Sobre o palco do evento que asentou a Libertadores de 2017, o pre-sidente da Conmebol, o paraguaio Alejandro Domínguez, lamentou as antigas administrações da entidade: “Encontramos uma Conmebol em que o objetivo era o dinheiro, e o futebol era o meio de consegui-lo”. Agora, com o principal torneio de clubes re-formulado, o mandatário quer mudar a
imagem do futebol sul-americano. A Libertadores de 2017 será a maior de sua história. Serão 47 times, que disputarão o título durante toda a tem-porada. Antes da fase do grupo, ha-verá três fases eliminatórias. O calen-dário mais longo, que acabou tirando as equipes mexicanas do torneio, foi usado de exemplo pela direção da Conmebol; a ideia é não prejudicar os
Por renovação, Conmebol
apresenta nova Libertadores
POR DUDA LOPES
B O L E T I M
NÚMERO DO DIA
EDIÇÃO • 660 QUINTA-FEIRA, 22 DE DEZEMBRO DE 2016
Libertadores ficou com mais times e mais datas
durante todo o ano, e até logotipo
da competição foi alterado. O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, tentou passar maior credibilidade da atual gestão. O F E R E C I M E N T O
85mi
De reais será o
repasse do COB às
confederações em 2017
via Lei de Incentivo ao
Esporte; o número ficou
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2
A U S T R Á L I A S O B E
P R Ê M I O E M 2 0 1 7
Os ganhadores do torneio de simples do Aberto da Austrália irão ganhar US$ 3,7 milhões, um valor recorde na história do primeiro torneio de Grand Slam de 2017.
“Estamos comprometidos em melhorar ainda mais o pagamento para assegurar que todos os ganhadores sejam devidamente recompensados”, afirmou Craig Tiley, diretor executivo do Aberto da Austrália.
N I K E FAT U R A
U S $ 1 7 , 2 B I L H Õ E S
A Nike manteve o viés de crescimento no primeiro semestre deste ano. Segundo números divulgados pela companhia, a marca teve um aumento de 7% no faturamento, alcançando US$ 17,241 bilhões no primeiro semestre deste ano. O lucro subiu 6% e chegou a US$ 2,091 bilhões.
A Ásia segue sendo o mercado com maior crescimento, com aumento de 26% no Japão.
PA L M E I R A S D E V E
T E R C R E F I S A
O presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, usou o sorteio da Libertadores para se manifestar sobre os problemas políticos que a dona da Crefisa, Leila Pereira, tem enfrentado no clube.
O mandatário minimizou a questão. “Em alguns momentos, os assuntos interferem. Mas estou muito otimista”, revelou o presidente palmeirense sobre o processo de renovação do acordo.
participantes em suas ligas locais.
Não foi só no formato que a Libertadores apresentou mudan-ças. Até mesmo um novo logotipo para o torneio foi exibido, com arcos dourados. Com o title sponsor, o torneio passa a ser chamado oficialmente de Conmebol Libertadores Bridgestone.
Dominguez fez questão de ressaltar que as mudanças não seriam apenas superficiais dentro do comando da Conmebol, marcada pela renúncia de Nicolás Leoz em 2013 após uma série de denúncias de corrupção que atingiu diversas confederações sul-americanas, inclusive a brasileira.
“Quando assumimos a Conmebol, enfatizamos áreas funda-mentais, como contas transparentes, justiça, organização, mo-dernização e criação de valor. Implementamos cinco auditorias simultâneas. Pela primeira vez na história, preparamos um orça-mento com o conselho e o disponibilizamos ao público geral”, resumiu o presidente da entidade.
Ainda assim, uma questão se manteve inalterada na nova Li-bertadores. Havia a expectativa de mais um aumento na premia-ção, mas ela deverá se manter idêntica ao que foi apresentado no torneio de 2016. A pouca valorização financeira do torneio é uma reclamação das equipes brasileiras nos últimos anos.
Nesse caso, uma mudança mais relevante só deve acontecer em 2019, quando entrará em vigor um novo contrato de televi-são; o atual, que a Fox detém, é válido até 2018. A Conmebol espera, com uma Libertadores valorizada, um aumento significa-tivo nas próximas negociações. E um dos trunfos é justamente o aumento de times brasileiros, já que o país é o principal merca-do da região. Em 2017, o país terá oito representantes.
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Atenção que aqui vai um spoiler. Na próxima página, você verá uma maté-ria sobre os esportes que se tornaram mais visados pelos brasileiros no mês imediatamente após as Olimpíadas.
Não anteciparei, aqui, quais foram as modalidades que mais atraíram as pessoas, até porque a situação hoje, quatro meses após os Jogos, é muito diferente daquela “magia” de agosto.
O Rio de Janeiro quebrou, o estado está mergulhado numa grave crise fi-nanceira e de imagem pela prisão do ex-governador Sergio Cabral e o que
poderia ser o início da construção de um legado olímpico, que era o rea-proveitamento consciente do espaço do Parque Olímpico, caminha para o pior desfecho possível, que é o de ter apenas o governo federal como “inte-ressado” a assumir a gestão do espaço. A incompetência do Comitê Olím-pico do Brasil em gerir o esporte le-vou a uma situação que nos aproxima ainda mais da de Atenas, cidade que pior aproveitou a chance de abrigar as Olimpíadas desde 92, quando o negó-cio subiu ao lugar mais alto do pódio
na organização dos Jogos Olímpicos. Por mais que o público se interesse mais pelo esporte, não há meios de o torcedor ter contato com a modalida-de no período modalida-de entressafra olímpica. O Parque Olímpico, com suas insta-lações modernas, poderia ser o centro para convergência de grandes eventos de nível internacional no país. Não há qualquer perspectiva de que isso pode acontecer. E o Rio caminha para virar Atenas, em todos os piores sentidos.
Brasil começa a jogar no ralo a
possibilidade de legado olímpico
A Prefeitura de Buenos Aires criou o tour “Bairros Futebolísticos”, que percorre 13 bair-ros portenhos e cinco estádios. O programa terá saídas às segundas, quartas e sextas-fei-ras, a partir do Centro Cultural Néstor Kirchner.
O primeiro local a ser visitado é o estádio La Bombonera, no coração do bairro La Boca. O local de mando de jogo do Boca Juniors, mais popular time da argentina, conta com um mu-seu do clube e permite uma vista do gramado a partir da tribuna.
O ponto seguinte é o estádio Tomás Duco, apelidado de El Palacio, sede do Huracán. Nesta arena, os visitantes poderão ter a sen-sação de entrar no gramado usando o mesmo
túnel que é percorrido pelos jogadores. Em seguida, a visita é ao estádio do Argenti-no Juniors, clube que se orgulha de ter revela-do Mararevela-dona. Também foi em seu estádio que Lionel Messi atuou pela primeira vez com a ca-misa da seleção argentina. O museu do clube foi criado inteiramente a partir de doações de torcedores e moradores da vizinhança.
O Gasômetro, estádio do San Lorenzo, é o próximo ponto do passeio. Clube do papa Francisco, a equipe conquistou pela primeira vez a Copa Libertadores da América há dois anos. O tour é completado pelo estádio Mo-numental de Nuñez, palco da final da Copa do Mundo de 1978 e casa do River Plate.
Buenos Aires lança passeio turístico
voltado para fanáticos por futebol
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POR REDAÇÃO
O P I N I Ã O
POR ERICH BETING
Os Jogos Olímpicos têm uma importância clara no desenvolvi-mento esportivo: durante o even-to, o público passa a acompanhar modalidades que, normalmente, não recebem tanta atenção. Por isso, o Ibope Repucom resolveu medir qual foi o tamanho da in-fluência do Rio 2016 no interesse dos brasileiros. E esportes menos populares ganharam destaque.
O levantamento foi feito pela
ferramenta Sponsorlink, especial-izada em hábitos de consumo dos torcedores. Seus resultados repre-sentam 47,3 milhões de internau-tas espalhados pelo país.
A pesquisa considerou respostas dos participantes de “interessado” e “muito interessado” em relação a esportes olímpicos, antes e depois do Rio 2016. O crescimento mais acentuado foi demonstrado pelo futebol feminino, com um
au-mento de 50% dos que afirmaram acompanhar o esporte. De 34%, o esporte passou a receber 51%.
O Ibope Repucom destacou out-ras três modalidades. O handebol, com aumento de 35% no interesse, o judô, com aumento de 32%, e o iatismo/vela, com aumento de 29%. Nem o futebol feminino e nem o handebol renderam medal-ha ao Time Brasil.
Por outro lado, a pesquisa apon-tou que não houve aumento no interesse em geral pelos Jogos Olímpicos. Em setembro de 2013, o levantamento apontou que o evento despertava a atenção de 63% dos internautas. Em setem-bro de 2016, após o Rio 2016, esse número ficou próximo, precisa-mente em 61%.
O crescimento só foi observado em relação a um período mais próximo. Em abril deste ano, a porcentagem de internautas inter-essados nos Jogos Olímpicos es-tava em 56%.
POR DUDA LOPES
Pesquisa aponta maior interesse
em esporte após Rio 2016
O Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio 2020 anunciou uma queda nos custos da Olimpí-ada, que deve gastar entre US$ 10,3 bilhão e US$ 12,1 bilhão. O megaevento estava orçado inicial-mente em US$ 19,3 bilhões.
O COI já havia advertido a cidade com a neces-sidade de cortar custos, dentro da nova política
adotada pela entidade através da Agenda 2020. O comitê sugere que as sedes deem maior peso à sustentabilidade dos investimentos.
Nas últimas edições olímpicas, algumas arenas construídas para Atenas 2004 e Pequim 2008 aca-baram completamente abandonadas depois da realização dos Jogos.