Jean-Yves Carfantan
Comercialização: a visão dos mercados
importadores em relação aos produtos
O perigo de uma situação cômoda e transitória.
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 Bras il Aus trál ia Arge ntina Nov a Zel . Urug uai Dem ais Índi a Cana dá EUA UE-25 Ucrâ nia 2003 2004 2005 Países exportadores enfraquecidos por crises sanitárias e mudanças econômicas internas. Países exportadores que nao podemaumentar a produção Países exportadores que nao oferecem carne de alta qualidade Países que podem aumentar a produção
Exportações em milhares de toneladas.
Exportações de carne bovina para a União Européia.
Toneladas Fonte: ABIEC. 0 25000 50000 75000 100000 125000 150000 175000 200000 225000 250000 275000 300000 325000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Preparações e conservas de carne Miudezas Carne in naturaz z Southampton Southampton zz z z Rotterdam Rotterdam Hamburgo Hamburgo z z GenovaGenova Empresas européias importadoras localizadas perto dos portos de desembarque
Principais portos de desembarque (principais terminais de containeres
na UE)
Canais de comercialização da carne brasileira na UE*.
Carne refrigerada (músculos desossados conservados entre 0 e 2°C) Carne desossada congelada Hotéis, Restaurantes, Cafés, Cantinas (Horeca) Indústria (processamento) Varejo, Horeca Atacadistas * Carne in natura
4 componentes da imagem da pecuária e da carne.
4 componentes da imagem da pecuária e da carne.
4 componentes da imagem da pecuária e da carne.
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4. Comunicação dos exportadores brasileiros.
AM GO PA MG MT SP MS PR SC RS BA RO MA RJ AC RR AP TO ES PI CE RN SE AL PEPB AM GO PA MG MT SP MS PR SC RS BA RO MA RJ AC RR AP TO ES PI CE RN SE AL PEPB
Mercado europeu Controle sanitário
Ponto de controle do Serviço alimentício e veterinário da União Européia
Controle rastreabilidade
Controle
HACCP Bem estar animalControle
A falta de respeito das regras e normas sanit
A falta de respeito das regras e normas sanitááriasrias e de qualidade exigios pelos importadores
e de qualidade exigios pelos importadores éé um tiro no pum tiro no péé:: s
sóó prejudica o fornecedor de carne que ignorou essas regrasprejudica o fornecedor de carne que ignorou essas regras Carne
importada
Comunicar com o consumidor europeu
Indústria frigorífica
Mercado
FOB* Trading MercadoCIF* Importadoraeuropéia
Supermercados Butiques Restaurantes especializados Indústrias de alimentos Representação permanente (comunicação, Marketing)
Necessidade de criar um canal de comunicação
direta com os mercados europeus
Promoção da marca
Brazilian Beef
*FOB = Free on Board (venda do produto já colocado a bordo do návio). CIF = Cost, Insurance, Freight (venda do produto por um preço que inclui o transporte internacional e o seguro).
Meio ambiente : passar da defesa ao ataque
Meio ambiente : passar da defesa ao ataque
O Brasil, com os resultados j
O Brasil, com os resultados j
á
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alcan
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ç
ados e o seu potencial, tem
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condi
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ões excelentes de aproveitar a oportunidade hist
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ó
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rica de
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compatibilizar a pecu
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á
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ria com a conserva
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ç
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ão de recursos naturais.
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Existem exemplos de produ
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ões regionais que não computam a
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degrada
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ão ambiental nos custos de produ
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ão.
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Para aumentar o espa
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o da carne brasileira na Europa, a questão da
o da carne brasileira na Europa, a questão da
preserva
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ão ambiental dever
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á
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ser necessariamente considerada.
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Na
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á
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rea ambiental o cen
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á
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rio est
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á
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muito marcado pelo conflito e precisa
muito marcado pelo conflito e precisa
ser mudado para um ambiente de comunica
Meio ambiente : passar da defesa ao ataque
Meio ambiente : passar da defesa ao ataque
Apelo ecol
Apelo ecol
ó
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gico pode ampliar o
gico pode ampliar o
consumo europeu de carne brasileira
consumo europeu de carne brasileira
Os dispositivos de certifica
Os dispositivos de certificaçção ambiental de carneão ambiental de carne
bovina devem ser multiplicados, principalmente nas
bovina devem ser multiplicados, principalmente nas
á
áreas de fronteira agrreas de fronteira agríícola. cola. Dispositivos de certifica
Dispositivos de certificaçção ambiental de propriedadesão ambiental de propriedades especializadas em cria
especializadas em criaçção de gado devem ser lanão de gado devem ser lanççadosados e ampliados.
e ampliados.
O argumento de que a carne brasileira
O argumento de que a carne brasileira éé““ambientalmenteambientalmente correta
correta””pode ser decisivo para conquistar novos consumidorespode ser decisivo para conquistar novos consumidores europeus e consolidar o mercado j
O desafio dos exportadores brasileiros na União Europ
O desafio dos exportadores brasileiros na União Europ
é
é
ia
ia
Brazilian Brazilian Beef Beef Brazilian Brazilian Beef Beef
Hoje, uma comercialização
praticamente restrita
ao setor HoReCa
e às indústrias de
processamento
Amanhã, um produto que
deve ser distribuído também
pelo segmento do varejo
que aposta na qualidade
Estrat
Estrat
é
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gia de diferencia
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ç
ç
ão da carne brasileira na Europa
ão da carne brasileira na Europa
Chaves do
Chaves do
sucesso na
sucesso na
diferencia
diferencia
ç
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ão
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Comunicar sobre as qualidades
Comunicar sobre as qualidades
intr
intríínsecasnsecas
Estrat
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é
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gia de
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marketing
marketing
eficiente
eficiente
Proposta clara e
Proposta clara e
sintonizada com
sintonizada com
as expectativas
as expectativas
dos consumidores
dos consumidores
Compromisso de
Compromisso de
todos os segmentos
todos os segmentos
da cadeia bovina
da cadeia bovina
ForForçça do dono da marcaa do dono da marca For
Forçça da mensagem/produtoa da mensagem/produto Recursos financeiros
Recursos financeiros
Lista de requisitos respeitada
Lista de requisitos respeitada
por todos os segmentos
por todos os segmentos
Regularidade do
Regularidade do
abastecimento/padroniza
abastecimento/padronizaççãoão Comunicar sobre as qualidades
Comunicar sobre as qualidades
extr
extríínsecasnsecas
Educar/informar o consumidor
Educar/informar o consumidor
europeu e criar uma imagem
europeu e criar uma imagem
positiva.
Comunicar com o consumidor europeu
Qualidades intrínsecas
Qualidades extr
Qualidades extr
í
í
nsecas
nsecas
Boi natural, Boi natural, criado a capim. criado a capim. Carne mais Carne mais magra, magra, melhor para melhor para a sa a saúúdede Carne segura Carne segura (não usa (não usa Hormônios) Hormônios) Carne saborosa, Carne saborosa, macia. macia. Carne produzida Carne produzida em fazendas em fazendas que preservam o que preservam o meio ambiente. meio ambiente.
Bem estar dos
Bem estar dos
animais animais Carne produzida Carne produzida em fazendas que em fazendas que valorizam os valorizam os funcion
funcionááriosrios
Identidade
Identidade
regional
Comunicar sobre a complexidade do território brasileiro
Um exemplo :
Mapa da produção
de café
concebido
pelos
profissionais
do setor.
Estrat
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é
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gia de diferencia
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ão da carne brasileira na Europa
ão da carne brasileira na Europa
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ão
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Comunicar sobre as qualidades
Comunicar sobre as qualidades
intr
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Estrat
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eficiente
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Proposta clara e
sintonizada com
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dos consumidores
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Compromisso de
Compromisso de
todos os segmentos
todos os segmentos
da cadeia bovina
da cadeia bovina
ForForçça do dono da marcaa do dono da marca For
Forçça da mensagem/produtoa da mensagem/produto Recursos financeiros
Recursos financeiros
Lista de requisitos respeitada
Lista de requisitos respeitada
por todos os segmentos
por todos os segmentos
Regularidade do
Regularidade do
abastecimento/padroniza
abastecimento/padronizaççãoão Comunicar sobre as qualidades
Comunicar sobre as qualidades
extr
extríínsecasnsecas
Educar/informar o consumidor
Educar/informar o consumidor
europeu e criar uma imagem
europeu e criar uma imagem
positiva.
Comunicar com o consumidor europeu
Valorizar a marca
Brazilian Beef*
* A marca “Brazilian Beef” foi desenvolvida em 2001 pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carnes (ABIEC), para identificar os produtos do setor de carne bovina. Reconhecida no cenário internacional, a marca enfatiza as características diferenciadas de qualidade e segurança alimentar do produto brasileiro para o consumidor internacional, especialmente pelo fato do gado brasileiro ser alimentado em pasto natural.
Para criar uma relação de confiança com os consumidores europeus, faz-se necessário dar mais ênfase ao desempenho dos frigoríficos:
Que conseguem obter certificações internacionais como ISO 9001 (qualidade) ou ISO 14001 (que indica que a empresa se dispõe a produzir sem deixar de lado a ecologia),
Que montam parcerias com associações de pecuaristas para produzir carne destinada às empresas varejistas européias reunidas no EUREP (Euro-Retailers Produce Working Group).
Que integram alianças mercadológicas verticalizadas para fornecimento de carne destinada ao mercado internacional.
Brazilian
Brazilian
Beef
Construir marcas
Construir marcas
-
-
referências internacionais
referências internacionais
A tendência na Europa
A tendência na Europa
é
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o surgimento de marcas regionais que são
o surgimento de marcas regionais que são
extremamente bem
extremamente bem
-
-
vistas regionalmente.
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O Brasil não deve desprezar as suas regionalidades, pois elas sã
O Brasil não deve desprezar as suas regionalidades, pois elas sã
o
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riqu
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í
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ssimas.
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Exemplos : o vitelo pantaneiro, o Angus do Rio Grande do Sul, o
Exemplos : o vitelo pantaneiro, o Angus do Rio Grande do Sul, o
Nelore Goiano...
Nelore Goiano...
Essas marcas regionais atingem amplitude internacional naturalme
Essas marcas regionais atingem amplitude internacional naturalme
nte
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(vinhos, queijos, presuntos, carnes...)
(vinhos, queijos, presuntos, carnes...)
À
À
medida que forem adquirindo reconhecimento no Brasil, essas
medida que forem adquirindo reconhecimento no Brasil, essas
marcas regionais passarão a ter potencial para serem internacion
Cascavel Cooperativa Padrãobeef (2004) Pato Branco Cooperativa Agropecuária Novicarnes (2004) Umuarama Aliança Caiuá Carnes nobres (2005) Paravanaí Cooper QI Qualidade Identificada (2001) Maringá Blue Beef Carnes nobres (2003) Apucarana Quality Carnes nobres (2005) Guarapuava Aliança Carnes nobres (2000) União da Vitória Bonno Carnes nobres (2004)
Valorizar as iniciativas regionais inovadoras
136
Pecuaristas
Abates totais :
623 a 678
animais
por semana
136 lojas
atendidas
Montar parcerias com grupos varejistas europeus
Montar parcerias com grupos varejistas europeus
Os principais grupos varejistas que operam no Brasil têm montado parcerias
com associações de pecuaristas e frigoríficos para atender o mercado interno.
Selo de Garantia de Origem Carrefour. Rede montada com 5 frigoríficos
grupos de pecuaristas nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Paraná. Objetivo : fornecer uma carne de alta qualidade.
Selo Origem Controlada Garantia Pão de Açúcar. Programa de qualidade da cadeia bovina montado pelo Grupo Pão de Açúcar em parceria com o Fundepec (Associação de pecuaristas e frigoríficos voltada para o desenvolvimento da pecuária).
Esses grupos varejistas operam diretamente ou indiretamente na Europa.
O Grupo Carrefour é a primeira empresa varejista da União Européia, Opera na França, na Itália, na Espanha, na Bélgica e na Polônia.
O Acionista majoritário do Grupo Pão de Açúcaré o grupo varejista francês Casino. O Casino opera na França e tem lojas na Espanha.
A implementação de parcerias com esses grupos pode ser um caminho para
diversificar os canais de distribuição da carne brasileira na Europa.
Tudo isso para o que ?
Tudo isso para o que ?
Importações antecipadas na UE 25
Milhares de t.e.c.
Fonte : Comissão Européia.
As importações de carne bovina devem crescer 12 % na UE-25 entre 2006 e 2012
Até 2012, a Argentina pode voltar a ser um grande fornecedor no mercado europeu.
A carne uruguaia é muito bem aceita no Mercado da União Européia.
Até 2012, novos países fornecedores podem aparecer na Europa Oriental (Ucrânia, países da ex-Iugoslavia ?).
No mercado europeu do período pós-crises sanitárias, o nível do consumo depende muito da qualidade da oferta.
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Tudo isso para o que ?
Tudo isso para o que ?
Repartição das exportações brasileiras de carne in natura por nivel de preço em 2005
Toneladas Fonte : ABIEC. 0 100000 200000 300000 400000 500000 600000 700000 800000
≥ 3000 $/ton.
de 2000 a 3000 $/ton
≤ 2000 $/ton.
TotalTudo isso para o que ?
Tudo isso para o que ?
As marcas de carnes, alavancas poderosas nos mercados estrangeiros:
Têm o mérito de trazer maior padronização, controle sanitário mais rigoroso, informações e atendimento ao consumidor, garantia de produtos, conservação e qualidade.
Devem trazer especificações como qualidade dos pastos, região de criação dos animais. As questões do bem estar dos animais e da preservação ambiental
devem aparecer na descrição das carnes com marcas.
Essas marcas vão criar as bases de uma comunicação sólida com os consumidores estrangeiros e de uma relação de confiança.