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Academic year: 2021

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DT\1044363PT.doc PE544.479v01-00

PT

Unida na diversidade

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PARLAMENTO EUROPEU 2014 - 2019

Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos

6.1.2015

DOCUMENTO DE TRABALHO

sobre o Programa de Viajantes Registados

Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos Relatora: Tanja Fajon

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PE544.479v01-00 2/5 DT\1044363PT.doc

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1. Introdução

O Programa de Viajantes Registados (RTP) proposto é parte integrante do pacote das fronteiras inteligentes da Comissão, de fevereiro de 2013, que inclui igualmente a proposta relativa a um Sistema de Entrada/Saída (EES) e uma proposta de alteração do Código das Fronteiras Schengen (CFS), a fim de refletir os novos sistemas. O RTP tem por objetivo fundamental facilitar a passagem nas fronteiras externas da UE aos visitantes de países terceiros que viajam frequentemente para este destino e seriam objeto de um controlo de segurança antes de chegarem à fronteira.

Este documento de trabalho sintetiza algumas das questões essenciais que continuam por resolver na sequência da apresentação por parte da Comissão do seu Estudo Técnico sobre as

Fronteiras Inteligentes — Análise de Custos e termina com uma secção sobre Preocupações pendentes e questões para reflexão, na qual são referidos vários aspetos que cumpre tratar no

futuro.

2. Síntese das questões consideradas no estudo técnico e na análise de custos

O estudo técnico examina em pormenor um conjunto de aspetos do RTP, nomeadamente o processo de controlo nas fronteiras, os dados, a utilização de dados biométricos e a arquitetura geral do sistema. Muitas das sugestões avançadas diferem consideravelmente da proposta legislativa original da Comissão. O estudo, porém, não analisou nem alterou o objetivo fundamental do Programa de Viajantes Registados.

Processo de controlo nas fronteiras

O estudo dedica grande atenção à inscrição do viajante registado e explora o uso de fotografias nesse processo. Defende que a qualidade das fotografias utilizadas no VIS nem sempre é satisfatória. Recomenda também que sejam permitidas requisições em linha do RTP, mas afirma que tal teria impactos sobre a arquitetura geral e levantaria preocupações ao nível da segurança, o que requer uma análise mais aprofundada.

Uma das tarefas deste estudo era avaliar a utilização de um dispositivo de autenticação no RTP. Neste contexto, sugere-se que os passaportes eletrónicos (documento de viagem eletrónico de leitura automática — eMRTD) sejam usados como alternativa aos dispositivos de autenticação. Os documentos de viagem de leitura automática (MRTD — passaportes sem um chip) comuns não são considerados suficientemente seguros.

O estudo avalia igualmente as ações destinadas a reduzir a quantidade de tempo necessária para o tratamento fronteiriço. Tais ações são designadas «aceleradores». Alguns dos possíveis «aceleradores» incluem: recolha antecipada de dados; registo antes de chegar à fronteira; períodos de conservação dos dados mais longos; organização mais eficiente dos pontos de passagem das fronteiras; minimização do número de documentos necessários; portas automáticas nas fronteiras e digitalização de imagens oculares.

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A proposta original da Comissão previa a recolha de um conjunto de 36 tipos de dados por

viajante. O estudo sugere que, de facto, 26 tipos de dados seriam suficientes para o RTP (e para o EES). A proposta original do RTP não previa qualquer acesso para as autoridades policiais e o estudo não apresenta razões para propô-lo. Por outro lado, confirma que não existem desvantagens relativamente ao período de conservação dos dados estabelecido na proposta inicial da Comissão, ou seja, um período máximo de cinco anos a partir da data de termo do RTP.

Dados biométricos

As características biométricas são consideradas como uma forma de melhorar e reforçar as verificações de identidade nas fronteiras externas e, assim, a segurança geral dos controlos fronteiriços. O estudo examinou a utilização de imagens faciais enquanto características biométricas e concluiu que seria possível utilizar apenas imagens faciais (e não impressões digitais) para o RTP. Tal não foi apresentado como uma opção na proposta legislativa.

O estudo sublinhou também que a utilização de imagens faciais, a par das impressões digitais, seria benéfica em termos de rapidez e de segurança, tanto na verificação como na identificação, traduzindo-se em taxas de rejeição injustificadas inferiores, o que significaria, por sua vez, um número menor de impressões digitais necessárias relativamente ao indicado na proposta inicial da Comissão.

As três opções para o RTP, nomeadamente, a utilização apenas de imagens faciais, a utilização de imagens faciais e de algumas impressões digitais, ou a não utilização total de dados biométricos, devem ser experimentadas durante a fase de testes.

Arquitetura

No que respeita à arquitetura geral, uma das principais questões é se o RTP deverá ser parte integrante de um sistema único, juntamente com o EES, ou se estes sistemas deveriam estar separados mas interligados.

O Parlamento tinha solicitado à Comissão que considerasse no estudo a utilização e o desenvolvimento destes sistemas a partir de outros já existentes. O estudo considera que algumas partes do programa informático do Sistema de Informação sobre Vistos (VIS) poderiam ser reutilizadas para o RTP, por exemplo, o sistema de correspondências biométricas (BMS) existente que é atualmente utilizado para o VIS. Prevê-se que uma nova versão do BMS (o BMS-2) entre em funcionamento em 2015. Esta nova versão poderia também ser utilizada para o Pacote das Fronteiras Inteligentes. O estudo considera, sem surpresas, que o desenvolvimento a partir de sistemas e programas informáticos já existentes deverá traduzir-se em poupanças ao nível dos custos.

O estudo conclui igualmente que a integração do EES, do RTP e do VIS faz sentido do ponto de vista das capacidades e dos dados, mas a conservação dos dados teria de ser harmonizada e os direitos dos titulares dos dados teriam de ser plenamente garantidos.

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Na sequência do trabalho realizado pelo anterior relator Ioan Enciu — particularmente, o documento de trabalho de 20 de junho de 2013 —, do contributo dos relatores para a elaboração, por parte da Comissão, dos objetivos do estudo de 29 de janeiro de 2014, da análise do estudo em si, e enquanto se aguarda que a fase de testes seja conduzida pela eu-LISA este ano, o relator gostaria de levantar algumas questões pendentes e sublinhar os aspetos que não foram abordados pelo estudo.

O anterior relator, Ioan Enciu, no seu documento de trabalho, lamentou o processo europeu de definição das políticas que, na sua perspetiva, não permitiu um debate devidamente estruturado que incidisse sobre dois elementos-chave das propostas da Comissão em matéria de Fronteiras Inteligentes, nomeadamente sobre uma definição clara do problema e um posterior debate aberto quanto às possíveis soluções. Pelo contrário, os documentos justificativos – tal como o estudo – estão redigidos tendo em vista apoiar a criação de novos sistemas e não para avaliar a sua necessidade ou proporcionalidade, que até à data não foram provadas, não existindo garantias de que os principais objetivos das propostas sejam alcançados.

O relator lamenta que o estudo, apesar das contribuições do Parlamento na última legislatura, não dê respostas aos comentários e às preocupações fundamentais. Considera que o estudo se afastou ainda mais dos principais objetivos da primeira proposta da Comissão e gostaria de convidar os deputados a refletirem sobre as questões a seguir explicitadas.

Na sequência das diferentes perspetivas sobre o Pacote das Fronteiras Inteligentes, nomeadamente da Autoridade Europeia para a Proteção de Dados, do Comité Meijers, do Grupo de Trabalho instituído pelo artigo 29.º para a Proteção dos Dados, do Comité Económico e Social Europeu e do Comité das Regiões, que faziam referência a um amplo conjunto de aspetos, incluindo a proporcionalidade e a viabilidade prática das propostas, a compatibilidade do Pacote das Fronteiras Inteligentes com os princípios básicos de proteção de dados não foi suficientemente demonstrada.

Lamentavelmente, o estudo não conseguiu expor de forma adequada as razões pelas quais estes sistemas devem ser criados, tendo ignorado completamente o pedido do Parlamento no sentido de avaliar e tratar outras opções que pudessem atingir os objetivos definidos. Estes aspetos incluem, sem que a enumeração seja exaustiva, os seguintes: a opção de «status quo» e a opção de «soluções não-tecnológicas» (prevendo apenas a realização de uma verificação mínima sobre os detentores de vistos de entradas múltiplas (MEV), através da alteração do Código das Fronteiras Schengen; e/ou, além disso, a opção para tais viajantes de utilizarem os controlos automatizados nas fronteiras, com base no seu registo prévio no VIS).

Relativamente aos direitos fundamentais, o estudo não avalia a extensão ou o impacto para os direitos dos cidadãos ou dos viajantes.

Quanto aos sistemas nacionais, o estudo sugere que existem várias possibilidades para a reutilização ou a integração dos sistemas existentes com o EES e o RTP. Porém, não se chegou a uma conclusão final a este respeito. Embora um outro documento da Comissão1

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mencione que os sistemas nacionais de RTP, a título individual, estão a alargar as suas ações

para além da UE – com os Países Baixos a estenderem o seu sistema a outros países, nomeadamente o Canadá e a Coreia do Sul, e a Alemanha a estender o seu sistema aos Estados Unidos –, o estudo não menciona o modo como a Comissão tenciona lidar com estes países terceiros quando tiver sido estabelecido um sistema à escala europeia.

Para além disso, o estudo não aborda outros assuntos relacionados, tais como experiências passadas dos sistemas nacionais, o potencial para a diminuição de pessoal nas fronteiras, a necessidade de padronização (por exemplo, para as portas de controlo automático de fronteiras, ou portas ABC), as experiências de países terceiros que implementaram sistemas de fronteiras inteligentes, designadamente as lições extraídas com os casos de pessoas que procuraram contorná-los. O sistema fronteiriço entre os Estados Unidos e o Canadá foi destacado como um exemplo pelos anteriores relatores.

No que diz respeito aos custos, o estudo não dá uma resposta clara relativamente aos valores finais a despender com as propostas. Tendo em conta a probabilidade de aumento da despesa, como no caso do SIS II, o capítulo sobre «outras opções de custo» gera especial preocupação. A proposta original da Comissão sobre o EES e o RTP não prevê o acesso aos sistemas para as autoridades responsáveis para fins de aplicação da lei, que só pode ser conferido na sequência de uma avaliação a realizar depois de o sistema estar em funcionamento durante dois anos. No entanto, o estudo considera o acesso para as autoridades policiais positivo, desde que os identificadores biométricos sejam utilizados e o período de conservação dos dados seja significativamente mais longo do que o sugerido pela Comissão na sua primeira proposta. O relator mostra-se preocupado quanto ao facto de o acesso para as autoridades policiais se estar a tornar cada vez mais nuclear para as propostas, sem ter sido analisado de forma adequada, e tendo em conta que os objetivos deste tipo de sistemas são automaticamente alterados se este acesso for incluído, distanciando-se da facilitação da passagem nas fronteiras e do tratamento fronteiriço para se aproximar do combate ao crime e ao terrorismo.

Manifestando sérias inquietações relativamente ao acesso para as autoridades policiais, o relator lamenta que o estudo não tenha tomado em conta, de forma apropriada, a recente diretiva relativa à conservação de dados aquando da avaliação de tais opções, embora reconheça que as conclusões do tribunal possam ter um impacto mais vasto. A alteração dos principais objetivos a este respeito é evidente. Coloca-se, mais uma vez, a questão: qual é, ou deveria ser, na realidade, o principal objetivo dos sistemas EES/RTP?

Lembrando o documento de trabalho do anterior relator, não existe ainda uma resposta clara que permita determinar se o sistema EES constitui um pré-requisito para o RTP, ou se o sistema RTP pode ser lançado sem ele.

Com base no presente documento de trabalho, o relator convida os membros a refletirem sobre os principais aspetos do RTP proposto e a apresentarem as suas opiniões sobre o caminho a seguir.

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