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Embargos de Terceiro

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Academic year: 2021

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Embargos de Terceiro

Fonte: Marcus Vinícius Rios

Inicialmente é importante salientar que os embargos de terceiro são:

Os embargos de terceiro são a ação atribuída àquele que não é parte, para fazer cessar a ​constrição judicial que indevidamente recaiu sobre bens do qual é proprietário ou possuidor.

Vejamos como o CPC trata o tema:

Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.

A perda deve ser de origem ​judicial​, ainda que de maneira preventiva, quando estiver diante de uma mera ameaça. De acordo com Marcus: “Por essa razão, eles estarão sempre relacionados a outro processo, no qual foi feita ou determinada a apreensão do bem. Pode tratar-se de qualquer tipo de processo, de conhecimento, execução ou tutela provisória, antecedente ou incidente, desde que haja a apreensão”.

Sobre o tema, recentemente, o STJ decidiu que os embargos de terceiro não são via adequada para impugnar ordem de despejo (REsp 1714870). Apesar de ser julgado relacionado com o antigo Código de Processo Civil, acredito que no CPC-15, irá se manter, haja vista o principal fundamento ser o de que não existiu uma constrição ou ameaça, mas somente ordem de despejo, o que faz com os embargos sejam incabíveis.

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"É inadmissível a propositura de embargos de terceiros em sede de execução de sentença prolatada em ação de despejo, ressalvado o caso de comprovada sublocação legítima, com ausência de intimação do sublocatário, de modo a viabilizar-lhe o meio hábil de defesa da posse do imóvel".

Podem ser manejados pelo proprietário, ainda que fiduciário ou possuidor. Sobre o tema, é importante lembrar a súmula 84 do STJ, que dispõe, ​in verbis:

É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel, ​ainda que desprovido de registro​.

Como o próprio nome da ação menciona, somente terceiros são legitimados para apresentar a ação. Vejamos o que a Lei considera como terceiros:

§ 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843 ;

II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução;

III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, ​de cujo incidente

não fez parte;

IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha

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sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.

O prazo para apresentar os embargos tem previsão no artigo 675, CPC, que dispõe:

transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, ​mas sempre antes da assinatura da

respectiva carta​.

Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente.

Os referidos embargos devem ser distribuídos por​dependência ao juízo em que corre o processo onde foi determinada a apreensão. Trata-se de competência absoluta (funcional). Sobre o tema, não poderíamos deixar de apresentar a regra prevista no Artigo 676, CPC, que costuma ser muito cobrado em provas objetivas:

Art. 676. ​Os embargos serão distribuídos por dependência

ao juízo que ordenou a constrição e autuados em apartado​.

Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecado, ​salvo

se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta​.

No polo passivo da ação, temos o sujeito a quem a constrição aproveita, geralmente o autor do processo em que ocorreu a apreensão do bem. No entanto, é importante observar a regra do artigo 677, parágrafo quarto:

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§ 4º Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição judicial.

A citação poderá ser efetivada por qualquer meio dos previstos no CPC. No entanto, se a parte já possuir Advogado constituído, a citação será recebida pelo mesmo. Vejamos:

​§ 3º A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da ação principal”.

O prazo para apresentar a contestação é de ​15 dias​! Importante salientar que ​não se admite reconvenção​! Isso ocorre porque o objetivo dos embargos é tão somente determinar o fim da constrição judicial no processo principal.

Após a resposta, seguirá o procedimento comum. Com a procedência dos embargos, o juiz determinará que cesse a constrição ordenada no feito principal.

Sobre o tema, é importante também verificarmos algumas súmula do STJ e informativos:

Em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve arcar com os honorários advocatícios. EM EMBARGOS DE TERCEIRO NÃO SE ANULA ATO JURÍDICO, POR FRAUDE CONTRA CREDORES.

E ADMISSIVEL A OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE TERCEIRO FUNDADOS EM ALEGAÇÃO DE POSSE ADVINDA DO COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL, AINDA QUE DESPROVIDO DO REGISTRO.

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Não é cabível a reconvenção apresentada em embargos de terceiro, sob a égide do Código de Processo Civil de 1973. Nos Embargos de Terceiro cujo pedido foi acolhido para desconstituir a constrição judicial, os honorários advocatícios serão arbitrados com base no princípio da causalidade, responsabilizando-se o atual proprietário (embargante), se este não atualizou os dados cadastrais; os encargos de sucumbência serão suportados pela parte embargada, porém, na hipótese em que esta, depois de tomar ciência da transmissão do bem, apresentar ou insistir na impugnação ou recurso para manter a penhora sobre o bem cujo domínio foi transferido para terceiro.

Bons Estudos! Equipe CTPGE

Dicas para revisão:

Embargos de Terceiro

É ação de conhecimento de rito especial sumário, de que dispõe o terceiro ou a parte a ele equiparada, sempre que sofra uma constrição de um bem do qual tenha posse (como senhor ou possuidor) em razão de decisão judicial proferida num processo do qual não participe.

Cuidado! Embargos de terceiro x ação possessória: enquanto nos embargos de terceiro o ato de esbulho advém de uma ordem judicial, cumprida pelo oficial de justiça, nas ações possessórias a agressão à posse é praticada sem nenhum respaldo jurisdicional, por particulares ou entes estatais (o Estado também pode ser esbulhador), sem nenhuma ordem judicial que a justifique.

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Legitimado passivo: terceiro a quem a constrição aproveita;

Atenção! Em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve arcar com os honorários advocatícios (Súmula 303, STJ).

Competência: Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição e autuados em apartado.

Prazo para sua propositura: Dispõe o CPC: "Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta".

Prazo para resposta: 15 dias! Atenção! No CPC-73 o STJ decidiu que não era cabível apresentar reconvenção após a contestação. No entanto, no CPC-15 existe divergência sobre a possibilidade ou não (Resp 1.578.848);

O embargado poderá alegar toda a matéria de defesa possível, sendo os embargos um processo de COGNIÇÃO PLENA, à exceção dos embargos ajuizados por credor com garantia real, visto que nesses casos as defesas do embargado estão limitadas pelo art. 680 do Novo CPC e pela alegação de fraude à execução, que demanda o ajuizamento de ação pauliana.

Neste sentido, questão do TJSP (Juiz) considerou CORRETA: "No caso de embargos opostos por credor com garantia real, a lei estabelece um limite de cognição horizontal ou em extensão".

A maioria da doutrina entende se tratar a sentença nos embargos de terceiro de constitutiva negativa. Vale ressaltar que os embargos de terceiro é uma ação sincrética, ou seja, não precisa de um processo autônomo para execução, podendo ocorrer nos mesmos autos.

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Referências

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