SUS – 25 anos do direito
à saúde
Ana Costa Cebes - Centro Brasileiro de Estudos sobre Saúde
• A saúde no Brasil antes do SUS (1988): Assistência médica previdenciária X saúde pública
• Movimento de Reforma Sanitária (MRS) • Democratização da sociedade
• Democratização da saúde = direito à saúde • Porque conseguimos criar (na lei) um sistema universal?
Ampliacion de cobertura
Consolidacion del sistema publico de salud Controle y participación social
Consciencia critica sobre la salud
Formacion de professionales de salud
Producion y inovacion de insumos tenologicos
•Criou instâncias de participação social.
•Criou Fundos de Saúde para repasse fundo a
fundo
•Criou espaços de cooperação entre entes
governamentais (CIB, CIT, Mesa de negociação)
Ampliou a base técnica e capacidade de gestão nos municípios, estados e gov. federal
Incluiu milhões de brasileiros na Atenção Básica
Possui o maior programa público de imunização do mundo
Garante programa de Controle da AIDS reconhecido mundialmente
Realiza milhões de procedimentos, transplantes, cirurgias, etc.
Expandiu a rede de atenção básica pública 45.000 UBS
Expandiu os serviços ambulatoriais especializados: - 29.374
clínicas
16.226 Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Terapia. Destes apenas
6,4% são públicos
Redução de leitos hospitalares: 3,3 leitos/1000 (1993) para 1,9
leitos/1000 (2010)
Apenas 35,4% dos leitos hospitalares são públicos
69,1% dos hospitais são privados. Somente 38,7% dos leito
privados estão disponíveis para o SUS.
(Paim, Travassos, Almeida, Bahia, Macinko, 2011) SUS 25 anos - infraestrutura
IMPASSES
•
Derecho a la salud en la sociedade brasileira•
El poder de las elites•
El crescimento del sector privado em salud•
Subsidios, renuncia fiscal•
regulacion del setor privado problemática•
Financiamento•
Cultura sanitária• O direito à saúde não foi incorporado subjetivamente pela sociedade sociedade brasileira
•O Brasil fez as reformas neoliberais na década de 1990 propostas pelo BM
•A sociedade brasileira nunca assumiu que o SUS era para todos
•Os trabalhadores organizados optam por planos de saúde • O MRS não conseguiu estabelecer uma comunicação
efetiva com a sociedade
•Os governos nunca levaram a sério o direito à saúde •O setor privado não é "complementar" mas substitutivo
O DIREITO À SAÚDE AMEAÇADO
Recente pesquisa entre eleitores no
Estado de São Paulo revelou que 75%
dos respondentes desejam planos
privados subvencionados pelo
governo e somente 35% desejam
melhor utilização dos recursos
arrecadados pelo governo em sistema
público universalizado de qualidade
1.Condições de trabalho
2.Precarização dos vínculos
3.50% dos trabalhadores são tercerizados
4.Apesar da atribuição legal, o SUS não tem regulado a formação e a alocação dos trabalhadores da
saúde.
As instituições de ensino formam para o mercado, e o setor privado compete com o SUS na absorção dos trabalhadores da saúde
insatisfação dos trabalhadores da saúde, tanto com as condições de trabalho de que dispõem quanto
com o resultado do trabalho que realizam.
Falta um pacto entre os trabalhadores do setor e o SUS.
1.O gasto é predominante privado, apesar da existência do sistema
público universal - SUS;
2.O financiamento público está presente em todos os segmentos do
sistema;
3.A participação do setor público é baixa, quando comparada a
outros países, embora tenha aumentado discretamente desde 2000.
4.Diferentemente de países com cobertura universal, como Canadá,
Inglaterra, etc. o segmento de Planos e Seguros de Saúde não é complementar, mas duplicado em relação ao SUS;
5.O gasto privado direto das famílias é muito elevado.
Total
8,8% do PIB
(OMS, 2012) - não é pouco.
Mas:
(1) participação
pública
3,83% do PIB; 43,6% do gasto total;(2) participação do
gasto privado
- 4,96% do PIB, 56,4% do gasto total.1 - Na comparação com outros países
Nos países da OCDE – próximo de 70%;
Na Argentina, Uruguai e Colômbia - 66%, 65% e
72,7%, respectivamente (OMS, 2012)
No Brasil, a participação do setor público no
financiamento é baixa –
43,6% do gasto totalCanadá Espanha Reino Unido Brasil Uruguai Chile Argentina Estados Unidos Pública Privada
No SUS
Nos funcionários civis e militares
Nas ONGs
Nos Planos e Seguros de Saúde
No Desembolso Direto
O financiamento público está em todo o
sistema
O gasto público com saúde no Brasil é baixo,
considerando que o SUS é de acesso universal e o atendimento integral;
O financiamento público não se destina somente
ao SUS.
Isso sinaliza que, além do montante envolvido,
Fortíssimos subsídios públicos diretos e indiretos.
Renúncia fiscal, equivale hoje a mais de 23% dos
gastos do MS e de 158% do lucro líquido declarado das empresas de planos privados de saúde.
Deduções no IRPF E IRPJ
Isenções especiais a hospitais privados
Co-financiamento público de planos privados à
servidores e empregados públicos
Não ressarcimento ao SUS dos serviços públicos
prestados aos afiliados as operadoras.
IRPF R$. 7,86 bilhões; IRPJ R$. 2,58 bilhões;
Instituições sem finalidade lucrativa – R$. 2,1 bilhões; Prod. Químico Farmacêuticos – R$ 0,8 bi
Medicamentos – R$. 2,84 bilhões;
Total Saúde – R$. 16,0 bilhões – 11,6% do gasto público de 2010.
Fonte: Secretaria da Receita Federal (2012)
CRESCIMENTO DO SETOR PRIVADO (Paim,
Travassos, Almeida, Bahia, Macinko, 2011)
Em 1981, 6% das internações foram pagas com planos de saúde.
Em 2008 cresceu para 20%.
Em 1981, a previdência pagou 75% das internações. Em 2008 o SUS pagou apenas 67% das internações.
Em 2013 - 30% da população tem algum tipo de plano de saúde.
Aumento dos gastos e dos custos com saúde, pelo consumo
induzido de medicamentos, exames e serviços;
A incorporação tecnológica se dá sem qualquer
regulamentação (regulada pela oferta)
Dificuldade em mudar o modelo de atenção à saúde centrado
na doença para um modelo em defesa da vida;
Relativização da importância dos profissionais de saúde no
processo de trabalho e no cuidado em saúde, onde a
tecnologia ganha centralidade em detrimento da clínica;
Cosequências da mercantilização da
saúde
•Ausência de mecanismo que garanta o financiamento do sistema. •Subfinanciamento público do SUS e superisenção privada na saúde. •Precarização das relações, condições e remuneração dos
trabalhadores da saúde.
•Pouca mudança no modelo de atenção a saúde e na forma de gestão do sistema.
•Incapacidade de organizar o sistema de forma regionalizada – em rede.
•Permanência da lógica da reforma neoliberal no interior do Estado
Precarização dos vínculos de trabalho
A continuidade da remuneração de serviços
assistenciais por produção.
Atenção Básica não resolutiva e sem conseguir
ser porta de entrada e ordenadora das linhas de
cuidado em todos os níveis do sistema.
•
Construcion de outra hegemonia politica sobre la salud•
Salud al centro del desarrollo•
Ampliacion de la consciência critica•
El papel de los movimentos socialesRedução progressiva dos subsídios fiscais, iniciando pelo fim do
financiamento de planos de saúde de funcionários públicos
Aumento da oferta pública de serviços de média e alta complexidade
Maior regulação do setor privado - saúde é um setor de interesse público.
Deve estar subordinado aos interesses públicos.
O setor privado não pode caminhar alheio aos problemas de saúde da
população, deve ser responsabilizado pelos níveis de saúde da população.
Rediscutir o papel do Segmento suplementar no sistema de saúde brasileiro Qual arranjo público-privado garante o interesse público?
Estabelecer mecanismos claros e ter informações sobre o repasse de
recursos públicos para o setor privado
Identificar o que é inaceitável e intolerável no campo da saúde,
estamos aceitando o inaceitável e tolerando o intolerável no SUS.
Investir na gestão pública
Democratização/“desprivatização” – republicanização – do
Estado com reforma política, tributária, administrativa etc.
Compromisso com o modelo de atenção com base na
implementação conjugada da universalidade, igualdade e integralidade
Financiamento federal mínimo: 10% da RCB da União Recuperação do OSS, extinção da DRU no OSS e revisão
da limitação de pessoal na LRF.
A compra de serviços complementares no setor privado
deve ser acompanhada de cumprimento de metas qualitativas e quantitativas previamente pactuadas segundo as necessidades da população e a
implementação do novo modelo de atenção
Retomar a noção de seguridade social (saúde,
previdência e assistência) presente na Constituição Federal
SUS ameaçado
Na aparência – tem a direção intelectual e
moral do SUS, assegurado por lideranças do
movimento sanitário que ocupam posições
importantes no governo (sobretudo federal).
Na essência prevalecem os interesses do
capital, assegurados por seus representantes
dentro e fora dos governos – em todos os
níveis de gestão (Federal, estadual e
municipal).