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Contabilidade Decifrada AFRFB 2009 II Benefícios a Empregados e Passivo Atuarial

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Academic year: 2021

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Benefícios a Empregados e Passivo Atuarial

1 INTRODUÇÃO ... 1

2 CONCEITOS INICIAIS E DEFINIÇÕES ... 1

3 TRATAMENTO DADO A BENEFÍCIOS DE CURTO PRAZO ... 2

4 BENEFÍCIOS PÓS-EMPREGO ... 2

5 CÁLCULO E CONTABILIZAÇÃO DE PASSIVO ATUARIAL EM PLANO DE BENEFÍCIO DEFINIDO ... 3

6 CONCLUSÃO ... 6

1 Introdução

Prezado aluno,

O Edital do Concurso para AFRFB refere – de forma singela – em seu item 21 o conceito de passivo atuarial, nos seguintes termos.

21. Duplicatas descontadas, aplicações financeiras, variações monetárias, receitas e despesas financeiras, despesas antecipadas, receitas antecipadas, empréstimos e financiamentos: apropriação, principal, juros transcorridos e a transcorrer, passivo atuarial, depósitos judiciais, folha de pagamentos: elaboração e contabilização; operações com mercadorias, arrendamento mercantil.

Trata-se de um conceito não muito trabalhado em livros de Contabilidade e que, portanto, demanda uma análise cuidadosa de nossa parte.

O passivo atuarial é aquele que corresponde à soma das reservas técnicas e fundos de natureza atuarial. Valor presente calculado atuarialmente, dos benefícios acumulados pelos participantes até a data da avaliação. Esse passivo leva em consideração, na sua avaliação, os seguintes parâmetros: valor de benefícios futuros, expectativas de sobrevivência, probabilidades de morte e invalidez, taxas de permanência no emprego, taxas de contratação de novos colaboradores, taxas de aplicação financeira, nível de contribuição dos segurados e empregadores, valor da folha de pagamento e o valor do fundo de previdência porventura existente.

O tema “passivo atuarial” está detalhadamente trabalhado no âmbito do Pronunciamento Técnico CPC n° 33, “Benefícios a Empregados”, que tem por objetivo estabelecer a contabilização e a divulgação dos benefícios concedidos aos empregados. Saliente-se que nem todo benefício a empregado resulta em passivo atuarial, isso porque nem todo passivo necessita de estimativa e cálculo atuarial para sua avaliação. Entretanto, o passivo atuarial está intimamente relacionado a benefícios (de complementação de aposentadoria e pensão) a empregados.

Assim, aqui desenvolveremos o conceito “passivo atuarial” com base no estudo do referido pronunciamento técnico.

(2)

Os referidos benefícios:

(1) são decorrentes de: (a) planos ou acordos formalizados, (b) disposições normativas ou (c) práticas informais.

(2) consistem em: (a) benefícios de curto prazo - devido dentro de um período de doze meses após a prestação do serviço (salários etc.), (b) benefícios pós-emprego (aposentadoria, pensão, seguro etc.), (c) outros benefícios de longo prazo (licença remunerada, gratificação por tempo de serviços etc.) e (d) benefícios por desligamento.

Os planos de benefícios pós emprego são classificados em duas categorias:

(a) Plano de contribuição definida: Pelo qual a entidade paga contribuições fixas a uma entidade separada (fundo de pensão), não tendo a obrigação legal ou construtiva de pagar contribuições adicionais se o fundo não possuir ativos suficientes para pagar todos os benefícios devidos.

(b) Plano de benefício definido: os demais planos.

3 Tratamento dado a Benefícios de Curto prazo

A contabilização dos benefícios de curto prazo aos empregados é geralmente direta, pois não é necessária a adoção de premissas atuariais para mensurar a obrigação ou o custo, e não há possibilidade de qualquer ganho ou perda atuarial. Além disso, as obrigações de benefícios a empregados de curto prazo não são mensuradas a valor presente.

O reconhecimento deve se dar no período em que o empregado presta o serviço.

4 Benefícios pós-emprego

Caso o benefício pós-emprego seja decorrente de um plano de contribuição definida, o risco da contribuição ser insuficiente para garantir o benefício não é da entidade, mas do empregado. Assim, não há passivo atuarial a ser reconhecido.

Caso o benefício pós-emprego seja decorrente de um plano de benefício definido a entidade, na condição de patrocinadora do plano, é obrigada a honrar os compromissos assumidos. Nessa condição surgem duas figuras:

- a figura do “risco atuarial”, que ocorre quando os benefícios virem a custar mais do que o esperado e

- a figura do “risco de investimento”, que ocorre quando os ativos investidos a partir dos valores das contribuições forem insuficientes para pagar os benefícios esperados.

Saliente-se que as figuras de risco atuarial e risco de investimento não são mutuamente exclusivas. Em outras palavras, é possível que os ativos sejam insuficientes para garantia dos benefícios esperados e que, adicionalmente, os benefícios reais sejam superiores aos esperados.

Portanto, o plano de benefícios pós-emprego definido é que gera o passivo atuarial, a ser reconhecido pela entidade patrocinadora.

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Benefícios a Empregados e Passivo Atuarial

5 Cálculo e contabilização de passivo atuarial em Plano

de Benefício Definido

O problema a ser tratado neste item não é o de contabilização, trata-se de uma obrigação que é extinta por pagamento (em algum momento futuro) e que, quando cresce, enseja efeito no resultado. A questão central reside na forma de cálculo (valoração) dessa obrigação no tempo.

Para cálculo de um passivo atuarial, de suas atualizações e do respectivo efeito no resultado, é necessário considerar – como premissa – que haja um benefício futuro, devido a empregados, em decorrência de um plano de benefício definido, cujo ônus caiba à entidade patrocinadora.

Esse benefício deve ter um valor definido ou definível.

Nem sempre o benefício tem um valor definido (em vários casos, trata-se de um fluxo financeiro de pagamentos ao longo de um período de tempo). Entretanto, esse fluxo pode ser reduzido a um valor na data da aquisição do direito ao benefício, através da técnica do desconto a valor presente, considerando um taxa de oportunidade adequada. A figura abaixo ilustra a questão:

Fluxo Real

Fluxo Equivalente

Apos e nta dori a Morte e s pera da

Período a qui s i ti vo do benefíci o Pe ríodo de frui çã o do be ne fíci o Valor presente

dos valores de benefícios esperados Ini ci o

Período a qui s i ti vo do benefíci o Pe ríodo de frui çã o do be ne fíci o

Ini ci o Apos e nta dori a Morte e s pera da

Conhecido o valor do benefício, aplica-se o MÉTODO DO CRÉDITO UNITÁRIO PROJETADO.

O método do crédito unitário projetado é também conhecido pelos nomes de: (a) método de benefícios acumulados pro rata de serviço e (b) método benefício/anos de serviço. Esse

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- somatório de unidades de benefício = obrigação final. A seguir, um exemplo de aplicação do método.

==> ano salário crescimento de 7% Salário final projetado

Benefício atribuído ao ano corrente 1% do salário final

projetado

Benefício atribuído a anos anteriores Total

1 10.000,00 13.107,96 131 0 131

2 10.700,00 13.107,96 131 131 262

3 11.449,00 13.107,96 131 262 393

4 12.250,43 13.107,96 131 393 524

5 13.107,96 13.107,96 131 524 655

ano Saldo anterior Atualização do saldo anterior (taxa 10%) Benefício atribuído ao ano corrente Valor Presente do benefício atribuído ao ano corrente (taxa = 10%) Passivo 1 - - 131 89 89 2 89,47 98,42 131 98 197 3 196,84 216,53 131 108 325 4 324,79 357,27 131 119 476 5 476,36 524,00 131 131 655 Cálculo do Benefício

Reconhecimento do passivo em função do benefício Premissas

1 - o benefício corresponde a 1% do salário final projetado 2 - o período esperado é de 5 anos

3 - ao final do primeiro ano, o salário é de R$ 10.000,00 4 - a cada ano o salário cresce 7% (cumulativamente) 5 - a taxa de atualização (e de desconto) é de 10%

Repare que a obrigação a ser reconhecida por período cresce até chegar a um valor equivalente ao do benéfico. Esse crescimento da obrigação é devido, basicamente, a dois fatores: (a) o serviço prestado no período e (b) à atualização do saldo referente a serviços prestados em períodos anteriores.

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Benefícios a Empregados e Passivo Atuarial

Ini ci o

Período a qui s i ti vo do be ne fíci o Pe ríodo de frui çã o do benefíci o

Apos enta dori a Morte e s pera da

Período a qui s i ti vo do be ne fíci o Pe ríodo de frui çã o do benefíci o Valor presente

dos valores de benefícios esperados

Obrigação Reconhecida

Ini ci o Apos enta dori a Morte e s pera da Obrigação por benefícios em função de serviços prestados

Situação na data da aposentadoria

Se houver uma variação no salário do empregado que tenha por efeito a alteração do valor dos benefícios esperados, surge a figura do custo do serviço passado. Por custo do serviço passado entende-se o aumento no valor presente da obrigação de benefício definido quando há introdução ou alterações nos benefícios pós-emprego ou nos benefícios a empregados de longo prazo resultantes de serviços prestados pelos empregados em períodos passados. Essa alteração deverá ser apropriada por todo o período aquisitivo do benefício.

Exemplificando, considere o aumento do valor do benefício:

(1) se esse aumento se der após o transcurso do período aquisitivo de um empregado, o aumento será imediatamente reconhecido como despesa;

(2) porém, se o empregado estiver no meio do período aquisitivo, esse aumento será apropriado como despesa no tempo que falta complementação do período aquisitivo.

Por outro lado, se o ativo se valorizar acima do esperado, temos receita. Essa receita também deverá ser apropriada ao resultado à medida do transcurso de tempo até a complementação do período aquisitivo.

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(a) o valor presente da obrigação de benefício definido na data a que se referem as demonstrações contábeis;

(b) mais quaisquer ganhos atuariais (menos quaisquer perdas atuariais) não reconhecidos;

(c) menos qualquer custo do serviço passado ainda não reconhecido; (d) menos o valor justo dos ativos do plano (se existirem) na data a que se referem as demonstrações contábeis, disponíveis para a liquidação das obrigações.

Finalmente, a parcela a ser reconhecida no resultado do exercício é definida, resumidamente, da seguinte forma:

(a) custo do serviço corrente; (b) custo dos juros;

(c) retorno esperado de quaisquer ativos do plano;

(d) ganhos e perdas atuariais, tal como exigido de acordo com a política contábil da entidade;

(e) custo do serviço passado.

6 Conclusão

O passivo atuarial surge em regra da existência da obrigação de longo prazo relacionadas a benefícios pós emprego, decorrentes de planos com benefícios definidos.

A apuração do valor do passivo deve levar em consideração o valor da obrigação trazido a valor presente na data do balanço, deve levar em consideração, ainda, a existência de ativos (avaliados a valor justo) atrelados ao benefício. Saliente-se que essa obrigação está sujeita a variações no tempo, por: (a) prestação de serviços dos empregados – que implicam aumento na obrigação de pagar benefícios; (b) valor do dinheiro no tempo – reconhecimento de juros sobre o valor da obrigação; (c) reconhecimento de ganhos e perdas por variação nas previsões de atualização de ativos e passivos, bem como por alteração de condições do plano; (d) pagamentos de benefícios e recebimento de contribuições para o plano.

Bons estudos e sucesso! Atenciosamente

Referências

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