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Os efeitos da crise econômica nas finanças do município de Apiacá

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

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Os efeitos da crise econômica nas finanças do município de Apiacá

Pedro Chaves de Oliveira Junior – pedrochavesdeoliveirajunior@gmail.com – UFF/ICHS

Resumo

A pesquisa se propôs a diagnosticar a situação financeira do município de Apiacá-ES, nos anos de 2013 a 2016, numa análise da evolução da arrecadação tributária, das transferências intergovernamentais e das despesas. A metodologia utilizada foi de uma pesquisa descritiva qualitativa dos registros contábeis secundários nos sites dos órgãos oficiais de controle e de fiscalização. Os resultados mostram que a dependência financeira municipal em relação às transferências intergovernamentais ultrapassa os 92,50%.

Palavras-chave: Crise econômica; Regularidade fiscal; Queda nas receitas.

1 - Introdução

A crise financeira que atinge atualmente o Brasil provocou e tem provocado queda nas arrecadações tributárias do governo federal, desde 2012, que em consequência tem causado a redução nos valores repassados aos estados e aos municípios. Os números do Produto Interno Bruto (PIB), registrados pelo Banco Central do Brasil, demonstram que o país, desde a implementação do Plano Real em 1994, vivenciava um cenário positivo de estabilização e desenvolvimento socioeconômico. No primeiro ano do plano Real o PIB foi de 5,33%, oscilando com índices positivos até 2009 que registrou negativo em (-0,13%), fato que voltou a acontecer nos anos: 2015 (-3,77) e 2016 (-3,60). De acordo com pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), 2016 foi o ano com o maior percentual de prefeituras em situação difícil e com o menor número em situação excelente de toda a série histórica do IFGF, iniciada em 2006.

Em 2008 vários países foram atingidos pela grave crise financeira, a maior da atualidade, ela é comparada a depressão econômica ocorrida em 1929/30. A crise foi iniciada nos Estados Unidos da América em 2008, com a falência do quarto maior banco norte-americano e que provocou que outras instituições financeiras e empresas pedissem concordata.

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2 Verifica-se no período uma grande queda nas principais fontes de receitas resultando em déficit orçamentário, desemprego, volta da inflação, aumento da cotação dólar e dos juros, fechamento de empresas e o PIB 2016 de (-3,6%). (Banco Central 2017). Apenas 6,8% do orçamento das prefeituras no Brasil foram destinados a investimentos em 2016, (FIRJAN 2017).

Apiacá teve queda significativa na arrecadação das transferências dos royalties de petróleo pelos governos federal e estadual, ocorreu também a estagnação das receitas do Fundo de Participação do Município (FPM) e do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que são a base de sua receita tributária. A dependência do município com estes repasses é de 96,71%, do total de sua receita. (TCE-ES, 06/2016).

Desta forma, o presente relatório tem por objetivo analisar as consequências da crise econômica no município e quais as suas interferências na manutenção da regularidade fiscal, tendo por objetivos específicos analisar a evolução das principais fontes de receitas do município de Apiacá no período de 2013 a 2016, identificar os possíveis fatores que causaram a sua queda ou seu aumento e propor soluções para melhoria da arrecadação e controle orçamentário do município. O processo de apuração dos dados estatísticos será através de uma pesquisa descritiva quantitativa com análise da evolução, do fluxo e dos percentuais de queda das principais fontes de receitas registradas nos bancos de dados dos principais órgãos oficiais de controle e fiscalização dos governos federal e estadual. O diagnóstico traçará um panorama geral da realidade financeira do município que poderá ser utilizado pelo gestor público na realização de uma analise mais detalhada da situação através da ferramenta de análise da matriz SWOT que identificará todos os pontos fortes e fracos, bem como as ameaças e oportunidades do município. Este trabalho se justifica por fornecer ao gestor de Apiacá informações e conhecimentos que poderão contribuir na elaboração de ações capazes de maximizar as receitas tributárias próprias, bem como melhorar os repasses constitucionais e reduzir despesas. O diagnóstico poderá ainda ser a base para a elaboração do Plano Estratégico Municipal, do PPA (2018/2021), da LDO e da LOA 2018.

A pesquisa será delimitada na apuração dos números da evolução das receitas e das despesas no período de 2013 a 2016. Os dados secundários serão coletados nos sites oficiais

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3 dos órgãos de fiscalização e acompanhamento das contas públicas. LAKATOS (2003) estabelece que:

Nas investigações, em geral, nunca se utiliza apenas um método ou uma técnica, e nem somente aqueles que se conhece, mas todo os que forem necessários ou apropriados para determinado caso. Na maioria das vezes, há uma combinação de dois ou mais deles, usados concomitantemente. (LAKATOS, 2003, p.163).

No processo de análise e interpretação dos dados coletados serão elaboradas tabelas descritivas e com períodos individualizados. LAKATOS ensina que:

Uma vez manipulados os dados e obtidos os resultados, o passo seguinte é a análise e interpretação dos mesmos, constituindo-se ambas no núcleo central da pesquisa. Para Best (1972:152), "representa a aplicação lógica dedutiva e indutiva do processo de investigação". A importância dos dados está não em si mesmos, mas em proporcionarem respostas às investigações. (LAKATOS, 2003, p.166).

As receitas serão analisadas de acordo com suas fontes de origem: municipal (IPTU e ISSQN), estadual (ICMS e IPVA) e federal (FPM, IPI e IRRF). E as despesas conforme sua destinação final.

2 – Apresentação do Caso e Diagnóstico

O Estado do Espírito Santo tem no seu território 78 municípios, sendo 39 com população de até 20.000 habitantes sendo considerados municípios de pequeno porte (IBGE 2016). É alto o índice de dependência financeira desses municípios em relação aos repasses do governo Federal (FPM) e do Estado (ICMS). Os recursos arrecadados através dos tributos federais: Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); Imposto sobre a Exportação (IE); Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR); Imposto sobre Operações de Crédito (IOF); Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR - pessoa física e jurídica); IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados); Programa de Integração Social (PIS). Além de taxas, contribuições de intervenção e outros tributos, como o FGTS e as demais contribuições previdenciárias são divididos da seguinte forma: União 70%, Estados 25% e Municípios 5%. Dos 78 municípios 69 têm mais de 70% de suas receitas oriundas desses repasses, 52 municípios ultrapassam 80% e 16 municípios os 90%. O índice de dependência de Apiacá é de 96,71%, sendo considerado o 6º mais dependente. (TCE-ES, 06/2016).

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4 O município de Apiacá, está localizado no extremo sul do estado do Espírito Santo, situado na mesorregião da Bacia do Rio Itabapoana, considerada, pelo Ministério do Desenvolvimento Social, uma das cinco áreas de bolsões de pobreza do Brasil, com população de 7.928 habitantes e Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 0,673 (IBGE, 2010; 2016).

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) estima que 80% dos municípios brasileiros estão com as contas no vermelho, e que 2.442 prefeitos em 01/01/2017 assumiram municípios deficitários. O presente projeto visa realizar um diagnóstico socioeconômico do município Apiacá no período de 2013 a 2016, através de apuração estatística dos valores das receitas dos município. A pesquisa dos dados financeiros será realizada nas publicações dos órgãos oficiais dos governos federal e estadual (STN, IBGE, Sefa-ES, Detran-ES e TCE-ES e na página oficial da prefeitura de Apiacá). Os dados coletados serão tratados, separados e classificados e identificados pela análise da Matriz SWOT de acordo com sua importância: força, fraqueza, oportunidade ou ameaça. O documento produzido será de suma importância ao gestor municipal na elaboração do Planejamento Estratégico Municipal e das Leis Orçamentárias: (PPA, LDO e LOA).

3 – Referencial Teórico

3.1 - A Constituição do Município e o Regramento Legal do Sistema Tributário.

O grande desafio para os atuais gestores públicos nesse momento de crise financeira é conseguir gerir a cidade conciliando as despesas com as receitas. O município é o ente federativo que está ligado diretamente com a população, pois é nele que tudo acontece e onde as pessoas residem, geram receitas e demandas por serviços públicos. A facilidade de acesso a informações das contas públicas, regulada pela Lei 12.527/11 e a internet tem proporcionado à população melhores condições de cobrar dos gestores públicos pelos seus direitos e por prestações de serviços com mais qualidade, fato que pode contribuir para o aumento das despesas públicas num período de redução da arrecadação tributária, o que pode ameaçar as condições financeiras de manter a regularidade fiscal.

Além das políticas públicas, as questões físico-territoriais, econômicas, financeiras, administrativas, sociais, ambientais e de gestão têm constantemente desafiado os municípios, requerendo o planejamento municipal com atividades do governo local

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que devem ser pensadas para equilibrar essas relevantes temáticas e exigindo a efetiva participação dos munícipes que demandam qualidade de vida mais adequada. Diante dessas necessidades e relevâncias, a administração pública municipal busca competência e efetividade dos seus gestores que devem se atualizar e agir por meio de instrumentos técnicos, modernos e práticos de planejamento e de gestão. REZENDE, 2009, p. 175.

A Carta Magna autorizou os municípios a implantarem o sistema de arrecadação própria ou direta como fonte de receita municipal através da instituição de impostos, taxas e contribuições de melhorias para custearem as políticas públicas. Assim os municípios passaram a recolher os tributos e contribuições de melhorias, além, é claro, do FPM transferência constitucional da União aos Municípios.

Como uma das políticas públicas municipais, a prática do planejamento nos municípios visa corrigir distorções administrativas, facilitar a gestão municipal, alterar condições indesejáveis para a comunidade local, remover empecilhos institucionais e assegurar a viabilização de propostas estratégicas, objetivos a serem atingidos e ações a serem trabalhadas.

A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (Lei Complementar nº 101, de 04/05/2000) estabelece, em regime nacional, parâmetros a serem seguidos relativos ao gasto público de cada ente federativo (estados e municípios) brasileiro. As restrições orçamentárias visam preservar a situação fiscal dos entes federativos, de acordo com seus balanços anuais, com o objetivo de garantir a saúde financeira de estados e municípios, a aplicação de recursos nas esferas adequadas e uma boa herança administrativa para os futuros gestores. Entre seus itens está previsto que cada aumento de gasto precisa vir de uma fonte de financiamento correlata e os gestores precisam respeitar questões relativas ao fim de cada mandato, não excedendo o limite permitido e entregando contas saudáveis para seus sucessores.

Um dos mais fortes instrumentos de transparência em relação aos gastos públicos, indicando os parâmetros para uma administração eficiente, a LRF brasileira se inspirou em outros exemplos bem sucedidos ao redor do mundo, como Estados Unidos e Nova Zelândia. (STN – Secretaria do Tesouro Nacional).

O administrador público tem a função de promover o bem estar da população com a prestação de serviços públicos de qualidade e respeitar as normas estabelecidas para o gasto

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6 público, especialmente preservando o interesse público ao interesse privado, deve nortear sua conduta nos princípios considerados pilares do regime jurídico-administrativo: princípio da supremacia dos interesses públicos e da indisponibilidade dos interesse Público. Souza (2008) conceitua que:

as ações propostas e executadas pelos administradores devem ser planejadas para promover o desenvolvimento social e melhorar a qualidade de vida. O administrador é o gestor dos recursos públicos e deve respeitar os preceitos legais dispostos e amparados na Constituição Federal 1988

Os princípios administrativos estão definidos de forma explicita ou implícitos no regramento jurídico brasileiro, na Constituição Federal de 1988 no caput de seu art. 37 com os princípios: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, sendo este último acrescentado pela EC 19/1998. Na Lei nº 9.784/1999, no art. 2º defini os princípios: legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Andrade (2002) estabelece:

Cabe à Administração Pública consolidar a utilização de todos os serviços disponíveis para a população. Conceitua-se Administração Pública como, segundo conceitos advindos do Direito Administrativo, todo o aparelhamento preordenado à realização de sue serviços que visa à satisfação das necessidades coletivas. Andrade (2002, p.35).

A Carta Magna Brasileira promulgada em 1988 considerada por Ulysses Guimarães, então presidente da Câmara dos Deputados, como a Constituição Cidadã trouxe grandes avanços no direito do cidadão na participação efetiva nas tomadas de decisões política administrativa, substituiu de vez a forma paternalista, autoritária e clientelista por práticas democráticas de governo, aproximou a população do processo decisório das políticas públicas, influenciando na aplicação e no destino das verbas públicas, para Montoro (1999) a CF/1988 consagrou, entre seus princípios fundamentais, a participação popular na gestão pública como direito à dignidade da pessoa humana, determinando que o regime político no Brasil é não apenas representativo, mas, também participativo (MONTORO, 1999, p.17).

Segundo Maranaldo (1989),

a Administração Participativa é o conjunto harmônico de sistemas, condições organizacionais e comportamentos gerenciais que provocam e incentivam a participação de todos no processo de administrar, visando através dessa participação, o comprometimento com os resultados (eficiência, eficácia e qualidade) não deixando a organização apresentar desqualificação. (MARANALDO, p. 60).

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7 Para os professores Júlio Cesar Andrade de Abreu e José Antonio Gomes de Pinho que analisam a participação popular no sistema democrático mediada pela internet discordam que há participação popular efetiva nos processos decisórios, falam que as novas tecnologias da informação e da comunicação (TICs) têm aberto canais de comunicação da população com os órgãos públicos, mas que ainda é fraca a participação popular, eles conceituam que

Em termos políticos, mais especificamente na democracia, a influência das TICs trouxe consigo um novo conceito: e-democracy. Neste contexto, muitas foram as promessas que davam conta de um ressurgimento da ágora grega onde a participação popular seria algo real, entretanto diversos são os motivos que impedem este revigoramento democrático, ainda que tecnicamente seja possível imaginá-lo. (ABEU; PINHO).

3.2 - As Principais Fontes de Receitas dos Município Brasileiros

A Constituição de 1988 e a Lei nº 5.172 “Código Tributário Nacional” promoveram a descentralização Fiscal e dotaram os municípios de maior autonomia política, legislativa e financeira. A descentralização proporcionou condições para que os municípios pudessem desempenhar suas atividades constitucionais, por ser considerado o lugar onde tudo acontece, onde o cidadão reside e demanda dos principais serviços públicos. O constituinte preocupou-se em dotar os municípios de capacidade de gerar receita própria pela exploração de preocupou-seu patrimônio e serviços acrescidos das transferências intergovernamentais. As receitas municipais têm as seguintes fontes de arrecadações: Receitas Tributárias: Impostos (IPTU, ITR, ITBI e ISS), Taxas sobre serviços públicos e Contribuição de melhoria - decorrente de obras públicas; Contribuições: Contribuição para custeio do serviço de iluminação pública; Patrimonial: Pela exploração econômica do patrimônio público do município (bens móveis e imóveis), mediante aplicações financeiras, venda de bens móveis e imóveis, aluguéis; De serviços: Com a cobrança de tarifas sobre o transporte coletivo, mercados, feiras, matadouros, e cemitérios etc. Outras receitas: Decorrentes de multas e outras penalidades administrativas (códigos de posturas, obras e outros regulamentos municipais, a atualização monetária e a cobrança da dívida ativa).

Os municípios recebem também as transferências constitucionais oriundas dos governos federal e estadual da arrecadação dos seguintes tributos: I. Estado - 25% do ICMS, 50% do IPVA e 25% do IPI que o estado receber; II. União - 50% do ITR, 22,5% do IR e 22,5% do IPI, todos por meio do FPM, repassados em cotas calculadas pelo Tribunal de

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8 Contas da União com base em indicadores como população; Compensação financeira (royalties) Pela exploração de recursos naturais (petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos líquidos), de recursos hídricos e de recursos minerais, inclusive do subsolo da plataforma continental e da zona econômica exclusiva. (Código Tributário Nacional, 1966).

Como o planejamento é uma das funções clássicas da administração científica, é indispensável esse instrumento ao gestor municipal. Planejar a cidade é essencial, é o ponto de partida para uma gestão municipal efetiva frente à máquina pública, na qual a qualidade do planejamento ditará os rumos para uma boa ou má gestão, com reflexos diretos no bem-estar dos munícipes. (RESENDE apud ANDRADE, 2005, p. 175).

O Guia de elaboração do Plano Diretor Participativo publicado pelo Ministério das Cidades orienta que as diretrizes do processo de organização das finanças do município deverão responder a três perguntas: Que município temos? Que município desejamos? Que acordo podemos firmar para alcançar essa situação desejada?

„Ler a cidade‟ é a primeira etapa de elaboração de um Plano Diretor. Nessa etapa, trata-se de identificar e entender a situação do município – a área urbana e a área rural, seus problemas, seus conflitos e suas potencialidades. A leitura da cidade começará por leituras técnicas e leituras comunitárias, independentes, mas realizadas no mesmo período. Diferente do processo tradicional de construir diagnósticos, a atividade de “Ler a cidade” não é leitura exclusiva de especialistas, e pressupõe olhares diversos sobre uma mesma realidade.

A leitura da cidade um processo de identificação e discussão dos principais problemas, conflitos e potencialidades, do ponto de vista dos diversos segmentos sociais. Deve contemplar as possíveis alternativas para a solução dos problemas detectados, procurando enfocar todo o território do município. CIDADES, 2005, p.20).

4 – Plano de Ação

4.1 – Diagnóstico Organizacional

As principais atividades econômicas do município são de serviços e de agropecuária. As propriedades rurais são predominantemente de micros, pequenos e médios produtores que cultivam lavouras de café e criam gados de leite e de corte (IBGE, 2010).

A estrutura educacional na cidade é formada por uma escola de ensino fundamental, duas de ensino médio e sete de ensino pré-escolar, tendo 862 alunos matriculados no ensino fundamental e 184 no ensino médio. A estrutura de atendimento da saúde é composta por um Hospital e oito estabelecimentos com atendimento com especialidades básicas.

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9 Tabela 01 - A evolução dos principais índices econômicos das fontes de receitas e das despesas.

Períodos - Anos

Índices econômicos 2013 2014 2015 2016 Var. %

RECEITA TOTAL 26.963.500. 26.209.500, 22.463.600, 21.281.700, - 21,07 DESPESA TOTAL 23.646.200, 25.189.100, 23.231.200, 22.260.700, - 5,86 Fundo de Participação dos

Municípios - FPM 7.953.500, 7.985.800, 7.737.300, 8.282.800, 4,14 Imposto Predial e

Territorial Urbano -IPTU 97.700, 102.700, 102.700, 101.300, 3,68 Imposto Sobre Serviços de

qualquer natureza -ISS 352.500, 256.200, 191.100, 228.300, - 35,23 Imposto sobre Circulação

- ICMS Total 3.964.358, 3.962.818, 253.295, 4.209.471, 6,18

Índice ICMS 0.182 0.178 0.189 0.192 5,49

Imposto sobre propriedade de veículo automotor - IPVA 476.091, 525.310, 985.250, 576.601, 21,11 Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis - ITBI 68.600, 64.400, 48.900, 56.000, - 18,37 ROYALTIES (Petróleo) em(1000) 2.268.800, 2.470.100, 1.706.400, 1.292.200, - 43,04 Fonte: Finanças dos municípios Capixabas. AMUNES - Associação dos Municípios do Estado do Espírito Santo

Na analise dos dados apresentados na tabela 01 referente ao período 2013 a 2016 verifica-se a queda de 21,07% da receita total e 5,86% na redução das despesas. As maiores perdas da receita estão nos Royaties de petróleo (governo do Estado e Federal) 43,04%, no ISS de 35,23% e no ITBI de 18,37%. Na perda de receita dos Royalties e no ITBI o gestor

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10 público municipal nada pode fazer para reverter o quadro, mas com relação ao ISS há possibilidades de implementar medidas que possam melhorar a arrecadação desse imposto.

Tabela 02 –Evolução das principais despesas no período 2013 a 2016

Períodos - Anos

Tipos de Despesas 2013 2014 2015 2016 Var. %

Despesas liquidada 20.182.912, 20.967.599, 20.389.011, 22.000.507, 9,01 Saúde 2.693.737, 2.684.096, 3.088.770, 3.046.451, 13,09 Educação 3.140.746, 3.376.929, 3.379.328, 3.754.377, 19,54 Pessoal 10.970.395, 11.661.862 , 11.837.701, 11.866.434 , 8,17 Percapita 1.385 ,85 1.472 ,46 1.493 ,90 1.496 ,78 8,00 *LRF % 54,23% 56,42% 57,30% 56,61% 4,39

* Lei de Responsabilidade na Gestão Fiscal – Lei 101/2000

Fonte: Finanças dos municípios Capixabas. AMUNES - Associação dos Municípios do Estado do Espírito Santo

Os dados apresentados na tabela 02 demonstram que as despesas do município ao contrário das receitas tiveram aumento considerado no período, sendo o setor educacional com 19,54% o que mais aumentou despesas seguido da saúde com 13,09%.

A evolução negativa da receita e o aumento das despesas obriga o gestor público de Apiacá a acender o sinal de alerta e a replanejar os gastos e as contas públicas para adequá-los ao novo cenário financeiro e o cumprimento das determinações legais estabelecidas pela Lei de Responsabilidade na Gestão Fiscal – Lei 101/2000,

§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. (LRF, 101/2000).

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11 Tabela 03 - Composição do Valor Adicionado Bruto – VAB (1000 R$) - Agropecuaria, indústria, serviços, administração.

Períodos - Anos

Índices Econômicos 2011 2012 2013 2014 Var. %

Agropecuária 8.118. 10.430. 10.032 10.015. 23,37

Indústria 3.641. 3.902. 4.959. 4.162. 14,31

Serviços 16.854. 20.427. 20.605 23.306 38,28

Administração 26.941 29.868 30.965 34.645 28,60

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – Cidades@

Analisando a tabela 03 nota-se que as receitas oriundas do setor de serviços foram as que apresentaram maior evolução com 38,28% no período e o setor industrial apresentou a menor com 14,31%. Os setores agropecuário e o da administração variaram de forma mediana.

O administrador público de Apiacá com a finalidade de aumentar esses valores e de melhorar os índices econômicos poderá implementar ações direcionadas com o setor privado com o objetivo de melhorar o desempenho industrial, pecuário, administrativos e de serviços no município.

O Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo em parceria com o Instituto Rui Barbosa tem auferido o índice de efetividade da gestão municipal – IEGM, com o objetivo de oferecer um diagnóstico completo da gestão municipal nos municípios capixabas.

O IEGM permite a mensuração dos serviços públicos e da efetividade de políticas públicas, a medição da qualidade dos gastos e dos investimentos realizados, elucidando se a visão e objetivos estratégicos dos municípios estão sendo alcançados de forma efetiva.

O IEGM - Índice de Efetividade da Gestão Municipal de Apiacá ano base 2015 Tabela 04

Índice das políticas público Notas

i-Educ - Índice da Educação: Educação Infantil e Ensino Fundamental, avaliação escolar, planejamento de vagas, atuação do Conselho Municipal de Educação, problemas de infraestrutura, merenda escolar, situação e qualificação de professores, quantitativo de vagas, material e uniforme escolares.

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12 i-Saúde - Índice da Saúde - Atenção Básica, Cobertura e ação do Programa Saúde da Família,

atuação do Conselho Municipal da Saúde, assiduidade dos médicos, atendimento à população para tratamento de doenças como tuberculose e prevenção de doenças como a dengue, controle de estoque de insumos, cobertura das campanhas de vacinação e de orientação à população.

C+

i-Planejamento - Índice do Planejamento verifica a consistência entre o que foi planejado e o efetivamente executado - metas físicas alcançadas e os recursos empregados.

C

i-Fiscal - Índice Fiscal - análise da execução financeira e orçamentária, das decisões em relação à aplicação de recursos vinculados, da transparência da administração municipal e da obediência aos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

B

i-Amb - Índice do Meio Ambiente - ações relacionadas ao meio ambiente que impactam a qualidade dos serviços e a vida das pessoas. Este índice contém informações sobre resíduos sólidos, saneamento básico, educação ambiental, estrutura ambiental e conselho ambiental.

C

i-Cidade - Índice de Proteção dos Cidadãos - na proteção dos cidadãos frente a possíveis eventos de sinistros e desastres. Reúne informações sobre Plano de Contingência, identificação de riscos para intervenção do Poder Público e infraestrutura da Defesa Civil.

C

i-Gov TI - Índice de Governança de Tecnologia da Informação mede o conhecimento e o uso dos recursos de Tecnologia da Informação em favor da sociedade - informática, segurança da informação, capacitação do quadro de pessoal e transparência.

C

IEGM - Índice de Efetividade da Gestão Municipal de Apiacá ano base 2015 C

Notas e o significado de sua valorização

Notas Valor Referências

A Altamente Efetiva IEGM com pelo menos 90% da nota máxima e, no mínimo, 5 índices com nota A

B+ Muito efetiva IEGM entre 75,0% e 89,9% da nota máxima

B Efetiva IEGM entre 60,0% e 74,9% da nota máxima

C+ Em fase de adequação IEGM entre 50,0% e 59,9% da nota máxima C Baixo nível de adequação IEGM menor ou igual a 49,9%

Fonte: Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo – TCE-ES

Na analise dos números da tabela 04 verifica-se o baixo nível dos índices dos serviços públicos e da efetivação das políticas públicas. Das sete políticas públicas avaliadas quatro receberam a menor nota, C de baixo nível de adequação com IEGM menor ou igual a 49,9%. Duas obtiveram notas C+ em fase de adequação com IEGM entre 50% a 59,9%. E o índice fiscal recebeu a nota B considerada efetiva com IEGM entre 60,0% e 74,9% da nota máxima.

Os dados oficiais da Composição da Receita arrecadada de Apiacá, publicado no site do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo apresenta que no ano de 2016 a dependência financeira do município aos valores das transferências constitucionais dos governos federal e estadual foi de 90%. Valor total arrecadado R$ 21.482.165,08 sendo

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO

13 Governo Federal 10.652.064,47 (50%), Governo Estadual R$ 8.705.938,69 (41%) e Arrecadação própria R$ 2.124.161,92 (10%). No relatório do ranking da receita tributária dos municípios Capixaba, publicado em 22/06/2016 mostrava que a cidade de Apiacá era a 6ª com pior arrecadação tributária. (TCE-ES).

A analise da evolução de todos os índices financeiros no período de 2013 a 2016 paralelo as avaliações dos índices das políticas publicas verifica-se que as contas pública de Apiacá tiveram redução nos valores financeiros, que as despesas públicas aumentaram e que os serviços públicos ofertados à população pelo município são avaliado, pelo TCE-ES, como sendo os de piores índices na prestação de serviços e na efetivação das políticas públicas.

4.2 – Ações e Intervenções

A metodologia utilizada no processo de análise financeira das contas públicas do Município de Apiacá foi o de individualizar as contas de receitas e das despesas conforme sua origem e destino no período de 2013 a 2016. As contas de receitas foram separadas pelas fontes de origens: federal, estadual ou municipal. Foi apurado que o índice de dependência do município com as transferências de recursos financeiros intergovernamentais ultrapassa aos 92% para custear as despesas. As despesas foram separadas conforme seu destino: pessoal e encargos; outras despesas.

Análise das contas: As receitas tiveram uma queda de 20,75% comparando os valores de 2013 (21.389.000,) e 2016 (16.950.000,). As fontes que apresentaram maiores quedas foram: FPM, ROYALTIES e ISS. As contas de despesas tiveram aumento de 10,07% no mesmo comparativo 2013 (17.413.000,) e 2016 com (19.167.000,). O custeio de pessoal e seus encargos foram os que mais contribuíram para aumento das despesas.

O atual gestor da Prefeitura de Apiacá para adequar as contas públicas deverá promover e adotar medidas importantes e rigorosas, mesmo que sejam impopulares, com a finalidade de aumentar receitas e diminuir despesas, por meio de ações e programas que visam maximizar receitas tributárias, como: atualização dos cadastros de contribuintes e dos fatores geradores dos cálculos dos impostos de IPTU e ISS; mais rigor na cobrança dos inadimplentes e lançamento dos seus débitos em divida ativa. Na contenção das despesas torna-se necessário que o gestor conscientize os servidores da atual crise financeira e que os

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14 cortes de gratificações e diárias são medidas necessárias para o cumprimento da legislação e que poderá ser necessário a exoneração de alguns funcionários comissionados. Terá que ser feito controle rigoroso dos gastos de custeio: combustíveis, energia elétrica, água e outros, para redução desses gastos é recomendável alteração no horário de funcionamento que hoje é das 9h às 17h para 12h às 18h, os carros só farão viagens para outros municípios para atendimento da demanda da saúde, os serviços prestados aos produtores rurais utilizando maquinários serão cobrados uma taxa para custear o combustível (óleo diesel), hoje esses serviços são realizados gratuitamente. A informatização dos órgãos públicos com a utilização de equipamentos e ferramentas tecnológicas modernas é outra solução para o aumento e melhoria da arrecadação tributária e de ganho na qualidade dos serviços públicos ofertados à população, principalmente os programas de benefícios sociais. Para custear o processo de informatização o gestor de Apiacá poderá elaborar um projeto com levantamento dos custos dos equipamentos necessários e solicitar aos governos federal e estadual a celebração de convênio para aquisição necessárias.

Aplicando os conceitos da ferramenta SWOT nos índices financeiros apurados no período de 2013 a 2016 verifica-se que os principais resultados são: Os pontos fortes do município são: o índice de receitas do Imposto sobre propriedade de veículo automotor – IPVA que no período cresceu 21,11% e o Imposto sobre Circulação – ICMS com 6,18% e o Imposto Predial e Territorial Urbano –IPTU com 3,68%; Os pontos fracos são a receita do Imposto Sobre Serviços de qualquer natureza –ISS que reduziu em 35,23%, as despesas administrativas que aumentaram em 9,01% e as despesas totais que reduziram apenas 5,86%; A oportunidade é melhorar o indíce de ICMS que no período cresceu 5,49% e as ameaças são o ROYALTIES (Petróleo) que reduziu em 43,04 e as receitas totais que 21,07.

Com base nesses dados levantados o gestor público de Apiacá poderá constituiu uma comissão formada pelos secretários municipais e funcionários mais experientes de cada pasta e realizar uma profunda analise utilizando a ferramenta SWOT para produzir um diagnóstico mais preciso da situação financeira do município e apurar com mais detalhes a evolução das receitas e despesas nos últimos anos e os principais fatores que contribuiram e influenciaram nessa variação, bem como identificar quais as principais ações que serão necessárias ser implantadas para melhorar a arrecadação da cidade.

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15 Finalizamos a pesquisa apresentando algumas sugestões de medidas para serem implementadas pelo gestor público municipal que poderão melhorar a arrecadação financeira da cidade:

1 – Realizar contrato de parceria com Universidade Federal do Espírito Santo ou outra similar com o objetivo de promover a atualização dos dados cadastrais das propriedades rurais, bem como do seu fator gerador do imposto: ITR, IPTU, ISS e ICMS. Nos moldes dos contratos de parcerias celebrados, entre: - O INCRA Nacional e a Universidade Federal de Lavras - MG, para regularização dos Cadastro Ambiental Rural de todos os imóveis rurais de assentamentos agrário no Brasil. - A Funasa – Fundação Nacional de Saúde e a UFF - Universidade Federal Fluminense - Termos de Execução Descentralizada (TED) 03/2014 - com a finalidade de elaborar os Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB) em municípios do Espírito Santo. A fonte de recursos financeiros para custear esses contratos poderão ser pleiteados ao Governo Federal, através de emendas parlamentares.

2 - Celebrar parcerias com Associação Comercial para promover campanhas de conscientização e incentivo a emissão de nota fiscais de mercadorias comercializadas no município e o pagamento do IPTU – Imposto Predial Territorial Urbano. A exemplo a Lei Nº 12.868/07 do município de São Miguel das Missões/RS.

3 - Promover em parceria com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Apiacá a Patrulha Mecanizada, com fornecimento de horas máquinas (patrol, retroescavadeira, trator e implementos agrícolas) aos produtores rurais que emitirem notas fiscais de vendas de produtos agrícolas.

4 - Elaborar o Plano Diretor Municipal e o Planejamento Estratégico Municipal com a finalidade de modernizar a administração pública e conscientizar à sociedade organizada do momento atual financeiro e econômico que passa o município. O governo Federal em 2001 estabeleceu o Estatuto das Cidades, através da Lei Nº 10.257, de 10 de julho de 2001, no seu Art. 41 tornou obrigatório a todos os municípios com população acima de 20 (vinte) mil habitantes a elaboração do Plano Diretor Municipal. Esses municípios para custearem a

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16 elaboração do PDM conseguiram celebrar convênios com os governos federal e estadual. Este fato deixou os municípios com menos de 20 mil habitantes fora desse processo, no estado do Espírito Santo o número de cidades nessa situação é de 50% (39 municípios).

5 - Implantar o programa Gespública na administração municipal com a finalidade de modernizar e melhorar a qualidade dos serviços públicos prestados à comunidade.

5 – Conclusão

A Constituição de 1988 estabeleceu critérios para distribuição dos recursos financeiros arrecadados dos tributos, nesta divisão o governo federal fica com 70%, os estados com 25% e os municípios com 5%. Essa concentração dos recursos na esfera federal tem gerado insatisfação dos municípios que há muito tempo reivindicam uma renegociação do pacto federativo para que redistribua melhor o bolo tributário, pois consideram que é nos municípios que tudo acontece e é local onde as pessoas moram e demandam por serviços públicos. Os representantes do governo federal alegam que os municípios não estão fazendo o dever de casa, ou seja, não estão cobrando corretamente todos os impostos que a Lei permite, ficando assim dependentes financeiramente das transferências intergovernamentais, as quais representam índices de 90% da arrecadação total da cidade. Os atuais gestores públicos têm que se conscientizarem que a modernização da máquina administrativa é uma das principais formas de melhorar a arrecadação própria e a qualidade de vida de seus governados.

Este trabalho de pesquisa teve como propósito analisar a evolução das receitas e das despesas do município de Apiaca no período de 2013 a 2016 e demonstrar como elas comportaram-se diante da crise financeira que assolou o país. Os carreiros de carros de boi falam que “carro bom é o que canta no aperto” e é com esta mentalidade que os atuais gestores devem encarar a arrecadação tributária, principalmente nos tributos municipais. Para tanto, devem investir nos setores de arrecadação e de fiscalização para promover o aumento da receita com o combate à sonegação e diminuir as despesas com a redução dos desperdícios. Para obter uma administração pública moderna e eficiente é necessário que o gestor público seja um líder que conduza a equipe de trabalho na nobre tarefa de prestar serviços públicos com qualidade à comunidade. O líder é fundamental para uma gestão pública

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17 moderna e eficiente. É ele quem conduz a equipe para o alcance dos resultados esperados pela sociedade e governos. Segundo, Tatiane Vieira, assessora de imprensa da Fundação Dom Cabral

as principais características que um líder necessita possuir para alcançar resultados com eficiência: Credibilidade técnica, carismático, motivador. Gosto pelo diálogo, atitude decisória, empoderamento (delegar), serenidade em situações, organização. foco em resultados e caráter nacionalista (sem exageros). (VIEIRA, 2014).

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