• Nenhum resultado encontrado

Objetivos Específicos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Objetivos Específicos"

Copied!
59
0
0

Texto

(1)

INTRODUÇÃO

É o objetivo deste trabalho projetar na cidade de Penápolis o centro cultural "Maria Tereza Alves Viana". O Projeto será desenvolvido a partir da requalificação de espaços já existentes e de um novo projeto arquitetônico. O centro cultural será divido em quatro setores: educativo, administrativo, hoteleiro e cultural.

Atualmente tem-se a Casa de Cultura e oficinas, oferecendo atividades educativas no decorrer do dia, porém, ambos os espaços não possuem instalações adequadas. Outro fator estimulante para o desenvolvimento do presente trabalho é a inexistência de um Teatro Municipal na cidade, fechado no ano de 2011 para revitalização, encontrando-se em situação de abandono até os dias atuais.

Ao propor essa intervenção busca-se enfatizar a memória do local enquanto patrimônio fisicamente perdido, de maneira que a população repense a importância da cultura, promovendo o crescimento intelectual para a comunidade.

Segundo o Secretário da Cultura do município Luis Colevatti, é perceptível o descaso por parte das autoridades locais em relação ao espaço cultural. Ao longo de cada ano são organizados na cidade festivais culturais de âmbito regional, o que dificulta sua realização devido a problemática local.

A importância do teatro fica evidente quando acontece exposições e eventos culturais. Em 2014, Penápolis voltou a ser palco do FETEP - Festival de Teatro de Penápolis, com a apresentação de mais de vinte espetáculos. Contudo, as apresentações tiveram que ser realizadas de forma improvisadas e em lugares privados. A realização desses eventos culturais, organizados inadequadamente enfatizam a necessidade de uma requalificação do local, objeto deste projeto.

A criação de um novo espaço teatral e a requalificação de seus anexos, tem como justificativa a história cultural que a cidade apresenta, Penápolis é reconhecida como Pólo Cultural da região Noroeste do Estado de São Paulo em função dos expressivos equipamentos culturais que abriga.

Localizado em uma região de baixa renda, a construção do teatro e seus anexos culturais visa dar oportunidades para que a população se aproprie dos conteúdos sociais e

(2)

culturais de sua comunidade, trazendo a arte como forma educativa, realizando uma troca mútua entre indivíduos e levando as problemáticas e diferenças sociais aos palcos, como forma de conscientização e educação.

O presente trabalho objetiva projetar o Teatro Municipal "Maria Tereza Alves Viana" e a Casa de Cultura de Penápolis, com a adequação do espaço existentee do entorno.

Objetivos Específicos

 Resgatar o patrimônio histórico do município, resguardando parte das edificações ainda existentes, porém, atribuindo-lhes novas funções.

 Criar nova edificação capaz de receber todos os eventos culturais.

 Garantir o conforto térmico, através de ventilação e iluminação natural sempre que possível.

 Garantir o conforto acústico, através de estudos realizados no decorrer do projeto.

 Acondicionar na Casa de cultura: oficinas e teatro; as atividades desenvolvidas no município, como festivais, cursos, palestras e atividades educativas; uma área de exposição.

 Proporcionar uma integração com os equipamentos culturais de que a cidade dispõe.

As pesquisas a seguir auxiliarão no reconhecimento do local, bem como sua história, questões sociais e econômicas, buscando desenvolver um projeto embasado na sua importância enquanto patrimônio esquecido, resgatando sua memória. Pretende-se com a elaboração desse trabalho estimular sensações e recordações através da arquitetura.

(3)

I. FUNDAMENTAÇÃO

1.1 Requalificações de Espaços Culturais e Públicos

O termo requalificação de espaço refere-se a atribuir novas funções a determinado local ou objeto, que sofreu deterioração de imóveis e de seu entorno, tornando possível ser utilizado de diversas maneiras.

Uma intervenção urbana designada como "requalificação" refere-se a uma prática de proteção de espaços urbanos expostos á degradação e a um desvio de sua funcionalidade seja cultural, comercial ou de lazer. É uma operação que se dirige ao espaço público e procura fomentar novas atividades voltadas ao contexto contemporâneo. Assim, o objetivo da "requalificação" é (re)introduzir numa determinada área "qualidades urbanas de acessibilidade e de centralidade", por isso é conhecida como "política de centralidade urbana" (LOPES 2013, apud PEIXOTO, 2009, p.4).

Quando se fala em requalificar um espaço público, podemos afirmar que não se trata somente de modificar o mobiliário urbano, mas sim focar na cultura local, buscando coerência nos elemento, no seu entorno e adotando um programa de abrangência total e não um programa de caráter unitário.

A exemplo de requalificação, a Favela do Cantinho do Céu (Figura 1), situada na cidade de São Paulo, mostra claramente que pensar a cidade não é somente pensar no espaço, mais sim a relação entre pessoas e o seu modo de interação com ele. Segundo o arquiteto

Boldarini1 , autor do projeto, a requalificação urbana não precisa ser a completa

eliminação das ocupações irregulares, precisa ser a reformulação da cidade para a realidade que nos cerca.

(4)

Figura 1 - Favela Cantinho do Céu

Fonte: Cantinho do Céu depois da Reurbanização2

1.2 - Preservação do Patrimônio Histórico e Tombamento

Preservar um bem, seja ele material, imaterial, natural ou construído, faz com que a imagem permaneça viva em tempos presentes, permitindo que o passado se relacione com os dias atuais formando a identidade entre os povos. “Preservação é um conceito genérico”. Segundo Castro, é toda e qualquer ação do Estado que vise conservar a memória de fatos ou valores culturais de uma nação segundo Alves (2008, apud CASTRO, 1991, p.6).

No Brasil, o primeiro indício de preservação de bens culturais deu-se no século XX, quando por decisões isoladas foram proibidas as desfigurações de prédios com valores históricos, mas que não apresentavam valores legais. Essa preocupação não aconteceu por parte da população, mais sim através de certos grupos da sociedade, como escritores, igrejas e políticos. Diante de inúmeras tentativas para implementação de leis que assegurassem a proteção de patrimônios culturais, só foi obtido sucesso no ano de 1934, quando a constituição autorizou a união de estados a proibir a retirada de obras de arte e a proteger belezas naturais e monumentos.

(5)

A questão da preservação hoje, ainda é pouco discutida e recente em nosso meio, entretanto vem se destacando com a preocupação em transmitir uma determinada cultura a outras gerações. Segundo o professor de Direito Civil Alves, a ação de tombamento é a mais comum e mais antiga forma de intervir publicamente em propriedades de reconhecido valor histórico, cultural e ambiental. O tombamento é o método legal para resguardar propriedades privadas, através do poder da administração pública, impondo cuidados especiais sobre esses bens, em razão de seu valor histórico cultural. Qualquer cidadão tem o poder subjetivo de requerer a proteção de bens móveis ou imóveis, exigindo sua conservação e restauração.

Contudo, em se tratando do espaço Maria Tereza Alves Viana e de seu importante valor cultural como patrimônio histórico, o teatro não teria condições de ser tombado somente por sua arquitetura, mais indiscutivelmente por sua história. O dano patrimonial é notório, observado através de pesquisas sobre sua trajetória juntamente com o desenvolvimento do município.

1.3 Preservação da memória

Segundo Abreu (1998, p.77), a valorização do passado vem se destacando com o passar do tempo. Nossos olhares que antes se voltavam somente para o que era novo, causaram diversas perdas de herança e o que é antigo esta sendo revalorizado e preservado como memória urbana, tudo isso se deve ao rápido processo de globalização, que tem dado origem a uma busca ansiosa da identidade dos lugares.

O Brasil é considerado um país de cidades novas, grande parte surgiu ainda neste século. Portanto, há poucas cidades que apresentam materiais de seu passado. Nosso país era visto como um "lugar do futuro", onde o principal ideal era o ocupar os espaços vazios e da oferta de terras, valorizando o novo.

Contudo, percebemos a não valorização dos espaços de forma geral, ou seja, muito já se perdeu, não somente ao nosso redor e sim num aspecto geral. A grande questão é como entender a memória de um determinado lugar, como resgatar lembranças e alcançar momentos que já se foram fisicamente. Há três tipos de memória: a individual, que carregamos conosco; a memória coletiva, que se fixa através de um grupo de pessoas; e a memória histórica, que se dá através da perda da memória coletiva, ou seja, a memória histórica se dá pela decomposição da memória coletiva.

(6)

Quando a memória de uma sequência de acontecimentos não tem mais por suporte um grupo, aquele mesmo em que esteve engajada ou que dela suportou as consequências, que lhe assistiu ou dela recebeu um relato vivo dos primeiros atores e espectadores, quando ela se dispersa por entre alguns espíritos individuais, perdidos em novas sociedades para as quais esses fatos não se interessam mais porque lhe são decididamente exteriores, então o único meio de salvar tais lembranças e fixá-las por escrito em uma narrativa seguida, uma vez que as palavras e os pensamentos morrem, mas os escritos permanecem. (ABREU, 1998, apud HALBWACHS, 1990, p.85).

O resgate da memória não está somente na recuperação de formas, mas também naquilo que não possui marcas e que ainda pode ser recuperado através da memória.

1.4 A arte e o Teatro na Educação

O termo arte vem do latim "ars", onde significa técnica e/ou habilidade, sendo entendida com uma atividade relacionada à comunicação e estética. Não é possível encontrar uma única definição sobre a arte, seu conceito varia de acordo com o tempo e a cultura humana. A arte pode ser entendida em diversas linguagens, como: arquitetura, pintura, dança música, escultura e teatro. (Figura 2).

Figura 2 - Mona Lisa, Leonardo Da Vinci.

(7)

A definição de arte nunca satisfez a todos. A arte é uma dessas coisas que, como o ar ou o solo, estão por toda a nossa volta, mas que raramente nos detemos para considerar. A arte não é apenas algo que encontramos nos museus e nas cidades como Roma, Paris, Florença. A arte esta presente em tudo que fazemos para satisfazer nossos sentidos. (ZANIN, 2004, p.59).

A arte é dividida em categorias específicas, sendo uma delas o teatro, como artes do espetáculo.

O teatro possui diversas definições e teorias. Existem mais estudos do que provas concretas sobre o seu surgimento, alguns historiadores acreditavam que o Teatro surgiu através de rituais primitivos, outros diziam que o seu surgimento se originou a partir da contação de histórias.

Magalhães (1980, p. 03) define o teatro como:

Um gênero de arte e também uma casa, ou edifício, em que são representados vários tipos de espetáculos. Ela provém da forma grega theatron, derivada do verbo "ver" e do substantivo "vista", no sentido de panorama. Do grego passou para o latim com a forma de theatrum e, através do latim, para outras línguas, inclusive para a nossa.

Presume-se que o teatro tenha surgido na Grécia, porém, de acordo com alguns registros e pesquisas, os egípcios antecederam-se nas encenações expressando sua cultura, originando-se pela religiosidade onde o principal objetivo era celebrar os principais deuses da mitologia Egípcia (Figura 3). A partir daí o teatro tomou grandes formas na Grécia, onde sua influência pode ser notada até os dias atuais, ainda que sua precedência seja do Egito (MAGALHÃES, 1980, p.4).

Figura 3 - Deuses Osíris e Ísis, principais divindades da mitologia Egípcia

(8)

O florescimento do teatro grego recebeu grande impulso quando um autor e ator chamado Téspis começou a percorrer as cidades com um carro que fazia às vezes de um palco, ao redor do qual os espectadores se reuniam. O carro de Téspis (Figura 4) não tardou a ser substituído por teatros construídos ao ar livre, com capacidade para centenas de pessoas, acomodado em assentos dispostos em semicírculos que iam se elevando a medida que se distanciavam. As ruínas de alguns desses teatros testemunham, nos nossos dias, o interesse do mundo antigo pelas representações teatrais (Figura 5), a principal forma de diversão popular então existente (MAGALHAES, 1980, p. 05).

Figura 4 - O coro de Téspis

Fonte: oprimeiroprotagonista.blogspot.com.br/

Figura 5 - Teatro Grego

(9)

Durante a idade média, as encenações foram vivamente combatidas pela Igreja Católica, que não via com bons olhos a concorrência que os espetáculos, jogos e diversões de toda espécie faziam as festividades religiosas. As atrizes passaram a ser equiparadas as prostitutas. Contudo, no século VI, o Imperador Justiniano I apaixonou-se por uma atriz, com isso, decretou que os membros da nobreza, poderiam se casar com atrizes, desde que renunciassem a profissão. Mesmo diante desses acontecimentos, a Igreja havia declarado que comediantes não poderiam receber a sagrada comunhão, enquanto estivessem em tal profissão. Com o abastardamento do teatro e as perseguições cada vez maiores, os espetáculos foram reduzidos. Mas a reação começou a se processar, aos poucos, e a própria Igreja Católica, acabaria por utilizar o teatro como um meio de comunicação com o povo (MAGALHÃES, 1980, p. 09).

Com o fim da Idade Média a situação do teatro começava a demonstrar melhorias. Com a chegada do Renascimento, período em que houve uma reforma literária, artística e científica, onde o foco já não era mais o plano religioso e sim, começava-se a enxergar a realidade humana.

O renascimento, como é chamada à época que se seguiu as grandes navegações, aos descobrimentos de novas terras, a invenção da imprensa e divulgação das grandes obras da antiguidade, traduzidas para idiomas europeus. As universidades, que eram poucas na Idade Média, se multiplicaram. Houve um florescimento extraordinário da arquitetura, da pintura, da escultura e também do

teatro (MAGALHÃES, 1980, p. 10).

O teatro passava por seu melhor período e a partir daí começaram a surgir mais atores, melhorando consideravelmente as apresentações, foi onde o arquiteto italiano Andrea Palladio inicia a construção do primeiro teatro coberto, localizado no norte da Itália, o teatro Olímpico de Vincenza foi entregue em 1588, com capacidade para 400 pessoas (Figura 6).

Figura 6 - Teatro Olímpico de Vinceza

(10)

Conhecendo melhor as definições de arte e uma das suas formas, o teatro. Reconhecemos que ambos resumem-se na troca de contatos, e que, segundo o livro “O persona”, o homem é um ser social, ele age e reage, assimila, troca, desenvolve a personalidade social e psíquica se relacionando em contato com os outros. Podemos notar a importância de ambos para a sociedade como forma educativa, não somente com o intuito de formar artistas, mais também desenvolver e estimular na formação da personalidade década indivíduo.

A arte pode contribuir imensamente para o desenvolvimento da criança, pois é na interação da criança com seu meio que se inicia a aprendizagem. Essa arte tem inicio quando os sentidos da criança estabelecem o primeiro contato com o ambiente, e ela reage a essas experiências sensoriais. Tocar, cheirar, ver, manipular, saborear, escutar, enfim, qualquer método de perceber o meio e reagir contra ele é, de fato, a base essencial para a produção de formas artísticas (Zanin, 2004, p.60).

Quando questionasse sobre educação e arte, percebesse o quanto estão interligados, com a educação como uma troca de ensinamento e aprendizado, realizando assim uma transmissão de crenças, valores, hábitos e conhecimentos, levando em consideração que é o conteúdo educacional que forma o indivíduo preparando-o para a sociedade. Usando a arte como processo criativo, despertando emoções, organizando pensamentos, sentimentos e, assim, educando. Constatamos assim que o teatro, além de uma arte, é um caminho - um caminho no fim do qual (se há fim) o indivíduo aprende a assumir seu corpo e sua verdade, a conviver, a abrir-se, a entender e respeitar os outros. (SANTOS,1975, p 20).

1.5 Distribuições de espaços culturais no estado de São Paulo

Segundo o site do IBGE, o Estado de São Paulo é o mais populoso do Brasil, com 44 milhões de habitantes, dividindo-se em 645 municípios. A cultura nessas regiões recebeu influência de povos indígenas, africanos, europeus e asiáticos.

Segundo o site do CTAC (Centro Técnico de Artes Cênicas), o Estado de São Paulo possui o maior número de casas de espetáculo (Figura 7).

(11)

Figura 7 – Gráfico

Fonte: CTAC (Centro Técnico de Artes Cênicas) 3

Através de pesquisas sobre a cultura no Estado de São Paulo, foram obtidos dados através do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais SNIIC (Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais), que foi criado para que a sociedade possa ter acesso a informações de segmentos culturais (Figura 8). Através dele foi possível encontrar diversos gráficos exemplificando a relevância cultural do Estado de São Paulo (Figura 9).

Com o sistema SNIIC é possível coletar, sistematizar e interpretar dados, além de fornecer metodologias e estabelecer parâmetros à mensuração da atividade do campo cultural e das necessidades sociais por cultura, que permitam a formulação, monitoramento, gestão e avaliação das políticas de cultura e das políticas culturais. O sistema também oferece serviços de busca de dados georreferenciados, estatísticas, indicadores e outras informações de bens e serviços culturais, dando apoio aos gestores cultural públicos e privados, alem de maior controle social dos recursos4

3 http://www.ctac.gov.br/

(12)

Figura 8 - Gráfico

Fonte: Cultura digital, 2010, p.64

Figura 9 – Gráfico

(13)

Analisando os gráficos do SNIIC5, observa-se que a maior concentração de equipamentos culturais localiza-sena cidade de São Paulo, com também no seu estado como um todo. Entretanto, a região apresenta um quadro mediano em relação a cursos, oficinas e festivais culturais.

II. CONTEXTUALIZAÇÃO ESPACIAL

2.1 O Município de Penápolis

A cidade de Penápolis teve origem através da desbravação dos campos de Avanhandava, quando se estabeleceram na região os primeiros povoados brancos procedentes de Descalvado, Araraquara e outros vindos de Minas Gerais. Com a chegada dessas famílias que se utilizavam das margens do rio Tietê e trilhavam caminhos com os carros de bois, a pequena colônia começou a ganhar forma. Atraídos pelo solo, mas não em função da agricultura, e sim pelos grandes espaços livres, pastos naturais, que permitiam a atividade pastoril (BRANDÃO, 1989, p.7).

Pesquisando sobre a origem e desenvolvimento do município, encontram-se registros de que sua formação se deve a quatro famílias, as famílias Castilhos, Ferreira, Goulart e Pereira Dias, que se deslocaram no ano de 1842 por motivos de decadência econômica. "Esse povo forte, corajoso e altruísta desbravará a região, colonizando o Noroeste do Estado de São Paulo" (BRANDÃO, 1989, p.7).

Seu desenvolvimento foi impulsionado pela chegada da estrada de ferro Noroeste do Brasil e também pela atividade cafeeira e outros implementos capitalistas, progredindo notavelmente a economia na região. Contudo muitas famílias vieram em busca de novas terras e oportunidades, dando progresso a região. Penápolis foi criada em 22 de dezembro de 1913, sendo considerada Comarca apenas em 10 de Outubro de 1917.

Segundo os dados da Prefeitura Municipal, Penápolis está localizada na região noroeste do Estado de São Paulo, ás margens do rio Tiete. O município situa-se a 21°25’11”, na latitude Sul, e 50°02'39, na latitude oeste, e a uma altitude de 416 m e sua área total é de aproximadamente 710,4 Km (Figura 10).

(14)

Figura 10 - Localização de Penápolis no Estado de São Paulo

Fonte: Google Maps, 20156

A cidade hoje, com seus 107 anos, possui uma população de 61.726 habitantes (IBGE, 2014). É sede de uma comarca com sete municípios, exercendo influência sobre quase cem mil habitantes. Penápolis fica a 490 km da capital do estado.

Atualmente, o município destaca-se por três motivos: o primeiro é o ensino superior, contando com duas faculdades que abrangem diversas áreas; o segundo é a atividade agrícola, que absorve cerca de 13% da população economicamente ativa; e por fim, no âmbito cultural é considerado um município de liderança devido aos diversos equipamentos culturais que abriga.

2.2 Equipamentos Culturais

Penápolis é reconhecida como Pólo Cultural da Região Noroeste por conta de um conjunto de fatores, entre os quais, um número expressivo de espaços culturais de reconhecida importância. Através desses diversos equipamentos podemos acompanhar toda a história do município e região, destacam-se alguns desses importantes espaços culturas.

6 www.wikipedia.org

(15)

2.2.1 Museu do Sol

O Museu do Sol foi fundado por Iracema Arditi, colecionadora de obras de arte, que selecionava e avaliava obras para sua coleção particular. Em 1978, tocada pelo movimento artístico da cidade, pelas realizações de Salões de Arte e com o intuito de se tornar conhecida e próxima a esse público, Iracema doa parte do seu acervo ao município. No dia 11 de outubro de 1980, foi inaugurado o Museu de Arte Primitiva ou Museu do Sol (Figura 11), único na America Latina e o segundo do mundo. O museu recebeu o nome de Sol pelo tipo de pintura da terra de Penápolis, contendo muita luz, calor e cores. Desde sua fundação, tem como preocupação a realização de exposições de artistas ingênuos, provendo a arte em geral, bem como manter um ateliê com atividades educativas (BRANDÃO, 1989).

Figura 11 - Museu do Sol,

Fonte: Folha da Região (2011)7

2.2.2 Museu do Folclore

O Museu do Folclore deu início a suas atividades em 1974, com o objetivo de preservar e divulgar o Folclore da região. As primeiras peças vieram através de pesquisas de campo, realizadas por alunos da Faculdade de Filosofia e de Educação Artística (Figura 12).

7 lerparacrescer.folhadaregiao.com.br/

(16)

Figura 12 - Museu do Folclore, Penápolis

Fonte: Autora, 2015

Hoje seu acervo conta com quatro mil peças de todos os estados do Brasil, testemunhando as manifestações populares em todos os campos da atividade humana. O museu atende pesquisadores e estudantes, promovendo eventos culturais e cursos (BRANDÃO, 1989, p. 213).

2.2.3 Museu Histórico e Pedagógico

O museu foi fundado em 19 de novembro de 1958, e recebeu o nome de Museu Histórico e Pedagógico "Fernão Dias Paes", para que acompanhasse a rede de museus no interior de São Paulo. O local dispõe de um acervo de mais de 40 anos, com dados e registros de imigrantes em Penápolis, sendo o único no interior do Estado. Mantém um ateliê de arte para crianças e jovens. Promove eventualmente cursos, exposições e intercâmbios, além de garantir monitoria aos visitantes de qualquer nível de conhecimento ou interesse, desenvolvendo pesquisas e atendendo pesquisadores (Figura 13).

(17)

Figura 13 - Museu Histórico e Pedagógico

Fonte: Autora, 2015 2.2.4 Primeira Casa de Penápolis

A Primeira Casa de Penápolis foi construída por José Magalhães Matos, com tábuas de madeira aparelhada e telhas de cerâmica. Em 1961 foi decretada como patrimônio histórico, mas só em 05 de novembro de 1995, a "Primeira Casa" foi restaurada e inaugurada para visitação. Nas suas dependências são mostradas as construções do século XX, os documentos do imóvel e também são oferecidas atividades educativas (Figura 14).

Figura 14 - Primeira Casa de Penápolis

(18)

III. REFERÊNCIAS PROJETUIAS

3.1 - Praças das Artes Ficha Técnica

Projeto: Brasil Arquitetura

Arquitetos: Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz e Luciana Dornellas

Tipo de Projeto: Cultural

Ano: 2006 - 2013

Localização: Rua Conselheiro Crispiniano

Cidade: São Paulo

Área: 28.461,63 m²

A edificação do Antigo Conservatório Dramático Musical de São Paulo encontrava-se em região degradada da cidade, abrigando uma rara sala de recitais que há décadas estava inutilizada. No ano de 2012, o espaço passou por um intenso processo de requalificação, que acontece até hoje (Figura 15).

Figura 15 - Praça das Artes

(19)

O projeto Praça das Artes restaurou e reabilitou este edifício, e vinculou-o a um complexo de novas construções e espaços de circulação e estar que abrigam as instalações para o funcionamento das Escolas e dos Corpos Artísticos do Teatro Municipal. O novo conjunto integra as sedes das Orquestras Sinfônicas Municipal e Experimentais de Repertório, dos Corais Lírico e Paulistano, do Balé da Cidade e do Quarteto de Cordas. Abriga também as Escolas Municipais de Música e de Dança, o Museu do Teatro, o Centro de Documentação Artística, além de restaurantes, estacionamento subterrâneo e áreas de convivência. Para que fosse possível a inserção do projeto no espaço, foram desapropriadas algumas edificações vizinhas, resultando em outro volume que integraria a estrutura geral do conjunto, surgindo aos poucos no quarteirão8

O que tornou o espaço relevante como referência, foi a maneira como o projeto responde ao programa de diversos novos usos ligados à arte e também ao entorno preexistente. A forma como o novo edifício reintegrou os espaços internos, atendendo à carência de espaços para o funcionamento do Teatro Municipal, levando em consideração o entorno marcante, criando novos espaços que convidam a população a passar pelo local, enfatizando as atividades culturais como forma educativa (Figura 16).

Figura 16 - Praça das Artes

Fonte: www.archdaily.com.br

3.2 Teatro Popular Oscar Niemeyer

Ficha Técnica

8 www.archdaily.com.br

(20)

Projeto: Teatro Popular Oscar Niemeyer

Arquiteto: Oscar Niemeyer

Tipo de Projeto: Cultural

Ano: 2007

Localização: Situado às margens da Baía de Guanabara

Cidade: Niterói, Rio de Janeiro

Área: 3500m²

O Teatro Popular Oscar Niemeyer faz parte do conceito ‘’O Caminho Niemeyer’’, onde o arquiteto desenvolveu um conjunto de equipamentos culturais de grande relevância arquitetônica.

O Teatro Popular, além de ser peça fundamental do conjunto arquitetônico projetado pelo arquiteto, especialmente para Niterói, também tem um conceito plural, que propõe uma programação que vai além de um teatro, onde é possível o contato com todas as artes, unido música, fotografia, dança, pintura e teatro em um só lugar.9

A edificação foi construída em concreto armado com uma grande cobertura curva. Na fachada tem o acabamento em cerâmica com desenhos (Figura 17) e parede de vidro, de onde é possível visualizar a Baía de Guanabara pelo interior do teatro (Figura 18). Seu acesso dá-se através de uma rampa helicoidal, levando até o foyer que possui aproximadamente 580m². O projeto acompanha traços marcantes do arquiteto, como rampas, espelhos d'água e escadas em espiral.

9 www.teatropopularoscarniemeyer.art.br

(21)

Figura 17 - Teatro Popular Oscar Niemeyer, acabamento em cerâmica

Fonte: Google, 2015

Figura 18 - Teatro Popular Oscar Niemeyer, fase Baia da Guanabara

Fonte: Google, 2015.

A obra de Niemeyer torna-se relevante como referência projetual por sua distribuição interna, comportando 460 lugares, camarins, mecânica cênica, vestimenta cenográfica, iluminação, sonorização, climatização e um palco reversível na parte posterior da edificação, abrindo para uma grande praça, possibilitando assim espetáculos ao ar livre com capacidade para 20 mil lugares (Figura 19).

(22)

Figura 19 - Teatro Popular Oscar Niemeyer, palco reversível

Fonte: Google, 2015

3.3 O Teatro do Engenho

Ficha Técnica

Projeto: Brasil Arquitetura

Arquitetos: Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz

Tipo de Projeto: Cultural

Ano: 2012

Localização: Av. Dr. Maurice Allain n°454, área central

Cidade: Piracicaba, São Paulo

Área: 2850 m²

O Engenho Central de Piracicaba foi construído no ano de 1881 por Estevão Ribeiro de Souza Resende, com o intuito de converter o trabalho escravo pelo mecânico. O espaço foi tombado pelo CODEPAC (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural) em 1981, tornando

(23)

um importante espaço cultural, abrigando o Teatro Erotídes de Campos conhecido como o Teatro do Engenho (Figura 20).

Figura 20 - O Teatro do Engenho

Fonte: Google, 2015.

O conjunto formado pelo Engenho Central é “marca da terra” de Piracicaba. Num dos mais belos e antigos de todos os galpões, projetamos o Teatro do Engenho, uma arquitetura que vai pelas entranhas do edifício transformando vazios em hall público, salas acusticamente equipadas, plateia, palco, restaurante, camarins, salas técnicas e de apoio, tudo que um teatro carece para funcionar em sua plenitude. Com um palco “dupla face” (Figura 21), que se abre também para a praça central, o teatro será um importante equipamento de apoio às festas ao ar livre, este deverá ser um teatro contemporâneo multiuso investido de história. O antigo galpão, tombado pelo patrimônio, era um grande depósito de tonéis e uma destilaria de álcool, essa memória está nas dimensões industriais de seu pé direito, em seu grande vão central, nos materiais empregados em sua construção(Figura 22). Onde um antigo local de trabalho, sem apagar sua vida pregressa, que será transformado em fábrica de diversão, criação, celebração e convivência10

10 www.archdaily.com.br

(24)

Figura 21 - O Teatro do Engenho, Palco Dupla Face

Fonte: Google, 2015.

Figura 22 - O Teatro do Engenho

(25)

3.4 Centro Cultural Cerro Cárcel

Ficha Técnica

Projeto: HLPs

Arquitetos: Jonathan Holmes, Martin Labbé, Caroline Portugueis e Osvaldo Spichiger

Tipo de Projeto: Cultural

Ano: 2011

Localização: Av. Jail n°471

Cidade: Valparaiso, Chile

Área: 8711 m²

O Centro Cultural Cerros Cárcel localizado no Chile, serviu como prisão até o ano de 1994, sendo convertido em Parque Cultural no ano de 2011. Situado em um espaço privilegiado de uma riqueza estética grandiosa, trás consigo um valor inestimável para a cidade em relação a sua memória e identidade. O ponto de partida tomado pelos profissionais responsáveis pela requalificação foi à integração do espaço público, com bairros e colinas, quebrando barreiras e permitindo uma livre circulação de pessoas.

O projeto real considera um conjunto de três edifícios de aproximadamente 10 mil m², possui espaços para arquivo e documentação do município, teatro, salão de exposição, leitura infantil, restaurante, salas de ensaios, dança, musica, pintura, escultura, seminário e também espaços que funcionam como asilo e clínicas.11

A fachada da edificação foi integralmente preservada, sendo possível visualizar os recortes de janelas onde os presos permaneciam (Figura 23). Os ambientes internos foram adaptados para receber as atividades educativas oferecidas no local.

11 www.translate.google.com.br

(26)

Figura 23 - Centro Cultural Cerros Cárcel

Fonte:www.skyscrapercity.com.br

O partido arquitetônico parte da questão de como transformar uma antiga prisão em um local de convivência e integração. Os arquitetos optaram por criar uma rota pública que atravessa todo o local, aproveitaram a topografia existente e criaram um mirante que possibilita a vista de Valparaiso, dispondo também de um amplo espaço multiuso, que serve como estacionamento e uso público (Figura 24).

Figura 24 - Centro Cultural Cerros Cárcel

(27)

O que torna o projeto uma referência, é a maneira com se é tratada a memória e a história do local. O espaço convida a população a enxergar a passagem do tempo através de produções artísticas dos indivíduos que ali residiram (Figura 25), mostrando através da arte que naquele lugar muitas coisas já foram vividas e que o valor simbólico da prisão é imperecível (Figura 26).

Figura 25 - A vida de um preso

Fonte: www.bifurcaciones.com.br

Figura 26 - Intervenção Artística no pátio da Ex-prisão

(28)

IV. Objeto de estudo e Área de Intervenção

4.1 Teatro "Maria Tereza Alves Viana"

Maria Tereza Alves Viana, professora de Letras sensível às artes, incentivava seus alunos à leitura. A partir daí, com algumas peças teatrais desenvolvidas, surgiu a ideia de montar um grupo teatral chamado TAE (Teatro Amador dos Estudantes). Criado o grupo, Maria Tereza aprofundou seus estudos em artes cênicas recebendo diversas premiações em suas peças. Desse modo, logo recebeu apoio do poder público, que, reconhecendo seu comprometimento, doou, no ano de 1970, um espaço próprio para o grupo que passou a ser chamado de "Teatro Municipal Maria Tereza Alves Viana".

Segundo Brandão (1989, p. 200), Penápolis:

Colocava-se entre as cidades possuidoras de um teatro municipal, privilégio com o qual somente 1% das cidades brasileiras podia contar. O resultado da fundação de teatro penapolense se fez sentir também no desenvolvimento de outras atividades culturais da cidade como: exposições de pintura, concertos diversos, festivais de música popular brasileira, etc.

O Teatro Municipal foi palco de grandes apresentações e premiações, se destacando em nível estadual e regional (Figura 27).

Figura 27 - Teatro Municipal de Penápolis, fachada 2011

(29)

No ano de 2011, a Prefeitura Municipal de Penápolis, juntamente com o Governo Federal e Ministério de Turismo, firmaram um contrato de revitalização do Teatro Municipal Maria Tereza Alves Viana, que foi parcialmente demolido, restando apenas a parede lateral do mesmo. Segundo o prefeito do município, a empresa vencedora da licitação relatou ter dificuldades para tocar a obra, e, após dois anos, mesmo alterando em contrato a data de entrega, a empresa desistiu da obra. Foi aberta outra licitação, e a outra empresa registrou o mesmo problema (Figura 28).

Figura 28 - Fachada Teatro Municipal

Fonte: Autora, 2015

Assim, a obra está parada há cinco anos, causando diversos problemas para a população. Além de prejudicar a cultura do município, o local hoje serve como abrigo para moradores de rua, usuários de droga, apresentando sujeira, água parada e mato alto (Figura 29). A estrutura atual também sofre com o abandono, já apresentando infiltrações, trazendo mais problemas e gastos para a sua finalização (Figura 30).

(30)

Figura 29 – Teatro Municipal de Penápolis

Fonte: Autora, 2015

Figura 30 - Teatro Municipal de Penápolis

(31)

4.2 A Casa de Cultura

Localizada no mesmo terreno em que o Teatro Municipal, A Casa de Cultura foi inaugurada no ano de 2010 com o intuito de realizar eventos culturais e desenvolver atividades como música, dança, teatro, entre outras manifestações artísticas (Figura 31).

A edificação é composta por salas para ensaios de teatro, dança e banheiros acessíveis (Figura 32). A fachada atual apresenta revestimento de pastilhas e elementos vazados (Figura 33).

Figura 31 - Sala de dança

(32)

Figura 32 - Casa de Cultura - Planta Existente

Fonte: Autora, 2015

Figura 33–Fachada frontal da Casa de Cultura

Fonte: Autora, 2015

4.3 Oficinas Cenográficas

No local de intervenção encontram-se algumas salas que fazem parte da antiga edificação do Teatro Municipal (Figura 34). O espaço conta com sete salas, entre depósitos,

(33)

oficinas cenográficas e um banheiro acessível. Mas, a edificação apresenta diversos problemas estruturais (Figura 35).

Figura 34 - Oficina Cenográfica, Planta Existente

Fonte: Autora, 2015

Figura 35 – Oficina Cenográfica

(34)

4.4. Implementação da Secretaria de Cultura e administração do espaço

A Secretaria da Cultura do município hoje se encontra nas medições do Paço Municipal, o que segundo o Secretário da Cultura, Luis Colevatti inviabiliza a administração local, pois todas as atividades relacionadas á cultura acontecem no local da intervenção proposta. A implementação desse projeto no terreno, visa facilitar a administração, o acesso da população e a centralização de atividades culturais em um mesmo local.

V. Levantamento Preliminar

5.1 Área de Intervenção

Localizado na Vila Aparecida, o teatro situa-se integrado na malha urbana (Figura 36); o terreno possui aproximadamente 2.600 m² esta inserido em região de baixa renda (Figura 37).

Figura 36 - Localização da Área

(35)

Figura 37 - Localização da Área

Fonte: Autora, 2015

5.2 Análises do entorno

Através de estudos e pesquisas, objetivou-se criar um diagnóstico da situação atual, analisando sua função como teatro e suas relações no meio físico, do entorno.

5.2.1 Sistema Viário

O terreno faz divisa com dois logradouros, a Rua Manoel Foz e a Avenida Luis Osório, considerada uma via arterial por coletar diversas vias locais (Figura 38). O local é considerado de fácil acesso, distante aproximadamente 8,3km da entrada do município (Figura 39). Por ser afastado da região central, o trafego é considerado baixo nessa região (Figura 40).

(36)

Figura 38 - Entorno e Vias

Fonte: Autora, 2015.

Figura 39 - Acesso

(37)

Figura 40 - Entorno e Vias

Fonte: Autora, 2015

5.2.2 Uso e ocupação do solo

No local, o uso predominante é o residencial, com alguns pontos de comércio e prestação de serviço. Há também a presença de instituições públicas, caracterizando-se como uma área de atividades diversificadas (Figura 41).

(38)

Figura 41 - Uso e Ocupação do Solo

Fonte: Autora, 2015

5.2.3 Gabarito de Altura

Constata a predominância de imóveis térreos ou de dois pavimentos(Figura 42).

Figura 42- Gabarito de altura

(39)

5.3 Condições Fisio-climáticas

A posição da edificação em relação à orientação solar é um fator de extrema importância na implantação do projeto. Adaptando a posição da edificação, é possível o aproveitamento de elementos naturais, no projeto iluminação e ventilação, garantindo adequado conforto térmico. O clima é homogêneo no município ao longo do ano (Figura 43).

O clima, segundo a classificação de Koeppen, é tropical alternadamente seco e úmido, onde as massas tropicais atuam durante 50% do ano. A temperatura média anual é de 23ºC. A estação quente ocorre entre os meses de outubro a abril e apresenta temperatura média mensal de 25ºC. O mês de temperaturas mais elevadas é fevereiro com 31ºC e, o mais frio é junho com 14ºC. A precipitação média anual é de 1.035 mm, destacando-se janeiro como o mês mais chuvoso (média mensal de 236 mm) e o mês de julho, o mais seco (média mensal de 17 mm). A umidade relativa do ar está entre 77% (janeiro) e 67% (agosto/setembro). A insolação é bastante homogênea ao longo do ano, destacando-se julho (266 horas), como o de maior insolação média e, dezembro (207 horas), como o de menor insolação12

Figura 43 - Orientação Solar

Fonte: Google Eath, 2015

5.3.1 Topografia

O local de implantação apresenta um declive de aproximadamente 0,53 metros, observado através de um corte transversal (Figura 44).

12 Site Prefeitura Municipal

(40)

Figura 44 - Topografia local

Fonte: Google Earth, 2015

Na próxima imagem, o corte longitudinal representa um declive de aproximadamente 3 metros (Figura 45).

Figura 45 - Topografia Local

Fonte: Google Earth, 2015

(41)

5.3.2 Ventos

Segundo dados da administração local, os ventos predominantes apresentam direções sudeste (32%) e leste (24%) sendo estes os que possuem as maiores velocidades médias: 2,9 e 3,1 m/s, respectivamente (Figura 46).

Figura 46 - Ventos Predominantes

Fonte: Google Earth, 2015

VI. O PROJETO

6.1 A conservar

O teatro Maria Tereza Alves Viana não foi tombado pelo patrimônio histórico, perdeu sua estrutura física quase que por completo. Ainda assim, as intervenções qualificam o partido arquitetônico buscando manter as edificações ainda existentes, respeitando sua

(42)

materialidade e história, enfatizando a passagem do tempo, de maneira que se possa resgatar essa memória. (Figura 47)

Figura 47 - Edificação Existente

Fonte: Autora, 2015

Com a requalificação pretende-se preservar os edifícios e suas características. Optou-se por manter a única parede do teatro que permaneceu, construída no ano de 1970. Fazendo da mesma um quadro de memória (Figura 48).

Figura 48 - Parede construída em 1970

(43)

6.2 Programa de Necessidades

O teatro municipal, durante aproximadamente cinco décadas, foi palco de diversas apresentações e festivais. Mas o local acabou transformando-se em uma problemática, como vimos anteriormente.

Analisando todos os estudos feitos sobre a área de intervenção, optou-se pela requalificação e restauro dos espaços, caracterizando-se como um Centro Cultural, com o intuito de formar um pólo de atividades educativas, fomentando a visitação do local.

Pretendeu-se criar ambientes funcionais que atendessem as necessidades locais, de modo que fossem independentes entre si. Busca-se retomar as programações teatrais através da inserção desse novo espaço teatral, trazendo o conhecimento e a cultura como atrativos.

O programa de necessidades do Centro Cultural Maria Tereza Alves Viana, divide-se em quatro setores: Setor Administrativo, Cultural, de Lazer e Hoteleiro (TABELA 1).

Tabela 1 - Programa de necessidades

(44)

 Administrativo: Abrange toda a parte relacionada com a administração local e municipal, no que diz respeito ao âmbito cultural.

 Cultural: Espaço com função educativa. Local com atividades de pesquisa, estudo, atividades técnicas e artísticas, voltadas para a população local.

 Lazer: Área que visa atrair a população para o local.

 Hoteleiro: Visa alojar artistas de outras regiões, a fim de colaborar economicamente com a administração local e também proporcionar um local mais adequado para recebê-los (Figura 49).

O fluxograma representado na figura 50 enfatiza a independência dos espaços entre si e seus acessos.

Figura 49 – Setores

(45)

Figura 50 - Fluxograma

Fonte: Autora, 2015

6.3 Partido Arquitetônico

O conceito do projeto desenvolveu-se através de dois pilares: o uso de um espaço de intervenção com aproximadamente 2.600m², e o desejo do resgate de uma memória fisicamente perdida.

Seguindo essas premissas, buscaram-se soluções para que o novo espaço teatral pudesse de alguma forma atender uma quantidade maior de expectadores, em épocas festivas. A partir de estudos de referências e análise do entorno, decidiu-se inserir um palco reversível, fazendo uso de uma praça que se localiza na lateral do terreno (Figura 51). Outro fator que direcionou todo o desenvolvimento do projeto foi existência da parede original do teatro de 1970, que permaneceu "de pé". Tornando-se o ponto focal do presente trabalho, representando a valorização da história e a busca da memória.

(46)

Figura 51 - Praça Nossa Senhora Aparecida13

Fonte: Autora, 2015

6.4 Memorial Descritivo

Como previamente descrita, a proposta deste trabalho é a requalificação do Teatro Municipal Maria Tereza Alves Viana e seus anexos. Inicialmente procedeu-se um levantamento sobre seu estado atual, seus anexos, necessidades programáticas, entorno e sua história, buscando resgatá-lo enquanto patrimônio "perdido" (Figura 52).

Figura 52 – Espaço Cultural Maria Tereza Alves Viana

Fonte: Autora, Novembro 2015.

13 Penápolis/SP

(47)

Segundo Abreu (1998, apud DUVIGNAUD, 1990), "é nos momentos de ruptura de continuidade histórica que as atenções tendem a se direcionar mais para a memória".

Portanto as intervenções foram realizadas com o propósito de resgatar o patrimônio histórico, pensando em reacender a memória do local na população.

Buscou-se reorganizar as edificações existentes em relação às atividades necessárias atualmente, ampliando espaços e proporcionando conforto térmico e espacial para o Centro Cultural, procurando respeitar e manter os materiais e os anexos existentes (Figura 53).

Figura 53 – Teatro Municipal Maria Tereza Alves Viana

Fonte: Autora, Novembro 2015.

A Casa de Cultura foi submetida a uma readaptação dos seus espaços internos, além de uma reforma que inclui a colocação de novas esquadrias e pintura branca, interferindo apenas de forma tênue, pois este anexo foi inaugurado no ano de 2010. A fachada composta por elemento vazado foi substituída por portas de pivô central na cor amarela (Figura 54). Este espaço passa a oferecer aulas de dança e artes cênicas.

(48)

Figura 54 – Casa de Cultura

Fonte: Autora, Novembro 2015.

A oficina cenográfica foi projetada de modo a absorver novos usos, mantendo suas características exteriores, bem como a fachada frontal, como se fosse um grande quadro, livre para receber "arte da rua" ou para mostrar os eventos do centro Cultural (Figura 55). Por ser uma edificação antiga, sua estrutura foi reforçada e sua cobertura alterada com estrutura metálica. No espaço foi proposto grandes aberturas, parede de elemento vazado de tijolo rústico e um pé direito de 3,50m, proporcionando conforto térmico ao. Este setor conta com sala de estudos, sala de figurinos e cenários, banheiros, copa e um bicicletário (Figura 56). A secretaria da cultural do município, foi adaptada no local, a fim de, facilitar o acesso da população em questão administrativa, se tratando também, da administração do centro cultural (Figura 57).

(49)

Figura 55 – Oficina Cenográfica

Fonte: Autora, Novembro 2015.

Figura 56 – Bicicletário Vertical

(50)

Figura 57 – Secretaria da Cultural

Fonte: Autora, Novembro 2015.

A ideia de destinar um espaço para a Casa dos Atores surgiu através das reuniões com o secretário da cultura, Luis Colevatti, que comentou sobre a dificuldade da administração em trazer e manter hospedados artistas de outras localidades. A partir de então, surgiu a ideia de incorporar no Centro Cultural um alojamento de artistas (Figura 58). Esse espaço conta com ampla área de convivência, sala , banheiros acessíveis e dormitório amplo, seu acesso foi inserido de modo que seja independente dos acessos dos outros setores do espaço, trazendo privacidade ao local (Figura 59).

Figura 58 – Casa do Ator

(51)

Figura 59 – Casa do Ator

Fonte: Autora, Novembro 2015.

O novo espaço teatral apresenta um cuidado especial enquanto forma, volume e materiais, buscando beneficiar a questão acústica (Figura 60). Conta com amplo foyer, banheiros, camarins, depósito, bilheteria e café, para melhor atender os visitantes (Figura 61).

Figura 60 – Teatro Municipal Maria Tereza Alves Viana

(52)

Figura 61 – Teatro Municipal Maria Tereza Alves Viana

Fonte: Autora, Novembro 2015.

O local oferece 407 assentos, tendo sido reservados 3% deles para portadores de deficiência, e 3% para pessoas obesas. A curva de visibilidade esta projetada de acordo com a norma da ABNT. Os principais materiais usados, foram o concreto aparente, aço corten, laje reforçada e cobertura em estrutura metálica com telhas termo acústicas. No ambiente interno (Figura 62) do teatro, foram realizados estudos de reflexão e reverberação, indicando a necessidades de placas absorvedoras em determinados pontos do ambiente.

O teatro conta com um palco reversível para a praça nossa Senhora Aparecida, com abertura 10 metros de largura por 5 metros de altura, proporciona uma boa visualização para espetáculos externos (Figura 63). O fechamento do palco foi desenvolvido de aço corten, por ser um material reflexivo, beneficia a acústica em apresentações internas (Figura 64).

(53)

Figura 63 – Palco Reversível

Fonte: Autora, Novembro 2015.

Figura 64 – Palco Reversível

Fonte: Autora, Novembro 2015

Na entrada do Teatro Maria Tereza Alves Viana, encontra-se a "parede da memória", trazendo a valorização histórica e afetiva ao lugar (Figura 65). Juntamente neste espaço adjacente à "parede da memória", foi destinada uma área livre para exposições e eventos (Figura 66). A cobertura desse espaço, foi desenvolvida toda em aço corten, formando quadrados de 0,70x0,70m, amenizando a incidência solar e criando um conjunto de luz e sombra, proporcionados pelo formato do elemento (Figura 67).

(54)

Figura 65 – Parede da "Memória"

Fonte: Autora, Novembro 2015.

Figura 66 – Área de exposições

(55)

Figura 69 – Elemento vazado.

Fonte: Autora, Novembro 2015.

O paisagismo no local foi trabalhado de forma minimalista, priorizando linhas retas e simétrica, a fim de, atrair os olhares para o espaço preservado (Figura 70).

Figura 70 – Casa da Culura

(56)

O minimalismo ressuscita o conceito de significado espiritual. Até há pouco, os jardins eram funcionais e às vezes belos, mas não tinham significado. Com a ênfase em chegar à redução e à essência, o minimalismo é uma via para alcançar o mistério.” (STUDIO, plano verde 2013, apud WALKER,)

As espécies utilizadas foram: a Guapuruvu e a palmeira leque-de-fiji, por suas características puras e ordenadas, e também por se adeptas ao clima da região.

(57)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através dos estudos e das referências teóricas, foi possível compreender a importância do patrimônio histórico, que compreende toda forma de desenvolvimento e expressão, representando não só a cultura ou memória de um povo, mas a valorização dessa cultura e história. Um patrimônio marca a vida de uma sociedade de maneira tão profunda que não podemos simplesmente ignorá-los, mas motiva-nos a olha-lo com certa veneração e acuidade afim de que possa ao mesmo tempo ser um contra ponto entre a antiga e a nova geração de uma civilização.

O Teatro Municipal têm grande participação na história da cidade, sua requalificação e adequação reacende a sua importante trajetória, e permite à aqueles que o conheceram refazerem-se na história, e abre uma nova porta para os vindouros, em conhecimento e espaço para um mundo dimensional através da Arte Cênica.

O objetivo deste trabalho, é resgatar uma memória fisicamente perdida, e reorganizar os espaços existentes sem descaracterizá-los, preservando a memória do teatro e proporcionando para a cidade de Penápolis um local para atividades culturais e eventos, quebrando paradigmas sem quebrar contudo o principal fundamento, que é sua característica histórica patrimonial.

Com a elaboração deste trabalho, meus olhos se voltaram de forma excepcional aos importantes pontos culturais da minha cidade, compreendendo a valorização do patrimônio histórico, e os inúmeros benefícios que espaços culturais podem trazer para a sociedade, estabelecendo um contato mais holístico sobre as diversas formas de conservação e renovação de um espaço, tornando-o único e peculiar, e ao mesmo tempo fazendo deste ambiente um novo patrimônio com suas antigas memórias, o que só é permitido através da arquitetura, que toca um ambiente utilizando-se do próprio lugar e transformando-o sem apagar sua essência histórica, respeitando seus pilares patrimoniais.

(58)

REFERÊNCIAS

BRANDÃO, Glaucia M. de Castilho Muçouçah - O passado, passado a limpo. Penápolis,1989.

BISRAFA, Sylvio R. Acústica aplicada ao Controle de Ruído; 2ª Ed – Blucher, São Paulo, 2011. 384p.

JUNIOR, Raymundo Magalhães - Biblioteca, Educação e Cultura. Penápolis, 1980

LOPES, Francisco Willams Ribeiro, As Políticas de Requalificação Face aos Usos do Espaço Urbano: O passeio público de Fortaleza.2011. 16 f. Artigo Científico, Universidade Federal do Ceará, UFC, Fortaleza, CE.

SANTOS, Amicy; MARINHO, Marcílio; ROSMAN, Martha. Persona: O teatro na educação, o teatro na vida. Rio de Janeiro: Eldorado Tijuca, 1975.

SANTOS, T. S. Uma Arquitetura de Memória. 2014. 134 f. Monografia, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, UNESP, Presidente Prudente, SP.

ZANIN, Arte e Educação: Um encontro possível, 2004, 10 f. Artigo Científico, Universidade do Oeste Paulista, UNOESTE, Presidente Prudente, SP

Referências Eletrônicas

ARCO WEB: Paulo Bruna: Teatro Cultura Artística. Disponível em:

<http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/paulo-bruna-arquitetos-associados-teatro-sao-17-03-2009>. Acesso em 15 de Outubro de 2014.

AMBRÓSIO, IVAN: Obras em teatro de Penápolis estão paradas há dois anos. Folha da

Região, SÃO PAULO, 09 nov. 2014. Disponível em:

<http://www.folhadaregiao.com.br/Materia.php?id=3365361>. Acesso em: 26 Novembro 2014.

FACULDADES ASSIS GURGACZ: Trabalho Teórico. Disponível em:

<http://www.fag.edu.br/tcc/2008/arquitetura/RenataEsser/TEORICO/Trabalho%20Te%F3ric o%20Renata%20Esser.pdf>. Acesso em: 09 de Outubro de 2014.

FACULDADES ASSIS GURGACZ: Trabalho Teórico. Disponível em:

<http://www.fag.edu.br/tcc/2008/arquitetura/RenataEsser/TEORICO/Trabalho%20Te%F3ric o%20Renata%20Esser.pdf>. Acesso em: 09 de Outubro de 2014.

OPEN AIR TREATRE: The Gershwins’ Porgy anda bess. Disponível em: <https://openairtheatre.com/production/the-gershwinsbrporgy-and-bess>. Acesso em 13 de Outubro de 2014.

PREFEITURA MUNICIPAL DE PENÁPOLIS: História. Disponível em:

(59)

PREFEITURA MUNICIPAL DE PENÁPOLIS: Características locais. Disponível em: <http://www.penapolis.sp.gov.br/cidade.php?codigo=5>. Acesso em: 09 de Outubro de 2014.

Referências

Documentos relacionados

Preliminarmente, alega inépcia da inicial, vez que o requerente deixou de apresentar os requisitos essenciais da ação popular (ilegalidade e dano ao patrimônio público). No

Feitiço do Segredo: deposita um segredo numa pessoa de confiança, essa pessoa fica deposita um segredo numa pessoa de confiança, essa pessoa fica sendo o &#34;Fiel do sendo o

Detectadas as baixas condições socioeconômicas e sanitárias do Município de Cuité, bem como a carência de informação por parte da população de como prevenir

3.6 Capital Segurado por Morte Acidental em Dobro Consiste no pagamento de um capital adicional relativo a morte acidental, limitado 100% (cem por cento) do valor estipulado para

O número de desalentados no 4° trimestre de 2020, pessoas que desistiram de procurar emprego por não acreditarem que vão encontrar uma vaga, alcançou 5,8 milhões

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

Podem treinar tropas (fornecidas pelo cliente) ou levá-las para combate. Geralmente, organizam-se de forma ad-hoc, que respondem a solicitações de Estados; 2)

Os dados experimentais de temperatura na secagem da pêra em estufa a 40 o C estão apresentados na Figura 6, assim como os valores calculados pelo modelo