Os negócios internacionais referem-se ao desempenho de atividades de comércio e investimento por empresas,
através das fronteiras entre países.
As empresas e as nações trocam muitos ativos físicos e intelectuais, como bens, serviços, capital, tecnologia,
know-how e mão-de-obra.
A globalização dos mercados
O crescimento dos negócios internacionais coincide com o fenômeno da globalização de mercados.
A globalização refere-se à integração econômica e à crescente interdependência de países, que ocorrem em
escala mundial. Em essência, ela leva à compressão do tempo e do espaço.
A integração das economias é alimentada pelo: avanço das tecnologias de informação e de transportes, declínio
das barreiras comerciais, liberalização de mercados e crescimento econômico dos países emergentes.
As formas mais convencionais de transações internacionais são:
(i) Comércio Internacional: trocas através de fronteiras
internacionais, a qual envolve tanto os bens (mercadorias) quanto os serviços (intangíveis). Pode assumir a forma de
exportação ou importação.
(ii) Investimento Internacional: transferência de ativos para
outro país ou aquisição deles nesse país. Esses ativos, que incluem capital, tecnologia, talento gerencial e
infraestrutura manufatureira, são denominados fatores de produção.
Natureza do comércio internacional
Trocas através de fronteiras internacionais, a qual envolve bens e serviços. Pode assumir a forma de exportação ou importação.
Nas últimas décadas, o aumento da atividade exportadora das nações continuou a ultrapassar o da produção doméstica.
Essa diferença deve-se, em parte, a economias avançadas, como Canadá e Japão, que passaram a adquirir muitos dos produtos que consomem em
localidades com baixo custo de manufatura, como China e México.
Principais tipos de Investimento
Internacional
(i) Investimento em portfólio: propriedade passiva de títulos estrangeiros, tais como
ações e obrigações. Não pressupõe uma gestão ativa. O investidor possui um interesse de relativo curto prazo.
(ii) Investimento direto estrangeiro: estratégia em que a empresa estabelece uma
presença física no exterior por meio da aquisição de ativos produtivos, como capital, tecnologia, força de trabalho, terrenos, instalações industriais e equipamento. Em geral, as empresas possuem um plano de longo prazo.
Natureza do investimento
internacional
Dentro os dois tipos de fluxos de investimento entre as nações, estamos
primordialmente interessados no IDE que é a estratégia praticada pelas empresas mais ativas internacionalmente. Uma série de motivos estratégicos está por trás dessa estratégia:
- estabelecer operações de manufatura e montagem ou outras instalações
físicas;
- abrir um escritório de vendas ou representação para conduzir atividades de
marketing e distribuição;
- instalar uma sede regional.
Os países são caracterizados por uma singularidade nas condições econômicas, nos sistemas políticos e jurídicos e na cultura nacional. Por exemplo, o cenário econômico da
Índia difere de forma acentuada do cenário da Alemanha.
Com isso, a internacionalização de empresas está comumente sujeita a quatro tipos principais de risco.
Risco Intercultural
Refere-se a uma situação ou evento em que a má interpretação cultural coloca em jogo alguns valores
humanos. Decorre de diferenças em idioma, estilo de vida, modo de pensar, costumes e religião. Os valores singulares
de uma cultura influenciam a mentalidade e o modo de trabalhar de funcionários e os padrões de compra de
consumidores.
Risco cambial
Também denominado risco financeiro, refere-se ao risco de flutuações adversas nas taxas de câmbio.
Quando as moedas passam por acentuada flutuação, o valor dos ativos, lucros e renda operacional de uma empresa pode sofrer redução. A inflação e outras condições prejudiciais experimentadas
por um país podem ter efeito imediato sofre as taxas de câmbio, devido à crescente inter-relação das economias nacionais.
Risco País
Também conhecido como risco político, refere-se aos efeitos adversos à lucratividade de uma empresa causados por
desdobramentos nos ambientes político, jurídico e econômico de um país estrangeiro.
Abrange a possibilidade de uma intervenção governamental estrangeira nas atividades de uma empresa.
No caso de nações como Cingapura e Irlanda, há significativa liberdade econômica; por outro lado, os governos chinês e russo
intervêm de modo sistemático nas questões comerciais.
Risco Comercial
Refere-se à probabilidade de prejuízo ou fracasso de uma empresa, resultante de estratégias, táticas ou
procedimentos mal formulados ou mal implementados. Embora essas falhas também existam no mercado doméstico, as consequências geralmente resultam mais
onerosas quando ocorrem no exterior.
Fonte: Cavusgil, Knight e Riesenberger, 2010
Os quatro riscos de negócios internacionais
As empresas buscam a internacionalização por uma série de motivos. Alguns deles são estratégicos por natureza, enquanto
outros, reativos.
Exemplo de motivo estratégico: aproveitar as oportunidades do
mercado estrangeiro ou adquirir novos conhecimentos.
Exemplo de motivo reativo: necessidade de atender a um
importante cliente que expandiu suas operações para o exterior. Existem nove motivos específicos:
1.
Buscar oportunidades de
crescimento com a diversificação de
mercado
Ao diversificar para mercados estrangeiros, as empresas podem gerar oportunidades de venda e lucro não encontradas no mercado
interno.
A internacionalização também pode estender a vida útil de produtos ou serviços que atingiram a maturidade no país de origem.
2. Obter maiores margens e lucros
Para muitos tipos de produtos e serviços, o crescimento de mercado nas economias maduras é lento e tem uma concorrência acirrada.
Com isso as empresas ficam com uma margem magra de lucro. Por outro lado, a maioria dos mercados estrangeiros pode estar mal
servida ou simplesmente não atendida.
Uma concorrência menos intensa combinada com uma forte demanda de mercado implica que as empresas podem obter
margens mais altas para suas ofertas.
3. Adquirir novas ideias sobre produtos,
serviços e formas de negociação
Como os mercados caracterizam-se por variados conhecimentos e demandas, eles expõem ambientes
singulares para as empresas terem novas ideias sobre produtos, processos e métodos de negociação.
Exemplo: Just-in-time foi refinado pela Toyota e
posteriormente adotado por fornecedores e concorrente estrangeiros.
4. Atender melhor a clientes
importantes que se
internacionalizaram
Quando a Toyota inaugurou a primeira fábrica na
Inglaterra, muitos fabricantes japoneses de
autopeças seguiram a montadora, estabelecendo
operações próprias nesse país.
5. Ficam mais próximo das fontes de
suprimento
Com isso, podem beneficiar-se das vantagens do global
sourcing ou ganhar flexibilidade no fornecimento de
suprimentos.
Exemplo: empresas em setores extrativistas, tais como de petróleo, mineração e madeira, estabelecem operações
internacionais onde essas matérias-primas estão localizadas.
6. Obter acesso a fatores de produção
com menor custo ou melhor valor
A internacionalização provê acesso a capital, tecnologia, talento gerencial, força de trabalho e terreno a custos inferiores, qualidade mais elevada ou valor geral melhor em localidades espalhadas pelo mundo.
Exemplo: a japonesa Canon transferiu grande parte de sua produção para China visando lucrar com a força de trabalho mais barata e produtiva desse país.
7. Desenvolver economias de
escala
Ao optar pela expansão internacional, uma
empresa aumenta em muito o tamanho de
sua base de consumidores, por conseguinte
aumentando o volume de produtos
fabricados.
As economias de escala podem ocorrer em
suprimentos, produção, marketing e P&D.
8. Enfrentar a concorrência internacional
com eficácia ou frustrar o crescimento da
concorrência no mercado doméstico
Uma empresa pode melhorar
seu posicionamento competitivo
ao enfrentar a concorrência nos
mercados internacionais ou
antecipar-se e entrar no
mercado doméstico do
concorrente para desestabilizar
e desacelerar seu crescimento.
9. Investir em um relacionamento
potencialmente vantajoso com um
parceiro estrangeiro
Joint ventures ou alianças baseadas em projetos
com parceiros estrangeiros de peso podem levar
ao desenvolvimento de novos produtos,
posicionamento antecipado em importantes
mercado futuros ou outras oportunidades lucrativas
de longo prazo.
As teorias “puras” do comércio internacional
O Mercantilismo
Teoria das Vantagens Absolutas de Adam Smith
Teoria das Vantagens Comparativas de David Ricardo Teoria dos Valores Internacionais de Stuart Mill
Teoria de Heckscher-Ohlin-Samuelson Teorema de Stolper-Samuelson