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NUTRIENTES EXTRAÍDOS PELA CULTURA DO SORGO FORRAGEIRO CV. JUMBO EM FUNÇÃO DAS DOSES DE NITROGÊNIO

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Academic year: 2021

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NUTRIENTES EXTRAÍDOS PELA CULTURA DO SORGO FORRAGEIRO CV.

JUMBO EM FUNÇÃO DAS DOSES DE NITROGÊNIO

Rasiel Restelatto1*, Laércio Ricardo Sartor [orientador], Fernanda Paula Baldicera2, Suelen Maria Einsfeld2

1Mestrando do programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná

(UTFPR), Câmpus Dois Vizinhos, Paraná. E-mail: restelattor@yahoo.com.br

2 Alunas do curso de Zootecnia da UTFPR Campus Dois Vizinhos, bolsistas PET-Zootecnia (Programa de

Educação Tutorial) PIBIC (Entidade Financiadora da Bolsa, CNPQ/Fundação Araucária, UTFPR). *Autor para correspondência

Resumo: A fim de produzir altas quantidades de forragem com alto valor nutritivo, o presente trabalho teve por

objetivo avaliar a extração de N, P e K pela cultura do sorgo forrageiro, sob doses de nitrogênios. O trabalho foi desenvolvido na área experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Campus Dois Vizinhos. O delineamento experimental utilizado foi de blocos completamente casualizados, com três repetições. Os tratamentos foram compostos das seguintes doses de N: 0; 37,5; 75; 150; 225; 300 e 375 kg ha-1, sendo essas doses distribuídas em três aplicações, a primeira na semeadura, a segunda após o primeiro corte e a terceira após o terceiro corte. A coleta do material forrageiro produzido foi realizada com o corte manual, quando a cultura atingia uma altura média entre 0,70 a 0,80 m. A quantidade de N acumulado na cultura do sorgo nos anos de 2011 e 2012 depende da quantidade aplicada no solo, obtendo respostas quadráticas, ou seja, quando se elevou os níveis de N se melhorou a eficiência de acúmulo pela cultura até um ponto máximo, depois tende a diminuir. A aplicação crescente de N promove um crescimento no acúmulo de P na planta. Para o K, conforme se aumenta os níveis de N aplicados no solo, a resposta do potássio acumulado na cultura do sorgo é quadrática para os dois anos de cultivo.

Palavras-chave: adubação nitrogenada, fertilidade do solo, macronutrientes

Introdução

A região Sul do Brasil, uma região subtropical, caracteriza-se pelo elevado número de espécies forrageiras com grande potencial para utilização na alimentação dos ruminantes, sendo que no inverno essas culturas têm menor potencial de produção de massa verde, porém com melhor qualidade, em relação a algumas culturas utilizadas no verão. O milho, milheto, sorgo e o girassol são forrageiras bastante utilizadas pelos pecuaristas, pela alta capacidade produtiva dessas espécies e o alto valor nutritivo durante o período de verão. No entanto, as forrageiras de modo geral possuem alguns fatores que afetam a qualidade e as concentrações de nutrientes, como: a espécie, a origem, as condições ambientais e de cultivo durante o crescimento, a fertilidade do solo, a maturidade e a relação folha/colmo.

Apesar da grande disponibilidade de cultivares de sorgo com características que possibilitam a sua adequação às diferentes regiões e o alto potencial produtivo desta cultura, observa-se, muitas vezes, baixa e irregular produtividade (GONTIJO NETO et al., 2002). Nesse aspecto, considera-se que a fertilidade do solo e as baixas aplicações de fertilizantes sejam os principais fatores responsáveis pela baixa produtividade de forragem e silagem. Estas variações de produtividade podem afetar diretamente o valor nutricional do pasto.

Dentre os nutrientes, o nitrogênio possui papel fundamental na cultura do sorgo, por ser constituinte essencial das proteínas e interferir diretamente no processo fotossintético, pela sua participação na molécula de clorofila, tornando-se, portanto, limitante em sistema de utilização intensivo de solo. No entanto, baixos teores de fósforo disponível no solo fazem com que a adubação nitrogenada não responde eficientemente, com isso, ocorre um dos maiores problemas no estabelecimento e na manutenção de pastagens.

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Nesse sentido, a fim de produzir altas quantidades de forragem com alto valor nutritivo e sem degradar o solo, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a extração de N, P e K pela cultura do sorgo forrageiro, sob doses de nitrogênios.

Material e Métodos

O trabalho foi desenvolvido na área experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Câmpus Dois Vizinhos, região Sudoeste do Paraná. Esta região apresenta um clima subtropical úmido mesotérmico (Cfa) sem estação seca definida, com temperaturas médias de 22oC no verão e inverno com temperaturas médias inferiores a 17oC, com índices pluviométricos de 2.100 mm por ano.

Para o desenvolvimento do experimento foi utilizada a espécie anual de verão sorgo forrageiro, cultivar Jumbo. O trabalho foi conduzido durante os períodos de novembro de 2010 à abril de 2011 e janeiro de 2012 à abril de 2012. A semeadura no primeiro ano de cultivo foi realizada dia 19 de novembro de 2010, para o segundo ano de cultivo a semeadura foi realizada dia 30 de janeiro de 2012, devido a baixas quantidades de chuvas nos meses de novembro e dezembro de 2011.

O delineamento experimental utilizado foi de blocos completamente casualizados, com três repetições. As parcelas experimentais foram de 5 x 5 m, sendo o espaçamento entre as fileiras de 40 cm, com uma profundidade de semeadura entre 3 a 5 cm, utilizando de 12 a 15 sementes por metro linear, totalizando uma densidade de 15 kg de semente ha-1. Os tratamentos foram compostos das seguintes doses de N: 0; 37,5; 75; 150; 225; 300 e 375 kg ha-1, sendo essas doses distribuídas igualmente em três aplicações, a primeira na semeadura, a segunda após o primeiro corte e a terceira após o terceiro corte, o manejo adotado foi igual para os dois anos de cultivo.

A coleta do material forrageiro produzido foi realizada com o corte manual da cultura, em duas linhas de cultivo em cada parcela com 0,50 m, equivalente a 0,40 m2, quando a cultura atingia uma altura média entre 0,70 a 0,80 m. O restante do material era cortado e retirado manualmente das parcelas, para o resíduo da cultura não influenciar nos resultados posteriores, deixando um resíduo de planta com 0,20 m de altura para rebrote e novas coletas. Para determinação das características bromatológicas, o material foi separado estruturalmente (folha, colmo), secado em estufa a 60oC por 72 horas, e moído em moinho Wiley para posterior determinação da concentração dos macronutrientes na planta.

A concentração dos macronutrientes nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) na parte aérea da cultura do sorgo, foram determinadas conforme a metodologia descrita por Tedesco et al. (1995). Após a digestão sulfúrica, o nitrogênio foi mensurado pelo método analítico semi-micro Kjeldahl, o fósforo foi determinado pelo método analítico da colorimetria e para o potássio utilizo-se a fotometria de chama.

A determinação dessas características foram procedidas nos Laboratórios de Bromatologia e de Solos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Dois Vizinhos.

Os dados foram submetidos à análise da variância pelo programa SAS 8.1 (SAS, 2004). Para os parâmetros significativos foram aplicados testes regressão polinomial considerando o maior grau significativo.

Resultados e Discussão

Dentre os nutrientes, o N é um dos mais importantes nas pastagens, devido sua alta capacidade de aumentar o número de perfilhos, bem como auxiliando no acréscimo do número de folhas, interfere diretamente

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no processo fotossintético, além de fazer parte de alguns componentes importantes, como a proteína, que é a base física da vida (SANTOS et al., 2010).

Na figura 1, percebe-se que a quantidade de N acumulado na cultura do sorgo nos anos de 2011 e 2012 depende da quantidade aplicada no solo, obtendo respostas quadráticas, ou seja, quando se elevou os níveis de N se melhorou a eficiência de acúmulo pela cultura até um ponto máximo, depois tende a diminuir. Sendo a dose de 330 kg ha-1 de N a que proporcionou a maior quantidade de N acumulado para o ano de 2011, e para o ano de 2012 a maior quantidade de N acumulado foi com a dose de 235 kg ha-1 de N, segundo a curva ajustada de tendência.

Quando comparamos a quantidade de N acumulado nos anos de 2011 e 2012, pode-se perceber que o ano de 2012 essa produção foi inferior, isso correu devido que no ano de 2012 a implantação do sorgo foi 71 dias mais tarde em relação ao ano de 2011, devido as baixa quantidade de chuvas nos meses de novembro e dezembro, época recomendada pra a implantação da cultura, com isso quando se multiplica os teores de N, pela produção de MS, o ano que produziu mais foragem, consequentemente tende a ter maior acumulo de N. Mas independente da quantidade de N acumulado, nos dois anos houve diferença significativa (P<0,05) em função das doses aplicadas e as respostas foram quadráticas.

A aplicação crescente de N promove um crescimento no acúmulo de P na planta (Figura 2), promovendo uma resposta quadrática (P<0,05) para o ano de 2011 e uma resposta linear (P<0,05) para o ano de 2012, com isso, nota-se a importância da aplicação do N e a relação positiva entre os macronutrientes. Quando se aplicou 375 kg ha-1 de N, obteve-se a maior quantidade de P acumulado no sorgo (44 kg ha-1) no ano de 2011, para o ano de 2012 a doses de 375 kg ha-1 de N, também foi à que obteve a maior quantidade de P acumulado (25 kg ha-1).

Segundo Oliveira et al. (2010), o P é um dos elementos que a cultura do sorgo menos absorve, em relação aos outros macronutrientes, totalizando 28 kg ha-1 de P, quantidade menor que os encontrados no ano de 2011 e maiores que do ano de 2012, essa diferença na quantidade de kg de P acumulado ha-1 pode ter acontecido devido diferença na produção de MS, como já foi explicado para o N acumulado.

O potássio um macronutriente essencial para a planta, cujas funções mais importantes são a translocação de açúcares, abertura e fechamento dos estômatos e regulação osmótica, é um macronutriente dependente do N. Como demonstra a figura 3, conforme se aumenta os níveis de N aplicados no solo, maior é a quantidade de potássio acumulado na cultura do sorgo, no entanto essa curva de crescimento é quadrática para os dois anos de cultivo, atingindo os maiores níveis de K quando se aplicou 298 kg ha-1 de N, para o ano de 2011, para o ano de 2012, o K acumulado foi inferior ao ano de 2011, essa diferença pode ter acontecido devido a menor produção de MS, como já comentado anteriormente, porém a resposta do K em função das doses de N aplicadas também teve efeito significativo (P<0,05) com resposta quadrática, sendo a maior quantidade de K acumulado quando se aplicou 234 kg ha-1 de N, quando jogamos na formula da máxima eficiência técnica.

Conclusão

A aplicação de doses de N entre 230 e 330 kg ha-1 são as que proporcionam maiores acúmulos de K e N na biomassa aérea do sorgo forrageiro cv. Jumbo nos dois anos de cultivo (2011 e 2012), proporcional a maior produção de forragem pela cultura. Para o P conforme se aumenta a dose de N, maior é o acúmulo de P pela planta no ano de 2012, para o ano de 2011 a resposta é quadrática, no entanto a dose de até 375 kg ha-1 foi á que teve a maior acúmulo de P na biomassa aérea do sorgo.

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Referências

GONTIJO NETO, Miguel Marques; OBEID, José Antônio; PEREIRA, Odilon Gomes; et al. Híbridos de Sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) Cultivados sob Níveis Crescentes de Adubação. Rendimento, Proteína Bruta e Digestibilidade in Vitro. Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n.4, p.1640-1647, 2002.

OLIVEIRA, L. B.; PIRES, A. J. V.; VIANA, Anselmo Eloi Silveira; et al. Produtividade, composição química e características agronômicas de diferentes forrageiras. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, n.12, p.2604-2610, 2010.

SANTOS, Manuel Eduardo Rozalino; FONSECA, Dilermando Miranda da; BALBINO, Eric Márcio; et al. Valor nutritivo de perfilhos e componentes morfológicos em pastos de capim-braquiária diferidos e adubados com nitrogênio. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, n.9, p.1919-1927, 2010

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STATISTICAL ANALYSIS SYSTEM - SAS. User’s guide: statistics Version 8.1, Cary: SAS Institute, 2004. (CD-ROM).

TEDESCO, M. J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C. A. et al. Análises de Solos Plantas e outros materiais. Boletim Técnico No5. Departamento de solos, faculdade de agronomia Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre, 1995.

Sorgo 2011 Doses de N (kg ha-1) 0,0 0,0 0,0 37,537,5 75,037,575,075,0 150,0150,0150,0 225,0225,0225,0 300,0300,0300,0 375,0375,0375,0 N a c u m u la d o ( k g h a -1) 0 100 200 300 400 500 y = 116,4340 + 1,3689x - 0,0023x2 r ² = 0,86 P < 0,0001 Sorgo 2012 Doses de N (kg ha-1) 0,0 0,0 0,0 37,537,5 75,037,575,075,0 150,0150,0150,0 225,0225,0225,0 300,0300,0300,0 375,0375,0375,0 N a c u m u la d o ( k g h a -1) 0 100 200 300 400 500 y = 97,4727 + 0,3651x - 0,00078x2 r ² = 0,77 P < 0,0001

Figura 1. Nitrogênio acumulado (kg ha-1) nos anos de 2011 e 2012 na biomassa aérea da cultura do sorgo forrageiro cv. Jumbo, em função das doses de nitrogênio.

Sorgo 2011 Doses de N (kg ha-1) 0,0 0,0 0,0 37,537,5 75,037,575,075,0 150,0150,0150,0 225,0225,0225,0 300,0300,0300,0 375,0375,0375,0 P a c u m u la d o ( k g h a -1) 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 y = 16,4979 + 0,1149x - 0,00010x2 r ² = 0,98 P < 0,0001 Sorgo 2012 Doses de N (kg ha-1) 0,0 0,0 0,0 37,537,5 75,037,575,075,0 150,0150,0150,0 225,0225,0225,0 300,0300,0300,0 375,0375,0375,0 P a c u m u la d o ( k g h a -1) 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 y = 11,6461 + 0,0317x r ² = 0,84 P < 0,0001

Figura 2. Fósforo acumulado (kg ha-1) nos anos de 2011 e 2012 na biomassa aérea da cultura do sorgo forrageiro cv. Jumbo, em função das doses de nitrogênio.

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Sorgo 2011 Doses de N (kg ha-1) 0,0 0,0 0,0 37,537,5 75,037,575,075,0 150,0150,0150,0 225,0225,0225,0 300,0300,0300,0 375,0375,0375,0 K a c u m u la d o ( k g h a -1) 0 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 y = 70,1379 + 0,8129x - 0,0015x2 r ² = 0,86 P < 0,0001 Sorgo 2012 Dose de N (kg ha-1) 0,0 0,0 0,0 37,537,5 75,037,575,075,0 150,0150,0150,0 225,0225,0225,0 300,0300,0300,0 375,0375,0375,0 K a c u m u la d o ( k g h a -1) 0 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 y = 57,2491 + 0,1557x - 0,00024x2 r ² = 0,85 P < 0,0001

Figura 3. Potássio acumulado (kg ha-1) nos anos de 2011 e 2012 na biomassa aérea da cultura do sorgo forrageiro cv. Jumbo, em função das doses de nitrogênio

Referências

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