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A UTILIZAÇÃO DO INVENTÁRIO PORTAGE COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO NO SERVIÇO DE ACONSELHAMENTO GENÉTICO

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A UTILIZAÇÃO DO INVENTÁRIO PORTAGE COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO NO SERVIÇO DE ACONSELHAMENTO GENÉTICO

ESTEFANI NAYARA BARCELLOS1, MARCELLE TEIXEIRA BERTINI2, TALYTA DE SOUZA LIMA3, BARBARA DIAS MIRAS4, RENATA GROSSI5. Universidade Estadual de Londrina Apoio Fundação Araucária/SETI- Universidade sem fronteiras e PROEX-UEL

1. INTRODUÇÃO

O Guia Portage de Educação Pré-Escolar (“Portage Guide to Early Education” de Bluma, Shearer, Frohman e Hilliard, 1976) faz parte de um sistema amplo de Treinamento de pais e educação pré-escolar denominado “Projeto Portage” (WILLIAMS; AIELLO, 2001). Ele foi traduzido para o português por duas psicólogas brasileiras, Williams e Aiello. Elas também operacionalizaram cada um dos comportamentos, propondo-lhes definições, critérios, explicitando as condições de avaliação e descrevendo o material a ser utilizado (VIERA; ROBEIRO; FORMIGA, 2009).

O Inventário Portage Operacionalizado (IPO) orienta o aplicador para uma descrição de comportamentos de crianças de 0 a 6 anos de idade com o objetivo de construir um parecer para posterior intervenção no ambiente natural da criança avaliada, pois através da sua aplicação pode-se visualizar o seu desempenho, usá-lo para elaborar uma intervenção e avaliar os progressos da criança ao longo e depois de um período de intervenção (VIERA; ROBEIRO; FORMIGA, 2009).

A intervenção é feita por meio de treinamento dado aos pais, outros familiares ou mesmo profissionais que possam realizar atividades de estimulação, quanto às atividades e registro, visando aceleração do desempenho destas crianças durante a idade pré-escolar (WILLIAMS; AIELLO, 2001).

O IPO é composto de 580 comportamentos divididos em cinco áreas do desenvolvimento (socialização, cognição, linguagem, auto-cuidados e desenvolvimento motor) e ainda introduz um campo de estimulação infantil, reservada aos recém-nascidos na faixa etária de até quatro meses de vida (TAQUES, 2006).

A área de estimulação infantil possui 45 itens, a de desenvolvimento motor, 140; a de autocuidados, 105; a de cognição, 108; a de socialização, 83 e a de linguagem, 99. Esses itens

1

Estagiária Bolsista do Serviço de Aconselhamento Genético da Uel, Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, e-mail: estefani.barcellos@gmail.com;

2

Estagiária do Serviço de Aconselhamento Genético da Uel, Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, e-mail: marcelletb@hotmail.com;

3

Estagiária do Serviço de Aconselhamento Genético da Uel, Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, e-mail: talyta.lima@hotmail.com;

4

Estagiária Bolsista do Serviço de Aconselhamento Genético da Uel, Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, e-mail: miras.barbara@gmail.com;

5

Professora, Doutora do Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, endereço: Rodovia Celso Garcia Cid, pr 445 km 380, CEP: 86057-970, Campus Universitário, Londrina-PR, e-mail: regrossi@hotmail.com;

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são divididos nas seguintes faixas etárias: 0 a 4 meses, 1 a 2 anos, 2 a 3 anos, 3 a 4 anos, 4 a 5 anos e 5 a 6 anos.

A área motora diz sobre a capacidade da criança em controlar seus músculos e mover-se com desenvoltura, como resultado da prática ou da experiência em geral e progressivamente novos padrões cada vez mais complexos tendem a surgir. Embora o ritmo do desenvolvimento varie de uma criança para outra, a sequência é quase a mesma para todas elas.

O auto-cuidado é a ação que se exerce sobre si mesmo para preservar e cultivar uma boa qualidade de vida e saúde de maneira responsável, neste sentido busca-se verificar os comportamentos que a paciente emite que auxiliem atingir este objetivo.

Em relação à área da cognição busca-se verificar se a criança adquiriu certos tipos de conhecimentos esperados para a sua idade. A cognição envolve fatores diversos como o pensamento, a percepção, a memória, o raciocínio, etc., que fazem parte do desenvolvimento intelectual.

A área da socialização se refere à assimilação de hábitos característicos do seu grupo social, todo o processo através do qual um indivíduo se torna membro funcional de uma comunidade, assimilando a cultura que lhe é própria. É um processo contínuo que nunca se dá por terminado, realizando-se através da comunicação, sendo inicialmente pela "imitação" para se tornar mais sociável.

Sobre a área da linguagem refere-se à capacidade especificamente humana para aquisição e utilização de sistemas complexos de comunicação.

A operacionalização dos itens consiste em especificar as respostas a serem observadas, as condições de avaliação, ou seja, como proceder para avaliar, que objetos usar em cada item e qual critério usar para a correção das respostas ou número de acertos/erros por tentativa. O instrumento pode ser aplicado na escola e/ou na casa da criança avaliada, em diferentes períodos do dia (manhã, tarde e noite). A aplicação deve começar pela área de desenvolvimento motor, sendo que os aplicadores devem observar a criança em situação natural e anotar se algum dos comportamentos emitidos corresponde ao operacionalizado. Os comportamentos que deverão ser observados, primeiramente, são os da faixa etária anterior a da criança, sendo que para avançar para a faixa etária seguinte deve haver 15 itens consecutivos de acertos ou alcançar 75% de acertos em todas as áreas. Se houver 50% de erro, os aplicadores devem retroceder à idade anterior.

Se algum dos comportamentos não ocorrer na situação natural, os aplicadores podem criar uma situação e observar se ele acontecerá. As atividades devem ser preferencialmente agradáveis e a aplicação não deve durar mais do que 30 minutos, para evitar que a criança se canse. Caso não tenham estímulos e brinquedos necessários na casa e/ou escola da criança, os aplicadores podem levar os objetos no dia da aplicação.

Os aplicadores também podem perguntar aos pais, cuidadores e/ou professores se a criança emite os comportamentos, por exemplo, aqueles que não puderam ser observados.

2. OBJETIVO

Esse trabalho tem como objetivo apresentar dois casos de pacientes encaminhados para o Serviço de Aconselhamento Genético da Universidade Estadual de Londrina – SAG/UEL em

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que foram aplicados o Inventário Portage Operacionalizado para avaliar o desempenho dos mesmos.

3. ESTUDO DE CASO 01 3.1. MÉTODO

3.1.1. Caracterização do participante:

C.O.S., 1 ano e 10 meses de idade, sexo masculino. Atualmente realiza atendimento com fisioterapeuta e fonoaudiólogo para melhorar seu desempenho. Mora com a mãe e o pai, filho único, tem pouco contato com outras crianças da sua idade. O participante apresentava dificuldades no desenvolvimento motor e da linguagem.

3.1.2. Materiais:

Para a aplicação do Portage foi utilizada uma adaptação do instrumento feita por GROSSI (2003), folhas de sulfite, lápis grafite e colorido e os próprios brinquedos do participante.

3.1.3. Local:

A avaliação de C. foi realizada em duas visitas domiciliares com dia e horário previamente marcado. Na primeira avaliação estavam presentes duas aplicadoras, a criança e a mãe, na seguinte somente uma aplicadora estava presente juntamente com a responsável.

3.1.4. Procedimento:

Na primeira avaliação foi observado C. em contexto natural e foram utilizados os brinquedos que possuía na casa para a operacionalização dos comportamentos, tanto por observação como entrevista com a mãe. Posteriormente, em supervisão, foi feito um levantamento sobre quais comportamentos não puderam ser observados e na visita seguinte foi possível levar os materiais necessários a fim de concluir a avaliação. A avaliação foi realizada com base nos comportamentos esperados para a idade de 0 a 1 ano e 1 a 2 anos.

3.2. RESULTADO

A partir dos dados obtidos foram confeccionados gráficos e tabelas referentes a cada faixa etária, pois ilustram de forma mais eficaz os resultados alcançados com a aplicação do instrumento.

A tabela 1 representa a frequência de acertos e erros dos comportamentos esperados para a faixa etária de 0 – 1 ano.

Tabela 1: Avaliação Portage 0-1 ano

Área Acertos Erros Não Observados

Motora 43 2 0

Auto-Cuidados 10 1 2

Cognição 13 0 1

Socialização 24 3 1

Linguagem 5 5 0

A tabela demonstra que na área motora nesta faixa etária a criança obteve 43 acertos, porém não realizou 2 comportamentos. Em relação a auto-cuidados 10 comportamentos aconteceram dentro do esperado, apenas um erro, sendo que não foram observados 2 comportamentos. Na

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área de cognição houve 13 acertos, não foi observado 1 comportamento. Em relação a socialização 24 comportamentos ocorreram de forma adequada, 3 erros aconteceram e 1 comportamento não foi observado. Na linguagem 5 comportamentos ocorreram de forma esperada e 5 não aconteceram.

A figura 1 representa a porcentagem de acertos (sim) e erros (não) dos comportamentos esperados para a faixa etária de 0 – 1 anos.

A figura 1 demonstra que na área motora 95,5% dos comportamentos foram emitidos de maneira adequada e 4,5% não. Em relação a área de auto-cuidados alcançou 77% de comportamentos realizados e 7,6% de comportamentos não realizados. Na área de cognição 92% dos comportamentos foram realizados da maneira esperada. Referente a socialização 85% dos comportamentos foram apresentados e 10,7% não. Na linguagem 50% dos comportamentos foram emitidos e 50% não.

A tabela 2 representa a freqüência de acertos e erros dos comportamentos esperados para a faixa etária de 1 – 2 anos.

Tabela 2: Avaliação Portage 1-2 anos

Área Acertos Erros Não Observados

Motora 7 5 6

Auto-Cuidados 4 7 1

Cognição 6 2 2

Socialização 10 3 2

Linguagem 3 14 1

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A tabela demonstra que na área motora a criança obteve 7 acertos, 5 erros e 6 comportamentos não observados. Em relação a auto-cuidados, 4 comportamentos aconteceram dentro do esperado e 7 não, nesta categoria não foi observado um comportamento. Na área de cognição houve 6 acertos e 2 erros, não foi observado dois comportamentos. Em relação à socialização 10 comportamentos ocorreram de forma adequada, 3 não e dois comportamentos não foram observados. Na linguagem, 3 comportamentos ocorreram de forma esperada e 14 não, um comportamento não foi observado.

A figura 2 representa a porcentagem de acertos (sim) e erros (não) dos comportamentos esperados para a faixa etária de 1 – 2 anos.

A figura 2 demonstra que na área motora 39% dos comportamentos foram emitidos de maneira adequada e 27,7 não. O auto-cuidado alcançou 33% de comportamentos realizados e 58% de comportamentos não realizados. Na área de cognição 60% dos comportamentos foram realizados da maneira esperada e 11% não. Referente a socialização 66% dos comportamentos foram apresentados e 20% não. Na linguagem 16% dos comportamentos foram emitidos e 77% não.

3.3. DISCUSSÃO

A partir das avaliações realizadas, nota-se que C. não apresentou alguns comportamentos que já deveriam ser executados para a sua idade. Na faixa etária de 0 a 1 ano para a área motora, apresentou bom desempenho, totalizando 95,5% dos comportamentos. Porém, na margem de

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1 a 2 anos, na qual a criança se encontra, emitiu apenas 39% dos comportamentos. É importante destacar que não foi possível observar seis atividades na área motora de 1 a 2 anos, como “coloca 4 aros em uma pequena esteira”, “retira pinos de 2,5 cm, em uma prancha ou tabuleiro de encaixe”, “encaixa pinos de 2,5 cm, em uma prancha de encaixe”, “desce escadas sentado, colocando primeiro os pés”, “usa cadeira ou cavalo de balanço” e “sobe escadas com ajuda”, totalizando 33% dos comportamentos não observados. Neste caso, a porcentagem poderia aumentar caso todos os comportamentos tivessem sido observados. Nos comportamentos de auto-cuidados de 0 a 1 ano, a criança apresentou 77% das condutas e na faixa etária seguinte, apenas 33%. Na área de socialização, na faixa etária de 0 a 1 ano, a criança apresenta 85% dos comportamentos. Já nos comportamentos listados de 1 a 2 anos, apresentou um total de 66% dos comportamentos, sendo uma das áreas mais desenvolvidas pela criança.

Para os comportamentos da área de cognição de 0 a 1 ano, a criança apresentou 92% dos pré-requisitos, sendo que para a faixa etária de 1 à 2 anos, apresentou 60% dos comportamentos, apresentando um bom desenvolvimento, se comparada as outras áreas. Na área de linguagem, a mais afetada, C. atingiu apenas 50% dos comportamentos esperados na faixa etária de 0 a 1 ano e para 1 a 2 anos, emitiu apenas 16% dos comportamentos. Nota-se que a criança atinge o pré-requisito de 75% na maioria das áreas avaliadas na faixa etária de 0 à 1 ano, ficando abaixo apenas na área da linguagem. Na faixa etária seguinte, o garoto não atingiu a porcentagem desejada em nenhuma área avaliada, o que indica um atraso em seu desenvolvimento global.

3.4. ORIENTAÇÕES INICIAIS

Diante das observações notou-se que a mãe de C. apresenta comportamentos que impedem que o filho se exponha para realizar atividades sozinho. Desta forma, a aprendizagem de comportamentos independentes e um desenvolvimento compatível com a sua faixa etária ficam prejudicados. O paciente possui 1 ano e 10 meses e se encontra na faixa etária de 0 a 1 ano. A partir destes resultados, foram estruturadas atividades para estimular o desenvolvimento da criança nas diferentes áreas. Dentre estas, estão:

1) Ensinar passo a passo do comportamento de andar, narrando as etapas: “Primeiro essa perna, depois a outra”; ajudá-lo quando necessário e pedir para que a criança observe como um adulto faz; elogiar quando a criança emitir comportamentos compatíveis aos das solicitações;

2) Estimular a criança fazer atividades sozinhas, como por exemplo, durante a alimentação, ensiná-lo a manusear talheres através de explicações verbais e imitação; estimular a criança a se trocar de forma independente, narrando o que deve ser feito e auxiliando quando necessário; deixar que a criança fique sozinha por um período, mesmo que solicite atenção. É importante que a mãe consiga realizar suas atividades, como cozinhar e arrumar a casa, sem que a criança interfira;

3) Estimular contato com outras crianças de sua idade. Quando esta manifestar comportamentos agressivos, ao invés de tirá-la da brincadeira, ensinar comportamentos alternativos, explicando a situação para a criança; Colocar a criança em uma creche durante meio período para que seja estimulada, tenha contato com outras pessoas e consiga se tornar mais independente da mãe;

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4) Quando a criança apontar indicando querer alguma coisa, a mãe deve perguntar qual a sua vontade, se a criança não conseguir responder, deve verbalizar o pedido e solicitar repetição; ensinar novas palavras durante atividades cotidianas como passeios, hora da alimentação e banho e solicitando repetição; brincar de imitar sons: “au-au”, “miau”, “toc-toc”; utilizar livros e revistas para contar histórias para a criança.

Novas orientações serão elaboradas e transmitidas conforme envolvimento e necessidade da criança.

4. ESTUDO DE CASO 02 4.1. MÉTODO

4.1.1. Caracterização do participante:

K.M.B., 4 anos e 6 meses de idade, sexo feminino e atualmente freqüenta o centro de educação infantil público perto da sua residência. Mora com a mãe, pai e duas irmãs mais velhas. A participante apresenta dificuldades no desenvolvimento neuropsicomotor.

4.1.2. Materiais:

Para a aplicação do Portage foi utilizada uma adaptação do instrumento feita por GROSSI (2003) folhas de sulfite, lápis grafite e colorido, tesoura sem ponta e os próprios brinquedos da participante.

4.1.3. Local:

A avaliação de K. foi realizado em duas etapas, sendo a primeira na casa da paciente e a segunda na creche frequentada por ela. Na primeira avaliação estavam presentes duas aplicadoras, a criança, a mãe e a irmã do meio da K. Na creche foi possível observá-la dentro da sala de aula juntamente com seus colegas de turma e sua professora.

4.1.4. Procedimento:

Na primeira avaliação, iniciou-se a aplicação do instrumento para a faixa etária de 3 a 4 anos, no entanto foi necessário retroceder à faixa etária anterior, ou seja, de 2 a 3 anos. Inicialmente K. foi observada em contexto natural e foram utilizados os brinquedos que possuía na casa para a operacionalização dos comportamentos, conforme procedimento do instrumento. Em supervisão, foi feito um levantamento sobre quais comportamentos não puderam ser observados e na visita seguinte foi checado os comportamentos que ela apresentava ou não no ambiente escolar, além da conversa com a professora.

4.2. RESULTADO

A partir dos dados obtidos foram confeccionados gráficos e tabelas referentes a cada faixa etária, pois ilustram de forma mais eficaz os resultados alcançados com a aplicação do instrumento.

A tabela 1 representa a freqüência de acertos e erros dos comportamentos esperados para a faixa etária de 2 – 3 anos.

Tabela 3: Avaliação Portage 2-3 anos

Área Acertos Erros Não Observados

Motora 14 0 3

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Cognição 5 9 2

Socialização 7 0 1

Linguagem 3 25 2

A tabela demonstra que na área motora nesta faixa etária a criança obteve 14 acertos, porém desses, 3 comportamentos não foram observados. Em relação a auto-cuidados 20 comportamentos aconteceram dentro do esperado e 6 não ocorreram, nesta categoria não foi observado um comportamento. Na área de cognição houve 5 acertos e 9 erros, não foram observados 2 comportamentos. Em relação à socialização 7 comportamentos ocorreram de forma adequada e 1 não foi observado e na linguagem 3 comportamentos ocorreram de forma esperada e 25 não, 2 comportamentos não foram observados.

A figura 3 representa a porcentagem de acertos (sim) e erros (não) dos comportamentos esperados para a faixa etária de 2 – 3 anos.

A figura 3 demonstra que na área motora 82,35% dos comportamentos foram emitidos de maneira adequada e 17,65% não. Na área de auto-cuidados o paciente alcançou 74,07% de comportamentos realizados e 25,95% de comportamentos não realizados. Na área de cognição 31,25 % dos comportamentos foram realizados da maneira esperada e 68,75% não. Referente a socialização 87,5 % dos comportamentos foram apresentados e 12,5% não. Na linguagem 10% dos comportamentos foram emitidos e 90% não.

A tabela 4 representa a frequência de acertos e erros dos comportamentos esperados para a faixa etária de 3 – 4 anos.

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Tabela 4: Avaliação Portage 3-4 anos

Área Acertos Erros Não Observados

Motora 11 3 1

Auto-Cuidado 6 8 1

Cognição 8 15 1

Socialização 6 6 0

Linguagem 2 10 0

A tabela demonstra que na área motora a criança obteve 11 acertos, três erros e um comportamento não observado. Em relação aos auto-cuidados, seis comportamentos foram emitidos dentro do esperado e oito não, nesta categoria não foi observado um comportamento. Na área de cognição houve oito acertos e 15 erros, não foi observado um comportamento. Em relação à socialização seis comportamentos ocorreram de forma adequada e seis não. Na linguagem, dois comportamentos ocorreram de forma esperada e 10 não.

A figura 4 representa a porcentagem de acertos (sim) e erros (não) dos comportamentos esperados para a faixa etária de 3 – 4 anos.

A figura 4 demonstra que na área motora 73,3% dos comportamentos foram emitidos de maneira adequada e 26,7% não. O auto-cuidado alcançou 40% de comportamentos realizados e 60% de comportamentos não realizados. Na área de cognição 33,3 % dos comportamentos foram realizados da maneira esperada e 66,7% não. Referente a socialização 50 % dos comportamentos foram apresentados e 50% não. Na linguagem 16,66% dos comportamentos foram emitidos e 83,34% não.

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4.3. DISCUSSÃO

Diante de tais resultados foi verificado que para K. a área motora é umas das mais desenvolvidas no seu repertório comportamental uma vez que na faixa etária de 2 a 3 anos ela alcançou a porcentagem de 82,35% e na idade de 3 a 4 anos 73,3 %. Na última faixa etária citada ela não alcançou o esperado que seria 75%, porém foi uma das suas melhores pontuações nesta faixa. Não foram realizados 3 de 17 atividades por falta de material na situação natural da criança, da faixa etária de 2 a 3 anos.

Nas duas faixas etárias K. não alcançou a porcentagem esperada na área de auto-cuidados, sendo que na de 2 a 3 anos chegou a 74,04% e na faixa entre 3 e 4 anos teve apenas 40% de sucesso nas atividades apresentadas. Na faixa etária de 2 a 3 anos esta parte do instrumento foi realizado através de perguntas para a mãe e para a professora e a faixa etária de 3 a 4 anos foi feita a partir de observações realizadas pelas avaliadoras.

A cognição foi uma das áreas mais comprometidas da paciente, uma vez que na faixa etária de 2 a 3 anos obteve a porcentagem de 31,25% e na faixa etária de 3 a 4 anos o resultado foi 33,3%. Na faixa etária de 2–3 anos quando as avaliadoras davam alguma instrução K. costumava repetir verbalmente o que tinha sido dito e quando as avaliadoras exemplificavam a atividade ela repetia de maneira automática os mesmos movimentos. Nesta faixa etária não foram realizados 2 atividades de 16 por falta de material na situação natural da criança.

Na área da socialização K. alcançou 87,5% de comportamentos realizadas na faixa etária de 2 a 3 anos e 50% na faixa etária de 3 a 4 anos.

A área da linguagem é a mais comprometida do desenvolvimento de K., uma vez que na faixa etária de 2 a 3 anos alcançou apenas 10% dos comportamentos pedidos e na faixa etária de 3 a 4 anos alcançou 16,66%.

4.4. ORIENTAÇÕES INICIAIS

Segundo esses dados hipotetizou-se que a criança consegue aprender e emitir comportamentos mais simples que podem ser apreendidos através de imitação, comportamentos mais complexos que precisam de processamentos intelectuais como a linguagem K. possui maiores dificuldades.

A criança possui 4 anos e 6 meses e possui comportamentos de uma criança que está na faixa etária de 2 a 3 anos, isso demonstra o atraso no desenvolvimento desta. Diante de tais resultados foram estruturadas 4 atividades nas quais psicólogas e familiares podem utilizar com o objetivo de estimular os comportamentos deficitários:

1) Ler livros de histórias infantis para a criança com o objetivo de: nomear objetos, cores, sentimentos entre outras figuras que possam aparecer nos livros e pedir para a criança repetir de forma adequada;

2) Contar a história para a criança e depois pedir para ela contar a história, num primeiro momento é aconselhável que a criança conte a história do seu próprio modo. Depois o adulto pode direcionar para a criança ir contando na ordem apresentada e com linguagem clara, interromper e questionar quando ela não realizar a atividade da maneira proposta;

3) Realizar brincadeiras que necessitem que um adulto ofereça alguma instrução para a criança e só de como cumprir a atividade após a mesma realizar de maneira adequada o que foi solicitado. Por exemplo: Pedir para a criança desenhar a escola, a família, o brinquedo

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favorito. Para deixar a brincadeira mais divertida o adulto pode fazer o próprio desenho e verbalizar o que está desenhando e os motivos que levaram a pensar em determinado desenho e estimular que a criança faça o mesmo;

4) Deixar a criança realizar atividades do cotidiano sozinha, apenas com observação de um adulto para quando necessário intervir mostrando passo a passo para a criança realizar de forma autônoma o que foi pedido. Nesses momentos utilizar o verbal junto com o comportamento. Por exemplo: Escovar os dentes, a mãe junto com a criança podem ir escovar os dentes e ir narrando o que for fazendo “olha vou colocar a pasta na escova”, “agora vou escovar a língua” e pedindo que a criança realize a mesma atividade. Vestir roupa, um adulto pode ir se vestir juntamente com a criança e ir dizendo “agora vou passar a cabeça pela gola”, “vou vestir a perna direita na calça” e esperar que a criança faça o mesmo.

Tem-se como objetivo dar continuidade nas orientações conforme interesse da família.

5. CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos pode-se perceber a importância da avaliação para medir o desempenho das crianças a fim de propor estratégias de intervenção de modo a possibilitar um desenvolvimento mais adequado, com orientações e estimulação. O ambiente em que a criança está inserida deve fornecer estimulação adequada a fim de possibilitar desenvolvimento físico, motor, cognitivo e social.

Contudo, é preciso conscientizar os pais e familiares sobre a necessidade de buscar profissionais especializados para verificar a existência de limitações biológicas que impedem o desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Caso, algum limite biológico for comprovado é importante que os pais sejam instruídos a quais encaminhamentos são necessários e verificar a real possibilidade de desenvolvimento neuropsicomotor.

Algumas vezes os pais podem negligenciar os atrasos apresentados pelos filhos, o que acarreta em perdas e maiores dificuldades no futuro. Pois, o atraso numa faixa anterior tende a aumentar cada vez mais, já que quando não desenvolvido o repertório esperado a defasagem será maior em comparação com as crianças de idade semelhante. Os pais estão envolvidos no processo de independência dos filhos, como apresentado na área de auto-cuidados, a criança deve desenvolver autonomia para lidar no mundo, para que saibam agir no futuro quando forem mais velhas, por isso é importante que os responsáveis ensinem as crianças a se comportar de maneira adequada à situação. A partir dessa aprendizagem é possível que desenvolvam repertório comportamental de resolução de problemas, auto estima, auto confiança e assim se tornarem adultos capazes.

REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, A. I. A. DE.; PINTO, R. F.; RUFFEIL, É.. A tecnologia e o desenvolvimento

cognitivo da criança com paralisia cerebral. Pesquisa parte da dissertação de mestrado em

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TAQUES D.C.S.R, RODRIGUES O.M.P.R. Avaliação de repertório comportamental de bebês nos quatro primeiros meses de vida: uma proposta de análise. Revista Brasileira

Crescimento Desenvolvimento Humano. v.16, n. 2. p.77-87. 2006.

VIEIRA, M. E. B.; RIBEIRO, F. V.; FORMIGA, C. K. M. R.. Principais instrumentos de avaliação do desenvolvimento da criança de zero a dois anos de idade. Revista Movimenta; v. 2, n. 1 .2009.

WILLIAMS, L.C.A.; AIELLO, A.L.R. O Inventário Portage operacionalizado:

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