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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MOACIR GOMES DA SILVA VICTOR MARCOLINO CORRÊA

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Academic year: 2021

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MOACIR GOMES DA SILVA VICTOR MARCOLINO CORRÊA

ESTUDO DE CASO SOBRE A VIABILIDADE DE MIGRAÇÃO DA EMPRESA TUBARÃO SANEAMENTO PARA O MERCADO LIVRE DE ENERGIA NO ANO

DE 2019

Tubarão 2019

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MOACIR GOMES DA SILVA VICTOR MARCOLINO CORRÊA

ESTUDO DE CASO SOBRE A VIABILIDADE DE MIGRAÇÃO DA EMPRESA TUBARÃO SANEAMENTO PARA O MERCADO LIVRE DE ENERGIA NO ANO

DE 2019

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Prof. Jorge Alberto Lewis Jr, Me. Eng.

Tubarão 2019

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MOACIR GOMES DA SILVA VICTOR MARCOLINO CORRÊA

ESTUDO DE CASO SOBRE A VIABILIDADE DE MIGRAÇÃO DA EMPRESA TUBARÃO SANEAMENTO PARA O MERCADO LIVRE DE ENERGIA NO ANO

DE 2019

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Engenheiro Eletricista e aprovado em sua forma final pelo Curso de Engenharia Elétrica da Universidade do Sul de Santa Catarina.

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Dedicamos aos nossos pais e filhos, que sempre nos dão força para alcançarmos nossos objetivos traçados.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro momento o nosso agradecimento é a Deus por ter dado saúde a nós e força para superamos nossas dificuldades podendo nos guiar e permitir que tudo isso fosse possível.

A esta Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), a direção, a gestão do curso, professores e todo seu corpo docente que nos proporcionaram momentos únicos e cumpriram com seus respectivos trabalhos com toda dedicação e ética profissional.

Ao nosso orientador Prof. Jorge Alberto Lewis Jr, pela dedicação, paciência e confiança para a elaboração deste projeto de diplomação acadêmica.

A empresa Tubarão Saneamento e colaboradores que contribuíram com o fornecimento de informações.

Aos nossos familiares pela compreensão da nossa ausência em alguns momentos importantes, mas sempre nos apoiaram no decorrer da formação acadêmica.

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“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.” (CHARLIE CHAPLIN, 1968).

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RESUMO

A energia elétrica vem se tornando cada vez mais importante para o homem, principalmente após a Segunda Revolução Industrial que trouxe consigo inúmeras descobertas tecnológicas movidas por energia, fazendo com que a eletricidade fosse difundida no mundo inteiro. Se tem então uma procura crescente por energia, o que não é diferente no Brasil, onde após uma forte resseção na economia, se tem um cenário de crescimento, o que faz empresários tentarem se destacar no mercado, buscando estratégias para redução de custo e aumento da receita. O presente estudo traz uma explicação sobre o SEB (Sistema Elétrico Brasileiro), falando sobre sua história, seus órgãos governamentais e seus agentes, tratando seus objetivos e motivações para criação. Também será exposto no trabalho as principais características e diferenças dos ambientes de contratação de energia elétrica no Brasil. Por fim será apresentado uma metodologia de análise para a viabilidade de migração de um consumidor do Mercado Cativo de energia para o Mercado Livre de Energia. Aplicando então em uma situação real, na empresa Tubarão Saneamento, com uma análise tarifária de suas faturas de energia, traçando um perfil para o usuário e o enquadrando ao Ambiente Livre de Energia, mostrando e comparando seus gastos, e traçando uma estimativa para o futuro ganho da empresa.

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ABSTRACT

Electricity has become increasingly important to man, especially after the Second Industrial Revolution, which brought with it numerous energy-driven technological breakthroughs, making electricity widespread worldwide. So we have a growing demand for energy, which is no different in Brazil, where after a strong resection in the economy, there is a scenario of growth, which makes entrepreneurs try to stand out in the market, seeking strategies to reduce cost and increase recipe. The present study provides an explanation about the SEB (Brazilian Electric System), talking about its history and its government agencies and their agents, addressing its objectives and motivations for creation. It will also be exposed in the work the main characteristics and differences of the electric energy contracting environments in Brazil. Finally, an analysis methodology will be presented for the viability of migrating a consumer from the captive energy market to the free energy market. Applying then in a real situation, at Tubarão Saneamento, with a tariff analysis of their energy bills, profiling the user and framing them in the Energy Free Environment, showing and comparing their expenses, and drawing an estimate for the future company gain.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Estrutura SEB ... 18

Figura 2 - Agentes Setoriais do SIN ... 21

Figura 3 - Triangulo de Potências. ... 32

Figura 4 - Localização da ERAB ... 45

Figura 5 - Planta da Estação de Recalque de Água Bruta ... 46

Figura 6 - Transformador de potência de 750kVA... 47

Figura 7 - TP e TC na medição em média tensão ... 48

Figura 8 - Localização da ETA... 49

Figura 9 - Vista Ampla da ETA ... 49

Figura 10 - Reservatórios do tipo semienterrado... 50

Figura 11 - Localização dos reservatórios. ... 51

Figura 12 - Booster de médio porte. ... 52

Figura 13 - ERAT Vista externa. ... 52

Figura 14 - ERAT Vista interna. ... 53

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Crescimento do Mercado Livre de Energia ... 27

Gráfico 2 - Risco ao Mercado Curto Prazo ... 28

Gráfico 3 - Oscilações do PLD ... 29

Gráfico 4 - Representação das Parcelas e Tributos de uma fatura de energia ... 35

(11)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Histórico de Consumo e Demanda ... 36

Tabela 2 - Valores das Tarifas de Aplicação e Base Econômica ... 37

Tabela 3 - Levantamento de dados do Grupo Gerador ... 39

Tabela 4 - Encargos a CCEE. ... 40

Tabela 5 – Comparativo entre ACR e ACL ... 44

Tabela 6 - Resumo da Economia no Ambiente de Contratação Livre ... 44

Tabela 7 - Coleta de dados para análise. ... 55

Tabela 8 - Plano de Redução Estrutural. ... 57

Tabela 9 - Custo médio com grupo gerador. ... 57

Tabela 10 - Comparativo ACR x ACL. ... 58

Tabela 11 - Economia Liquida. ... 59

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 12 1.1 JUSTIFICATIVA ... 13 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ... 14 1.3 OBJETIVOS ... 14 1.3.1 Objetivo Geral ... 14 1.3.2 Objetivos Específicos... 14 1.4 DELIMITAÇÕES ... 15 1.5 METODOLOGIA ... 15 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 15

2 O SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO SEB ... 17

2.1 ORGANIZAÇÃO DO SEB ... 18

2.1.1 Os Órgãos Governamentais ... 18

2.1.1.1 Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)... 19

2.1.1.2 O Ministério de Minas e Energia (MME) ... 19

2.1.1.3 Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) ... 19

2.1.1.4 Empresa de Pesquisa Energética (EPE) ... 19

2.1.1.5 Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). ... 20

2.1.1.6 Operador Nacional do Sistema (ONS). ... 20

2.1.1.7 CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) ... 20

2.1.2 Os Agentes do Sistema Elétrico Brasileiro SEB ... 21

2.2 ASPECTOS GERAIS PARA CONTRATAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ... 22

2.2.1 Ambiente de Contratação Regulada ... 22

2.2.2 Ambiente de Contratação Livre... 22

2.3 APRESENTAÇÃO TARIFARIA E SEUS RESPECTIVOS CONSUMIDORES ... 23

2.4 FONTES DE ENERGIA NO MLE ... 25

2.5 MERCADO LIVRE DE ENERGIA ... 26

2.5.1 Processo Natural de Migração para MLE ... 29

3 CONCEITOS TÉCNICOS NA COMERCIALIZAÇAO DE ENERGIA ELÉTRICA 31 3.1 TENSÃO DE FORNECIMENTO ... 31

3.2 FATOR DE POTÊNCIA ... 31

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3.4 CARGA ELÉTRICA ... 33

3.5 ENERGIA ELÉTRICA ... 33

4 METODOLOGIA ADOTADA ... 34

4.1 FATURA DE ENERGIA ELÉTRICA ... 34

4.2 RETIRANDO DADOS DA FATURA DE ENERGIA ELÉTRICA ... 35

4.3 FATURA DA DISTRIBUIDORA NO ACR ... 36

4.4 UTILIZAÇÃO DE GRUPO GERADOR ... 38

4.5 CUSTOS VOLTADO AO ACL ... 39

4.5.1 Do custo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica CCEE ... 40

4.5.2 Do custo com o fornecimento de Energia ... 41

4.5.3 Do custo com a Distribuidora de Energia ... 43

4.5.4 Do custo com a Comercializadora ... 43

4.6 ANÁLISE DE CUSTOS ... 43

5 CONHECIMENTO DE DADOS... 45

5.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA TRATADA: DETALHADA POR ETAPAS ... 45

5.1.1 Estação de Recalque de Água Bruta ... 45

5.1.2 Estação de Tratamento de Água ... 48

5.1.3 A Reservação ... 49

5.1.4 A Distribuição da Água ... 51

6 ESTUDO DE CASO: CAPTAÇÃO DE ÁGUA BRUTA ... 55

6.1 DADOS DE ENTRADA ... 55

6.2 ANÁLISE DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECÔNOMICA ... 56

6.3 RESULTADOS ENCONTRADOS ... 59

7 CONCLUSÃO ... 61

(14)

1 INTRODUÇÃO

Será exposto, no presente trabalho, uma análise para migração da Tubarão Saneamento, companhia que atualmente detém a concessão do Serviço Público de Água e Esgoto de Tubarão-SC até 2042, do Mercado Cativo para o Mercado Livre de energia, acarretando em uma diminuição no custo da energia elétrica utilizada em suas instalações em até 30%. A concessionária é formada por duas empresas: a Iguá Saneamento, que se trata de uma das maiores do setor de saneamento do Brasil, operando em 18 localidades e 5 estados, com investimentos previstos de R$2,2 bilhões nos próximos sete anos; e a Duane do Brasil S/A, que é uma administradora com foco em segurança e rentabilidade. Juntas elas detêm, desde 1º de março de 2012, 30 anos de concessão do Serviço Público de Água e Esgoto, aos usuários localizados no perímetro urbano de Tubarão-SC, em caráter de exclusividade (TUBARÃO SANEAMENTO, 2019).

É possível afirmar que o saneamento básico está diretamente ligado ao desenvolvimento de uma cidade, pois afeta diretamente na saúde e qualidade de vida a seus moradores, tornando-os mais produtivos, diminuindo os custos com internações hospitalares, o tempo de afastamento dos trabalhadores por doenças, melhorando desde a educação até a geração de empregos. Logo, trata-se de um investimento sadio em todos os sentidos, em que um ganho ou um gasto a menos na empresa responsável pelo saneamento de uma cidade, traria consigo benefícios para toda população.

Levando em consideração a previsão de crescimento na utilização da energia elétrica, demonstrado pelos seguidos aumentos no índice de consumo de energia no ano de 2018 comparado a 2017, em que o Brasil mostra-se conseguindo crescer novamente após uma das piores recessões de sua história, aliado a política mundial de geração de energia renovável e baixos níveis nos reservatórios das hidrelétricas em períodos de seca, fica evidente um cenário de possível aumento na conta de energia, visto a baixa oferta e alta procura por eletricidade (BRAGA, 2018).

Com uma visão empreendedora, temos, então, no Ambiente de Contratação Livre (ACL), uma forma de se destacar no mercado, diminuindo o gasto com energia por poder negociar diretamente com qualquer fornecedor em toda extensão do Sistema Interligado Nacional (SIN), e não ficando mais sujeito as oscilações do Ambiente de Contratação Regulamentada (ACR). Acaba, por fim, tendo uma redução de custos e maior previsibilidade orçamentária.

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O Mercado Livre de Energia Elétrica mostra-se cada vez mais atrativo para as empresas com consumo maior que 3000kW como Consumidor Livre, ou até mesmo com consumo superior a 500kW, onde já estariam apitas a se tornar um Agente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) como um Consumidor Especial, podendo comprar energia diretamente de geradoras de Energia Incentivada, como eólicas, solares e PCHs, tornando o ML mais aberto para futuros consumidores (CCEE, 2019).

Tomando como base o sistema elétrico e seu ambiente, será feito uma apresentação para o leitor se familiarizar ao assunto, explicando o que faz cada órgão do sistema brasileiro bem como suas atribuições. Será mostrado também como deve ser feita essa entrada na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, levando em consideração o cenário atual da economia brasileira e o comércio energético, junto com seu histórico. Por fim, terá a exposição na conclusão da viabilidade ou não em tornar a Tubarão Saneamento um Consumidor Livre do Mercado Livre de Energia.

1.1 JUSTIFICATIVA

Pode-se dizer que os níveis de consumo de energia estão ligados diretamente ao desenvolvimento de um país, onde a expansão acentuada do consumo de energia, reflete o aquecimento econômico e a melhoria da qualidade de vida, porem no ambiente que hoje é enfrentado pelo consumidor de energia elétrica, permitido pelas alterações do modelo de mercado iniciadas em 1993, pela Lei Eliseu Resende 8.631/93 (GUIMARÃES ,2015), onde foi organizado um pacote de mudanças institucionais no setor elétrico, tal pacote tornou viável ser um “Consumidor livre”, o qual, de acordo com as restrições ditas pela ANEEL (2019), passa a ter o poder de escolha do seu fornecedor de energia elétrica, não sendo mais necessariamente a concessionária que detém a área de concessão, esse trabalho tem o intuito de familiarizas os leitores, bem como os autores, sobre o Mercado Livre de Energia a viabilidade da empresa Tubarão Saneamento tornar-se consumidora livre, descrevendo os benefícios desse perfil de consumidor, com base na análise de seu consumo e demais estudos relevantes, para que com o mesmo consumo, pague menos pela energia.

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1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

O Brasil, como um país emergente, possui um ambiente empresarial muito competitivo, em que cada diferença no orçamento pode acarretar privilégios imprescindíveis para consolidação e prosperidade da empresa perante o mercado. Tornando-se um consumidor livre de energia é possível buscar melhores condições para o empresário, como menores custos na empresa, além de planejamento de custos a longo prazo, de modo que não fique mais sujeito a tarifas na sua conta de luz de forma passiva. Assim, traz-se ao empreendedor mais performance e rentabilidade em seu negócio. Com esse intuito, será demonstrado no presente estudo se é ou não vantajoso para a empresa Tubarão Saneamento, juntamente a outras em situação similar, tornar-se um consumidor livre.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar a viabilidade e benefícios da empresa Tubarão Saneamento tornar-se um Consumidor Livre.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Familiarizar o tema ao leitor e a Tubarão Saneamento, dando uma revisão bibliográfica das leis e normas sobre o mercado brasileiro de energia elétrica; • Estudo do mercado livre de energia (MLE);

• Análise do perfil de consumo da empresa de saneamento;

• Análise econômica da migração para o Mercado Livre de Energia (MLE); • Melhor adequação ao mercado perante seu modelo de consumo e dar uma

revisão - Análise das etapas e procedimentos para cadastro na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE);

• Fazer uma comparação entre o Mercado Cativo e o Mercado Livre;

• Traçar uma estimativa da aquisição de energia, mostrando os ganhos/custos em certos espaços de tempo.

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1.4 DELIMITAÇÕES

O presente trabalho tem como objetivo analisar a possibilidade de migração para o Mercado Livre de energia da empresa Tubarão Saneamento considerando para tal a análise das faturas de energia elétrica dos anos de 2018 e 2019, e as normal vigentes no país.

1.5 METODOLOGIA

Será realizado um estudo de caso, com abordagem qualitativa de dados e objetivo confirmatório. O estudo ocorrerá na empresa Tubarão Saneamento sediada no município de Tubarão-SC, Rua Altamiro Guimarães, 685 - Centro. Os dados serão expostos em três seções: revisão histórica e literária, estudo de caso e conclusões dos autores. Na primeira seção, será apresentada uma revisão histórica e literária acerca do mercado livre de energia no Brasil, as reformas setoriais e evoluções mercadológicas. Através desta revisão será fundamentado o objeto de estudo que auxiliará o leitor em sua ambientação com o tema. Na segunda seção, será apresentado o estudo de caso, onde a indústria em questão, cogita sua migração para o ambiente de livre contratação de energia elétrica na condição de consumidor especial. O estudo revelará os mecanismos envolvidos na migração e identificará fatores que interferem no resultado pretendido. Será avaliada se a migração lhe proporcionará os benefícios teoricamente propostos, especialmente no que diz respeito a redução de custos na aquisição de energia. Por fim, serão apresentadas as conclusões referentes ao objeto de estudo.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho conta com 7 Capítulos, no primeiro representará a motivação do trabalho, seus objetivos e resumo, o Segundo Capítulo apresenta definições sobre o assunto, onde será visto as diferenças entre mercado livre e mercado cativo dando uma base sobre o sistema elétrico brasileiro, descrevendo os órgãos responsáveis e suas atribuições perante ao sistema elétrico, no Capítulo 3 mostrará os conceitos técnicos fundamentais para o desenvolvimento do estudo, no qual será necessário conhecimento sobre tensão de fornecimento, fator de potência, demanda e carga elétrica.

Já no capítulo 4 será desenvolvida uma metodologia para análise de viabilidade técnica e econômica para migração de um consumidor para o Mercado Livre de Energia. O

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Capítulo 5 apresenta o conhecimento de dados, todo funcionamento da instituição abordada e seu princípio de funcionamento detalhadas em etapas.

Chegando então ao capitulo 6, no qual terá a representação do estudo específico e aprofundado analisando a viabilidade da migração da Tubarão Saneamento, sua necessidade e suas ações futuras, a fim de se tornar um consumidor livre. No último capítulo são expostas as conclusões sobre os benefícios do Ambiente de Contratação Livre de Energia, trazendo como exemplo o estudo de caso da pesquisa. Mercado livre de energia x mercado cativo.

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2 O SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO SEB

No ano de 1979, o governo federal fez todas aquisições possíveis de empresas concessionarias no setor de energia elétrica, a fim de monopolizar o setor, até que no ano de 1993 teve o início das reformas setoriais, que foram fundamentais como primeiro passo para criação do mercado livre de energia.

Em 1995 o Brasil lançou um programa de privatizações que durou até ao ano 2000, com objetivo de quebrar o monopólio criado em governos anteriores, fazer com que o crescimento no setor não fique parado no tempo, consequentemente conseguindo baratear o custo de energia elétrica no país favorecendo o consumidor brasileiro (FREITAS, 2016).

E para tentar tornar o sistema elétrico mais confiável e para que agissem de maneira correta com o sistema, em 1998 foi criado o ONS (Operador Nacional do Sistema), com o objetivo de ter um planejamento, regulação e operações centralizados.

Um fato marcante que temos em nossa história, foi a crise energética que sofremos em 2001 que resultou em um racionamento de energia, onde o setor mostrou sua fragilidade e tivemos uma necessidade de estudos para uma grande revitalização no sistema, e junto a esse marco em 2004 o Governo federal lançou algumas bases para um novo modelo de sistema elétrico criando a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e as Leis nº 10.847/04, 10.848/04 e pelo decreto nº 5.163/04 com o propósito de garantir o suprimento de energia elétrica (BRASIL. Lei Nº 10847 e 10848, 15 de março de 2004).

Nos dias de hoje conseguimos ver grandes características que diferenciam o sistema atual com o anterior, como por exemplo: desverticalização do setor, concorrência na geração, livre negociação entre geradores, comercializadores, e consumidores livres e diversas outras. Mas para que tivéssemos todo esse resultado positivo também foram criadas a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), CNPE (Conselho Nacional de Políticas Energéticas), CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), CCEE (Câmara Comercializadora de Energia Elétrica) e MME (Ministério de Minas e Energia) além das citadas acima, que serão apresentadas a seguir (FREITAS, 2016).

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2.1 ORGANIZAÇÃO DO SEB

A atual hierarquia do Sistema Elétrico Brasileiro (SEB) possui uma estrutura adequada que será mostrado na figura 1 um organograma onde podemos perceber os principais órgãos e agentes e suas relações que cada um possui, e também será apresentado o papel fundamental de cada órgão na próxima secção seguindo o organograma (CCEE, 2019).

Figura 1 - Estrutura SEB

Fonte: CCEE, 2019.

2.1.1 Os Órgãos Governamentais

Após a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) ser implantada e ser responsável pelo equilíbrio e sintonia entre as outras instituições do setor elétrico brasileiro, em 2004 o modelo do setor elétrico brasileiro passou por uma reformulação onde surgiram novas instituições e algumas alteradas conforme o modelo atual (CCEE, 2019).

Abaixo segue os órgãos governamentais e com suas respectivas funções, seguindo conforme o organograma mostrado na figura 1.

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2.1.1.1 Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)

É o órgão que tem como objetivo principal auxiliar o Presidente da República para formação de políticas e diretrizes de energia, criado pela lei 9.478 de 1997 a fim de assegurar o suprimento de insumos energéticos em todo o país, inclusive nos lugares de maior dificuldade (CCEE, 2019).

2.1.1.2 O Ministério de Minas e Energia (MME)

Órgão responsável por conduzir e implementar tais políticas já definidas para o setor energético em território nacional em conformidade com as diretrizes definas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e estabelecer um planejamento para que tenhamos uma segurança no suprimento no caso de desequilíbrios entre oferta e demanda de energia (CCEE,2019).

2.1.1.3 Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE)

Órgão criado direcionado ao MME, para acompanhar e avaliar permanentemente a continuidade e a segurança no abastecimento de energia elétrica em todo território brasileiro. Tem um papel fundamental em todas as áreas do setor elétrico brasileiro, desde a avaliação das condições de abastecimento e atendimento, diagnosticar possíveis falhas no sistema, elaborar ações preventivas que possam restaurar com segurança o abastecimento e no atendimento elétrico (CCEE, 2019).

2.1.1.4 Empresa de Pesquisa Energética (EPE)

Criada para prestar serviços na área de planejamento energético por meios de pesquisas e estudos. Tem como principal responsabilidade elaborar um balanço nacional energético nacional, identificar e contabilizar quantidade de recursos energéticos, estudos para que nos proporcionam expansões de usinas geradoras e transmissão de energia para curto, médio e longo prazo, entre outras (CCEE, 2019).

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), foi fundada pela Lei n° 10.847/2004 e teve sua criada pelo Decreto n° 5.184/2004 (CCEE, 2019).

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2.1.1.5 Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Órgão criado para fiscalizar e regular todo o Sistema Elétrico Brasileiro (SEB), desde a produção de energia até a entrega ao consumidor final, com proposito de criar normas para uma padronização e melhor fornecimento de energia, estabelecimento de tarifas para os consumidores finais, e com as alterações ocorridas no setor ficou sob responsabilidade da ANEEL por promover licitações de leilões contratações de energia pelas distribuidoras do Sistema Interligado Nacional (SIN). A Agencia Nacional de Energia Elétrica foi fundada pela Lei n° 9.427/96 e entrou em vigor a partir do Decreto nº 2.335/97 (ANEEL, 2019).

2.1.1.6 Operador Nacional do Sistema (ONS).

Foi criado com a responsabilidade de coordenar todo o controle e operação desde a geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Integrado Nacional (SIN). Com isso o nosso sistema foi otimizado, centralizado, redução de custos obedecendo todos os padrões técnicos necessários para termos uma maior confiabilidade do sistema. Também tem como responsabilidade o controle de acesso as linhas de transmissão com níveis de alta-tensão de todo o pais. O Operador Nacional do Sistema foi instituído pela Lei nº 9.648, mas só foi regulamentado pelo Decreto n° 2.665 e passou por uma alteração no Decreto n° 5.081 no ano de 2004 (CCEE, 2019).

2.1.1.7 CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica)

Começou a operar em 10 de novembro de 2004, criada pela Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004 e regulamentada pelo Decreto Nº 5.177 de 12 de agosto de 2004. Veio para viabilizar as atividades de compra e venda em todo o país. Tem como responsabilidade no segmento de comercialização de energia elétrica cuidar de todos os pontos regulatórios, tecnológicos e operacionais. Para contabilizar as operações de compra e venda de energia elétrica, registra todos os contratos bilaterais fechados entre geradores e compradores no Ambiente de Contratação Livre (ACL), no Ambiente de Contratação Regulada (ACR), realiza os leilões de compra e venda e gerencia todos os contratos fechados, além de medir os montantes físicos de energia gerada pelos agentes geradores, apurando mensalmente as diferenças entre a quantidade de energia comprada e efetivamente gerada. Um outro aspecto muito importante no qual a CCEE tem sua responsabilidade, é a divulgação do PLD (Preço de

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Liquidação das Diferenças), utilizado nas operações de compra e venda de energia no mercado de curto prazo (CCEE, 2019). Atualmente a Câmara é presidida pelo Engenheiro Eletricista Rui Altieri, eleito em abril de 2015. É localizada no 13º andar do Shopping Center 3 na Avenida Paulista, n˚2.064, Bela Vista - São Paulo.

2.1.2 Os Agentes do Sistema Elétrico Brasileiro SEB

Assim como temos os Órgãos Governamentais, para que o sistema funcione plenamente também possuímos os agentes setoriais mostrado na figura 2 no qual são divididos em quatro etapas: Agentes Geradores, Agentes de Transmissão, Agentes de Distribuição e os Agentes Comercializadores que serão apresentados a seguir (CCEE, 2019).

Figura 2 - Agentes Setoriais do SIN

Fonte: CCEE, 2019.

Conforme a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) os agentes da categoria geradores são organizados por três classes:

Concessionário de Serviço Público de Geração: agente titular de concessão para exploração de ativo de geração a título de serviço público, outorgada pelo Poder Concedente.

Produtor Independente de Energia Elétrica: agente individual, ou participante de consórcio, que recebe concessão, permissão ou autorização do Poder Concedente para produzir energia destinada à comercialização por sua conta e risco.

Autoprodutor: agente com concessão, permissão ou autorização para produzir energia destinada a seu uso exclusivo, podendo comercializar eventual excedente de energia desde que autorizado pela Aneel (ANEEL, 2010).

Que por sua vez, vendem sua energia no método ACR (Ambiente de Contratação Regulada) como também no método ACL (Ambiente de Contratação Livre). Para maior detalhamento sobre os Ambientes de Contratação, consultar subseção 2.2 (ANEEL, 2019).

Agentes de Transmissão são as concessionárias que fazem a transporte de energia elétrica em território nacional.

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Agentes de Distribuidores são as concessionárias de distribuição de energia elétrica, e tem por obrigação o seu atendimento da demanda exigida em sua abrangência, que são determinados por contratos de energia no ACR através de licitações e atuam com tarifas e condições de fornecimento regulada pela ANEEL.

Agentes Comercializadores são empresas que trabalham com a compra e venda de energia elétrica através de contratos, eles atuam no ACL e também podem revender para outros comercializadores, mas em relação a esse agente será melhor detalhado no decorrer do trabalho por ser uma parte fundamental do mesmo.

2.2 ASPECTOS GERAIS PARA CONTRATAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

A atual estrutura brasileira de energia elétrica possui dois ambientes de contratação, que são os já mencionados ACR e ACL que será exposto a seguir. Todos os contratos, sejam ACR ou ACL, devem ser registrados na CCEE para a contabilização e liquidação das diferenças no mercado a curto prazo (CCEE, 2019).

2.2.1 Ambiente de Contratação Regulada

Elemento no mercado que realizam as operações de compra e venda de energia elétrica através agentes comercializadores e de agentes de distribuição, mas isso só ocorre após ganhos de licitações promovido pela CCEE com delegação da ANEEL denominado Contrato de Comercialização de Energia Elétrica (CCEAR), conforme regras e procedimentos de comercialização (RISKALLA, 2018).

Esse método como o próprio nome já diz, a contratação de energia é regulada evitando preços abusivos por partes das concessionárias de distribuição. Os consumidores cativos pagam uma tarifa de energia fixa também pré-estabelecida pela Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) que passa anualmente por avalições nos preços (RISKALLA, 2018).

2.2.2 Ambiente de Contratação Livre

Já neste segmento tem como papel fundamental realizar compra e venda de energia elétrica, mas podem ser negociados livremente conforme regras e procedimento de comercialização específicos conforme Decreto nº5.163 de 30 de junho de 2004.

Então, neste segmento prevê que todas as variáveis como preços, quantidade de energia comprada, prazos de concessão podem ser livremente negociada entre as partes

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envolvidas, desde que após realizado a negociação deverá ser registrado no CCEE que tem obrigatoriedade quanto a isso. Para os consumidores que aderirem a esse ambiente de contratação, acabam se expondo ao mercado livre de energia, que no caso de não atingir ou ultrapassar a quantidade de energia contratada, é necessário fazer a compra ou venda da diferença, pois esse método de comercialização tem uma tarifa diferenciada chamada Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) (CCEE, 2019).

A CCEE faz o cálculo semanalmente do PLD para cada patamar de carga e para cada submercado com base de custo de operação, e no início de cada ano a ANEEL divulga um piso (valor mínimo) e um teto (valor máximo) para o PLD que no ano de 2019 foi de R$42,35 por megawatt/hora (MWh) para o PLD mínimo e R$513,89 por megawatt/hora (MWh) para o PLD máximo (CCEE, 2019).

Para cada cliente é necessário um planejamento avançado para não sofrer com possíveis variações dessa tarifa, porque a diferença ente o piso e o teto do PLD são grandes e os cálculos são extremamente influenciados as variações climáticas (CCEE, 2019)

2.3 APRESENTAÇÃO TARIFARIA E SEUS RESPECTIVOS CONSUMIDORES

Para o Ministério de Minas e Energia (2019), a tarifa de energia elétrica tem como intuito sustentar o fornecimento de energia com qualidade, cobrindo os custos com prestadores de serviço operacional e investimentos necessários para garantir o fornecimento de energia.

“ Estes custos e investimentos repassados às tarifas são calculados pelo órgão regulador, podendo ser maior ou menor do que os custos praticados pelas empresas” (MME, 2019).

Atualmente o setor de energia elétrica do Brasil possuí três modelos de consumidores, que são classificados da seguinte forma:

Consumidor especial: é o consumidor que tenha uma demanda contratada entre 500

quilowatt (kW) e 3 megawatts (MW), mas que possua um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

(CNPJ), lembrando que essa demanda pode ser somada desde que seja no mesmo CNPJ, esse tipo de consumidor se enquadra no mercado livre comprando apenas de fontes incentivadas (CCEE, 2019).

Consumidor Livre: Até o ano de 2018, era caracterizado como consumidor livre quem tinha uma demanda contratada maior ou igual a 3000KW e com sua tensão mínima de fornecimento de 69KV para as ligações feitas no sistema elétrico anterior a julho 1995, ou com tensão de fornecimento de 2,3KV para ligações feitas após a data citada, mas com o decreto

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pela Lei Nº13.360, de 17 de novembro de 2016, que a partir de 1 de janeiro de 2019, os consumidores que consumir uma carga igual ou superior a 3000KW e forem atendidos a uma tensão inferior a 69KV também torna-se apto para migrar para o mercado livre de energia, e o consumidor livre como próprio dito podem comprar energia do mercado livre tanto de fontes incentivadas quanto de fontes convencionas

No que se diz respeito aos Consumidores especiais e livres, a Resolução

Normativa Nº 247, de 21 de dezembro de 2006 estabeleceu as

premissas para sua comercialização de energia elétrica. Conforme indicado no art. 3º, os consumidores ou conjunto de consumidores devem celebrar os seguintes contratos:

I - Contrato de Conexão ao Sistema de Distribuição – CCD ou Contrato de Conexão ao Sistema de Transmissão – CCT, nos termos da regulamentação específica; e II - Contrato de Uso do Sistema de Distribuição – CUSD ou Contrato de Uso do Sistema de Transmissão – CUST, nos termos da regulamentação específica. (ANEEL, 2006) Consumidores Cativos: são os consumidores que só podem compra energia da concessionária de sua abrangência e não pode participar do mercado livre de energia, fazem parte do Ambiente de Contratação Regulada e são regulados sob condições da ANEEL. Segundo a resolução ANEEL Nº. 418, de 23 de novembro de 2010 os consumidores cativos são classificados conforme mostra abaixo:

Grupo “A”: grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão igual ou superior a 2,3 kV, ou atendidas a partir de sistema subterrâneo de distribuição em tensão secundária, caracterizado pela tarifa binômia e subdividido nos seguintes subgrupos:

a) Subgrupo A1 - tensão de fornecimento igual ou superior a 230 kV; b) Subgrupo A2 - tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV; c) Subgrupo A3 - tensão de fornecimento de 69 kV;

d) Subgrupo A3a - tensão de fornecimento de 30 kV a 44 kV; e) Subgrupo A4 - tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV;

f) Subgrupo AS - tensão de fornecimento inferior a 2,3 kV, atendidas a partir de sistema subterrâneo de distribuição.

Grupo “B”: grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão inferior a 2,3 kV, ou, ainda, atendidas em tensão superior a 2,3 kV e faturadas neste Grupo nos termos definidos nos arts. 79 a 81, caracterizado pela estruturação tarifária monômia e subdividido nos seguintes subgrupos:

a) Subgrupo B1 - residencial;

b) Subgrupo B1 - residencial baixa renda; c) Subgrupo B2 - rural;

d) Subgrupo B2 - cooperativa de eletrificação rural; e) Subgrupo B2 - serviço público de irrigação; f) Subgrupo B3 - demais classes;

g) Subgrupo B4 - iluminação pública (ANEEL, 2010).

Em conformidade com o Art. 57 da Resolução ANEEL Nº. 479, de 03 de abril de 2012, é opcional às unidades consumidoras do grupo "A", com tensão de fornecimento inferior a 69 kV e demanda inferior a 300 kW, a inclusão na estrutura tarifária

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horo-sazonal, com aplicação da Tarifa Horo-Sazonal Azul ou Verde (ANEEL, 2012). Para a Tarifa Azul, a seguinte estrutura tarifária é aplicada:

I – Para a demanda de potência (kW):

a) uma tarifa para o posto tarifário ponta (R$/kW); e b) uma tarifa para o posto tarifário fora de ponta (R$/kW).

II – Para o consumo de energia (MWh):

a) uma tarifa para o posto tarifário ponta em período úmido (R$/MWh); b) uma tarifa para o posto tarifário fora de ponta em período úmido (R$/MWh); c) uma tarifa para o posto tarifário ponta em período seco (R$/MWh); e d) uma tarifa para o posto tarifário fora de ponta em período seco (R$/MWh).

Parágrafo único. A partir da publicação da resolução homologatória da revisão tarifária do terceiro ciclo de revisão tarifária periódica (3CRTP) para as

concessionárias e do primeiro ciclo de revisão tarifária periódica (1CRTP) para as permissionárias, observadas as disposições estabelecidas nos Procedimentos de Regulação Tarifária, deve ser considerado para o consumo de energia:

I- Uma tarifa para o posto tarifário ponta (R$/MWh); e II - Uma tarifa para o posto tarifário fora de ponta (R$/MWh). (ANEEL, 2012)

Caso a opção se dê pela inserção da Tarifa Verde, utiliza-se a seguinte estrutura tarifária:

I – Tarifa única para a demanda de potência (R$/kW); e II – para o consumo de energia (MWh):

a) Uma tarifa para o posto tarifário ponta em período úmido (R$/MWh); b) Uma tarifa para o posto tarifário fora de ponta em período úmido (R$/MWh); c) Uma tarifa para o posto tarifário de ponta em período seco (R$/MWh); e d) Uma tarifa para o posto tarifário fora de ponta em período seco (R$/MWh). Parágrafo único. A partir da publicação da resolução homologatória da revisão tarifária do terceiro ciclo de revisão tarifária periódica (3CRTP) para as

concessionárias e do primeiro ciclo de revisão tarifária periódica (1CRTP) para as permissionárias, observadas as disposições estabelecidas nos Procedimentos de Regulação Tarifária, deve ser considerado para o consumo de energia:

I- Uma tarifa para o posto tarifário ponta (R$/MWh); e II - uma tarifa para o posto tarifário fora de ponta (R$/MWh).” (ANEEL, 2012)

Adicionalmente, a Resolução Normativa Nº 547 da ANEEL, de maio de 2013, institui o Sistema de Bandeiras Tarifárias, que começou a vigorar a partir de janeiro de 2015, onde a tarifa é reajustada de acordo com as condições de geração e abastecimento do sistema. Na bandeira verde, não há alteração no valor da tarifa de energia. Na bandeira amarela ou vermelha, há acréscimo no valor da tarifa, líquido de tributos, conforme apresentado no Art.6º, parágrafo primeiro (ANEEL, 2013).

2.4 FONTES DE ENERGIA NO MLE

Como já citados que os consumidores livres podem comprar energia tanto incentivada quanto a convencional e os consumidores especiais podem comprar apenas energia incentivada, a seguir serão mostradas as características de cada caso quanto aos tipos de energia.

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Conforme CCEE (2019), são consideradas fontes incentivadas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs, usinas hidrelétricas que possuem potência instalada inferior a 30 MW), Energia Eólica, Biomassa e Energia Solar. Tais fontes causam menor impacto ambiental.

A Resolução Normativa n° 77, de 18 de agosto de 2004 no Art. 3° afirma que:

I.- empreendimentos hidrelétricos com potência igual ou inferior a 5.000 (cinco mil) kW, ou superior a 5.000 (cinco mil) kW e igual ou inferior a 30.000 (trinta mil) kW, mantidas as características de Pequena Central Hidrelétrica - PCH, cuja potência injetada nos sistemas de transmissão ou distribuição seja, igual ou inferior a 30.000 (trinta mil) kW; (Incluído pela REN ANEEL 745 de 22.11.2016).

II.- empreendimentos com base em fonte solar, eólica, de biomassa ou cogeração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, cuja potência injetada nos sistemas de transmissão ou distribuição seja igual ou inferior a 30.000 (trinta mil) kW; (Incluído pela REN ANEEL 745 de 22.11.2016).

Aos consumidores que aderirem a essas fontes de energia, tem direito a redução entre 50% e 100% das Tarifas do Uso do Sistema de Transmissão e Distribuição, isso tudo depende da fonte e da data de homologação do contrato, visando incentivar o crescimento desses tipos de fonte na planta energética brasileira.

A energia convencional é proveniente de usinas hidrelétricas e termelétricas de grande porte, e tem preços atrativos e competitivos, porem esse método não possui nenhum tipo de desconto nas tarifas de transmissão e distribuição.

2.5 MERCADO LIVRE DE ENERGIA

O Mercado Livre de Energia é um ambiente de contratação que proporciona uma economia significativa no custo de energia elétrica, dando a oportunidade para pequenas, medias e grandes empresas tornarem consumidores livres comprando energia de forma alternativas e utilizando o suprimento da concessionaria local (DURANTE, 2016).

Esse ambiente nos permite negociar livremente os contratos, podendo ter uma economia no custo da fatura de energia elétrica, e com essas condições o processo de crescimento do Mercado Livre vem crescendo aceleradamente como está demonstrado no gráfico 01.

Então o Mercado Livre de Energia abriu-se as portas no setor elétrico para ser negociável livremente tornando um potencial econômico e ao mesmo tempo seguro, desde que haja cautela para a migração (DURANTE, 2016).

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Gráfico 1 - Crescimento do Mercado Livre de Energia

Fonte: CCEE, 2018.

Nota-se que em 2016 houve um crescimento acelerado aos números de adesões ao Mercado Livre de Energia, e tudo isso favorável ao aumento da tarifa de energia no mercado regulado em paralelo com a melhora dos índices de chuvas fez com que os preços da energia no mercado livre despencassem (CCEE, 2016).

Como já citado no capítulo anterior que sua principal vantagem é a total liberdade de negociação entre as partes envolvidas obedecendo todos os parâmetros do contrato, essa modalidade também possui outras vantagens tais como:

 Possibilidade de adequação da compra de energia de acordo com seu processo produtivo;

 Melhor previsão orçamentaria;  Gerenciamento da energia elétrica;  Preços mais competitivos;

 Alocação de energia para empresas com o mesmo CNPJ;

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Mas o Mercado Livre de Energia (MLE), possui riscos no qual força ao consumidor a ter uma boa gestão para os contratos e não sofrer com uma má condução de consumo, onde o consumidor tem a responsabilidade de contratar tudo o que for consumido mês a mês, caso contrário o consumidor vai se submeter ao mercado curto prazo, ou seja, ao PLD semanal, no qual é realizado toda liquidação financeira de seu contrato, se submetendo a variação do preço da energia conforme a ilustração pela Figura 02 (ANEEL, 2019).

Gráfico 2 - Risco ao Mercado Curto Prazo

Fonte: ANEEL, 2019.

Um outro aspecto muito importante que se torna um risco ao MLE, são as condições climáticas por terem uma forte ligação, sendo a chuva é sua principal variável fazendo com que as afluências dos rios tenham um grande volume para encher os reservatórios e gerar uma energia como preços mais atrativos, mas que pode sofrer grandes variações de uma semana para outra, tornando o mercado a curto prazo uma opção indesejada pela maioria dos consumidores, já que o PLD reflete conforme a essa variação, e podemos visualizar essa oscilação nos primeiros cinco meses de 2019 pelo gráfico 02 (CCEE, 2019).

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Gráfico 3 - Oscilações do PLD

Fonte: CCEE, 2019.

2.5.1 Processo Natural de Migração para MLE

Para realizarmos a migração do mercado cativo para o mercado livre e a contratação ao longo prazo, não é uma coisa tão simples onde é necessária uma análise para que ocorra conforme o planejado e que não tenhamos nenhuma surpresa.

Inicialmente é necessário avaliar as condições de tensão e demanda, como visto na secção 2.3 os modelos de consumidores, temos algumas regras nas tensões de alimentação, na quantidade de demanda contratada e nas datas na quais foram feitas as ligações para entrar no ACL (ABRACELL, 2019).

Segundo passo é verificar o contrato vigente com a distribuidora local, normalmente o contrato de compra de energia regulada são de 12 meses sendo necessário rescindir o contrato com seis meses de antecedência (ABRACEEL, 2019).

Feito a verificação do contrato vigente do mercado cativo, cada consumidor deve realizar sua viabilidade econômica, comparando os gastos entre Ambiente de Contratação Livre (ACL) e Ambiente de Contratação Regulado (ACR) e não podendo esquecer dos custos de implantação do sistema onde é necessária uma adequação na medição para faturamento (ABRACEEL, 2019).

Após realizado todos esses passos anteriores e o consumidor decida migrar ao MLE, deverá ser emitida uma carta de denúncia do contrato de energia vigente e cumprir os meses restante até o término no contrato ou se decidir rescindir antes deverá pagar a multa que estiver fixada no contrato que normalmente não é vantajoso (ABRACEEL, 2019).

0 100 200 300 400 500

Jan-19 Feb-19 Mar-19 Apr-19 May-19

Preço Médio da CCEE

(R$/MWh)

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Seguindo os passos para a migração, o próximo passo é a compra de energia no Ambiente de Contratação Livre (ACL), realizado através de um Contrato de Compra de Energia em Ambiente de Contratação Livre (CCEAL) e/ou de Contratos de Compra de energia Incentivada (CCEI) (ABRACEEL, 2019).

O passo seguinte é a adequação do sistema de medição para faturamento (SMF). Todos os consumidores que migrarem ao Ambiente de Contratação Livre (ACL) sendo ele livre ou especial deverá realizar a adequação conforme requisitos obrigatórios conforme descritos no submódulo 12.2 onde fala-se das instalações do sistema de medição para faturamento. (ABRACEEL, 2019).

E por fim o consumidor deverá realizar a adesão à CCEE e moldar um contrato de compra de energia no Ambiente de Contratação Livre (ACL) em conformidade com os procedimentos descritos nos submódulos 1.1 e 1.2 para finalizar a sua migração (ABRACEEL, 2019).

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3 CONCEITOS TÉCNICOS NA COMERCIALIZAÇAO DE ENERGIA ELÉTRICA

Neste momento será apresentado os principais conceitos técnicos utilizados no setor elétrico brasileiro, no qual será fundamental entendermos para o desenvolvimento do estudo, que são os seguintes conceitos: tensão, fator de potência, demanda, carga e sua curva.

3.1 TENSÃO DE FORNECIMENTO

Uma das mais básicas e está entre as principais grandezas elétricas é a tensão também conhecida como Força Eletromotriz, e possui um papel fundamental no setor elétrico que está diretamente relacionada a potência de geração, transmissão, distribuição e consumo, um fato relevante quando se fala em tensão é que para o transporte de tensão é necessário a elevação para níveis bem elevados para conseguir escalas de corrente elétrica à padrões técnicos e econômicos (FREITAS, 2016).

Como citado nas apresentações tarifarias no módulo 2.6, os níveis de tensão impactam diretamente nas estruturas tarifárias vigentes, e como exemplo consumidores que tiverem o interesse para fazer o processo de migração para o Ambiente de Contratação Livre (ACL), terá que cumprir alguns requisitos técnicos sendo uma delas o nível de tensão de fornecimento (FREITAS, 2016).

3.2 FATOR DE POTÊNCIA

A utilidade do fator de potência, ou FP, indica a parcela de potência ativa presente na potência aparente, e é escrito em forma de um número decimal ou porcentagem, é adimensional e varia da unidade, onde toda a potência aparente está em uso (carga puramente resistiva), até zero (carga puramente indutiva ou capacitiva, sendo essa condição apenas conceitual, pois os próprios condutores possuem uma determinada resistência) (DUAILIBE, 2017).

Segundo Duailibe (2017), um exemplo com um fator de potência de 0,7 tem o mesmo significado que um fator de potência de 70 por cento. Um FP de 70% quer dizer que o aparelho utiliza somente 70% dos volts ampères de entrada.

O fator de potência é extraído através do triangulo de potencias, figura 3, é a relação entre as potências Ativa e Aparente.

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Figura 3 - Triangulo de Potências.

Fonte: Duailibe (2017, P.3).

Através do triangulo de potência podemos obter a expressão que define o fator de potência, aplicando os conceitos de trigonometria conforme a equação 1 mostrado abaixo.

𝐹𝑃 = 𝑃 [𝐾𝑊]

S [KVA]= 𝐶𝑂𝑆 𝜙 (1)

Para Duailibe (2017), alguns problemas em consequência do baixo fator de potência, incidem no aumento das perdas de energia elétrica dentro da instalação, redução de capacidade e danos a transformadores e equipamentos precocemente e tudo isso vem de encontro ao aumento de corrente elétrica necessária para gerar trabalho.

3.3 DEMANDA

Demanda é a média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema elétrico pela parcela da carga instalada em operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo especificado, expressa em quilowatts (kW) e quilovolt-ampère-reativo (kvar), respectivamente (ANEEL, 2010)

Para definir a demanda contratada para unidade consumidora é muito importante tomar muito cuidado na contratação, pois um mal dimensionamento pode acarretar valores maiores do que o preço normal, mas também tem que haver a cautela para não exceder e contratar a mais para não ter gastos desnecessários (ANEEL, 2010).

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3.4 CARGA ELÉTRICA

A carga se define em potência elétrica requisitada ou disponibilizada pela concessionaria local, ou seja, no ponto de entrega do sistema elétrico (ANEEL, 2010).

Dentro de uma instalação elétrica possui equipamentos conectados à rede, mas sem a exibição do consumo, isso acontece pelo simples fato da carga não está em funcionalidade, por exemplo os motores, tomadas, iluminação e diversos outros equipamentos.

Esses potenciais são denominados como carga instalada ou conectada, é a soma das potências nominais de todos os equipamentos elétricos instalados na unidade consumidora, que poderão a qualquer momento entrar em funcionamento, é descrita em quilowatts (kW) (ANEEL, 2010).

3.5 ENERGIA ELÉTRICA

Energia elétrica é o produto da potência elétrica pelo intervalo de tempo de utilização de um equipamento ou de funcionamento de uma instalação residencial, comercial ou industrial (Gil, 2002).

Para GIL (2002), a quantidade de potência elétrica consumida é medida em um intervalo de tempo e expressada em quilowatt-hora (kWh) ou megawatt-hora (MWh) para grandes consumidores quem tenham consumos elevados. Quando se fala de consumo de um determinado equipamento, trata-se do valor atraído por um produto da potência de equipamento em um determinado período de utilização dentro de uma instalação elétrica, sendo ela residencial, comercial ou indústria, através da soma do produto da demanda medida pelo período de integração.

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4 METODOLOGIA ADOTADA

Para realizar essa migração é necessário o estudo da viabilidade técnica e econômica e a fatura de energia elétrica podemos observar e extrair os dados fundamentais para realizamos o estudo do caso, a partir desta análise, será possível a verificação se o consumidor se enquadra aos conceitos necessários para essa migração.

4.1 FATURA DE ENERGIA ELÉTRICA

Conforme ANEEL (2010), a fatura de energia elétrica é um documento comercial que apresenta quantia monetária total que deve ser paga pelo consumidor a distribuidora, em função do fornecimento de energia elétrica, da conexão e uso do sistema ou da prestação de serviços, devendo especificar claramente os serviços fornecidos, respectiva quantidade, tarifa e período de faturamento de modo possibilitar ao consumidor o acompanhamento de seu consumo mensal.

Uma fatura de energia elétrica podemos classificar em dois módulos que são fundamentais para o processo de migração, a demanda e o consumo de energia elétrica mensalmente (ANEEL, 2010).

O consumo de energia elétrica normalmente é faturado em ciclos de 30 dias, e pode ser expressada na fatura em quilowatt-hora (kWh) ou em megawatt-hora (MWh), demonstrando o consumo de potência elétrica disponibilizada pela concessionária ao consumidor, no caso da demanda é medida em quilowatt-hora (kWh), no qual significa a média de potência elétrica solicitada a concessionária pelo consumidor, que é verificada por medição integralizada em intervalos de 15 minutos durante o período de faturamento (ANEEL, 2010).

Conforme cada caracterização de respectivos consumidores, a fatura de energia elétrica possui conteúdos diferentes, sendo assim faturas de consumidores do grupo A é diferente do grupo B e também consumidores horossazonais verdes ou azuis terão conteúdo adicionais em relação do grupo A convencional (ANEEL, 2010).

Para fins de cálculo tarifário, os custos da distribuidora são classificados em dois tipos (ANEEL, 2017).

Primeira parcela se refere aos custos fora do controle da distribuidora, trata-se de custos ligados a compra de energia, transmissão de energia e encargos setoriais.

Segunda parcela já é de total controle da distribuidora, basicamente é conhecida na fatura como a Tarifa de Uso de Sistema de Distribuição TUSD, essa é a ferramenta fundamental

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para arrecadar fundos e realizar investimos operacionais e também investimentos em bens de capital, como por exemplo ampliações de redes das áreas de atuação como outros demais investimentos.

Além dessas parcelas citadas a tarifa também é composta com os tributos governamentais PIS, Programa de Integração Social, COFINS Contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social e ICMS, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, no gráfico 4 é mostrado o respectivo percentual de cada uma dessas na fatura de energia elétrica (ANEEL, 2017).

Gráfico 4 - Representação das Parcelas e Tributos de uma fatura de energia

Fonte: ANEEL, 2017.

4.2 RETIRANDO DADOS DA FATURA DE ENERGIA ELÉTRICA

Segundo América Energia (2019), é necessário fazer a retirada de alguns dados importantes no qual é fundamental para analisar a viabilidade de migração do Ambiente de Contratação Regulado (ACR) para o Ambiente de Contratação Livre (ACL).

Primeiro dado importante de levantar é a caracterização de consumidor, podendo ser caracterizado como Industrial, Comercial e Residencial, em seguida identificar qual Grupo e Estrutura Tarifária.

A seguir deve ser analisado a demanda contratada em Ponta (P) e Fora Ponta (FP). Com a redação dada pela Resolução Normativa (REN) n° 414, de 9 de setembro de 2010, a

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ANEEL relata que a demanda contratada é a potência ativa a ser obrigatória e continuamente disponibilizada pela distribuidora, no ponto de entrega, conforme valor e período de vigência fixados em contrato, e que deve ser integralmente paga, seja ou não utilizada durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW).

Para América Energia (2019), feito essas coletas já citadas vem uma etapa muito importante que é o levantamento de consumo de energia elétrica que pode ser expressada em

megawatt-hora (MWh) ou em quilowatt-hora (kWh), frisando que esse consumo tem que ser

analisado em ponta e fora de ponta. E por fim analisar todos impostos e tributos governamentais como ICMS, PIS e COFINS.

4.3 FATURA DA DISTRIBUIDORA NO ACR

Conforme Chaves (2019), para caracterizar o perfil do consumidor é necessário analisar o histórico de consumo de energia elétrica e demanda contratada na Ponta (P) e Fora Ponta (FP), e para essa analise foram utilizadas as últimas 12 faturas de energia elétrica juntamente com a tabela 1 para auxiliar no processo de obtenção dos dados coletados para o processo de migração do Ambiente de Contratação Regulado (ACR) para o Ambiente de Contratação Livre (ACL).

Tabela 1 - Histórico de Consumo e Demanda

Mês/Ano Demanda Contratada P (KW) Demanda Contratada FP (KW) Consumo P (MWh) Consumo FP (MWh) Consumo Total (MWh) set/2018 out/2018 nov/2018 dez/2018 jan/2019 fev/2019 mar/2019 abr/2019 mai/2019 jun/2019 jul/2019 ago/2019 Fonte: Chaves, 2017.

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Feito a coleta de dados para unidade consumidora abordada, então se obtém conforme a Resolução Homologatória os valores das tarifas aplicadas pela concessionaria, no caso da unidade consumidora que vai ser avaliada, a Celesc Distribuição. A tabela 2 disponibilizada pela Celesc na Resolução Homologatória n° 2.593, de 20 de agosto de 2019, tem os valores apresentados para consumidores caracterizados do subgrupo A4 e mostrados os valores das tarifas de TUSD e TE nos horários Ponta (P) e Fora Ponta (FP), mas sem a aplicação dos tributos governamentais como ICMS e PIS/COFINS.

Tabela 2 - Valores das Tarifas de Aplicação e Base Econômica

Subgrupo Modalidade Posto

Tarifas de Aplicação Base Econômica

TUSD TE TUSD TE R$/KW R$/MWh R$/MWh R$/KW R$/MWh R$/MWh A4 (2,3 A 25 KV) AZUL P 30,2 73,1 402,27 29,9 14,86 375,97 FP 13,02 73,1 233,34 12,74 14,86 231,27 VERDE NA 13,02 0 0 12,74 0 0 P 0 808,06 402,27 0 794,92 375,97 FP 0 73,1 233,34 0 66,84 231,27 Fonte: ANEEL, 2019.

Para base de cálculos será utilizado 9,25% para PIS/COFINS no qual representaram os últimos meses, já para o ICMS pode ser aplicado um valor diferente a cada estado, podendo então ter diversos valores de acordo com cada localidade conforme cada distribuidora, para Santa Catarina são utilizados 25% para o ICMS (ANEEL, 2017).

Para encontrar os valores das tarifas citada pela tabela 2 utilizaremos a equação 2 para representar os valores tarifário já incluso os tributos.

𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑡𝑜𝑠 = 𝑡𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑠𝑒𝑚 𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑡𝑜𝑠

1−𝐼𝐶𝑀𝑆−𝑃𝐼𝑆/𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆 (2)

Após a obtenção das tarifas com os impostos, a fatura pode então ser calculada que deste modo será feito por parte e detalhadas. Na equação 3 apresenta o método de cálculo para levantamento de custo no horário Ponta (P).

Custo Ponta (ACR) = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 ( 𝑇𝐸 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 + 𝑇𝑈𝑆𝐷 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎) (3)

Na utilização da equação 4, trata-se do cálculo para o levantamento do custo no horário Fora Ponta (FP).

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𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐹𝑃(𝐴𝐶𝑅) = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 (𝑇𝐸 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 + 𝑇𝑈𝑆𝐷 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎) (4)

Quando se fala de demanda, utiliza-se a equação 5 para encontrar os custos relacionado.

Custo Demanda = 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 ∗ 𝑡𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 (5)

E por fim feito esses levantamentos de custos basta utilizar a equação 6 para apresentar o custo total para o Ambiente de Contratação Regulada.

Custo Total (ACR) = 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 + 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 + 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 (6)

4.4 UTILIZAÇÃO DE GRUPO GERADOR

Conforme mostrado na tabela 2 podemos ver a diferença das tarifas de Ponta (P) e Fora Ponta (FP) são valores bem consideráveis, com isso maioria dos consumidores pertencentes a modalidade horossazonal utilizam grupo de geradores para minimizar os custos no horário de Ponta (P). Para os casos que utilizam grupo gerador é necessário calcular o custo para fazer a comparação, sendo que uma vez migrado ao Ambiente de Contratação Livre (ACL) não será necessário a utilização pelo simples falto de não possuir mais o Ponta (P) e Fora Ponta (FP).

E para auxiliar no levantamento de custos com gerador será utilizado a tabela onde vamos obter os valores coletados como: o consumo médio em um mês de óleo diesel, consumo médio em um ano de óleo diesel, potência gerada no mês e ano, o preço médio pago por Litro e respectivamente os custos gerados, conforme a tabela 3.

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Tabela 3 - Levantamento de dados do Grupo Gerador

Consumo de Óleo Diesel

Variável

Valor

Consumo médio de óleo diesel (L/mês)

Consumo médio de óleo diesel (L/ano)

Preço Médio do óleo diesel (R$/L)

Total Gasto (R$ mês)

Total Gasto (R$ ano)

Potência media gerada pelo Gerador (kW/mês)

Potência media gerada pelo Gerador (kW/ano)

Despesa media ano com Manutenção (R$)

Fonte: Elaboração dos autores, 2019.

4.5 CUSTOS VOLTADO AO ACL

Duailibe (2017) diz que para analisar a viabilidade para o Ambiente de Contratação Livre, tem como principal custo para ser analisado mensalmente que é sua fatura de energia elétrica, que está dividida em três partes como mostrado abaixo:

Fatura da distribuidora caberá a cobrança da utilização do sistema de distribuição da distribuidora local, a Tarifa de Utilização do Sistema de Distribuição (TUSD).

Fatura da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) faz a cobrança dos encargos voltados ao órgão.

Fatura de fornecimento implicara com os custos voltados a todo consumo de energia e também as perdas também são contabilizadas, mas com um valor reduzido.

Somando essas três faturas citadas acima, forma-se então o custo mensal de energia elétrica no ambiente de contratação Livre mostrado pela equação a 7.

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐴𝐶𝐿 = 𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝐶𝐶𝐸𝐸 + 𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 + 𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 (7)

Como citado no processo natural de migração para o Mercado Livre de Energia é necessário fazer a adequação no Sistema de Medição e Faturamento (SMF), essa adequação acontece porque o medidor utilizado no Mercado Cativo é diferente do utilizado no Mercado

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Livre, muitos casos poder ser necessário alterações em sua estrutura e equipamentos, tendo a obrigatoriedade de atender todos requisitos exigidos pelo processo de migração.

Um custo médio referente a essa adequação é de R$ 30.000,00 no qual será utilizado para base de cálculos (ENERGIA, 2019).

4.5.1 Do custo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica CCEE

Assmann (2013) diz que os mesmos encargos setoriais que o consumidor pagava no Ambiente de Contratação Regulada também irá pagar no Ambiente de Contratação Livre, porém de uma forma evidenciada e diretamente a CCEE, abaixo segue a tabela 4 com a representação dos encargos.

Tabela 4 - Encargos a CCEE.

DESCRIÇÃO

SIGLA

Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Energia Elétrica PROINFA

Carta de Desenvolvimento Energético CDE

Taxa de Fiscalização dos Serviços do Sistema TFSEE

Pesquisa e Desenvolvimento P&D

Contribuição ao Operador Nacional do Sistema NOS

Encargos de Serviços do Sistema ESS

Encargos de Energia Reserva EER

Programa de Eficiência Energética PEE

Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos CFURH Fonte: Assmann, 2013.

Conforme Assmann (2013), tem em convergência com a Tarifa do Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) os encargos PROINFA, CFURH, CDE, NOS e TFSEE, já na Tarifa de Energia (TE) os encargos são EER e ESS.

Mesmo pago todos esses encargos, tem um outro custo de transação relacionado a CCEE voltado a manutenção da Câmara Comercializadora de Energia Elétrica (CCEE), que será utilizado para base de cálculo do estudo uma tarifa de R$ 10,00/MWh, que compõe os custos totais com a Câmara, expressada na equação 8.

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4.5.2 Do custo com o fornecimento de Energia

Após a realizar a migração ao Ambiente de Contratação Livre (ACL), o consumidor vai obter o compromisso do pagamento diretamente ao vendedor, seja ela negociada via um comercializador ou diretamente com o agente gerador, obedecendo as regras conforme anexadas no contrato entra ambas as partes (CHAVES, 2017).

Para cada consumidor possui o tipo de energia a ser comprada, a energia convencional não traz vantagens econômicas quando se fala referente as tarifas TUSD e TUST, já no modelo de energia incentivada especial o desconto está dividido em dois níveis de descontos, 50% e 100%. O incentivo final sobre as tarifas do fio poderá variar entre os dois extremos (0% e 100%), dependendo do portfólio do consumidor (CHAVES, 2017).

Todas estas condições são estabelecidas pela Resolução Normativa nº 77, de 18 de agosto de 2004, e está sendo apresentada abaixo os artigos que representam os respectivos percentuais de descontos estabelecidos.

Art. 1º Estabelecer, na forma desta Resolução, os procedimentos vinculados à redução das tarifas de uso dos sistemas de transmissão e de distribuição, TUST e TUSD, aplicáveis aos empreendimentos hidrelétricos com potência igual ou inferior a 50.000 (cinquenta mil) kW, e àqueles com base em fontes solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, cuja potência injetada nos sistemas de transmissão ou distribuição seja menor ou igual a 300.000 (trezentos mil) kW. (Redação dada pela REN ANEEL 745 de 22.11.2016)

Art. 2º Fica estipulado o percentual de redução de 50% (cinquenta por cento), a ser aplicado às tarifas de uso dos sistemas de transmissão e de distribuição, incidindo na produção e no consumo da energia comercializada ou destinada à autoprodução, para: (Redação dada pela REN ANEEL 745 de 22.11.2016)

I.- empreendimentos hidrelétricos com potência igual ou inferior a 5.000 (cinco mil) kW, ou superior a 5.000 (cinco mil) kW e igual ou inferior a 30.000 (trinta mil) kW, mantidas as características de Pequena Central Hidrelétrica - PCH, cuja potência injetada nos sistemas de transmissão ou distribuição seja, igual ou inferior a 30.000 (trinta mil) kW; (Incluído pela REN ANEEL 745 de 22.11.2016).

II.- empreendimentos com base em fonte solar, eólica, de biomassa ou cogeração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, cuja potência injetada nos sistemas de transmissão ou distribuição seja igual ou inferior a 30.000 (trinta mil) kW; (Incluído pela REN ANEEL 745 de 22.11.2016) III.- empreendimentos com base em fonte solar, eólica, de biomassa ou cogeração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, cuja potência injetada nos sistemas de transmissão ou distribuição seja superior a 30.000 (trinta mil) kW e igual ou inferior a 300.000 (trezentos mil) kW que

Referências

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