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Comunicação ARTE NO APRENDIZADO DA VIDA. Palavras-Chave: Proposta triangular, Tarsila do Amaral, Criatividade

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Academic year: 2021

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Comunicação

ARTE NO APRENDIZADO DA VIDA

Ana Luisa Z. P. Almeida1

Palavras-Chave: Proposta triangular, Tarsila do Amaral, Criatividade

ARTE NO APRENDIZADO DA VIDA

Arte no Aprendizado da Vida, tendo por base o PI - Fazer Arte faz Bem, desenvolvido em grupo, é um trabalho que busca a valorização e o reconhecimento dos benefícios da prática, conhecimento e apreciação de Obras de Arte (proposta triangular), em diferentes contextos. A cultura pode e deve ser acessível a todos.

Utilizando a leitura de Obras de Arte, orientada pela abordagem triangular proposta pela Profª Ana Mãe, pretendemos investigar a contribuição que o trabalho com Arte oferece aos alunos, para desenvolver as capacidades de observação, reflexão e criação, produzindo, assim, melhoria da qualidade de sua aprendizagem. Destacamos a importância da inclusão da Arte na educação, pois essa prática consegue abrir caminhos que alcançam objetivos e revelam potenciais para o desenvolvimento cognitivo, pessoal e ambiental, elementos primordiais para o aumento da qualidade de vida e para uma melhoria da realidade de nosso meio social e mundial. A abordagem, proposta triangular, é colocada em prática pela introdução ao mundo das Artes, trabalhando principalmente com a Arte nacional e, em especial destaque, para a vida e obra de Tarsila do Amaral.

A leitura da Obra de Arte, o fazer artístico e a contextualização estimulam a compreensão interdisciplinar dos conteúdos e seu efeito prático na vida se torna mais eficaz. Valores como a autoconfiança, cooperação, respeito mútuo, que na maioria das vezes não são trabalhados nas aulas, são debatidos, além de exercitar a criatividade, imaginação, senso crítico, quantidade, dimensão, proporção. Permitindo o acesso a essa cultura, podemos trabalhar com a interpretação da

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linguagem visual, tão presente em nosso tempo, e estaremos realmente alfabetizando e fornecendo aos alunos reais condições de desenvolvimento pessoal e social, formando pessoas íntegras e não apenas máquinas, que trabalham e são constituídas para a perpetuação de um sistema opressor e excludente.

A Arte sempre esteve presente na história da humanidade. Através dos desenhos, pinturas, danças, esculturas, os povos deixam suas marcas, sinais de sua existência e de sua cultura. A Arte pode ser compreendida, então, como uma forma de comunicação, ferramenta que possibilita o conhecimento e compreensão de aspectos importantes de nosso passado e uma releitura do mundo contemporâneo.

Mesmo com esse potencial, não há, na maioria das escolas, uma adequada preparação para os alunos realizarem uma leitura das manifestações artísticas. Constatamos que ainda existem professores que desconhecem que a Arte tem função tão importante quanto de outros conhecimentos, no processo ensino e aprendizagem. O descaso é tamanho que, em algumas escolas, as aulas de Artes são ministradas por professores de outras disciplinas; como não estão preparados para ministrar essa aula, não oferecem aos alunos o contato com diversos materiais, com as produções da Arte brasileira, com eventos culturais, e também não promovem atividades enriquecidas com elementos inerentes ao universo cultural e social de seus alunos.

Assim é que, na maioria das escolas, o trabalho pedagógico com as Artes é realizado apenas como recreação, em atividades descontextualizadas de desenhar, colar, pintar. As conseqüências são percebidas facilmente: estudantes com pouca sensibilidade e percepção do universo das Artes Visuais e da Comunicação Visual (analfabetismo visual), inseguros e descrentes de sua própria criatividade.

Com base nessas constatações, se pudermos realizar um trabalho pedagógico interdisciplinar a partir da apreciação de Obras de Arte, da pesquisa do contexto daquela obra e da construção, pelos alunos, de suas próprias obras de arte, será possível trazer para o cotidiano escolar mais qualidade estética e mais eficiência no aprofundamento de sua percepção visual. E, mais especificamente, se, por exemplo, utilizarmos as telas de Tarsila do Amaral, nessa proposta de trabalho interdisciplinar, acreditamos ser possível despertar a motivação dos alunos para o conhecimento da Arte. O contato com as Obras de Arte, por meio da visita a museus, pesquisas em sites da Internet, reproduções em livros, cópias em xerox,

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transparências ou cartazes possibilita desenvolver, nos alunos, a curiosidade pela Arte e a criatividade no fazer artístico, pensar, sentir e fazer.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais / Arte:

“O ser humano que não conhece a Arte tem uma experiência de aprendizagem limitada, escapa-lhe a dimensão do sonho, da força comunicativa dos objetos à sua volta, da sonoridade instigante da poesia, das criações musicais, das cores e formas, dos gestos e luzes que buscam o sentido da vida”.2

O que temos percebido, em nossas escolas, sejam elas de nível fundamental, médio ou superior é que a ausência de atividades que envolvam o aluno em experiências com o fazer artístico, com a apreciação e a contextualização da Arte e suas manifestações, tem produzido falta de habilidade na compreensão das mensagens visuais, tão presentes no mundo de hoje, onde a imagem assume papel importante na comunicação das idéias.

De uma maneira ou de outra, na escola e nos espaços fora dela, nós somos sempre solicitados à compreensão e apreensão de significados e códigos que nos são transmitidos por meio das imagens. Apesar disso, não há, na maioria das escolas, uma preparação para as crianças fazerem leituras de imagens; acabam se tornando adultos com pouco conhecimento e percepção do universo das Artes Visuais e da Comunicação Visual. Segundo Ana Mae Barbosa, em entrevista concedida à revista Nova Escola:

“Hoje, vivemos imersos em imagens. Aprendemos inconscientemente através delas. Por meio da Arte, operamos com vários sentidos e é muito importante deixá-los em alerta, deixar de aprender apenas intelectualmente. Outro fato importante é, também, alfabetizar-se visualmente. Tornar-se uma pessoa capaz de decodificar as imagens, de lê-las e não ser presa fácil de uma aprendizagem meramente inconsciente”.3

Pensamos ser relevante oferecer aos estudantes dos ensinos médio e fundamental a oportunidade de conscientização a respeito da gramática visual, dos elementos formadores da imagem, enfim, da linguagem visual.

2BRASIL. Ministério da Educação / Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Brasília: 1996, p.21.

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Fernando Hernández4 destaca que estamos imersos numa avalanche de imagens, e que é preciso aprender a lê-las e interpretá-las para compreender e dar sentido ao mundo em que vivemos. Assim os alunos serão capazes de analisar os significados da imagem, os motivos que levaram à sua realização, como ela se insere na cultura da época, como é consumida pela sociedade e as técnicas utilizadas pelo autor. Na escola, isso significa que o ensino de Arte ganha uma perspectiva mais profunda. De conhecedor de artistas e estilos, o aluno passar a ser leitor, intérprete e crítico de todas imagens presentes em seu cotidiano.

A escola, que tem por objetivo formar seres críticos e conscientes, não pode deixar de valorizar o ensino artístico; afinal a Arte abre as portas da percepção, estimula e amplia a criatividade e dá um novo olhar: o olhar crítico e consciente acerca do mundo e de nós mesmos, sem falar no quanto é maravilhoso produzir e apreciar a Arte. É dever da escola desenvolver o maior número de potencialidades possíveis do aluno, para que o mesmo possa contribuir para a construção de uma sociedade melhor.

O Modernismo tinha como objetivo fugir da Arte acadêmica e assim abria portas para o novo e diferente. No Brasil se traduziu principalmente pelas idéias de um grupo de intelectuais e artistas que se reuniram e apresentaram suas propostas na conhecida Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922. O choque com a estética vigente causou reações de desagrado e resistência em alguns, e de aprovação em outros. A partir daquele ano e dos posteriores, a Arte brasileira incluiu obras modernistas em seu repertório, e artistas como Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Anita Malfati, para citar os mais conhecidos, produziram trabalhos que se tornariam referências do período e desse movimento.

Tudo isso nos leva à convicção de que precisamos proporcionar espaços e atividades para que o aluno exercite o ato de expressar-se utilizando a linguagem artística e também aprimorando a sua habilidade em produzir textos com mais segurança e coesão. Para isso, trazer as experiências e as cores do Modernismo, por meio das telas de Tarsila do Amaral, promovendo uma oportunidade para estimular nos alunos a curiosidade, o senso de estética, a sensibilidade e criatividade, valorizando a cultura nacional, seria importantíssimo. Quando o aluno

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HERNANDES apud GENTILE, Paola.Um mundo de imagens para ler. São Paulo, abril de 2003. Ed.161. Disponível no endereço eletrônico:http://novaescola.abril.com.br. Acesso em 10/06/05.

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produz, aprecia e reflete sobre o contexto das obras de Arte, desenvolve sua percepção e imaginação, aprende a usar todos os sentidos para perceber o mundo, trabalha com a intuição e as sensações, muitas vezes desconsideradas no processo de ensino e aprendizagem, desenvolve sua criatividade e senso crítico.

Acreditamos que aprender Arte é um caminho para que o aluno desenvolva sua capacidade de realizar uma leitura mais crítica do mundo em que vive, pois de acordo com Paulo Freire:

“Como educador preciso ir lendo cada vez melhor a leitura do mundo que os grupos populares com quem trabalho fazem de seu contexto imediato e do maior de que o seu é pArte: não posso de maneira alguma, nas minhas relações políticas-pedagógicas com os grupos populares, desconsiderar seu saber de experiência feito. Sua explicação do mundo de que faz pArte a compreensão de sua própria presença no mundo. E isso tudo vem explicitado ou sugerido ou escondido no que chamo leitura do mundo, que precede sempre a leitura da palavra”. (FREIRE)

A educação é o grande alicerce de nossas vidas, e a Arte um veículo importante para a apresentação do conhecimento e de conceitos básicos para uma sociedade mais justa e melhor. Somos amanhã o que fazemos, pensamos e queremos hoje. O futuro nos pertence. Fazer Arte faz bem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BARBOSA, Ana Mae (org.). Arte-educação: leituras no subsolo – 6ª ed. – São Paulo: Cortez, 1996.

FREIRE, Paulo. A pedagogia da autonomia: saberes e práticas necessárias à

prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

BARBOSA, Ana Mãe.Tópicos Utópicos. São Paulo: C/Arte, 1998.

GOLDSCHMIDT, Lindomar. Sonhar, Pensar e Criar A Educação como

Referências

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