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FORMAÇÃO DE PROFESSORES: Princípios que norteiam os cursos de licenciatura do IFESP vinculados ao PARFOR

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Academic year: 2021

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FORMAÇÃO DE PROFESSORES: Princípios que norteiam os cursos de licenciatura do IFESP vinculados ao PARFOR

José Paulino Filho1 – IFESP josepaulinofilho@hotmail.com Márcia Maria Alves de Assis2 – IFESP marciageomat@ig.com.br

Resumo

O artigo apresenta os princípios que norteiam a organização curricular dos cursos de licenciatura do IFESP, e algumas atividades formativas vinculadas a eles. Nosso interesse é contribuir com os estudos e as discussões curriculares sobre formação do professor, a partir da nossa experiência que ora desenvolvemos no contexto do PARFOR.

Palavras-chave: Formação do Professor. Organização Curricular. PARFOR.

INTRODUÇÃO

O Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy deriva da Escola Normal de Natal. Com o ciclo de reforma da educação brasileira, como marco principal, atribuído a Lei 5.692/71, que fixava Diretrizes e Base para o Ensino de primeiro e segundo graus, O Instituto de Educação Presidente Kennedy passou a ser denominado Escola Estadual Presidente Kennedy de 1º e 2º graus sob a autorização de número 394/76, transformando o curso normal da antiga Escola Normal em uma das habilidades profissionais de segundo grau, ou seja, ao curso de magistério.

Pela natureza do caráter de dinamicidade do processo educacional em 1994, mediante da Lei nº 6.573 de 03 de fevereiro, a Escola Estadual Presidente Kennedy passa a denominar-se Instituto de Formação de Professores Presidente Kennedy – IFP, ministrando em nível de 3º grau o curso de Formação de Professores de 1ª e 4ª série, reconhecido pela portaria nº 69/96 do Conselho Nacional de Educação – CNE. Depois passando a denominar-se Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy – IFESP.

Em seu percurso histórico, a partir de 2010, o IFESP adere à uma política nacional de formação de professores respaldada legalmente pelo decreto 6.755 de

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Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Professor formador do IFESP. Coordenador Geral do PARFOR no IFESP.

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Mestre em Ensino de Matemática e doutoranda em Educação Matemática pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Professora formadora do IFESP. Coordenador do Curso de Licenciatura em Matemática PARFOR/IFESP.

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29/01/2009 do Governo Federal. Tal iniciativa instituiu o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica - PARFOR.

A inserção do IFESP nessa política de formação de professores expressa, também, pelo PARFOR se efetivou pelo fato dos nossos cursos de Licenciatura já estarem em conformidade com o inciso VII do artigo 2º do decreto ao considerar que “o projeto formativo nas instituições de ensino superior reflita a especificidade da formação docente, assegurando organicidade ao trabalho das diferentes unidades que concorrem para essa formação e garantindo sólida base teórica e interdisciplinar”. (BRASIL, 2009)

Uma das metas do PARFOR consistia em ampliar o número de docentes atuantes na educação básica pública que tenham sido licenciados em instituições públicas de ensino superior, preferencialmente na modalidade presencial. Nesse sentido, como nossos cursos de Licenciatura em Letras, Matemática e Pedagogia já vinham sendo ofertados em modalidade presencial e os seus projetos atendiam ao modelo formativo exigido pela Política Nacional instituída pelo decreto 6.755, decidimos pela inserção do IFESP nesta Política Nacional de Formação.

O presente artigo pretende apresentar os princípios que regem a organização curricular dos cursos de licenciatura do IFESP, e algumas atividades formativas vinculadas a eles. Nosso interesse é contribuir com os estudos e as discussões curriculares sobre formação do professor, a partir da nossa experiência que ora desenvolvemos no contexto do PARFOR.

Princípios norteadores do currículo dos cursos de licenciatura do IFESP

Nos últimos anos no Brasil, os pesquisadores têm procurado investigar e compreender a problemática da formação do professor e especialmente das licenciaturas. Apesar da variedade de questões abordadas, percebe-se claramente um descontentamento generalizado com a forma e a estrutura atual dos cursos de licenciatura no país.

Todos os estudos apontam deficiências no processo de formação inicial e apresentam alguma perspectiva para sua melhoria. As pesquisas apontam como necessárias a reflexão, o trabalho colaborativo e uma relação mais equilibrada e harmoniosa entre teoria e prática na qual ambas se tornem aliadas, dialogando

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dialeticamente como pontos fundamentais para as diversas mudanças que se mostram importantes.

Como é largamente referido na literatura, os professores ensinam como eles próprios foram ensinados (COONEY, 1994). Isso acontece quando os professores não dispõem de outros referenciais e seu desenvolvimento profissional é limitado. Assim, os cursos de formação de professores devem ser organizados de modo a permitir-lhes viver experiências de aprendizagem que se deseja que os seus alunos experimentem e que constituam um desafio intelectual.

Nesse sentido, um dos grandes desafios dos projetos curriculares dos cursos de formação de professores da educação básica é atender as necessidades de formação, no sentido de fornecer uma proposta que articule os conteúdos disciplinares básicos com os conteúdos disciplinares pedagógicos.

Considerando essa problemática e os fundamentos apresentados, nossos cursos de licenciatura são pautados nos seguintes princípios:

 Qualidade da formação, alicerçada na prioridade nacional de valorização do Magistério, buscando-se a ressignificação do papel social e pedagógico do professor. Ressignificação essa, compreendida como mobilização de conhecimentos, construção e desenvolvimento de competências profissionais, que serão traduzidas num fazer pedagógico que venha atender de forma efetiva às demandas da sociedade.

 Rompimento do pensamento tradicional que surge das disciplinas para definir os conteúdos de formação e substituí-lo por outro que tem origem na análise da atuação profissional para delinear a contribuição a ser exigida pelos componentes curriculares.

 Garantia de uma formação intelectual, cultural, técnica, ética e política, na qual os conhecimentos teóricos e práticos inter-relacionados contribuam significativamente para uma compreensão da realidade educacional e do trabalho educativo para a constituição das competências necessárias à valorização do ato pedagógico compreensivo, crítico, seguro e eficaz.

 Flexibilidade e diamismo, no sentido de favorecer a formação pautada na relação teoria-prática e possibilitar práticas pedagógicas inovadoras, estudos interdisciplinares e transdisciplinares.

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Atividades formativas vinculadas aos princípios

Com o objetivo de revelar como os princípios norteadores dos cursos se materializam, apresentaremos a seguir as atividades desenvolvidas no componente curricular Prática Pedagógica.

A organização curricular dos cursos de licenciatura do IFESP envolve componentes que estão articulados em núcleos e estes se interligam principalmente no fazer pedagógico do Componente Prática Pedagógica que propõe um fazer crítico, reflexivo e dialógico.

O Componente Curricular Prática Pedagógica, cuja finalidade é a de coordenação da dimensão prática, inclusive o estágio supervisionado, promove a articulação das diferentes práticas trabalhadas pelas disciplinas, numa perspectiva interdisciplinar. É desenvolvido ao longo do Curso com ênfase nos procedimentos de observação e reflexão, visando à atuação em situações contextualizadas, com registro das observações realizadas e a resolução de situações problema. Metodologicamente a Prática Pedagógica está efetivada através de: Trabalhos de Investigação Didática;

Portfólio da Prática Pedagógica; Seminários Multidisciplinares de Mediação Pedagógica. (IFESP, 2004)

Os professores em formação vivenciam experiências no componente Prática Pedagógica que “oportuniza a socialização de textos produzidos ao longo do período letivo, tanto concernentes ao percurso personalizado do aluno quanto à diferentes experiências desenvolvidas por eles em suas salas de aula”. (MELO, 2012). Desse modo, o componente contribui para o princípio do currículo que articula teoria e prática. Para os alunos, o espaço escolar onde trabalham constitui-se em parte integrante dos conhecimentos, que incluem seus interesses, necessidades e dificuldades.

As atividades do componente Prática Pedagógica possibilitam momentos de mediação coletiva, atitude reflexiva e diálogo entre os formadores e alunos, além de um repertório de técnicas de ensino e de competências de gestão de sala de aula. O conhecimento do professor também tem que ter um forte componente do saber a disciplina para ensiná-la. Um exemplo dessas atividades é a simulação de aulas para serem aplicadas no período de regência do Estágio Curricular. As aulas simuladas são discutidas em momentos de seminários que reforçam a atitude reflexiva e dialógica entre alunos e professores. Essas atividades favorecem ao professor em formação, a

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No tocante à relação dos Componentes Curriculares Prática Pedagógica e Estágio Curricular Supervisionado, as atividades são planejadas na perspectiva interdisciplinar, conforme indicam alguns princípios, em que o planejamento, o desenvolvimento das aulas e a avaliação do processo formativo são considerados importantes na formação dos professores.

Podemos ainda, considerar dentre os procedimentos metodológicos do componente Prática Pedagógica, a escrita do Porffólio da Prática Pedagógica que consiste na produção, seleção e sistematização dos registros dos estudos acadêmicos e elaboração do relatório das atividades práticas desenvolvidas durante o Curso. É um trabalho de autocrítica e de reflexão sobre o processo de formação, o que reflete o princípio que se refere a construção de uma prática crítica e reflexiva.

Nessa escrita, temos observado que há uma mudança de postura do aluno sobre sua prática docente. Podemos inferir que este é um instrumento de auto-avaliação que difere das práticas de avaliação de forma tradicional que têm sido usadas historicamente nos cursos de formação, portanto importante para que o professor em formação se reconheça como crítico de sua própria prática e de sua formação. Desse modo, evidencia-se uma ação efetiva e participativa dos sujeitos envolvidos na reelaboração dos seus próprios conhecimentos.

Referências

BRASIL, Decreto 6.755 de 29/01/2009: Plano Nacional de Formação de Professores

da Educação Básica – PARFOR, 2009.

COONEY, T.J. Research and teacher education: In search of common ground. Journal

for Research in Mathematics Education, v. 25, n. 6. 1994.

IFESP. PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM

CIÊNCIAS- HABILITAÇÃO EM MATEMÁTICA. Natal: IFESP, 2004.

MELO, Maria José Medeiros de. Olhares sobre a formação do professor de matemática – imagens da profissão nas escritas de si. Natal: EDUFRN, 2012.

Referências

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