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CURSOS PROFISSIONAIS NOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO PÚBLICO, PARTICULAR E COOPERATIVO E NAS ESCOLAS PROFISSIONAIS

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ELATÓRIO

2017

Agrupamento de Escolas de Marinha

Grande Poente

MARINHA

GRANDE

Área Territorial de Inspeção do Centro

CURSOS

PROFISSIONAIS

NOS

ESTABELECIMENTOS

DE

ENSINO

PÚBLICO,

PARTICULAR

E

COOPERATIVO

E

NAS

ESCOLAS

PROFISSIONAIS

(2)

No contexto da integração europeia e do desafio do desenvolvimento económico e social que urgia promover, a qualificação dos recursos humanos do país, através da multiplicação da oferta de formação profissional e profissionalizante, tornou-se um dos vetores da modernização da educação. Com a publicação do Decreto-Lei n.º 26/89, de 21 de janeiro foram criadas as escolas profissionais e os cursos profissionais, da iniciativa conjunta dos então Ministérios da Educação e do Emprego e da Segurança Social, em cooperação com entidades públicas e privadas, apresentando-se como uma alternativa de formação após o 9.º ano de escolaridade.

Em 2004-2005, com a reforma do Ensino Secundário, os cursos profissionais passam a fazer parte integrante do nível secundário da educação, assistindo-se a um crescimento da oferta de formação inicial nas escolas secundárias públicas. O ensino profissional deixa de ser uma modalidade especial de educação e passa a integrar a diversidade de ofertas qualificantes de dupla certificação do ensino secundário de educação. A sua generalização, em 2006-2007, a todas as escolas públicas, conjugada com a decisão de estabelecer 12 anos de escolaridade obrigatória, torna evidente que a elevação da qualificação dos portugueses continua a ser uma prioridade nacional, desempenhando os cursos profissionais um importante contributo para a concretização deste objetivo.

Perante esta realidade, a Inspeção-Geral da Educação e Ciência, no exercício das suas competências consignadas no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de janeiro, está a desenvolver a atividade Cursos Profissionais no Ensino Público, Particular e Cooperativo e nas Escolas Profissionais que tem como objetivos:

Assegurar o controlo da legalidade no âmbito da organização dos cursos profissionais;

Analisar os critérios de racionalização e integração das redes de oferta educativa existentes;

Aferir a adequação do quadro normativo à realidade, identificando eventuais constrangimentos

com vista à elaboração de propostas de alteração.

O presente relatório apresenta as considerações finais e recomendações/sugestões de melhoria da atividade cursos profissionais nos estabelecimentos de ensino público, particular e cooperativo e nas escolas profissionais, relativamente à organização e funcionamento destes cursos, à gestão modular, à avaliação das aprendizagens, aos resultados e à capacidade de melhoria da escola/agrupamento de escolas. As considerações finais decorrem da análise documental, particularmente dos indicadores de sucesso dos formandos/formandos, da observação dos contextos educativos e da realização de entrevistas.

Espera-se que este relatório constitua um instrumento de reflexão e debate da comunidade educativa e contribua para a construção e aperfeiçoamento de indicadores para a melhoria e desenvolvimento da formação profissional dos jovens.

A equipa regista a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da intervenção.

(3)

Decorrente da análise documental, dos contextos educativos e das entrevistas realizadas, a equipa de inspetores formula as seguintes considerações:

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO

1. O Agrupamento de Escolas de Marinha Grande Poente, com sede na Escola Secundária Eng.º Acácio

Calazans Duarte, ministra todos os níveis de educação e ensino.

2. A população escolar é constituída por 2815, de entre crianças, alunos e formandos: 304 crianças na

educação pré-escolar; 1464 alunos no ensino básico; 42 formandos no curso vocacional do ensino secundário; 627 alunos nos cursos científico-humanísticos e 224 formandos nos cursos profissionais de nível IV (8% do total de alunos e 25,8% alunos que frequentam o ensino secundário).

3. A equipa docente é constituída por 249 elementos: 207 educadoras/professores do quadro (cinco dos

quais lecionam exclusivamente cursos profissionais); 34 professores contratados (um dos quais leciona exclusivamente cursos profissionais) e oito formadores externos. O pessoal não docente é formado por 70 trabalhadores: 14 assistentes técnicos, 53 assistentes operacionais e três outros trabalhadores (uma psicóloga, um mediador e um técnico de serviço social).

4. Para além dos espaços de apoio educativo e de orientação profissional, espaços sociais e de convívio

e de salas sem requisitos especiais, a Escola sede dispõe, de um modo geral, de instalações e equipamentos de qualidade, nomeadamente de centro de recursos educativos com espaço de biblioteca, oficinas de mecânica, laboratórios de: próteses dentárias, informática, biologia, multimédia; cozinha pedagógica, sala de refeições, campo polidesportivo coberto, ginásio, campo com relvado sintético, sala da saúde, sala de desenho técnico, sala com programas específicos (p. ex.: AutoCAD), auditório e miniauditório, Museu e sala de desenvolvimento de projetos.

ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CURSOS PROFISSIONAIS DE NÍVEL SECUNDÁRIO DE EDUCAÇÃO

1.- Documentos Orientadores

1.1. Para a construção do projeto educativo (PE) foi ouvida a comunidade educativa e os representantes

da comunidade local, nomeadamente empresas e associações empresariais. Este documento define objetivos, metas e estratégias, mas não define modos específicos de organização e gestão curricular dos cursos profissionais.

1.2. O Plano Anual de Atividade integra a planificação e programação de ações e articula com as metas

definidas no PE. Contudo, existe um número reduzido de atividades propostas para os cursos profissionais (cinco - no âmbito do respetivo departamento).

1.3. O Regulamento Interno, sendo um documento bem estruturado, integra algumas especificidades

relativas aos cursos profissionais definindo: a organização e o funcionamento do departamento de formação profissional e vocacional, a coordenação pedagógica, os critérios de avaliação, os regulamentos da Formação em Contexto de Trabalho (FCT) e da Prova de Aptidão Profissional (PAP), o regime de assiduidade, os mecanismos de promoção do cumprimento dos planos de formação, de reposição das horas de formação e de recuperação dos módulos em atraso.

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2.- Oferta Formativa e sua divulgação

2.1. A oferta formativa dos cursos profissionais está homologada pela Direção-Geral dos

Estabelecimentos Escolares (DGEstE). Teve em consideração as necessidades do setor empresarial, as necessidades dos formandos e a adequabilidade das instalações e equipamentos, bem como da demais logística associada ao desenvolvimento da formação prática, laboratorial, oficinal e em contexto de trabalho.

2.2. O Agrupamento divulga os cursos e as qualificações através de placardes, do jornal do

Agrupamento, de jornais locais, de folhetos informativos e da página na Internet, de forma a incentivar a aceitação do ensino profissional pela comunidade educativa.

2.3. O Serviço de Psicologia e Orientação (SPO) desenvolve atividades de orientação escolar e

vocacional junto dos alunos, encontrando-se as mesmas integradas no plano Anual de Atividades. Este serviço tem organizado, também, ações junto dos pais e encarregados de educação, no início de cada ano escolar, no sentido de os sensibilizar para a importância do ensino profissional.

2.4. Os responsáveis do Agrupamento reúnem com várias Associações Empresariais da região, tendo

criado o seu próprio conselho consultivo por forma a monitorizar as exigências do mercado de trabalho e o ajustamento da oferta formativa.

3.- Constituição de turmas e gestão da carga horária dos cursos profissionais

3.1. São 10 as turmas dos cursos profissionais em funcionamento, no presente ano letivo, constituídas

do seguinte modo:

- 1.º ano (quatro turmas) – Técnico de Multimédia (22 formandos); Técnico de Restauração - variante Cozinha/Pastelaria (23 formandos); Técnico de Transformação de Polímeros e Técnico Comercial (15 + 13 formandos, respetivamente); Técnico de Auxiliar Protésico e Técnico Auxiliar de Saúde (12 + 13 formandos, respetivamente);

- 2.º ano (três turmas) – Técnico de Restauração - variante Cozinha/Pastelaria (26 formandos); Técnico de Transformação de Polímeros e Técnico de Energias Renováveis (7 + 9 formandos, respetivamente); Técnico Auxiliar Protésico e Técnico Auxiliar de Saúde (13 + 9 formandos, respetivamente);

- 3.º ano (três turmas) – Técnico de Restauração - variante Cozinha/Pastelaria (17 formandos); Técnico Auxiliar Protésico e Técnico Auxiliar de Saúde (12 + 12 formandos); Técnico de Contabilidade e Técnico de Energias Renováveis (14 + 7 formandos, respetivamente).

3.2. Agrupamento definiu critérios gerais para a elaboração dos horários dos formandos, mas não para

a sua distribuição pelas entidades de acolhimento que asseguram a FCT.

3.3. A distribuição da carga horária global tem, no conjunto dos três anos, na generalidade dos cursos,

um número de horas superior ao previsto na matriz curricular.

3.4. As aulas de Educação Física respeitam o intervalo de uma hora depois de findo o período definido

para o almoço, sendo este superior a uma hora.

4.- Formação em contexto de trabalho

4.1. O Agrupamento celebrou protocolos com as entidades de acolhimento que asseguram o

desenvolvimento de atividades profissionais compatíveis e adequadas ao perfil profissional dos cursos frequentados pelos formandos.

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que a duração do estágio é de 200 horas por ano, cinco dias por semana e oito horas diárias. O contrato de formação assinado entre a escola, o formando e o encarregado de educação é omisso relativamente a esta matéria. No registo de assiduidade dos formandos, consta a realização de 8 horas diárias de trabalho ao longo de 5 dias por semana num total de 40 horas semanais.

4.3. O contrato de formação não integra o plano de trabalho individual, nem lhe faz referência. Este

documento existe, mas em modelo próprio designado por Caderneta de Estágio que operacionaliza o plano de trabalho individual. Verificou-se que os relatórios de visita, o plano semanal do formando e a folha/grelha de avaliação da FCT não estavam assinados pelo professor orientador.

4.4. A Caderneta de Estágio está assinada pelo professor orientador da FCT, pelo tutor, pelo formando

ou pelo encarregado de educação caso o mesmo seja menor de idade. Contudo, este documento não identifica: os conteúdos, a programação, o período, o horário de realização das atividades, as formas de monitorização e acompanhamento nem os direitos e deveres da entidade onde se realiza a FCT.

5.- Serviço docente

5.1. O Agrupamento não definiu critérios para a distribuição do serviço docente para os cursos

profissionais.

5.2. A direção, no respeito pelos normativos em vigor, designou os diretores de curso, os professores

orientadores acompanhantes da PAP e os orientadores da FCT.

5.3. Os horários estão elaborados de modo a permitir o acompanhamento dos formandos e as

deslocações às entidades de acolhimento. No entanto, não estão previstas horas comuns entre docentes para desenvolver trabalho colaborativo, tal como se constata nos relatórios anuais da diretora de curso de Técnico de Restauração, referentes ao triénio 2013-2016.

5.4. Relativamente à formação contínua e qualificação dos recursos humanos, no âmbito dos cursos profissionais de nível secundário, regista-se que os docentes têm frequentado ações de formação contínua acreditadas e internas com algum impacto na melhoria das práticas pedagógicas. Relevam-se a do Ensino Profissional numa Escola para todos ao nível da organização do trabalho do diretor de curso e a “Oficina de formação de professores em Empreendedorismo” ao nível da comunicação e espírito de iniciativa.

6.- Estruturas e cargos de coordenação pedagógica

6.1. O departamento de formação profissional e vocacional, constituído pelos diretores de curso dos

cursos profissionais, vocacionais e de educação e formação, assegura a supervisão dos respetivos cursos e estabelece a ligação entre a Escola e o mundo do trabalho.

O Agrupamento tem um departamento de formação profissional e vocacional, estrutura de natureza técnico-pedagógica, que tem como finalidades assegurar a supervisão dos cursos profissionais, dos cursos vocacionais e estabelecer a ligação entre a Escola e o mundo do trabalho. Integram este departamento os diretores dos cursos profissionais, dos cursos vocacionais, dos cursos de formação profissional em funcionamento no Agrupamento e os diretores de durma dos cursos acima referidos. O diretor de curso intervém no âmbito da orientação e acompanhamento da PAP e garante a articulação entre o Agrupamento e as entidades de acolhimento da FCT, auxiliando os formandos, em colaboração com o professor orientador e o tutor. Contudo, não é visível que: desenvolva a organização e coordenação das atividades no âmbito da formação técnica; promova a articulação pedagógica entre as diferentes disciplinas e componentes de formação do curso; realize a avaliação do curso (Diretora/ Departamento de formação profissional e vocacional).

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6.2. O diretor de turma tem acompanhado o progresso dos formandos e informa os encarregados de

educação sobre os resultados escolares alcançados através do levantamento dos módulos realizados e não realizados. A informação prestada no final de cada período não tem sido suportada na avaliação qualitativa do perfil de progressão dos formandos, não sendo elaborado o relatório descritivo sucinto que contenha referência explícita a parâmetros como a capacidade de aquisição e aplicação de conhecimentos, de iniciativa, de autonomia, de criatividade, de comunicação, de trabalho em equipa, de articulação com o meio e de concretização de projetos.

6.3. O professor orientador da FCT acompanha os formandos nas entidades de acolhimento durante a realização das atividades, avalia-os em conjunto com o tutor e propõe as classificações ao conselho de turma. No entanto, nem sempre são efetuadas, pelo menos, duas visitas de acompanhamento, tal como sucedeu no curso de Técnico Protésico, no triénio 2014-2017.

6.4. O tutor da FCT acompanha, em geral, os formandos que lhe são confiados, tendo em conta a

integração na entidade de acolhimento, e orienta-os nas tarefas a executar em articulação com o professor orientador da FCT.

6.5. A conceção do projeto da PAP centra-se em temas/problemas com ligação ao contexto de

trabalho. O processo obedece a uma sequencialidade de atividades desde a apresentação do pré projeto até apresentação teórico-prática e sua discussão pública. No entanto, durante o seu desenvolvimento não tem em conta a autoavaliação nem as avaliações intermédias do professor orientador e acompanhante.

7.- Parcerias e protocolos celebrados no âmbito dos cursos profissionais

7.1. O Agrupamento estabeleceu parcerias e protocolos com entidades públicas e privadas (Centro de

Saúde e empresas) para assegurar a FCT e para o desenvolvimento de atividades que concorrem para o fomento das competências sociais e profissionais dos formandos, contribuindo, deste modo, para uma melhor convergência entre os interesses dos formandos e as necessidades do setor sócio económico (i.e.: Associação Nacional da Indústria de Moldes - CEFAMOL, Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos - CENTIMFE).

7.2. As instituições locais e regionais reconhecem o bom desempenho dos formandos, nomeadamente

na área dos moldes e da restauração. Algumas das empresas locais têm integrado nos seus quadros formandos recém-diplomados.

8.- Organização dos processos individuais dos formandos / formandos dos cursos profissionais

8.1. No registo individual do percurso escolar dos formandos consta a identificação e a classificação de

cada um dos módulos concluídos em cada disciplina, a classificação da FCT, o nome(s) da(s) empresa(s) em que decorreu e a identificação do projeto da PAP com a respetiva classificação.

8.2. Foram analisados Certificados de Qualificação e Diplomas de formandos que concluíram os

respetivos cursos em 2016, tendo-se detetado alguns erros nos cálculos no apuramento da classificação final do curso e na classificação final para efeitos de prosseguimento de estudos. Durante o decorrer da atividade as situações foram retificadas e emitidos e enviados novos certificados e diplomas aos formandos.

GESTÃO CURRICULAR E AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS

1.- Gestão curricular

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intelectuais, sociais e profissionais que os formandos devem adquirir no final de cada módulo e disciplina. No entanto, não é visível o contributo de cada uma e de todas as disciplinas do plano curricular para atingir as capacidades, atitudes e comportamentos que se pretende que cada formando adquira no final do seu percurso, numa perspetiva de aprendizagem ao longo da vida, como também as atividades interdisciplinares e transdisciplinares que substanciam a vivência de um projeto de desenvolvimento do currículo adequado ao seu contexto e integradas nos documentos estruturantes (ex.: Curso técnico de Restauração -2013/2016).

1.2. Está prevista a utilização das modalidades de avaliação diagnóstica, formativa e sumativa e de

vários instrumentos de avaliação (testes, produção oral, oficina de escrita, atividades de compreensão oral, trabalhos de grupo, fichas de trabalho).

1.3. Reconhece-se a intenção de articulação entre as diferentes disciplinas e componentes de formação

do curso pelos diretores de curso. Porém, em alguns dos seus relatórios é referido que a articulação entre as diferentes disciplinas não é conseguida pelo facto de não existirem tempos de trabalho comuns entre docentes.

1.4. As aprendizagens visadas na FCT têm em conta a aplicação dos conhecimentos adquiridos na

componente técnica, a integração de saberes e capacidades transdisciplinares das várias componentes e o acréscimo de competências específicas na área de educação e formação e no âmbito da saúde e segurança no trabalho.

1.5. A conceção do projeto da PAP centra-se em temas preferidos dos formandos e desenrola-se tendo

em conta os contextos de trabalho e a integração de saberes e capacidades numa perspetiva transdisciplinar.

1.6. O desenvolvimento do projeto da PAP tem em conta a elaboração e a apresentação do relatório

final. Contudo, não contempla a autoavaliação do formando nas diferentes fases do projeto nem as avaliações intermédias do professor orientador.

1.7. O Agrupamento implementa medidas educativas por forma a dar resposta aos formandos com

necessidades educativas especiais (apoio da professora de educação especial) e aos formandos com dificuldades em atingir os objetivos modulares e com módulos em atraso (apoios educativos). No entanto, estas medidas não se têm revelado ajustadas às necessidades dos formandos, dada a elevada taxa de desistência registada. Estão previstas medidas para situações de dificuldade na elaboração do projeto conducente à PAP, ou de risco de repetição da FCT.

1.8. Os projetos e atividades desenvolvidos pela Agrupamento não indiciam a promoção da autonomia,

do espírito de iniciativa e de criatividade, do trabalho em equipa e da cooperação dos formandos. Não há registos em qualquer documento (PAA e Plano de Ação da Turma) da monotorização de projetos e/ou atividades desenvolvidas no âmbito dos cursos profissionais.

2.- Avaliação das aprendizagens

2.1. O Conselho Pedagógico definiu critérios de avaliação globais para o ensino secundário, não tendo

em consideração a especificidade dos cursos profissionais, particularmente dos perfis de desempenho e da participação dos formandos em projetos de ligação do Agrupamento com o

mundo do trabalho (domínio cognitivo: 90% e domínio socio afetivo e relacional: 10%). Os critérios

de avaliação são divulgados adequadamente à comunidade educativa e particularmente aos formandos e encarregados de educação através do diretor de turma e constam da página da

Internet do Agrupamento.

2.2. A avaliação diagnóstica, apesar de estar tipificada no regulamento interno, não é realizada de

forma regular por todos os docentes.

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dos módulos em atraso. Contudo, ainda não está centrada na informação aos formandos e encarregados de educação sobre os progressos e as dificuldades detetadas.

2.4. Em reunião de conselho de turma de avaliação são registadas em pauta as classificações do

conjunto dos módulos concluídos, da FCT e da PAP. Não se registou, até ao momento, qualquer reclamação ou recurso.

2.5. Os critérios e a fórmula de apuramento da classificação final da FCT, incluindo o peso relativo a

atribuir às suas diferentes etapas de concretização, constam de regulamento próprio. A classificação dos formandos é proposta ao conselho de turma pelo professor orientador, ouvido o tutor. Existem procedimentos internos de registo de assiduidade, de acompanhamento do professor orientador que constam da Caderneta da FCT.

2.6. A avaliação da PAP assenta em critérios/ponderações gerais definidas: Desenvolvimento do Projeto

- 60%; Elaboração de Relatório Final - 20%; Apresentação e Defesa da PAP - 20%. No curso de Restauração - variante de Cozinha/Pastelaria, pela sua especificidade, aplicam-se os seguintes critérios/ponderações: Relatório PAP - 30%; Defesa PAP prática 40% e defesa PAP teórica - 30%.

2.7. A avaliação da PAP é realizada por um júri designado pelo diretor, sendo que a sua composição

obedece ao legalmente estabelecido.

MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS E CAPACIDADE DE MELHORIA DA ESCOLA

1.- Resultados por curso e ciclo de formação

1. Foi efetuada a análise dos resultados dos cursos ministrados, nos ciclos de formação de 2010-2011 a

2012-2013, de 2011-2012 a 2013-2014, de 2012-2013 a 2014-2015 e de 2013-2014 a 2015-2016.

2. O Agrupamento tem diversificado a oferta formativa desde o ano letivo 2010-2011. O curso de

Técnico de Restauração – variante de Cozinha/Pastelaria funcionou durante o referido período de análise, enquanto os cursos de Técnicos Auxiliar Protésico, somente em três ciclos de formação Mantiveram-se em funcionamento, apenas em dois ciclos de formação, os cursos os de Técnicos de Instrumentista de Sopro e Precursão, de Energias Renováveis, e de Animação 2D e 3D. E, finalmente, e, apenas num ciclo de formação, os cursos de Técnico Auxiliar de Saúde, Técnico de Apoio à Gestão Desportiva, Instalações Elétricas, de Instrumentista de Cordas e Teclas e de Produção em Metalomecânica.

3. As taxas de conclusão mostram uma tendência descendente nos cursos de Técnico de Restauração –

variante de Cozinha/Pastelaria (78,9%; 50%; 50% e 53,6%) e de Técnico Auxiliar Protésico (100%; 68,2% e 71,4%) e um agravamento nos cursos de Instrumentista de Sopro e Precursão (de 75% para 62,5%), de Técnico de Animação 2D e 3D (de 64,3% para 15,4%) e de Energias Renováveis (de 73,9% para 60%). Nos restantes cursos registam-se taxas de conclusão bastante baixas nos cursos de Técnicos de Instalações Elétricas (31,6%), de Produção em Metalomecânica (33,3%) e Auxiliar de Saúde (53,6%) e moderada nos cursos de Instrumentista de Cordas e Teclas e de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva (70% e 70,8%, respetivamente).

4. A não conclusão dos cursos deve-se, maioritariamente, à desistência, registando-se um valor médio

de 30,3%. Verificam-se tendências ascendentes nos cursos de Técnico de Restauração – variante de Cozinha/Pastelaria (21,1%; 31,8%; 39,3% e 21,4%) e de Técnico Auxiliar Protésico (0%; 27,3% e 21,4%) e um agravamento nos cursos de Instrumentista de Sopro e Precursão (de 18,8% para 37,5%), de Técnico de Animação 2D e 3D (de 28,6% para 38,5%) e de Energias Renováveis (de 17,4% para 40%). Os cursos que funcionaram apenas num ciclo de formação registam taxas de não conclusão bastante elevadas – Técnicos de Instalações Elétricas (68,4%), de Produção em Metalomecânica (55,6%) e Auxiliar de Saúde (39,3%) e Instrumentista de Cordas e Teclas (30%), com exceção do curso de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva (8,3%).

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5. Os módulos em atraso como uma outra consequência para a não conclusão dos cursos durante os

ciclos de formação dos cursos apresentam uma taxa média de 9,6% que, no entanto, mostram uma tendência ascendente nos cursos de Técnico de Restauração – variante de Cozinha/Pastelaria (0%; 18,2%; 10,7% e 25%) e de Técnico Auxiliar Protésico (0%; 4,5% e 7,1%) e um agravamento no curso de Técnico de Animação 2D e 3D (de 7,1% para 46,2%), em contraponto ao que se verifica nos cursos de Instrumentista de Sopro e Precursão (de 6,3% para 0%), e Técnico de Energias Renováveis (de 8,7% para 0%), em que se regista uma melhoria. Nos cursos de Instrumentista de Cordas e Teclas e de Técnico de Instalações Elétricas não se regista qualquer formando que não tenha concluído o respetivo curso por este motivo, o mesmo não sucedendo nos cursos de Técnicos Auxiliar de Saúde (7,1%), de Produção em Metalomecânica (11,1%) e de Apoio à Gestão Desportiva (20,8%).

6. Relativamente à empregabilidade, em geral, considerando os formandos que concluíram os

respetivos cursos, regista-se uma taxa média de 60,3%. Os cursos de Técnicos Auxiliar de Saúde (73,3%), Auxiliar Protésico (65,7%), Restauração – variante de Cozinha/Pastelaria (64,8%), são os que em média registam maiores taxas. No entanto se considerarmos os formandos que conseguiram emprego nas áreas de educação e formação dos respetivos cursos, a taxa média desce consideravelmente para 36,8%, bem como em todos os cursos - Técnicos Auxiliar de Saúde (de 73,3% para 26,7%), Auxiliar Protésico (de 65,7% para 33%), Restauração – variante de Cozinha/Pastelaria (64,8% para 53,5%) e Produção em Metalomecânica (de 50% para 33,3%) com exceção dos cursos de Técnico de Instalações Elétricas, de Energias Renováveis e de Instrumentista de Cordas e Teclas em que as taxas respetivamente de 100%, 49% e 57,1%, de empregados foram na respetiva área. Os restantes cursos assinalam taxas médias bastante baixas – Técnico de Apoio à Gestão Desportiva (11,8%); Instrumentista de Sopro e Precursão (8,4%); Técnico de Animação 2D e 3D (2,8%).

7. O prosseguimento de estudos revela ser opção para 29,3% dos formandos, sendo os cursos de

Técnicos de Energias Renováveis (51%), de Produção em Metalomecânica (50%) e Instrumentista de Sopro e Precursão (50%) aqueles onde se registaram as taxas mais elevadas de formandos que concluíram os respetivos cursos a optar por essa via.

8. Numa apreciação global dos resultados verifica-se uma tendência descendente nas taxas de

conclusão, de empregabilidade geral e respetivas áreas de educação e formação dos cursos, acompanhadas por uma tendência crescente das taxas de desistência e de módulos em atraso. Em contraponto, o prosseguimento de estudos, embora não seja o objetivo principal dos cursos profissionais, embora o permita, apresenta uma tendência ascendente. Observando-se estes resultados, obriga a uma reflexão profunda por parte da direção e das estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, na diferenciação pedagógica destes percursos formativos, na orientação vocacional, no apoio e incentivo aos formandos e na escolha de novos percursos formativos, conducentes à melhoria global destes indicadores.

2.- Monitorização e avaliação dos resultados

2.1. O Agrupamento não realiza a monitorização e avaliação dos resultados do ensino profissional

separadamente dos restantes cursos do ensino secundário.

2.2. Não foram definidos indicadores que garantam a qualidade das aprendizagens, da formação

profissional e do sucesso/insucesso deste percurso formativo.

2.3. A ausência de metas para o ensino profissional compromete uma visão fundamentada para os

fatores explicativos dos resultados dos cursos profissionais.

3.- Capacidade de melhoria

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prioridades de intervenção para as diferentes dimensões do seu trabalho. Contudo, não delineou planos de ação que visem a melhoria da organização no que diz respeito especificamente ao ensino profissional.

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Atentas as considerações finais e com o objetivo de contribuir para a correção/aperfeiçoamento de procedimentos, tendo em vista a sua conformidade legal e a melhoria da qualidade da ação educativa, a equipa inspetiva apresenta as seguintes recomendações/sugestões de melhoria.

ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CURSOS PROFISSIONAIS DE NÍVEL SECUNDÁRIO DE EDUCAÇÃO

1. Integrar no projeto educativo os modos específicos de organização e gestão curricular do ensino profissional.

2. Definir critérios para a distribuição de serviço docente, no que respeita aos cursos profissionais, de

acordo com o n.º 28 e seguintes, do Despacho n.º 14758/2004, de 23 de julho, conjugado com as regras estabelecidas no Despacho normativo n.º 4-A/2016, de 16 de junho.

3. Zelar para que as estruturas de coordenação educativa e os diretores de curso, nos termos do n.º 33 e

da alínea b), do n.º 33.1 e dos n.ºs 34, 38 e 43, do Despacho n.º 14758/2004, de 23 de julho, e do n.º 2,

do artigo 8.º, da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro, assegurem a sistematicidade da articulação pedagógica entre as diferentes disciplinas e componentes de formação.

4. Estabelecer os critérios para a distribuição dos formandos pelas entidades de acolhimento que

asseguram a formação em contexto de trabalho, de acordo com a alínea b), do n.º 44 do Despacho n.º 14758/2004, de 23 de julho, com as alterações introduzidas pelo Despacho n.º 9815-A/2012, de 19 de junho, conjugado com a alínea c), do n.º 1, do artigo 4.º, da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro, alterada pelas Portarias n.º 59-C/2014, de 7 de março e n.º 165-B/2015, de 3 de junho.

5. Providenciar para que a carga horária da FCT não ultrapasse a duração de 35 horas semanais e de

sete horas diárias, de acordo com n.º 17.1, do Despacho n.º 14758/2004, de 23 de julho, com as alterações introduzidas pelo Despacho n.º 9815-A/2012, de 19 de junho, conjugado com o n.º 7, do artigo 3.º, da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro, com as alterações introduzidas pelas Portarias n.º 59-C/2014, de 7 de março, e n.º 165-B/2015, de 3 de junho.

6. Elaborar o plano de trabalho individual (no âmbito da organização e desenvolvimento da FCT), com a

participação do órgão competente do Agrupamento, da entidade de acolhimento, do formando e ainda do encarregado de educação, caso o mesmo seja menor, nos termos das alíneas c), d) e e), do n.º 44, do Despacho n.º 14758/2004, de 23 de julho, com as alterações introduzidas pelo Despacho

n.º 9815-A/2012, de 19 de junho, conjugado com os n.ºs 5 e 6, do artigo 3.º, da Portaria n.º 74-A/2013,

de 15 de fevereiro.

7. Garantir que o diretor de turma proceda a uma avaliação qualitativa do perfil de progressão de cada

formando, através da elaboração de um relatório descritivo, nos termos da alínea b), c) e d), do n.º 3, do artigo 8.º, da Portaria n.º 74-A/2013, 15 de fevereiro, alterada pelas Portarias n.º 59-C/2014, de 7 de março e n.º 165-B/2015, de 3 de junho.

GESTÃO CURRICULAR E AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS

1. Promover a diversificação de medidas e ou atividades de recuperação e de enriquecimento para as

situações de formandos (i) com dificuldades em atingir os objetivos dos diferentes módulos, (ii) em risco de repetir a FCT ou (iii) com capacidades de aprendizagem excecionais, de forma a aumentar quer a eficácia das mesmas, quer a melhoria das taxas de conclusão, quer ainda na diminuição de módulos em atraso em cada disciplina e em cada curso, ao longo do ciclo de formação.

(12)

2. Monitorizar as medidas e/ou atividades de recuperação e de enriquecimento, para permitir a sua

(re)avaliação e eficácia ao longo do processo de formação e de aprendizagem dos formandos.

3. Implementar, com caráter sistemático e contínuo, a avaliação diagnóstica e formativa de modo a

potenciar a diferenciação de estratégias e adequação do planeamento aos ritmos de aprendizagem dos formandos, promovendo o sucesso e reduzindo o número de módulos em atraso, nos termos do n.º 2, do artigo 10.º, da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro, alterada pelas Portarias n.º 59-C/2014, de 7 de março e n.º 165-B/2015, de 3 de junho.

4. Instituir procedimentos de controlo interno que garantam o correto cálculo das classificações finais

de curso e da classificação para efeitos de prosseguimento de estudos nos termos dos artigos 28.º e 29.º, Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro, alterada pelas Portarias n.º 59-C/2014, de 7 de março e n.º 165-B/2015, de 3 de junho.

MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS E CAPACIDADE DE MELHORIA DA ESCOLA

1. Promover a articulação do trabalho desenvolvido pela equipa de autoavaliação do Agrupamento e do

departamento de formação profissional e vocacional, com vista a uma análise que permita refletir sobre os resultados escolares de modo a identificar, nomeadamente, os fatores explicativos das desistências/abandono escolar e as variáveis que contribuíram para o sucesso obtido pelos formandos que concluíram o curso em três anos.

2. Reforçar mecanismos de monitorização interna dos processos e dos resultados escolares, com vista à

melhoria contínua dos níveis de eficácia das diferentes ações, ao nível do abandono/desistência e de módulos em atraso.

3. Implementar planos de ação que visem a melhoria da organização e funcionamento dos cursos

profissionais, bem como dos fatores do (in)sucesso dos formandos.

Marinha Grande 14-02-2017

A equipa inspetiva José Azevedo Sandra Ferrão

Concordo.

À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação. O Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área

Territorial de Inspeção do Centro

Marcial Mota 2017-08-17

Homologo

O Subinspetor-Geral da Educação e Ciência

Por subdelegação de competências do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência – nos termos do Despacho n.º 5942/2016, de 26 de abril, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 86, de 4 de

maio de 2016

João Carlos Correia

Ribeiro Ramalho

Digitally signed by João Carlos Correia Ribeiro Ramalho

DN: c=PT, o=Ministério da Educação e Ciência, ou=Inspeção-Geral da Educação e Ciência, cn=João Carlos Correia Ribeiro Ramalho Date: 2017.09.15 16:49:56 +01'00'

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