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1 Coordenação-Geral de Tributação

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Coordenação-Geral de Tributação

     

Solução de Consulta

Solução de Consulta nº nº 343343 - - CositCosit

Data

16 de dezembro de 2014

Processo

     

Interessado

     

CNPJ/CPF

     

A

SSUNTO

: O

BRIGAÇÕES

A

CESSÓRIAS

DIPJ. ECD.

No caso de transformação de sociedade de economia mista para autarquia, deve a pessoa jurídica original entregar a DIPJ (Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica) e a ECD (Escrituração Contábil Digital) até o último dia útil do mês subsequente ao do evento, observado o disposto na IN RFB n. 946/2009.

.

Dispositivos Legais: Lei 6.404/1976, art. 220; Código Civil, art. 1.113;

IN RFB n. 787/2007, art. 5o, § 1o; IN RFB n. 1.264/2012, arts. 4o, § 1o, II,

e 5o, § 1o.

Relatório

Trata-se de procedimento de consulta disposto no § 2º do art. 161 do Código Tributário Nacional (CTN) – Lei nº 5.172, de 25/10/1966, e nos arts. 46 e seguintes do Processo Administrativo Fiscal (PAF) - Decreto nº 70.235, de 06/03/1972. Efetuado o juízo de admissibilidade pela Seção de Orientação e Análise Tributária (Saort), da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Joinville (SC), de acordo com o art. 23 da IN SRF nº 1.396, de 16/09/2013, que regula o presente procedimento. Tem-se que o consulente é autarquia municipal, cuja atividade é “o cumprimento às políticas de segurança municipal e cidadania, trânsito” (Lei Complementar Municipal n. 378/2012).

2. A consulta tem por objeto a repercussão da transformação da natureza jurídica da consulente (de sociedade de economia mista em autarquia, mediante a Lei Complementar Municipal n. 378/2012) na entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (Dipj 2012). Relata-se que a IN RFB 1.264/2012, que aprova o programa gerador e as instruções para preenchimento da Dipj 2012, trata apenas das situações de cisão, fusão, incorporação e extinção. Também o art. 5o da IN RFB 787/2007,

que institui a Escrituração Contábil Digital, estabelece que:

Art. 5º A ECD será transmitida anualmente ao Sped até o último dia útil do mês

de junho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira a escrituração. § 1º Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, a ECD deverá ser entregue pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas,

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fusionadas, incorporadas e incorporadoras até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento.

§ 2º O prazo para entrega da ECD será encerrado às 23h59min59s (vinte e três horas, cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove segundos), horário de Brasília, do dia fixado para entrega da escrituração.(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.056, de 13 de julho de 2010)

§ 3º Excepcionalmente, em relação aos fatos contábeis ocorridos entre 1º de janeiro de 2008 e 31 de maio de 2009, o prazo de que trata o § 1º será até o último dia útil do mês de junho de 2009. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 926, de 11 de março de 2009)

§ 4º Excepcionalmente, em relação aos fatos contábeis ocorridos entre 1º de janeiro de 2009 e 30 de junho de 2010, o prazo de que trata o caput e o § 1º será até o dia 30 de julho de 2010. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.056, de 13 de julho de 2010)

§ 5º A obrigatoriedade de entrega da ECD, na forma prevista no § 1º, não se aplica à incorporadora, nos casos em que as pessoas jurídicas, incorporadora e incorporada, estejam sob o mesmo controle societário desde o ano-calendário anterior ao do evento. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.139, de 28 de março de 2011)

§ 6º Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, ocorridos de janeiro a maio do ano da entrega da ECD para situações normais, o prazo de que trata o § 1º será até o último dia útil do mês de junho do referido ano. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.352, de 30 de abril de 2013)

3. A dúvida trasida pela consulente consiste em saber o prazo para entrega das obrigações relativas à Dipj e à ECD, quanto ao período de 01 de janeiro a 04 de julho de 2012, período em que estava sujeita à tributação com base no lucro real, por ser contribuinte do IRPJ, da CSLL, da Cofins e do Pis.

Fundamentos

4. Preliminarmente, ressalta-se que esta consulta não trata de incidência tributária, por quanto não há elementos para se afirmar que o consulente tem ou não atividade econômica, de modo a elidir possível imunidade ou não incidência tributária (CF, art. 150, VI, “a”, e § 2o, e art. 173). Assim sendo, a análise desta consulta tem por escopo

somente o questionamento relativo à entrega de DIPJ em função da transformação havida. 5. A Lei das Sociedade por Ações (Lei n. 6.404/1976) conceitua transformação da seguinte forma:

Transformação Conceito e Forma

Art. 220. A transformação é a operação pela qual a sociedade passa, independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro.

Parágrafo único. A transformação obedecerá aos preceitos que regulam a constituição e o registro do tipo a ser adotado pela sociedade.

6. A transformação de uma pessoa jurídica é disciplinada pelo art. 1.113 do Código Civil, do seguinte modo:

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Art. 1.113. O ato de transformação independe de dissolução ou liquidação da sociedade, e obedecerá aos preceitos reguladores da constituição e inscrição próprios do tipo em que vai converter-se.

7. Lecionam TEPEDINO, BARBOZA e MORAES que o art. 1.113 do Código Civil:

diferentemente do art. 220 da L. 6.404/1976, absteve-se de definir a operação de transformação societária. Nos termos daquele dispositivo [art. 220 da Lei n. 6.404/1976], consubstancia-se a transformação na operação segundo a qual a sociedade se transmuda, independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro. O preceito em análise [art. 1.113 do Código Civil], por sua vez, tratou da principal peculiaridade da transformação, consubstancia-se na manutenção da personalidade jurídica da sociedade transformada. Esse aspecto, hoje incontroverso, já suscitou polêmica na doutrina clássica, afirmando-se, inclusive, que outra pessoa jurídica surgia após a transformação (Trajano de Miranda Valverde, Sociedades. P. 67).

A operação de transformação promove alteração do ato constitutivo da sociedade para imprimir-lhe outra tipicidade, sem descontinuidade ou alteração de sua personalidade jurídica (Nelson Abrão, Transformação, p. 65).

A determinação legal de observância “aos preceitos reguladores da constituição e inscrição próprios do tipo em que vai converter-se” constitui-se em requisito formal do ato de transformação (Fábio Konder Comparato, Ensaios, p. 119). (TEPEDINO, Gustavo; BARBOZA, Heloísa Helena; MORAES, Maria Celina Bodin de. Código Civil Interpretado conforme a Constituição da República. V. III. Rio de Janeiro: Renovar, 2011. p. 317)

8. O entendimento desta RFB relativo à transformação está consignado nos questionamentos 012, 013, 036 e 037, todos do manual “perguntas e respostas” da DIPJ (obtenível em http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2014/PergResp/default.htm), o qual tem natureza jurídica de norma complementar conforme o art. 100, III, do Código Tributário Nacional – CTN (Lei n. 5.172/1966): “São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: (...) III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas”.

Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão

012 O que é a transformação de uma pessoa jurídica?

Transformação é a operação pela qual a sociedade passa, independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro. Ocorre, por exemplo, quando uma sociedade por cotas Ltda. se transforma em sociedade anônima.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 220; e Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 1.113.

013 Como se processa e quais os efeitos da transformação de uma pessoa jurídica?

O ato de transformação obedecerá sempre às formalidades legais relativas à constituição e registro do novo tipo a ser adotado pela sociedade.

Consoante o RIR/1999, art. 234, nos casos de transformação e de continuação da atividade explorada pela sociedade ou firma extinta, por qualquer sócio remanescente ou pelo espólio, sob a mesma ou nova razão social, ou firma individual, o imposto continuará a ser pago como se não houvesse alteração das firmas ou sociedades.

Notas:

Não há transformação de firma individual. Caso as atividades exercidas pela firma individual venham a ser exercidas por uma nova sociedade, deverá ser providenciada a baixa no cadastro CNPJ da firma individual e a inscrição da nova sociedade que surge.

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No caso de extinção de pessoa jurídica, sem sucessor, serão considerados vencidos todos os prazos para pagamento. Normativo: Lei das S.A. – Lei nº 6.404, de 1976, art. 220, parágrafo único;

Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 1.113; e RIR/1999, arts. 234 e 863.

036 Quem responde pelos tributos das pessoas jurídicas nos casos de transformação, incorporação, fusão, extinção ou cisão?

Respondem pelos tributos das pessoas jurídicas transformadas, incorporadas, fundidas, extintas ou cindidas:

a) a pessoa jurídica resultante da transformação de outra;

b) a pessoa jurídica constituída pela fusão de outras, ou em decorrência de cisão de sociedade;

c) a pessoa jurídica que incorporar outra, ou parcela do patrimônio de sociedade cindida;

d) a pessoa física sócia da pessoa jurídica extinta mediante liquidação, ou seu espólio, que continuar a exploração da atividade social sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual;

e) os sócios, com poderes de administração, da pessoa jurídica que deixar de funcionar sem proceder à liquidação, ou sem apresentar a declaração de encerramento da liquidação.

Notas:

A responsabilidade aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nele referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data (RIR/1999, art. 209).

Normativo:

CTN – Lei nº 5.172, de 1966, arts. 129 e 132; Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 5º, caput; e RIR/1999, arts. 207 e 209.

037 Nas hipóteses previstas na pergunta 036 deste Capítulo há também responsabilidade solidária?

Sim. Respondem solidariamente pelo imposto devido pela pessoa jurídica: 1) as sociedades que receberem parcelas do patrimônio da pessoa jurídica extinta por cisão;

2) a sociedade cindida e a sociedade que absorver parcela do seu patrimônio, no caso de cisão parcial;

3) os sócios, com poderes de administração, da pessoa jurídica extinta que deixar de funcionar sem proceder à liquidação, ou deixar de apresentar a declaração de encerramento da liquidação.

Normativo:

Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 5º, § 1º; e RIR/1999, art. 207, parágrafo único.

9. De tudo o até aqui escrito, depreende-se que a sociedade resultante da transformação deve seguir as formalidades legais relativas à constituição e registro do novo tipo a ser adotado pela sociedade. Isso foi feito, uma vez que a criação da autarquia deu-se mediante edição de lei específica (no caso, lei complementar municipal n. 378/2012.

9. Conquanto a transformação não acarrete a extinção da sociedade original, nota-se que, no caso, a transformação de sociedade de economia mista para autarquia acarreta, em tese (ver parágrafo 4), alteração da natureza jurídico-tributária, pois, deixa de ser sociedade de economia mista (de natureza empresarial, ou seja, pessoa jurídica de direito privado) para autarquia (pessoa jurídica de direito público).

10. Uma vez que as autarquias são desobrigadas de apresentarem Dipj 2012 e seguintes (IN RFB n. 1.463, art. 4o, § 1o, II, das IN RFB n. 1.264/2012, 1.344/2013 e

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cuja natureza jurídica restou extinta, deve observar o disposto no parágrafo único do art. 5o

da IN RFB n. 1.264/2012, ou seja, até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento, observando-se o disposto na IN RFB n. 946/2009.

Art. 5 º As declarações geradas pelo programa gerador da DIPJ 2012 devem ser apresentadas no período de 2 de maio até as 23h59min59s (vinte e três horas, cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove segundos), horário de Brasília, do dia 29 de junho de 2012.

Parágrafo único. As declarações geradas pelo programa gerador da DIPJ

2012, pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas parcialmente, cindidas totalmente, fusionadas, incorporadoras ou incorporadas, devem ser apresentadas até as 23h59min59s (vinte e três horas, cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove segundos), horário de Brasília, do último dia útil do mês subsequente ao do evento, observando-se o disposto na Instrução Normativa RFB n º 946, de 29 de maio de 2009. (grifamos)

11. Do mesmo modo, quanto à EDC, deve-se observar o disposto no art. 5o, §

1o, da 5o da IN RFB 787/2007, que institui a Escrituração Contábil Digital, ou seja,

apresentação até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento, observado o disposto na IN RFB n. 946/2009.

Conclusão

12. Ante o exposto, conclui-se que, quando há transformação de sociedade de economia mista para autarquia, deve a pessoa jurídica original entregar a DIPJ e a ECD até às 23h59min 59s (vinte e três horas, cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove segundos), horário de Brasília, do último dia útil do mês subsequente ao do evento, observado o disposto na IN RFB n. 946/2009.

13. Consoante o disposto no art. 48 da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, os procedimentos administrativos de consulta serão solucionados em instância única, não cabendo, da presente Solução, recurso de ofício ou voluntário nem pedido de reconsideração. Excepcionalmente, se o interessado vier a tomar conhecimento de outra Solução divergente da presente, aplicada à mesma matéria e fundada em idêntica norma jurídica, caberá recurso especial, sem efeito suspensivo, para a Coordenação-Geral de Tributação (Cosit), em Brasília (DF), conforme o art. 19 da IN SRF nº 1.396/2013.

14. Propõe-se o encaminhamento dos autos do presente processo à Seção de Orientação e Análise (Seort), da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Joinville (SC), para ciência da interessada.

À consideração superior.

Assinado digitalmente

FLÁVIO AYRES DOS SANTOS PEREIRA

Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil

De acordo. Encaminhe-se à Coordenadora-Geral de Tributação Substituta.

Assinado digitalmente

MARCO ANTÔNIO FERREIRA POSSETTI

Auditor-Fiscal da RFB - Chefe da Divisão de Tributação

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15. Aprovo a Solução de Consulta. Publique-se e divulgue-se nos termos do art. 27 da IN RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013. Dê-se ciência ao interessado.

Assinado digitalmente FERNANDO MOMBELLI

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