• Nenhum resultado encontrado

Federalismo e Descentralização

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Federalismo e Descentralização"

Copied!
35
0
0

Texto

(1)

Federalismo e

Descentralização

(2)

Roteiro

1. Federalismo;

1. Conceitos;

2. Discussão teórica no Brasil;

2. Constituição de 1988 e suas Emendas;

3. Descentralização como diretriz da Política

Social;

4. Análise de Caso: implementação do Bolsa

Família.

(3)

Relevância do Tema

 Análise de Política Pública como um Problema de

Ação Coletiva: Cooperação, Coordenação e Comunicação;

 Política social brasileira, fundamental compreender

a dinâmica das relações federativas:

 Impactos na divisão de responsabilidades e recursos

e, por conseguinte, no funcionamento dos programas governamentais.

(4)

Federalismo

 Conceito Formal:

 O sistema federal é uma forma de organização

do Estado nacional caracterizada pela dupla autonomia territorial do poder político: uma central e outra descentralizada;

 Ambas, entretanto, têm poderes únicos e

concorrentes para governar sobre o mesmo território e as mesmas pessoas.

(5)

Federalismo

 Um Estado federado envolve necessariamente a

descentralização do poder e possui as seguintes características:

 repartição de competências entre os diversos níveis,

 autonomia política,

 autonomia organizacional;  autonomia financeira.

 A autonomia deve ser considerada como um elemento

necessário das diversas instâncias governamentais;

 Assim, caracteriza-se o Estado Federal pelo igual nível

jurídico de convivência entre o órgão central e os órgãos regionais.

(6)

Federalismo

 Distribui as funções e poderes governamentais

(competências) entre os governos central e regionais;

 Atribui às unidades regionais um conjunto de

direitos e deveres;

 Autoriza os governos de ambos os níveis a legislar,

tributar e agir diretamente sobre o povo;

 Fornece vários mecanismos e procedimentos para a

resolução dos conflitos e disputas entre os governos central e regionais, bem como entre duas ou mais unidades subnacionais.

(7)

Federalismo

 Federalismo: fortalecimento e proteção da

democracia; barreira à concentração de poder e ao perigo da tirania – um sistema de “

checks and

balances

”;

 Federalismo pode ser reconhecido como facilitador

de

accountability

, eficiência e inovação em políticas públicas;

 Garantia simultânea da unidade e diversidade;

 Ideia de Pacto: escolha e foco nas relações

(8)

 Federações variam de demos-constraining a demos-enabling, de acordo com capacidade que conferem à minorias para bloquear iniciativas de interesses da maiorias (Stepan, 2004).

 Modelo analítico para analisar a variação dos sistemas

federativos democráticos (Stepan, 1999):

 Grau de super-representação da Câmara Territorial;

 Abrangência das políticas formuladas pela Câmara

Territorial;

 Grau em que a Constituição confere poder de elaborar

políticas às unidades da federação;

 Grau de nacionalização do sistema partidário em suas

orientações e sistemas de incentivos.

(9)

 O Brasil teoricamente seria o extremo do demos-constraining

em função do alto grau de desproporcionalidade na Câmara dos Deputados e do excesso de prerrogativas do Senado.

 Na prática, a partir das análises das escolhas constitucionais

pós 1988, Arretche (2013) demonstra que o centro não está constrangido pelos interesses subnacionais (minorias) e, logo, não há paralisia decisória em matérias legislativas afetas a esses interesses. A razões são as seguintes:

 comportamento partidário dos senadores;

 amplo campo de competência legislativa da União;  inexistência de exigência de supermaiorias;

 restrições ao poder de veto dos estados.

(10)

 Distinção entre Estado unitário e federal tem perdido a

capacidade de descrever e classificar a complexidade do federalismo (Stepan, 1999).

 Federalismo como um processo ou continuum, entre sistemas que contêm restrições mínimas ao centro de poder (least center-constraining) e que contêm restrições máximas (most center-constraining) :

 Constituição definidora do pacto federativo (proteção à soberania/autonomia);

 Poder Judiciário capaz de dirimir conflitos intergovernamentais;  Autoridade de legislar reservadas ao governo central e entes

federados;

 Bicameralismo (presença de representação territorial);

 Distribuição da autonomia fiscal e administrativa entre as esferas

de governo.

(11)
(12)

Federalismo no Brasil

Transposição da estrutura norte-americana,

obedeceu

a

lógica

pendular

de

centralização/descentralização do poder que se

fazem ciclos;

 Especificidades:

Amplitude continental;

Acentuada disparidade socioeconômica;  Complexidade do aparelho de Estado;

(13)

1889 a 1930 – Política dos

governadores

Verifica-se um federalismo em que a autonomia estadual se faz às custas da autoridade central, prevalecendo sobre esta;

 Poder das oligarquias agrário-exportadoras

regionais, onde o presidente da República é, na prática, eleito (indicado) pelos presidentes das províncias mais fortes - Coronelismo;

 Essa política, associada ao fenômeno do

coronelismo, foi minada pela progressiva urbanização e industrialização do país e o descontentamento Estados marginalizados do processo.

(14)

1930 a 1945 – Política Varguista

 Revolução de 30: reversão no sistema, prevalecendo o

poder central sobre as unidades federadas, principalmente a partir de 1937;

 A federação formal, mas na prática passa a vigorar um

sistema unitário:

 Interventores são nomeados para chefiar os Poderes Executivos estaduais;

 Bandeiras e hinos dos Estados-membros são suprimidos;  Poderes Legislativos locais são esvaziados e o sistema

judiciário torna-se mais verticalizado e centralizado na esfera federal.

(15)

1946 a 1964 – Redemocratização

 Constituição de 1946: nova fase do federalismo

brasileiro, caracterizado pela participação da

União no desenvolvimento dos

Estados-membros, principalmente dos mais pobres;

 Reconhecimento da autonomia das unidades

federadas para atuarem em áreas de competência

específica.

(16)

1964-1985 – Regime militar

 Novo período de centralização: aumento considerável das competências da alçada federal e a concentração crescente pela União;

 Objetivo criar condições para a implantação e

desenvolvimento de um novo padrão de acumulação econômica.

 O número de órgãos federais se multiplica para abarcar as

novas tarefas que incidem sobre o Governo Federal: decisões são centralizadas pelo núcleo tecnoburocrático e militar que assume a condução do processo político, em detrimento do parlamento e do Poder Judiciário;

 Estados e municípios sem condições básicas de

(17)

 Marco na redefinição do pacto federativo brasileiro -

forte diretriz pró-descentralização;

 Sistema federativo como cláusula pétrea e fortalece a

figura dos municípios como entes autônomos;

 Políticas Sociais - Competências comuns (Art. 23);  A viabilização pressupõe a implementação

descentralizada, isto é, um processo de transferência de autoridade e responsabilidades do governo central para organizações subnacionais ou do setor privado.

(18)

 38 das 73 emendas à CF/88 tratam de assuntos

federativos. O que justifica um taxa de emendamento tão elevada?

 Constituintes num momento marcado pela

necessidade de legitimar o processo democrático optaram por:

 regras relativamente fáceis de serem cumpridas;

 aumentar a constitucionalidade de muitas matérias;  expandir o número de competências legislativas

privativa da União (Souza, 2013).

(19)

 Além destes fatores institucionais, aspectos

conjunturais como mudanças no modelo macroeconômico e na política fiscal também influenciaram as reformas constitucionais;

 Tais mudanças resultaram no fortalecimento da

capacidade do Executivo federal de formular políticas, dando-lhes mais recursos (Ex. DRU) e maior controle sobre as políticas fiscal e social.

 Governos subnacionais com papel mais de

implementadores (Saúde e AS).

(20)

Relações Federativas

 Concentração da autoridade política varia entre

os Estados federativos, dependendo do modo como

estão estruturadas as relações entre os Poderes,

bem como estão distribuídas as atribuições de

políticas entre os níveis de governo;

(21)
(22)
(23)

Centralização X Descentralização

 Apesar das tendências dispersivas - sistemas

tributário e fiscal quanto do sistema partidário - o

governo federal dispõe de instrumentos para

coordenar as políticas públicas, ainda que estes

variem entre as diferentes políticas (Arretche, 2004).

(24)

 Maior democracia e eficiência governamental, por meio

da promoção de transparência e accountability, fomento de parcerias, participação decisória e preservação de identidades locais;

 Processo heterogêneo:

 desigualdades de capacidade administrativa, técnica e financeira dos governos subnacionais;

importância do tema na agenda;

 desenho de cada política específica;

 distribuição prévia de competências e do controle sobre

os recursos pelas esferas de governo.

(25)

 Primeiro momento (CF 88): consenso quanto à

descentralização federativa e fortalecimento dos entes subnacionais;

 Segundo momento (a partir de meados de 1990):

movimento de recentralização com fortalecimento da capacidade de coordenação do governo federal. Foco em um desenho institucional que gerasse políticas públicas mais eficientes.

(26)

Formas de Relações

Intergovernamentais

(27)

Federalismo Competitivo

 Distribuição de competências entre as esferas de

governo de modo a preservar a autonomia e a competição nas atribuições de determinada área da política pública. Ex. Guerra fiscal.

 Caso EUA (

federalismo dual

);

 Pode gerar problemas de ação coletiva (

race to the

bottom

).

(28)

Federalismo Cooperativo

 Cooperativo: repartição de atribuições entre os entes

com vistas a atuarem conjuntamente. O governo central, normalmente, com a função de formulador das políticas públicas e os governos subnacionais concentram a competência de implementação.;

 Fator negativo é a possibilidade da interdependência

levar a maior rigidez nas políticas públicas, dificultando mudanças e prejudicando a responsividade (

armadilha

da decisão conjunta – grande número de veto players

).

(29)

 Caso brasileiro não é possível classificar como puro

federalismo cooperativo ou competitivo.

Interação entre políticas sociais e federalismo, no

período pós-88, construiu uma inovação federativa – os sistemas de políticas públicas (Franzese e Abrúcio, 2013) que gera:

 compartilhamento de recursos e normas (fundos e

NOBs);

 instituição de fóruns de negociação federativa;

 produz uma nova burocracia local e novas clientelas de

serviços, sobretudo, nos municípios.

(30)

 Constituição apresenta lacunas no que tange a

operacionalização de ações de coordenação e cooperação intergovernamental.

 Obstáculos à consolidação do federalismo

cooperativo:

 Disparidade histórica entre as regiões e municípios brasileiros em capacidade financeira, recursos humanos e estrutura física;

 Enorme extensão do território nacional são considerados.

 As políticas implementadas pelos governos locais

podem ser de dois tipos: Regulada (saúde e educação) e Não regulada (habitação e saneamento);

(31)

 A tendência de enfatizar os municípios como

principais provedores de serviços públicos e, não os estados;

 Governo federal como protagonista da coordenação

federativa, em função da sua posição estratégica em relação aos governos subnacionais e do papel de financiador e normatizador;

 A viabilidade se deve, principalmente, à construção

de um arranjo institucional que reflita incentivos à participação e capacidade de controle sobre os governos subnacionais.

(32)

Análise de Caso: Bolsa

Família

A Principal Política de Transferência Condicionada de Renda da América Latina

 Nova geração das políticas sociais;

 Proliferação em todo mundo (3 elementos básicos);

 Evolução gradual da política (papel das experiências

municipais e federais);

 Referência Internacional em função da sua magnitude e

rápidos resultados;

 Relevância da cooperação federativa no alto grau de

(33)

Descentralização da Gestão

Pressupõe a adesão formal do governo subnacional

ao programa;

Os municípios passaram a se responsabilizar pelas

atividades locais do programa e obrigados a criar instâncias de controle social;

Contrapartida, o governo federal apóia

financeiramente o ente de acordo com o seu desempenho na execução das atividades locais (IGD).

(34)

Índice de Gestão

Descentralizada (IGD)

 Avalia a execução local com foco nas atividades do

Cadastro Único e de acompanhamento das condicionalidades;

 Varia de 0 a 1, multiplica-se o valor de referência

de R$ 2,50 por família beneficiária no município para fins do repasse financeiro mensal;

(35)

Evolução do IGD Municipal

Fonte: SENARC/MDS; Elaboração própria.

Referências

Documentos relacionados

As abordagens baseadas no modelo cliente/servidor 3-camadas ou N-camadas como integradores de negócios corporativos torna-se cada vez mais comum nos mais diversos

17 CORTE IDH. Caso Castañeda Gutman vs.. restrição ao lançamento de uma candidatura a cargo político pode demandar o enfrentamento de temas de ordem histórica, social e política

Nos três testes catalíticos realizados a 450, 500 e 530 oC e numa conversão em torno de 14%, o aumento da temperatura de reação favoreceu a formação de propeno, tendo sido

Este trabalho se refere ao instituto processual conhecido como fundamentação das decisões judiciais, que em razão da divergência doutrinária quanto a nomenclatura

Com o fomento de políticas voltadas o contexto da Língua de Sinais nos cursos de Ensino Superior tem como fator de observação a prática docente e o uso de

Os contribuintes que aderiram a quaisquer das modalidades de parcelamento (parcelamento ou pagamento à vista) e que tenham débitos a consolidar nas modalidades

Os estudos originais encontrados entre janeiro de 2007 e dezembro de 2017 foram selecionados de acordo com os seguintes critérios de inclusão: obtenção de valores de

1- Designar Comissão composta pelos Professores ANGELO MARIO DO PRADO PESSANHA, matrícula SIAPE 311702; CESAR FREDERICO DOS SANTOS VON DOLLINGER, matrícula SIAPE 2321560; FRANCISCO