• Nenhum resultado encontrado

Infecção pelo HIV e níveis salivares de IL-8

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Infecção pelo HIV e níveis salivares de IL-8"

Copied!
66
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE SAÚDE DE NOVA FRIBURGO

ISABELA TELLES

INFECÇÃO PELO HIV E NÍVEIS SALIVARES DE IL-8

(2)

2

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE SAÚDE DE NOVA FRIBURGO

ISABELA TELLES

INFECÇÃO PELO HIV E NÍVEIS SALIVARES DE IL-8

ORIENTADORA: Profª Drª Fabiana Nunes Germano

Nova Friburgo, novembro de 2017

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Biomedicina, para obtenção do título de Bacharel, com enfoque na área de Análises Clínicas, apresentado à Universidade Federal Fluminense/Instituto de Saúde de Nova Friburgo

(3)

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca de Nova Friburgo T269i Telles, Isabela

Infecção pelo HIV e níveis salivares de IL-8. / Isabela Telles; Profa. Dra. Fabiana Nunes Germano , orientadora. -- Nova Friburgo, RJ: [s.n.], 2017.

65 f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biomedicina) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Saúde de Nova Friburgo,

2017.

1. HIV. 2. Carga viral. 3. Células CD4. 4. Interleucina 8. I. Germano, Fabiana Nunes, Orientadora. II. Título.

CDD M576.64

(4)

3

ISABELA TELLES

INFECÇÃO PELO HIV E NÍVEIS SALIVARES DE IL-8

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________ Profª Drª Fabiana Nunes Germano (orientadora)

Universidade Federal Fluminense

Instituto de Saúde de Nova Friburgo Nova Friburgo

_____________________________________________ Profª Lívia Pinto de Lima

Universidade Federal Fluminense

Instituto de Saúde de Nova Friburgo Nova Friburgo

____________________________________________ Profª Elan Cardozo Paes de Almeida

Universidade Federal Fluminense

Instituto de Saúde de Nova Friburgo Nova Friburgo

____________________________________________ Profª Caroline Fernandes dos Santos Botino (suplente)

Universidade Federal Fluminense

(5)

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, que me trouxe até aqui e me guiou por essa etapa do início ao fim. Em segundo lugar, gostaria de agradecer ao meu pai, Miguel Telles, pelo apoio financeiro e emocional, sem falar na confiança depositada em mim durante esses cinco anos, sem ele nada disso seria possível. Agradeço também as minhas irmãs, que me ensinaram a ter coragem e determinação para não desistir e conseguir passar por diversos obstáculos durante essa caminhada, em especial, agradeço a Gabriela, que tornou possível a execução desse trabalho. Agradeço imensamente a minha avó, Arlete Ferreira Telles, que foi exemplo de mulher, mãe e ser humano, e mesmo que não esteja mais presente, até hoje me dá forças para continuar seguindo em frente.

Agradeço a professora Fabiana Nunes Germano, por compartilhar comigo seus conhecimentos, e pela confiança, presteza e competência ao conduzir a orientação deste trabalho. Não só como orientadora, mas como professora também fez seu papel e foi além, sendo exemplo de uma profissional ética, correta e digna, minha eterna gratidão.

Agradeço aos funcionários do Posto de Saúde Sylvio Henrique Braune, que sempre foram solícitos e me ajudaram não só na elaboração desse trabalho como durante todo o estágio, foi uma honra e prazer aprender com profissionais tão qualificados e corretos.

Agradeço também aos meus amigos de classe, Lucas, Raphael e Isabelle, que estiveram comigo durante todo o curso, pelo companheirismo ao longo da jornada das disciplinas. Espero que essas amizades continuem sólidas e jamais caiam no esquecimento. Aos amigos do Rio, agradeço por todas as vezes que estiveram do meu lado mesmo sem estarem presentes, sou grata a eles e a minha família por todo incentivo.

(6)

5

RESUMO

O HIV é um vírus que foi descoberto na década de 80, e até hoje ainda é responsável por grandes pandemias e atinge 36.7 milhões de pessoas. Este é um estudo que teve como população alvo pacientes atendidos pela Coordenação Municipal de DST/Aids em Nova Friburgo/RJ. Nosso estudo teve como objetivo conhecer os dados sociodemográficos da população estudada, avaliar a carga viral, contagem de CD4 e ainda relacionar os níveis de interleucina 8 com o consumo de tabaco e álcool. Ao final, observamos que 63% (34/60) dos pacientes possuíam apenas o ensino fundamental, e que entre nossos pacientes a razão por sexo é de 1,14 homens para cada mulher. Vimos que a idade média desses pacientes foi de 42,4 anos (DP ± 12,30) e 7,23 anos (DP ± 5,55) o tempo médio de infecção, o que nos levou a concluir que a maioria da nossa população alvo se tratava de adultos com baixo nível de escolaridade. Quanto a média da carga viral dos pacientes, achamos como resultado uma média da carga viral menor antes do tratamento do que a carga pós tratamento, e grande aumento das células CD4 após o tratamento. Conseguimos também correlacionar o uso de tabaco e álcool com os níveis salivares de interleucina 8, pacientes que são fumantes apresentam níveis menores da interleucina e entre os pacientes que consumiam álcool, observamos que há uma tendência de que esse consumo diminua os níveis salivares de interleucina 8, o que seria melhor avaliado em um estudo com uma amostragem maior.

(7)

6

ABSTRACT

HIV is a virus that was discovered in the 1980s, and until these days, it is responsible for big pandemics and reaches 36.7 million people. This study had as target population patients attended by the Municipal Coordination of STD / AIDS in Nova Friburgo / RJ. Our study aimed to know the sociodemographic data of the studied population, to evaluate viral load, count of CD4 and to relate interleukin 8 levels to tobacco and alcohol consumption. In the end of study, we observed that 63% (34/60) of the patients had only elementary education, and that among our patients the ratio by sex is 1.14 men for each woman. We found that the mean age of these patients was 42.4 years (SD ± 12.30) and 7.23 years (SD ± 5.55) the mean time of infection, which led us to conclude that the majority of our population were low-educated adults. As for the average viral load of the patients, we found a lower viral load before treatment than the posttreatment load. In addition, we observed a large increase in CD4 cells after treatment. We correlated tobacco and alcohol use with interleukin 8 salivary levels; patients who are smokers have lower levels of interleukin and among patients who consume alcohol, we observed that there is a tendency where the use of alcohol decrease salivary levels of interleukin 8, which would be better evaluated in a larger sample study.

(8)

7

Lista de Abreviaturas

Aids Síndrome da Imunodeficiência Adquirida AZT Zidovudina

CTA Centro de Testagem e Aconselhamento DNA Ácido Desoxirribonucleico

Env Envelope

Gag Gene responsável pela síntese do capsídeo viral Gp Glicoproteína

HIV-1 Vírus da Imunodeficiência Humana tipo 1 HIV-2 Vírus da Imunodeficiência Humana tipo 2 IFN-γ Interferon Gama

IL-1 Interleucina 1 IL-4 Interleucina 4 IL-8 Interleucina 8

INNTR Inibidores não nucleosídeos análogos da transcriptase reversa INTR Inibidores nucleosídeos análogos da transcriptase reversa INTRt Inibidores nucleotídeos análogos da transcriptase reversa IP Inibidores de protease

P17 Proteína 17 P24 Proteína 24 Pol Polimerase

RNA Ácido Ribonucleico

SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação SIV Vírus da Imunodeficiência Simiana

SUS Sistema único de saúde TARV Terapia antirretroviral

(9)

8 TNF-α Fator de Necrose Tumoral Alfa

(10)

9

Lista de Figuras e Gráficos

Figura 1: Estrutura do HIV ... ... 17

Figura 2: Ciclo Replicativo HIV-1 ... 19

Figura 3: Resumo Global da Epidemia de Aids ... 20

Figura 4: Prevalência do HIV em Adultos ... 21

Figura 5: Casos de aids em 2015 no Brasil e suas refiões ... 22

Figura 6: Pessoas vivas com HIV vinculadas ao TARV por estado (Sudeste).23 Figura 7: ELISA ... 25

Figura 8: Kit ELISA Merck Millipore ... 26

Figura 9: Fluxograma para Diagnóstico da Infecção por HIV ... 27

(11)

10

Lista de Anexos

ANEXO 1: Termo de Aprovação do CEP ... 41

(12)

11

Lista de Tabelas

TABELA 1: Dados sociodemográficos dos pacientes estudados. ... 35

TABELA 2: Dados laboratoriais dos pacientes estudados ... 35

(13)

12

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 13 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 14 2.1. Histórico ... 14 2.2. O HIV ... 15

2.2.1. Estrutura e Genoma Viral ... 16

2.2.2. Biossíntese Viral ... 17

2.3. Epidemiologia do HIV/aids ... 19

2.4. Diagnóstico ... 24

2.4.1. ELISA ... 25

2.5. HIV e Saúde Oral ... 27

2.6. Interleucina 8 ... 28 2.7. Tratamento ... 29 3. OBJETIVOS ... 31 3.1. Geral ... 31 3.2. Específicos ... 31 4. METODOLOGIA ... 32 5. RESULTADOS ... 34 6. DISCUSSÃO ... 37 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 40 8. ANEXOS ... 41 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 51

(14)

13 1. INTRODUÇÃO

HIV é a sigla em inglês para o vírus da imunodeficiência humana, causador da aids, síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids,2017¹). O HIV mede aproximadamente 100nm de diâmetro, possui uma membrana lipídica externa como seu envelope e seu genoma consiste em duas moléculas idênticas de ácido ribonucleico (RNA) de cadeia simples, incluídas no núcleo viral. O HIV possui a enzima transcriptase reversa, capaz de transcrever as moléculas de RNA viral em ácido desoxirribonucleico (DNA) de fita dupla, chamado DNA pró-viral que se integra ao genoma humano (Seitz, 2016).

Ainda nos dias de hoje a epidemia de HIV/aids constitui um fenômeno global que sofreu transformações epidemiológicas significativas, deixando de ser considerada uma doença fortemente marcada por homens e homossexuais e atingindo cada vez mais um maior número de mulheres e heterossexuais (Brito et al., 2000). De 2007 até junho de 2016, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 136.945 casos de infecção pelo HIV no Brasil (Ministério da Saúde, 2016¹). E no aspecto global, estima-se que 36,7 milhões de pessoas vivem com HIV, sendo que apenas no ano de 2016 foram cerca de 1,8 milhões de pessoas infectadas com o vírus (UNAIDS, 2017¹).

A Interleucina 8 (IL-8) é uma potente citocina pró-inflamatória, responsável pela ativação de neutrófilos quando há alguma infecção (Pinha, 2008). A IL-8 é produzida por monócitos em resposta a interleucina 1 (IL-1) e fator de necrose tumoral alfa

(TNF-α) e está presente nas lesões de periodontite e no fluido gengival desses sítios (Greghi, 2011). Rollenhagen e colaboradores (2010) destacaram que a IL-8 aparece reforçada no soro, plasma e tecido linfoide de indivíduos infectados pelo HIV, sugerindo inclusive seu papel importante na patogênese da infecção pelo HIV e na progressão para a aids.

(15)

14 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Histórico

Em 5 de junho de 1981, houve o primeiro alerta sobre o vírus, feito pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, 2016). A Síndrome da Imunodeficiência Adquiridafoi reconhecida pela primeira vez a partir da análise clínica e laboratorial de pacientes homens e homossexuais que apresentavam grande incidência de Sarcoma de Kaposi e pneumonia (causada pelo Pneumocystis carini), o que caracteriza imunodeficiência (Stephens et al., 2010).

Em 1983, o agente etiológico foi descrito por um grupo de pesquisadores franceses do Instituto Pasteur, na França, e denominado como vírus associado à linfadenopatia (LAV). Em 1984, nos EUA, cientistas confirmam a descoberta de um novo retrovírus, que chamaram de vírus linfotrópico para célula T de humano tipo III (HIV,2017).

Em 1986, devido ao grande número de terminologias para o mesmo agente o Comitê Internacional de Taxonomia das Viroses (ICTV) determinou que o vírus seria denominado vírus da imunodeficiência humana (HIV) (HIV,2017). No mesmo ano, outro vírus foi isolado e devido as suas características semelhantes ao HIV-1 foi chamado de vírus da imunodeficiência humana tipo 2 (HIV-2) (Ministério da Saúde,2003).

Quanto a origem do vírus, apesar de existir uma conexão entre os lentivírus humanos (HIV-1 e HIV-2) e retrovírus de primatas (Vírus da imunodeficiência Simiana, SIV) ter sido sugerida desde o início da epidemia, a reconstrução das relações filogenéticas entre as principais variantes do HIV e os SIV somente foi conseguida na medida em que mais vírus foram isolados de diferentes espécies de símios (Pinto et al., 2006). Acredita-se que a infecção tenha surgido nas regiões africanas central e oriental, uma vez que ali teve início sua maior frequência e onde a infecção de primatas ocorre na natureza. Diante disso surgiu a tendência a se aceitar a hipótese de que o vírus da AIDS tenha se difundido na população humana a partir de sua presença em populações de macacos (Forattini, 1993).

A origem do HIV-1 continua ainda indefinido, as pesquisas feitas na África não trazem qualquer fato que demonstre, de maneira irrefutável, o caráter antigo da infecção por cepas virulentas do HIV-1 naquele continente, já a origem do HIV-2 é,

(16)

15 com certeza, africana (Grmek, 1995). Em um estudo realizado por Hirsch e colaboradores (1989) concluiu que a infecção pelo HIV-2 foi disseminada pela infecção do macaco da espécie Cercocebus atys.

No Brasil, o primeiro caso ocorreu na cidade de São Paulo/SP em 1980 e foi classificado como aids dois anos depois, quando aconteceu a identificação de transmissão por transfusão sanguínea e a adoção temporária do termo Doença dos 5H (Homossexuais, Hemofílicos, Haitianos, Heroinômanos, Hookers). Em 1983, ocorre a primeira identificação mundial da infecção por HIV em criança e relatos da transmissão heterossexual (FioCruz,2016).

Em 1985, surge o primeiro teste diagnóstico para a doença, baseado na detecção de anticorpos contra o vírus (FioCruz,2016). Um ano depois, foi proposto o tratamento com associação de drogas antirretrovirais, inibidoras de duas enzimas essenciais para a multiplicação viral efetiva no organismo, a transcriptase reversa e a protease (Gir et al., 2005).

A evolução do tratamento antirretroviral teve início em 1994, quando foi adotado o padrão terapêutico com terapia dupla, substituindo a monoterapia utilizada desde o início com a zidovudina (AZT). O tratamento antirretroviral consolidou-se, então, a partir de 1996, quando foi adotada a terapia tríplice, através da introdução dos inibidores da protease (Bonolo et al., 2007)

Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente os medicamentos antirretrovirais a todas as pessoas vivendo com HIV que necessitam de tratamento. Atualmente, existem 22 medicamentos, em 38 apresentações farmacêuticas (AIDS,2017²).

2.2. O HIV

Os HIV pertencem a família Retroviridae, subfamília Orthoretrovirinae, no gênero Lentivírus (Costa, 2009). São diferenciados em dois tipos antigênicos: HIV-1 (que apresenta nove subtipos) e HIV-2 (possui cinco subtipos). O HIV-1 é encontrado em todo o mundo, e responsável pelas pandemias globais, já o HIV-2 é limitado a África Ocidental e algumas regiões da Europa (Stephens et al., 2010).

Os HIV apresentam um capsídeo em forma de cone, e dentro dele, duas moléculas idênticas de RNA de fita simples (Turners et al.,1999). O capsídeo viral é composto pela proteína p24, que envolve as duas fitas de RNA e as enzimas transcriptase reversa, integrase e protease (Ministério da Saúde, 2014). Os retrovírus

(17)

16 são caracterizados pela transcrição do seu genoma RNA em uma molécula de ácido desoxirribonucleico (DNA) de fita dupla (Turners et al.,1999).

Ter HIV e ter aids não é a mesma coisa, o vírus pode sobreviver no corpo do ser humano durante anos sem que o paciente apresente nenhum sinal ou sintoma da doença. Porém, mesmo soropositivos que não apresentam a doença são capazes de transmitir o vírus (Aids,2017¹).

2.2.1 Estrutura e Genoma Viral

A estrutura do HIV (Figura 1) é composta por um nucleocapsídeo formado pela proteína 24 (p24) e a parte interna do envelope viral é circundada por uma capa proteica composta pela proteína 17 (p17) (Ministério da Saude,2014).

A superfície do vírus é formada pelas glicoproteínas (gp) do envelope, gp120 e gp41. A proteína externa da superfície (gp120) e proteína transmembrana (gp41) são geradas por clivagem proteolítica de um polipeptídio precursor, gp160. As glicoproteínas de superfície do vírus estão envolvidas nos eventos iniciais da infecção viral, mediando a ligação do virion às células e a fusão das membranas viral e celular (Chan et al., 1997).

O HIV apresenta um genoma com 2 fitas simples de RNA medindo 9kb cada (Grotto et al., 2006). Seu genoma apresenta três genes estruturais: gag, responsável pela síntese do capsídeo viral; pol (polimerase), que codifica as proteínas transcriptase reversa, integrase e protease; e env (envelope), o qual é responsável pela produção das glicoproteínas da superfície viral. Além desses, o HIV apresenta dois genes regulatórios e quatro genes acessórios (Costa, 2009).

(18)

17 Figura 1: Estrutura do HIV

Fonte: Hoffmann et al., 2007

2.2.1 Biossíntese Viral

O HIV tem como alvo as células do sistema imunológico que possuem a molécula CD4 na superfície, como células T auxiliares, precursores de células T na medula óssea e timo, monócitos, macrófagos, eosinófilos, células dendríticas e micróglias. A biossíntese do HIV-1 (Figura 2) é composta por adsorção, fusão, penetração, desnudamento, transcrição reversa, transporte do DNA para o núcleo, integração, transcrição e expressão gênica, montagem, brotamento e maturação (Grotto et al., 2006).

A adsorção envolve a ligação da gp120 ao receptor CD4 e por meio da interação da alça V3 da glicoproteína ao receptor, ocorre uma mudança conformacional que permite que a gp120 se ligue a um segundo receptor ou correceptor (CCR5 ou CXCR4), que por sua vez, leva a uma alteração conformacional

(19)

18 na gp41, resultando na fusão do vírus à membrana da célula e seu desnudamento parcial (Seitz et al., 2016).

Ocorre então, a transcrição reversa do RNA genômico viral (formação do DNA a partir do RNA pela ação da enzima transcriptase reversa), que culmina na formação de uma dupla hélice de DNA viral. O DNA é transporta do para dentro do núcleo celular, onde sofre clivagens específicas e é integrado ao DNA da célula do hospedeiro pela ação da enzima integrase (Cunico et al., 2008).

Com essa integração ao genoma da célula do hospedeiro, o vírus pode permanecer em um período de latência, onde a célula está infectada pelo vírus, porém não são produzidas novas cópias desse vírus. Isso acontece principalmente quando a célula infectada for uma célula de memória, um linfócito CD4+ virgem ou um macrófago (Chun et al., 1997).

Quando há ativação, ocorrem as primeiras transcrições do DNA pró-viral pela RNA polimerase II celular, produzindo RNAs virais (genômico e mensageiro) que são transportados através da membrana do núcleo. As proteínas Env migram e se inserem na membrana plasmática. As proteínas Gag e Gag-Pol também se movem para a membrana celular e começam a montagem do vírion direcionada pela poliproteína Gag. Além disso, enzimas virais, RNA genômico e compostos celulares se associam no nucleocapsídio imaturo. Mais tarde, este complexo brota através da membrana plasmática produzindo um vírion imaturo (Cunico et al., 2008; Ferreira et al., 2010).

O brotamento dispara a ativação da protease que autocataliticamente cliva Gag e Gag-Pol, liberando as proteínas estruturais e as enzimas. As proteínas individuais sofrerão futuras interações, de maneira que as proteínas p17 e p24 formem o nucleocapsídeo cônico e a matriz fique associada ao envelope viral. O processamento das proteínas virais pela protease leva à formação das partículas virais maduras e infecciosas (Ferreira et al., 2010).

(20)

19 Figura 2: Ciclo Replicativo HIV-1

Fonte: Merk Sharp & Dhome Corp., 2017

2.3. Epidemiologia da Aids

No decorrer dos últimos 30 anos a epidemia de HIV/aids trouxe consequências muito devastadoras para famílias, comunidades e países, sendo um dos maiores desafios para a saúde pública (Martins et al., 2014). Desde o início da epidemia, mais de 70 milhões de pessoas foram infectadas com o vírus HIV e cerca de 35 milhões de pessoas morreram (WHO, 2017). Em países com epidemias concentradas, a maioria das infecções por HIV ocorre entre as ditas populações-chave – pessoas que injetam drogas, profissionais do sexo, pessoas transgêneros, pessoas privadas de liberdade, homens gays e outros homens que fazem sexo com homens e seus parceiros sexuais (UNAIDS, 2017²).

(21)

20 Segundo o relatório do UNAIDS, 36,7 milhões de pessoas vivem com aids no mundo. Apenas no ano de 2016 foram 1,8 milhões de pessoas infectadas, chegando à um milhão de mortes relacionadas à infecção pelo HIV (Figura 3). No entanto, pela primeira vez na história, mais da metade das pessoas que vivem com HIV no mundo (53%) agora têm acesso ao tratamento e as mortes relacionadas à aids caíram quase pela metade desde 2005 (UNAIDS, 2017¹). Houve um aumento global do número de pessoas vivendo com HIV, e isso decorre não só do maior número de novas infecções mundialmente, mas também de uma rápida expansão do acesso à terapia antirretroviral (TARV), com consequente diminuição dos óbitos relacionados à aids e aumento da sobrevida. Calcula-se que o acesso mais amplo ao tratamento, em vários países do mundo, foi responsável por evitar 2,5 milhões de óbitos relacionados à aids entre 1995 e 2011 (Scarpellini, 2011).

Figura 3: Resumo Global da Epidemia da aids

Fonte: Unaids,2017¹

A África Subsaariana é onde se encontra o maior número de casos de pessoas infectadas pelo HIV no mundo (68% do total) (Figura 4), já os países englobados pelo mundo muçulmano, a média de pessoas vivendo com aids, entre 15 e 49 anos não ultrapassa os 0,1%, demandando apenas 1% do total de recursos que são distribuídos pelo mundo para o combate à epidemia (Caiado et al., 2009).

(22)

21 Figura 4: Prevalência do HIV em Adultos

Fonte: WHO, 2017

Atualmente a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,7 casos a cada 100 mil habitantes. Isso representa cerca de 40 mil casos novos ao ano (Ministério da Saúde, 2016²). Desde o início da epidemia no Brasil, em 1980, até junho de 2016, foram registrados no país 842.710 casos de aids. Apenas em 2015, 39.113 casos no Brasil, sendo 15.402 casos apenas na área Sudeste, região responsável pelo maior número de casos de aids (Figura 5) (Ministério da Saúde, 2017). No entanto, foi avaliado que mais de 70% das pessoas vivas com aids em todos os estados da região sudeste encontram-se em tratamento, e entre os pacientes em tratamento, mais de 60% encontram-se com carga viral indetectável (Figura 6) (AIDS, 2017³).

(23)

22 Figura 5: Casos de Aids em 2015 no Brasil e suas regiões

(24)

23 Figura 6: Pessoas Vivas com HIV vinculadas ao TARV por estado (Sudeste)

Fonte: AIDS,2017³

Em 1996, o Brasil começou a fornecer tratamento gratuito para pessoas que viviam com aids pelo Serviço Único de Saúde (SUS) e, em 2013, novas estratégias para frear a epidemia foram estabelecidas, oferecendo tratamento a todas as pessoas vivendo com HIV, independentemente de seu estado imunológico. Além disso, o país vem simplificando e descentralizando o tratamento antirretroviral; aumentando a cobertura de testagem para HIV em populações-chave, entre outras iniciativas. O Brasil hoje tem uma das maiores coberturas de tratamento antirretroviral entre os países de baixa e média renda, com mais da metade (64%) das pessoas vivendo com HIV recebendo TARV. Os últimos dados divulgados pelo UNAIDS mostram que, em 2016, ocorreram 48.000 novas infecções, 14.000 mortes e 830.000 pessoas vivem com o HIV no Brasil (UNAIDS, 2017¹).

Em 2014, na 20ª Conferência Internacional de Aids, na Austrália, foram lançados os objetivos 90-90-90, que se tornaram o pilar central da missão de acabar com a epidemia global do HIV/aids. O programa 90-90-90 estabeleceu a meta de que, até 2020, 90% das pessoas vivendo com HIV estejam diagnosticadas, destas, que

(25)

24 90% estejam em tratamento, e que, das pessoas em tratamento, 90% apresentem carga viral indetectável (Ending AIDS,2017). Essas metas fazem parte da estratégia de Aceleração da Resposta para o fim da epidemia de aids como ameaça à saúde pública até 2030. No Brasil, 87% do total de pessoas vivendo com já foram diagnosticadas, entre essas, 64% estão em tratamento, e 90% das pessoas em tratamento já apresentam carga viral indetectável (UNAIDS,2017¹).

2.4. Diagnóstico

O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) (AIDS,2017²).

A Portaria SVS/MS n° 29, de 17 de dezembro de 2013, a provou o Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV, o qual compila seis fluxogramas que permitem um diagnóstico seguro. Essa proposta viabiliza a realização do diagnóstico em diferentes situações e localidades, com ou sem disponibilidade de infraestrutura laboratorial, em vista da necessidade do atendimento de todos os cidadãos que buscam conhecer seu status para o HIV. A elaboração dos fluxogramas de testagem considerou, ainda, a agilidade da comunicação do resultado aos indivíduos, seu encaminhamento para assistência médica e a relação custo-efetividade da testagem (AIDS, 2017⁴).

Os testes para detecção da infecção pelo HIV podem ser divididos basicamente em quatro grupos: detecção de anticorpos, detecção de antígenos, cultura viral, amplificação do genoma do vírus. As técnicas rotineiramente utilizadas para o diagnóstico da infecção pelo HIV são baseadas na detecção de anticorpos contra o vírus. Estas técnicas apresentam excelentes resultados e são menos dispendiosas, sendo de escolha para toda e qualquer triagem inicial. Entretanto, detectam a resposta do hospedeiro contra o vírus, e não o vírus diretamente. As outras três técnicas detectam diretamente o vírus ou suas partículas. São menos utilizadas rotineiramente, sendo aplicadas em situações específicas, tais como: exames sorológicos indeterminados ou duvidosos, acompanhamento laboratorial de pacientes e mensuração da carga viral para controle de tratamento (Ministério da Saúde, 2003).

(26)

25 2.4.1 ELISA

O teste imunoenzimático ELISA, do termo em inglês “Enzyme-linked immunosorbent assay”, foi desenvolvido a partir da década de 70 (Silva, 2007). Os imunoensaios começaram a serem usados para o diagnóstico da infecção do HIV logo após a descoberta do vírus (Ministério da Saúde,2016³). O ELISA é utilizado tanto para detecção de antígenos como de anticorpos e apresentam com grande sensibilidade e especificidade (Silva, 2007).

O princípio do ELISA consiste de uma reação imunológica (antígeno-anticorpo) seguida de uma etapa com antígeno ou anticorpo conjugado com enzima, um substrato e uma substância reveladora (Figura 5). Deste modo, antígenos ou anticorpos primários são adsorvidos a uma fase sólida, usualmente uma placa de poliestireno de 96 poços (Figura 6). Em seguida, a superfície é lavada com uma solução tampão de bloqueio que servirá para impedir que proteínas não específicas adsorvam nessas superfícies. O anticorpo ou antígeno não ligado é desprezado por lavagem, e é adicionado na superfície anticorpos ou antígeno ligados a uma enzima (conjugados), que na presença de um substrato e uma solução cromógena desenvolve cor. A intensidade da cor é proporcional à concentração do antígeno ou do anticorpo de interesse (Davis et al., 1990).

Figura 7: ELISA

(27)

26 Figura 8: Kit ELISA Merck Millipore

Fonte: Merck, 2017

Existem quatro gerações de ELISA, e os mais indicados são os de terceira e quarta geração, pois são mais sensíveis que os testes confirmatórios convencionais. Como exemplo, pode-se destacar os testes de quarta geração que possibilitam a detecção combinada de antígeno e anticorpo, permitindo diminuir ainda mais o período de janela diagnóstica do HIV (Ministério da Saúde, 2013).

Em nosso estudo foi utilizado o fluxograma 1 (Figura 7), proposto pelo ministério da Saúde e após resultado positivo nos testes, é feito um Imunoblot como teste rápido confirmatório. Como teste rápido 1 utilizamos o teste rápido da marca Bioclin e como teste rápido 2, utilizamos da marca Alere.

(28)

27 Figura 9: Fluxograma para Diagnóstico da Infecção por HIV

Fonte: Ministério da Saúde, 2013

2.5 HIV e Saúde Oral

A saúde bucal é um componente indissociável da saúde geral e está intimamente ligado a qualidade de vida do indivíduo. As lesões bucais estão fortemente associadas à infecção pelo HIV e, por serem comuns na infecção, podem servir como marcadores da infecção ou prognóstico da progressão do HIV para aids (Buczynski et al.,2007; Corti et al., 2015).

A principal característica patológica do HIV é a diminuição progressiva da imunidade celular e o consequente aparecimento de infecções oportunistas e neoplasias malignas. A infecção compromete o sistema imune de maneira sistêmica, o que ocasiona também depleção na função imunológica da mucosa bucal,

(29)

tornando-28 a suscetível a diversas alterações, tais como: candidíase, leucoplasia pilosa, sarcoma de Kaposi, linfoma não-Hodgkin, gengivite ulcerativa necrotizante aguda e periodontite (Gasparin et al., 2009; Grinsztejn et al., 2013). Aproximadamente 60% dos indivíduos infectados pelo HIV e 80% daqueles com aids apresentam manifestações bucais de infecção pelo HIV. Assim, a presença dessas manifestações indica a possibilidade de infecção por HIV ou queda imunológica naqueles que já possuem doença (Gasparin et al., 2009).

Com a utilização dos novos antirretrovirais no tratamento foi observado uma redução na ocorrência de infecções oportunistas (Wingeter et al., 2007; Alves et al., 2017; Grinsztejn et al., 2013; Miyada et al.,2017). Isso ocorre devido à recuperação parcial da função imunológica após supressão da viremia e redução da destruição celular causada pelo HIV (Gasparin et al., 2009). Porém para os pacientes de diagnóstico tardio ou aqueles que não respondem adequadamente à terapêutica antirretroviral, as alterações bucais ainda são muito frequentes (Wingeter et al., 2007; Owotade et al., 2016).

2.6. Interleucina 8

Quimiocinas são uma grande família de pequenas citocinas, elas e seus receptores são capazes de controlar a migração e a residência de células imunes. Algumas quimiocinas são consideradas pró-inflamatórias e podem ser induzidas durante a resposta imune no sítio de infecção, enquanto outras são consideradas homeostáticas e estão envolvidas no controle da migração celular durante o desenvolvimento ou a manutenção dos tecidos (Palomino et al., 2015).

A Interleucina 8 (IL-8) é membro da família de quimiocinas CXC, conhecidas como alfa-quimiocinas, que têm um aminoácido que intervém entre as duas primeiras cisteínas, localizadas no cromossomo 4. Essas quimiocinas, as quais estimulam principalmente a quimiotaxia de neutrófilos, contêm uma sequência Glu-Leu-Arg (ELR) no N-terminal que é essencial para a ligação de receptores (Palomino et al., 2015).

A IL-8 é produzida principalmente por monócitos, macrófagos e em menor quantidade por fibroblastos, células endoteliais, queratinócitos, melanócitos, hepatócitos e condrócitos. Seus estímulos normalmente são a interleucina 1 (IL-1), fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e interferon gama (IFN-γ). Pode ser inibida por

(30)

29 corticosteróides e ciclosporina A e por ser uma quimiocina, aumenta a quimiocinese e possui fator quimiotático. Sua ação é sobre o sistema imune estimulando a migração, principalmente de neutrófilos, e promovendo um aumento da expressão de moléculas de adesão por células endoteliais. Além disso, ativa neutrófilos morfopolinucleares, aumentando o metabolismo oxidativo e antagoniza a produção de imunoglobulina E, que é estimulada pela interleucina 4 (IL-4) (Varella et al., 2001).

2.7. Tratamento da e controle do HIV/aids

Os medicamentos antirretrovirais surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do vírus no organismo e evitar o enfraquecimento do sistema imunológico (AIDS,2017⁵). Em 1996, a terapia antirretroviral ativa é introduzida no Brasil, como parte da política de saúde, garantindo acesso universal e gratuito aos serviços de saúde e aos medicamentos (Melchior, 2007).

O uso regular dos medicamentos é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas (AIDS,2017⁵). Recomenda-se o início imediato da terapêutica antirretroviral se uma pessoa apresentar uma doença relacionada com a infeção ou uma doença que defina a aids. Mesmo na ausência de sintomas, o tratamento é iniciado quando a contagem de células CD4 é cerca de 350 células/mm³ (Alcorn et al., 2013). Adultos de 20 anos que começaram o tratamento antirretroviral em 2010 já têm uma expectativa de vida 10 anos mais alta que a de jovens da mesma idade submetidos ao tratamento em 1996 (BCC,2017).

Há seis classes de antirretrovirais (Alcorn et al., 2013):

• Inibidores nucleosídeos análogos da transcriptase reversa (INTR)

• Inibidores nucleotídeos análogos da transcriptase reversa (INTRt)

• Inibidores não-nucleosídeos da transcriptase reversa (INNTR)

• Inibidores de protease (IP)

• Inibidores de entrada

Dividem-se em dois tipos: inibidores de fusão e inibidores de CCR5

• Inibidores da integrase

Cada classe tem uma ação diferente sobre o HIV e por isso, utiliza-se uma terapia combinada. Terapia combinada é o tratamento antirretroviral com associação

(31)

30 de duas ou mais drogas da mesma classe farmacológica ou de classes diferentes (Ministério da Saúde, 2003).

A adesão aos medicamentos melhora os resultados clínicos, controla o avanço da doença e diminui a taxa de mortalidade, o que, na maioria dos casos, resulta em uma melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Em contrapartida a esses benefícios, os efeitos colaterais da terapia antirretroviral ativa incluem fadiga, náuseas, vômitos, diarréia e lipodistrofia. Esses sintomas contribuem para a descontinuidade da medicação, que resulta no aumento da carga viral no sangue, diminuição da contagem dos linfócitos T CD4+. Isso pode aumentar a resistência do HIV aos medicamentos, resultando em uma falha no tratamento e surgimento de infecções oportunistas (Geocze et al., 2010).

O Ministério da Saúde padronizou a terapia inicial, que deve ser sempre a combinação de dois INTR/INTRt (lamivudina e tenofovir) associados a um inibidor de integrase (dolutegravir). Como exceção a esse esquema preferencial, temos um segundo tipo padrão de terapia, que é usada em gestantes e em pacientes que apresentem coinfecção de HIV e tuberculose. A terapia utilizada nesses pacientes é feita com a combinação de tenofovir e lamivudina, associados ao efavirenz, inibidor não nucleosídeo da transcriptase reversa (AIDS,2017⁶). Esse tratamento que envolve dois inibidores de transcriptase reversa e um inibidor não nucleosídeo da transcriptase reversa é o chamado 3 em 1, realizado pela maioria de nossos pacientes.

(32)

31 3. OBJETIVOS

3.1 Geral

 Caracterizar o perfil laboratorial em pacientes portadores de HIV atendidos na Coordenação Municipal de IST/HIV/HV de Nova Friburgo/RJ.

3.2 Específicos

 Conhecer os fatores sociodemográficos na população estudada;

 Analisar os dados laboratoriais de células T CD4 e carga viral de HIV dos pacientes em acompanhamento;

 Avaliar os níveis da interleucina IL-8 na saliva dos pacientes estudados, relacionando-os com o uso de tabaco e álcool.

(33)

32 4. METODOLOGIA

Esse é um estudo prospectivo em que a população-alvo compreende pacientes atendidos na Coordenação Municipal de IST/HIV/AIDS/HV, localizada no Centro de Saúde Sylvio Henrique Braune, em Nova Friburgo/RJ, no período entre 2016 e 2017. O projeto teve início apenas depois da aprovação pelo sistema CEP-CONEP, parecer nº 1.376.844/2015 (anexo 1). Os critérios de inclusão foram ser portador do vírus HIV e ser maior de 18 anos de idade.

Nosso estudo utilizou um total de 60 pacientes. Os pacientes foram convidados a participar da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (anexo 2), a seguir foram direcionados para entrevista para conhecimento de fatores sociodemográficos (anexo 3), como escolaridade, cor da pele, sexo e idade, além do modo de transmissão do HIV, consumo de álcool e tabaco e coleta de saliva estimulada.

A saliva foi coletada no período da manhã para minimizar variações. O procedimento de coleta da saliva foi feito utilizando uma técnica de coleta de salivação em que os participantes utilizam um sialogogo (dispositivo de silicone que estimula a produção de saliva mediante mastigação), primeiramente, mastigando-o por 1 minuto e descartando a saliva acumulada. Depois, os participantes voltaram a mastigar o sialogogo por mais 5 minutos e cuspiram a saliva em um recipiente. A amostra foi então identificada por um código numérico e imediatamente levada ao Laboratório Multiusuário de Pesquisa Biomédica (LMPB) do ISNF/UFF e congelada à -80ºC até o momento da análise.

Foram selecionadas as amostras salivares de 20 pacientes, e utilizado como critério para a escolha das amostras, os pacientes que possuíam todos os dados de carga viral e contagem de células CD4, além de terem respondido todas as perguntas na entrevista sobre os fatores sociodemográficos.

No momento da análise, as amostras salivares foram descongeladas em temperatura ambiente e centrifugadas. O sobrenadante foi utilizado para determinação dos níveis de IL-8 salivar. O teste foi feito utilizando o Kit ELISA Merck Millipore (Merck, Billerica, EUA), seguindo todas as instruções do fabricante. A leitura da absorbância foi realizada em 450nm e 570nm, a absorbância à 570nm foi subtraída da absorbância à 450nm para obter o resultado final e o limite de detecção do teste

(34)

33 foi de 0,28 pg/mL. Todos os testes foram realizados em duplicata e os resultados foram obtidos utilizando as médias das duplicatas.

Os prontuários dos pacientes foram acessados e dados sobre tempo de infecção, carga viral e contagem de células T CD4 foram coletados. Todos os dados coletados foram organizados em uma planilha eletrônica no software Excel (Microsoft®). As análises foram realizadas no software STATA 13®. Foi efetuada uma análise descritiva para cálculo de médias e desvios-padrão, no caso de variáveis contínuas, e cálculo de proporções no caso de variáveis categóricas. O teste chi-quadrado foi utilizado para identificar diferenças estatísticas nas variáveis categóricas entre os grupos, enquanto o teste t de Student foi realizado nas variáveis contínuas. Como ponto de corte de significância estatística foi utilizado um p ≤ 0,05 de um teste bicaudal. Os resultados foram mostrados em gráficos e tabelas.

(35)

34 5. RESULTADOS

Esse estudo envolveu 60 pacientes HIV positivos em acompanhamento na Coordenação Municipal de IST/HIV/HV de Nova Friburgo, Rio de Janeiro. A idade média dos pacientes foi de 42,4 anos (DP ± 12,30) e a média de tempo de infecção foi de 7,23 anos (DP ± 5,55). A principal via de transmissão foi a sexual 48,2% (29/60) dos pacientes; 41,1% (25/60) não souberam informar a via de transmissão, enquanto que 10,7% (6/60) informaram via não sexual (via vertical, transfusão sanguínea, acidentes com instrumentos não esterilizados, leite materno, uso de seringas infectadas em usuários de drogas) (Gráfico 1).

A Tabela 1 traz os dados sociodemográficos obtidos após a análise dos pacientes estudados. Entre eles, 53,3% (32/60) eram homens (a razão por sexo (M:F) foi de 1,14); 50,9% (29/57) possuíam a cor da pele branca e 63% (34/54) cursaram apenas o ensino fundamental.

Gráfico 1: Forma de Transmissão do HIV

Via Sexual Via não sexual Não souberam informar

48,2%

41,1%

(36)

35 Tabela 1: Dados sociodemográficos dos pacientes estudados (n=60)

N % Sexo 60 Masculino 32 53,3 Feminino 28 46,7 Cor da Pele Branca Não Branca 57 29 28 50,9 49,1 Escolaridade 54 Ensino Fundamental 34 63,0 Ensino Médio Ensino Superior 18 2 33,3 3,7

Sobre os dados laboratoriais dos pacientes estudados, podemos avaliar que a carga viral média do HIV antes do tratamento foi de 45.013,55 cópias/mm³ (DP ± 77340.7) e após o tratamento chegou a 543,72 cópias/mm³ (DP ± 2190.81), apresentando um p = 0.0069. A contagem de células T CD4 média antes do tratamento foi 339,72 células/mm³ (DP ± 266,03) e após o tratamento, era de 594,27 células/mm³ (DP ± 248,98), com valor de p estatisticamente significativo, p = 0.0001 (Tabela 2).

Tabela 2: Dados laboratoriais dos pacientes estudados

Média (DP) p*

Carga viral AT (cópias/mm³) 45.013,55 (± 77340.7) 0.0069 Carga viral DT (cópias/mm³) 543,72 (± 2190.81)

Contagem de CD4 AT (cópias/mm³) 339,72 (± 266,03) 0.0001 Contagem de CD4 DT (cópias/mm³) 594,27 (± 248.98)

(37)

36 Vinte pacientes tiveram os níveis de IL-8 mensurados por ELISA. Tais níveis salivares de IL-8 estiveram abaixo de 0,28 pg/mL em 70% (14/20) dos pacientes. A Tabela 3 traz os níveis salivares de interleucina 8 e a relação com drogas lícitas. Entre os pacientes fumantes de tabaco os níveis salivares de IL-8 tiveram uma média de 6,06 pg/mL (DP ± 4,98), já entre os não fumantes, os níveis médios de IL-8 foram de 33,66 pg/mL (DP ± 22,96), apresentando p com significância estatística. Os pacientes consumidores de bebida alcoólica apresentaram uma média de IL-8 salivar de 17,3 pg/mL (DP ± 19,42), e os que não consumiam bebida alcoólica, 36,89 pg/mL (DP ± 24,04), resultando num p = 0,0539, sem significância estatística.

Tabela 3: Níveis Salivares de IL-8 e relação com drogas lícitas IL-8 (pg/mL)

Média (DP) p*

Fumantes de tabaco 6,06 (± 4,98) 0,0014

Não fumantes de tabaco 33,66 (± 22,96)

Consumidores de bebida alcoólica 17,03 (± 19,42) 0,0539

Abstêmios 36,89 (± 24,04)

(38)

37 6. DISCUSSÃO

No estudo realizado, observamos que grande parte dos pacientes apresenta baixo nível de escolaridade, visto que a maioria dos pacientes possui apenas o ensino fundamental. Esse perfil se assemelha ao resultado encontrado em um município paulista, onde 46,6% da população estudada possuía o ensino fundamental incompleto e 5,3% eram analfabetos (Reis, 2011). Outros estudos também revelaram resultados similares, destacando que a infecção pelo HIV e a baixa escolaridade estão intimamente conectados (Gomes et al., 2017; Silva et al., 2016; Souza et al., 2012; Costa et al.,2015; Reis et al.,2011)

A cor da pele também é um dado relevante para avaliação da epidemiologia do HIV/aids, e no presente estudo não houve diferença estatisticamente significante entre brancos e não brancos. No Brasil, observamos uma maioria parda de 45,6%, seguidos de 43,1% autodeclarados brancos. A média de idade dos pacientes do nosso estudo representa uma média alta (42,4 anos DP ± 12,30) quando comparada à média nacional, na qual 53% dos homens e 49,4% das mulheres infectadas estão na faixa de 25 a 39 anos de idade (Ministério da Saúde,2016¹).

Observamos que houve uma equivalência entre a razão por sexo (M:F) em nosso estudo, que foi de 1,14, o que difere da razão por sexo brasileira para a infecção por HIV, que foi de 2,1 em 2015 (Ministério da Saúde,2016¹). A razão de sexo vem diminuindo ao longo dos anos. Em 1985, para cada 26 casos de aids entre homens, havia um caso entre mulheres. Em 2010, tal relação foi de 1,7 homens para cada caso em mulheres (Ministério da Saúde,2012)

Quanto a forma de infecção, encontramos a via sexual como maior via de infecção da doença, o que se assemelha a outros estudos (Souza et al.,2012; Schuelter-Trevisol et al., 2013; Miyada et al.,2017) e ao cenário nacional, onde 95,3% dos homens e 95,3% das mulheres de todos os casos declarados ao SINAN no Brasil relataram ter contraído a infecção pela via sexual (Ministério da Saúde,2016¹). Conclui-se então que nosso estudo se assemelha aos dados obtidos da população brasileira.

Quanto à carga viral dos pacientes envolvidos no nosso estudo, ao compararmos a carga antes e pós tratamento, é possível observar uma redução muito significativa. Já a contagem de CD4 antes do tratamento também apresentou uma diferença estatisticamente relevante, tendo aumentado com o tratamento. Essa queda

(39)

38 da carga viral e aumento das células CD4 é explicada pelo uso dos medicamentos antirretrovirais (Tavares et al., 2015; Sagarduy et al.,2017). Pacientes que fazem uso regular destes medicamentos atingem níveis plasmáticos de carga viral indetectável e aumento do nível de linfócitos CD4, com isso, há melhora da imunidade, diminuindo as chances de desenvolver infecções oportunistas, o que anos atrás causava a morte de soropositivos (Meirelles et al., 2010; Soto-Ramirez et al.,2008; Alves et al.,2017). É importante salientar que esses medicamentos aumentaram a sobrevida dos indivíduos infectados, porém muitos pacientes ainda encontram dificuldade de adesão e continuidade do tratamento (Iliasa et al., 2011; Bonolo et al.,2007; Angelim et al.,2017; Miyada et al.,2017).

Sobre o consumo de drogas lícitas, em nosso estudo foi observado que os pacientes que fazem uso de bebidas alcoólicas e tabaco apresentaram níveis inferiores de IL-8. Tal situação é extremamente prejudicial pois a IL-8 tem importante papel na resposta inflamatória e seus baixos níveis aumentam a chance do estabelecimento de infecções oportunistas (Andia, 2010). Foi observada uma tendência estatística quando analisamos o nível salivar de interleucina 8 entre pacientes abstêmios e consumidores de bebidas alcoólicas, o que nos indica que pode haver uma tendência de que consumidores de bebidas alcoólicas possuam menores níveis de IL-8. Uma limitação do nosso estudo se refere ao baixo número de pacientes. Um estudo com maior amostragem seria necessário para confirmar ou descartar essa tendência evidenciada.

Um aspecto interessante se refere ao estudo realizado por Gomes e colaboradores (2017), em que 63,7% do total de entrevistados consumia bebida alcoólica duas ou mais vezes por semana, fato que pôde ser relacionado ao aumento da infecção por HIV, visto que 55,7% esqueciam de usar preservativos ao fazer uso de bebida alcoólica. Resultado semelhante ao encontrado por Oliveira e colaboradores (2017), onde 90,4% dos entrevistados eram consumidores de álcool.

Quanto ao uso de tabaco, além dos pacientes fumantes possuírem menores níveis de IL-8, o tabagismo altera a quimiotaxia e ativação dos neutrófilos (Bernardes et al., 2013; Greghi,2011; Nunes et al., 2011), e sabe-se também que o fumo aumenta a chance de pneumonia, doenças de orofaringe, doenças cardiovasculares, dislipidemia, resistência insulínica e doença pulmonar obstrutiva crônica (Novotny et al., 2017; Batista et al., 2017). Outro fator importante é que o tabagismo aumenta a

(40)

39 sensibilidade aos efeitos da toxicidade da TARV, causando fadiga, perda de apetite e energia, bem como danificar as funções hepáticas (Oliveira et al., 2017).

(41)

40 7.CONSIDERAÇÕES FINAIS:

• Em nosso estudo foi observado que diversas características sociodemográficas dos pacientes portadores de HIV atendidos na Coordenação Municipal de IST/HIV/AIDS/HV em Nova Friburgo/RJ refletem os achados já descritos na literatura em relação ao Brasil.

A idade média de nossos pacientes foi de 42,4 anos (DP ± 12,30).

• O tempo médio de infecção foi de 7,3 anos (DP ± 5,55).

• A principal via de transmissão da infecção entre nossos pacientes foi a via-sexual, 48,2%.

• O nível de escolaridade entre nossos pacientes foi baixo, 63% possuíam apenas o ensino fundamental, o que se assemelha as estatísticas nacionais entre a população HIV positiva

• Foi registrado uma evolução significativa na diminuição da carga viral e aumento dos níveis de CD4+ após o início do tratamento, indicando uma alta eficácia do tratamento antirretroviral.

• Foi detectado que os pacientes fumantes possuíam menores níveis salivares da de IL-8.

• Observamos uma tendência de que o uso frequente de bebida alcoólica diminua os níveis de IL-8, sendo necessário a existência de estudos complementares com uma maior amostragem para confirmar tal tendência.

(42)

41 8. ANEXOS:

(43)
(44)
(45)
(46)
(47)
(48)

47 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Pesquisadores Responsáveis: Maria Luiza Gomes Costa (Mestranda da PPGO-FOUFF/NF) e ProfªDrª Fabiana N. Germano (Orientadora)

Instituição a que pertencem os Pesquisadores Responsáveis: Universidade Federal Fluminense, Campus Nova Friburgo (UFF/CUNF)

Endereço da Instituição: Rua Dr. Sylvio Henrique Braune, 22. Centro, Nova Friburgo/RJ. CEP: 28625-650.

Telefones para contato com pesquisador responsável: (22) 99243 5335

E-mail do pesquisador responsável: fngermano@gmail.com

Endereço para contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Campus Universitário de Nova Friburgo: Rua Sylvio Henrique Braune, 22. Centro, Nova Friburgo/RJ.CEP: 28625-650. Telefone do CEP: (22) 2528-7168

Nome do participante:____________________________________________________

Idade: ________________ anos Telefone: ___________________

e-mail: _______________________ Endereço: _________________________________

O(A) Sr.(a) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “Caracterização clínico epidemiológica e perfil de citocinas salivares em pacientes portadores de HIV, atendidos em dois serviços de saúde de Nova Friburgo/RJ”, sob a responsabilidade do pesquisador Maria Luiza Gonçalves da Costa.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Caracterização clínico epidemiológica e perfil de citocinas salivares em pacientes

portadores de HIV, atendidos em dois serviços de saúde de Nova Friburgo/RJ.

(49)

48 Por favor, leia este termo cuidadosamente. Caso tenha qualquer dúvida sobre este estudo ou termo, você deverá esclarecê-la com os pesquisadores responsáveis pela pesquisa. Se preferir, você poderá dar a sua resposta em outro dia, após consultar familiares ou pessoas de sua confiança antes de tomar a decisão de participar ou não desse estudo. Ao aceitar participar o sr.(a) receberá uma via desse termo.

Justificativa e objetivo: O propósito dessa pesquisa é conhecer aspectos relacionados à saúde

bucal e fatores de risco relacionados a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) entre os pacientes atendidos na Coordenação de DST/Aids de Nova Friburgo/RJ e na Clínica de Odontologia da UFF/NF. O conhecimento de tais características na população estudada é importante, pois possibilitam diagnosticar indivíduos com lesões orais e/ou cáries e encaminhá-los para tratamento e acompanhamento. Além disso, os resultados, ao serem publicados no meio científico, podem contribuir para o melhor entendimento das características da infecção pelo HIV e seu impacto na saúde oral dos pacientes.

Onde e como será realizado o estudo: Ao aceitar participar dessa pesquisa e assinar o termo

de consentimento livre e esclarecido, o senhor (a) irá responder um questionário com perguntas sociodemográficas, fatores de risco, fatores sobre sua saúde oral e fatores de risco para a infecção pelo HIV e a seguir, será conduzido até o consultório de odontologia do centro no qual está sendo atendido para uma avaliação sobre sua saúde bucal, realizada por um profissional qualificado. Logo depois, será solicitado que o senhor (a) coloque sua saliva em um pote, que será identificado com um código numérico e enviado para o Laboratório Multiusuário de Pesquisa Biomédica (LMPB) do Campus de Nova Friburgo da Universidade Federal Fluminense, localizado na Rua Dr. Sylvio Henrique Braune, 22, Centro, Nova Friburgo/RJ, onde este material coletado será armazenado em freezer a temperatura de -80ºC até a análise. Sua amostra de saliva ficará armazenada por um período de 3 anos e a seguir será descartada de acordo com as normas de biossegurança vigentes. Tudo ocorrerá dentro do mais absoluto sigilo. Sua amostra de saliva não será usada para outros testes, não será enviada para outros laboratórios e nem será usada para propósitos comerciais. Caso você decida, a qualquer momento, que a saliva não seja usada para esse estudo, fale conosco e nós a descartaremos imediatamente.

(50)

49

Riscos: Os riscos de participação nessa pesquisa são mínimos. Esses riscos estão relacionados

a algum desconforto que o senhor (a) possa sentir durante a avaliação clínica da sua boca. Além disso, o senhor (a) pode sentir-se constrangido com algumas perguntas que lhe serão apresentadas no questionário. Entretanto, é importante ressaltar será garantido o sigilo das suas respostas e da sua identificação em todas as etapas do estudo.

Benefícios Esperados: Os benefícios diretos por participar desse estudo estão relacionados ao

diagnóstico de lesões orais e o seu encaminhamento para o tratamento. É também importante ressaltar os benefícios indiretos da nossa pesquisa, relacionados à publicação dos dados analisados, que podem contribuir para o conhecimento sobre a saúde bucal, epidemiologia e características da parcela da população infectada pelo HIV na região estudada.

Forma de acompanhamento e assistência: Os participantes têm garantia de que

receberão respostas a qualquer pergunta ou esclarecimento sobre os procedimentos a serem realizados, e aspectos pertinentes à pesquisa em qualquer momento. O paciente receberá todas as informações sobre a pesquisa e será acompanhado pela equipe de pesquisa, quando constatadas alterações nos exames realizados, para que procure efetivamente o diagnóstico ou tratamento necessários. Sendo assim, os pesquisadores responsáveis se responsabilizam pelo acompanhamento do seu tratamento, bem como se disponibilizam a orientá-lo e auxiliá-lo durante a busca peauxiliá-lo tratamento mais adequado e o auxiliá-local de realização do mesmo.

Forma de esclarecimento: Os participantes têm garantia de que receberão

informações, antes e durante a pesquisa, sobre a metodologia de estudo. E, se for de seu interesse receberão informações sobre os resultados finais obtidos com a pesquisa.

Retirada do consentimento: Os voluntários têm liberdade de retirar o consentimento

a qualquer momento e deixar de participar do estudo. Não haverá nenhuma penalização caso o senhor (a) queira retirar-se do estudo e garantimos que o senhor (a) continuará recebendo o melhor tratamento disponível nessa instituição.

Garantia de sigilo: Os dados obtidos na pesquisa têm finalidade exclusivamente

(51)

50

pesquisa serão apresentados em congressos e publicados em revistas científicas, porém a identidade do participante não será divulgada em nenhum momento.

Ressarcimento de despesas e indenização: O senhor (a) não terá qualquer tipo de

despesa para participar da pesquisa e não receberá remuneração por sua participação. No entanto, os participantes da pesquisa que vierem a sofrer qualquer tipo de dano resultante de sua participação na pesquisa, previsto ou não no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, têm direito à indenização, por parte do pesquisador e da instituição.

Este termo de consentimento livre e esclarecido é composto por duas vias. Todos os participantes receberão uma via assinada do mesmo, com todas as páginas rubricadas.

Declaramos que esse projeto está de acordo com as exigências contidas no item IV.3 da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Eu, _______________________________________________________________, declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, no projeto de pesquisa acima descrito.

Assinatura:____________________________________________________________ Data:______________________

_____________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável:

Maria Luiza Gomes Costa (Mestranda da PPGO-FOUFF/NF) ou ProfªDrª Fabiana Nunes Germano (Orientadora)

(52)

51 9.Referências Bibliográficas

- ADRIANO BARACIOL GASPARIN; FABIANA VARGAS FERREIRA; CRISTIANE CADEMARTORI DANESI; RAÚL ANDRÉS MENDOZA-SASSI; JUSSARA SILVEIRA; ANA MARIA BARRAL MARTINEZ; LINJIE ZHANG; JURACI A. CESAR. Prevalência e fatores associados às manifestações bucais em pacientes HIV positivos atendidos em cidade sul-brasileira. Cad. Saúde Pública vol.25 n.6 Rio de Janeiro Jun. 2009. Acessado em: Outubro/2017. Disponível

em:

http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0102-311X2009000600013&script=sci_arttext&tlng=pt

- AIDS 2017¹ - O que é HIV. Acessado em: Outubro/2017. Disponível em:

http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-e-hiv

- AIDS,2017². Diagnóstico do HIV. Acessado em: Outubro/2017. Disponível em:

http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-e-hiv/diagnostico-do-hiv

- AIDS,2017³. Relatório de Monitoramento Clínico do HIV. Ministério da Saúde. Acessado em: Novembro/2017. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/relatorio-de-monitoramento-clinico-do-hiv

- AIDS,2017⁴. Diagnóstico de infecção pelo HIV. Acessado em: Setembro/2017. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/profissionais-de-saude/hiv/diagnostico-de-infeccao-pelo-hiv

- AIDS,2017⁵ - Tratamento para o HIV. Acessado em: Setembro/2017. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-e-hiv/tratamento-para-o-hiv

- AIDS,2017⁶. Protocolo Clínico E Diretrizes Terapêuticas Para Manejo Da Infecção Pelo Hiv Em Adultos. Ministério da saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde. Acessado em: Novembro/2017. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt- br/pub/2013/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-manejo-da-infeccao-pelo-hiv-em-adultos

- ANA KARLA BUCZYNSKI, GLÓRIA FERNANDA CASTRO, IVETE POMARICO

(53)

52 infectadas pelo HIV: revisão de literatura. Ciencia e Saúde Coletiva 13(6):1797- 18.05.2008. Acessado em: Novembro/2017. Disponível em:

http://www.redalyc.org/html/630/63013611

- ANA MARIA DE BRITO, EUCLIDES AYRES DE CASTILHO E CÉLIA LANDMANN SZWARCWALD. AIDS e infecção pelo HIV no Brasil: uma epidemia multifacetada. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 34(2): 207-217, mar-abr, 2000. Acessado em: Novembro/2017. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v34n2/a10v34n2

- BCC 2017. Com tratamento, expectativa de vida de infectados com HIV já

está 'perto do normal'. Maio, 2017. Acessado em: Novembro/2017. Disponível em:

http://www.bbc.com/portuguese/internacional-39853651

- BEATRIZ GRINSZTEJN, PAULA M. LUZ, ANTONIO G. PACHECO, DESIREE VG SANTOS, LUCIANE VELASQUE, RONALDO I. MOREIRA, MARIA REGINA C. GUIMARÃES, ESTEVÃO P. NUNES, ALBERTO S. LEMOS, SAYONARA R. RIBEIRO, DAYSE P. CAMPOS, MARCO AA VITORIA, VALDILEA G. VELOSO. Alterando o perfil de mortalidade entre os pacientes infectados pelo HIV no Rio de Janeiro, Brasil: Mudando de AIDS para condições não relacionadas à AIDS na Era HAART. Journal PLOS. Publicado em: 5 de abril de 2013. Acessado em:

Novembro/2017. Disponível em:

http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0059768

- BETINA HORNER SCHLINDWEIN MEIRELLES, DENISE MARIA GUERREIRO VIEIRA DA SILVA, FERNANDA MENEGHELLO ARZUAGA VIEIRA, SABRINA DA SILVA DE SOUZA, ISABELA ZENI COELHO, RAFAELA BATISTA. Percepções Da Qualidade De Vida De Pessoas Com Hiv/Aids. Rev. Rene. Fortaleza, v. 11, n. 3, p. 68-76, jul./set.2010. Acessado em: Novembro/2017. Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/rene/article/view/4584/3438

- BONOLO, P. F.; GOMES, R. R. F. M.; GUIMARÃES, M. D. C. Adesão à terapia anti-retroviral (HIV/Aids): fatores associados e medidas de adesão. Epidemiol serv saúde, v. 16, nº 4, 2007. p. 261-278. Acessado em: Novembro/2017. Disponível em: http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742007000400005

(54)

53 - BRIAN G. TURNER, MICHAEL F. SUMMERS. Structural biology of HIV. Journal of Molecular Biology. 285: 1-32, 1999. Acessado em: Setembro/2017.

Disponível em:

https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&cad=rja& uact=8&ved=0ahUKEwjIsOKctcLXAhXJfZAKHZNTBhEQFgg_MAM&url=https%3A%

2F%2Fmap.rcsb.org%2Fsites%2Fdefault%2Ffiles%2FStructuralHIV-Summers1999.pdf&usg=AOvVaw1o5id-hxklnAl2DW12Xx2h

- BRUNO SCARPELLINI. Epidemiologia da infecção por HIV no mundo e no Brasil. 5 Dezembro, 2011. Acessado em: Setembro/2017. Disponível em:

http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pages/epidemiologia-da-infeccao-por-hiv-no-mundo-e-no-brasil.aspx

- CHRISTIANE ROLLENHAGEN, PHD SUSANA N. ASIN. IL-8 diminui a transcrição do HIV-1 em linfócitos de sangue periférico e explantes de tecido ectocervical. Jornal JAIDS de síndromes de imunodeficiência adquirida, 15 de agosto de 2010 - Volume 54 - Edição 5 - pág. 463-469. Acessado em: Novembro/2017.

Disponível em:

http://journals.lww.com/jaids/fulltext/2010/08150/IL_8_Decreases_HIV_1_Transcripti on_in_Peripheral.3.aspx

- CHRISTOPHER J HOFFMANN, JOEL E GALLANT. HIV and Aids. ACP Medicine. 2007; 1-33. Acessado em: Outubro/2017. Disponível em:

http://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/5935/hiv_e_sida__christopher_j_hoffmann_joel_e_gallant.htm

- CLARISSA BOHRER DA SILVA, CRISTIANE CARDOSO DE PAULA, LUIS FELIPE DIAS LOPES, ERNO HARZHEIM, TÂNIA SOLANGE BOSI DE SOUZA MAGNAGO, MARIA DENISE SCHIMITH. Atenção à saúde de criança e adolescente com HIV: comparação entre serviços. Rev. Bras. Enferm. vol.69 no.3 Brasília May./June 2016. Acessado em: Novembro/2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672016000300522&lang=pt#B14

- CRISTIANE CHAVES DE SOUZA, LUCIANA REGINA FERREIRA DA MATA, CISSA AZEVEDO, CÁSSIA REGINA GONTIJO GOMES, GYLCE ELOISA CABREIRA

(55)

54 PANITZ CRUZ, SILMARA ELAINE MALAGUTI TOFFANO. Interiorização Do Hiv/Aids No Brasil: Um Estudo Epidemiológico. Revista Brasileira De Ciências Da Saúde, Ano 11, Nº 35, Jan/Mar 2013. Acessado em: Novembro/2017. Disponível em:

http://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ciencias_saude/article/view/1798/1380

- DAVID C. CHAN, DEBORAH FASS, JAMES M. BERGER, PETER S. KIM. Estrutura central da gp41 da Glicoproteína do envelope do HIV. Volume 89, Edição 2 ,18 de abril de 1997, Páginas 263-273. Acessado em: Novembro/2017.

Disponível em:

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0092867400802056#BIB71

- DAVIS DR, PADLAN EA, SHERIFF S. Antibody-antigen complexes. Annu Rev Biochem, 1990 59:439-73. Acessado em: Outubro/2017. Disponível em:

http://www.annualreviews.org/doi/abs/10.1146/annurev.bi.59.070190.002255

- DENISE CARLETO ANDIA. Análise de polimorfismo genético e metilação no promotor do gene Interleucina‐‐‐‐8 em pacientes com periodontite crônica e agressiva. 2010. Acessado em: Novembro/2010. Disponível em:

http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/288567/1/Andia_DeniseCarleto_D. pdf

- DIANA CAROLINA TORRES PALOMINO, LUCIANA CAVALHEIRO MARTI. Quimiocinas e Imunidade. einstein. 2015;13(3):469-73. Acessado em: Novembro/2017. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/eins/v13n3/pt_1679-4508-eins-13-3-0469.pdf

- ENDING AIDS, 2017. Progress Towards the 90-90-90 Targets. UNAIDS,

2017. Acessado em: Setembro/2017. Disponível em:

http://www.unaids.org/sites/default/files/media_asset/Global_AIDS_update_2017_en. pdf

- FABIANA SCHUELTER-TREVISOL; PAOLLA PUCCI; ARIANE ZANETTA JUSTINO; NICOLE PUCCI; ANA CAROLINA BARRETO DA SILVA. Perfil epidemiológico dos pacientes com HIV atendidos no sul do Estado de Santa Catarina, Brasil, em 2010. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 22, n. 1, p. 87-94, 2013. ISSN 1679-4974. Acessado em: Novembro/2017. Disponível em:

(56)

55

http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742013000100009

- FJ OWOTADE; Z GULUBE; S RAMLA; M PATEL. Susceptibilidade antifúngica de Candida albicansisolada das cavidades bucais de pacientes com infecção por HIV e câncer. S. Afr. dente. j. vol.71 n.1 Joanesburgo fev 2016.

Acessado em: Novembro/2017. Disponível em:

http://www.scielo.org.za/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-85162016000100006&lang=pt

- FRANCISCO BRAZ MILANEZ OLIVEIRA, ARTUR ACELINO FRANCISCO LUZ NUNES QUEIROZ, ÁLVARO FRANCISCO LOPES DE SOUSA, MARIA ELIETE BATISTA MOURA, RENATA KARINA REIS. Orientação sexual e qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV / Aids. Rev. Bras. Enferm. vol.70 no.5 Brasília Sept./Oct. 2017. Acessado em: Novembro/2017. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672017000501004&lang=pt

- FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2016. O vírus da AIDS, 20 anos depois. A epidemia através do tempo. Programa Nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde. Acessado em: Setembro/2017. Disponível em:

http://www.ioc.fiocruz.br/aids20anos/linhadotempo.html

- GASTÃO VALLE NICOLAU, ABRÃO RAPOPORT, MARIA APARECIDA SCNDER SELSKI. Dosagem de interleucina 1β na doença periodontal. Rev Bras Otorrinolaringol. V.69, n.2, 186-91, mar./abr. 2003. Acessado em: Novembro/2017.

Disponível em:

https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja& uact=8&ved=0ahUKEwjJ_7yTjMLXAhXEPpAKHcW8B9IQFgguMAE&url=http%3A%2 F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Frboto%2Fv69n2%2F15623.pdf&usg=AOvVaw361an 2Hb0msjuGhhD2fYDg

- GIR, E.; VAICHULONIS, C. G.; OLIVEIRA, M. D. Adesão à terapêutica antiretroviral por indivíduos com HIV/AIDS assistidos em uma instituição do interior paulista. Rev Latino-am Enfermagem. 2005. V. 13, n. 5, pág. 634-641.

Referências

Documentos relacionados

A opção por um centro virtual também se pautou no pressuposto de que os documentos e objetos não devem ser retirados das escolas, pois, deste modo, o GRUPEHME não

Especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia do Aparelho Diges t vo pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), onde

sua valorização ou potencial de revenda, (iii) mudanças sócio econômicas que impactem exclusivamente a microrregião como, por exemplo, o aparecimento de favelas

CÉLULAS-TRONCO DA POLPA DE DENTE DECÍDUA COMO UM MODELO IN VITRO PARA O ESTUDO DA NEUROFIBROMATOSE TIPO 1: AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO RESVERATROL NA PROLIFERAÇÃO E

05323-18-11622 Módulo Bluetooth Modelo BK 3254 “Este equipamento não tem direito à proteção contra interferência prejudicial e não pode causar interferência em

proprietária, bem como que a utilização de informações sigilosas para a aquisição do crédito não teria reflexos para o caso, podendo ser objeto de análise e sanção

Este precondicionador, assim como o de Jacobi, explora estrutura EBE e mostrou maior eficiência paralela para os resultados de Binley & Murphy, (1993), os quais

Conforme Schmidt (2002), para que um setor de controladoria possa exercer corretamente suas atividades, é preciso que sejam identificadas nas empresas, pelo menos, as