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Cultura organizacional: uma análise exploratória sobre o Batalhão de Operações Policiais Especiais – BOPE

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Academic year: 2021

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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CULTURA ORGANIZACIONAL: Uma análise exploratória sobre o

Batalhão de Operações Policiais Especiais – BOPE.

Carlos Patrick Barboza Gomes – carlospbgomes@gmail.com – UFF/ICHS

Resumo: Este estudo teve como objetivo analisar a cultura organizacional do Batalhão de Operações Policiais

Especiais (BOPE) e os impactos desta cultura sobre seus integrantes. O estudo adotou uma abordagem qualitativa com uso de entrevistas e roteiro semiestruturado a dezessete policiais possuidores dos cursos de especialização do BOPE. Os resultados apontaram para a importância da cultura organizacional atrelada à qualidade do vínculo entre os integrantes da Unidade e ao grande valor que o cumprimento das missões representa para estes indivíduos. Como limitações do estudo destacou-se a impossibilidade de contemplar em um único estudo todas as perspectivas dos entrevistados, sendo necessário um recorte na análise. E como proposição para novos estudos, destacou-se a necessidade de aprofundamento do tema cultura organizacional no âmbito do BOPE mediante estudos mais amplos e que envolvam um olhar mais específico sobre este tema.

Palavras-chave: Cultura Organizacional, BOPE, análise exploratória.

1 - Introdução

O Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) é a Unidade de Intervenção Tática da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) responsável pelo gerenciamento de questões relacionadas à Segurança Pública, nas quais todos os meios convencionais tenham se demonstrado inoperantes.

Nesse sentido, o BOPE acumulou ao longo dos anos grande expertise, sobretudo, em ações de combate ao narcotráfico em regiões conflagradas e de alto risco, em ações que envolvam o resgate e a retomada de reféns em situações críticas e, mais recentemente, nas ações de retomada de territórios dominados por criminosos, com vistas a garantir o processo de pacificação levado a efeito no estado do Rio de Janeiro.

Comungando de uma cultura própria e peculiar ao restante da Polícia Militar, o BOPE passou a deter reconhecimento nacional e internacional, em virtude de seu alto grau de profissionalismo quando de suas atividades.

Quanto à forma de ingresso no BOPE, observa-se que, via de regra, os policiais interessados em compor o efetivo do BOPE, são voluntários e se submetem a um processo de seleção rigoroso, onde a Unidade terá condições de verificar se estes policiais voluntários detêm as competências necessárias para o ingresso, figuradas como o que a Unidade designa de “O espírito do combatente” e os valores subjetivos atrelados a este conceito: coragem, equilíbrio emocional, constância e força de vontade.

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2 Tal processo de seleção é materializado na forma dos cursos de especialização que a Unidade oferece, quais sejam, o Curso de Operações Especiais (COEsp), cujos concludentes são os “policiais de operações especiais” e recebem a denominação de “caveiras” e o Curso de Ações Táticas (CAT), cujos concludentes recebem a denominação de “catianos”. O COEsp é o principal curso de especialização do BOPE e se destina a formação de policiais capazes de atuar nos cenários complexos que envolvem o campo das operações especiais, geralmente, dura em torno de quatorze semanas, com a prática intensiva de instruções como: técnicas especiais de patrulha, mergulho de combate, técnicas de explosivos e operações na selva, enquanto o CAT é destinado a formar policiais para a atuação em operações urbanas, geralmente, o curso dura cinco semanas e conta com instruções como: técnicas especiais de patrulha e tiro de combate (BOPE, 2015).

Atualmente, o BOPE possui em seus quadros aproximadamente quatrocentos policiais, a Unidade conta com uma sede própria, desde o ano 2000, no alto da comunidade Tavares Bastos, no Bairro de Laranjeira (RJ) e encontra-se subordinado ao Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

O interesse das diversas instituições e organizações no sentido de melhor compreender fatores ligados a sua própria cultura, não é algo novo e, não raro, serve como instrumento para que estes organismos possam alcançar seus objetivos. A cultura organizacional pode ser compreendida como: “um modelo de pressupostos básicos, intrínsecos a determinado grupo social, em que, uma vez, tais pressupostos tendo sido suficientemente aceitos pelo grupo, passam a ser difundidos aos neófitos que adentram ao grupo(FREITAS, p.1, 1991)”.

O ponto central do presente trabalho se constituirá na identificação dos pressupostos básicos que permeiam a construção da cultura organizacional do BOPE e que, portanto, servirá de base para responder a pergunta central deste estudo, que assim se configura: “Quais são os elementos constitutivos da cultura organizacional do BOPE e em que medida esses elementos influenciam a conduta de seus integrantes?”. No qual se buscará analisar como os elementos da cultura organizacional se agregam contribuindo com a gênese formativa da cultura organizacional da Instituição.

A necessidade em encontrar respostas oriundas de reflexões científicas e metodológicas ao presente problema de pesquisa encontra um sólido respaldo, tendo em vista

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3 a importância da compreensão dos elementos constitutivos da cultura organizacional do BOPE e em que medida esses elementos influenciam a conduta de seus integrantes.

Desta forma, o objetivo geral da presente pesquisa consiste em compreender os mecanismos de construção da cultura organizacional do BOPE e interpretar seus efeitos sobre a conduta de seus membros e como objetivos específicos contribuir para a autopercepção dos integrantes do BOPE quanto aos impactos da cultura organizacional da Unidade em suas condutas e permitir que outras instituições possam analisar o impacto de sua cultura sobre a conduta de seus integrantes.

A definição de tais objetivos, além de permitir a construção de um olhar crítico sobre o desenvolvimento deste processo no âmbito do BOPE e, consequentemente, de seus desdobramentos sobre este grupo particular de profissionais, garantindo aos mesmos a sua autopercepção sob a construção de um paradigma científico-metodológico, também servirá de instrumento para que o grau de comprometimento dos policiais integrantes do BOPE se mantenha compatível com a importância de suas missões e, paralelamente, este estudo permitirá que outras organizações e instituições analisem a construção de sua própria cultura organizacional, com base em uma instituição de natureza profissional peculiar como o BOPE.

2 – Referencial Teórico

2.1. Breves considerações sobre o tema cultura organizacional.

Os esforços depreendidos pela humanidade no sentido da construção do conhecimento em função da necessidade de se autoconhecer, conduziram o homem a inúmeras ramificações metodológicas e científicas. Fruto desta necessidade, a construção do conceito de “cultura” encontra respaldo em muitas literaturas. Assim, em 1871, Edward Tylor, em seu livro Primitive Culture já ensaiava a definição de cultura, como sendo “todo comportamento aprendido, tudo aquilo que independe de uma transmissão genética” (LARAIA, 2001).

Paralelamente aos esforços antropológicos em se definir “cultura”, outras ciências também se debruçaram sobre este tema, a exemplo da Administração, que também determinou esforços no sentido da compreensão das manifestações culturais no contexto das

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4 organizações. Seguindo esta lógica, na busca por uma definição aceitável para cultura organizacional, Oliveira (2011) apud Pires e Macedo (2006, p. 84) determina que cultura:

Seria ainda um conjunto de modos de pensar, de sentir e de agir, mais ou menos formalizados, os quais, tendo sido aprendidos e sendo partilhados por uma pluralidade de pessoas, servem de maneira ao mesmo tempo objetiva e simbólica, e passam a integrar essas pessoas em uma coletividade distinta de outras. É o resultado de ações cujos componentes e determinantes são compartilhados e transmitidos pelos membros de um dado grupo (Oliveira, 2011, apud, PIRES e MACEDO, 2006, p.84).

Para as organizações, de uma maneira geral, a compreensão e a capacidade de gerenciar as externalidades de sua própria cultura organizacional, se constituem de fator fundamental para a sobrevivência organizacional. Nesse sentido, Freitas (1991) aponta a necessidade das organizações gerenciarem os elementos que compõem a cultura organizacional, como parte do processo de compreensão das manifestações da cultura organizacional e de como estas manifestações impactam o comportamento dos indivíduos no contexto organizacional.

Percebemos então que os elementos que se destacam com maior frequência são: valores fazendo ligação com os fatores importantes para o sucesso que perduram ao longo do tempo; crenças e pressupostos atrelados ao conceito de verdade coletiva, ou seja, tudo aquilo que os integrantes da organização aceitam como verdadeiro; ritos, rituais e cerimônias sendo a concretização de determinadas práticas que passam a ser tangíveis sob o ponto de vista da valoração coletiva; estórias e mitos que são as construções de narrativas derivadas da cultura organizacional; tabus refere-se a construção das ações não-permitidas aos indivíduos dentro do contexto organizacional; heróis que são os indivíduos que mais traduzem o conceito de cultura organizacional, figurando como referencial aos demais integrantes da organização; normas fazendo alusão ao conjunto de regras formais e informais que regem a conduta dos integrantes da organização; e o processo de comunicação traduzindo a rede de relacionamento estabelecida pelos integrantes da organização (FREITAS, 1991).

O processo de formação da cultura torna-se o ponto central das teorias das ciências sociais aplicadas à medida que a análise desta etapa se constitui como pré-condição para a compreensão das demais etapas deste processo. Seguindo esta linha Shein (2009) propõe a construção de um modelo dinâmico para análise da formação da cultura, definindo fatores

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5 relacionados aos ambientes interno e externo das organizações, que incluem: “o senso de missão; alguns objetivos concretos derivados da missão, sentido de realização através de estruturas e processos; sentido de acompanhamento; e sentido de reparo” e determina ainda que tais fatores, para terem seu correto funcionamento, devem possuir ainda outras características como linguagem comum e categorias conceituais, definição de fronteiras e seleção de membros, além de critérios de recompensas e punições(FREITAS, 1991).

Esta breve reflexão nos conduz a uma conjuntura na qual o conceito de cultura organizacional se coloca frente aos objetivos e metas organizacionais, como um elemento capaz de conduzir as organizações a dois polos distintos, quais sejam o sucesso ou a entropia organizacional, dependendo da capacidade das organizações em analisar, compreender e gerenciar sua própria cultura.

3 – Metodologia

Este estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa no campo das Ciências Sociais Aplicadas, visando investigar os traços da cultura organizacional do BOPE e seu impacto sobre os integrantes do BOPE, com uma abordagem específica, sobre como esse processo se materializa no âmbito dos policiais de operações especiais. Assim, considerando a posição do pesquisador, como elemento nativo do próprio objeto de pesquisa, pretendeu-se uma aproximação e, consequente, análise do objeto, construindo um recorte mais objetivo, a partir de um processo sistemático e cuidadoso das dinâmicas sociais a serem investigadas.

A metodologia e as técnicas empregadas na elaboração da pesquisa envolveram todas as suas fases, englobando a proposição do problema, sua análise e a delimitação do universo da amostra. A seleção do instrumental metodológico, portanto, esteve diretamente vinculada ao problema a ser estudado e, esta escolha, recaiu sobre diversos fatores, tais como: a natureza dos fenômenos, o objeto da pesquisa, além de outros elementos surgidos ao longo da investigação (LAKATOS, 2010).

Seguindo a linha investigativa de Mello (2012), o método utilizado foi o do estudo de caso, adaptando este método ao caso do BOPE. Nesse sentido, a definição deste método pode ser assim delimitada: “o estudo de caso é utilizado quando o pesquisador tem pouco controle

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6 sobre os eventos e quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real” (MELLO, 2012).

Foi realizado um trabalho de campo para coleta de dados, tendo como fonte de consulta policiais militares que trabalham ou tenham trabalhado no BOPE e dentro da perspectiva de uma pesquisa exploratória, realizou-se o desenvolvimento de uma historiografia oral, com a execução de entrevistas em profundidade, mediante um roteiro de entrevista em formato semiestruturado a uma amostra de 17 policiais militares possuidores do Curso de Operações Especiais ou do Curso de Ações Táticas do BOPE que na ocasião atuaram no campo de pesquisa, tendo avaliado à percepção destes atores que ocupam o protagonismo das dinâmicas sociais desenvolvidas pelo objeto da presente pesquisa.

4 – Resultados e Discussões

4.1. Descrição do caso

4.1.1. O processo de construção da cultura organizacional no BOPE: “Seleção rígida, treinamento rígido, controles rígidos de perfomance: conduta, qualidade e resultado”.

Diversas são as formas que as organizações encontram para socializar os novos integrantes de acordo com seus padrões culturais, apresentando a estes membros seus valores, normas, crenças e pressupostos, ritos, rituais e cerimônias, além das demais características intrínsecas a construção da cultura organizacional, analisadas ao longo deste trabalho.

No caso do BOPE, em particular, a característica central deste processo perpassa pela construção do rito de passagem a que são submetidos os candidatos aos cursos de especialização da Unidade, em especial o Curso de Operações Especiais (COEsp).

De acordo com Pinheiro Neto (2013):

O Curso de Operações Especiais (COEsp) tem por objetivo habilitar oficiais e sargentos (categoria "B") e cabos e soldados (categoria “C") para a execução de missões especiais, bem como a manutenção do estado físico e atualização de conhecimentos especializados necessários ao bom desempenho em quaisquer missões especiais, com ênfase aos treinamentos visando ações em áreas urbanas e rurais. O COEsp tem duração de catorze

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semanas é realizado em período integral, sendo ministrado, aplicado e desenvolvido pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais e seu funcionamento ocorre na própria Unidade e em Bases de Instrução destacadas por todo território do Estado do Rio de Janeiro (PINHEIRO NETO, 2013, p.31).

Em sua essência, o COEsp se coloca dentro da perspectiva antropológica, de fato,como um rito de passagem, capaz de modificar o status dos indivíduos inicializados no curso. Suas fases se constroem de maneira bem delineada, permitindo a identificação de suas fases de maneira bem contundente. A separação, constituindo a primeira fase do ritual consiste na desvinculação dos policiais voluntários ao COEsp de sua cultura local, ou seja, do meio organizacional ao qual pertençam. Em seguida, emerge o momento mais traumático aos neófitos interessados em participar do ritual intrínseco ao COEsp, o da marginalidade, que segundo as observações de Turner (1974):

Os ordálios e humilhações, com freqüência de caráter grosseiramente fisiológicos, a que os neófitos são submetidos, representam em parte a destruição de uma condição anterior e, em parte, a têmpera da essência deles, a fim de prepará-los para enfrentar as novas responsabilidades e refreá-los de antemão, para não abusarem de seus novos privilégios. É preciso mostrar-lhes que, por si mesmos, são barro ou pó, simples matéria, cuja forma mostrar-lhes é impressa pela sociedade (TURNER, 1974, p. 127).

Desta forma, a liminaridade no COEsp é caracterizada pelo momento em que os indivíduos iniciados, agora alunos do curso, serão submetidos a toda sorte de privações e de provações, que garantam ao BOPE a agregação de material humano compatível com a realidade das missões a serem desempenhadas pela Unidade (terceira fase do ritual), garantindo assim, o desenvolvimento do processo capaz de permitir o alcance da eficácia e da efetividade necessárias a atuação do BOPE, que são a “Seleção rígida, o treinamento rígido,e os controles rígidos de perfomance: conduta, qualidade e resultado” (STORANI, 2008).

Passadas as fases de separação e liminaridade, os neófitos avançam para a terceira e última fase: a da agregação. Nesse sentido, Pinheiro (2011) aponta que:

A terceira fase do ritual, a agregação, compreende o festejo onde o sujeito, após passar a fase de liminaridade, cumprir as tarefas a ela associadas e sofrer as desapropriações necessárias, retorna triunfante ao meio social, agora renascido com as marcas que o fizeram passar de um status a outro, de uma idade a outra, de uma função a outra. Terá acesso a atividades e uso de objetos que até então lhe eram proibidos, gozará de privilégios e assumirá responsabilidades (PINHEIRO,2011, p.4).

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8 Nesta fase os, até então, alunos do COEsp, terão seu ciclo de formação encerrado e serão declarados “caveiras”, receberão seus distintivos de metal e passarão a integrar o corpo de policiais de operações especiais do BOPE, estando aptos a executar as missões inerentes as atividades de operações especiais.

4.1.2. A construção dos símbolos: a “caveira” e suas representações coletivas. A utilização de símbolos dentro do contexto organizacional reforça a dimensão de constituição de valores dentro do contexto de cultura organizacional. Assim, os símbolos organizacionais detém a capacidade de influenciar a conduta dos indivíduos e permitir a construção de condutas capazes de externar os valores relacionados à cultura da organização, valores estes que serão compartilhados com todo o grupo de indivíduos que integram a organização. De acordo com Junior (2002):

O ser humano é um animal simbólico. Ele organiza suas experiências e ações por meios simbólicos, isto é, por intermédio de valores e significados que não podem ser determinados por propriedades biológicas ou físicas. De fato, como bem sinaliza Marshall Sahlins, nenhum outro animal estabelece a diferença entre água potável e água benta, pois não há diferença, quimicamente falando. (J.JUNIOR, 2002, p. 82).

A realidade organizacional do BOPE evidencia que a Unidade não foge a esta regra, estando seus integrantes também influenciados pela lógica simbolista. A mística descrita por Storani (2008) necessária a construção da cultura organizacional do BOPE, obtém sua maior materialização no símbolo de uma caveira, adotada pelo BOPE como forma de representação organizacional e coletiva. Nesse sentido, Storani (2008) evidencia que:

Em 1980, a unidade adota seu polêmico emblema [...]: um disco preto, representando o luto permanente, ornado por uma borda em vermelho, representando o sangue derramado em combate; no centro do disco se inscreve um desenho de crânio humano, representando a morte, com um sabre de combate o trespassando de cima para baixo, representando a vitória sobre a morte em combate; o conjunto é ornado por duas garruchas douradas cruzadas, que simbolizam, internacionalmente, a polícia militarizada (STORANI, 2008, p.42).

Desde então, a caveira e seus adornos, se estabelecem como símbolo norteador das ações dos integrantes do BOPE, conduzindo estes homens a operações policiais em ambientes de grande incerteza e complexidade, sob o lema “vitória sobre a morte: a nossa glória prometida”.

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9 4.2. Análise dos dados qualitativos.

Concluída a discussão sobre o processo de construção da cultura organizacional do BOPE. Iniciou-se a etapa de coleta de dados junto a policiais militares possuidores do Curso de Operações Especiais ou do Curso de Ações Táticas e que tivessem, em algum momento de sua carreira, pertencido aos quadros do BOPE ou que pertençam a Unidade atualmente. A coleta dos dados se desenvolveu mediante entrevistas em profundidade com roteiro semiestruturado, onde foram entrevistados 17 policiais militares.

As entrevistas tiveram como suporte as teorias apresentadas no referencial teórico e foram conduzidas de forma a constatar a maneira pela qual os relatos apresentados pelos entrevistados se alinham ou não as abordagens sobre a cultura organizacional e seus pressupostos conceituais e como este fenômeno se processa no âmbito do BOPE.

A primeira parte das entrevistas se destinou a coletar dados demográficos, particularmente: idade, sexo, escolaridade, graduação e tempo de serviço. A análise desses dados permitiu chegar à conclusão de que a faixa etária dos entrevistados variou de 33 a 45 anos, todos eram do sexo masculino, com tempo de serviço que varia de 8 a 19 anos na atividade operacional, as graduações variaram de cabo policial militar a capitão policial militar, dentro da estrutura hierárquica da Polícia Militar e, aproximadamente, 18% possuem nível superior completo, 23% possuem nível superior incompleto e 51% possuem segundo grau completo.

As observações empíricas levadas a efeito durante as entrevistas indicam que a confiança e a força do vínculo estabelecido entre os policiais se constitui do principal pilar constituinte da cultura organizacional e que, portanto, permeia a construção dos valores praticados no BOPE. Zanini et. al. (2014) aponta que a confiança, não necessariamente se refere à destinada a Instituições ou Organizações, mas sim a confiança estabelecida entre pessoas específicas, neste caso, policiais que comungam dos mesmos desafios e perigos atinentes à atividade policial. Esta confiança está acima de interesses pessoais e decorre da formação do vínculo estabelecido pela exposição ao risco de vida e as representações da realidade para a ação com base numa missão comum (ZANINI et. al., 2014).

Foi perguntado aos entrevistados acerca de sua percepção sobre o que eles entendem por cultura organizacional do BOPE e as respostas convergiram para aspectos intrínsecos e

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10 intangíveis, bem como fatores relacionados à cultura organizacional discutido ao longo do referencial teórico, a exemplo dos princípios, valores, ideais, filosofia e, sobretudo, a força do vínculo entre os integrantes da Unidade, como apontam alguns dos entrevistados:

A cultura organizacional do BOPE tem diversas vertentes mas a maior de todas é baseada no companheirismo extremo na atividade fim, pois durante um combate, um policial cuida do outro, é exatamente isso que garante o sucesso de todas as missões atribuídas ao Batalhão pois, dessa maneira, menos combatentes se ferem e mais êxito é logrado nas operações. E, isso fez o BOPE ser o que é e ter o nome que tem hoje. (Entrevistado 1).

Tal cultura tem como alicerce valores explícitos utópicos e mitológicos, carecendo então de valores tácitos a serem bem definidos, o que resulta em brechas ao desenvolvimento de valores implícitos obscuros. (Entrevistado 2).

E algo bem diferente do que vemos nos outros batalhões. Em contrapartida, é algo que nos une, o que nos faz diferente. É uma cultura que só entende quem serve lá! É o que sustenta o Batalhão. Se essa cultura tomar outro rumo, mudar: o Batalhão acaba! E, não teria mais sentido nós existirmos. (Entrevistado 3)

De acordo com Freitas (1991) a cultura organizacional pode ser compreendida como o modelo dos pressupostos básicos intrínsecos a determinado grupo e que, uma vez incorporados pela coletividade, passam a ser compartilhados aos neófitos e condicionam a maneira pela qual esta coletividade irá perceber, pensar e sentir seus problemas. Sob esta perspectiva foi perguntado aos entrevistados se a cultura organizacional do BOPE compreendida por suas tradições, práticas e costumes que não estão previstos nas normas formais, seriam capazes de influenciar a conduta cotidiana ou alterar a formação do caráter dos policiais do BOPE.

Tal questionamento revelou que a totalidade dos entrevistados tem a percepção de que sua conduta cotidiana foi modificada após o ingresso no BOPE. Porém, no tocante a percepção ou a capacidade de a cultura organizacional alterar traços da personalidade dos entrevistados, as respostas indicaram uma dicotomia entre os que acreditam que tiveram seu caráter modificado após o ingresso no BOPE e os que não acreditam nessa hipótese. Ao analisar a relação entre cultura organizacional e conduta cotidiana, observa-se, diante dos relatos coletados que, ao menos na perspectiva de observação empírica, a cultura organizacional é capaz de influenciar a conduta dos indivíduos, sendo tal observação reforçada pela posição de Oliveira (2011) ao apontar que a cultura organizacional é o

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11 conjunto de modos de pensar, de sentir e de agir, mais ou menos formalizados, os quais, tendo sido aprendidos, passam a ser partilhados por uma pluralidade de pessoas. Nesse sentido, alguns dos entrevistados relatam que:

Eu acabei trazendo as tradições os mandamentos para a minha vida individual. Acabam contagiando e, de certa forma, ajudam nesses momentos difíceis que a vida apresenta [...] acaba se lembrando né (sic). Dessa cultura que o BOPE tem como “Não existe impossível para o BOPE.”, “Treinamento duro, combate fácil!” [...] eu sempre passo isso para o meu filho né (sic): que se ele estudar ele fará uma boa prova e lembro que o BOPE é bom por isso, se treina [...] então é isso, acredito que influencia muito na minha vida cotidiana. (Entrevistado 4).

Na minha conduta cotidiana posso dizer que sim, pois, a partir do momento que você se torna membro do batalhão, automaticamente sua postura como policial se transforma porque a cada dia ao chegar ao batalhão nos entoamos a nossa canção e lemos os mandamentos e isso você leva pra toda a sua vida policial e social. (Entrevistado 5).

Retomando a discussão acerca da relação entre cultura organizacional e caráter observou-se a existência de divergências entre os relatos, podendo os entrevistados serem compreendidos entre os que tem a percepção de que seu caráter foi modificado pela cultura organizacional do BOPE e os que não tem a mesma percepção.

Para os que entendem que houve mudança de caráter, observou-se que a relação entre esta mudança está atrelada de forma subjetiva a convicções pessoais que se modificaram após o ingresso no BOPE e a intensidade do rito de passagem a que foram submetidos estes entrevistados quando do processo de seleção para ingresso no BOPE sob a forma de ingresso no Curso de Operações Especiais ou de Ações Táticas, sendo esta afirmação sustentada pelas observações de Storani (2008) de que o processo de construção da cultura organizacional do BOPE mantém ligação direta com a seleção rígida, treinamento rígido e controles rígidos de perfomance: conduta, qualidade e resultado. Os entrevistados que tiveram essa percepção, assim se manifestaram:

Mudou meu caráter sim. Amadureceu-me, me ensinando que mesmo um forte rito de passagem não é capaz de alterar a natureza humana inserida num sistema capitalista, persistindo a tendência do acúmulo de capital e da contenção da verdade (hipocrisia). Tornou-me extremamente cético. (Entrevistado 6).

Pode-se dizer que sim, afinal essas culturas e tradições fazem parte do meu cotidiano enquanto policial do BOPE e de alguma forma acabam sendo introduzidos, mesmo sem percepção, na minha vida “extra” Batalhão. (Entrevistado 7).

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12 Em contrapartida, os que defendem que não houve mudança de caráter entendem que os traços relacionados ao caráter são anteriores ao seu ingresso no BOPE e não sofrem nenhum tipo de mutação durante o rito de passagem durante a fase de seleção ou após o ingresso na Unidade. Sendo seus relatos assim descritos:

No meu caráter não mudou nada não, meu caráter continua o mesmo porque não mudei minha forma de pensar, de agir. (Entrevistado 8).

Sobre alterar a formação de caráter, eu acredito que não porque o caráter é construído a longo prazo, vem através de uma formação familiar direcionada para um caráter positivo, a qual a pessoa obteve informações e sua família prezou para uma boa índole daquela pessoa. (Entrevistado 9).

Finalizando o roteiro da entrevista em profundidade foi perguntado aos entrevistados qual seria o principal valor, crença ou símbolo, atrelados a cultura organizacional que os mesmos identificam no BOPE, havendo as respostas convergido para a “caveira e seus adornos” e os “onze mandamentos” símbolos do BOPE. Quanto à “caveira e seus adornos” Pinheiro Neto (2013) aponta que:

A faca simboliza o caráter de quem faz da ousadia sua conduta. Representa, também, o sigilo da missão. É o mais perfeito instrumento de combate que o homem já desenvolveu. Basta observar que a forma básica da faca não foi alterada em milênios. O crânio simboliza a inteligência e o conhecimento, mas também a morte. A faca nele cravada, historicamente na concepção do BOPE, significa “Vitória sobre a morte”. As garruchas são o símbolo da Polícia Militar (PINHEIRO NETO, 2013, p.40).

Dentro desta perspectiva as narrativas dos entrevistados seguiram o curso descrito ao reforçarem como principais pilares da cultura organizacional do BOPE os “onze mandamentos” e a “caveira e seus adornos”, como pode ser observado nos seguintes relatos:

O maior valor que posso identificar dentre tantos outros é o espírito de corpo que a tropa possui, tanto durante o serviço quanto fora das dependências da unidade. Uma união pouco vista em qualquer outro ambiente de trabalho. Um exemplo dessa união é quando um combatente é ferido em combate e todo o batalhão se mobiliza para ajudá-lo, de todas as formas, inclusive financeiramente, até mesmo aqueles que não tem muita intimidade com o referido policial (Entrevistado 10).

Posso direcionar minha resposta para os onze mandamentos [...] o valor espírito de corpo, por que quando você está trabalhando na rua, arriscando sua vida e você tem uma pessoa ao seu lado que você conhece a pouco tempo, que não é um familiar e que mesmo assim aquela pessoa arrisca sua vida para te proteger e fazer com que vocês voltem ilesos para suas casas. Por isso

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acredito que o espírito de corpo que gera essa união que é a grande força do BOPE (Entrevistado 11).

Os “onze mandamentos” compõe o que Storani (2008) define como onze diretrizes reforçadoras de valores intrínsecos aos integrantes do BOPE, a saber: agressividade controlada, controle emocional, disciplina consciente, espírito de corpo, flexibilidade, honestidade, iniciativa, lealdade, liderança, perseverança e versatilidade, havendo os entrevistados ressaltado sua importância, ora enquanto noção coletiva, onde os mandamentos citados possuem uma mesma escala gradativa, ora destacando algum dos mandamentos como de maior valoração para suas percepções individuais.

Observando os apontamentos de Zanini et al (2014) verifica-se que a cultura organizacional figura como um elemento determinante para as ações organizacionais e se coloca como fator impulsionador ou restritivo para a sua performance de competência e competitividade no mundo atual. Sob esta perspectiva, os relatos acima descritos, corroboram a premissa de que a identidade e a cultura organizacional do BOPE estão atreladas à qualidade do vínculo entre os integrantes da Unidade e ao grande valor que o cumprimento das missões representa para estes indivíduos e influencia de forma direta na motivação deste grupo de policiais de operações especiais, sobretudo pela ênfase destinada aos onze mandamentos.

5 – Conclusão

Esta pesquisa teve como objetivo compreender os mecanismos de construção da cultura organizacional do BOPE e interpretar seus efeitos sobre a conduta de seus membros. Os resultados permitiram compreender como a identidade e a cultura organizacional do BOPE influencia a conduta dos policiais e seu conjunto de valores comuns. O referencial teórico buscou o aprofundamento e a discussão das teorias tradicionais sobre a cultura organizacional, com vistas a fundamentar o entendimento sobre o tema desta pesquisa.

Após a análise e discussão dos resultados, concluiu-se que a cultura organizacional do BOPE, além da qualidade do vínculo e do sentimento da missão, se constituem de elementos centrais para a compreensão do impacto que a cultura organizacional exerce sobre os membros daquela Unidade.

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14 O ponto de partida das entrevistas em profundidade foi analisar a percepção sobre o que os entrevistados entendem por “cultura organizacional do BOPE” e as respostas convergiram para fatores intrínsecos e intangíveis aos indivíduos, bem como fatores relacionados à cultura organizacional, a exemplo dos princípios, valores, ideais, filosofia e, sobretudo, a força do vínculo entre os integrantes da Unidade.

No curso da pesquisa verificou-se que os relatos obtidos dos policiais entrevistados se direcionam neste sentido e apontam que a cultura organizacional do BOPE é capaz de redirecionar a conduta cotidiana dos policiais que se submetem ao rito de passagem específico para o ingresso no BOPE, permeando a fusão entre os valores aprendidos no BOPE e os valores intrínsecos aos indivíduos. O ponto de divergência verificado durante a análise dos resultados recaiu sobre a capacidade da cultura organizacional em modificar o caráter do indivíduo, verificando que parte dos entrevistados compreende a formação do comportamento do homem como um fenômeno social anterior ao ingresso no BOPE e a outra parte dos entrevistados compreendendo que o rito de passagem de ingresso no BOPE se coloca de forma tão intensa que seria capaz, inclusive, de promover modificações no caráter destes indivíduos.

Foi analisado ainda a percepção dos entrevistados acerca do principal valor, crença ou símbolo, atrelados a cultura organizacional que os mesmos identificam no BOPE, havendo as respostas se direcionado para os “onze mandamentos” e para a “caveira e seus adornos”. Tais fatores se colocam como elementos reforçadores da compreensão destes indivíduos sobre a importância da cultura organizacional do BOPE para a performance da Unidade.

Dos fatos observados ao longo desta pesquisa conclui-se que o BOPE se constitui de um elemento de difusão motivacional e que sua cultura organizacional conectado a seus valores, princípios, tradições, ideais e a sua filosofia de trabalho impulsionam os policiais desta Unidade ao cumprimento de suas missões.

Dentre os aspectos que mantiveram relação com as limitações da pesquisa, destaca-se a provável parcialidade inconsciente do investigador, sobretudo, pelo fato do investigador ter pertencido, em um passado recente, ao universo amostral e ao próprio campo de pesquisa, atuando como policial de operações especiais do BOPE.

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

15 Devem-se considerar ainda as limitações da entrevista enquanto técnica de coleta de dados, haja vista o pequeno grau de controle sobre a coleta de dados, o reduzido número de entrevistados, limitado a dezessete policiais do BOPE, a disposição dos entrevistados em fornecer as informações necessárias, além da retenção de dados, decorrente do receio de que sua identidade seja revelada.

Sugerem-se como proposições para novos estudos, uma análise mais abrangente sobre a cultura organizacional do BOPE que seja capaz de contemplar um número maior de entrevistados, se utilize de outros métodos de coleta de dados, a exemplo da aplicação de questionários e proceda a uma análise específica da cultura organizacional do BOPE tendo em vista sua correlação com o tema proposto no presente estudo.

6 - Referências

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

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