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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INTITUTO A VEZ DO MESTRE

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INTITUTO A VEZ DO MESTRE

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ORIENTADORES PEDAGÓGICOS UNINDO-SE AOS

PROFESSOERS:EM BUSCA DE PRÁTICAS EDUCATIVAS

REFLEXIVAS.

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POR:REGINA GABRIELE DA SILVA MOREIRA

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ORIENTADOR

PROF. Dr. VILSON SÉRGIO DE CARVALHO

RIO DE JANEIRO 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

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ORIENTADORES PEDAGÓGICOS UNINDO-SE AOS

PROFESSOERS:EM BUSCA DE PRÁTICAS EDUCATIVAS

REFLEXIVAS.

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Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Orientação Educacional e Pedagógica.

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AGRADECIMENTOS

A Deus que me guia,as minhas mães, minhas irmãs e meu irmão que suportaram as minhas ausências e ao meu esposo que me deu todo o apoio necessário para continuar mesmo nos momentos de cansaço.

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Dedico essa monografia ao meu esposo que sempre me dá apoio nos meus estudos e aos meus alunos que me fazem acreditar que é possível mudar.

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RESUMO

Esse texto tem como objetivo entender como o Orientador Pedagógico pode atuar no contexto escolar, diante de um alto índice de reprovação e também com a falta de reflexão dos professores diante desse problema,pois os professores não sentem também responsáveis pelo problema,acham que a culpa é somente do aluno.

O texto vai esclarecer quem é o Orientador Pedagógico,quais mudanças ocorreram no seu campo de atuação,quais as suas funções na escola nos dias atuais e em qual esfera da educação acontece a sua formação.É abordado a avaliação da aprendizagem,como deve ser e para que,se é somente para reprovar ou aprovar o aluno,após entender o real motivo da avaliação escolar ,vai ser tratado quais são os saberes essenciais para ser professor ,se é somente saber um conteúdo específico ou se é necessário algum conhecimento pedagógico,psicológico ou outro.No último capitulo é exposto algumas ações que o Orientador Pedagógico pode fazer na escola de forma a contribuir para a qualidade do ensino,como ele pode estar trabalhando com os professores e com os outros profissionais da escola.

O texto busca entender como Orientador Pedagógico e professores podem atuar de forma a melhorar a aprendizagem do aluno,atuar de forma reflexiva e não estar somente focada no conteúdo.

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A proposta metodológica está organizada através de pesquisa bibliográfica e está baseada nas idéias dos seguintes autores: Jussara Hoffmann ,que traz a reflexão sobre a importância de uma avaliação que tenha como foco verificar a aprendizagem do aluno, Pedro Demo ,que enfatiza qual é a função do professor, que não deve ser somente transmitir determinado conteúdo, mas estar realmente comprometido com a aprendizagem do aluno e Mirian Grinspun ,que esclarece as mudanças na trajetória da formação e das funções do orientador pedagógico.

SUMÁRIO

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CAPÍTULO I - O ORIENTADOR PEDAGÓGICO,QUAL A FUNÇÃO DESSE PROFISIONAL NA ESCOLA...10 CAPÍTULO II - AVALIAÇÃO: AUXILIANDO NA APRENDIZAGEM OU

EXCLUINDO?...16 CAPÍTULO III – É FUNÇÃO DO PROFESSOR SOMENTE

ENSINAR?...23 CAPÍTULO IV - COMO ORIENTADOR PEDAGÓGICO JUNTO A EQUIPE DOCENTE PODE CONTRIBUIR PARA MELHORAR O DESEMPENHO DOS ALUNOS?...29 CONCLUSÃO...35 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...36

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema a ação do Orientador Pedagógico junto a equipe docente no 1º segmento.Esse tema foi escolhido ,pois percebi em uma escola Municipal da Rede de Angra dos Reis,que o índice de

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reprovação estava muito alto,muitos alunos estavam chegando no final do 1º segmento com algumas lacunas na alfabetização, não conseguindo interpretar e nem produzir textos com autonomia,porém apesar dos índices estarem altos os professores não se preocupavam com esse fato,pois não se consideravam responsáveis pelo problema,afirmavam que a culpa era do aluno que não queria nada.

Devido a minha inquietação observando esse contexto, onde os professores não se sentiam responsáveis pela aprendizagem do aluno e utilizavam a avaliação como forma de classificação e exclusão,decidi pesquisar como o orientador pedagógico pode atuar junto aos docentes de forma a criar um ambiente onde se reflita sobre as práticas educativas ,sobre a função da avaliação e como o professor pode contribuir de fato para a aprendizagem do aluno e possa se sentir também responsável quando os alunos não conseguirem atingir os objetivos.

Esse trabalho tem como objetivo entender quem é o Orientador Pedagógico e como ele pode atuar na escola ,analisar a importância da formação continuada dos professores e de práticas reflexivas que possam de fato contribuir para a aprendizagem do aluno e a importância de rever nos dias atuais qual a função da avaliação e os saberes necessários para ser professor.

O trabalho está dividido em quatro capítulos,que estão divididos da seguinte forma:

Capítulo I - é tratada a questão da identidade do orientador pedagógico, quem é este profissional, onde é feita a sua formação,qual é o seu campo de atuação e qual a importância desse profissional para a educação.

Capitulo II - traz como reflexão a avaliação. Afinal é necessário avaliar?Apesar de muitos professores avaliarem para ter uma nota no final do processo e poder aprovar ou reprovar o aluno a autora Jussara Hoffmann traz a questão de avaliar não para classificar ou excluir ,mas para acompanhar o processo de construção do conhecimento do aluno,saber até onde o aluno avançou ,como continuar e o que é preciso rever.A avaliação é vista como uma ferramenta para melhorar o ensino.

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Capitulo III - trata dos saberes necessários para ser professor nos dias atuais ,pois não basta somente conhecer determinado conteúdo, é preciso saber qual é a melhor maneira de contribuir para a aprendizagem do aluno,entender que aprender não é decorar e ensinar não é deixar o quadro repleto de atividades.É preciso entender qual é a função do professor ,pois só assim será possível perceber que a culpa não é somente do aluno.

Capitulo IV - traz reflexões sobre a importância da união entre o orientador pedagógico e os professores e quais as ações que devem ser realizadas de forma a mudar práticas que não garantem a aprendizagem do aluno.É um momento para refletir sobre o que pode ser feito a partir dessa união ,para melhorar a qualidade do ensino.

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CAPÍTULO I

ORIENTADOR PEDAGÓGICO,QUAL A FUNÇÃO DESSE

PROFISSIONAL NA ESCOLA ?

Nos dias atuais é possível encontrar o orientador pedagógico(ou supervisor pedagógico) nas escolas, porém não foi sempre assim, esse profissional da educação teve uma trajetória com muitas mudanças que foram desde a formação até seu campo de atuação.

No decreto Lei 1190/4/04/1939, que organizou a antiga Faculdade Nacional de Filosofia ,tornou-se obrigatória, juntamente com o diploma de licenciado de pedagogia para o magistério em cursos normais,o bacharelado para o exercício dos cargos técnicos em educação.A formação de técnicos em educação visava atender os cargos provenientes de concursos para funções de administração,planejamento do currículo,orientação a professores ,inspeção de escolas, avaliação do desempenho dos alunos e docentes de pesquisa e desenvolvimento tecnológico da educação,no MEC e nas Secretarias de Educação.

O decreto Lei 8530 de 02/01/1946, revoga o decreto lei 1190/39, prescrevendo apenas que deveria haver uma conveniente formação em cursos apropriados ,em regra de ensino superior.Não foi citado nesse documento as especializações em planejamento,orientação ou supervisão.

A formação do orientador pedagógico estava relacionada a formação em cursos de pedagogia,em nível de graduação.

No parecer 252/69 ,a habilitação foi chamada "supervisão escolar",o determinante escolar acompanhou ,além da supervisão, a administração e a inspeção, ficando somente a orientação utilizando o termo educacional.

Na Lei 5692/71 estava implícito que a escola estava a serviço do desenvolvimento do país,portanto a escola era descentralizada e voltada para os interesses da comunidade na qual estava inserida.Cada unidade escolar tinha seu conteúdo ,ritmo e atividade educativa de acordo com a necessidade da comunidade na qual estava inserida.A supervisão pedagógica nesse período passa a ser vista como um componente que garante parâmetros para

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a relação ensino-aprendizagem que se realiza na escola ,tem como bibliografia para a formação autores americanos como Segiovanni, Burton,Griffiths,Pfeiffer e Wiles que minimizavam a tarefa de inspeção e fiscalização dos aspectos burocráticos da escola,enfatizava uma atuação técnica ,voltada não só para a liderança ,mas também para o acompanhamento do processo de ensino -aprendizagem. Nesse contexto a atuação do supervisor estava atrelada a imposições impostas de cima para baixo e alheio aos interesses da comunidade escolar,sua autonomia para atuar no interior das escolas era praticamente nula e os modelos pedagógicos ou administrativos que deveria implementar eram sempre decididos de forma apriorÍstica e arbitrariamente.

“ Esse sistema acabar levando a supervisão a exercer um papel controlador principalmente dos aspectos burocráticos da estrutura escolar.Um papel isolado e pouco motivador .Um papel policial do sistema ,pouco crítico e criativo,distante e antagônico a Formação teórica que permeou sua especialização. ” (ALVES,2006, p.26)

A divisão do trabalho contribuiu para o distanciamento entre as etapas de concepção e execução do ensino e colocou o supervisor num lugar de controle ,tendo a função de controlar o professor e por isso ao invés de atuar em conjunto com o professor ,o supervisor realizava seu trabalho de forma isolada.Essa maneira de atuar do supervisor e a incapacidade para gerir seus espaços ,acabou resultando em um descrédito generalizado na profissão.

Nos anos 80 o cargo de especialista foi extinto em algumas escolas do Rio de Janeiro,pois acreditava-se que ele era responsável pelo fracasso escolar,porém a realidade mostrou que a mudança necessária na educação não ocorreu com a extinção do especialista.

Nos anos 90 ressurge a função do supervisor sendo apontado como necessário para as mudanças nas escolas ,porém ainda era visto como um implementador das propostas curriculares divulgadas pelos órgãos oficias,

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nesse período o supervisor não tinha mais como marca o autoritarismo ,mas deveria agir como um mediador,em uma escola aberta e em transformação. Nesse período com a regulamentação da gestão democrática na Lei 93.94/96 é estabelecido alguns princípios norteadores do ensino:

“ A participação dos profissionais na elaboração do projeto político pedagógico da escola,participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares.(Lei 9394/96 artigo 14,itens I e II)

Com a participação dos profissionais na elaboração do projeto de ensino, as relações de trabalho na escola são modificadas,há uma descentralização nas decisões, os professores passam a fazer parte ,junto com os supervisores ,de construções coletivas que tenham como meta a qualidade do trabalho pedagógico.

Na LDB /96 no artigo 64 é regulamentada a formação do supervisor que deve ser feita nos cursos de pedagogia,garantida nessa formação recebida a base comum nacional.No entanto a formação recebida pelos supervisores nos cursos de pedagogia ,ainda não dão conta de dizer como esse profissional deve atuar junto aos professores no cotidiano escolar,com temas que não são tratados na sua formação, como inclusão, indisciplina,temas transversais.

Nesse momento deixa de usar o termo "supervisor escolar"e passa a utilizar "supervisor educacional ",tendo como objetivo ampliar as possibilidades de atuação no mercado de trabalho ,podendo atuar em espaços escolares ou em outros espaços.

FERREIRA(2000) considera diferente os dois termos ,educacional e escolar.

“ Supervisão educacional possui uma conotação abrangente ,extrapola as atividades da escola para

alcançar, em nível macro ,os aspectos

estruturais,sistêmicos da educação.Já supervisão escolar supõe a supervisão da escola nos seus aspectos

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administrativos ,de funcionamento geral e pedagógicos.Pouco identificada em relação ao ensino. (FERREIRA,2006, p.76)

Atualmente vários teóricos discutem qual seria a função do supervisor na sociedade atual,na qual a preocupação não é mais formar mão de obra para as fábricas ,mas formar cidadãos e pessoas autônomas,capazes de construírem uma sociedade melhor,que possam pensar no bem comum.

O Supervisor pedagógico é um especialista da educação que esta na escola tendo como uma de suas funções auxiliar o professor para melhora a qualidade do ensino.

“ Partindo da constatação de que a presença de grandes e diversificados contingentes populacionais na escola um caminho sem volta,assumíamos ,então,que a existência de vários técnicos no trabalho diário da escola tem relação direta com a impossibilidade de o professor assumir sozinho as múltiplas tarefas que lhe impõe essa realidade de grande e diversificados contingentes escolares. ” (ALVES,2006, p.09)

Compete ao supervisor criar condições para que os professores possam rever a sua atuação ,não só constatar que a escola não esta atingindo o seu objetivo,que é garantir a aprendizagem do aluno,mas principalmente perceber o seu papel no fracasso escolar e como pode contribuir para melhorar a situação.

Um dos desafios é como o supervisor pode atuar na formação dos professores,que são os profissionais que estão em contato direto com o aluno.Segundo Ferreira,2000.

“ Conceber a supervisão centrada na formação de professores ,não implica no abandono das tarefas rotineiras,mas indica um redirecionamento do trabalho

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dos agentes,cuja atenção devera voltar-se para os problemas que ocorrem na sala de aula e no seu exterior,tomando consciência das mudanças que estão acontecendo na sociedade e das novas demandas que se colocam para a supervisão. (FERREIRA,2000, p.178)

Muitas foram as mudanças na formação do supervisor

pedagógico,atualmente de acordo com a resolução CNE/CE nº 15/05/2006 que institui as diretrizes para o curso de pedagogia ,o curso de destina á formação de professores para exercer funções de magistério na educação infantil e nos anos inicias do ensino fundamental,nos cursos de ensino médio,na modalidade normal, de educação profissional na área de serviços e apoio escolar.

De acordo com a resolução a formação do supervisor está fundamentada nos art.14 e suas normas.

Art.14 . A licenciatura em pedagogia ,nos termos dos pareceres CNE/CO Nº 5/2005 3/2006 e desta resolução ,assegura a formação de profissionais da educação previstas no art. 64 em conformidade com o inciso VIII do art. 3º da lei nº 9346/96.

1º Esta formação profissional também poderá ser realizada em cursos de pós graduação ,especialmente estruturados para este fim e abertos a todos os licenciados.

2º Os cursos de pós graduação indicados no parágrafo 1º deste artigo poderão ser complementarmente disciplinados pelos respectivos sistemas de ensino,nos termos do parágrafo único do art.67 da lei 9394/96.

Atualmente é preciso repensar sobre o papel da educação para entender como o supervisor pedagógico pode atuar. A escola tem uma dupla função de incorporação do aluno no mundo do trabalho e formação do cidadão para ter uma participação efetiva na vida publica,com isso a escola deixa de ser vista como espaço de transmissão de informação e precisa articular o conhecimento escolar com o conhecimento que o aluno traz do seu cotidiano,devido a essa mudanças o supervisor não pode também atuar da mesma maneira.

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O supervisor precisa atuar em termos de gestão e organização da escola, formação continuada dos professores ,tem a função de coordenar o planejamento, prestar assistência técnico pedagógica aos professores, coordenar o sistema de avaliação dos alunos, trabalhar em ação conjunta com o orientador educacional e proporcionar um ambiente onde seja feito um trabalho em equipe.

Muitas são as funções do supervisor pedagógico no cenário atual,com certeza não é mais o autoritário e controlador, mas um profissional que deve atuar junto com os professores de forma a garantir a qualidade da aprendizagem dos alunos e auxiliar os professores para que também possam atender as novas exigências impostas a escola.

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CAPÍTULO II

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: AUXILIANDO NA

APRENDIZAGEM OU EXCLUINDO?

O único sentido da avaliação é cuidar da aprendizagem. Demo(2009).

Durante as observações feitas em uma escola da rede Municipal de Angra dos Reis, município que fica localizado a 157 Km da cidade do Rio de Janeiro, pude perceber que a questão da avaliação não é discutida entre os professores e equipe técnica.

Na rede de Angra dos Reis são utilizados conceitos para definir a situação dos alunos, os conceitos são S - atingiu satisfatoriamente os objetivos, P - atingiu plenamente os objetivos e N - não atingiu os objetivos.Os professores reclamam muito dessa nomenclatura,questionam o não uso de notas e entendem que utilizando os conceitos é difícil descrever o que o aluno aprendeu.

Em um conselho de classe do 2º segmento um professor de matemática indicou uma turma inteira para a retenção e não foi feita nenhuma reflexão sobre o ocorrido.No conselho de classe do 1º segmento a professora reclamou que os alunos estão com dificuldades em história e geografia, que ela passa os questionários, mas as crianças não estudam, não querem nada e esses são os motivos dos muitos conceitos N.

Durante o conselho de classe não é proposta nenhuma ação para os alunos que estão com N, não se discute sobre a aprendizagem dos alunos, é feita uma tabela, onde é lançado os conceitos dos alunos em cada disciplina e as professoras falam de alguns alunos que elas julgam estar com dificuldades. Normalmente falam que os alunos não querem nada, não prestam atenção e são imaturos. As professoras não trazem os aspectos cognitivos para serem discutidos,mas somente os aspectos afetivos.

Diante desse contexto onde a avaliação é utilizada sem nenhuma reflexão e é utilizada como forma de exclusão ,me propus a pesquisar sobre o

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sentido da avaliação ,qual a sua função e como ela pode contribuir para a aprendizagem do aluno.

Para muitos professores a avaliação se resume em lançar dados que comprovem a promoção ou retenção do aluno e com isso acreditam que a avaliação utilizada no ensino tradicional esteja cumprindo os seus objetivos.

Quando é proposta uma outra forma de avaliar ,além das notas e provas, muitos professores não acreditam ser possível ,pois acreditam que a avaliação tradicional garante um ensino de qualidade,acreditam que só estará apto a seguir quem tirar nota boa na prova,devido a essa crença nesse tipo de avaliação é difícil propor uma mudança. Essa concepção de avaliação não é somente dos professores,mas está difundida na nossa sociedade e transparece em noticiários de jornais e nos comentários de diferentes níveis sociais e categorias sociais.

Há um certo descrédito em relação as escolas inovadoras ,pois acredita-se que os professores serão menos exigentes do que os professores tradicionais, acredita-se que a avaliação tradicional garante um ensino de qualidade ,que uma boa nota garante que o alunos vão ter sucesso na vida, na realidade observamos que não é assim, o modelo tradicional que muitos consideram competente,com seu modelo rígido,não está dando conta da nossa realidade, pois não consegue sequer dar conta dos alunos que recebe, pois muitos são promovidos a categoria de repetente e evadidos.

Segundo Hoffmann (2009) é preciso refletir se realmente o aluno que obteve nota dez na escola vai ter sucesso na vida, para a autora a escola não está preparando o aluno para a vida, as questões tratadas na escola não auxiliam o aluno pra se tornar um cidadão crítico e autônomo,mas está contribuindo para formar cidadãos passíveis ,que aceitem a sociedade como está posta ,sem nenhuma reflexão e esperança de mudança.

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“ É preciso atentar para o fato de que uma escola de qualidade é a que da conta,de fato de todas as crianças, brasileiras,concebidas em sua realidade concreta.E a escola,hoje,insere-se numa sociedade marcada por muita violência, miséria, epidemias, instabilidade econômica e política. O caminho para o desenvolvimento é uma educação igualitária ,que acolha os filhos dessa geração em conflito e projete essa geração no futuro, conscientes do seu papel numa possível transformação. ” (HOFFMANN,2009, p.18).

Em uma perspectiva construtiva de avaliação a escola é responsável por favorecer oportunidades amplas e desafiadoras de construção de conhecimento ,diferente da qualidade que se espera de uma avaliação tradicional ,a avaliação mediadora requer o máximo desenvolvimento possível do educando.

A avaliação não deve ter como função aprovar ou reprovar o aluno, mas verificar se o aluno está tendo condição de se desenvolver moral e intelectualmente, refletindo sobre a sua vida,criando e recriando.

De acordo com Freire (1992):

“ Não há como não repetir que ensinar não é pura transferência do perfil do conteúdo que o professor faz ao aluno, passivo e dócil.Como não há também como não repetir que, partir do saber que os educados tenham não significa ficar girando em torno deste saber.Partir significa por -se a caminho, ir-se,deslocar-se de um ponto a outro e não ficar,permanecer. ”(FREIRE, 1992,p.70-71).

Se queremos auxiliar os alunos a se tornarem críticos, conscientes, sujeitos da sua própria história, não é possível continuar utilizando a avaliação tradicional que muita das vezes faz com que o aluno somente decorre o

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conteúdo para o dia da prova, o que acaba ocorrendo nas escolas são transmissão de informação e não construção de conhecimento.Quando se utiliza a avaliação tradicional só é considerado que o aluno aprendeu se ele obteve boas notas nas provas.

Os motivos relatados por muitos professores para as notas baixas nas avaliações são a falta de atenção do aluno, o não cumprimento das tarefas proposta pelo professor e a ausência nas aulas.Essa é uma visão behavorista de conhecimento que considera que só se aprende fazendo vários exercícios e atento ao que o professor falar, no entanto o aluno constrói seu conhecimento em interação com o meio em que vive,os entendimentos são decorrentes do seu desenvolvimento próprio frente a umas e outras áreas de conhecimento,por isso não é possível uma única avaliação para alunos que construíram conhecimento de forma diferente.

2.1 - O que deve ser avaliado?

Para que seja possível uma mudança na forma de avaliar é preciso que os professores entendam o motivo da avaliação. Demo 2009, afirma que a avaliação tem o objetivo de cuidar da aprendizagem, tem uma função diagnostica (saber até que ponto o aluno aprendeu de verdade), e uma função prognostica (saber o que fazer para que o aluno recupere suas oportunidades de aprender). É importante ter em mente de forma clara o que realmente se espera do aluno.

“Se queremos que ele saiba pensar, argumentar, questionar, prova não é procedimento adequado ” (DEMO,2009, p.09).

Quando se entende que o aluno não vai para a escola para aprender a memorizar e decorar conteúdo,pois aprendizagem é muito mais que dominar alguns conteúdos ,é saber pensar, a avaliação passa a ter um outro sentido.

A avaliação deve ser feita para acompanhar o processo, saber até que ponto o aluno avançou e qual foi a parte que ele não conseguiu acompanhar, deve garantir que o aluno aprenda e contribuir para diminuir o fracasso

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escolar. Se o aluno é acompanhado durante todo o processo ,ele não vai chegar no final do ano e ser reprovado porque tirou nota baixa na prova. Durante o processo o aluno precisa ter o professor como um mediador.

A avaliação deve garantir o direito de aprender,conforme Demo,2009:

“ O aluno não vem para escola para escutar aula. Vem para reconstruir conhecimento e arquitetar sua cidadania integral.” (DEMO,2009, p.74).

A avaliação deve ajudar a enfrentar com criatividade novas dificuldades de aprendizagem, saber motivar, desafiar os alunos, fazer com que os professores também se avaliem e se estimulem a estudar sempre, para poder oferecer aos alunos o que há de melhor e mais avançado no conhecimento .A avaliação deve mostrar até que ponto o aluno progrediu no saber pensar ,na construção da sua autonomia na sua capacidade de saber pesquisar, questionar, criar e não o quanto o aluno memorizou de um conteúdo.

É muito mais complexo do que fazer uma prova, verificar o que está certo e errado e dar uma nota. É ter responsabilidade e compromisso com a formação de cada aluno que está na sala, formação não só dos conteúdos, mas também formação humana.

Diante do estudo desse autores é possível chegar a conclusão que prova ,onde é cobrada somente a memorização dos conteúdos, não auxilia o aluno na construção do conhecimento, e essa atitude precisa ser revista mas escolas, não dá mais para reprovar um número elevado de aluno e dizer que os alunos não aprenderam nada, não podemos mais aceitar que os alunos levem questionário para casa ,para decorar para a prova, é preciso pensar em uma aprendizagem significativa, que realmente faça sentido para o aluno e que o aluno possa ter prazer em estar na escola.

“ No fundo estamos avaliando algo que se quer valeria a pena avaliar, tamanha é a futilidade de nossa aulas e

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prova. Aí o defeito mais gritante sequer está nos métodos de avaliação, mas na aprendizagem quase inexistente. (DEMO,2009, p.26).

2.2 - Como considerar o erro na avaliação?

Quando se utiliza a avaliação como um meio de garantir que o aluno aprenda, a correção não é feita para punir ou classificar, mas para acompanhar o processo de construção do conhecimento, o erro não é visto como inaceitável, mas como um momento de construção ,uma oportunidade de saber o que o aluno já compreendeu e o que esta com dificuldade.

De acordo com Esteban (2003), o erro oferece novas informações e formula novas perguntas sobre a dinâmica da aprendizagem/desenvolvimento, individual e coletiva.

O erro não deve ser visto como inaceitável, mas como parte do processo ,se o aluno é considerado um aprendiz é normal que ele não saiba alguma coisa, mas durante o processo ele pode construir determinado conhecimento.

Diante do erro é importante não dar a resposta ao aluno,mas criar oportunidades para que ele possa chegar ao lugar esperado.

Se o aluno entender que o erro é uma parte do processo ,que ele ainda não sabe, mas essa situação não é definitiva, pois com o auxilio do professor e de outros alunos ele pode vir a aprender,o aluno não vai mais ter medo de tentar , não vai mais ter vergonha de perguntar e ser constrangido em sala de aula por não saber, essa mudança na concepção do erro pode fazer com que o aluno tenha mais confiança em si, acredite que a sua resposta não precisa ser a cópia do professor para estar certa, pois ele tem capacidade de criara as suas respostas e com isso o processo de construção ser mais prazeroso.

É importante entender que o erro não deve ser deixado de lado, mas visto de outra maneira e sem punir o aluno.

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“ Considerar, valorizar, não significa observar e deixar como está, ou acreditar que um dia ela vira a descobrir. Pelo contrário , o "considerar" exige do professor a reflexão teórica necessária para o planejamento de situações provocativas ao aluno que favoreçam a sua descoberta ,o seu aprofundamento em determinada área do saber. (HOFFMANN,2009, p.85).

CAPÍTULO III

É FUNÇÃO DO PROFESSOR SOMENTE

ENSINAR?ou(saberes necessários para ser professor)

Não é transmissor de conhecimento, porque sua função não é instruir,é educar,formar. Demo(2009).

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É uma necessidade urgente refletir sobre a função do professor nos dias atuais, não cabe mais aquele que fica na frente da sala falando o tempo todo e esperando que os alunos aprendam.O professor deve considerar as transformações que ocorreram na sociedade para poder atuar de forma que faça sentido.O professor não é mais o dono do saber ,ele também aprende na interação com o aluno.De acordo com Perrenoud, 2001 as competências necessárias para ser professor foram modificadas e alguns professores que estão atuando a muito tempo na salas de aula não se deram conta dessas mudanças, pois quando estes optaram por ser professor essas competências não eram necessárias.

“ Por outro lado ,as redefinições do papel profissional colocam uma parte dos professores em uma situação incomoda:seus motivos para optar pela profissão e suas competências deixaram de coincidir com as novas exigências.Trata-se agora de dialogar e de negociar com os alunos,os pais, as coletividades locais;de desenvolver projetos de estabelecimento de ensino; de trabalhar em equipe pedagógica; de cooperar com outros especialistas (psicólogos,assistentes sociais,médicos sanitarista,por exemplo).Tudo isso não fazia parte do contrato social. (PERRENOUD,2001 p.86).

Não há como continuar atuando de maneira desconectada com a realidade, Porém muitos professores não acham necessária uma mudança,acreditam que eles podem continuar com suas práticas e afirmam que sempre atuaram assim, continuam transmitindo informação e querendo que os alunos memorizem.Com os professores do 2º segmento essa mudança é mais complicada ,pois eles tem o conhecimento especifico sobre a sua matéria e acham desnecessário o conhecimento pedagógico, porém essa falta de conhecimento pedagógico e psicológico pode dificultar as ações voltadas

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para a aprendizagem do aluno.Esses conhecimento são necessários para que eles entendam como o aluno aprende,como melhorar as suas aulas, que somente transmitir conteúdo não é uma maneira muito eficaz; são conhecimentos necessários para auxiliar na prática, porém muitos professores não querem conhecer.

O professor precisa reconhecer que é sua função cuidar que o aluno aprenda, portanto a nota baixa do aluno também é sua responsabilidade. Quando entrar em sala de aula deve ter a sua aula planejada, ele não pode agir no improviso,deve ter respeito com o aluno e com a sua aprendizagem.Outra aspecto que deve ser considerado para melhorar a qualidade de ensino é a formação continuada do professor, embora ele tenha conhecimento do que vai utilizar em sala de aula,o professor precisa estudar sempre, investir em sua formação ,pois aprendemos durante toda a vida.

“ A responsabilidade ética, política e profissional do ensinante lhe coloca o dever de se preparar, de se capacitar, de se formar antes mesmo de iniciar sua atividade docente.Esta atividade exige que sua preparação ,sua capacitação ,sua formação se tornem processos permanentes.Sua experiência docente ,se bem percebida e bem vivida ,vai deixando claro que ela requer uma formação permanente do ensinante. Formação que se funda na análise crítica de sua prática. (FREIRE,2006 p.28).

No cotidiano escolar também é possível observar que muitas professoras do 1º segmento não demonstram interesse pela aprendizagem do aluno,algumas estão contando os dias para se aposentar e ainda utilizam práticas que aprenderam há muito tempo atrás na escola normal,estão preocupadas em enfeitar a sala,usar letras bonitas,colocar estrelinhas nos cadernos dos alunos e são muito fixadas em utilizar cartilhas e livros didáticos.Diante desses fatos é urgente pensar como melhorar a qualidade do

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ensino,se as pessoas que estão na frente do processo não estão preparadas para as mudanças necessárias.

Devemos repensar sobre o que é realmente necessário para ser professor,somente formação em uma área especifica?Afinal o que é ser professor?Se o professor seria o responsável por auxiliar o aluno na sua aprendizagem o que esta acontecendo?Porque muitos só estão preocupados em aprovar ou reter o aluno?

De acordo com Perrenoud as ações dos professores devem ser modificadas.

“ No âmbito da sala de aula ,também aumentou a defasagem entre o que um professor médio sabia fazer e o que se pretende que ele saiba fazer, como ,por exemplo,construir seqüências didáticas rigorosas e situações de aprendizagem que atinjam o aprendiz em sua "zona proximal de desenvolvimento"; diferenciar sua ação pedagógica; individualizar os percursos de formação; praticar uma observação formativa;desenvolver métodos ativos e procedimentos cooperativos;reforçar ou suscitar um "projeto pessoal"no aprendiz; trabalhar sobre o sentido do trabalho escolar, das situações,dos saberes; transformar a classe em uma sociedade multiétnica baseada na tolerância e gerenciar a diversidade das culturas ou das famílias.(PERRENOUD,2001 p.86).

De acordo com Freire,1993,existem algumas qualidades que são indispensáveis ao melhor desempenho do professor; a humildade,que segundo o autor não quer dizer covardia ou acomodação, pelo contrario exige coragem ,confiança em nós mesmos, respeito a nos mesmos e aos outros,a humildade é importante pois ajuda o professor a perceber que ninguém sabe tudo, ninguém ignora tudo ,sendo assim é possível ouvir o outro,não importando o seu nível intelectual e acreditando que o professor não é o único que sabe.

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FREIRE,2003.Se ,humilde,não me minimizo nem aceito humilhação ,por outro lado,estou sempre aberto a aprender e a ensinar.

O autor também cita a coragem de lutar,pois para trabalhar com uma educação que provoca criticamente a consciência do educando ,é preciso ter coragem ,vencer o medo de perder o emprego,de não ser promovido.O medo é algo normal,mas não pode paralisar a ação.Outra virtude é a tolerância.

“ Ser tolerante não é ser conivente com o intolerável, não é acobertar o desrespeito, não é amaciar o agressor, disfarçá-lo. A tolerância é a virtude que nos ensina a conviver com o diferente, a respeitar o diferente. (FREIRE,1993 p.59).

No dia a dia é possível perceber a falta de humildade,o que acaba prejudicando a qualidade do ensino;sem a humildade para admitir que o professor também pode aprender,que ele não é o dono do saber, fica difícil propor uma mudança.O professor precisa ter humildade para reconhecer que também pode falhar e que também pode mudar,o aluno não é o único responsável pelo resultado da sua avaliação.

Quando o professor entende que aprender não é copiar e memorizar ele pode mudar a sua postura diante da avaliação e da sua prática, não mais considerar que o aluno não aprendeu porque não prestou atenção na aula,mas entende que o aluno aprende na interação com o meio.

Conforme afirma Demo,2009, aprender é uma atividade "autopoiética" (formativa, de dentro para fora), não se manifesta em domínio memorizado de conteúdos. O educador precisa ter o compromisso de manter o aluno na escola,mas favorecendo de fato o acesso ao saber,não o promovendo simplesmente ,mas garantindo a permanência e a continuidade dos estudos.

A posição do professor muda quando ele entende que a sua função não é instruir,mas educar,garantir a formação humana como um todo,o saber pensar.

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É preciso promover nas escolas momentos de reflexão,onde seja possível refletir sobre a causa do fracasso escolar e como é possível melhorar.Se a avaliação deixar de ser usada somente para saber se o aluno vai ser aprovado ou não e sim como forma de acompanhar o processo de aprendizagem do aluno ,o professor vai ter um instrumento de acompanhamento,vai ter a possibilidade de saber onde o aluno avançou e a partir do que o aluno não atingiu ele vai poder continuar o seu trabalho. O professor deve acompanhar mais de perto o aluno que não alcançou os objetivos,não deve abandoná-lo e sim acompanhá-lo,pois precisa garantir que o aluno aprenda.

No entanto não devemos entender que todos os professores não querem mudar,na escola onde eu fiz a observação existem alguns avesso a mudança e pode ser que em outras escolas também tenham,mas com certeza existem muitos professores que utilizam certas práticas,por não saberem atuar de outra maneira,pois durante os seus anos como aluno foram tratados com essas práticas e na sua formação não viram outra maneira de atuar, por isso continuam reproduzindo as mesmas ações,alguns percebem que essa não atingem os alunos e se perguntam como o que fazer.

Percebo que houve uma falha na formação,não que os professores não se preparam,mas que a organização dos cursos não ofereceram recursos suficientes para auxiliar na prática.

Nos cursos das disciplinas específicas,como geografia, matemática, história, são poucas as disciplinas pedagógicas, muita das vezes são cursadas só por obrigação para ter a licenciatura ,mas não são vistas como necessárias.Não são oferecidas disciplinas sobre a didática de cada disciplina e por isso quando professores chegam na sala de aula não sabem como fazer,acham que é só colocar a matéria no quadro e quando não conseguem ver o resultado esperado ,então ficam aflitos.

Seria necessário uma reformulação nos cursos de formação do magistério,no entanto conforme afirma SAVIANI, 2009,há uma luta entre dois modelos de formação de professores,de um lado o modelo no qual a formação se da na cultura geral e no domínio específico dos conteúdos da área de

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conhecimento na qual irá lecionar ,e de outro lado o modelo que considera que a formação de professores só se completa com o efetivo preparo pedagógico -didático.Diante desse dois modelos o autor afirma ser necessário um reformulação.

“ Penso que chegou o momento de organizar grupos de ensino nas diferentes disciplinas dos currículos escolares que aglutinem docentes das Faculdade de Educação e das outras unidades acadêmicas em torno de projetos de ensino que configurariam as novas licenciaturas. (SAVIANI,2009 p.152).

Embora se ouça que na prática é diferente ,é necessário saber a teoria para saber como atuar diante de realidades tão complexas,pois conforme afirma ,PERRENOUD,2001 a escola é um lugar complexo,onde não é possível prever o que vai acontecer a cada dia,por isso é preciso saber decidir na incerteza.

CAPÍTULO IV

COMO ORIENTADOR PEDAGÓGICO JUNTO A EQUIPE

DOCENTE PODE CONTRIBUIR PARA MELHORAR O

DESEMPENHO DOS ALUNOS?

Apesar das alterações no campo de atuação dos Orientadores Pedagógicos,ainda há uma resistência a sua presença na escola,pois muitos professores ainda o percebem como um profissional que está na escola para vigiar o trabalho do professor.No entanto o orientador pedagógico não deve ser visto assim,pois ele está na escola para trabalhar em conjunto com os professores ,tendo como meta melhorar a qualidade do ensino.

As mudanças ocorridas na escola também envolve os outros profissionais da escola que necessitam repensar a sua prática e o orientador

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tem a função de ajudar os professores a entenderem essa nova dinâmica escolar, saber lidar como o novo aluno,que não é o idealizado pelos professores,mas é o real, saber lidar com os alunos que estão sendo incluídos com necessidades especiais,entender que cada aluno é diferente,portanto não há como continuar utilizando os mesmos métodos que não estão dando conta da aprendizagem do aluno,mas que é mantido por falta de conhecimento ou por comodismo.

Nesse trabalho o especialista escolar está sendo discutido de acordo com vários autores e como forma de esclarecer aos leitores é importante ressaltar que cada autor usa uma nomenclatura ,portanto o mesmo profissional pode ser chamado de:Orientador pedagógico ,supervisor pedagógico e coordenador pedagógico.

O Orientador deve atuar em três dimensões,deve atuar na dimensão articuladora ,formadora e transformadora ,deve articular a ação dos professores as necessidades dos educandos ,atuar na formação do educador, com o objetivo de melhorar constantemente a sua atuação cotidiana e deve atuar na dimensão da transformação das relações.

“ O coordenador é apenas um dos atores que compõem o coletivo da escola.Para coordenar ,direcionando suas ações para a transformação ,precisa estar consciente de que seu trabalho não se da isoladamente ,mas nesse coletivo ,mediante articulação dos diferentes atores escolares, no sentido da construção de um projeto político pedagógico transformador. (BRUNO, 2009 p.19).

Quando o orientador atua na formação continuada dos professores ele deve utilizar estratégias que possam produzir mudanças nas práticas dos professores.Pode promover um trabalho coletivo ,onde possa integrar vários atores da escola e também da comunidade, como os responsáveis pelos alunos,é uma oportunidade de compartilhar dúvidas ,anseios e necessidades ,é um momento de juntos todos os atores poderem propor novas idéias, essa maneira de encaminhar o trabalho é importante pois quando as pessoas se

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sentem responsáveis a adesão ao projeto é feita com compromisso ,acreditando que é possível,diferente de quando é imposta e só é aceita por não ter outra opção.Também pode atuar no sentido de manter as práticas docentes que estão dando certo e mediar os professores para que possam ter consciência da sua atuação na vida do aluno.

O Orientador pedagógico visando a formação de todos deve propor a formação continuada na escola ,poderá utilizar os momentos de coordenações ,que muita das vezes são pouco aproveitados ,pois os professores alegam não saber o que fazer com esse tempo disponível,deve aproveitar esse tempo para incentivar os professores a buscar novas metodologias, atividades,deve trazer novas propostas de atividades, textos sobre avaliação, planejamento.O orientador é responsável por auxiliar o professor nesse processo de mudança.

“ Viver num cenário de mudança não tem sido nada confortador para o educador, principalmente para o coordenador que faz nela/dela seu foco de ação,sua parceria de trabalho.Trabalhar no sentido do ainda não", do "por vir" nos desafia e angustia ,pois visualizamos as possibilidades de mudança sob a ótica do possível,ou seja , a nova realidade embrionária desejada.Esse movimento se dá a partir de situações concretas do educador que ,consciente de seu papel e de sua sincronidade,imprimirá direção a sua ação.(BRUNO,2009 p.26).

O Supervisor pedagógico também atua no desenvolvimento do grupo,não é suficiente ter vários professores,é importante ter um grupo que seja unido e tenha um objetivo em comum,pois assim é possível superar as fragmentações que existem na escola.

Segundo Freire(1993), há cinco papéis que podemos observar num grupo:o silencioso ,o líder de mudança,o líder de resistência ,o bode expiatório e o porta voz.O silenciosos cristaliza os silêncios do grupo,mantendo

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escondido aquilo que não pode ser dito.O líder de mudança enfrenta as dificuldades ,os conflitos que surgem e aponta as soluções ,favorecendo o crescimento.O líder de resistência ,ao contrario do líder de mudança ,impede o grupo de avançar,na medida em que retoma questões já resolvidas como uma nova problemática.O porta voz é aquele que capta os mal estares do grupo explicita -os ,possibilitando que se trabalhem os conflitos .Já o bode expiatório funciona como deposito das questões que o grupo não pode ,não consegue ou não quer enfrentar, é o depositário de tudo o que é "ruim" no grupo.

Segundo a autora o supervisor precisa conhecer o funcionamento do seu grupo de trabalho ,para assim saber como lidar com as diferenças, enfrentar conflito e buscar caminhos para superá-los,quando o supervisor conhece as características dos membros ,pode saber como atuar individualmente.No trabalho em grupo não se busca uma igualdade de opiniões,mas acredita-se que a partis das diferenças é possível construir novas possibilidades de ação.

O supervisor deverá fazer reuniões periódicas com o grupo de professores, deve planejar a formação continuada ,separar textos para leitura do grupo, antes de escolher os textos deve observar as necessidades dos professores, se são em relação ao ensino,ao aluno, qual a concepção de ensino, de aprendizagem e de avaliação.Quando o supervisor começa a fazer essa observações .percebe que devido a maneira como a formação inicial esta sendo desenvolvida,muitos professores conhecem pouco sobre como se dá a aprendizagem do aluno,sobre avaliação,como lidar com a indisciplina e sobre estratégias de ensino e diante dessa situação fica a dúvida,por onde começar?deve ser sincero em relação a pratica dos professores que não estão atingindo o aluno? ou deve ter cuidado para não desmotivar o grupo?deve começar por outro tema importante,mas não polemico?são questões que fazem parte do cotidiano do supervisor, que ele deve ter cuidado para saber como agir.

Outro espaço onde pode atuar é nas coordenações,deve propor nesse momento que os professores possam juntos tentar encontrar formas de favorecer o desenvolvimento dos educandos.Por já haver uma resistência por

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parte dos professores é muito important6e ter cuidado ao abordar os professores em questões relativas a sua atividade docente.primeiramente deve construir vínculos entre os participantes ,[para depois ser possível lidar com as criticas e assim o professor possa também ter confiança para expor as suas dificuldades sem medo de ser exposto.Ao levar textos para discussão,deve ser proposto que os professores articulem a teoria com a sua pratica cotidiana,porem é comum no inicio desses encontros ,que os professores se mantenham em silencio ,porem o supervisor não deve desistir ,pois na medida em que os professores tiverem o supervisor como companheiro irão ter liberdade para se expressar.

é feita escola é um lugar complexo,onde não é possível prever o que vai acontecer a cada dia,por isso é preciso saber decidir na incerteza.

O supervisor também tem um trabalho muito importante na relação com o professor iniciante,pois muitos ingressam na carreira docente sem preparação necessária para atuar.Devido a essa falta de preparação muitos docentes não conseguem resolver os problemas cotidianos ,alguns se desesperam e acabam abandonando o magistério,porem alguns continuam por falta de opção e acabam desenvolvendo um sentimento de incompetência e ficam com a sua imagem pessoal e profissional abalada.

“ Na busca de superação dos dilemas que se apresentam no inicio da carreira docente ,procurando superar as frustrações ,as ansiedades e ate mesmo a desmotivação profissional,faz se necessário que no seio da própria escola , o professor encontre o apoio e a orientação que ele precisa nesse período de sua carreira.É no contexto escolar que o professor iniciante ira procurar superar suas dificuldades ,elaborando ,em conjunto com outros profissionais da escola ,um projeto de formação em serviço que o ajude a transpor suas dificuldades ,rompendo com o individualismo e o isolamento ,aspectos presentes na conduta de muitos professores

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nessa fase.é o próprio professor que saberá quais são as suas necessidades, e já no inicio de carreira,ele devera se apropriar de se projeto de formação, o que terá a supervisão do professor pedagógico(PCP), ajudando-o a vislumbrar as carências do momento. (BRUNO, 2009 p.35).

O supervisor é essencial nesse articulação,deve auxiliar os professores iniciantes de forma a promover um ambiente acolhedor, que propicie momentos de formação e possibilite a superação desse momento inicial ,onde as teorias prendidas devem ser colocadas em prática.

Na rede de Angra dos Reis,o Supervisor tem como função: articular a prática educativa baseada nas determinações normativas,subsidiando o processo ensino-aprendizagem, revendo ações junto ao corpo docente e discente sempre que necessário;analisar registro diversos sobre a vida escolar do aluno,problematizando -os com os sujeitos envolvidos ,para identificar os possíveis elementos que interferem no desempenho do aluno,propondo ações procedimentais a serem adotadas para superar os problemas;organizar bimestralmente ,gráficos estáticos sobre os resultados obtidos para reflexão - ação junto a equipe técnico pedagógica,comunidade escolar e ao conselho de escola;assessorar o professor,dentro dos objetivos propostos ,na seleção de atividades que possibilitem ao aluno o auto- conhecimento ,o conhecimento do mundo que o cerca,o exercício de escolhas e a responsabilidade sobre elas.Muitas e diferentes são as funções do supervisor,no entanto todas tem como meta contribuir para a melhorara a pratica cotidiana,auxiliar os professores e contribuir para a aprendizagem dos alunos.

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CONCLUSÃO

Embora tenhamos consciência que a formação de professores não esta sendo adequada ,pois não esta dando conta de tratar de assuntos essenciais para a prática cotidiana ,podemos perceber que é possível mudar o quadro atual da educação.É fato que os professores normalmente não refletem sobra aspectos essenciais para a qualidade na educação,não por que não querem, mas muita das vezes por não conhecer ,por isso o Orientador Pedagógico se torna um dos principais agentes dessa mudança ,é ele que pode promover momentos de reflexão com os professores e fazer com que eles possam refletir sobre outras maneiras de atuar. Essa união entre professores e orientadores pedagógicos pode contribuir de fato para a melhora no ensino,pois é possível unir os conhecimentos específicos das matérias e os conhecimentos pedagógicos.

O mais importante é não esquecer que o Orientador Pedagógico não esta na escola para vigiar o trabalho do professor,mas para juntos poderem atuar de forma a melhora o ensino.

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BIBLIOGRAFIA

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DEMO,Pedro. Ser professor é cuidar que o aluno aprenda.Porto Alegre,Mediação ,2004.

GRINSPUN, Mirian. Supervisão e Orientação educacional:perspectiva de

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FREIRE, Paulo. Professora sim tia não:cartas a quem ousa ensinar.Olho dáagua,São Paulo,1997.

BRUNO, Eliane B.G. et.al.(org).O coordenador pedagógico e a formação

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