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ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL

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Academic year: 2021

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Turma e Ano: Direito Público I (2013)

Matéria / Aula: Direito Constitucional / Aula 13 Professor: Marcelo L. Tavares

Monitora: Carolina Meireles

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL Lei 9.882/99

1) Conceito

A ADPF é uma ação que tem por finalidade evitar ou reparar lesão a um preceito fundamental da CF causado por ato do Poder Público. Serve, também, para dirimir controvérsia sobre a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, inclusive os anteriores à CF/88.

2) Competência

A competência é concentrada no STF, que deve decidir na presença de 8 Ministros e pelo voto da maioria de 6.

3) Paradigma e objeto

O paradigma da ADPF é menor do que o da ADI.

Enquanto na ADI qualquer dispositivo formalmente constitucional, o que envolve as normas constitucionais da CF propriamente dita, emendas constitucionais e até tratados internacionais que tenham sido aprovados pelo rito do Art. 5º, §3º, CF, podem ser paradigma em ADI, na ADPF, não.

A ADPF se propõe a proteger apenas os preceitos fundamentais, que são dispositivos formalmente constitucionais que tratem também dos objetos constitucionais, quais sejam, a organização do Estado e a proteção dos direitos fundamentais.

O objeto é mais amplo que o da ADI.

Comparando com a ADI, só pode ser objeto desta, lei ou ato normativo federal ou estadual. Na ADPF, o preceito fundamental poderia ser agredido por qualquer ato do

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poder público, ato concreto, até mesmo uma decisão judicial poderia ser agressiva a um preceito fundamental.

Dentre as principais decisões do STF afirmando o que não é objeto de ADPF, a mais notória é a exclusão da súmula de jurisprudência do objeto da ADPF. A súmula, como não é um ato concreto, ela não produz efeito por si só, é uma orientação para julgamento. Dessa forma, ela não teria densidade suficiente para ser considerada objeto de ADPF. Mas um ato concreto pode ser, de qualquer esfera da federação. Um decreto do Prefeito, uma portaria do Secretário de Estado, poderiam, em tese, ferir um preceito fundamental.

A lei ou ato normativo de todas as entidades federativas podem ser levadas na ADPF a uma discussão sobre sua constitucionalidade, inclusive atos anteriores à CF/88. Isso faz com que a ADPF inove na possibilidade de se discutir na competência concentrada, a recepção.

O fato do STF analisar a validade de uma lei ou ato normativo anterior à CF/88, na competência concentrada, não faz com que se declare a inconstitucionalidade da lei anterior à CF. A ADPF não mudou a natureza do que se entende, no Brasil, como avaliação da validade da lei anterior à CF. O que se possibilita é que o STF profira uma decisão com efeito erga omnes e vinculante sobre recepção.

Não quer dizer que a ADPF tenha transformado a recepção de um fenômeno da lei no tempo em um controle de constitucionalidade clássico.

4) Legitimidade

Polo passivo – órgão que tenha produzido o ato que é objeto da ADPF. Polo ativo – vide ADI

5) Regra da subsidiariedade

Art. 4º, §1º, Lei 9.882/99 – caberá ADPF toda vez que não houver outro meio eficaz para sanar a lesividade.

A posição majoritária do STF do que se entende “outro meio eficaz” é a verificação sobre se cabe uma ação de controle concentrado no STF. Quando couber ADI ou ADC, não caberá ADPF. Mas o STF hoje, por maioria, entende que a possibilidade de impetração de

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MS e a possibilidade de propositura de uma ação pelo rito ordinário não seria o suficiente para ser “outro meio eficaz” para evitar ADPF.

6) Efeitos da decisão de mérito

Quanto ao conteúdo, não se pode afirmar previamente qual seja o conteúdo. O STF pode adotar, no mérito, qualquer medida para proteger o preceito fundamental, até uma medida de declarar a inconstitucionalidade, pode ser uma medida de declarar que a norma não está mais em vigor porque ele fez uma verificação de recepção, pode ser dar uma interpretação ao preceito fundamento, ao objeto. Enfim, o conteúdo do mérito é aberto, não se pode dizer nem que será uma declaração de inconstitucionalidade.

Produz efeitos erga omnes e vinculante.

Se houver declaração de inconstitucionalidade, em regra, no tempo o efeito é ex tunc, se o STF quiser modular os efeitos, precisa da decisão de 2/3.

7) Tipos de ADPF

Direta: é o ataque a uma norma objeto para proteger um preceito fundamental. Indireta/incidental: faz referência a um processo em que se discute o controle de constitucionalidade incidental.

8) Liminar

Art. 5º, §3º, Lei 9.882/99 – prevê que a liminar poderá ter por conteúdo a suspensão de processos ou decisões que não tenham transitado em julgado. A liminar, no entanto, poderá ter outro conteúdo qualquer. Poderá suspender a eficácia de norma, antecipar uma determinada interpretação que o STF entenda adequada para um preceito ou objeto.

9) Amicus curiae, requisição de informações, nomeação de especialistas sobre matérias

O mesmo que foi estudado na ADI.

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O Relator pode requisitar informações a Tribunais, pode designar realização de audiência pública, pode requisitar a manifestação de especialistas em determinadas matérias.

10) Procedimento

O procedimento da liminar é muito simples: o STF pode requisitar informações, permitir a manifestação do PGR no prazo comum de 5 dias.

No processo de julgamento de mérito, o STF requisita informações do requeirdo no prazo de 10 dias e ouve o PGR no prazo de 5 dias.

Mas o rito, inclusive, é mais simples que o rito da ADT. Não há previsão legal de manifestação do AGU quanto ao julgamento de mérito, o que não significa que o STF não possa ouvir o AGU, até porque quanto à liminar, há uma alusão ao AGU – Art. 5º, §2º, Lei 9.882/99.

Art. 7º, p. ún., Lei 9.882/99.

REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA Arts. 34 e 36, CF

1) Conceito

É uma ação proposta no STF, de natureza judicial, como condição obrigatória para que o STF requisite ao Presidente da República a intervenção em um estado ou no Distrito Federal, quando o fundamento for o descumprimento à execução de lei federal ou o desrespeito a um princípio constitucional sensível (Art. 34, VI, 1ª parte, CF e Art. 34, VII, CF).

2) Legitimidade Exclusiva do PGR. 3) Competência

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4) Lei 12.562/11

Lei que regulamenta a representação interventiva e prevê os institutos de poder requisitar informações, admitir amicus curiae etc.

5) Rito

Notificação da entidade federativa.

Ouve-se o AGU e o PGR no prazo sucessivo de 10 dias. Oitiva do AGU é obrigatória.

6) Liminar

Cabe liminar. Pode determinar a suspensão do ato que nega execução à lei federal ou pode fazer outra determinação para proteção do princípio constitucional sensível.

Depois do rito em que se ouve a entidade federativa e no prazo de 10 dias, sucessivamente, o AGU e o PGR, leva-se a julgamento. Se o STF julgar procedente o pedido, ele oficiará ao Presidente da República requisitando a decretação da intervenção.

ESTADO FEDERAL BRASILEIRO Teoria Geral do Estado – Dalmo de Abreu Dallari.

O que é o Estado?

O Estado é uma pessoa jurídica de Direito Público Internacional composto por um povo, sediado em um determinado território e observando um ordenamento jurídico, que tenha soberania.

Caracteriza-se por quatro elementos:

Povo: conjunto de nacionais, sendo a nacionalidade uma relação jurídica que gera direitos e obrigações para o indivíduo em relação ao Estado. O ato de reconhecimento de nacionalidade é um ato soberano do Estado. Sob o aspecto

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sociológico, o povo tem que ter uma ligação histórica, cultural, compartilhar valores.

Soberania: é a capacidade que o Estado tem de não se submeter a uma ordem internacional com a qual ele não concorde.

Território: composto pelas terras do Estado, seu mar territorial (12 milhas), espaço aéreo e navios e aeronaves de serviço público.

Ordenamento jurídico Tipos de Estado

- Estados unitários: tem o poder centralizado. Só existe uma fonte de poder político. Pode ser dividido em:

Estado unitário simples – não tem divisões administrativas relevantes. Ex.: Portugal continental.

Estados unitários regionais – são divididos administrativamente. Estas regiões não têm autonomia política. Os administradores dessas regiões são nomeados pelo poder central, não são escolhidos pelo povo e não se auto-organizam. Ex.: Espanha, França.

- Estados compostos: são estados descentralizados. Existem dois tipos de Estados compostos que são característicos de monarquias:

A união real (perene, entre coroas. Ex.: Reino Unido) e a união pessoal (nasce de uma eventualidade de duas leis de sucessão de países diferentes indicarem, naquele momento, a mesma pessoa para ser rei dos dois países. Ex.: União Ibérica)

Referências

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