Sumário
Professora Lurdes Rodeia
Atendimento centrado na Família...8
Embriogénese... 9
Período pré-embrionário... 9
Placenta... 9
Líquido amniótico ... 9
Desenvolvimento embrionário... 10
Competências do bebé in útero... 11
Mitos... 11
Desenvolvimento do bebé: ... 12
Noções gerais / Linguagem técnica... 15
Classificação das grávidas:... 16
Como calcular…... 17
Data provável do parto... 17
A idade gestacional... 18
Consulta de vigilância Pré - Natal...19
1ª Consulta... 21
Consultas seguintes... ...23
18-22 Semanas... 23
28-32 Semanas... 24
36-40 Semanas... 24
Testes laboratoriais especiais na vigilância pré-natal... 24
Gravidez / Gestação...26
Presuntivos (sentidos pela mulher)... 28
Probabilidade (sinais observados pelo técnico de saúde)... 28
Certeza... 28 Adaptações à gravidez...30 Útero... 30 Colo uterino... 31 Vagina... 31 Mamas... 31 Sistema cardiovascular... 32 Sistema gastrointestinal... 34 Sistema Respiratório... 35 Sistema renal... 35 Sistema hormonal... 36 Sistema Tegumentar... 38 Sistema músculo-esquelético... 38 Desconfortos da gravidez...40 1º Trimestre... 40 Terceiro trimestre... 43
Roupa e calçado... 49 Banho/Higiene... 50 Hábitos... 51 Alterações emocionais... 52 Sexualidade... 53 Alimentação e Peso:... 54 Redes de suporte/recursos... 56 Competências do feto... 56 Medicação... 57 Desejos... 57 Adaptação materna...60 Tarefas de desenvolvimento... 60 Adaptação paterna... 62 Aceitação da gravidez... 62 Respostas emocionais... 62
Identificação com o papel de pai... 63
Relação do casal... 63
Relação pai/filho... 63
Antecipação do TP... 63
Avós...64
Irmãos...65
Professora Antonieta Medeiros Evolução Da Saúde Materna... 66
Orientações estratégicas 2010... 75
Infertilidade... 76
Tipos de infertilidade... 76
Causas da infertilidade... 76
Investigação da Infertilidade... 77
Prestação de Cuidados Pré-Concepcionais...78
Razões para a assistência Pré-Concepcional... 78
Prestação de cuidados pré-concepcionais ... 78
Orientação Genética... 81
Factores genéticos que afectam o desenvolvimento:... 81
Cariótipo... 81
Anomalias autossómicas... 82
Hereditariedade... 83
Factores não genéticos que afectam o desenvolvimento... 85
Infecções grupo TORCH... 85
TRABALHO DE PARTO...89
Canal de Parto... 90
Feto... 91
Contracções... 92
Trabalho de parto... 92
Quando ir para a maternidade?... 94
Para o Bebé... 95
Para a mãe... 95
Acolhimento da grávida /acompanhante... 96
Factores que influenciam o comportamento da parturiente... 96
Intervenção de enfermagem... 97
1º Estádio do Trabalho de Parto...98
Intervenção de enfermagem... 98
Efeito das contracções sobre o colo uterino... 99
Efeito das contracções sobre o colo uterino... 99
Intervenção de enfermagem... 100
Vigilância de bolsa de águas... 100
Líquido amniótico... 100
2º Etsádio do Trabalho de Parto...103
Sinais Prováveis... 103
Posição para o parto... 104
Intervenção de Enfermagem (mãe/acompanhante)... 105
Desinfecção do períneo... 105
Intervenção de Enfermagem (feto)... 105
Nascimento do feto ... 106
3º Estádio do trabalho de parto... 109
Descolamento da placenta... 109
Expressão da placenta... 109
Sinais de descolamento da placenta... 110
Atendimento de enfermagem... 111
4º Estádio do trabalho de parto... 112
Na sala de partos... 112
Na sala de puérperas... 112
Factores de risco de hemorragia puerperal... 113
Quadro Resumo dos 4 estádios:... 113
Episiotomia... 114
Tipos de Episiotomia... 114
Indicações... 114
Complicações... 114
Distócia... 114
Cuidados de Enfermagem no Puerpério...115
Cuidados de enfermagem... 115
Avaliação de enfermagem... 116
Avaliação fisiológica... 117
Involução uterina... 118
Avaliação do Fundo Uterino... 119
Lóquios... 120
Períneo... 121
Episiorrafia (despistar)... 121
Área anal... 121
Eliminação Intestinal ... 124 Mamas... 124 Supressão da amamentação... 126 Membros inferiores... 127 Abdómen... 128 Exercícios pós parto...129 Vantagens:... 129 Sono e repouso... 131 Nutrição... 131 Perda de peso... 132 Deambulação... 132 Banho... 133
Promoção da saúde da criança em futura gravidez... 133
Sexualidade... 133
Adaptação a um novo membro da família... 136
Mecanismos de coping... 137
Objectivos... 138
O planeamento... 138
Encaminhamento para as consultas de planeamento familiar... 138
Actividades a desenvolver nas consultas de planeamento familiar... 139
Atendimento de enfermagem... 139
Entrevista... 140
Citologia cervical (teste de Papanicolaou)... 140
Método das temperaturas... 144
Método do calendário... 145
Método do muco cervical... 146
Coito interrompido... 147 Contracepção oral... 148 Contracepção injectável... 153 Implantes de progestagénio... 154 Adesivo... 155 Anel vaginal... 155
Atendimento centrado na Família
OPTIMIZAR CENTRADO NA FAMÍLIA
Respeita:
Diversidade nas estruturas familiares Valores culturais / tradições
Tomada de decisão Capacidades Necessidades Características hospitalares: Preparação pré-parto Presença do pai Instalações caseiras Visitas sem horário
Programas de alta precoce
Embriogénese
Período pré-embrionário Clivagem
Mórula chega ao útero (3-4dias) Blastocisto inicia implantação (6-7dias) Saco vitelino
Trofoblasto completa implantação Produção de HCG
2 Células feto
Líquido amniótico
Membranas (saco das águas) – córion e âmnio Placenta
Placenta
Forma-se células trofoblásticas decídua basal
Funções metabólica transporte
endócrina (produz hormonas – primeira a ser produzida é a HCG e depois por volta da 12ª semana a progesterona e o estrogénio)
Líquido amniótico Claro
Ligeiramente alcalino
Nota: Aumenta de volume no decorrer da gravidez. Se se apresentar esverdeado no parto é porque o bebé passou por momentos de sofrimento e defecou in útero.
Funções manutenção da temperatura e pressão, protecção de agressões, livre movimentação
Desenvolvimento embrionário
5 semanas (I.G.) – 3 semanas após concepção
Ectoderme: Sistema nervoso Cérebro Medula espinal Pele Cabelo Mesoderme
Coração: sistema circulatório Ossos
Dentes Músculos
Endoderme
Epitélio das vias respiratórias
Competências do bebé in útero
Mitos
-Os bebés não sentem
-Cérebro imaturo em linha de montagem -Os bebés não pensam
-Sem noção do eu
-Não necessitam das mães -O mito da idade
(Chamberlain, 2003)
O que se passa na mente de um bebé é muito mais profundo e de maior qualidade do que o fariam prever a sua idade cronológica ou o estado físico do seu cérebro.
• Onde começa a vida? • Onde começamos nós? • O que somos?
Chave da comunicação in útero: Sabedoria e/ou conhecimento
-Interacção com o bebé: DESDE SEMPRE! (inclui o antes o durante e o depois) -Bebés vivem na mãe não numa fortaleza
Desenvolvimento do bebé:
200 Milhões de espermatozóides abraçam o óvulo e um é escolhido
- Após 3 semanas: Cabeça, cauda e L.A.
- Após 5 semanas:
Despontam braços e pernas, coração bate
- 7 Semanas São visíveis:
Face, olhos, nariz, lábios, e língua Primeiros sinais de dentes e ossos Beta-endorfinas estão presentes
- 8 Semanas
Sensibilidade táctil estabelecida
Cavidades e válvulas do coração completas Dedos e mãos bem definidos
Inicia-se movimento dos músculos EEG
Papilas gustativas
10 Semanas
Todas as estruturas básicas Área genital responde ao toque
11 Semanas
12 Semanas
Pés respondem ao toque Esqueleto definido
Olhos e orelhas na posição Aparelho respiratório pronto Deglute
Pituitária produz endorfinas como no adulto Tronco cerebral desenvolvido
14 Semanas
Olhares com emoção
14-20 Semanas (30cm - 500gr) Olhares com emoção
Paladar(15s) e audição(18s)
Ritmo respiratório responde à ingestão de drogas (nicotina cafeína álcool e outras) 17 S todo o corpo responde ao toque
Soluços
Nariz completo(15s)
Mãe pode sentir partes do corpo do bebé Chucha no polegar
20 S -Evidência de memória 17 S – Reagem à amniocentese
6º Mês
Choro audível (ligação inteligência/cérebro)
26 Semanas Tem erecções
30 Semanas
Sonha 100% do tempo que dorme
8º MÊS
Desenvolve-se camada de gordura Notam-se os pontapés
Placenta produz gama globulinas
Apresenta ritmos de sono e vigília claramente demarcados e choro intencional Maior sincronia entre hemisférios
Evidências do sorriso
9º MÊS Casa apertada
Fortalecido por anti-corpos
Consciência da coerência entre lábios e som Percebem formas e padrões
Noções gerais / Linguagem técnica
DUM Data da ultima menstruação DPP Data provável do parto AFU Altura do fundo do útero
ABCF Auscultação dos batimentos cardíacos fetais A Aborto Gesta Gestações GE Gravidez ectópica FV Filhos vivos Para Partos PT Parto termo PPT Parto pré termo
Parto Termo 37 Semanas às 42 Semanas
Parto Pré Termo antes das 37 semanas completas Parto pós termo depois das 42 semanas
Classificação das grávidas:
As grávidas podem ser classificadas de acordo com o seu número de partos e por o número de gestações
Número de partos (paridade): Nulíparas (0 partos) – Para 0 Primíparas (1 parto) – Para 1 Multíparas (≥2 partos) – Para ≥ 2
Número de partos> 5 = grandemultípara
Número de gestações: Nuligesta (0 gestações) – G0 Primigesta (1 gestação) – G1 Multigesta (≥2 gestações) – ≥ G2 Exemplo 1: Gesta II Para I
Neste caso temos uma senhora que teve duas vezes grávida, no entanto apenas teve um parto.
Exemplo 2:
Estamos perante uma: GESTA III PARA II, ao observarmos o quadro podemos constatar que a senhora apenas teve 2 partos no entanto tem 3 filhos, o que nos leva a concluir que uma das
Gesta Gestações Para Partos A Aborto GE Gravidez ectópica FV Filhos vivos PT Parto termo PPT Parto pré termo
Exemplo 3:
PT PPT A FV Resultado Designação
1 3 Trigémeos GI PI
2 1 2 Falecimento de 1 dos filhos GIII PIII
0 0 1 1 Impossível
1 1 1 3 1 Das gestações foi gémeos GIII PII
Como calcular…
Data provável do parto Utilizamos a regra de Negalle
A idade gestacional
Imaginemos que hoje (dia da consulta) estamos a 14 Março de 2008 e a DUM foi a 25 de Janeiro de 2008.
1º Soma-se da DUM até ao dia de hoje:
(6 dias – até ao final de Janeiro) + (29 dias de Fevereiro) + (14 dias até a actualidade) = 49 2º divide-se por 7:
Neste caso o resultado será 7 semanas certas
Outro exemplo…
1º dia da última menstruação (D.U.M.) = 26/06/2004 Somam-se os dias todos até hoje (17/09/2004)
4 (resto dos dias do mês de Junho)+31(Julho)+31(Agosto)+17(Setembro)=83 dias
83 7 13 11S 6d
S – semanas d – dias
Consulta de vigilância Pré - Natal
Este tipo de vigilância é um componente essencial da medicina preventiva. A sua instituição resultou numa baixa dramática e contínua das morbilidades e mortalidades materna e fetal.
Este termo é utilizado para designar os cuidados regulares e apropriados dispensados às grávidas antes do trabalho de parto.
A gravidez é um estado fisiológico normal e o objectivo desta vigilância é prevenir desvios em relação ao normal, detectar esses desvios e corrigi-los quando eles ocorrem
proporcionando um desfecho óptimo da gestação em termos de mãe e de filho.
A paciente deve ser vista logo no início da gravidez, quando suspeita que esta grávida, geralmente duas semanas depois da primeira falta menstrual. Nessa ocasião, considerando um ciclo menstrual de 28 dias, passaram 4 semanas desde a fecundação e, por convenção, fala-se em gravidez de 6 semanas (contando desde o primeiro dia do ultimo período menstrual). A gravidez é, então, detectável clinicamente.
Para despistar qualquer situação patológica, efectuam-se uma história completa e um exame objectivo incluindo determinação do peso e da pressão arterial. Na história, dá-se atenção especial às gestações anteriores e respectivo desfecho. São pesquisados os sintomas de gravidez. A grávida é interrogada acerca de tabagismo, ingestão alcoólica e de outras substâncias (nomeadamente fármacos) potencialmente prejudiciais para o feto.
E feita uma observação ginecológica em que se confirma a existência de uma gestação intra-uterina de dimensões correspondentes ao tempo de gravidez e se avalia a arquitectura pélvica. São requisitadas análises de urina e sangue. Alguns autores defendem a inclusão nas rotinas de um teste de tolerância à glucose ao fim de 1h, para exclusão da diabetes gravítica.
Princípios:
• Cada mulher é única • Cada gravidez é única • Cada família é única
• Atenção ás dimensões da pessoa: emocional, física, social, espiritual, energética
• O equilíbrio é dinâmico • A compreensão é essencial
• ESTEJA PRESENTE E ESCUTE !!!!! (é importante que a pessoa sinta que estamos ali para ela)
A Consulta é: Um espaço seguro Um ambiente tranquilo Um local com privacidade
Onde: Se confia
Se fala sem medos Se exprimem emoções
Objectivos:
• Avaliar o bem-estar materno e fetal • Promover o bem-estar materno e fetal • Detectar precocemente factores de risco • Promover a educação para a saúde
Etapas do processo de enfermagem • AVALIAÇÃO • FORMULAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS • PLANEAMENTO • IMPLEMENTAÇÃO • AVALIAÇÃO 1ª Consulta AVALIAÇÃO INICIAL (DGS) • Alimentação e saúde • História Clínica
• Exame ginecológico/palpação mamária • Informação alimentar e de saúde • 1os movimentos fetais
• Pedido de exames laboratoriais • Início de preenchimento do BSG
Alimentação e Saúde
Quais são os seus hábitos alimentares? (…) Sente-se bem? Tem alguma doença? (…)
Historia Clínica
Nota: A mulher (de preferência) só deve engravidar 2 meses depois de deixar a pílula. Existem mulheres que durante a gravidez tem perdas (pequenas) no dia correspondente ao dia da menstruação.
• IDADE • ESTADO
• ESCOLARIDADE • PROFISSÃO
• HISTÓRIA MENSTRUAL E CONTRACEPÇÃO • PARIDADE
• COMPLICAÇÕES DURANTE A GRAVIDEZ • HISTÓRIA PREGRESSA
• HISTÓRIA FAMILIAR
- Patologias, doenças hereditárias? cancros? Doenças cardíacas? Genograma. • GRAVIDEZ ACTUAL (DUM, DPP, IG, desconfortos, SM, hábitos, gostos)
– EXAME FÍSICO (altura, peso, TA, ACT, MI, exame ginecológico, exame da mama, AFU, 1os movimentos, ABCF, avaliação do risco)
– EXAMES LABORATORIAIS DE ROTINA
• Grupo de sangue e factor Rh (coombs indirecto) • Hemoglobina e hematócrito
• Glicémia em jejum – Toxoplasmose e rubéola • Ácido úrico e creatinémia – Urocultura • VDRL HIV
– VACINAS – ECOGRAFIAS
– ESTADO EMOCIONAL e APOIOS
– Como se sente emocionalmente? – Como está a reagir o companheiro? – …E a restante família e amigos? – Que apoios tem?
Consultas seguintes
• AVALIAÇÃO DO ESTADO FÍSICO: -TA, AFU*, IG, ABCF
-Peso e Variações -Mov. Fetais -Edemas - Proteinúria – glicosúria-Cetonúria - Repetição dos exames laboratoriais
(Hemoglobina, Hematócrito, Glicémia em jejum, Ácido úrico e creatinémia, Urocultura)
- Desconfortos
• AVALIAÇÃO EMOCIONAL • AVALIAÇÃO FAMILIAR • AVALIAÇÃO SOCIAL
18-22 Semanas
• Confirmação da idade gestacional
• Auscultação dos batimentos cardio fetais • Registo dos primeiros movimentos • Avaliação dos exames pedidos • Eventual suporte vitamínico • Temas a abordar
* A AFU só se mede a partir da 12ª semana, pois só nesta altura é que o útero sai da pequena bacia deslocando-se para a cavidade pélvica.
28-32 Semanas
• Continuação da vigilância do bem estar materno-fetal • Evolução da TA, AU. Peso, movimentos fetais
• Repetição das rotinas laboratoriais • Temas a abordar
36-40 Semanas
• Avaliação das condições para o parto • Contracepção/Revisão do puerpério • Temas a abordar
Nos casos em que se considere adequado, são efectuados testes específicos. Por exemplo, doentes de raça negra devem ser submetidas a pesquisa de traço drepanocitário e grávidas judias devem fazer despiste de doença de Tay-Sachs. Toda a grávida com 35 anos ou mais deve ser aconselhada a efectuar amniocentese para despiste de sindroma de Down.
Testes laboratoriais especiais na vigilância pré-natal • Tay Sachs (ambos os progenitores)
• Drepanocitose • Amniocentese
• Às 16 semanas para o sindroma de Down e/ou outros defeitos genéticos • Quando necessário por isoimunização Rh
• No termo para «foam test», quociente lecitina-esfingomielina (L/S na literatura anglo-saxónica)
• Ecografia
• Prova de tolerância à glucose oral ao longo de 3 ou 5 horas • Teste de tuberculina
A paciente é sossegada quanto a normalidade da sua gravidez e esclarecida sobre a data provável do parto. É aconselhada acerca do repouso apropriado e da necessidade de manter uma alimentação rica em proteínas, equilibrada e tendo em conta as necessidades calóricas aumentadas na gravidez. Com alimentação adequada, os únicos suplementos necessários na gravidez normal são ferro e ácido fólico, ambos podendo ser fornecidos através de
comprimidos de preparados vulgares de polivitaminas pré-natais, numa toma diária. O exercício não excessivo é importante para a gravidez. Ambos os progenitores em perspectiva são aconselhados a participar em aulas sobre o parto e desenvolvimento infantil, que existem um pouco por toda a parte.
As consultas pré-natais seguintes são a intervalos de aproximadamente 4 semanas até às 28 semanas, de 3 em 3 semanas até às 32 semanas, quinzenais até às 36 semanas e semanais dali até ao parto. Em cada consulta, a grávida é interrogada sobre novos sintomas, especialmente edemas dos pés ou das mãos, alterações de visão ou cefaleias; todos eles podem estar
relacionados com o desenvolvimento de situações hipertensivas da gravidez. É-lhe perguntada a data em que sentiu, pela primeira vez, movimentos fetais. O exame objectivo presta especial atenção ao feto em crescimento. Mede-se a altura uterina no abdómen materno. Ausculta-se o foco cardíaco fetal e avalia-se a apresentação fetal. Registam-se a pressão arterial e o peso materno, bem como o resultado do despiste de glicosuria e albuminúria.
Às 16 semanas de gravidez, colhe-se sangue materno para alfafetoproteína para exclusão de defeito aberto do sistema cérebro-espinhal do feto.
Às 32 semanas repetem-se o hemograma completo e o grupo sanguíneo com pesquisa de anticorpos.
Às 36 semanas de gravidez ou depois, se necessário, podem efectuar-se toques vaginais para avaliar mais cuidadosamente a bacia óssea, a apresentação fetal e o encravamento, o apaga-mento e a dilatação cervicais.
Onde se faz a consulta? Centros de saúde Consultórios privados A quem se faz?
Gravidez / Gestação
Quanto dura uma gravidez? 40 Semanas ou 9 Meses solares ou 10 Meses lunares ou 280 Dias Designação do parto <22 Semanas = aborto
22 – 37 Semanas = parto pré-termo 37 – 42 Semanas = parto termo > 42 Semanas = pós-termo
Teste de gravidez
Detecta presença de HCG (manutenção do corpo amarelo para dar continuidade à gravidez) no sangue ou na primeira urina da manhã. (Só dá positivo +/- semanas)
NOTAS:
A gravidez não deve ser levada como um sacrifício (sacrificar é muito diferente de amar) Normalmente os joanetes estão associados a fazer algo com sacrifício/esforço
Nota: se não queremos “mentirosas” não devemos de julgar quem quer que seja, devemos de dar abertura para que a pessoa se sinta à vontade para falar abertamente connosco.
Devemos, sempre que necessário, colher informações junto dos profissionais da equipa (nutricionista, psicólogo, etc.)
Ver membros inferiores da mãe, para ver se tem varizes.
Evitar expressões como “terá que…” pois este tipo de expressões são muito impositivas, devemos substituir por:
Amolecimento do istmo e do colo Sinais de gravidez
Presuntivos (sentidos pela mulher) Amenorreia (ausência de período) Fadiga / sonolência
Alterações mamárias Náuseas matinais Polaquiúria
Primeiros movimentos fetais
Probabilidade (sinais observados pelo técnico de saúde) Sinal de Heger (istmo)
Sinal de Goodell (colo)
Sinal de Rebote (ballottement) Teste de gravidez
Sinal de Chadwick (alteração da cor da vagina uma vez que a vascularização desta aumenta)
Certeza Ecografia
Auscultação dos batimentos fetais Visualização de movimentos fetais
Qualquer um destes sintomas pode ocorrer por
Caso:
Uma senhora entra na consulta e diz que os seus sintomas são aumento das mamas, náuseas pela manhã, enjoos, … e pensa estar grávida. O que se faz primeiro?
Os sintomas levar-nos-iam a fazer logo o teste de gravidez. Mas não é isso que se faz primeiro, mas sim interrogar a grávida. Os tipos de perguntas a fazer são:
• Se toma contraceptivos • Quais
• Se parou de tomar para engravidar • Se os sintomas ocorreram mais vezes • Como é a actividade sexual
• Como se sente
• Se aquela situação causa alterações na sua vida
Adaptações à gravidez
Útero
Crescimento (devido ao aumento dos Estrogénios / progesterona)
1. Aumenta a vascularização
2. Hiperplasia (aumento do número de vasos) 3. Hipertrofia (aumento do calibre dos vasos)
4. Desenvolvimento da decídua (endométrio durante a gravidez) Altura do fundo do útero (AFU) ≈ tempo de amenorreia Aumenta a contractibilidade
Istmo amolecido (sinal de Heger) Hipertrofia dos ligamentos redondos
Parâmetros Não grávida 2º Trimestre Grávida 40 semanas
Comprimento 6.5cm 32cm
Largura 4cm 24cm
Espessura 1.5cm 2.5cm 5-10mm
Peso 60-70gr 1100-1200gr
Volume < 10ml 1000 a 5000ml
Forma pêra invertida esférica ovóide
Colo uterino
Mais amolecido e friável
Muco tipo gel (rolhão mucoso) em alguns dos casos poderá deitar um porco de sangue
Vagina
Vascularização aumentada Cor azul violeta
Secreção (leucorreia) menos ácida, mais abundante e esbranquiçada (se for esverdeada, com cheiro fétido ou sanguinolenta pode ser sinais de risco)
Podem surgir varizes vulvares (caso estas se tornem demasiado grandes o parto deverá ser de cesariana)
Hipertrofia muscular (que torna, fisicamente, mais propicia ao prazer) Mucosa mais espessa
Mamas
Mais sensíveis
Mais túrgidas (rijidas) Mais dolorosas (ao toque) Mais pesadas
Mamilos e aréolas mais pigmentadas Maior vascularização
Tubérculo de Montgomery
1ª Metade da gravidez:
Proliferação do tecido glandular Diferenciação das células alveolares
2ª Metade da gravidez:
Secreção do colostro para os ductos (canais que trazem o leite dos alvéolos até aos mamilos)
Sistema cardiovascular
Pulso
Aumenta entre 14-20s; 10 a 15p/min
TA
Medição e registo com rigor 1ª Metade diminui 5-10mmHg TA final (factores emocionais)
Nota:
É de evitar a subida de tensão na gravidez. Esta influencia o funcionamento da placenta e a sua subida pode fazer com que esta não funcione correctamente e não leve ao feto tudo o que ele necessita.
O normal da TA num adulto é 90mmHg – 140mmHg. Uma subida de tensão na gravidez > 20mmHg é considerado hipertensão.
Vasodilatação periférica → compensação Pressão venosa
Está aumentada (nos músculos inferiores) Relaxamento do músculo liso
Compressão do útero
Diminuição do fluxo de retorno
Volume
Aumenta 1500cc (diluição do sangue – hemodiluição) 1000cc plasma
450cc eritrócitos
Anemia fisiológica: Hemoglobina
Diminuição máxima 2º trimestre Hematócrito
Débito cardíaco aumentado (30% a 40%) Coagulação tendência
Posição do coração rotação para a frente e para a esquerda
Nota: a posição do coração ajusta-se ao volume do útero, mudando mesmo antes do útero aumentar o seu tamanho.
Síndrome da veia cava
Decúbito dorsal + compressão da veia cava e aorta (hipotensão) (com o peso da barriga a veia pode ser parcialmente ou totalmente obstruída) o que provoca…
Sintomas:
Palidez tonturas taquicardia sudorese náuseas astenia ↓ Débito Cardíaco (DC)
↓ TA ↓ DC fetal
Hipotensão postural
Levante (muito rápido) acumulação de sangue nos membros inferiores ↓ Retorno venoso
↓ DC
↓ TA sistémica
A mãe deve sentar-se primeiro de seguida mexer as pernas e só após breves momentos se levantar.
Estes sintomas levam a que a pessoa caia devido a se ter levantado muito depressa.
Sistema gastrointestinal ↑ Apetite ou ↓ apetite ↑ Absorção de nutrientes
Deslocação do cólon (desloca-se para o lado e para trás) ↑ Da actividade peristáltica
Progesterona Obstipação ↑ Absorção de água pelo cólon
↑ Fluxo sanguíneo pélvico ↑ Pressão venosa hemorróidas Gengivas – hiperémia / edema Ptialismo (↑ da quantidade de saliva)
↓ Do HCl estrogéneos (não impede que a pessoa tenha azia) ↓ Do tempo de esvaziamento gástrico
Progesterona Pirose
Refluxo gastro-esofágico ↑ Da absorção de Fe
↑ Pressão pélvica peso abdominal
Azul = devido a…
Sistema Respiratório ↑ Necessidade de O2 ↑ Diâmetro do tórax
↑ Da vascularização das vias aéreas superiores Epistáxis (sangramento nasal)
Alteração da voz ↑ Do volume corrente Profundidade
Frequência respiratória (>2 ciclos / min)
Hiperventilação (induzida pela acção da progesterona) ↑ Da sensibilidade do centro respiratório ao CO2 ↓ Do limiar para o CO2
Respiração menos abdominal (porque o abdómen é preenchido pelo aumento do útero)
Sistema renal
As alterações resultam de acção da progesterona e estrogéneo, pressão do útero e aumento do volume de sangue.
Dilatação dos ureteres (curvas) e pélvis renal ↑ Estase de urina
Polaquiúria (o útero empurra a bexiga em direcção à pélvis tornando-a mais pequena dando à grávida vontade de urinar mais vezes)
Nictúria
Bexiga sai da cavidade pélvica ↓ Do tónus da bexiga
↑ Da taxa de filtração glomerular (50%) ↑ Do fluxo plasmático (35% - 50%) Reabsorção renal selectiva
Maior perda de sódio Maior reabsorção tubular
Maior capacidade de eliminar água no início da gravidez (edemas)
Glicosúria ligeira pode ocorrer (mas ter sempre ATENÇÃO) Proteinúria – patológico (albumina não é normal) Pré-eclâmpsia: hipertensão + edemas + proteinúria
Gera alterações placentárias
Eclâmpsia: convulsões + cefaleias + hipertensão + edemas + proteinúria Mais grave do que a pré-eclâmpsia
Sistema hormonal
Gonadotrofina coriónica (HCG)
Funções: manutenção do corpo amarelo Produção de estrogéneos e progesterona
Lactogéneo placentar (somatotropina coriónica) Funções:
Assegura suprimento de nutrientes (não permite que a mãe esgote os nutrientes por forma a que estes cheguem ao bebé)
Crescimento mamário
Alterações acromegalóides (acromegália = patologia) (altera a fisiologia da gravidez) Produz
Progesterona Funções:
Relaxamento do músculo liso Desenvolvimento alveolar Crescimento mamário
↑ Tº basal (mulheres grávidas têm manos frio) ↑ Da excreção de sódio
↓ Limiar do centro respiratório para o CO2 (aumento da frequência na hiperventilação tornando-a mais sensível)
Estrogénio Funções:
Crescimento do endométrio (decidua na gravidez) Estímulo actividade endometrial
Alterações do tecido conjuntivo Rubor e eritema na pele
↑ Sensibilidade do centro respiratório Tiróide Funções: ↑ Do metabolismo basal ↑ Tº corporal Supra-renais Funções: ↑ Adrenocortisol (estrias)
↑ Cortisol (↓ reacções inflamatórias) ↑ Aldosterona (↑ filtração glomerular)
Prostaglandinas Função:
Aumento da contractibilidade do músculo uterino
Prolactina hipofisiária (hormona da adaptação) Função:
↑ A partir da 8ª semana
Inibida pela progesterona (caso contrario a mulher produzia leite logo a partir do 2º trimestre)
Estimulada pela sucção
Sistema Tegumentar
↑ Pigmentação (hormona melanotropina) (em algumas zonas)
Cloasma: linha negra (conhecido pelo senso comum como “pano”) ↑ Fragilidade dos tecidos elásticos
Prurido: estrias gravídicas
Corticóides hereditariedade ↑ Actividade vasomotora
Aranhas vasculares (derrames mt fininhos): eritema palmar ↑ Do crescimento das unhas
Pele / cabelo mais oleosa(o) ou mais limpa(o) e radiosa(o) Hirsutismo (aumento dos pêlos)
Sistema músculo-esquelético Alteração do centro de gravidade
↑ Da mobilidade das articulações pélvicas (esteróides) Umbigo mais proeminente
Notas:
O termo “terá que” é muito impositivo este deve de ser substituído por:
Eu aconselho (…) porque (…) e tem esta vantagem…
Desconfortos da gravidez
Estes desconfortos não são taxativos servem apenas como linhas orientadoras (forma de organização.
1º Trimestre
• Náuseas e/ou vómitos Motivo: HCG, Causas Emocionais.
Que fazer? : Correcção da Alimentação e evitar determinados Cheiros Abordagem:
Quando começaram? E antes da gravidez? Como são?
Quem que altura ocorrem? O que come?
Preocupações? (o que a preocupa? Há algo que a preocupa?)
• Sonolência e/ou Fadiga Motivo: Progesterona
Que fazer? : descanso, dormir Abordagem:
Quando começaram? Como é?
Em que altura ocorrem? Como dorme?
Como está a sentir a gravidez? Como passa o dia?
• Dores mamárias
Motivo: Progesterona e estrogénios Que fazer? : Suporte
Abordagem:
Quando começaram? Como são?
Melhorou o soutien?
• Obstipação
Motivo: Progesterona, diminuição de motilidade (mobilidade/movimento) Que fazer? : Correcção da Alimentação água/fibras, horário regular, exercício. Abordagem:
Quando começaram? Características das fezes? E antes da gravidez?
• Flatulência
Motivo: Progesterona, diminuição de motilidade Que fazer? : Mastigação Regular
Abordagem:
Que tipo de alimentos come? Bebe bebidas gasosas?
• Polaquiúria Motivo: Acção mecânica
Que fazer? : Controlar os líquidos Abordagem:
Tem dores ao urinar? Características da urina?
• Leucorreia (aumento do corrimento vaginal) Motivo: Estrogénios, descamação
Que fazer? : Higiene, pensos diários vigiar sinais de alerta Abordagem:
Como é o cheiro? Qual é a cor?
• Aumento da transpiração
Motivo: aumento da temperatura basal, glândulas suduriparas Que fazer? : Desodorizante, higiene, roupas, etc.
Abordagem:
Que tipo de roupas usa?
Usa desodorizante anti-transpirante Que tipo de trabalho tem?
• Epistaxis e /ou obstrução nasal Motivo: Estrogénios
Que fazer? : soro fisiológico Abordagem:
Perceber quantas vezes ocorre
Em caso de obstrução – soro fisiológico
Terceiro trimestre • Cansaço
Motivo: aumento do útero e aumento da necessidade de O2 Que fazer? : Repousar por períodos
Abordagem:
Exagerado não é norma! Perceber q tipo de actividades desenvolve quando se sente cansada;
Como dorme?
Como se levanta depois de dormir?
• Insónias
Motivo: Proximidade do parto, ↑ Útero, Nictúria, Lombalgias
Que fazer? : Insónias, Esclarecimento, Elevar cabeceira da cama, Massagens, Apoio, Leituras leves, Banho, ↓ Volume de líquidos (evita chás imediatamente antes de dormir)
Abordagem:
Como dorme?
O que faz antes de dormir? O que come antes de se deitar? Se o marido lhe faz massagens? Se tem necessidade de apoio?
• Poliquiúria e/ou Nicturia
Motivo: Pressão do útero, Reposição de líquidos Que fazer? : evitar liquidos
Abordagem:
Que come antes de deitar?
Bebe líquidos imediatamente antes de deitar?
• Edemas
Motivo: ↑ Capacidade venosa, Compressão da veia cava, Dificuldade de retorno Que fazer? : Elevar membros inferiores, Andar, Meias de descanso
Abordagem:
Que faz antes de dormir?
Tentar perceber se a pessoa tem posições correctas (tentar sempre levantar as pernas)
Usa meias de descanso?
• Pirose (Azia)
Motivo: Progesterona, Compressão do útero
Que fazer? : Seleccionar alimentar, Refeições fraccionadas Abordagem:
Existe algum alimento em especial?
Enche muito o estômago? E depois senta-se? Há pessoas que tem e não há nada a fazer NOTA: antiácidos só com prescrição médica
• Pitialismo (saliva abundante) Motivo:
Que fazer? : Pastilha elástica, amêndoas, etc • Dor supra-púbica
Motivo:
Que fazer? : Cinta tubular, Exercícios fortalecimentos, Repouso Abordagem:
Quando tem a dor?
Quando acorda tem essa dor? Ou é no final do dia? Utiliza sinta? (eu aconselho a usar pq…)
• Lombalgias
Motivo: Aumento do útero, alterações de postura, tendência anterior Que fazer? : Andar / Exercícios, Correcção postural
Abordagem:
Usa sinta (eu aconselho a usar pq…) Que tipo de trabalho?
Massagem alivia?
• Cãibras
Motivo: Diminuição do cálcio (ou diminuição da absorção)
Que fazer? : Massagens, ↑ Ingestão de cálcio, Estiramentos musculares, Saco de água quente
Abordagem:
Se costuma nadar fora de pé? (não deve de fazer quando se está grávida) Costuma fazer massagens?
Que tipo de alimentos come? (ver se são ricos em cálcio)
• Varicosidades (ver edemas)
• Aumento da transpiração
Motivo: aumento da temperatura basal, glândulas suduriparas Que fazer? : Desodorizante, higiene, roupas, etc.
Abordagem:
Que tipo de roupas usa?
Usa desodorizante anti-transpirante Que tipo de trabalho tem?
Aconselhar a usar roupa de fibras naturais?
• Obstipação
Motivo: Progesterona, diminuição de motilidade (mobilidade/movimento) Que fazer? : Correcção da Alimentação água/fibras, horário regular, exercício. Abordagem:
Quando começaram? Características das fezes? E antes da gravidez?
• Leucorreia
Motivo: Estrogénios, descamação
Que fazer? : Higiene, pensos diários vigiar sinais de alerta Abordagem:
Como é o cheiro? Qual é a cor?
• Purido e/ou pele seca
Motivo: Estiramento da pele, Estiramento do tecido conjuntivo Que fazer? : Hidratação
Abordagem:
Notas:
As varizes aparecem quando as veias não são capazes de realizar a sua função e vão acumulando sangue.
Para evitar a nictúria:
Deitar-se meia hora antes de ir dormir para os líquidos entrarem em circulação Não ingerir líquidos 2h antes da pessoa se ir deitar
Educação para a saúde
1º Trimestre Roupa Calçado Banho Hábitos Alterações emocionais Sexualidade Alimentação Peso Exercício / repouso / mecânica corporal
Redes de suporte / recursos (segurança social, amigos, família) Competências do feto
Medicação Desejos
Todos estes itens são para ser geridos ao longo do 1º trimestre, o ideal seriam 3 consultas (4 em 4 semanas)
SEMPREPERGUNTAR – “O que sente” “O que Faz”
A chave é sempre perguntar. A grávida é a protagonista da consulta.
AS CONSULTAS DE ENFERMAGEM DEVEM DE INCIDIR NO QUE É BOM E NO QUE A GRÁVIDA GOSTA DE FAZR E NÃO NOS RISCOS. O OBJECTIVO ESTÁ LONGE DE SER O DE CUPABILIZAR A GRÁVIDA DO QUER QUE SEJA.
Roupa e calçado Possíveis questões:
Que tipo de roupa usa?
Sente-se confortável com a roupa que usa?
Que tipo de roupa gosta de usar? Que cores gosta de usar? Que tipo de material de roupa usa?
Tem alergia a algum tipo de material?
Gosta mais de roupa larga ou mais para o justo?
Nota: O uso de roupa apertada da cintura para baixo AUMENTA a probabilidade do aparecimento de varizes e edemas.
(fibras naturais porque há excessiva formação de suor) Que tipo de calçado usa?
Quantas horas em média passa de pé por dia? Usa saltos? Se sim:
- Como se sente de saltos?
- E de sapatos rasos? Como se sente?
Nota: No que diz respeito ao calçado é muito importante que este tenha uma boa base de sustentação. Com o passar da gravidez a barriga vai aumentando o que provoca um avanço do centro de gravidade avança, como tal é importante para a grávida que esta tenha uma boa base de sustentação. O uso de sapatos altos provoca uma diminuição desta mesma base AUMENTANDO assim a probabilidade de DESIQUILIBRIO.
Banho/Higiene
É importante que a nossa crença de “hábito de higiene correcto” não interfira na conversa. Existes factores que tem de ser ponderados, nível económico, padrões sociais, etc.
“Deve-se tentar compreender a higiene da pessoa e não tentá-la mudar bruscamente, isso pode ofender a mulher”
Possíveis questões:
Quais os seus hábitos de higiene?
Nota: em casos extremos antes de abordar a higiene, devemos ver as condições em que vive a mãe.
Onde vive? Que tipo de casa tem? Casa/barraca/tenda/Roulote, etc Quantas divisões tem a casa?
Como são as paredes? Húmidas?
Tem água canalizada em casa? Quente?
Se NÃO – como faz para obter água? Quanto anda para obter água Quando é que toma banho?
Onde é que toma banho? Como prefere o banho?
Duche ou imersão? Ver “Nota1” Água quente ou fria? Ver “Nota2”
Utiliza anticéptico? Tem infecções frequentes? Ver “Nota3”
Nota1: Pode-se tomar banho as vezes que se entender até mesmo o de imersão durante toda a gravidez sem contra-indicação, este é óptimo para relaxar a grávida e a prevenir insónias
Nota2: Para a mãe a temperatura da água não é importante.
Nota3: O uso de anticéptico não deve de ser utilizado diariamente, excepto que a grávida tenha infecções frequentes. O anticéptico para alem de destruir os microrganismos
patogénicos, este também destrói parte da flora residente, que é necessária à mulher podendo mesmo até gretar a vagina. Caso esteja a ser utilizado desnecessariamente deve-se começar a
Hábitos
Possíveis questões:
Quais são os seus passatempos? Que gosta de fazer? Ler? Musica? Como se sente quando o faz?
Tem alguma dúvida em relação aos seus hábitos?
Fuma? Bebe bebidas alcoólicas? Café? Consome drogas?
SE SIM – tentar perceber primeiramente o que pode estar por traz: Em que ocasiões “fuma”?
Quantos “cigarros fuma” por dia? Como se sente depois de “fumar”?
Já alguma vez pensou deixar de “fumar”? SE SIM – como se sentiu? Conhece os malefícios do “tabaco”?
Alterações emocionais Possíveis questões:
Como encarou a sua gravidez?
E neste momento? Como esta a encarar esta gravidez? E as suas alterações corporais? Sente-se diferente desde que engravidou?
Tem alterações emocionais frequentes? Está a tomar algum tipo de medicação?
Se SIM – com se sente depois de tomar a medicação? Quem prescreveu? Está sujeita a muito stress? O que faz quando está muito stressada? A sua família… sente-se apoiada? Quem é o seu principal apoio?
Sexualidade
Possíveis questões:
Hábitos sexuais antes da gravidez? (Regularidade)? E após estar grávida houve alguma alteração?
Como está o casal a encarar as mudanças corporais? Que pensa acerca da sexualidade durante a gravidez?
- E o seu marido?
- Caso o marido não esteja presente -» o que pensa em relação ao que o seu marido pensa?
Nota 1: Á mulheres que simplesmente não tem identidade sexual, a sua sexualidade está
centrada apenas no que o marido e no que o marido quer e que este deseja.
Nota 2: A sexualidade não é contra-indicada durante a gravidez, pelo contrário se é algo
que dá prazer à mãe, o bebé também terá a percepção da sexualidade como algo agradável.
Apenas será contra-indicada em caso de hemorragia ou dor pélvica. Caso a mãe se sinta
usada e assim não deseje ou tenha dor é desaconselhada, pois será essa percepção que passará para o bebé.
Alimentação e Peso: Possíveis questões:
O que costuma comer?
Quantas refeições faz por dia? A que horas? O que gosta mais de comer?
Tem alergia a algum tipo de alimentos? Sofreu de algum distúrbio alimentar?
Conhece a roda dos alimentos? Sabe utilizar? Como come? Lentamente? Mais apressadamente?
Quanto pesava antes da gravidez? E agora quanto pesa? Ver “Nota1”
Nota 1: caso a senhora tenha engordado ou perdido muito peso devemos tentar perceber o
que está por de traz dessa perda/ganho de peso. O nosso foco deve de estar na alimentação equilibrada e nunca do peso, este já é algo temido pela mulher, devemos desviar a sua atenção dai, abordado o assunto de outra forma.
Nota 2: Comer devagar (doces e outros alimentos), saborear os alimentos ajuda a comer menos Nota 3: Em caso de desejo de doces devemos tentar substituir esses doces por frutas doces. Nota 4: por de traz dos doces pode estar uma carência afectiva, ex.: falta de carinho
ATENÇÃO! NÃO É ALTURA PARA DIETAS
Exercício físico / Repouso / mecânica corporal
Possíveis questões: Exercício físico
Pratica algum desporto?
Como se sente quando o pratica? Sente alterações quando o pratica?
Tem alguma dúvida acerca da prática de desporto durante a gravidez?
Caso não pratique?
Existe algum exercício que gostaria/lhe daria gozo de praticar durante a gravidez? Se SIM – em “Beja” tem onde praticar? Sabe onde pode praticar?
Nota: Um exercício muito violento não é indicado para a senhora. A senhora não se deve de cansar. O bebé necessita de muito oxigénio e de circulação sanguínea.
Repouso
Quantas horas dorme por dia?
Como é o seu sono? Costuma acordar durante a noite? Como se sente quando acorda?
Costuma dormir durante dia?
Come alguma coisa antes de se deitar?
Acorda cansada? Sente esse cansaço ao longo do dia?
Mecânica corporal
Qual a sua profissão?
Costuma fazer trabalhos pesados?
Como faz para levantar pesos? “Imagine que vai apanhar um alguidar de roupa/garrafões, como o faria?”
Redes de suporte/recursos Possíveis questões:
Está empregada?
Qual é a sua situação contratual? O pai trabalha?
Já foi à segurança social e se informou dos seus direitos? Tem alguém que a ajude na família?
Quem é o seu principal apoio?
Quantos filhos tem? Quantos quartos tem em casa?
Nota: o enfermeiro tem a obrigação de se informar junto da segurança social dos direitos das grávidas para poder passar essa informação à grávida bem como das redes de apoio informativas (SOS grávida/SOS amamentação, etc.)
Em casos de mães solteiras ou vítimas de abusos existem várias instituições de apoio para estas mulheres.
Competências do feto Possíveis questões
Já alguma vez ouviu falar ou falou com amigas acerca das competências do feto? Já leu alguma coisa acerca disso?
Medicação
Possíveis questões:
Toma alguma medicação? Se SIM
- O quê?
- Quem prescreveu?
- Como se sente quando toma a medicação?
Desejos Possíveis questões: Tem? Se SIM - Quais? - Desde Quando?
- Que importância atribui a esses desejos?
- Qual Comportamento do pai face a esses desejos?
Nota: caso o desejo seja perigoso devemos tentar perceber o que está por de traz dele e tentar reduzir e se possível retirar
Notas:
A grávida não pode tomar aspirinas.
Pode tomar paracetamol mas não mais de dois dias consecutivos.
Sinais de alerta: Sangramento Hipertermia
Dores (no baixo ventre, intensa de cabeça) Cansaço fácil (ex.: da cozinha para a sala)
Sinais de infecção (vaginais, abcessos, todas as infecções tem de ser tratadas.) Sinais de parto prematuro
Edemas! Hipertensão!
Proteinuria (Albumina) “Cefaleias intensas”
Faz com que o bebé se sinta em sofrimento.
Cefaleia não faz parte, no entanto pode estar associada
O que sentem os pais durante a gravidez? Felicidade Medo Ansiedade Infelicidade Desespero Realização Curiosidade Esperança Sonhos Alegria Confusão
Ambivalência (é com este sentimento que começa a gravidez: os pais sentem alegria mas também receio)
Adaptação materna
Tarefas de desenvolvimento 1. Aceitação da gravidez
2. Identificação do papel de mãe 3. Reorganização das relações
4. Estabelecimento de relação da criança 5. Preparação para o parto
1. Aceitação da gravidez Não-aceitação ≠ rejeição Respostas emocionais Instabilidade emocional Abertura ao outro Desejo de ajuda
Alteração da imagem corporal Ambivalência
2. Identificação do papel de mãe Início
Motivação Procura
Rever o passado Autonomia com a mãe
3. Reorganização das relações (relação com o companheiro) Necessidade de amor
Certeza de aceitação Relações sexuais Informação
4. Estabelecimento de relação da criança (mãe/filho) Ligação anterior a gravidez (3 fases)
Fase 1 – (estou grávida)
Aceitar a gravidez como parte de si
Fase 2 – (vou ter um bebé) Criança ser independente Criança imaginária
Introspecção
Fase 3 – (vou ser mãe)
Individualidade da criança
5. Preparação para o parto Primíparas
Multíparas Ansiedade Medo
Adaptação paterna
Faz-se antes. May descreve 3 fases, tarefas de desenvolvimento
1. Tomada de conhecimento (ela está grávida e eu sou o pai) Aceitação psicológica
Mais lenta
2. Fase moratória (vamos ter um bebé)
Ajuste à realidade da gravidez Mais introspecção
3. Fase de concentração (eu vou ser pai)
Envolvimento activo/partilha
Aceitação da gravidez May define 3 áreas:
Segurança financeira Estabilidade relacional
Terminus de período sem filhos
Respostas emocionais May define 3 estilos:
Observador Expressivo
Identificação com o papel de pai Passado unido Apoios/suporte Preparação Relação do casal Informação Relação pai/filho Intensidade/competência Partilha Bebé imaginário Sexo Antecipação do TP Ansiedade Minuciosidade Medo
Avós
(Situação de crise)
Elo vital na ligação das gerações Transportam histórias da família Sistemas de apoio e carinho Preparação
Irmãos
Crise
Reacções várias
Factores que interferem na resposta: Idade
Atitude dos pais Papel do pai
Tempo de separação da mãe Política de visitas
Evolução Da Saúde Materna
“Para uma Maternidade segura” -Obstetrícia
A obstetrícia define-se como o ramo da medicina que estuda o parto, os seus antecedentes e as suas sequelas. A obstetrícia estuda sobretudo os fenómenos e o controle da gravidez, parto e puerpério, tanto em circunstâncias normais como anormais
→ Obstetrix -» pessoa que dá apoio -» parteira
Parteira
“Mulher excepcional, tendo múltiplas capacidades, que tenha seguido estudos clássicos, seja inteligente e possua boa memória. Estudiosa, honesta, compreensiva e paciente”
Platão
OMS 2007
Mortalidade materna (2003)
→ Risco de morte na África subsariana -»1 / 16 → No mundo industrializado -» 1 / 2800
→ Mortalidade Materna a nível mundial -»400 / 100 000 → África e Ásia -» 95%
→ América Latina e Caraíbas -» 4% → Regiões mais desenvolvidas < 1%
O caminho para a morte VS O caminho para uma maternidade segura Risco de morte da Dª X:
→ Cinco vezes superior à média do seu país;
→ Dez vezes superior ao de uma mulher numa posição socio-económica mais elevada no seu País;
→ Cem vezes superior ao de uma mulher de um país desenvolvido.
Orientações estratégicas 2010 (Plano Nacional de Saúde 2004/2010)
→ Dar prioridade ao aumento de cobertura no período pré concepcional e no puerpério Legislação sobre reprodução médica assistida
Aumentar o número de casais que efectua uma consulta médica no período pré concepcional com o objectivo de preparar uma gravidez
Dar prioridade ao programa de diagnóstico pré natal de forma a alcançar um número crescente de grávidas
Reforçar a promoção de comportamentos saudáveis durante a gravidez, sobretudo dos que visam a diminuição de risco, nomeadamente quanto ao consumo de tabaco e de álcool e à possibilidade de infecção por IST
→ Melhorar ainda mais os indicadores no período perinatal Será reduzida a mortalidade por anóxia e hipoxia perinatal Será erradicada a sífilis congénita
Será dado destaque ao aleitamento materno como um critério de qualidade dos cuidados de saúde perinatais
Aumentar os esforços dirigidos às adolescentes e às minorias étnicas Dar maior atenção ao diagnóstico e tratamento das infecções sexualmente
transmissíveis
Prestar maior atenção à promoção de saúde mental na gravidez e no primeiro ano pós parto
Aumentar a taxa de cobertura das puérperas …de modo a atingirem-se valores próximos de 100%
Infertilidade
Incapacidade de um casal conceber, após 1 ano de relacionamento sexual activo sem medidas contraceptivas.
Incapacidade de manter uma gravidez o tempo suficiente para que a criança nasça viva. (exemplo: abortos de repetição).
Tipos de infertilidade Primária
Se a mulher nunca esteve grávida ou o homem nunca engravidou uma mulher (exemplo: incompatibilidade do muco cervical com o esperma)
Secundária
Se a mulher esteve grávida pelo menos 1 vez, mas não conseguiu engravidar novamente ou manter uma gravidez.
A infertilidade pode se um factor de stress e pode afectar: - Auto conceito (os casais vão achar-se diminuídos no seu papel) - Relação conjugal
- Relação familiar e com os amigos
Causas da infertilidade
Masculina Feminina
- Espermática
- Obstrução mecânica (ex.: os
espermatozóides são criados mas não conseguem passar através dos tubos seminiferos)
- Impotência
- Congénitas ( já nascem com a mulher) - Tubáricas (obstrução das trompas) - Hormonais (não têm ou não conseguem manter uma gravidez)
- Uterinas (mal formações do útero [útero bicórneo, septo, etc.])
- Ter filhos cada vez mais tarde - Álcool - Tabaco - Meio ambiente - Drogas Investigação da Infertilidade
•Os parceiros estão os dois envolvidos •Historia completa
Duração da infertilidade Historia sexual detalhada Exposição a gentes tóxicos •Exame físico geral
Aparelho reprodutor Sistema endócrino
Prestação de Cuidados Pré-Concepcionais
Consultar Anexo I – Circular normativa nº02/DSMIA DGS 2006 Objectivos da consulta Pré-Concepcionais:
Colocar uma pessoa doente no seu melhor de saúde possível para engravidar, para que a doença não venha mais tarde complicar a gravidez. Ex.: diabetes, no caso da diabetes irá tentar-se reduzir o nível destes por forma a que estes não afectem o bebé e para que estes não sofram um agravamento.
Razões para a assistência Pré-Concepcional
- Estabelecer comportamentos de estilos de vida saudável - Identificar e tratar factores de risco antes da concepção - Conceber uma gravidez sem factores de risco desnecessários
- Preparar psicologicamente para a gravidez e para as responsabilidades que surgem com a maternidade/paternidade
Prestação de cuidados pré-concepcionais Determinar:
O risco genético através da historia reprodutiva, médica e familiar.
Os possíveis efeitos da gravidez sobre as condições médicas existentes, do ponto de vista materno e fetal e introduzir as modificações convenientes orientando para os cuidados diferenciados sempre que necessário.
Efectuar:
• Determinação do grupo sanguíneo e factor Rh (Nota2) • Rastreio
Hemoglobinopatias
Toxoplasmose, sífilis, HIV, (todas as DST) Cancro do colo do útero (se anterior a > 1 ano) •Vacinação
Rubéola (após determinação de Imunidade) (Nota3) Hepatite B
Antitetânica
•Outros testes laboratoriais (exame ginecológico, etc.) Discutir:
•Espaçamento entre os nascimentos (aproximadamente 2 anos ou 3 em caso de cesariana). •Aspectos psicológicos, familiares, sociais e financeiros
•Estado nutricional, hábitos alimentares e estilos de vida •Importância da vigilância pré-natal
•As possíveis consequências para o feto de uma ITS (Infecção sexualmente transmissível) e a importância da adopção de comportamentos seguros
Recomendar:
•Registo do calendário do calendário das menstruações (este deve de ser feito ao longo de toda a vida, devemos de ensinar as raparigas a faze-lo desde a menarca)
•Suplemento do ácido fólico (para evitar as mal formações fetais como o tubo neural por exemplo.
Programar:
Notas:
(1) Durante a gravidez e amamentação todo o tipo de álcool é desaconselhado pois este pode comprometer o desenvolvimento cerebral do bébé.
(2) Incompatibilidade Rh:
Quando a mulher é Rh- e o marido Rh+ há que ter determinados cuidados…
Se não for acompanhada/tratada a mulher desenvolve anticorpos que caso o bébé seja Rh+ iram aglutinar as hemácias do bébé.
(3) Se formos vacinar a mulher com a vacina da rubéola (vacina viva) teremos que pedir a esta que aguarde 3 anos
Vacina morta – anticorpos Vacina viva – Vírus atenuado
Orientação Genética
Genética
A genética procura explicar as causas subjacentes a distúrbios presentes no nascimento, bem como os padrões em que os distúrbios hereditários passam de geração em geração.
Factores genéticos que afectam o desenvolvimento: • Genes → Cromossomas
Dominantes Recessivos
• Alelos (diferentes genes que codificam para diferentes variações da mesma característica física)
Homozigóticos Heterozigóticos
Cariótipo
Ilustração da quantidade, forma e tamanho dos cromossomas de um indivíduo
Anomalias autossómicas Anomalias do número
Trissomia
Monossomia (morte do embrião)
Anomalias na estrutura dos cromossomas Translocação
Adições e/ou eliminações
- Eliminação do braço curto do cromossoma 5 - Eliminação do braço comprido do cromossoma 18
Anomalias dos cromossomas sexuais Monossomia X _ Síndroma de Turner
- Órgãos genitais externos infantis - Ovários não desenvolvidos
- Baixa estatura com pescoço em esfinge - Grande parte aborta
Trissomia XXY _ Síndroma de Klinefelter
- Características Sexuais secundárias pouco desenvolvidas - Testículos pequenos e infértil
- Habitualmente alto e efeminado - Q.I. baixo
Hereditariedade
A probabilidade da presença de um gene anormal é prevista a partir da ocorrência da mesma característica na família do indivíduo e dos padrões pelos quais se sabe que a característica é herdada.
Hereditariedade unifactorial: Um único gene controla uma determinada característica física, doença ou defeito.
Autossómica dominante
Principais características:
Toda a criança doente tem pelo menos um progenitor afectado (excepto as mutações)
Uma pessoa afectada só necessita ser heterozigótica para determinado alelo Filhos de sexo masculino e feminino estão igualmente afectados
Há pessoas afectadas em várias gerações
Há risco de 50% de cada filho ser afectado se o progenitor está. - Nanismo
- Polidactilia
- Doença poliquística do rim
Autossómica recessiva
Principais características:
Cada progenitor tem pelo menos um alelo mutante A pessoa afectada é homozigótica para o referido alelo
As pessoas que têm apenas um alelo mutante não referem a alteração Ambos os sexos podem estar afectados
As afecções são pouco frequentes, mas são mais graves que as hereditárias dominantes
- Anemia falciforme - Talassémia alfa e beta - Surdez
Hereditariedade unifactorial Ligadas ao cromossoma X
Hereditariedade recessiva ligada ao cromossoma X - Hemofilia
- Daltonismo
Hereditariedade dominante ligada ao cromossoma X (extremamente raros) - Raquitismo
Principais características:
As pessoas afectadas quase sempre são do sexo masculino A mãe pode ser portadora e transmite a doença a 50% dos filhos Metade das filhas da mãe portadora serão portadoras
Os homens afectados transmitem o alelo afectado A cada uma das filhas e a nenhum dos filhos Os filhos não afectados não transmitem a doença
Hereditariedade multifactorial
Associação de factores genéticos e ambientais (exposição a produtos químicos, radiações, uso de drogas)
Lábio leporino (c/ ou s/ FP 1 em 800)>
♂
Fenda palatina (isol. 1 em 2000)>♀
Cardiopatia congénita Defeitos do tubo neural Estenose pilórica
Factores não genéticos que afectam o desenvolvimento
Agentes teratogénicos (substâncias de exposição ambiental ou produtos que causam efeitos adversos)
Medicamentos e produtos químicos Infecções
Exposição materna a determinadas situações
Infecções grupo TORCH T – Toxoplasmose
O – Outras (sífilis, varicela, clamidia, hepatite B, HIV, estreptococo betahemolítico grupo B)
R – Rubéola
C – Citomegalovírus H – Herpes simples
Toxoplasmose I
Protozoário Toxoplasma gondii Transmissão:
- Fezes dos gatos - Carne mal cozida - Saladas mal lavadas - Jardinagem
3º Trimestre de gravidez → maior risco infecção fetal → gravidade de infecção fetal menor
Toxoplasmose II Não tem vacina
Prova laboratorial antes da gravidez ou o mais precoce possível Tratamento espiramicina
Infecção e tratamento → consulta diagnóstico pré natal
Toxoplasmose III
RN → ACIU, prematuridade, microcefalia ou hidrocefalia, problemas psicomotores graves, aborto, convulsões, calcificações cerebrais, atraso mental, cegueira, etc. A confirmação de infecção materna pode justificar interrupção da gravidez
Rubéola I Vírus
Transmissão: gotículas Prevenção: vacina
Prova laboratorial antes da gravidez ou o mais precoce possível Não há imunidade → vacinação (fora da gravidez)
Rubéola II
Transmissão fetal mais frequente no 1º trimestre Congénito → contagioso
RN → defeitos auditivos, malformações do sistema cardiovascular, cataratas A confirmação da infecção pode justificar interrupção da gravidez
Citomegalovírus Vírus
Transmissão: requer exposição íntima e repetida (leite, saliva, urina, fezes, via sexual) Incidência maior aos 2, 3 anos e adolescência
Não há tratamento específico
RN → QI baixo, defeitos auditivos, oculares, ACIU, microcefalia, hidrocefalia, anemia hemolítica, prematuridade, etc
Herpes genital Vírus DST
Rn geralmente infectado durante o período expulsivo, mas também pode ser por infecção transplacentária ou infecção ascendente do canal de parto
RN → lesões nos olhos, garganta, boca e pele. Insuficiência respiratória, choque, complicações do SNC, morte fetal.
Sífilis I
Espiroqueta Treponema pallidum DST
Primeiras 16 a 18 semanas não há risco para o feto Transmissão transplacentaria Tratamento (penicilina) Sífilis II Rastreio Consulta pré concepcional 1ª Consulta pré natal
2º e 3º trimestres da gravidez (se outras DST ou comportamentos de risco) RN → Sífilis congénita, surdez, afecções ósseas, aborto, nado morto.
Hepatite B I
Transmissão através de contacto com fluídos orgânicos Prevenção: vacinação; hábitos saudáveis
Pesquisa do antigénio HBs pré concepcional ou precoce na gravidez e no final da gravidez
Hepatite B II
Transmissão RN → transplacentária ou durante o parto
RN → imunoglobulina contra o vírus da hepatite B (primeiras 24 h de vida) e vacina no mesmo dia ou 7 dias seguintes, segue esquema habitual (1 e meses depois)
Clamidia
Bactéria Chlamydia trachomatis (DST)
Tratamento da grávida → eritromicina, amoxicilina Gravidez → RPM, ACIU, Parto pré termo
RN → conjuntivite e pneumopatia
Transmissão durante o parto. Raramente in útero
HIV
Transmissão através de contacto com fluidos orgânicos
Transmissão RN → transplacentária, durante o parto, leite materno Gravidez → RPM, ACIU, parto pré termo
Precauções universais
Rastreio antes da concepção ou o mais precoce na gravidez e no final da gravidez O tratamento diminui o risco de transmissão ao RN