Agradeço também ao Ludi, meu irmão, cujo exemplo excepcional tanto me motiva. Suas conquistas me ajudam vislumbrar que por mais que o caminho acadêmico seja em muitos momentos exaustivos, eles valem e muito todo esforço empenhado.

Ao Elbes, meu namorado agradeço profundamente sua compreensão nos momentos de estresse, além de seu companheirismo ao longo de todo processo de produção e com certeza o trabalho não teria sido concluído com êxito sem sua participação.

Não posso deixar de agradecer ao professor Ualisson pela sua orientação que me expandiu os horizontes, ao mesmo tempo, em que forneceu um norte para minha pesquisa e por todo apoio que me deu para a mesma. Tão pouco não posso me esquecer do professor Pauli, que colaborou grandemente com o processo metodológico deste trabalho.

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RESUMO

Um agravamento da instabilidade existente no mercado de ações causado por uma recente crise gerou também receio aos seus investidores. Visando tornar-lo novamente atraente, a busca desse trabalho envolve analisar os riscos de uma carteira considerando que o BM&FBovespa sofre oscilações diárias. Neste ambiente, muitos ficam receosos em aplicar suas economias em ações. O que o trabalho pretende é amenizar isso por meio de uma proposta menos arriscada. Existem no mercado diversas técnicas que auxiliam investidores a minimizar o risco e ampliar o retorno. No caso deste trabalho foram utilizadas técnicas de pesquisa operacional, que levam em conta sua rentabilidade variável. O modelo utilizado foi desenvolvido por Harry Markowitz, Nobel de economia e é baseado em programação não linear. Com uma analise descritiva e quantitativa tanto para obtenção de dados quanto para seu processamento, o trabalho parte de seu problema, elabora suas etapas considerando técnicas estatísticas e recursos de Pesquisa operacional, para então se obtendo os resultados avaliar a veracidade das informações obtidas. Descrição que é composta, e mais especificamente trabalhada com as análises técnicas, fundamentalista, e ainda uma aplicação da análise relacional grey aplicada ao setor financeiro. Por fim, verificou-se que a carteira diversificada elaborada nesse estudo não só apresentou risco menor que cada uma das carteiras vistas individualmente, mas também obteve um retorno maior que o valor de crescimento do índice de referencia, Ibovespa.

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ABSTRACT

Increasing already existing instability caused by a recent crisis in the share market also generated alarm among investors. Looking forward to making it attractive once again, this paper research regards analyzing portfolio risks considering daily BM & FBOVESPA oscillation, to make these risks more attractive. Many are fearful to invest their savings into this market. The purpose of this research is to ease shared portfolio risk through a warier proposal. There are a variety of techniques to aid investors, minimize the risk and enlarge the return. In this study, operational research techniques were used because of the varying profitability. The applied model was developed by Harry Markowitz, Economic Sciences Nobel Prize, which recipient in Economic Sciences, which it is based on nonlinear programming. Via a descriptive and quantitative analysis for collection of data and its processing, the study starts from the problem, elaborates phases considering statistical techniques and operational research to evaluate veracity of information with the obtained results. Descriptive analysis is composed with technical analyses, fundamental principles, and an application of Gray Relational analysis in the financial sector. In conclusion it is verified that the diverse portfolio elaborated upon in this study presents a lower risk than each individual item examined in this portfolio. It is also ascertained that such a diverse portfolio provides a substantially greater return than the fluctuating reference index value, IBOVESPA.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Variáveis econômicas X Impacto no mercado de Ações. ... 27

Figura 2: Processo de Modelagem ... 48

Figura 3: Condição de restrições ... 48

Figura 4: Suposições da programação linear ... 51

Figura 5: Quando usar ou não planilha ... 55

Figura 6: Menu Opções ... 55

Figura 7: Guia suplementos... 56

Figura 8: Menu Suplementos ... 56

Figura 9: Página de instalação ... 57

Figura 10: Ferramenta Solver do Excel ... 57

Figura 11: Parâmetro do Solver ... 58

Figura 12: Opções do Solver ... 59

Figura 13: Resultado com erro ... 60

Figura 14: Solução ótima ... 60

Figura 15: Relatórios Solver ... 61

Figura 16: Fluxograma do procedimento metodológico ... 71

Figura 17: Tratamento estatístico das informações coletadas das 15 ações. ... 101

Figura 18: Seleção da carteira de ações através da planilha eletrônica ... 103

Figura 19: Parâmetros do Solver do método utilizado ... 104

(8)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Tendências ... 30

Gráfico 2:Tendência de Alta... 31

Gráfico 3: Tendência de Baixa ... 32

Gráfico 4: Gráfico de Barras ... 33

Gráfico 5: Identificação de linha de tendências... 33

Gráfico 6: Significado do Gráfico Candlestick ... 34

Gráfico 7: Risco ... 40

Gráfico 8: Correlação positiva ... 43

Gráfico 9: Fronteira de eficiência ... 65

Gráfico 10: Fronteira eficiente a melhor composição ... 68

Gráfico 11: Histórico dos preços das ações ... 97

Gráfico 12: Risco 2 ... 102

(9)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Índices ... 19

Tabela 2: Diferenças básicas entre as duas ferramentas. ... 35

Tabela 3: Vantagens e desvantagens da análise fundamentalista ... 35

Tabela 4: Vantagens e desvantagens da análise técnica. ... 36

Tabela 5 : Exemplo de diversificação de ativos de diferentes graus de correlação... 45

Tabela 6: Síntese da análise relacional grey ... 63

Tabela 7: Empresas que compõem o índice Bovespa ... 75

Tabela 8: Notícias 1 ... 79

Tabela 9: Cálculo do beta ... 82

Tabela 10: Índices financeiros ... 84

Tabela 11: Índices Positivos ... 86

Tabela 12: Normalização ... 88

Tabela 13: Matriz de diferenças ... 90

Tabela 14: Coeficientes relacionais ... 91

Tabela 15: Graus de Relacionamento ... 93

Tabela 16: Histórico dos preços das ações ... 100

Tabela 17: Rentabilidade da carteira sugerida pelo Solver ... 106

Tabela 18: Rentabilidade do Ibovespa ... 106

Tabela 19: Fundos de Ações ... 107

Tabela 20: Rentabilidade dos fundos ... 108

(10)

10

LISTA DE EQUAÇÕES

( 1 ) Índice de negociabilidade ... 20

( 2 ) Índice Bovespa ... 21

( 3 ) Análise horizontal ... 23

( 4 ) Índice de liquidez corrente ... 23

( 5 ) Índice de liquidez seca ... 23

( 6 ) Período médio de cobrança ... 24

( 7 ) Giro das duplicatas à receber ... 24

( 8 ) Período médio de pagamento ... 24

( 9 ) Giro de duplicatas à pagar ... 24

( 10 ) Período médio de estocagem ... 24

( 11 ) Giro de estoque ... 24

( 12 ) Índice de endividamento geral ... 25

( 13 ) Capital de terceiros/capital próprio ... 25

( 14 ) Multiplicador de capital próprio ... 25

( 15 ) Cobertura de juros ... 25

( 16 ) Margem bruta ... 25

( 17 ) Margem operacional ... 25

( 18 ) Margem liquida ... 25

( 19 ) Taxa de retorno sobre ativo total ... 25

( 20 ) Retorno sobre patrimonio liquido ... 25

( 21 ) Lucro por ação ... 26

( 22 ) Índice preço/lucro ... 26

( 23 ) Valor patrimonial por ação ordinária ... 26

( 24 ) Índice de valor de mercado/patrimonial ... 26

( 25 ) Retorno monetário ... 37

( 26 ) Retorno esperado ... 37

( 27 ) Desvio padrão ... 38

( 28 ) Coeficiente de variação ... 39

( 29 ) Retorno esperado da carteira ... 39

( 30 ) Risco total ... 40

( 31 ) Beta (β) ... 41

( 32 ) Desvio padrão de um portfolio ... 42

( 33 ) Coeficiente de correlação ... 42

( 34 ) Coeficiente de correlação (simplificado) ... 43

( 35 ) Função objetiva (geral) ... 48

( 36 ) Restrições ... 49

( 37 ) Função objetiva ... 52

( 38 ) Restrições funcionais ... 52

( 39 ) Restrições de não negatividade ... 52

( 40 ) Quanto maior melhor ... 62

( 41 ) Quanto menor melhor ... 62

( 42 ) Coeficiente relacional grey ... 62

( 43 ) Grau de relacionamento grey ... 62

( 44 ) Minimizar Z ... 66

(11)

11 ( 46 ) Inequação (Exemplo) ... 66 ( 47 ) Equação (Exemplo) ... 66 ( 48 ) Não negatividade (Exemplo) ... 66

(12)

12

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 13

1.1 Objetivo ... 14

1.2 Resultado que se espera alcançar ... 15

2. REVISÃO DE LITERATURA ... 16

2.1 Mercado de capitais ... 16

2.1.1 Histórico, conceitos e definições iniciais ... 16

2.1.2 Índices ... 19

2.2 Análise de ações ... 21

2.2.1 Análise fundamentalista de ações ... 21

2.2.2 Análise técnica de ações ... 27

2.2.3 Comparação entre as duas técnicas ... 35

2.3 Risco e retorno ... 36

2.3.1 Riscos relacionados aos ativos isolados ... 37

2.3.2 Riscos relacionados a uma carteira de ativos ... 39

2.4 Pesquisa Operacional ... 46

2.4.1 Pesquisa Operacional ... 46

2.4.2 Programação linear ... 50

2.4.3 Programas utilizados para resolução de problemas... 53

2.4.4 Análise Relacional Grey... 61

2.5 Utilização de pesquisa operacional para montagem de carteira de acordo com Harry Markowitz ... 63 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 69 4. RESULTADOS ... 106 5. DISCUSSÃO ... 110 6. CONCLUSÃO ... 113 7. REFERÊNCIAS ... 114

(13)

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1. INTRODUÇÃO

Almejando crescimento, diversas empresas perceberam vantajosa a busca por novas fontes de recursos para seus projetos. Dentre as possibilidades, muitas encontraram sua resposta no mercado de capitais. Fonte de recursos que geralmente traz à empresa credibilidade, e lida com intermediários financeiros que, segundo Pinheiro (2002), têm como função a aproximação de agentes superavitários, que possuem excesso de recursos, mas não têm oportunidade de investi-los em atividades produtivas, e os agentes deficitários, que estão em situação inversa. De acordo com Sanvicente (2010) o mercado de ações faz parte do mercado financeiro que se divide em dois: os mercados monetários - mercados de títulos de dívida que vencem em curto prazo (normalmente menos de um ano) e mercados de dívida em longo prazo (com prazo de vencimento superior a um ano) - e as ações, sendo esta última objeto desse trabalho.

As ações são títulos nominativos que representam uma pequena fração do capital social. Desta forma, o seu proprietário se torna um sócio da empresa da qual adquiriu o título (Toledo Filho, 2006). Este investimento é de rentabilidade variável, podendo ser classificado em ações ordinárias ou preferenciais, sendo a maior diferença entre as duas é que a primeira tem direito a voto nas assembleias gerais e a segunda não (Lemes Junior, 2005).

As empresas que possuem ações negociadas em Bolsas de Valores são influenciadas por fatores internos e externos que, por sua vez, influenciam nas oscilações dos preços de seus papéis (ações). Para a compreensão dessas oscilações e como elas influenciam no valor das ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA), por exemplo, vários autores, entre eles Pinheiro (2002), recomendam a utilização das análises técnica e fundamentalista de ações.

As análises Técnica e Fundamentalista são utilizadas, especificamente, para a minimização dos riscos de um investimento em ações. Segundo Lemes Junior et al (2010), risco pode ser descrito como a expectativa de retorno associado a um determinado ativo e está presente em investimento de ações, sendo que o que se altera de uma ação para outra é o grau de risco.

A análise fundamentalista envolve a verificação de diferentes contextos e aspectos influenciadores do desempenho da companhia, como avaliação do ambiente econômico (internacional e doméstico), como também o setor a que pertence a empresa

(14)

14

em consideração comparando-a com outras do mesmo ramo e a avaliação da empresa em si. A análise técnica baseia-se nas variações ocorridas nos preços e volumes negociados de um ativo financeiro onde as comparações são feitas graficamente (Pinheiro, 2008).

Além das análises técnica e fundamentalista, várias outras técnicas são utilizadas para a minimização dos riscos no investimento de ações. Um exemplo, são as técnicas pertencentes à área de conhecimento da pesquisa operacional. A Pesquisa Operacional é usada para avaliar linhas de ação alternativas e encontrar as soluções que melhor servem aos objetivos dos indivíduos ou organizações. Por esse motivo, nesse trabalho, além das análises técnica e fundamentalistas de ações, utilizar-se-á, também, a analise relacional greypara a avaliação de ações, que é um diferencial por ser utilizado neste seguimento.

A análise relacional grey (GRA) consiste em uma metodologia que busca o nível de similaridade e variabilidade entre fatores com bases distintas para estabelecer sua relação. Esse método sugere como fazer previsões e tomar decisões (BONANOMI et al, 2010), e é utilizado para determinar o grau de relacionamento entre uma observação referencial com observações levantadas, objetivando estabelecer um grau de proximidade com o estado meta (COSTA et al, 2010). Segundo a SOBRAPO (2013), Pesquisa Operacional (a qual pertence GRA) é definida como uma ciência voltada para a resolução de problemas reais, tendo o foco na tomada de decisões, por isso, foi escolhida de maneira muito peculiar para relacionar índices financeiros auxiliando na escolha das ações que integrarão a carteira, por meio de equações matemáticas.

Os modelos matemáticos comentados por Arenales et al (2007, pág.4) “é uma

representação simplificada (abstração) do problema real”, tornando-se inseparáveis da

pesquisa operacional. Esses modelos podem ser de diferentes complexidades, por esse motivo, muitos softwares são desenvolvidos para facilitar a resolução.

1.1 Objetivo

A instabilidade que foi gerada na economia mundial após a crise de 2008 agravou uma problemática do mercado de ações. A incerteza exacerbada sobre o retorno

(15)

15

dos investimentos feitos acarretou em um receio por parte de novos investidores que mesmo temerosos ainda ansiavam alternativas que os motivassem a investir nesse mercado duvidoso.

As carteiras que compõem o mercado de capitais sofrem influência de dois tipos de riscos: não diversificável e diversificável. O primeiro não pode ser reduzido independente da composição do portfolio, pois, seus fatores são atribuídos ao mercado, afetando todos os títulos. Já ao diversificável são atribuídas características específicas do setor, da empresa, ou dos títulos e pode ser diluído com a diversificação.

Sendo assim, o trabalho objetiva montar a melhor composição possível de uma carteira de modo a minimizar os riscos não sistêmicos, gerando credibilidade que manteria os atuais investidores e quiçá de uma perspectiva a novos .

1.2 Resultado que se espera alcançar

No mercado de ações os investidores adquirem quantidades diferentes de títulos diversos. Com isso, o risco associado aos mesmos poderão ser minimizados. Segundo os autores Assaf Neto et al (2011), Brigham et al (2006), Gitman (2010), e Groppelli et al (2006), o risco total de uma carteira ou portfolio é a soma do risco diversificável (não sistemático) com o risco não-diversificável (sistemático). O primeiro pode ser eliminado, ou ao menos reduzido através da montagem de uma carteira variada.

Desta forma, a pesquisa busca alcançar a distribuição dos itens que compõem a carteira, formada com base nas ações da BM&FBOVESPA, que minimize o risco utilizando as técnicas desenvolvidas por Markowitz. Para se chegar aos ativos a serem manipulados pelo modelo de Markowitz utilizar-se-á vários passos anteriores, como leituras de notícias, leitura de índices, cálculo do grey, cálculo do beta, etc...

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Mercado de capitais

2.1.1 Histórico, conceitos e definições iniciais

O mercado de capitais lida como intermediários financeiros, que segundo Pinheiro (2002), têm como função a aproximação de agentes superavitários que possui excesso de recursos, mas não têm oportunidade de investi-los em atividades produtivas, e os agentes deficitários que estão em situação inversa.

Segundo Sanvicente (2010), o mercado de capitais faz parte do mercado financeiro que se divide em dois: (i) Os mercados monetários – mercados de títulos de dívida que vencem em curto prazo (normalmente menos de um ano) e mercados de dívida em longo prazo (com prazo de vencimento superior a um ano) – e as (ii) ações sendo esta última objeto desse trabalho.

O mercado de capitais é onde encontramos o segmento mercado de ações. Esse mercado, enquanto sistema de distribuição de valores é constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.

Segundo Lemes Junior et al (2010), o mercado financeiro, que engloba o mercado de capitais, possibilita a captação e aplicação de recursos no curto e longo prazo. É operacionalizado por diferentes instituições financeiras, de natureza privada ou pública, as quais têm suas operações supervisionadas por órgão regulamentadores e fiscalizadores, normalmente, de natureza pública.

Hoje esse mercado no Brasil está centralizado na BM&FBOVESPA que de acordo com a mesma é uma companhia de capital brasileiro formada em 2008, a partir da integração das operações da Bolsa de Valores de São Paulo e da Bolsa de Mercadorias & Futuros, tornando-o uma das mais modernas bolsas de valores do mundo, operando com o sistema de Mega Bolsa, plataforma tecnológica altamente avançada de processamento de informações.

Para fazer parte do mercado de capitais brasileiro é necessário que seja uma empresa de capital aberta, ou seja, que lança títulos de capital (ações) ou dívidas

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(debêntures) para negociação pública. E para isso a empresa deve estar organizada e constituída de acordo com as definições da Lei Nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 como no artigo 4º dessa lei:

Art. 4º Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.

§ 1º Somente os valores mobiliários de emissão de companhia registrada na Comissão de Valores Mobiliários podem ser negociados no mercado de valores mobiliários.

§ 2º Nenhuma distribuição pública de valores mobiliários será efetivada no mercado sem prévio registro na Comissão de Valores Mobiliários.

Como se faz necessário o registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), consolidada através da Lei nº 6.385, de dezembro de 1976, esta instituição tem poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado. A Lei também atribui a competência para apurar, julgar e punir irregularidades eventualmente cometidas no mesmo ambiente.

O que justifica a inserção de empresas na bolsa é a necessidade de verbas para financiar seus investimentos. Segundo Blanchard (2011), captam recursos de dois modos: financiamento por dívida – através meio de títulos, empréstimos e financiamento por participação acionária – e por meio de ações ou papéis.

Esses papéis são títulos representativos de uma fração do capital das sociedades anônimas, cujo o proprietário de uma ou mais ações é um co-proprietário da empresa da qual adquiriu o título e participa de seus resultados. Estas são registradas na bolsa de valores e poderão ser negociadas a qualquer tempo pelo seu possessor (Toledo Filho, 2006).

Observando as ideias de Brito (2005, pág. 147) percebe-se que o autor comunga do mesmo entendimento: “Valor mobiliário, emitido pelas companhias ou

sociedades anônimas, representativo de parcela do capital. O capital da companhia ou sociedade anônima é dividido em ações, constituindo-se o valor unitário da ação da companhia”. Como também Megliorini et al (2009): ações são títulos nominativos de

renda variável, emitidos por sociedades anônimas e que representam uma parcelado capital social. Ao adquiri-las, o investidor torna-se sócio da empresa.

Os sócios são os detentores de recursos dos quais empresas necessitam e os mesmos almejam empregá-los para um aumento de seus ganhos. Segundo Megliorini et al (2009), os ganhos dos investidores no mercado acionário decorrem basicamente, da valorização das ações possuídas e do recebimento dos dividendos distribuídos pelas

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respectivas sociedades anônimas. O dividendo, segundo Lemes Junior et al (2010, pág. 340), “é a distribuição em dinheiro de parte ou todo o lucro auferido pela empresa em

um exercício social, ou saldos de lucros acumulados, aos seus acionistas”. Assim, a

evolução do lucro líquido se faz importante para compreensão dos ganhos ou perdas obtidas com uma ação.

Quanto aos títulos, por representarem parcela do capital da companhia, não possui prazo de validade estipulado, podendo a companhia, resgatá-las, amortizá-las ou reembolsá-las quando julgar necessário e cabível. A Lei Nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 tem uma seção inteira para tratar do assunto que conta com dois artigos e vários incisos. O artigo 44 trata do assunto Resgate e Amortização e o artigo 45 trata do assunto Reembolso:

Art. 44 O estatuto ou a assembleia-geral extraordinária pode autorizar a aplicação de lucros ou reservas no resgate ou na amortização de ações, determinando as condições e o modo de proceder-se à operação. Art. 45 O reembolso é a operação pela qual, nos casos previstos em lei, a companhia paga aos acionistas dissidentes de deliberação da assembleia geral o valor de suas ações.

A rentabilidade ocorre por meio da participação dos investidores nos resultados da companhia, na distribuição de dividendos, bonificações ou pela venda no mercado de Bolsa ou balcão das ações anteriormente adquiridas ou subscritas e também de direitos de subscrição, pois estas não possuem uma rentabilidade determinada, sendo assim um título de renda variável (Brito,2005).

Os investidores podem optar pelo que melhor atendem suas expectativas, levando em consideração as duas classificações trazidas por Megliorini et al (2009, pág. 28) que são:

Preferenciais são aquelas que concedem a seus proprietários prioridade no recebimento de dividendos e no reembolso do capital em caso de dissolução da sociedade. Esse tipo de ação restringe, ou seja, não concede o direito a voto nas assembleias deliberativas da empresa.

Ordinárias são aquelas que concedem a seus proprietários o direito a voto nas assembleias deliberativas da empresa, seja na eleição de diretores, na aprovação de demonstrações contábeis, na modificação dos estatutos sociais etc

(19)

19

2.1.2 Índices

Os índices de ações são formas matemáticas, muitas vezes complexas e ponderadas de medir as variações de preços de uma carteira, ao longo de um período de tempo. Esses servem para dar uma visão geral do mercado, pois são compostos pelas principais ações e setores que estão disponíveis na bolsa de valores (Pinheiro, 2008). Comparando os diversos índices disponíveis na mesma pode-se fazer uma análise geral do andamento do mercado para futuros investimentos ou para resgatar os investimentos feitos nesse tipo de mercado.

No Brasil a BM&FBOVESPA divulga diversos índices distintos que são mostrados no quadro abaixo:

Tabela 1: Índices Fonte: Bovespa

Como o próprio site da Bovespa, além dos autores Andrezo et al (2007), Lemes Junior et al(2010) e Pinheiro (2008) concordam que o índice de maior relevância calculado e divulgado pelo mercado de capitais brasileiro é o índice Bovespa, também conhecido por Ibovespa esse foi mais aprofundamento devido ser utilizado no processo metodológico do trabalho.

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A base para a descrição do índice Bovespa é um material disponível no próprio site da BM&FBOVESPA (www.bmfbovespa.com.br/Indices/download/Ibovespa). O Ibovespa foi implementado no dia 2 de janeiro de 1968 e sua relevância advêm do fato de retratar o comportamento dos principais papéis negociados no mercado a vista na bolsa de São Paulo e também de sua tradição. Houve necessidade de diversas adequações para efeito de divulgação, não houve prejuízo a sua metodologia de cálculo, que foram realizadas da seguinte maneira: dividido por 100 no ano de 1983 e dividido por 10 nos anos de 1985, 88 a 92, 94, 97 e duas vezes em 93.

O Ibovespa é calculado com base em uma carteira teórica que é composta por ativos que em termo de liquidez representa 80% do número de negócios e do volume financeiro no espaço de doze meses. Já em termo de capitalização bursátil é aproximadamente 70% do somatório de todas as empresas com ações negociáveis(BM&FBOVESPA).

Com base no material disponível no próprio site da BM&FBOVESPA a carteira teórica que será utilizada para o cálculo do índice durante quatro meses tem que atender três critérios mínimos que são: estar incluída em uma relação de ações cujos índices de negociabilidade somados representem 80% do valor acumulado de todos os índices individualmente; apresentar participação, em termos de volume, superior a 0,1% do total; e ter sido negociada em mais de 80% do total de pregões do período. A fórmula matemática utilizada para o cálculo da participação na carteira é o seguinte:

( 1 )

Onde:

IN = índice de negociabilidade;

= número de negócios com a ação “i” no mercado à vista; N = número total de negócios no mercado à vista da Bovespa;

= volume financeiro gerado pelos negócios com a ação “i” no mercado à vista;

(21)

21

A apuração do Ibovespa é o somatório dos pesos (quantidade teórica da ação multiplicada pelo último preço da mesma) das ações integrantes de sua carteira teórica. Assim sendo, pode ser apurado, a qualquer momento, por meio da seguinte fórmula:

( 2 )

Onde:

= Índice Bovespa no instante t;

n = número total de ações componentes da carteira teórica; = último preço da ação “i” no instante t;

= quantidade teórica da ação “i” na carteira no instante t.

A BM&FBOVESPA é responsável pela gestão, cálculo, difusão e manutenção do Ibovespa. Essa responsabilidade assegura a observância estrita às normas e procedimentos técnicos constantes de sua metodologia, tornando assim extremamente confiável com uma metodologia de fácil acompanhamento pelo mercado. O Índice Bovespa é um bom representante do comportamento médio das principais ações transacionadas, e o perfil das negociações à vista observadas nos pregões.

2.2 Análise de ações

2.2.1 Análise fundamentalista de ações

O fundamentalismo tem um caráter de médio e longo prazo, pois leva em consideração perspectiva de crescimento da economia e da empresa, investimentos realizados e a realizar, demonstrações financeiras passadas e do grau de confiança do investidor perante as ações.

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22

O objetivo principal desta análise de ações é, para Pinheiro (2002), avaliar o comportamento da empresa visando à determinação do valor da mesma, partindo do princípio de que as ações têm um valor intrínseco, que lhe é próprio ou essencial, que está associado com desempenho da companhia emissora e com a situação geral da economia. Após ter determinado esses valores pode-se então avaliar seu preço justo.

Para avaliação dos valores da empresa Lemes et al (2005, pág.86) a elabora alguns procedimentos básicos que devem ser seguidos para a análise fundamentalista:

1. Desenvolvimento conhecimento aprofundado setor em que empresa atua: para isso podem ser levantadas informações sobre o setor através de visitas a órgãos de classe a de fazerem levantamento de relatórios sobre produção, preços, matéria-prima, política governamental para setor e outros, buscando levantar dados relativos à disponibilidade existente dos recursos, as perspectivas futuras e as previsões presentes.

2. Conhecer a estrutura operacional das empresas do setor. Para tal faz-se interessante o levantamento de informações sobre planos de investimentos de curto, médio e longo prazo; planos de vendas; estratégias de marketing; capacidade produtiva utilizada e ociosa; nível de eficiência administrativa e financeira, capacidade tecnológica etc.

3. Estudar o comportamento do mercado de capitais em relação às ações das empresas do setor e da companhia em analise, podendo ser utilizada a análise gráfica.

4. Analisar as demonstrações financeiras através de indicadores de liquidez, rentabilidade e endividamento e análises vertical e horizontal, o que poderá fornecer avaliação da gestão da empresa em exercícios anteriores e uma projeção de seus resultados.

5. Elaborar uma conclusão: para finalizar a análise fundamentalista é interessante a elaboração de uma síntese bem estruturada das informações obtidas.

Uma descrição do ponto quatro, que envolve fórmulas pré-estabelecidas para análise da situação da empresa será feita, porém, sem o caráter de esgotá-las devido não ser o foco central desse trabalho.

Para a elaboração da análise vertical, horizontal e por meio de índices econômico-financeiros é necessário obter o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício da empresa que se deseja analisar. No Brasil para empresas de capital aberto esses dados podem ser obtidos no site da Bovespa.

A análise vertical consiste em estabelecer um comparativo dos itens que compõe um balanço ou demonstrativo do resultado, que é melhor explicado por Megliorini et al (2009, pág. 48):

“(...) uma comparação da representatividade, em percentual, de cada conta com o grupo de contas a que pertence. Para o Balanço Patrimonial, o cálculo da participação relativa das contas do ativo é feito por meio da divisão do valor de cada conta pelo valor total do ativo, e mesmo procedimento se aplica às contas do passivo. Desse modo, tanto o total do ativo como o total do passivo têm percentual igual a 100. Para a demonstração do resultado do exercício, o cálculo é feito por meio da divisão do valor de cada conta pelo

(23)

23

valor da receita operacional líquido, que, nesse caso, tem percentual igual a 100.”

Já a análise horizontal consiste em estabelecer uma comparação de cada item ao longo de um período de tempo, que segundo Lemes Junior et al (2010, pág.76) “compara, em períodos de tempos consecutivos, a evolução dos valores das contas que

compõem as demonstrações financeiras em análise”.

Na prática funciona da seguinte maneira utiliza-se como base 100 o valor mais antigo das demonstrações para descobrir qual a evolução ou retrocesso do que está sendo analisado. Segundo Megliorini et al (2009, pág. 48) a equação utilizada para essa análise é:

(

) ( 3 ) Os índices econômico-financeiros podem ser agrupados de diferentes maneiras, porém, o mais usual é índices de liquidez, índices de atividades, índices de endividamento e índices de lucratividade (Megliorini et al, 2009).

Primeiramente destacam-se os índices de liquidez que representam a relação entre os ativos disponíveis mais os realizáveis com os passivos exigíveis, de curto e longo prazo, isso segundo Pinheiro (2002).

A análise de liquidez é o grau onde se consegue visualizar a capacidade de uma empresa de arcar com seus compromissos em determinado momento, levando em consideração o curto prazo mediante a realização de seus Ativos Circulantes. O grau de liquidez de um ativo refere à rapidez com que ele pode ser transformado em dinheiro sem perder valor ou com uma mínima perda.

A liquidez é dividida em diferentes tipos, porém, será exemplificado nesse trabalho apenas dois deles que são tratadas pelo Gitman no seu livro Princípios de Administração Financeira que são: Liquidez corrente e Liquidez seca. As equações que as representam seguindo Gitman (2010, pág.51 e 52) são:

( 4 ) ( 5 )

(24)

24

O estoque é o diferencial entre a liquidez seca e a corrente, pois, é um ativo que possui um menor grau de liquidez em relação à caixa ou investimento de curto prazo tornando assim, o índice de liquidez seca mais severo e real sobre o potencial de uma empresa de arcar com as suas dívidas.

Agora os índices de atividades analisam os estoques, compras e vendas, ou melhor, os tempos relacionados aos mesmos. Esses indicadores são melhores explicados por Assaf Neto (2011, pág. 225):

“Que visam à mensuração das diversas durações de um “ciclo operacional”, o qual envolve todas as fases operacionais típicas de uma empresa, que vão desde a aquisição de insumos básicos ou mercadorias até o recebimento das vendas realizadas”.

Para facilitar a mensuração deste ciclo, Megliorini et al (2009) divide os índices de atividades em períodos e giros, de forma que para cada período médio existe um giro para completar sua ideia. Os períodos representam quais os prazos de pagamento, de recebimento e de renovação de estoque. Os giros representam quantas vezes em média anualmente ocorrem às transações anteriores, além do mais para ser calculados é preciso ter os períodos. As formulações são as seguintes:

( ) ( 6 ) ( 7 ) ( ) ( 8 ) ( 9 ) ( ) ( 10 ) ( 11 )

Seguindo a ordem os índices de endividamento Assaf Neto et al (2011, pág. 227) relata que: “Estes indicadores são utilizados, basicamente, para aferir a

(25)

25 composição (estrutura) das fontes passivas de recursos de uma empresa”. Além do

mais, esses índices representaram como anda o comprometimento dos ativos da empresa com pagamento de dívidas principalmente as de longo prazo. Ross et al (2002, pág. 48) apresenta três expressões para analisar o endividamento e uma quarta encontra-se no livro citado anteriormente do Gitman (2010), como encontra-se encontra-segue:

( 12 ) ⁄ ( 13 ) ( 14 ) ( 15 )

Para os índices de lucratividade ou de rentabilidade, Lemes Junior et al (2010) possui seis operações matemáticas que podem ser utilizadas para analisar estes aspectos das empresas. Para Assaf Neto et al (2011, pág. 228) “estes indicadores têm por

objetivo avaliar os resultados auferidos por uma empresa em relação a determinados parâmetros, que melhor revelem suas dimensões". As fórmulas utilizadas por Lemes

Junior et al (2010, pág. 78 e 79) são as seguintes:

( 16 ) ( 17 ) ( 18 ) ( 19 ) ( 20 )

(26)

26

( 21 )

Um grupo de índices econômico-financeiro que não é citado por Megliorini et al (2009) em seu livro “Administração Financeira: Uma abordagem brasileira”, mas que vale a pena ser citado neste estudo é o trazido por Gitman (2010, pág. 61 e 62) classificados em três, como se seguem:

⁄ ( 22 ) ( 23 ) ⁄ ( 24 )

Todos os índices anteriormente citados devem ser comparados levando em consideração três pontos estabelecidos por Assaf Neto et al (2011,pág.232 ).

1. Historicamente, com os obtidos pela mesma empresa em períodos anteriores;

2. Com os padrões estabelecidos pela gerência, e também com os elaborados segundo metas estabelecidas pela empresa;

3. E com índices de empresas do mesmo ramo e padrões do setor de atividade e da economia em geral.

O quadro de Pinheiro (2008) faz uma boa relação entre as variáveis econômicas e o impacto no Mercado de Capitais, pois o mesmo traz fatores relevantes para essa análise que são as avaliações da economia onde a empresa se localiza.

(27)

27 Figura 1:Variáveis econômicas X Impacto no mercado de Ações.

Fonte: Pinheiro, 2008, pag. 267

2.2.2 Análise técnica de ações

O que conhecemos hoje como Análise Técnica de Ações encontra seus primórdios, por volta do ano 1700 na bolsa de arroz japonesa, quando os compradores dessa mercadoria começaram a acompanhar o comportamento dos preços e elaborar

(28)

28

suas tendências. Esse método eclodiu no ocidente após os artigos publicados por Charles Henry Dow no jornal The Wall Street Journal, no período entre 1900 e 1902.

Sobre a definição de Análise Técnica, Hissa (2008, p. 41) discorre como: “[...] interpretação de gráficos de preços, volumes e outros indicadores. É uma metodologia que visa estudar o movimento dos preços das ações, relacionados aos volumes negociados, para determinar tendências de alta, de estabilidade ou de baixa, em busca da oportunidade de comprar e vender ações a preços compensadores [...]”

Todavia, Pinheiro (2002) conceitua a técnica como sendo um estudo dos movimentos passados dos preços e volumes de negociações de ativos financeiros, com o objetivo de fazer previsões sobre os comportamentos futuros dos preços. Esse conceito parte da crença que o que ocorre no futuro retrata os fatos ocorridos no passado. Mas o entendimento da “psicologia” do mercado que envolve a procura e oferta interna é de suma importância para a interpretação dos resultados gerados por essa técnica.

Somando-se a ele, Lemes Junior et al (2005) descreve que o objetivo desse método é prever o comportamento futuro dos preços através de gráficos, que refletem a tendência do mercado em relação ao título em observação, demonstrando um movimento ascendente ou descendente de seu preço. As informações geradas contribuem para os acionistas decidirem em relação à compra e a venda de um ativo. Vale ressaltar que, a preocupação central desse tipo de análise é a tendência do mercado, representada pelo movimento dos preços e quantidades.

Pinheiro (2008, pág.316) para concretizar esta técnica se baseia em três princípios:

1º)“a ação do mercado reflete todos os fatores envolvidos neste”; Na prática isso significa que as oscilações do preços de um título financeiro reflete os demais fatores que são utilizados como base para analise fundamentalista, sendo assim não se faz necessário analisar outros aspectos a não ser os preços e volume.

2º) “o futuro reflete o passado”; A confiança no mercado financeiro e nas empresas nas quais os investidores decidem aplicar fazem com que eles se baseiem no passado para fazer suas escolhas.

3º) “os preços se movimentam em tendências”; Esse princípio representa o pilar desta técnica. Como é descrita por Lemes Junior et al (2010, pág. 329) “a preocupação

central desse tipo de análise é a tendência de mercado, representada pelo movimento dos preços e quantidades”.

(29)

29

Dow elaborou a primeira teoria para esse tipo de análise a qual é defendida com argumentos que os papéis seguem uma tendência de alta ou baixa, (terceiro princípio anteriormente citado), e para construção de uma média da evolução dos preços faz-se necessário o estudo do mercado através de uma amostra significativa dos ativos. Com ênfase nesse aspecto Charles Henry Dow de acordo com Pinheiro (2008, pág. 317) “criou três índices que são utilizados até hoje, apesar de terem sofrido algumas mudanças em sua composição, são eles: o Dow Jones Industrial (composto por 30 ações), o Dow Jones Transportes (composto por 20 ações) e o Dow Jones Serviços (composto por 15 ações)”.

Ao longo de seu estudo Dow identificou quatro fases que se repetem na formação dos preços, citada pelo Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro (2013, pág. 344) como sendo:

Acumulação: investidores especialmente bem informados compram ações, baseado em um processo de sustentação de preços no final de um ciclo de queda anterior.

Mark Up: compradores melhor informados aderem ao mercado, comprando a ação e elevando seu preço.

Distribuição: a um preço que permite ganhos compensadores, a ação des-perta a atenção da massa. O mercado fica ativo, e os investidores que estavam comprando ações na fase de acumulação vendem para a massa que entra em processo de euforia.

Liquidação: ocorre quando os investidores emocionais descobrem que pa-garam caro, e procuram vender a ação que não compensou seu investimento, gerando um desejo de saída simultânea, que pode gerar pânico.

Partindo do comportamento dos índices, Charles desenvolveu inúmeros princípios relacionados à tendência e sinais de reversão que são apresentados pelas as ações. Considerando que o futuro reflete o passado, a configuração gráfica foi utilizada pelo mesmo para uma visualização mais clara da fase que se encontra o título avaliado.

Análise de tendências se sucedem através gráficos elaborados com base na relação valor (preço) e tempo de um ativo financeiro. Sendo assim, podem ser elaborados e classificados levando em consideração curto, médio e longo prazos. Que para Dow divide-se em três categorias melhores explicadas por Lisboa et al (2008, pág. 616) como:

Tendências primárias, secundárias ou terciárias. A tendência primária é a principal que a ação está seguindo há vários meses por diversos anos, mostra uma visão ampla da ação. A tendência secundária são as correções de preços que ocorrem ao longo de algumas semanas ou meses dentro da tendência primária. A tendência terciária são as correções de preços que ocorrem durante alguns dias dentro da tendência secundária.

(30)

30 Gráfico 1: Tendências

Fonte: Elaboração própria

A velocidade da difusão das informações faz com que as tendências tenham esse comportamento de modificações diárias. A escolha por uma delas dependerá do tempo que o investidor pretende analisar. Além do mais, cada uma dessas é constituída de uma tendência de alta ou tendência de baixa.

A Tendência de alta é composta por três fases segundo Pinheiro (2008) são: acumulação, alta sensível e euforia. Para ficar mais clara observe o gráfico abaixo:

(31)

31 Gráfico 2:Tendência de Alta

Fonte: Pinheiro (2008, pág. 320)

Na prática do mercado financeiro, durante a fase de acumulação, ou inicial, os investidores começam a comprar lotes significativos da ação analisada sem promover alterações significativas nos preços. Na segunda fase, há um aumento gradativo nas ordens de compra que acarretará uma elevação como o próprio nome se refere sensível tanto no volume quanto nos preços dos títulos. Na fase da euforia, haverá uma negociação extraordinária da ação gerando aumentos diários significativos. Neste momento os investidores mais experientes buscam ações que se encontram na primeira fase.

Pinheiro (2008) divide a tendência de baixa da seguinte maneira: fase de distribuição, fase do pânico e fase baixa lenta. Representado no gráfico a seguir:

(32)

32 Gráfico 3: Tendência de Baixa

Fonte: Pinheiro (2008, pág.320)

Durante a fase de distribuição com as pequenas quedas no preço da ação há um aumento no volume negociado. Já na fase intermediária os investidores se desfazem de suas ações de maneira muito drástica gerando uma queda muito acentuada no preço da ação. Por fim, na terceira fase dessa tendência os preços apresentam certa estabilidade, momento esse onde muitos investidores adquirem as ações.

As tendências de baixa e alta de uma maneira diferente estão presentes nas quatro fases, que se repetem na formação dos preços, identificada por Dow em sua teoria discorrida anteriormente, principalmente nas duas últimas que são distribuição e liquidação.

Para elaborar uma análise técnica existem diversos modelos de gráficos que podem ser utilizados, porém, o mais usual é o gráfico de barras devido nele serem representados os valores máximo, médio e mínimo da ação em um período de tempo (Pinheiro,2008). A barra é disposta no gráfico como pode ser observado no gráfico 3.

(33)

33 Gráfico 4: Gráfico de Barras

Fonte: Pinheiro (2008)

Após a elaboração do gráfico composto por inúmeras barras verticais seguindo o modelo do gráfico 3 traçam-se linhas de tendência que possibilitam o acompanhamento dos movimentos de alta e baixa da ação. Nessa forma avalia-se em qual das fases anteriormente citadas se encontra o título para decidir se deve comprar, vender ou manter a ação.

Gráfico 5: Identificação de linha de tendências Fonte:Adaptado de Lemes Junior et al (2010) Adaptado

(34)

34

Na imagem acima, ao lado esquerdo da linha pontilhada representa uma tendência de alta, e ao lado direito representa uma tendência de baixa, sendo assim a onde se localiza o numeral 1 seria um bom momento para vender as ações dessa empresa e onde está o 2 um bom ponto para a compra dessa ação. Essas duas atitudes são avaliadas acreditando-se no princípio que o que ocorreu no passado se repetirá no futuro.

Outra modelagem gráfica não tão utilizada como a anterior, mas com uma gama maior de informações é o de Candlestick desenvolvido no século XVII no Japão, mas só foi difundido para o resto do mundo no início da década de 1980, que de uma maneira compacta e clara é explicado por Lisboa et al em seu trabalho “Análise fundamentalista e análise técnica: duas ferramenta eficazes para decisão de investimento no mercado de capitais” desta forma:

Cada período de pregões que ocorreram nas bolsas de valores é plotado através de uma Figura chamada corpo real, em um único candle temos várias informações, como os preços de abertura e fechamento e os preços de máximo e mínimo, esses últimos mostrados através das sombras do candle. Também é possível saber se o dia foi de alta ou de baixa pela cor do corpo real do candle. Um candle preto indica que o dia foi de baixa, já o dia de alta é mostrado por um candle branco (Lisboa et al, 2008, pág. 617).

Para isso tudo ficar ainda mais claro o mesmo autor na mesma página, elaborou o gráfico a baixo:

Gráfico 6: Significado do Gráfico Candlestick Fonte: Lisboa et al (2008, pág. 617)

Com todas as informações que podem ser auferidas através dessa análise o investidor poderá tomar decisões mais precisas, sendo assim tendo mais chance de alcançar os objetivos desejados.

(35)

35

2.2.3 Comparação entre as duas técnicas

A análise ideal, de acordo com Lemes et al (2005), deve conter tanto o estudo fundamentalista quanto o técnico, pois na realidade eles se complementam, uma vez que, ao utilizarem abordagens distintas para estudo das oscilações de valor das ações, as duas escolas conjuntamente acabam por fornecer uma análise muito mais aperfeiçoada e completa dos movimentos das ações, quando consideradas como complementares.

Na perspectiva de Pinheiro (2002) é difícil encontrar no mercado analistas de investimentos que utilizem exclusivamente uma ou outra escola. Em geral, segundo ele, elas são utilizadas simultaneamente, sendo que a análise fundamentalista serve para escolher aquelas ações nas quais serão investidos os recursos, enquanto a análise técnica serve para determinar o momento mais favorável para o investimento.

Existem diferenças básicas, vantagens e desvantagens entre as ferramentas que foram sintetizadas em uma tabelas elaboradas por Costa et al (2011):

ANÁLISE FUNDAMENTALISTA ANÁLISE TÉCNICA

Enxerga em longo prazo Enxerga em curto prazo Externa a cabeça do analista Externa o mercado

Aponta a áreas Aponta os números

Supõe Afirma

Analisa o mercado Analisa os gráficos

Examina o desempenho da empresa Examina a evolução dos preços Tabela 2: Diferenças básicas entre as duas ferramentas.

Fonte: Costa et al (2011)

VANTAGENS DESVANTAGENS

O investidor opera mais focado e não se precipita com a volatilidade do mercado.

Em situações de crise assustam os investidores que atuam a longo prazo.

Capacidade de encontrar setores mais ou menos beneficiados a partir do ambiente econômico.

Ilusão de encontrar empresas boas baratas acaba fazendo com que o investidor compre empresas ruins.

Detecta empresas com diferenciais competitivos relevantes.

É necessário muito tempo e estudo para dominar a técnica.

Acompanhamento mais de perto das

movimentações das empresas. Não opera no curto prazo. Tabela 3: Vantagens e desvantagens da análise fundamentalista

(36)

36

VANTAGENS DESVANTAGENS

Devido ser uma leitura de fluxo o investidor tem melhor proveito da volatilidade do mercado.

Não olha a situação financeira da empresa e sim o movimento dos investidores.

Tem mais informações sobre o movimento dos ativos e com isso pode traçar melhor suas estratégias.

Em alguns casos faz o investidor operar ilusões levando assim a grande prejuízos.

Mostra ao investidor onde, como e quando comprar ou vender.

Dificulta o investimento de longo prazo. Importante separar a carteira de longo prazo da volatilidade.

Possibilita posicionar o stop-loss e detecta o momento de efetuar um hedge.

Perde para a análise fundamentalista quando comprada a estratégias de longo prazo. Tabela 4: Vantagens e desvantagens da análise técnica.

Fonte: Costa et al (2011)

2.3 Risco e retorno

O risco, segundo Assaf Neto et al (2009), pode ser entendido pela capacidade de se mensurar o estado de incerteza de uma decisão mediante o conhecimento das probabilidades relacionadas à ocorrência de determinados resultados ou valores. Para Groppelli et al (2006) risco é a medida da sensibilidade dos retornos de ações ou carteiras e da indefinição dos resultados futuros.

O Gitman (2010, pág. 203), que em seu livro Princípios de Administração Financeira, trás duas outras definições interessantes: “uma mais simples, do risco como

sendo a chance de perda financeira, e outra mais formal, o risco é usado de forma intercambiável com incerteza, em referência à variabilidade dos retornos associados a um determinado ativo”. Além disso, aponta a relação do ativo, que apresenta maior

chance de perda, como sendo mais arriscados em relação aos que apresentam uma menor chance.

Para complementar este conceito, Lemes Junior et al (2010), por sua vez, define o risco como a possibilidade de perdas financeiras ou, mais formalmente, a expectativas de retorno associado a determinado ativo. Ele afirma que é natural esperar que, quanto maior o risco assumido, maior seja o retorno gerado pelo ativo. Assim, o risco se refere à chance de que algum evento desfavorável ocorra. Os riscos estão presentes em tudo que se faz, independente do que seja, o que varia são o nível e o grau do risco.

(37)

37

O risco possui uma relação com o retorno que é definido por Gitman (2010) como o total de ganho ou prejuízo que é auferido por um investimento em um intervalo de tempo. Lemes Junior et al (2010) descreve retorno como o total de ganhos ou perdas de um proprietário ou aplicador sobre investimentos realizado em algum momento do passado. Assim o retorno em unidade monetária é simplesmente o total recebido nessa moeda pelo investimento, menos a quantidade investida, matematicamente pode ser representada desta maneira (Brigham et al; 2006, pág.202):

Retorno em unidade monetária = Quantidade recebida – Quantidade investida

(25 )

Duas formas são utilizadas para analisar riscos de um ativo que são: de um ativo individual e de uma carteira, que serão melhores explicadas nos próximos itens.

2.3.1 Riscos relacionados aos ativos isolados

Os riscos relacionados aos ativos isolados ou de bases isoladas são aqueles em que o investidor está sujeito quando mantém seu investimento apenas em um único item. Vários autores comungam da mesma ideia Groppelli et al (2006), Gitman (2010) e Brigham et al(2006) para se avaliar esse tipo de risco utiliza-se a distribuição de probabilidade sendo esta a chance que determinada situação ocorra, além de utilizarem como mensuração de tipo de risco a taxa de retorno esperada, o desvio-padrão e o coeficiente de variação.

A taxa de retorno esperada de acordo com as três referências anteriormente citadas é obtida através da multiplicação de cada possível resultado pela probabilidade de sua ocorrência e a soma desses produtos. Cada obra desses autores utilizam letras diferentes para a representação matemática, porém, os elementos que compõem a equação são os mesmos. Para a representação matemática utiliza-se nesse trabalho um quarto autor, Assaf Neto et al (2009, pág.416), que representa da seguinte maneira:

( 26 )

(38)

38

E(R)= retorno (valor) esperado;

Pk= probabilidade de ocorrência de cada evento;

Rk = valor de cada resultado considerado;

n = número de resultados considerados;

O desvio-padrão diferente da equação anterior é sempre representado utilizado pelo sigma (σ), uma letra grega. Segundo Brigham et al (2006, pág. 209) “o desvio

padrão é essencialmente uma média ponderada dos desvios em relação ao valor esperado, e oferece uma ideia de quão distante, acima ou abaixo, do valor esperado o valor efetivo deverá se situar.” A representação matemática desta medida de estatística

pode ser representado pela fórmula a seguir segundo Assaf Neto et al (2009, pág. 417):

√∑ ̅

( 27 )

Onde:

σ = desvio padrão;

Pk= probabilidade de ocorrência de cada evento;

Rk = valor de cada resultado considerado;

̅ = valor esperado de cada resultado considerado; n = número de resultados considerados;

Coeficiente de variação (CV) é uma medida estatística que relacionará as duas equações anteriores, que consiste na dispersão relativa que é útil na comparação dos riscos de ativos unitários com diferentes retornos esperados (Gitman, 2010).

Com este cálculo pode-se balancear o risco em relação ao retorno, pois, o coeficiente de variação segundo Brigham et al (2006, pág. 211) “mostra o risco por

unidade de retorno e oferece uma base mais confiável para comparação quando os retornos esperados nas duas alternativas não são iguais”. A equação matemática que a

(39)

39 ( 28 ) Onde: CV = coeficiente de variação; σ = desvio-padrão;

E(R) = retorno (valor) esperado;

Sobre esse cálculo, os autores Assaf Neto et al (2011), Brigham et al (2006), Gitman (2010), Groppelli et al (2006) são unânimes quanto maior o coeficiente de variação maior será o risco do ativo.

2.3.2 Riscos relacionados a uma carteira de ativos

Investidores individuais ou grupos de investidores na sua maioria aplicam em mais de um ativo, visto que os preços dos ativos costumam se movimentar de maneira diferente. Dessa forma, a diversificação ocorre com a intenção de maximizar o retorno e minimizar o risco. Com essa junção temos uma Carteira ou portfolio definida por Assaf Neto et al (2011, pág. 470)

(...) É um conjunto de ativos – ações, títulos de renda fixa, obrigações, imóveis, projetos de investimentos etc. – cujo objetivo básico é redução do risco através de uma eficiente diversificação do capital aplicado em diferentes alternativas de investimentos.

Os autores Assaf Neto et al (2009), Brigham et al (2006), Gitman (2010) relatam em seus trabalhos que o retorno esperado de uma carteira é dado pela média ponderada do retorno de cada ativo individual em relação a sua participação no total da carteira. Esse retorno pode ser obtido pela seguinte expressão de cálculo segundo Gitman (2010, pág. 215):

( 29 ) Onde:

(40)

40

E (RP) = Retorno esperado da carteira ou portfólio;

Rj = retorno esperado do ativo j;

Wj = representa a proporção do capital total investido no ativo;

n = número total de ativos que compõem a carteira;

A ênfase desse estudo está no risco não no retorno que os autores anteriormente citados e Groppelli et al (2006) subdivide em do risco diversificável (não sistemático) com o risco não- diversificável (sistemático) e a soma destes compõe o risco total de uma carteira ou portfolio. Para melhor visualização Groppelli et al (2006) faz a representação da seguinte maneira:

Risco total = Risco diversificável + Risco não-diversificável

( 30 )

Graficamente é representado por Ross et al (2000) desta forma:

Gráfico 7: Risco Fonte: Ross et al (2000)

O risco não-diversificável ou sistemático são aqueles que não são possíveis de serem reduzidos, ou muito menos eliminados por meio de um portfólio, logo, estará presente, independentemente da composição da carteira. Este risco é atribuído aos fatores de mercado que afetam todas, ou a maioria das empresas como: guerras, incidentes internacionais, recessão, inflação, taxas de juros altas, entre outros riscos de mercado (Assaf Neto et al (2009), Brigham et al (2006) e Gitman (2010)).

(41)

41

Como o risco sistemático não pode ser eliminado por meio da diversificação de uma carteira, porém, em um mercado organizado como BM&FBOVESPA pode-se avaliar a sensibilidade dos retornos de uma ação individual em relação ao grupo de ações ou do mercado, através do coeficiente beta.

O coeficiente beta, β, consiste em uma medida relativa do risco não diversificável. É um indicador do grau de variabilidade do retorno de um ativo em resposta a uma variação do retorno de mercado. Usamos os retornos históricos de um ativo para encontrar seu coeficiente beta. O retorno de mercado é o retorno da carteira de mercado composta por todos os títulos negociados (Gitman; 2010, pág. 222).

No Brasil o Índice Bovespa é usualmente utilizado para representar a carteira de mercado, que servirá como base do cálculo do beta devido a sua relevância já apresentado no tópico 3.1.2.

O coeficiente beta é calculado com a fórmula (Ross et al; 2002, pág. 229):

( 31 )

Onde: = Beta

Cov( ) = covariância entre os retornos do ativo i ( ) e retorno da carteira ( );1 = variância do mercado. 2

A interpretação do coeficiente beta é de grande relevância para um portfolio, pois diz a respeito o risco sistemático. Desta forma, segundo Megliorini et al (2009, pág. 85) podem ser utilizados três bases para sua interpretação:

 Se o coeficiente beta de uma ação for igual a um, seus retornos se movimentam na mesma direção que os da Carteira de Ativos do Mercado, uma vez que seus respectivos riscos sistemáticos serão os mesmo.

 Se o coeficiente beta de uma ação for maior que um, seus retornos esperados variarão mais que os da Carteira de Ativos do Mercado, pois seu risco sistemático será maior que o da carteira.

 Se o coeficiente beta de uma ação for menor que um, seus retornos esperados variarão menos que os da Carteira de Ativos do Mercado, pois seu risco sistemático será menor que o da carteira.

1

(∑ ̅ ̅ ); sendo retorno de mercado; retorno do ativo i; ̅ ̅ média dos retornos; e n número de tempo a ser avaliado.

2

∑ ̅ ; sendo retorno de mercado; ̅ média do retorno de mercado; e n número de tempo a ser avaliado.

(42)

42

O coeficiente beta também pode ser utilizado para analisar uma carteira montada por um investidor, para que ele invista a quantidade monetária em cada título de seu portfolio de modo que o risco sistemático da carteira seja menor do que das ações isoladamente.

Já a segunda parte que compõe o risco total de uma carteira é definido e explicado por Assaf Neto et al (2009) e Gitman (2010) o risco diversificável ou não sistemático é o que pode ser eliminado ou ao menos diluído através da diversificação da carteira, pois, são atribuídos por características específicas do setor, da empresa ou dos títulos.

A expressão geral de cálculo do risco (desvio-padrão) de uma carteira que contém n ativos, baseando-se no modelo de portfolio desenvolvido por Markowitz, é o seguinte (Assaf Neto et al, 2011):

[∑ ∑ ∑ ] ( 32 ) Onde: σP=desvio-padrão de um portfolio;

Wi,Wj= representa o percentual de cada ativo em relação ao total da carteira;

σi ,σj = desvio- padrão de cada ativo;

ρi,j= correlação entre os elementos que compõem a carteira; n =número total de ativos que compõem a carteira;

Uma carteira para reduzir o risco tem que levar em consideração a correlação que representado pela letra grega Rô (ρ) existente entre os ativos que a compõem. Segundo Assaf Neto et al (2011) a expressão matemática que a representa é a seguinte:

(∑ ̅ ( ̅ ))

( 33 )

(43)

43 Correlação positivamente Perfeita

R et or no Tempo N M

Correlação negativamente Perfeita

Re tor no Tempo N M ( 34 ) Onde:

ρi,j= coeficiente de correlação; Ri = retorno esperado do ativo i;

̅i = retorno médio do ativo i; Rj = retorno esperado do ativo j;

̅j = retorno médio do ativo j;

σi ,σj = desvio- padrão de cada ativo; n = número de resultados considerados;

O resultado dessa equação está entre -1 à +1,quando o resultado encontrado for 0 isso significa que não existe relação entre os ativos analisados. Porém, quando for +1 a correlação positivamente perfeita e se for -1 a correlação negativamente perfeita como é representado graficamente pelo Gitman et al (2003).

Gráfico 8: Correlação positiva Fonte: Gitman & Madura (2003)

Um portfolio que contém apenas títulos perfeitamente correlacionados que apresentam os mesmos retornos e desvio-padrão, e por consequência, o mesmo risco (Lemes Júnior et al, 2010). “Uma carteira perfeita e positivamente correlacionada pode

gerar altos lucros e também elevados prejuízos” (Assaf Neto et al; 2009, pág. 424).

Na carteira perfeitamente e negativamente correlacionada, ocorre a eliminação total do risco para aquela composição, sendo os resultados desfavoráveis verificados em

(44)

44

alguns ativos serão compensados pelo desempenho positivo de outros assim mantendo a média de retorno. (Groppelli et al, 2006).

Se fosse possível encontrar um conjunto de ações cuja correlação fosse negativamente perfeita, todo risco diversificável poderia ser eliminado. No mundo real apenas consegue-se minimizar este risco através da diversificação da carteira para que a mesma chegue o mais próximo de -1 (Brigham et al, 2006).

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