• Nenhum resultado encontrado

Inovação estratégica

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Inovação estratégica"

Copied!
73
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA HEBERT R. C. DE OLIVEIRA

INOVAÇÃO ENERGÉTICA: ANÁLISE ESTRATÉGICA DA APLICAÇÃO DE

IMPORTAÇÃO DA LÂMPADA LED DESCARTE ZERO

Florianópolis 2015

(2)

HEBERT R. C. DE OLIVEIRA

INOVAÇÃO ENERGÉTICA: ANÁLISE ESTRATÉGICA DA APLICAÇÃO DE

IMPORTAÇÃO DA LÂMPADA LED DESCARTE ZERO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Relações Internacionais em 2015, da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Relações Internacionais.

Orientador: Prof. Rejane Roecker, Msc.

Florianópolis 2015

(3)
(4)

Dedico este trabalho a minha família por conceder inspiração, força e paciência para seguir o caminho acadêmico até a conclusão do curso.

Em especial, ao meu pai José Luiz e sua esposa Percila, que sempre me apoiaram e incentivaram a vencer esse desafio e concluir essa importante etapa da minha vida.

(5)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a todos os professores (a) que contribuíram para o meu caminho nessa caminhada acadêmica.

À professora e minha orientadora Rejane Roecker pela paciência, dedicação e excelente orientação.

Agradeço aos meus pais, Laura e José Luiz, pelo apoio incondicional que sempre tive em minha vida.

A minha filha, onde o meu amor de pai é a maior motivação em superar os obstáculos da vida.

A minha família, que sempre foi incentivadora na realização dos meus sonhos Ao meu grande amigo Ciro Tavares, proprietário da empresa BioFlux e que sempre me incentivou para o desenvolvimento deste trabalho, e que dedicou tempo e contribuição com informações para o estudo.

(6)

“A verdadeira coragem é ir atrás de seus sonhos mesmo quando todos dizem que ele é impossível”.

(7)

RESUMO

O Brasil atualmente passa por um cenário de crise energética e hídrica, fazendo entrar em pauta assuntos como a sustentabilidade e buscando meios para a solução. O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como objetivo principal mostrar os pontos fortes e pontos fracos, oportunidades e ameaças na aplicação de importação de lâmpadas LED Descarte Zero. Os objetivos específicos deste trabalho apontam as principais etapas de importação de lâmpada LED Descarte Zero; realizar, por meio da aplicação da analise SWOT, a análise estratégica da importação da lâmpada LED Descarte Zero; e por fim, propor plano de ação para minimizar pontos fracos e ameaças. Tendo como base para este trabalho literaturas, panorama sobre o mercado de iluminação, estudos e entrevista semiestruturada com responsáveis da organização BioFlux. O resultado deste trabalho aprova através da análise estratégica, a viabilidade de importação da lâmpada LED Descarte Zero.

(8)

ABSTRACT

Brazil is currently undergoing a scenario for the energy and water crisis, making enter on the agenda issues such as sustainability and seeking ways for the solution. This Term Paper aims to show the strengths, weaknesses, opportunities and threats in LED lighting Descarte Zero import process. The specific objectives of this study are to describe the LED lighting Descarte Zero import steps, within the administrative, legal and foreign exchange areas for BioFlux company; perform, by applying the SWOT analysis, strategic analysis importation of LED lighting Descarte Zero; and finally, to propose action plan to minimize weaknesses and threats. Based on this literature to work panorama of the lighting market, studies and semi-structured interview with officials from BioFlux. The result of this work testifies through the strategic review the feasibility of importing the LED lighting Descarte Zero.

(9)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 12 1.1 OBJETIVOS ... 13 1.1.1 Objetivo geral ... 13 1.1.2 Objetivos específicos ... 13 1.2 JUSTIFICATIVA... 13 1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 14 1.3.1 Classificação da pesquisa ... 15

1.3.2 Técnicas de coleta de dados ... 16

1.3.3 Técnicas de análise de dados ... 17

1.4 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ... 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 19

2.1 GLOBALIZAÇÃO ... 19

2.1.1 Globalização e a Sustentabilidade... 21

2.1.2 Questões ambientais e energéticas ... 23

2.2 COMERCIO EXTERIOR - IMPORTAÇÃO ... 26

2.2.1 Comércio Exterior ... 26

2.2.2 Importação ... 27

2.2.3 Planejamento de Importação ... 32

2.3 MATRIZ SWOT: ANÁLISE DE AMBIENTE EXTERNO E INTERNO ... 34

2.3.1 Análise do ambiente interno (forças e fraquezas) ... 36

2.3.2 Força ... 37

2.3.3 Fraquezas ... 37

2.3.4 Análise do Ambiente Externo ... 38

2.3.5 Oportunidades ... 39

2.3.6 Ameaças ... 39

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ... 42

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ... 42

3.2 LÂMPADA LED E SUA UTILIZAÇÃO ... 43

3.2.1 Lâmpada LED Descarte Zero ... 46

3.3 PANORAMA MERCADO DE ILUMINAÇÃO ... 49

(10)

3.4 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DE IMPORTAÇÃO DA LÂMPADA LED

DESCARTE ZERO ... 55

3.5 ANÁLISE ESTRATÉGICA ... 59

3.6 PROGNÓSTICO (PLANO DE AÇÃO) ... 62

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 64

(11)

Lista de Abreviaturas e Siglas

Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Apec - Fórum Econômico da Ásia e do Pacífico AWB - Airway Bill

Bacen – Banco Central do Brasil

Bird - Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

Cacex - Carteira de Comércio Exterior Camex Câmara de Comércio Exterior CFR - Cost and Freight

CI – Comprovante de Importação CIF – Cost, insurance and freight CIP – Carriage and Insurance Paid To CIRR- Commercial interest Reference Rate CMN – Conselho Monetário Nacional

CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico COFINS - Contribuição sobre Financiamento da Seguridade Social

CPT - Carriage Paid To DAF - Delivered At Frontier

Darf - Documento de Arrecadação de Receitas Federais DDP - Delivered Duty Paid

DDU - Delivered Duty Unpaid

Decex - Departamento de Operações de Comércio Exterior Decom - Departamento de Defesa Comercial

Deint - Departamento de Negociações Internacionais DEQ - Delivered Ex-Quay

Depla - Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior Depoc - Departamento de Políticas de Comércio Exterior

DES - Delivered Ex-Ship DI - Declaração de Importação

DSI - Declaração Simplificada de Importação DTA - Declaração de Trânsito Aduaneiro

(12)

Eadi - Estação Aduaneira de Interiores EAF - Estação Aduaneira de Fronteira EXM - Ex Work

FAS - Free Alongside Ship FCA - Free Carrier

FMA - Ficha de Mercadoria Abandonada FMI - Fundo Monetário Internacional FOB - Free On Board

IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IED - Investimento Externo Direto II - Imposto de Importação

Incoterms - Internacional Commercial Terms INSS - Instituto Nacional de Seguro Social IOF - Imposto sobre Operações Financeiras IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados LCL – Less Container Load

LI - Licença de Importação

MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Mercosul Mercado Comum do Sul

MTA - Mercado de Taxas Administradas MTF - Mercado de Taxas Flutuantes MTL - Mercado de Câmbio de Taxas Livres NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul Naladi - Nomenclatura Aduaneira da Associação Latino - Americana de Integração

OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico OMC - Organização Mundial de Comércio

PIB - Produto Interno Bruto PIM - Programa de Importação

RDE - Registro Declaratório Eletrônico RE - Registro de Exportação

REI - Registro de Exportadores e Importadores

(13)

RMCCI - Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais ROF - Registro de Operação Financeira

RV - Registro de Venda

Secex - Secretaria de Comércio Exterior

Serpro - Serviço Federal de Processamento de Dados SGP - Sistema Geral de Preferências

SH - Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias Sisbacen - Sistema de Informações do Banco Central

Siscomex - Sistema Integrado de Comércio Exterior SRF - Secretaria da Receita Federal

(14)

1 INTRODUÇÃO

Com a queda do muro de Berlim no final da década de 80 no século XX, o processo de Globalização se expandiu significativamente, quebrando fronteiras e tornando o mundo interligado, como uma Aldeia Global (ALVES; OLIVEIRA, 2010). Com a quebra de fronteiras foi gerado a expansão capitalista, tornando possíveis transações financeiras e expansão de negócios para mercados distantes e emergentes. Segundo Alves e Oliveira (2010) o desmantelamento do bloco soviético foi um dos fatores para a aceleração do processo de integração mundial da economia, cujas economias se integraram ao mercado mundial a partir de 1989.

A globalização é determinante no campo de atuação no comércio exterior, expondo empresas à concorrência internacional, abrindo novas oportunidades no mercado. Com concorrência acirrada, o mercado pressiona empresas a produzir produtos mais eficientes, com menor valor de mercado, sustentáveis e ecológicos. Estes últimos itens têm demonstrado grande relevância no âmbito empresarial, levando empresas a pesquisar, desenvolver e produzir algo que não seja nocivo ao meio ambiente, e que tenha economia na produção e no consumo de energia.

Os proprietários da Organização BioFlux através de pesquisas de mercado, identificaram a necessidade de um produto com economia de energia e com ótimo custo-benefício a médio e longo prazo, e foi percebida a oportunidade da importação da lâmpada LED Descarte Zero pela empresa. Em relação à questão energética, a lâmpada LED é uma nova tecnologia do mercado, é um produto mais econômico e com uma durabilidade maior do que as lâmpadas encontradas no mercado atual. Na questão ambiental, hoje é visto o problema do descarte das lâmpadas fluorescentes, que são produtos que quando inutilizados são nocivos ao meio ambiente por ser compostas por metais pesados, como o mercúrio. A lâmpada LED Descarte Zero não é composta por metais pesados. Atualmente no Brasil não há políticas ambientais eficientes para descartes de lâmpadas fluorescentes, assim tendo poucos postos de coletas, as lâmpadas fluorescentes não estão tendo a destinação correta.

Além disso, a lâmpada LED Descarte Zero não é fabricada ainda no Brasil, visto isso a empresa BioFlux encontrou a oportunidade de importação e comercialização para uso doméstico, comercial e industrial.

(15)

Dentro deste contexto, a questão central desta pesquisa que será abordada, direcionando e aprofundando o desenvolvimento do estudo é a seguinte:

Quais são os pontos fortes e pontos fracos, oportunidades e ameaças no processo de importação de Lâmpadas LED Descarte Zero?

1.1 OBJETIVOS

Tomando como base o problema de pesquisa serão apresentados, na sequência, o objetivo geral e os específicos deste estudo.

1.1.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste estudo é apontar os pontos fortes e pontos fracos, oportunidades e ameaças; identificados por meios da análise estratégica da Matriz SWOT, na aplicação de importação de Lâmpadas LED Descarte Zero.

1.1.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos deste estudo são:

- Indicar as etapas de importação de lâmpada LED Descarte Zero para a empresa BioFlux.

- Realizar, por meio da aplicação da analise SWOT, a análise estratégica da importação da Lâmpada LED Descarte Zero.

-Propor plano de ação para minimizar pontos fracos e ameaças.

1.2 JUSTIFICATIVA

Com o aumento acelerado da integração econômica entre os países, que pode ser entendida como Globalização, as políticas de livre comércio e a abertura de mercados tornam-se cada vez mais abundantes. Diante deste ocorrido, o comércio internacional é facilitado com a entrada de concorrentes estrangeiros, fazendo as empresas nacionais ampliarem seu desenvolvimento e buscar inovação e alternativas para enfrentar um forte concorrido comércio internacional.

O trabalho justifica-se para a sociedade tendo como base o grau de importância do processo de importação de lâmpada LED descarte zero, sendo uma

(16)

nova tecnologia que agrega alto valor de sustentabilidade, sendo um produto com componentes recicláveis, que prima à redução de consumo energético. Percebendo-se Percebendo-ser um produto novo e com aumento gradativo em participação no mercado nacional, este estudo tem como objetivo mostrar a possibilidade de importação da lâmpada LED Descarte Zero, desenvolvendo o setor de iluminação e cooperando em questões energéticas e ambientais, que são de suma importância social. Outro aspecto social importante é a geração de empregos e renda, através da importação e da comercialização deste produto no Brasil.

A lâmpada LED Descarte Zero surge como um novo produto para o setor elétrico no Brasil. A entrada deste produto de forma eficaz, obrigaria empresas concorrentes a modernização de seus produtos, importando ou produzindo, melhorando a qualidade e reduzindo os seus custos até o consumidor final.

A elaboração deste estudo se justifica, ainda, por se tratar de um instrumento que pode ser utilizados por novas empresas ou que já trabalham no setor de iluminação. Tem como objetivo descrever e analisar estrategicamente o processo de importação de lâmpada LED Descarte Zero e que sirva de modelo para empresas que queiram trabalhar com um produto de importância sustentável.

O presente trabalho oferece contribuições para o estudo de Relações Internacionais no que se refere ao processo de importação e análise estratégica de um produto novo para o Brasil. Assim fornecerá todas as etapas da importação da lâmpada LED Descarte Zero dentro dos âmbitos administrativos, legais e cambiais.

O intuito deste trabalho também é dar ao acadêmico a compreensão do processo de importação e análise estratégica de negócios internacionais, que se torne um ponto positivo diferencial no mercado de trabalho muito competitivo nos dias atuais. Assim serve para colocar em prática o que foi aprendido e vivido durante o curso de Relações Internacionais.

1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O objetivo deste capítulo é apresentar e explicar os métodos utilizados e como foram aplicados no desenvolvimento deste estudo, tendo como principal função dar aporte metodológico ao trabalho.

(17)

1.3.1 Classificação da pesquisa

Conforme as metas propostas para a realização deste estudo, a pesquisa se classifica como uma pesquisa aplicada, pois tem como função produzir conhecimento em aplicações de uso para resoluções de problemas peculiares. Que conforme define Gerhardt e Silveira (2009, p. 35) “objetiva gerar conhecimento para aplicação prática, dirigidos a solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais”.

A pesquisa também é classificada como descritiva, que tem como função descrever características de um objeto de pesquisa já existente sem ter que modificá-lo. E que segundo Leonel e Motta (2007, p.102) “é aquela que analisa, observa, registra, e correlaciona aspectos (variáveis) que envolvem fatos ou fenômenos, sem manipulá-los.”

A mesma será desenvolvida a partir de uma abordagem qualitativa, “O principal objetivo da pesquisa qualitativa é o desconhecer as percepções dos sujeitos pesquisados acerca da situação-problema, objeto da investigação” (LEONEL; MOTTA, 2007, P.108). Acrescentando a idéia de Gerhardt e Silveira (2009) em que o pesquisador não pode fazer julgamento e deixar que seu preconceito ou crença contamine o teor da pesquisa realizada.

O método a ser utilizado no desenvolvimento da pesquisa é o de estudo de caso, analisando profundamente o processo de descrição e análise estratégica de importação da lâmpada LED Descarte Zero, com o objetivo de implantação do produto no Brasil e que possa ser útil a empresas interessadas na importação deste produto. Segundo Gil (1991, p.58) “o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos considerados.” O estudo de caso dá ao trabalho um conhecimento mais profundo sobre o objeto pesquisado, analisando fenômenos em determinas situações.

(18)

1.3.2 Técnicas de coleta de dados

As técnicas de coletas de dados usados neste trabalho foram a pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, entrevista semiestruturada e observação direta. A pesquisa bibliográfica é aquela que é feita a partir de levantamento de referências teóricas já estudadas, e que foram escritas e publicadas por livros, artigos científicos e páginas na internet. “É aquela que se desenvolve tentando se explicar um problema a partir de teorias publicadas em diversos tipos de fontes: livros, artigos, manuais, enciclopédias, anais, meios eletrônicos e etc” Leonel e Motta (2007,p. 112).

Outra técnica de coleta de dados utilizada neste trabalho é a de pesquisa documental, que é muito parecida com a bibliográfica, porém recorre a fontes mais dispersas e sem tratamento analítico, como: jornais, revistas, tabelas, relatórios, documentos oficiais, cartas e etc. Segundo Leonel e Motta (2007) a pesquisa documental se assemelha muito com a pesquisa bibliográfica, porém a diferença se dá em que a bibliográfica se utiliza na coleta de fontes secundárias (livros, artigos científicos, e etc) e a documental se utiliza de fontes primárias (jornais, periódicos, relatórios, e etc).

Neste trabalho, utiliza-se a entrevista semiestruturada aplicada a 2 (dois) profissionais da empresa Bioflux. Para Gerhardt e Silveira (2009, p 72) ”é quando o pesquisador organiza um conjunto de questões sobre o tema que está sendo estudado, mas permite e às vezes até incentiva, que o entrevistado fale livremente sobre assunto que vão surgindo como desdobramentos do tema principal.”

A utilização da técnica de observação direta se dá pela habilidade do pesquisador obter informações de repercussões, desenvolvimentos, resoluções e etc. de forma que não tenha mudanças diante de julgamentos. Conforme Barbosa (2008) é um método de coleta de dados que se baseia na atuação de pesquisadores para obter determinados tipos de informações sobe resultados, processos, impactos e etc e que requer um sistema de pontuação bem preparado e definido, onde o pesquisador tem que julgar sem interferências e registrar com fidelidade as informações.

(19)

1.3.3 Técnicas de análise de dados

Neste estudo foi utilizada a técnica de análise de dados de pesquisa qualitativa. Segundo Leonel e Motta (2007, p.111) “A pesquisa qualitativa analisa as percepções de poucos sujeitos envolvidos no processo sem a preocupação com a totalidade dos sujeitos envolvidos naquela situação ou realidade pesquisada”. Na pesquisa qualitativa o pesquisador se envolve no processo onde ele tem que descrever, compreender e explicar a informação obtida gerando idéias e categorias para a pesquisa, tendo cuidado em não deixar o emocional interferir na informação obtida. Neste estudo, a análise é qualitativa, pois analisa estrategicamente o processo de importação da lâmpada LED Descarte Zero, por meio das percepções de atores envolvidos, além dos dados secundários e da experiência do autor neste segmento.

1.4 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

O primeiro capítulo consta a introdução do trabalho, onde é apresentado o tema, o problema, o objetivo geral e os específicos que se pretende buscar e a justificativa do trabalho. Ainda neste capítulo será apresentado todo delineamento metodológico utilizado neste trabalho, como o método de pesquisa, tipo de pesquisa e as ferramentas de coleta e análise de dados.

No segundo capítulo do estudo se apresenta a fundamentação teórica, nela estão sintetizados os estudos já pesquisados por outros autores como a globalização, internacionalização, e análise estratégica pela ferramenta da Matriz SWOT.

No terceiro capítulo será apresentada a análise de dados. Neste capítulo constam as informações sobre lâmpada LED e sua utilização, sobre a lâmpada LED Descarte Zero e o panorama do mercado de iluminação no Brasil. Por fim teremos os objetivos do trabalho que são a descrição do processo de importação da lâmpada Descarte Zero, análise estratégica e o plano de ação proposto a BioFlux para amenizar ameaças e pontos fracos.

No quarto e último capítulo estão as considerações finais, que consta as conclusões do autor, que conclui de forma coerente os objetivos propostos e responde a problemática envolvida neste trabalho.

(20)

O trabalho é encerrado nas referências, onde consta toda bibliografia consultada e utilizada como base para análise e resultados deste trabalho.

(21)

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo estão expostos os assuntos que dão a base teórica para o trabalho. Os tópicos apresentados são: a globalização e sustentabilidade; questões energéticas e ambientais; comércio exterior, importação, planejamento para importação; e análise estratégica da Matriz SWOT.

2.1 GLOBALIZAÇÃO

A globalização pode ser compreendida como um processo de aumento de trocas e interações internacionais, eliminando gradualmente barreiras econômicas, Alves e Oliveira (2010, p. 290) definem “a globalização pode ser entendida como o aumento acelerado da integração econômica entre os países, resultado da supressão das barreiras para o livre fluxo de mercadorias e capitais pelo globo. E que conforme Santiago (apud Dilda, 2013) o termo globalização é utilizado para expressar o processo de integração de muitas sociedades sob os aspectos sociais, políticos, culturais e econômicos, em constante evolução.

Para alguns especialistas esse processo de integração não é novidade, sendo iniciado na era das navegações, Oliveira e Dal Ri Júnior (2003) argumentam que o processo de globalização teve início na era das navegações, onde intensificou e expandiu o comércio para terras longínquas, dando um avanço comercial às companhias mercantis, de forma quantitativa. Porém, Alves e Oliveira (2010) discordam alegando que somente após a segunda guerra mundial houve condições concretas para intensificação do fluxo comercial no globo, com aperfeiçoamento de transporte e comunicação, e domínio das empresas internacionais, de forma qualitativa. Seguindo essa mesma diretriz em que a globalização é um processo contemporâneo, Faria (apud OLIVEIRA; DAL RI JÚNIOR, 2003, p. 539) afirma que:

A globalização, tal como é conhecida hoje, surge como resposta a dois grandes problemas contemporâneos: o primeiro, a crise do padrão monetário mundial, com o fim do padrão ouro; e o segundo, os choques do petróleo de 1973 a 1974 e de 1978 a 1979. Por conta dessas demandas econômicas, apresentaram-se três respostas sistêmicas, que se identificam no planeta como um todo: (a) políticas desregulamentatórias dos mercados, especialmente financeiros, e revisão de modelos estatais (base do consenso de Washington), (b) hiper-racionalização de estruturas organizacionais e procedimentos; e (c) conversão de ciências em técnicas produtivas.

(22)

O desenvolvimento tecnológico junto com o processo de globalização logo após a segunda guerra mundial alavancou o comércio internacional, diminuindo fronteiras e aumentando as negociações internacionais. Para se ter uma ideia dos efeitos dessa integração dos países, entre os anos de 1955 e 2005, o fluxo do comércio mundial de bens industrializados aumentou mais de cem vezes, de 95 bilhões para 12 trilhões de dólares (ALVES; OLIVEIRA, 2010).

O crescimento do comércio internacional em função da globalização; mudou a natureza do conceito de rivalidade, ou seja, de concorrência entre países para uma concorrência global, fazendo que as empresas fossem incentivadas a se internacionalizar cada vez mais (MARTIGNAGO, 2011). A dimensão econômica se tornou muito expressiva na globalização com uma integração maior de países e empresas, que envolveu uma “financeirização” da economia, gerando uma “internacionalização do capital” (OLIVEIRA; DAL RI JÚNIOR, 2003). E, segundo Martignago (2011, p.18), “nunca houve na história econômica mundial tamanha inter-relação entre indivíduos, empresa, outros tipos de organizações e países; logo nunca houve tantos negócios internacionais”.

A integração econômica foi muito intensa entre países e entre empresas. Atualmente, por exemplo, cerca de um terço do comércio mundial é feito entre grandes grupos empresariais e não entre empresas e consumidores. Um exemplo básico, peças de carros fabricadas no Japão ou na Alemanha são vendidas por empresas montadoras no México ou no Brasil. (ALVES; OLIVEIRA, 2010). Daft ( apud Martignago, 2011, p. 19) faz uma reflexão:

[...] quão importante é o comércio internacional para o estudo da administração? Se você não estiver pensando internacionalmente, não está pensando em administração de negócios. O futuro das empresas e das sociedades será determinado por relacionamentos globais, e não locais. [...] Se você pensa que está isolado da influência global, pense novamente. Mesmo se você não arredar o pé de sua cidade, sua empresa poderá ser comprada amanhã pelos ingleses, japoneses ou alemães.

O mundo dos negócios foi afetado perante essa nova realidade e surgiram mercados globais com padronização de produtos aumentando substancialmente os mercados; passando a permitir uma produção, distribuição, e o marketing em escalas também ampliadas promovendo empresas multinacionais para empresas globais (MARTIGNAGO, 2011). Todavia, para as empresas a globalização se tornou uma forma de estratégia para a expansão de suas atividades e uma nova forma de

(23)

aumentar a competitividade, enfrentando a forte concorrência formada por este fenômeno.

Neste sentido, o tema sustentabilidade tem sido recorrente quando tratada a globalização. A seguir, serão expostos conceitos a este respeito

2.1.1 Globalização e a Sustentabilidade

O processo de industrialização que se iniciou na Inglaterra no final do século XVIII (I Revolução Industrial) e, progressivamente, se estendeu para praticamente o mundo inteiro, modificou radicalmente a relação entre o homem e o meio ambiente (ALVES; OLIVEIRA, 2010). O modelo de desenvolvimento atualmente instaurado, baseado na produção em massa de bens de consumo, tem se mostrado insustentável em longo prazo. Segundo Flores e Vieira (2012, p. 38), “num cenário que vigora a cultura de existência de um meio ambiente de bens inesgotáveis, a degradação ambiental tem deixado a sua marca por meio do crescimento econômico a todo custo.” Nos dias atuais, a globalização envolve crescente interdependência entre economias domésticas, os mercados financeiros, comércio, corporações, produção e distribuição e marketing de consumo. Sendo impulsionado por duas correntes, uma delas é da tecnologia e a outra a de abertura de economias, privatizações, expansão de comércio global e políticas de crescimento, gerando alto e acelerado desenvolvimento (HENDERSON, 2007)

Segundo Alves e Oliveira (2010), o padrão de desenvolvimento predatório do capitalismo global está acelerando uma mudança ambiental no planeta, podendo trazer resultados catastróficos. Os termos “global” e “globalização” baseiam se perspectivas antropocêntricas (centradas no ser humano), mas não incluem perspectivas de Planeta Terra, com todas as formas de vida com as quais seres humanos compartilham a biosfera planetária envolvendo todos os sistemas naturais que fornecem suporte a vida da humanidade (HENDERSON, 2007).

Como o desenvolvimento é global, os problemas trazidos pelo desenvolvimento também se tornam globais, e conforme preâmbulo da Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente Humano em 1972 (apud FLORES; VIEIRA, 2012, p.30) destacou:

Em nosso redor, vemos multiplicar-se as provas do dano causado pelo homem em muitas regiões da Terra, níveis perigosos de poluição da água,

(24)

do ar, da terra, e dos seres vivos. Grandes transtornos de equilíbrio ecológico da biosfera, destruição e esgotamento de recursos insubstituíveis e graves deficiências, nocivas para a saúde física, mental e social do homem.

Cada vez mais as ameaças de catástrofes ambientais mobilizam setores da sociedade preocupados em discutir e elaborar alternativas ao modelo de desenvolvimento predominante, dando visão de que os problemas são de responsabilidade global (ALVES; OLIVEIRA, 2010). Conforme Henderson (2007, p. 53) analisa:

Hoje em dia, cada vez mais, os problemas e assuntos têm se tornados globais – além do alcance dos governos nacionais: desde as mudanças climáticas, a poluição transfronteiras, desertificação, e perda da biodiversidade até o lixo espacial. A proliferação do tráfico de armas, de drogas, crime organizado, resíduos nucleares e tóxicos, epidemias disseminadas pelo ar, não podem ser tratados por uma nação atuando sozinha.

Um dos marcos na tentativa de resolução destes problemas surgiu através do Relatório de Brundtland, em 1991, elaborado pela Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (CCMAD) da ONU, na qual levou a formulação de conceito de Desenvolvimento Sustentável (FLORES; VIEIRA, 2012).

Segundo a Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, ligada à ONU, desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento econômico e social que atende às necessidades das futuras gerações de atender as suas próprias necessidades. (ALVES; OLIVEIRA, 2010, P.309)

Este modelo aponta para um novo estilo de desenvolvimento que tenha harmonia econômica e ecológica, que são equiparados numa correlação de valores onde o máximo econômico seja equivalente ao máximo ecológico. Ou como Flores e Vieira (2012) define, o conceito adotado por Desenvolvimento Sustentável pela ONU é o de buscar suprir as demandas do presente sem comprometer a capacidade de gerações futuras de responder as suas necessidades.

Em seus estudos Flores e Vieira (2012) perceberam que o princípio do desenvolvimento sustentável evoluiu ao passar dos anos, onde fizeram uma análise integrada do meio ambiente e notaram que fatores como miséria e desigualdade social são consequências, mas também responsáveis pela degradação ambiental.

(25)

Segundo Henderson (2007) algumas mudanças globais já estão acelerando em função das informações interligadas em rede, resultado do estreitamento de relações no novo mercado mundial, mas que necessita de feedback de populações atingidas para mapeamento destas mudanças. Ainda Henderson (2007, p. 81), afirma haver necessidade de uma agenda de reforma centrada nesta população atingida resumida em três subordinações:

A primeira é a subordinação das metas de política macroeconômica a metas de política de desenvolvimento humano e social. A segunda é a subordinação dos mecanismos de governança em nível global aos de nível local, nacional e regional, seguindo os princípios de subsidiaridade. A terceira é a subordinação da economia de especulação financeira à economia produtiva real.

Portanto, atualmente ainda se tem a necessidade de fazer uma conciliação do desenvolvimento econômico com a preservação dos recursos naturais da Terra mais coeso, exigindo medidas dos governos e da sociedade. Algumas medidas como limitação do crescimento populacional, controle de urbanização, diminuição de consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com uso de fontes energéticas renováveis, a preservação da biodiversidade dos ecossistemas, a diminuição do efeito estufa e redução de dejetos e resíduos industriais (ALVES; OLIVEIRA, 2010).

O desenvolvimento sustentável além de ser de suma importância, se tornou indispensável. Não há como ver um futuro sem planejar um desenvolvimento que seja na diretriz da sustentabilidade, garantindo a sobrevivência de nossa geração e de gerações futuras. As empresas reconhecem esta situação e, muitas vezes exigidas pelos clientes, têm se preocupado com a questão da sustentabilidade. Tratando em paralelo, no próximo tópico serão expostas as questão ambientais e energéticas.

2.1.2 Questões ambientais e energéticas

A sociedade industrial em paralelo com a globalização criou um mundo de necessidades artificiais e que tem destruído o modo de vida tradicional de muitas populações ao redor do globo, que causam a degradação constante de paisagens e que exerce uma enorme pressão nos recursos naturais do planeta (ALVES; OLIVEIRA, 2010). As atuais realidades nas mudanças no clima global, poluição e

(26)

escassez de água, desertificação, perda de florestas e biodiversidades, bolsões de pobreza crescente, ruptura social e cultural está forçando a um novo planejamento sobre a reformação da globalização (HENDERSON, 2007).

Se o padrão de consumo caracterizado pelo consumismo e pelo desperdício se difundisse pelos habitantes da Terra, ocasionaria o aniquilamento do planeta (HENDERSON, 2007) ou como Dupas (apud ALVES; OLIVEIRA, 2010) analisa:

Elevar o nível médio norte americano a qualidade de vida da população atual da Terra já exigiria os recursos naturais de mais dois planetas iguais ao nosso. Nos mesmos níveis de consumo e desperdício, mesmo que uma parte das nações fosse bem-sucedida nesse intento, o choque ambiental decorrente liquidaria a vida humana.

O problema ambiental mais grave do mundo contemporâneo é o aumento da temperatura do planeta, através da emissão de CO² (gás carbônico), que é originado através de desmatamentos e queimadas, e queima de combustíveis fósseis para fins de geração de energia (UCZAI, 2012). Em diversos relatórios, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) comprovou que as mudanças climáticas resultam da ação do homem e não de fenômenos naturais (ALVES; OLIVEIRA, 2010).

E a questão energética é tão importante quando a ambiental para os países, segundo ANEEL (apud SILVA; ALKAIM, 2012, p. 19) afirma:

Dentre as variáveis que definem o índice de desenvolvimento de um país, está a facilidade de acesso da população aos serviços de infraestrutura, tais como saneamento básico, transportes, telecomunicações e energia. Destes, a energia é o fator determinante para o desenvolvimento econômico e social, ao fornecer apoio mecânico, térmico e elétrico às ações humanas.

Em função dos problemas, os debates de reformatação estão em evidencia. Algumas empresas de seguros nos EUA não estão mais trabalhando com empresas que se utilizam de tecnologia de combustível fóssil e nuclear, sendo somente segurada pelo governo. E essas mesmas empresas de seguro saíram e favor de empresas que se utilizam de energia solar, eólica, de hidrogênio e de baterias (HENDERSON, 2007). Segundo ANEEL (apud SILVA; ALKAIM, 2012, p.21):

As fontes renováveis ou alternativas (termo que está em desuso) são compostas pelo vento, ou eólica, Sol, mar, geotérmica, lixo, esgoto e dejetos animais, entre outros. As fontes chamadas renováveis são corretas do ponto de vista ambiental e permitem não só a diversificação como também a

(27)

limpeza da matriz energética, reduzindo a dependência das 22 fontes não renováveis, baseadas nos combustíveis fósseis como o petróleo e o carvão. Assim as fontes de energias renováveis são umas das possíveis soluções para o problema da questão ambiental e energética, sendo de suma importância a implementação, ainda Silva e Alkaim (2012, p. 22) corroboram:

Em virtude do desenvolvimento, da ampliação da demanda, do crescimento do consumo, do aquecimento econômico; o desenvolvimento de novas tecnologias, busca pela eficiência energética e a preocupação com o meio ambiente, visando diminuir o impacto ambiental que a geração de energia causa que é a implementação de usinas abastecidas por fontes renováveis. Atualmente perante aos debates, e energia renovável ganhou força na política, colaborando na solução dos problemas ambientais e energéticos, tendo facilidade de ser implementada. Conforme Uczai (2012, p.39)

A energia renovável conta com um forte apoio de políticas porque pode contribuir com a solução de vários desafios energéticos e afins, inclusive o acesso à energia, segurança da energia e autossuficiência, atenuação de impactos ambientais. Uma transição energética pode criar novos empregos e estimular o crescimento da economia.

A implementação de energia renovável no mundo está aumentando cada vez mais, tendo dobrado a participação de energias renováveis em investimento no setor energético global nos últimos 5 anos. Sendo uma solução competente que pode transformar o caminho para a sustentabilidade (UCZAI, 2012).

As questões energéticas e ambientais são as soluções para si mesmas, uma dependendo da outra. É necessária a conscientização política para implantação de políticas sustentáveis de forma global, investimentos em equipamentos e instalação de materiais; além de campanhas de conscientização com ações educativas para a população para fazer uso eficiente da energia.

Após expor os conceitos de globalização, sustentabilidade, questões ambientais e energéticas, a seguir serão visualizados os tópicos referentes ao Comércio exterior e importação.

(28)

2.2 COMERCIO EXTERIOR - IMPORTAÇÃO

Neste item é abordado sobre o tema do Comércio exterior, sendo expostos por diversos autores e descritos os seguintes assuntos: conceito comércio exterior; conceito de importação; planejamento de importação; e na sequência Matriz SWOT.

2.2.1 Comércio Exterior

Comércio exterior é a troca de bens e serviços através de fronteiras nacionais, ao qual envolve tanto os bens materiais (tangíveis) quanto a serviços (intangíveis) (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010). É o fluxo de mercadorias e serviços entre países, resultado de expansão de empresas multinacionais que espalham filiais ao redor do mundo (RORATTO, 2006).

Essa troca também pode ocorrer pela exportação, que consiste na venda de bens e serviços a clientes situados no exterior; ou pela importação, que é a aquisição de bens e serviços vindos do exterior para consumo no mercado interno ou em um terceiro (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010).

Keedi (2012, p. 19) sintetiza exportação:

Exportar é o ato de remeter a outro país mercadorias produzidas em seu próprio ou em terceiros países, que sejam de interesse do país importador, e que proporcionem a ambos envolvimento vantagens na sua comercialização ou troca. É, portanto, a saída de mercadorias para o exterior.

A importação é o processo de adquirir em outro país, ou trocar com este, mercadorias que sejam de seu interesse e que sejam úteis a população e ao seu desenvolvimento, isto é, entrada de bens produzidos no exterior (KEEDI, 2012).

Tanto a importação quanto a exportação, são referidas coletivamente como comércio exterior (CAVUSGIL; KNIGHT; RIESENBERGER, 2010).

Conforme Cavusgil, Knight e Riesenberger (2010), exportações e importações demandam que a empresas sigam diversos procedimentos complexos, geralmente relacionados com a liberação de produtos nos portos de entrada.

(29)

As motivações que levam um país a importar são as mesmas que o levam a exportar, só que invertida, sendo operações de suam importância para a economia de um país (SOUZA; SOUZA, 2012).

Conforme Munduruca e Santana (2012, p. 612):

A dinâmica do comércio exterior vai muito além do simples processo de compra e venda de mercadorias entre residentes e não-residentes. Ela pode representar um elemento-chave sobre as condições de desenvolvimento de determinadas economias nacionais ou regiões.

Embora o comércio exterior seja uma prática milenar, o comércio exterior no Brasil é recente e representa no volume nas transações do comércio mundial (RORATTO, 2006).

2.2.2 Importação

Pode-se definir importação como o ingresso no país de riquezas originárias do exterior, materializadas por bens ou ainda pelos efeitos da execução de serviços (FARO; FARO, 2010). Países pobres e ricos lutam pata obter no comércio exterior recursos que favoreçam o incremento de suas importações de bens de capital, serviços e bens de consumo, afim de elevar o progresso social de sua população (BIZELLI; BARBOSA, 2001).

Foi no final da década de 80 que se observou no Brasil, uma crescente tendência liberalizante da política de comércio exterior brasileiro, motivado pela adequação da política à configuração do parque industrial implantado e os compromissos internacionais assumidos pelo país (BIZELLI; BARBOSA, 2001). Em 1988, Foi aberto um processo de abertura comercial por meio de uma implantação de uma nova política de comércio exterior, com o objetivo principal de inserir o país no mercado internacional (VIEIRA, 2006). No que se diz respeito às importações neste período, destacam se como principais alterações a eliminação das restrições das barreiras não-tarifárias1 (BIZELLI; BARBOSA, 2001). A diminuição do nível de proteção da indústria nacional teve como principal objetivo o estímulo a concorrência

1 São medidas de caráter administrativo, financeiro, cambial, técnico e/ou ambiental, mediante as quais um país impede ou dificulta a importação. Como exemplo: Licença prévia para importação de produtos e estabelecimento de quotas para a importação de uma determinada mercadoria. (VIEIRA, 2006)

(30)

internacional por intermédio da modernização da indústria no médio e longo prazo (VIEIRA, 2006). Tal medida possibilitou as empresas adquirirem bens de capital de tecnologia avançada, insumos industriais e matérias primas agrícolas de alta qualidade com custo inferior aos praticados no mercado nacional (VIEIRA, 2006).

Atualmente é indispensável o conhecimento técnico e operacional para estar fazendo uma operação de importação, envolvendo muitos riscos nas transações, seja de ordem administrativa ou operacional (VIEIRA, 2006).

Para uma empresa estar fazendo uma importação, ela deve estar cadastrada no Registro de Exportadores e Importadores (REI) do Ministério do Desenvolvimento (VIEIRA, 2006). Conforme Vieira (2006) “Esse registro é efetuado através do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex2) de maneira automática na primeira operação de importação. A empresa também deve estar cadastrada habilitada no SISCOMEX, habilitação também conhecida como RADAR (Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros) (FARO; FARO, 2010). Esta ultima habilitação consiste em uma análise prévia da Pessoa Física ou Jurídica, por parte da Receita Federal Brasileira (RFB) para credenciamento e fornecimento de senha, para operar no sistema web através da certificação digital (TNT, 2011). A partir do credenciamento, o usuário poderá efetuar operações de credenciamento de seus representantes e declarar suas remessas de importação (FARO; FARO, 2010). Habilitado para operar no SISCOMEX, o importador deverá credenciar seus representantes através de seu perfil web, utilizando sua senha RADAR (TNT, 2011).

No Brasil a operação de importação pode ser classificada em três grandes grupamentos: importações permitidas, suspensa e proibidas (FARO; FARO, 2010). Segundo Faro e Faro (2010):

As importações permitidas correspondem àquelas operações que de uma forma geral podem ser realizadas (condicionadas ou não a um licenciamento prévio). As importações suspensas referem-se às operações que estão temporariamente impedidas de serem realizadas por decisão governamental. Já as importações proibidas correspondem às vendas externas que, por determinação legal, terminantemente não podem ser realizadas.

2 É um software que interliga os importadores ou agentes credenciados, exportadores, despachantes, transportadores, agências bancárias, dentre outros, à Secex (Secretaria de Comércio Exterior), Banco Central e à Secretaria da Receita Federal; permitindo o processamento dos registros dos documentos eletrônicos das operações de importação e exportação (VIEIRA, 2006)

(31)

As importações de uma forma geral estão dispensadas de licenciamento, deixando aos importadores a responsabilidade de providenciar o registro no SISCOMEX da Declaração de Importação3(DI) (FARO; FARO, 2010). Nesta oportunidade, conforme Vieira (2006, p. 36):

O importador obriga-se a fornecer á Receita Federal nesta Declaração, informações detalhadas sobre a operação, como: especificação completa de mercadoria; forma de pagamento; meio de transporte; classificação aduaneira; eventuais benefícios fiscais e etc.

Após seu efetivo registro, a declaração de Importação será submetida a análise fiscal e selecionada para um dos canais de conferência aduaneira (VIEIRA, 2006). Os canais de conferência aduaneira são classificados da seguinte forma:

Quadro 1 – Canais de conferência aduaneira

Canal Verde

Nesse mecanismo será dispensado o exame documental e a verificação da mercadoria, uma vez que o SISCOMEX registrará o desembaraço de forma automática.

Canal Amarelo

Processo pelo qual será efetuado o exame documental e, não sendo constatada nenhuma irregularidade, será realizado o despacho aduaneiro não necessitando a verificação da mercadoria.

Canal Vermelho

Será necessário o exame dos documentos bem como a verificação da mercadoria antes do desembaraço.

Canal Cinza

Nesse caso será feito, além do exame documental e a verificação da mercadoria, um procedimento especial de controle aduaneiro com o objetivo de verificar possíveis fraudes. Fonte: Adaptado de Vieira (2006).

3

É um documento de extrema importância, uma vez que é por meio dele que é efetuada a nacionalização da mercadoria importada, licenciando-a para consumo ou outra finalidade, de acordo com a natureza da operação (VIEIRA, 2006).

(32)

Com isso, a Declaração de Importação consolida as informações cambiais, tributárias, fiscais, comerciais e estatísticas da operação dando o início do Despacho Aduaneiro.

O Despacho Aduaneiro é determinado por um conjunto de atos praticados pelo fiscal da Receita Federal, o qual tem a finalidade o desembaraço aduaneiro (VIEIRA, 2006).

O desembaraço aduaneiro é nada mais do que a autorização de entrega de mercadoria procedente do exterior em caráter definitivo ou não do importador, mediante a conclusão de conferência da mercadoria, o cumprimento da legislação tributária e a identificação do importador (VIEIRA, 2006).

Logo após ter o registro do desembaraço das mercadorias no SISCOMEX, a Autoridade Fiscal emitirá um Comprovante de Importação4, que será entregue ao importador.

Todo processo de importação passa em algum momento pelo despachante aduaneiro, que é o profissional que representa os importadores perante aos órgãos intervenientes aos procedimentos alfandegários (FARO; FARO, 2010). Este é um profissional responsável por assessorar o cliente na emissão de documentos aduaneiros e no acompanhamento de suas liberações (TNT, 2011).

Os procedimentos operacionais e administrativos que envolvem a sistemática das importações observam basicamente os passos a seguir:

Quadro 2 – Etapas administrativas de importação

Etapa 1 Cadastramento: a habilitação de uma empresa brasileira à atividade importadora depende da sua inscrição em dois cadastros com fins específicos, o REI e o RADAR, que se encontram respectivamente, sob a gestão do MDIC/SECEX e Receita Federal Brasileira;

Etapa 2 Negociação preliminar: primeiro contato com o vendedor, buscando definir o produto, bem como as demais condições de comércio a serem observadas (modal de transporte, forma de pagamento do frete, seguro, eventual utilização de embalagens

4

É um documento emitido pela Autoridade Fiscal da Secretaria da Receita Federal, após o registro do desembaraço das mercadorias no SISCOMEX, o qual será entregue ao importador, constituindo-se em documento comprobatório da nacionalização da mercadoria (VIEIRA, 2006)

(33)

especiais, documentos exigidos pelas autoridades aduaneiras, forma de pagamento e etc). Inclusive a emissão da uma fatura pro forma5;

Etapa 3 Avaliação mercadológica: conferência em acerca do correto enquadramento da mercadoria na TEC6, de forma a permitir uma avaliação não somente quanto à formação dos custos da importação, como também no que diz respeito às perspectivas de comercialização no mercado interno;

Etapa 4 Concretização das negociações: Formalização da compra (eventualmente a assinatura de um contrato comercial), emissão de uma fatura comercial, seguida do embarque internacional;

Etapa 5 Pagamento da importação: Os procedimentos relativos ao pagamento poderão sofrer uma alteração quanto a ordem dos passos observada, em virtude da modalidade de pagamento escolhida;

Etapa 6 Licenciamento: Obtenção de Licenciamento da Importação, previamente ao embarque das mercadorias;

Etapa 7 Embarque: autorização para o exportador proceder ao embarque das mercadorias;

Etapa 8 Despacho aduaneiro de importação: Formulação da DI - Declaração de Importação( após a chegada das mercadorias em território nacional), pagamento dos tributos incidentes e apresentação de documentos de importação de forma a permitir o desembaraço aduaneiro;

Etapa 9 Controle documental: arquivamento dos documentos de importação , observando-se, no que couber, os prazos mínimos fixados pelos dispositivos regulamentares para a sua manutenção e guarda, com vistas ao atendimento das exigências de ordem fiscal, tributária e contábil, eventualmente formuladas.

Fonte: Adaptado de Faro e Faro (2010).

5

É uma fatura emitida pelo vendedor, a pedido do comprador, para formalizar a negociação entre ambos, antes que seja concretizada; é utilizada também para que o importador consulte os tratamentos administrativos das mercadorias que pretende importar e , quando necessário, submeta pedido de licenciamento de importação prévio ao embarque do país (TNT, 2011)

6

É a Alíquota do Imposto de Importação tem por base a Tarifa Externa Comum, a TEC do Mercosul. O Imposto de Importação (II) incide sobre mercadoria estrangeira, bem como sobre bagagem de viajante e bens enviados como presente ou amostra, ou a título gratuito (BIZELLI, 2010).

(34)

2.2.3 Planejamento de Importação

O Brasil atualmente apresenta um expressivo movimento de importação e está entre os países que mais importam no mundo (OLIVEIRA; SOUZA, RIBEIRO, 2008). Segundo Oliveira, Souza e Ribeiro (2008, p. 03) o processo de importação é complexo e apresenta vários riscos, portanto, requer um processo ágil e preciso. Ainda Oliveira, Souza e Ribeiro (2008) afirmam que, “a estimação de custos no processo de importação é complexa, pois a comercialização internacional envolve fatores externos não controlados pela empresa.”

Para estar fazendo a cotação de custos de importação, a empresa importadora ou o importador, precisa compreender características especificas da comercialização. Segundo Oliveira, Souza e Ribeiro (2008, p.22), “É necessário ter claro conhecimento do produto a ser adquirido, com as especificações básicas necessárias e a variação de quantidade permitida.” Atualmente no comércio internacional há uma necessidade de mudanças de preços e quantidade para qualidade e confiabilidade de produtos, sendo esta uma nova estratégia determinante na comercialização (OLIVEIRA et al., 2008).

Atualmente, a classificação fiscal que se utiliza no Brasil e no Mercosul é a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul)(TNT, 2011). Para Faro e Faro (2010, p.29), “os países do MERCOSUL entenderam ser necessária a adoção de um sistema de classificação fiscal de mercadorias que pudesse ser utilizado especificamente para orientar as relações de comércio intrabloco.” A TNT (2011, p. 07) defina a função da classificação:

“A funcionalidade da classificação fiscal é unificar a linguagem aduaneira para uma classificação internacional de mercadorias. Essa classificação, composta por oito dígitos, regulamentará a necessidade de tratamentos alfandegários especiais e o recolhimento de tributos cabíveis à mercadoria em questão.”

O objetivo da NCM é classificar os itens importados de acordo com o regulamento do Mercosul (BIZELLI, 2010). A NCM foi adotado em 1995 pelo Mercosul, e tem como base o SH (Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias) (FARO; FARO, 2010). Bizelli (2010, p. 59) define SH:

“O Sistema Harmonizado – SH, é um método internacional de classificação de mercadorias que contém uma estrutura de códigos com a descrição de

(35)

características específicas dos produtos, como por exemplo, origem do produto, materiais que o compõem e sua aplicação.”

O sistemas de nomenclatura NCM/SH tem como por objetivo referenciar as mercadorias em todos os aspectos inerentes ao comércio exterior, ou seja, fiscais, cambiais, comerciais, tributários e não só descrever as mercadorias (FARO; FARO, 2010). O sistema NCM/SH oferece condições para o desenvolvimento das relações de comércio entre as nações, oferecendo facilitação para o importador (BIZELLI, 2010).

O modelo de compra do importador se baseia em três fases que apresentam diretrizes para a decisão de compra (OLIVEIRA; SOUZA; RIBEIRO, 2008). A primeira fase se resume na necessidade de reconhecimento e formulação do problema e envolve os fatores que motivam a ação. A segunda fase corresponde à procura, ou seja, a identificação das características do país, do fornecedor e de outras informações relevantes para a tomada de decisão. A terceira fase contempla a escolha, que é procedida a partir das alternativas remanescentes avaliadas para a tomada de decisão, sendo assim a importação é realizada como um processo de compra organizacional (OLIVEIRA; SOUZA; RIBEIRO, 2008).

No quadro 3, adaptado de Oliveira, Souza e Ribeiro (2008), apresentam se os principais componentes burocráticos e de custos para análise de importação pelo tomador de decisão.

Quadro 3 : Síntese dos componentes burocráticos e de custos na importação

INCOTERM7 EXW, FCA, FAZ, FOB, CFR, CIF, CPT, CIP, DAF, DES, DEQ, DDU, DDP

Transporte  Frete (pré-transporte, transporte

internacional, pós-transporte)

 Modalidades (modal, segmentado, sucessivo, combinado, intermodal, multimodal)

 Embalagem (primária, secundária)

7

Incoterms é um termo em inglês que é a abreviatura de International Commercial Terms, que em português significa "Termos Internacionais de Comércio". Consistem em normas padronizadas que regulam alguns aspectos do comércio internacional. São normas que determinam quem paga o frete da mercadoria, o seu ponto de entrega, e quem deve fazer o seguro, e etc (TNT, 2011).

(36)

 Seguro

Taxa de Importação  AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante)  ATA (Adicional de Tarifas

Aeroportuárias)  Taxa de armazenagem  Taxa de capatazia8  DI - Declaração de importação  Despesas bancárias  Conhecimento de embarque

Despacho Aduaneiro9  Honorário de despachante aduaneiro

Custo do Pedido  Programação, desenvolvimento

controle e avaliação,

Fonte: Adaptado de Oliveira, Souza e Ribeiro (2008)

O sucesso nas importações requer uma cuidadosa administração da cadeia de suprimentos global da empresa em foco, isto é, sua rede integrada das atividades de suprimento, produção e distribuição, organizadas em escala mundial (Cavusgil; Knight; Riesenberger, 2010).

No próximo tópico será apresentado a Matriz SWOT: Análise de ambiente externo e interno, ferramenta importante para tomada de decisão.

2.3 MATRIZ SWOT: ANÁLISE DE AMBIENTE EXTERNO E INTERNO

A matriz SWOT é responsável por estudar a competitividade de uma empresa a partir de 4 variáveis: Strenghts (forças) Weaknesses (fraquezas), Oportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). Segundo Silva et al. (2014) é “Através destas

quatro variáveis, poderá fazer-se a inventariação das forças e fraquezas da empresa, das oportunidades e ameaças do meio em que a empresa atua.” Através

8

Taxa referente a despesas, manuseio e conferência de mercadorias em portos (TNT, 2011). 9

O despacho aduaneiro na importação é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação às mercadorias importadas, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro (TNT, 2011).

(37)

da matriz SWOT é a realizada a avaliação estratégica, sendo uma ferramenta na gestão estratégica competitiva.

Figura 1 – Matriz SWOT

Fonte: adaptado SILVA, 2009 (Acesso em 20 maio 2015).

Segundo Faustino (2012, p. 01)

A análise SWOT é uma ferramenta de gestão bastante difundida no meio empresarial para o estudo do ambiente interno e externo da empresa através da identificação e análise dos pontos fortes e fracos da organização e das oportunidades e ameaças às quais ela está exposta.

Martins (apud SILVA et al., 2014) pensa que:

A análise SWOT é uma das práticas mais comuns nas empresas voltadas para o pensamento estratégico e marketing, é algo relativamente trabalhoso de produzir, contudo a prática constante pode trazer ao profissional uma melhor visão de negócios, afinal de contas, os cenários onde a empresa atua estão sempre mudando.

Conforme Silva et al. (2014, p.03), “a análise SWOT é uma ferramenta

utilizada para fazer análises de cenário (ou análises de ambiente), sendo usada como base para a gestão e o planejamento estratégico de uma organização. Sendo assim a Matriz SWOT é uma ferramenta indispensável para uma empresa, pois é através dela que a organização consegue alcançar uma visão clara e objetiva sobre quais são suas força e fraquezas no ambiente interno e suas oportunidades e ameaças no ambiente externo, gerando essa analise os gestores conseguem criar

(38)

estratégias para alcançar vantagem competitiva e melhorar o desempenho empresarial. Será abordado a seguir o conceito da análise do ambiente interno.

2.3.1 Análise do ambiente interno (forças e fraquezas)

Segundo Faustino (2012, p. 01) “o ambiente interno da empresa é formado pelo conjunto de recursos físicos, humanos e financeiros, entre outros, sobre os quais é possível exercer controle, pois resultam das estratégias definidas pelos gestores.”

Em cada negócio é preciso avaliar periodicamente as suas fraquezas e forças internas. São analisadas as competências de fabricação, financeiras, marketing e organizacionais e se classifica cada fator como uma grande força, uma força ou aspecto neutro, uma fraqueza, ou uma grande fraqueza (Kotler, 2000).

É neste ambiente interno da empresa que é possível identificar os pontos fortes, correspondentes aos recursos e capacidades que juntos se transformam em uma vantagem competitiva para a empresa em relação aos seus concorrentes, e os pontos fracos que são as deficiências que a empresa apresenta em comparação com os mesmos pontos dos seus concorrentes atuais ou em potencial (FAUSTINO, 2012).

Conforme Chiavenato e Sapiro (apud SILVA et al., 2014), os critérios a serem avaliados no ambiente interno são: recursos financeiros, liderança e imagem de mercado, condicionamento competitivo que gera barreiras à entrada de novos competidores, tecnologia, vantagens de custo, propaganda, competência e inovação de produtos.

A importância da análise do ambiente interno se dá pelo fato de que a organização consegue verificar quais são suas forças e fraquezas, assim podendo ganhar vantagem competitiva utilizando e aumentando suas forças para aumentar sua participação de mercado, criando estratégias para minimizar ou até mesmo aniquilar suas fraquezas. Próximo tópico abordará o conceito de Força da análise do ambiente interno.

(39)

2.3.2 Força

Os pontos fortes ou as forças de uma empresa são as variáveis internas e controláveis que possibilitam condições favoráveis para a empresa em relação ao seu ambiente. São aspectos ou qualidades da empresa, que podem influenciar positivamente o desempenho da empresa. Os pontos fortes devem ser utilizados amplamente pela organização (SILVA et al., 2014).

Segundo Daft (apud DESTACIO, 2010) conceitua força como:

As forças são aspectos positivos de uma empresa que possibilitam o alcance de seu desempenho inicialmente almejado pela estratégia, seja em relação à conquista e fidelização do cliente, ao nível de produção e inovação da empresa, aos custos da produção, à disponibilidade de recursos financeiros.

Para Martins (apud SILVA et al., 2014) são os aspectos mais positivos da empresa em relação ao seu produto, serviço ou unidade de negócios, devem ser fatores que podem ser controlados pela própria empresa e relevantes para o planejamento estratégico.

As forças são fatores internos de suma importância para que a empresa tenha total controle, e devem ser amplamente explorados ao máximo para que a organização tenha uma boa vantagem de competitividade no mercado e que diminua suas fraquezas. Seguindo o contexto do tópico, a seguir será aborado o conceito de Fraquezas da análise do ambiente interno.

2.3.3 Fraquezas

As fraquezas são aspectos internos que prejudicam o desempenho de uma organização. Segundo Clavel (apud MEDEIROS et al., 2010), as fraquezas representam os pontos negativos existentes na empresa, desde seus controles internos até os valores agregados à marca da empresa. Ainda Clavel (apud MEDEIROS et al., 2010) afirma que é verdade dizer que existe dificuldade no embasamento das fraquezas, pois as empresas não estão objetivando o reconhecimento das mesmas.

A autora Silva et al. (2014) afirma que “para ter obter um bom desempenho a

(40)

e seus pontos fortes e fracos, assim a empresa poderá alcanças seus objetivos e manter-se à liderança de mercado.”

A fraqueza é uma situação interna da empresa totalmente negativa, e deve ser observada incessantemente, melhorada ou aniquilada para futuramente não dificultar a competitividade da organização. Próximo tópico a seguir abordará outro lado da ferramenta SWOT, o conceito de análise do ambiente externo.

2.3.4 Análise do Ambiente Externo

Para o ambiente externo ser analisado, deve ser avaliado, por exemplo, a surgimentos de novos mercados, diversificação, mudança de hábitos do consumidor, produtos substitutos, entrada de novos concorrentes e etc. (SILVA et al., 2014).

Conforme Cobra (apud SILVA et al., 2014, p. 07), “o ambiente externo envolve uma análise das forças macro ambientais (demográficas, econômicas, tecnológicas, políticas, legais, sociais e culturais) e dos fatores micro ambientais (consumidores, concorrentes, canais de distribuição, fornecedores). Procura identificar duas coisas: oportunidades e ameaças.”

O conhecimento desses fatores e elementos que compõem o ambiente externo possibilita à organização a enfrentar melhor suas ameaças e aproveitar melhor suas oportunidades, auxiliando os dirigentes da organização na projeção de previsões que ajudem a tornar esses elementos mais favoráveis à estratégia da organização ou a reduzir seus impactos (DESTACIO, 2010).

As analises devem ser constantemente antes e após o desenvolvimento das estratégias da empresa, sendo através desta forma o acompanhamento e aumentando a possibilidade de identificar em tempo hábil as oportunidades e ameaças que se apresentam no mercado (FAUSTINO, 2012).

O ambiente externo influi diretamente nos fatores internos de uma organização, e a empresa precisa estar atenta. O acompanhamento é de suma importância para que o gestor através da analise possa identificar oportunidades e ameaças, e desenvolver estratégias para tirar proveito das oportunidades e minimizar ou aniquilar as ameaças da organização. Próximo tópico a seguir abordara conceito sobre as oportunidades.

(41)

2.3.5 Oportunidades

São aspectos positivos da organização inserida com potencial de fazer crescer a sua vantagem competitiva. As oportunidades podem ser abstraídas de diversas características ou situações, como a dinâmica competitiva de mercado em questão, ou de fatores demográficos, econômicos, políticos, tecnológicos, sociais ou legais (MEDEIROS et al., 2010).

Para Martins (apud SILVA et al., 2014, p.07) as oportunidades são aspectos mais positivos do produto/serviço da empresa em relação ao mercado onde está ou irá se inserir. São fatores que não podem ser controlados pela própria empresa e relevantes para o planejamento estratégico. Ainda Martins (apud SILVA et al., 2014, p.07) faz um ressalva:

Considera as oportunidades como chances que uma empresa tem para atender seus clientes, suprindo uma ou mais necessidades não satisfeitas pelo mercado, analisando as possibilidades de êxito do novo negócio. As oportunidades estão ligadas a lucratividade da empresa, pois podem ampliar sua receita

Na maioria das vezes a oportunidade influi de forma positiva no ambiente interno da uma organização, oferecendo para a organização chances de lucratividade a partir da descoberta de novos clientes e novos mercados. No entanto é necessária a avaliação das condições e viabilidade da empresa para utilizar estas oportunidades como estratégia competitiva (SILVA et al., 2014)

As oportunidades devem ser observadas porque refletem a realidade externa da organização, pois elas afetam tanto quanto no ambiente externo quanto no interno da organização.

2.3.6 Ameaças

Conforme Medeiros et al. (2010) “as ameaças fazem referência aos aspectos negativos os quais podem diminuir o potencial da empresa dentro do seu ramo, mercado, objetivo, etc. Elas podem comprometer seriamente, até mesmo, os pontos fortes da empresa, inviabilizando-os ou destruindo-os.”

Referências

Documentos relacionados

Para além deste componente mais prático, a formação académica do 6º ano do MIM incluiu ainda disciplinas de cariz teórico, nomeadamente, a Unidade Curricular de

Desta forma, conforme Winnicott (2000), o bebê é sensível a estas projeções inicias através da linguagem não verbal expressa nas condutas de suas mães: a forma de a

As análises serão aplicadas em chapas de aços de alta resistência (22MnB5) de 1 mm de espessura e não esperados são a realização de um mapeamento do processo

No primeiro livro, o público infantojuvenil é rapidamente cativado pela história de um jovem brux- inho que teve seus pais terrivelmente executados pelo personagem antagonista,

Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo realizar testes de tração mecânica e de trilhamento elétrico nos dois polímeros mais utilizados na impressão

Estudos sobre privação de sono sugerem que neurônios da área pré-óptica lateral e do núcleo pré-óptico lateral se- jam também responsáveis pelos mecanismos que regulam o

Os principais objectivos definidos foram a observação e realização dos procedimentos nas diferentes vertentes de atividade do cirurgião, aplicação correta da terminologia cirúrgica,

Finally,  we  can  conclude  several  findings  from  our  research.  First,  productivity  is  the  most  important  determinant  for  internationalization  that