• Nenhum resultado encontrado

GEAEL 1. Apresentação 2. Perdoar os pecados

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "GEAEL 1. Apresentação 2. Perdoar os pecados"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira

Escola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma

80ª aula: Curas e milagres do Evangelho

Textos complementares

GEAEL

Aula 80 — Entre muitas, a lição que fica:

A dor funciona, ao mesmo tempo, como remédio e advertência, na retificação do caminho evolutivo; enquanto o sofredor não aprende e não se predispõe, do íntimo do espírito, a tomar conscientemente, o novo rumo que a mente e o sentimento lhe apontam, então é preciso que continue a “arder no fogo”, isto é, a aprender pelo sofrimento, cuja finalidade é, no dizer do evangelho, “salgar”, isto é, fazer o espírito adquirir virtudes reais, virtudes divinas; tirá-lo desse “fogo” antes da hora é dar alta a um doente longe da cura, o que redundaria em um desastre maior para ele e para a humanidade.

Iniciação Espírita — Autores diversos 1. Apresentação

Jesus é a vontade de Deus manifestada e vivida na terra. O Mestre Divino nada fez que não fosse cumprimento integral da vontade do Pai, e isso Ele o afirmou muitas e muitas vezes e, de tal forma o fez, que se considerou sempre uno com o Pai e d’Ele o Enviado para a redenção dos espíritos que evoluem no planeta Terra.

A expressão — agora glorifica-me Tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse — indica bem a perfeição divina de Jesus, que já era perfeito e divino antes mesmo que surgisse o nosso planeta no universo físico. Jesus tem perfeito conhecimento do plano divino que rege todos os fenômenos da vida, sabe qual a vontade do Criador e só vive, conscientemente, con-forme essa vontade soberana, inigualável por ser a perfeição absoluta em qualquer dos aspectos por que seja encarada.

Sendo, pois, conhecedor profundo e realizador convicto da vontade de Deus, nada é impossível ao Mestre fazer, exceto perturbar ou contrariar a vontade do Pai ou as leis que Ele criou desde o início para reger todos os fenômenos da vida, em qualquer de seus múltiplos aspectos. Do divino Rabi da Galiléia tudo podemos esperar, exceto que Ele desrespeite o plano divino. Sendo o Dispensador dos bens divinos no se-tor do nosso planeta, sendo o responsável direto, em face da vontade de Deus, pela nossa evolução espiritual e pela evolu-ção física do planeta, evidentemente Ele tem sobre esse setor autoridade divina; ora, se Deus cria a vida, o que não poderá fazer o Filho que no Pai se integrou? Não sabemos se real-mente aconteceram todos os fatos miraculosos narrados nos Evangelhos, mas temos certeza de que Jesus tinha capacidade e poder para realizar tudo o que foi narrado.

2. Perdoar os pecados

O que mais causa estranheza é ter ele afirmado que tinha o poder de perdoar pecados, o que aparentemente é prerrogativa divina; trata-se porém de pura aparência, pois, essa delegação

de poderes evidentemente será conferida pelo Pai, aos filhos que já conheceram e realizaram as Suas leis. A esse respeito ainda convém salientar que jamais há derrogação de leis divinas, mes-mo por parte do próprio Criador, pois, se assim fosse, a Sua von-tade não teria sido perfeita na sabedoria, na justiça ou no amor, ao ter criado a lei que fora derrogada. O que há é uma elasti-cidade dessas leis divinas que regem a evolução; essas leis não são absolutamente rígidas, pois, se assim o fossem não permi-tiriam que o homem, com o seu livre-arbítrio, as desrespeitasse

(2)

por certo espaço de tempo; a evolução se processaria com pleno desrespeito ao livre-arbítrio humano, o que tiraria todo o mérito da marcha e das vitórias da consciência. As leis da vida tem de-terminada elasticidade, (tolerância) embora, jamais se rompam ou se destruam; quando o homem por ignorância, teimosia ou por orgulho, atira a força de sua vontade num sentido diferente daquele designado pelas leis da vida, essas cedem até determi-nada altura, em que é atingido o limite da tolerância delas em relação ao livre-arbítrio do homem; desse momento em diante, é a própria lei que vai empurrando o homem para a situação de equilíbrio e isso é o que, em linguagem vulgar, se chama “ira divina”, dor, angústia, inquietação, remorso, sofrimento; o homem percebe, então, pelos próprios fatos de sua vida que, na consecução de sua felicidade, tomou um caminho errado e que é preciso retificar pensamentos, sentimentos e atitudes para viver em paz, com saúde no corpo físico, com discernimento e luz na inteligência e com paz e harmonia no sentimento.

Assim, o erro humano não passa de uma nova experi-ência em relação a sua própria vontade e à vontade divina; e é assim que, por si próprio, observando sua própria vida e a vida de seus semelhantes, o homem vai adquirindo a sabe-doria de viver, isto é, a sabedoria de viver conforme o plano divino, plano esse pelo qual ninguém será jamais feliz à custa da desgraça de seus semelhantes, de forma que a felicidade de um vem a ser a felicidade do outro, alcançando esse estado ideal pelo esforço próprio, individual e coletivo. Trabalho, so-lidariedade, fraternidade, honestidade e humildade, parecem-nos as linhas mestras da evolução no sentido divino.

Jesus, pois, não derrogava leis divinas, quando “perdoava pecados”. Ou Ele suspendia a incidência da lei sobre determi-nada criatura ou protelava essa incidência; no primeiro caso Ele via, lendo a aura espiritual do sofredor, que o mesmo já resgatara seus delitos e se limpara interiormente, suprimindo assim, por si próprio, por ter sofrido resignadamente e por ter aprendido o ensinamento contido na dor, a causa do mal; no segundo caso, também, lendo na aura, Ele percebia que,

realizado o “milagre da cura” em um determinado indivíduo, este, aproveitando o novo ensejo, agora teria maiores possibi-lidades de agir no bem e de entender a vida por outro prisma, pois, daquele momento em diante o indivíduo beneficiado já contava com os recursos novos, consubstanciados no poder e na bondade d’Ele, Mestre, e na experiência vivida dentro da própria dor. Quando nenhuma dessas possibilidades ou situações se apresentavam, Jesus não curava, não atendia ao apelo que Lhe era dirigido. A dor funciona, ao mesmo tempo, como remédio e advertência, na retificação do caminho evo-lutivo; enquanto o sofredor não aprende e não se predispõe, do íntimo do espírito, a tomar conscientemente, o novo rumo que a mente e o sentimento lhe apontam, então é preciso que continue a “arder no fogo”, isto é, a aprender pelo sofrimento, cuja finalidade é, no dizer do evangelho, “salgar”, isto é, fazer o espírito adquirir virtudes reais, virtudes divinas; tirá-lo des-se “fogo” antes da hora é dar alta a um doente longe da cura, o que redundaria em um desastre maior para ele e para a humanidade.

Essa a razão por que o Mestre não curou todos e não que Ele não tivesse sabedoria e poder para o fazer; apenas Ele não o fez, porque jamais desrespeitou a vontade de Deus, vontade essa que procura sempre elevar o espírito do filho e não, im-previdentemente, tirá-lo de situações benéficas para ele pró-prio, precipitando-o ainda mais na revolta da ignorância.

3. Explicando

Como espíritas, sabemos que a lei de ação e reação, de causa e efeito, rege a Justiça na natureza e que, cedo ou tar-de para nós, mas sempre no momento mais oportuno, essa lei atinge-nos em cheio, fazendo-nos sorver os frutos de nos-sa própria sementeira; dos desvios, em relação à vontade de Deus, nos chegam os males todos, físicos, intelectuais e mo-rais; esse choque de retorno às vezes aparece durante a pró-pria vida em que se comete o erro e nunca deixa de aparecer nas encarnações futuras, no momento exato em que tivermos adquirido um nível evolutivo compatível com a redenção, pela dor, no sentido do erro cometido, erro que vem a ser sempre diretamente proporcional ao grau de evolução espi-ritual de cada ser. Aproveitando a situação, esclarecendo-se e retificando o caminho, o espírito sofredor limpa a mácula da alma, a causa do sofrimento e, então, prossegue em novas oportunidades de evolução, agora já com um conhecimento, um discernimento, uma experiência bem maior e, pois, com maiores probabilidades de acertar com o sentido do plano di-vino. Conhecendo a vontade de Deus e o mecanismo de ação das leis da vida, é fácil manejar essas forças da natureza e daí as curas e os “milagres” que, na realidade, são fenômenos simples para quem conhece o mecanismo da vida.

Uma lei de âmbito mais amplo, mais profundo e mais elevado, suplanta a lei menor, mais restrita, mais fraca. Se a matéria vibrasse mal, manifestando a doença, que dificuldade poderia encontrar Jesus em fazê-la vibrar harmoniosamente, se Ele conhecia as leis do espírito, as forças espirituais que governam a própria vida do mundo material? O mundo da matéria é ilusório, efêmero, o dos efeitos; o mundo do espírito é real, eterno, o das causas. A doença, direta ou indiretamen-te, é filha da desorientação do espírito em relação ao plano divino, perturbado conscientemente; por isso, disse Jesus: “O que é mais fácil dizer (ao paralítico): levanta-te e caminha ou perdoados estão os teus pecados”? Aquele paralítico certa-mente já havia feito a reforma íntima de sua alma, reforma que Jesus percebeu pela visão espiritual como em um livro aberto; vendo isso e querendo demonstrar aos incréus o po-der divino que trazia como o Messias que havia de vir, deter-minou que se curasse o paralítico; a falange de espíritos de luz que o acompanhava realizou, imediatamente, o pseudo-milagre, isto é, a cura, certamente agindo sobre os centros do duplo etérico, bem como sobre o perispírito e sobre o próprio corpo físico do paralítico, dilatando-lhe os veículos e canais condutores do “fluido vital”, da “força vital”, mudando assim, profundamente, as condições do meio físico. Aliás, não é de admirar que isso acontecesse frente ao Mestre, quando con-tinua a acontecer em nossos dias, diante de seres muito

(3)

infe-riores a Ele, quer por sugestão, quer pelo magnetismo do homem, quer pelo magnetismo dos espíritos, quer por causas ainda mal conhecidas.

Para a ciência materialista, que só sabe jogar e, muito mal, com for-ças de natureza material, essas curas são absurdas, pela rapidez com que se processam, coisa que a ciência não é capaz de fazer. Quem estuda e conhece alguma coisa da ciência do espírito e de suas forças, acostuma-se a não mais estranhar essas curas, aparentemente miraculosas; o milagre é o inabitual e o irrealizável pelo co-nhecimento comum; na realidade, po-rém, esses milagres se realizam pelo cumprimento de leis superiores que a ciência humana, em geral, ainda des-conhece integralmente.

Como acontece hoje, nas curas pelo espiritismo, Jesus tem à Sua dis-posição uma corte imensa de espíritos

de escol, que se incumbem de realizar, em nós, a Sua vontade, espíritos esses que, dada a sua evolução profunda, tem já um amplo campo de ação, onde trabalham pelo seu próprio livre-arbítrio, integrados como estão com Jesus. Tinha razão o cen-turião romano, ao dizer que não era preciso que Jesus fosse diretamente à sua casa fazer a cura do seu protegido, mas que determinasse a cura a essa corte de espíritos que agiam em sintonia com Ele.

Casos houve, porém, inúmeros, em que Jesus agiu dire-tamente pelo seu próprio magnetismo, como na expulsão de demônios, na cura do cego de nascença etc.

A fé do pedinte tinha que influir em muitos casos, pois,

quem pede, sabendo que pode receber e que vai receber, prepa-ra a cuprepa-ra por si próprio, atprepa-ravés das vibprepa-rações do próprio espíri-to, bem como predispõe o terreno para a ação daquele a quem foi solicitada a cura ou para aqueles incumbidos de realizá-la.

Essas vibrações íntimas de confiança no poder divino abrem os canais que nos ligam ao Grande Poder e de cima recebemos, então, maior quantidade de forças vitalizantes; a vida pura, serena e fraterna é o estado de receptividade ideal para essas forças, mas as vibrações sinceras e intensas das almas em provação também são capazes de abrir mais as ja-nelas da alma, por onde entra a vida para o espírito e para o corpo que ele ocupa. Da sintonização dos desejos de quem pode curar com o que quer ser curado decorre a maior ou menor rapidez ou perfeição da cura.

4. Porque Jesus curava?

Como se vê, por muitos processos diferentes se realiza-vam as curas, curas essas, que, segundo pensamos, tinham os seguintes escopos ou finalidades:

1°) Dar expansão natural ao Amor, que era a

característi-ca primordial de Jesus; quem se apro-ximasse d’Ele recebia logo grandes benefícios espirituais ou materiais; pela prática do amor, Ele trouxe à hu-manidade o caminho da redenção.

2°) Firmar, no conceito dos ho-mens, o poder divino de Jesus, que seria recusado pela classe sacerdotal como o Messias que realmente era e que traria a salvação do mundo pela prática consciente, por parte de cada homem, da lei do amor.

3°) Demonstrar a superioridade do espírito sobre a matéria, revelando a causa real dos males humanos e o sentido verdadeiro que se deve dar à vida.

Comentemos agora, sintetica-mente, alguns tipos de curas e de “mi-lagres”.

5. Ressurreição

O espírito se encontra ligado ao corpo pelos centros de força ou chacras do duplo etérico. E, para que haja morte verdadeira ou libertação integral do es-pírito, é preciso que se realize o desligamento desses chacras, operação essa que é, via de regra, feita pelos espíritos desen-carnados que vêm assistir o que desencarna. Os livros de An-dré Luiz fazem várias referências a esse desligamento. Dentre eles, destacamos o seguinte:

Noutro tempo, André, os antigos acreditavam que enti-dades mitológicas cortavam os fios da vida humana. Nós somos Parcas1 autênticas, efetuando semelhante operação.

E, porque, eu indagasse, tímido, por onde iríamos começar, explicou-me o orientador: Segundo você sabe, há três regi-ões orgânicas fundamentais, que demandam extremo cuida-do nos serviços de libertação da alma: o centro vegetativo, ligado ao ventre, como sede das manifestações fisiológicas; o centro emocional, zona dos sentimentos e desejos, sediado no tórax, e o centro mental, o mais importante, por excelên-cia, situado no cérebro.

Todos os centros de vitalidade podem ser desligados pelo próprio desencarnante, se se trata de um indivíduo muito evo-luído, exceto porém, o centro cerebral ou chacra coronário, que é sempre desligado por um mentor desencarnado. Como se vê, nem sempre o atestado de óbito do medico terreno coincide com o fenômeno definitivo da morte e, a atestar essa afirmação aí estão os inúmeros casos de mudança da posição, dentro do próprio caixão mortuário, o que se verifica pela posição em que vem a ser encontrado, posteriormente, o esqueleto.

1 Parcas - Deusas romanas (Moiras para os gregos) responsáveis pelo curso da vida humana. Eram três irmãs (Nona, Décima e Mortal), filhas da Noite e Ébero. A gravidez humana é de nove luas, não nove meses; portanto Nona tecia o fio da vida no útero materno, até a nona lua; Décima representava o nascimento efeti-vo, o corte do cordão umbilical, o início da vida terrena, a décima lua. Morta é a outra extremidade, o fim da vida terrena, que pode ocorrer a qualquer momento.

(4)

Se os laços fluídicos foram desligados, então não é mais possível voltar à vida, mesmo porque esse desligamento é uma operação consciente, feita por espíritos desencarnados, evoluí-dos e que cumprem a sua missão em face da lei divina. Nos ca-sos citados de ressurreição, não houve, realmente, senão morte aparente, permanecendo o ser em estado de vida latente ou em estado de catalepsia; segundo os relatos vindos da Índia, há indivíduos capazes de permanecer soterrados por grande número de dias, voltando depois à vida. Já dizia Kardec:

Em certos estados patológicos, quando o espírito não está mais no corpo e o perispírito apenas a ele adere por alguns pontos, o corpo tem todas as aparências da morte e afirma-se uma verdade absoluta dizendo que a vida está por um fio. Esse estado pode durar mais ou menos tempo; certas partes do corpo podem mesmo entrar em decomposição, sem que a vida esteja definitivamente extinta. Enquanto não se romper o último fio, o espírito pode, quer por uma ação enérgica de sua própria vontade, quer por um influxo fluídico estranho, igualmente poderoso, ser de novo chamado ao corpo. Assim se explicam certos prolongamentos da vida, contra toda a probabilidade e certas supostas ressurreições. É a planta que brota de novo, muitas vezes por uma só de suas radículas; mas, desde que as ultimas moléculas do corpo carnal ou este último fique em estado de corrupção irreparável, a volta à vida é impossível.

Depois, referindo-se à ressurreição da filha de Jairo, do filho da viúva de Naim e de Lázaro, diz ainda Kardec:

O fato da volta à vida corporal de um indivíduo realmente morto, seria contrário às leis da natureza e, por conseguinte,

miraculoso. Ora, não é necessário recorrer a essa ordem de fatos para explicar as ressur-reições operadas pelo Cristo. Se, entre nós, as aparências enganam algumas vezes as pessoas da arte, os acidentes dessa natureza deviam ser mais freqüentes num país onde não se tomava precaução alguma e onde os enterramentos eram imediatos. Há, pois, toda a probabilidade de que, nos dois exem-plos acima (filha de Jairo e filho da viúva de Naim) só se dera uma síncope ou uma letar-gia. O próprio Jesus o diz, positivamente, sobre a filha de Jairo: Esta menina não está morta, apenas dorme.

Em vista dos poderes fluídicos que Jesus possuía, não é de admirar que Seus fluidos vivificantes, dirigidos por uma forte vontade, pudessem reanimar os sentidos entorpecidos e mesmo chamar de novo ao corpo o espírito prestes a deixá-lo, uma vez que o laço perispi-ritual não estivesse definitivamente roto. Para os homens desse tempo, que julgavam o indi-víduo morto, desde que não respirasse mais, havia uma ressurreição e podiam afirmá-lo, de muito boa fé; mas, na realidade, só tinha havido cura e não ressurreição, no sentido rigoroso da palavra.

A ressurreição de Lázaro, digam o que qui-serem, não invalida por forma alguma esse princípio.

Ele estava, diziam, havia quatro dias, no sepulcro; mas sabe-se que há letargias que duram oito dias ou mais. Acrescentam que ele exalava mau cheiro, o que constitui sinal de decomposição; esta alegação nada prova, igualmen-te, porque em certos indivíduos há decomposição parcial do corpo mesmo antes da morte e eles exalam um cheiro de podridão. A morte só chega quando são atacados os órgãos essenciais à vida. E quem sabia que ele exalava mau chei-ro? É sua irmã Marta quem o diz, mas como o sabia ela? Estando Lázaro fechado numa tumba, havia quatro dias, ela tinha desconfiança, mas não podia ter certeza.

6. Cura da hemorroíssa

As ressurreições, pois, não são senão uma determinada forma de cura que, se não fosse realizada, evidentemente faria o indivíduo entrar mesmo na morte. Essas curas, pois, não são mais espantosas ou mais difíceis que a cura de uma parali-sia, de uma cegueira ou da lepra. Em todos esses casos houve, certamente, vários fatores em ação, salientando-se, evidente-mente, a vontade de Jesus, acionando Seus ilimitados poderes, agindo ora pelo Seu próprio magnetismo, ora determinando a cura a ser feita pelas falanges espirituais ao Seu dispor.

Associando-se todos os conhecimentos relativos das ex-plicações precedentes, tem-se uma ideia relativamente preci-sa de como se teriam procespreci-sado espreci-sas curas; no âmago do problema, contudo, não podemos ainda penetrar, pois, se o pudéssemos, certamente teríamos então a capacidade de re-alizar também tais prodígios. Às vezes, a cura tinha como fator principal a grande fé no Rabi e, entre essas curas está a da mulher que sofria de hemorragias; não se trata aqui ape-nas de auto-sugestão, de vaso-constrição emotiva, que por si

(5)

só, poderia determinar a cura, pois Jesus sentiu que se havia escapado dele uma virtude que, no caso, seria força vital ou magnetismo suficiente para fazer estancar a hemorragia, qual remédio poderoso; se hoje se estancam hemorragias, as ve-zes espetacularmente, com os medicamentos materiais, muito mais se poderá fazer com as forças imensas e incomparavel-mente mais poderosas do espírito (Na hemorragia, por exem-plo, uterinas, como o dessa mulher que duram anos porque são de pouco volume).

7. Cura dos possessos

Quanto à cura dos possessos, obsedados e atuados, isso é do conhecimento corriqueiro dos espíritas. Espíritos mais fortes impõem o afastamento de espíritos mais fracos, sem, contudo, correr o atuado o risco de, não sabendo se vigiar, vir a ser assediado e dominado novamente.

Tanto a obsessão como a cura se fazem por vários pro-cessos, inclusive pela ação mental de espíritos mais fortes so-bre espíritos mais fracos, sendo que as fraquezas espirituais decorrem sempre dos vícios e defeitos, assim como as forças promanam das virtudes e do conhecimento. Em todas essas ações recíprocas, porém, é preciso obedecer os limites im-pos-tos pelo carma, pelas forças de mérito ou de demérito,

acumu-ladas pelo espírito e pelas suas necessidades evolutivas, quer pela dor, quer pelo esclareci-mento. Na realidade, dentro do plano divino, todo mal terá um dia seu fim, pois ele provém sempre da ignorância ou da desobediência, ambas provisórias ou temporárias.

8. A transfiguração

Também como “milagres”, já elucidados pelo espiritismo, temos a transfiguração do monte Tabor e a “ressurreição” ou aparição de Jesus em seu corpo fluídico ou espiritual, de-pois de ter sido crucificado.

Apenas desejamos lembrar que sempre

esses fatos se deram em presença de discí-pulos ou afeiçoados sinceros da doutrina do Mestre, os quais funcionariam então como médiuns a fornecer o ectoplasma necessário às aparições tangíveis ou visíveis aos nos-sos olhos materiais. Particularmente, porém, acreditamos que Jesus, se o quiser, aparecerá a quem lhe aprouver, sem ter necessidade de tirar de alguém os elementos necessários para a Sua materialização provisória; Ele, Senhor que é da natureza, cujas leis conhece de forma absoluta, pode tirar dessa própria natureza os elementos de que necessitar, pois o ecto-plasma que se irradia fartamente, de certos médiuns, é produto da natureza, como o são o corpo físico e o corpo espiritual do próprio médium.

Também já devidamente elucidados pelo Espiritismo são a leitura do pensamento a qualquer distância, a visão através dos corpos opacos, a visão à distância, a previsão ou premonição, o que em nossos dias deixa de assumir aquele aspecto de prodígio ou milagre, em face de idênticos “milagres” da ciência moderna, tais como o rádio, a televisão, o radar, a aviação, a desintegração da ma-téria etc.

9. Jesus caminha sobre as águas

Quanto ao fato de Jesus ter suplantado a lei da gravida-de, andando sobre as águas, mantendo no ar o mais pesado que o ar, não deve ser considerado coisa impossível, pois ve-mos os aviões fazerem o mesmo no ar, e os barcos na água; é questão de jogo de forças, coisa relativamente simples para quem conhece as leis da natureza e sabe jogar com elas, como acontecia com Jesus. A respeito desse fato, convém lembrar a opinião de Kardec — que admite duas hipóteses, ambas viáveis, exeqüíveis:

Jesus, posto que vivo, pôde aparecer sobre a água, debaixo de uma forma tangível, enquanto o seu corpo carnal estava em outro lugar; é a hipótese mais provável; pode-se mesmo reconhecer, pela narração, certos sinais característicos das

(6)

aparições tangíveis. Por outra forma, o seu corpo poderia ser sustentado e o peso neutralizado pela mesma força fluídica que mantém uma mesa no espaço, sem ponto de apoio; o mesmo efeito tem sido, por diversas vezes, produzido em corpos humanos.

10. Jesus acalma a tempestade

Quanto à tempestade acalmada, lembramos apenas que uma tempestade é movimento de forças físicas, podendo-se portanto, pelo menos teoricamente, admitir que possam ser controladas pela vontade poderosa, pois, a uma força e a um poder, se terá que opor uma força e um poder maior, e as for-ças desencadeadas nas tempestades são, via de regra, podero-sas. Pensamos também que uma tempestade possa ser acal-mada por um Cristo, mas que isso se faça só esporadicamente, pois esses movimentos mais violentos visam o reequilibrio e a purificação da atmosfera a bem dos próprios seres viventes, impedindo a consecução de males muito maiores que aqueles desencadeados pelas hecatombes.

Kardec assim se expressa, acerca desse fato:

Não conhecemos ainda suficientemente os segredos da natureza para afirmar se há ou não inteligências ocultas presidindo a ação dos elementos; na hipótese da afirmativa, o fenômeno em questão poderia ser o resultado de um ato de autoridade sobre essas mesmas inteligências e provaria um poder que não é dado a nenhum homem exercer. Em todo o caso, Jesus, dormindo tranqüilamente durante a tempestade, atesta uma segurança que pode ser explicada pelo fato de que o Seu espírito via que não havia perigo algum e que o temporal ia acalmar-se.

11. As bodas de Caná

Temos a impressão de que se trata de um fenômeno de realização relativamente fácil, pois todos nós não conhece-mos casos de mudança da cor e das propriedades da água, aos nossos olhos e em pleno dia, após a ação de uma simples prece ou pela aposição das mãos de um médium curador? Poderia também o fenômeno ser explicado pelo transporte de essências próprias dos vinhos, transporte esse feito pelos espíritos desencarnados.

Quem tem capacidade de dissolver princípios medicamen-tosos, transportados ou não, num recipiente contendo água, porque não poderia produzir o vinho? Se o primeiro fenômeno

é repetido quase que diariamente no meio espírita pelos de-sencarnados, por que não seria o segundo realizado por Jesus, espírito divino, todo perfeição de amor e de sabedoria?

12. A multiplicação dos pães

Vem, por fim, a multiplicação dos pães e dos peixes. Diz o Evangelho, segundo João: “Tomou, pois, Jesus os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os aos que estavam assentados e, assim mesmo dos peixes, quantos eles queriam”.

O fato de ter Jesus solicitado os pães e peixes a sua pre-sença, indica que sobre eles e, provavelmente, sobre o arca-bouço fluídico deles, servindo de modelo ou forma, Jesus con-densou a matéria do meio ambiente e das próprias cinco mil

pessoas ali presentes, fazendo a multiplicação. Talvez seja esse um fenômeno simples, mas não para nós, que estamos muito longe de conhecer as leis que regem tal fenômeno.

13. O maior dos milagres

Ao terminar esta aula, não podemos esquecer essas pala-vras sábias de Kardec:

O maior dos milagres que Jesus fez, atestando realmente a Sua superioridade, foi a revolução que, com os Seus ensinos, operou no mundo, apesar da exiguidade de seus meios de ação... Condenado ao suplício reservado aos criminosos, morre ignorado do mundo, pois que a história contemporâ-nea cala-se a Seu respeito; nada escreveu Ele e, entretanto, ajudado por alguns homens obscuros como Ele, a Sua palavra foi bastante para regenerar o mundo. A Sua dou-trina matou o paganismo poderoso, tornando-se o facho da civilização; tinha contra Si tudo quanto pode fazer naufragar os homens. Eis a razão porque dizemos que o triunfo obtido pela Sua doutrina é o maior dos Seus milagres ao mesmo tempo que testemunha a Sua missão divina. Se, em vez de princípios sociais e regeneradores, fundados sobre o futuro espiritual do homem, Ele só tivesse oferecido à posteridade alguns fatos maravilhosos, talvez fosse Ele hoje apenas conhecido de nome.

O Mestre censurou aqueles que apenas só seguiam com o intuito de ganhar d’Ele o pão que mata a fome do corpo ou a cura de algum mal físico, afirmando-lhes, categoricamente, que a Sua missão era bem outra, qual a de trazer a humani-dade o caminho de sua própria redenção, revelando a ela qual a vontade do Criador.

“Eu sou o caminho, a verdade, a vida; ninguém vai ao Pai senão por mim”.

“Eu vim buscar e salvar o que se havia perdido.” “Misericórdia eu quero e não sacrifício.”

“Se vos amardes uns aos outros, sereis verdadeiramente meus discípulos.”

“Um novo mandamento vos deixo: — que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos tenho amado.”

“Aquele que perseverar em minhas palavras até o fim, esse será verdadeiramente meu discípulo; ele conhecerá a ver-dade, e a verdade o tornará livre.”

Nessa revivescência do cristianismo em pleno século XX, não nos esqueçamos das advertências do Mestre e procure-mos o cristianismo redivivo no espiritismo como a grande fonte de verdades emancipadoras, e não como fonte de “mi-lagres”. Curemo-nos de nossos males espirituais, com Jesus, e não teremos mais fome, doenças e vicissitudes de qualquer natureza, porque estaremos integrados na Vontade de Deus consciente, alegre e eternamente.

Iniciação Espírita Autores diversos Editora Aliança

(7)

31. Como vimos, o fluido universal é o elemento primi-tivo do corpo carnal e do perispírito, que são apenas trans-formações dele. Pela identidade da sua natureza, esse fluido, condensado no perispírito, pode fornecer ao corpo princípios reparadores; o agente propulsor é o espírito, encarnado ou desencarnado, que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico. A cura se opera pela substituição de uma moléculo doente por uma molécula sadia. O poder curativo será, pois, proporcional à pureza da substância inoculada; depende, também, da energia da von-tade, que provoca uma emissão fluídica mais abundante e dá ao fluido maior força de penetração; depende, finalmente, das intenções que animam aquele que deseja curar, seja ele homem, ou espírito. Os fluidos que emanam de uma fonte impura são como substâncias medicinais deterioradas.

32. Conforme as circunstâncias, os efeitos da ação fluídi-ca sobre os doentes são extremamente variados; essa ação é algumas vezes lenta e exige um tratamento continuado, como no magnetismo comum; outras vezes é rápida como uma cor-rente elétrica. Há pessoas dotadas de tal poder, que operam curas instantâneas em certos doentes pela simples imposiçào das mãos, ou mesmo por um mero ato da vontade. Entre os dois polos extremos dessa faculdade, há infinitas nuances. Todas as curas dessa espécie são variedades de magnetismo, e apenas diferem quanto à intensidade e a rapidez da ação. O princípio é sempre o mesmo: é o fluido que desempenha o papel de agente terapêutico, e cujo efeito está subordinado à sua qualidade e a circunstâncias especiais.

33. A ação magnética pode produzir-se de várias maneiras: 1o. pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo

propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha subordinada à força, e, principalmente, à qualidade do fluido;

2o. pelo fluido dos espíritos atuando diretamente e sem

intermediário sobre um encarnado, seja para curar ou acal-mar um sofrimento, seja para provocar sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influên-cia física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade é proporcional às qualidades do espírito;1

3o. pelo fluido que os espíritos derramam sobre o

mag-netizador e para o qual este serve de condutor. É o magne-tismo misto, semi-espiritual ou, se o preferirmos, humano-espiritual. O fluido espiritual, combinado com o fluido humano, dá a este último as qualidades que lhe faltam. Em tais circunstâncias, a colaboração dos espíritos é às vezes espontânea; na maioria delas, porém, é provocada pelo apelo do magnetizador.

34. A faculdade de curar pela influência fluídica é muito

1 Exemplos: Revista Espírita, fevereiro de 1863; abril de 1865; setembro de 1865.

comum, e pode ser desenvolvida pelo exercício; a de curar instantaneamente pela imposição das mãos, porém, é mais rara, e seu auge pode ser considerado excepcional. Contudo, em diversas épocas e em quase todos os povos, viram-se indivíduos que a possuíam em grau superior. Nos últimos tempos, viram-se vários exemplos notáveis, cuja autentici-dade não pode ser contestada. Como essas espécies de curas assentam num princípio natural, e como o poder de realizá-las não é um privilégio, é porque não se afastam da natureza e porque de milagrosas só têm a aparência.2

2 Exemplos de curas instantâneas relatados na Revista Espírita: “O Príncipe de Hohenlohe”, dezembro de 1866; “Jacó”, outubro e novembro de 1866, outubro e novembro de 1867; “Simone”, agosto de 1867; “Caïd Hassan”, outubro de 1867; “O Cura Gassner”, novembro de 1867.

Paralítico

14. Tendo subido numa barca, Jesus atravessou o lago e foi para sua cidade (Cafarnaum). – E, quando lhe apresentaram um paralítico deitado num leito, Jesus, vendo-lhe a fé, disse ao paralítico: Meu filho, tem confian-ça, teus pecados te são perdoados.

Logo, alguns escribas disseram consigo mesmo: Este homem blasfema. – Mas Jesus, conhecendo-lhes os pen-samentos, disse-lhes: Por que tendes pensamentos maus em vossos corações? – Pois, que é mais fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, ou: Levanta-te e anda?

Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na Terra o poder de perdoar pecados, disse então ao paralíti-co: Levanta-te, toma teu leito e vai para tua casa.

O paralítico levantou-se imediatamente e foi para sua casa. Vendo aquele milagre, o povo se encheu de temor e rendeu graças a Deus por haver concedido tal poder aos homens (Mateus, 9:1-8).

15. Que significariam aquelas palavras: “Teus pecados te são perdoados”, e que utilidade poderiam ter para a cura? O espiritismo o explica, assim como dá explicação para uma infinidade de outras palavras incompreendidas até hoje; pela lei da pluralidade das existências, ele nos ensina que os males e as aflições da vida são frequentemente expiações do passado, e que na vida presente sofremos as consequências das faltas que cometemos numa existência anterior e, sendo as diferentes existências solidárias entre si, até que tenha-mos pago a dívida das nossas imperfeições.

Portanto, se a enfermidade daquele homem era uma punição pelo mal que houvesse praticado, dizer-lhe: “Teus pecados te são perdoados” era o mesmo que dizer-lhe: “Pagaste a tua dívida; a causa da tua enfermidade foi anulada pela fé que agora tens; assim sendo, mereces ficar livre dela”. Por isso ele disse aos escribas: “É tão fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, como: Levanta-te e anda”. Cessando a causa, o efeito deve cessar. É uma situação idên-tica à de um prisioneiro a quem viessem dizer: “Teu crime está expiado e perdoado”, o que equivaleria a dizer-lhe: “Podes sair da prisão”.

(8)

14. A calma e a resignação, provenientes da maneira de encarar a vida terrena e da confiança no futuro, dão ao espírito uma serenidade que é a melhor proteção contra a loucura e o suicídio. Realmente, é certo que os casos de lou-cura, em sua maioria, se devem à perturbação produzida pe-las vicissitudes que o homem não tem forças para suportar. Portanto, vendo a vida pelos olhos do espiritismo, ele encara com serenidade e até indiferença os reveses e as decepções que, em outras circunstâncias, o deixariam desesperado. É evidente que essa força que o coloca além dos acontecimentos preserva-lhe a razão de estremecimentos que a abalariam, se não tivesse a visão que o espiritismo lhe oferece.

15. O mesmo acontece com o suicídio. Com exceção dos que se consomem nos estados de embriaguez e loucura, aos quais podemos chamar de inconscientes, é certo que, sejam quais forem os motivos específicos, o suicídio sempre tem como causa um desgosto. Mas, quem tem certeza de que está sendo infeliz apenas por um dia e de que estará melhor nos dias seguintes, facilmente se enche de paciência. Só se deses-pera aquele que não vê um fim para os seus sofrimentos. E o que é a vida humana, comparada à eternidade, senão bem menos que um dia? Entetanto, quem não crê na eternidade, quem acha que tudo se acaba com a vida, se estiver acabru-nhado pelo desgosto e pelo infortúnio, só vê saída na morte. Sem nada esperar, acha natural, muito lógico mesmo, abre-viar suas misérias pelo suicídio.

16. A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as idéias materialistas são, em resumo, os maiores incentivado-res ao suicídio, pois provocam o desestímulo moral. E, quan-do se vêem homens de ciência apoiarem-se sobre a autoridade de seu conhecimento para provar aos seus ouvintes que nada os aguarda após a morte, não é o mesmo que levá-los a con-cluir que, se são infelizes, o melhor que têm a fazer é se matar? Que poderiam lhes dizer para dissuadi-los disso? Que com-pensação poderiam lhes oferecer? Que esperança poderiam lhes dar? Nenhuma, a não ser o nada. Donde se deve concluir que, se o nada é o único remédio, é preferível tomá-lo agora do que mais tarde, e assim sofrer por menos tempo.

A propagação das idéias materialistas é, pois, o vene-no que incute em muitas pessoas o pensamento do suicídio. Aqueles que se transformam em propagadores dessas idéias assumem sobre si uma terrível responsabilidade. Com o es-piritismo, não sendo mais permitida a dúvida, o aspecto da vida muda. Quem crê, sabe que a vida se prolonga indefinida-mente após a morte, mas em condições bem diferentes. Daí a paciência e a resignação que o afastam naturalmente da idéia do suicídio. Em resumo: daí a coragem moral.

17. O espiritismo leva ainda a um outro resultado igual-mente positivo, e talvez mais decisivo: ele nos mostra os pró-prios suicidas vindo relatar sua situação deplorável e provar

que ninguém transgride impunemente a Lei de Deus, que proíbe ao homem abreviar a própria vida. Entre os suicidas, há aqueles cujo sofrimento, ainda que temporário, é tão ter-rível que asssusta a quem esteja planejando partir da Terra, antes que Deus o determine. O espírita tem, portanto, vá-rios motivos para contrapor-se à idéia do suicídio: a certeza de uma vida futura, na qual sabe que será tanto mais feliz quanto mais resignado tiver sido na Terra; a certeza de que, ao abreviar a própria vida, chegará a um resultado exata-mente oposto ao que esperava; a certeza de que se livrará de um mal, mas viverá outro pior, mais longo e mais terrí-vel; a certeza de que se engana ao pensar que, suicidando-se, irá mais depressa para o Céu; e finalmente a certeza de que o suicídio é um obstáculo que o impedirá de juntar-se, no mundo espiritual, aos que foram objeto de sua estima. Daí a conclusão de que o suicídio, dando-lhe somente decepções, contraria seus interesses. Assim, o número de suicídios evita-dos pelo espiritismo é considerável, e disso podemos concluir que, quando todos forem espíritas, não haverá mais suicídios conscientes.

Ao compararmos, pois, os resultados das doutrinas ma-terialistas e da doutrina espírita, unicamente do ponto de vista do suicídio, observamos que a lógica das primeiras con-duz ao suicídio, ao passo que a doutrina espírita o evita, o que é confirmado pela experiência.

Capítulo 5

Bem-aventurados os aflitos

O Evangelho Segundo o Espiritismo

É preciso que se dê mais importância à leitura do Evangelho. E, no entanto, abandona-se esta divina obra; faz-se dela uma palavra vazia, uma mensagem cifrada. Relega-se este admirável código moral ao esquecimento.

Referências

Documentos relacionados

No 40º aniversário da democracia portuguesa, a História – Revista da FLUP integra, assim, estudos sobre tópicos tão importantes como sejam o das crises dos sistemas autoritários à

A presença do “Consolador” não se verificou no dia de Pentecostes, porquanto a expressão grega “tò pneuma tò hágion” (“o Espírito Santo”) não é

Para conduzir as atividades devem ser formadas duas equipes de trabalho: equipe de Monitores Esportivos e equipe de Capelães Esportivos.. Os Monitores

E) CRIE NO SEU CADERNO UM TÍTULO PARA ESSA HISTÓRIA EM QUADRINHOS.. 3- QUE TAL JUNTAR AS SÍLABAS ABAIXO PARA FORMAR O NOME DE CINCO SUGESTÕES DE PRESENTE PARA O DIA

Acerca da intolerância com a homossexualidade, em uma obra retratando suas experiên- cias com LGBTI´s em viagens pelo continente africano, do Cabo ao Cairo, o pesquisador espa-

a) Escolhe a localização: pode ser um parque, praça pública, escola, universidade, centro comercial, edifício onde trabalhas, ou até a tua casa. b) Planeia a acção: uma

 De acordo com a Súmula 416 do STJ, caso haja a perda da qualidade de segurado à época do óbito, mesmo assim, será devida a pensão por morte ao dependentes, desde que o

ano do Ensino Fundamental. Ainda, levamos em consideração a Teoria dos Campos Conceituais. Assim, na escolha das questões demos importância a natureza das situações, os