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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO "Conciliar também é realizar justiça"

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EMENTA

PENHORA  DE  COTAS  SOCIAIS.  SOCIEDADE  DE RESPONSABILIDADE  LIMITADA.  POSSIBILIDADE. A penhorabilidade das cotas sociais, prevista no parágrafo único do art. 1.026 do CC, estende-se às sociedades limitadas, ainda que o contrato social contenha cláusulas de sua inalienabilidade. Precedentes desta Seção Especializada e do C. STJ. Agravo de Petição interposto pelos Executados desprovido.

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de AGRAVO

, provenientes da ,

DE  PETIÇÃO 04ª  VARA  DO  TRABALHO  DE  CURITIBA  -  PR

sendo Agravantes ROMEU FERREIRA RIBAS e FABRIZZIO FERREIRA RIBAS e

Agravados ANA  CAROLINA  GODRY  FARIAS  WERNECK,  COLEGIO  SÃO FRANCISCO  DE  ASSIS  S/C  LTDA.,  GIDEL  LAUREANO  MESSAGI,  CENTRO EDUCACIONAL  SFA  LTDA.  S/S  e  SOCIEDADE  EDUCACIONAL  NOVO

. TEMPO LTDA. S/S

I. RELATÓRIO

Da r. sentença de fls. 300/308, da lavra da MM. Juíza , que rejeitou os pedidos formulados, agravam os Vanessa Karam de Chueiri Sanches

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Os Executados Fabrizzio Ferreira Ribas e Romeu Ferreira Ribas, por meio do agravo de petição de fls. 311/319, buscam a reforma do julgado quanto ao tema: (a) penhora.

Contraminuta apresentada pela Exequente Ana Carolina Godry Farias Werneck às fls. 322/327.

Em conformidade com a Consolidação dos Provimentos da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho e a teor do disposto no art. 45 do Regimento Interno deste E. Tribunal Regional do Trabalho, os presentes autos não foram enviados ao Ministério Público do Trabalho.

É, em síntese, o relatório.

II. FUNDAMENTAÇÃO

1 ADMISSIBILIDADE

Presentes os pressupostos recursais, ADMITEM-SE o agravo de petição interposto pelos Executados e a respectiva contraminuta.

2 MÉRITO

A. PENHORA

A r. instância primeira rejeitou o pedido de levantamento da penhora das cotas dos sócios, consoante os seguintes fundamentos:

O inciso VI do art. 655, do CPC, de aplicação subsidiária ao processo do trabalho, nos termos do art. 882 da CLT, é claro ao dispor sobre a

(3)

A Seção Especializada do nosso E. TRT, já decidiu a respeito, conforme ementas a seguir:

TRT-PR-29-11-2013 EXECUÇÃO - PEDIDO DE PENHORA DE COTAS DE SOCIEDADE LIMITADA - ADMISSIBILIDADE Nos termos do art. 655, VI do CPC, admite-se a penhora de cotas sociais de titularidade do executado, sendo irrelevante o fato de a sociedade não compor o polo passivo, mormente quando não se logra êxito nas demais tentativas de satisfação de crédito. Agravo de petição do exequente p a r c i a l m e n t e p r o v i d o . TRT-PR-12911-2005-028-09-00-9-ACO-47748-2013 - SEÇÃO ESPECIALIZADA Relator: BENEDITO XAVIER DA SILVA Publicado no DEJT em 29-11-2013

TRT-PR-15-08-2014 EXECUÇÃO - PEDIDO DE PENHORA DE COTAS DE SOCIEDADE LIMITADA - Conforme inserto no art. 655, VI do CPC, admite-se a penhora de cotas sociais de titularidade do executado, sendo irrelevante o fato de a sociedade não compor o polo passivo. TRT-PR-03023-1997-022-09-00-6-ACO-25980-2014 - SEÇÃO ESPECIALIZADA Relator: CÉLIO HORST WALDRAFF Publicado no DEJT em 15-08-2014

A existência de previsão no contrato social das referidas empresas de que suas cotas são inalienáveis e impenhoráveis não tem o condão de alcançar o crédito trabalhista e impedir a penhora. Apenas atribuem preferência à sociedade e aos demais sócios na remição das cotas penhoradas.

O acórdão proferido pelo nosso E. TRT, em sede de agravo de petição, nos autos 06440-1998-661-09-00-3, de relatoria da Desembargadora Marlene T. Fuverki Suguimatsu, é bastante esclarecedor a respeito da presente matéria, razão pela qual entendo pertinente a sua transcrição: (...)

Diante do exposto, sendo perfeitamente possível a incidência da penhora sobre cotas de empresas das quais o devedor é sócio, rejeito a pretensão dos embargantes (fls. 304/308).

(4)

Descontentes, argumentam os Executados serem impenhoráveis as suas cotas, pois as empresas são limitadas e constituídas por familiares, sendo vedada a sua transferência e sua penhora pelo contrato social.

A possibilidade de penhora de cotas está prevista no § único do art. 1026 do CC: "se a sociedade não estiver dissolvida, pode o credor requerer a

liquidação da quota do devedor, cujo valor, apurado na forma do art. 1.031, será

" e

sepositado em dinheiro, no juízo da execução, até noventa dias após aquela liquidação

no inciso VI do art. 655 do CPC: "a penhora observará, preferencialmente, a seguinte ".

ordem: (...) ações e quotas de sociedades empresárias

Não obstante os argumentos recursais, o Código Civil não excluiu as sociedades limitadas da incidência da norma supratranscrita, ainda que seus sócios sejam integrantes da mesma família, ou que conste cláusula de inaliebilidade das cotas no contrato social. Não é outro o entendimento desta Seção Especializada, consoante o seguinte precedentes, cujos fundamentos são acrescidos às razões de decidir:

"O art. 1026, do Código Civil prevê a possibilidade de penhora de cotas da sociedade personificada, tendo em vista que o devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros (CPC, art. 591).

"Art. 1.026. O credor particular de sócio pode, na insuficiência de outros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar em liquidação.

Parágrafo único. Se a sociedade não estiver dissolvida, pode o credor requerer a liquidação da quota do devedor, cujo valor, apurado na forma do art. 1.031, será depositado em dinheiro, no juízo da execução, até noventa dias após aquela liquidação."

(5)

Tem-se que "o credor particular de um sócio, em razão de dívidas pessoais deste, poderá (...) requerer a liquidação da sua cota, apurando, pecuniariamente, seu valor, se a sociedade não estiver dissolvida, pleiteando, assim, a dissolução parcial da sociedade em relação ao sócio, seu devedor". (Maria Helena Diniz; Código Civil anotado; 12ª ed., Saraiva, 2006, art. 1.026, pp. 811/812).

O artigo 882, da CLT ao determinar a aplicação do artigo 655, VI, do CPC, deixa clara a possibilidade de penhora de quotas sociais nas execuções trabalhistas.

"Art. 655. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: (...) VI - ações e quotas de sociedades empresárias."

Neste sentido, oportuna a transcrição das considerações de José Aparecido dos Santos (in Execução Trabalhista - Homenagem aos 30 Anos da Amatra IX. LTr: São Paulo, 2008, p. 249):

"Essas frações patrimoniais admitem, em termos genéricos, a alienação ou sua conversão em pecúnia, seja por meio da venda da própria quota ou ação em determinados casos, seja por meio de liquidação".

Observa ainda SANTOS, que em relação às ações de companhias fechadas - constituídas intuito personae - e às empresas cujo capital é expresso em quotas a partir da entrada em vigor da Lei 11.382/2006, é plenamente compatível com o direito processual brasileiro a teoria da desconsideração inversa da personalidade jurídica, como forma de execução de sócios devedores.

Conforme entendimento desta Sessão Especializada, também se admite no Processo do Trabalho a adoção da teoria mencionada, possibilitando a penhora de cotas sociais e ações de titularidade do executado. A título de precedente deste Colegiado, cito o AP 00755-2002-513-09-00-2 (Relatora Desembargadora Eneida Cornel, publicado em 03/06/2011)" (TRT: 12911-2005-028-09-00-9, Relator Benedito Xavier da Silva, publicado em 29/11/2013).

Na mesma senda é o entendimento do C. STJ, de acordo com os seguintes precedentes:

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"AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PENHORA DE QUOTAS SOCIAIS.

POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE

PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282 E 356/STF. 1.- Esta  Corte  já  firmou  entendimento  que  é  possível  a penhora de quota social, inclusive, a previsão contratual de proibição à livre alienação das quotas de sociedade de responsabilidade  limitada  não  impede  a  penhora  de  tais quotas  para  garantir  o  pagamento  de  dívida  pessoal  de sócio.  Isto  porque,  referida  penhora  não  encontra vedação  legal  e  nem  afronta  o  princípio  da  affectio societatis, já que não enseja, necessariamente, a inclusão

. de novo sócio

2.- O prequestionamento, entendido como a necessidade de o tema objeto do recurso haver sido examinado pela decisão atacada, constitui exigência inafastável da própria previsão constitucional, ao tratar do recurso especial, impondo-se como um dos principais requisitos ao seu conhecimento. Não examinada a matéria objeto do especial pela instância a quo, incidem os enunciados 282 e 356 da Súmula do Supremo Tribunal Federal.

3.- Agravo improvido" (AgRg no AREsp 231266 / SP AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2012/0194699-8, Relator(a) Ministro SIDNEI BENETI, Órgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA, Data do Julgamento 14/05/2013, Data da Publicação/Fonte DJe 10/06/2013) - grifou-se.

"TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO A QUO. PENHORA DE COTAS DE SOCIEDADE DE RESPONSABILIDADE. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. MATÉRIA DE

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PROVA. PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE. SÚMULA 7/STJ.

1. Cuida-se de agravo regimental interposto por Indústria e Comércio Arno Gartner Ltda. contra decisão com o seguinte entendimento: a) não consta o vício da omissão a ensejar a anulação do julgado por violação do art. 535, II, do CPC; b) possibilidade de penhora de cotas de responsabilidade limitada encontra-se em sintonia com o entendimento deste STJ; c) questões de ordem fática não podem ser revistas na via especial em face da vedação sumular n. 7/STJ.

2. Entendimento do TRF da 4ª Região de que inexiste óbice à penhorabilidade de cotas sociais em virtude de dívida particular não concernente à empresa encontra respaldo na jurisprudência deste STJ: "As  cotas  sociais  podem  ser penhoradas,  pouco  importando  a  restrição  contratual, considerando que não há vedação legal para tanto e que o " contrato  não  pode  impor  vedação  que  a  lei  não  criou (REsp 234.391/MG, DJ de 12/02/2001).

3. De igual modo: REsp 712.747/DF, Rel. Min. Castro Filho, DJ de 10/04/2006, AgRg no Ag 475.591/RS, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, DJ de 23/06/2003, AgRg no Ag 347.829/SP, Rel. Min. Ari Pargendler, DJ de 01/10/2001. 4. A alegação de que a execução não se processou em obediência ao que dispõe o art. 620 do CPC (menor onerosidade), porquanto existentes outros bens passíveis de penhora enseja a análise de questões fáticas. Incidência da Súmula n. 7/STJ.

5. Ausência de violação do art. 535 II, do CPC, já que o Tribunal de origem, posto que com fundamento diverso do pretendido pela recorrente, analisou de forma efetiva a matéria posta em debate na lide.

6. Agravo regimental não-provido" (AgRg no Ag 894161 / SC AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE

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INSTRUMENTO 2007/0082222-5, Relator(a) Ministro JOSÉ DELGADO, Órgão Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA, Data do Julgamento 11/09/2007, Data da Publicação/Fonte DJ 08/10/2007 p. 224) - grifou-se.

Posto isso, mantém-se a r. sentença.

III. CONCLUSÃO

Pelo que,

os Desembargadores da Seção Especializada ACORDAM

do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, por unanimidade de votos, ADMITIR O , assim como a AGRAVO  DE  PETIÇÃO  INTERPOSTO PELOS  EXECUTADOS

respectiva contraminuta. No mérito, por igual votação, NEGAR  PROVIMENTO  AO , nos termos da fundamentação.

AGRAVO DE PETIÇÃO DOS EXECUTADOS Custas na forma da lei.

Intimem-se.

Curitiba, 26 de janeiro de 2015. PAULO RICARDO POZZOLO DESEMBARGADOR RELATOR

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