Criança tem que mastigar
As mamães precisam estar aten-tas ao cardápio dos pequenos, mas devem ir além dos nutrien-tes. Outro item importante para o bom desenvolvimento da criança é a mastigação. Esse movimento funciona como uma espécie de exercício para a língua e para a musculatura da face.
O processo de desenvolvimento dos músculos da boca e do rosto começa antes mesmo da criança ganhar seus primeiros dentinhos. “A amamentação é excelente es-tímulo de desenvolvimento de os-sos e músculos da face, e também das funções de respiração, deglu-tição, mastigação, fala e deve ser
exclusiva até os seis meses de ida-de. A criança quando suga no pei-to realiza movimenpei-tos intensos, que funcionam como um exercí-cio físico”, explica a fonoaudiólo-ga, Mestre e Doutora em Odonto-logia pela FOP-UNICAMP, Viviane Degan. Ainda segundo ela, todo este trabalho muscular favorece
Pais precisam estimular filhos a mastigar porque o processo
influencia no desenvolvimento dos músculos da face e até na fala
Prof. Dra. Viviane Veroni Degan
CRFa 4169
Fonoaudióloga
Refeição em família: filhos se alimentam bem e desenvolvem a musculatura facial através da mastigação
Beto e Fabiana com seus filhos Theo e Lara
o desenvolvimento das arcadas, que quando bem desenvolvidas, propiciam espaços adequados para a acomodação dos dentes. Além da amamentação, a alimen-tação também tem participação importante na maneira como a mastigação vai se desenvolver e no tipo e quantidade de estimulo de crescimento que os ossos da face e arcadas dentárias terão. E músculos mais exercitados, por meio da amamentação e da mas-tigação, terão mais força e habili-dade para produzir sons, portanto o estímulo dessa região também pode influenciar a fala da criança. Cada fase uma consistência Após os seis meses, além da ama-mentação, outros alimentos (pas-tosos) podem ser introduzidos ao cardápio da criança, de acordo com as orientações do pediatra. Mas atenção, mamãe! É importan-te que nessa fase os alimentos não sejam passados no liquidificar por-que ficam muito lipor-quefeitos, não estimulam a mastigação e favore-cem episódios de náusea quando pedaços maiores de alimentos são colocados na boca da criança. “A presença de pequenos pedaços vai inibindo o reflexo de vômito que ao nascimento se apresenta anteriorizado”, explica a fonoau-dióloga. Inicialmente os alimen-tos (frutas e papinhas) podem ser passados na peneira e gradual-mente podem ser associado com alimentos amassados com o gar-fo, até que se utilizem somente amassados com o garfo. As frutas mais duras podem ser raspadas com uma colher pequena.
Com os irrompimentos dos pri-meiros molares por volta de 12 a
18 meses, a criança começa a ter condições de comer alimentos mais sólidos, porém mantendo atenção para o tamanho dos pe-daços, que deve ser aumentado também gradualmente.
Os alimentos consistentes e mais duros devem fazer parte da dieta da criança porque estimulam o crescimento da arcada dentária, preparando-a para a acomodação dos dentes. “Introduzir alimen-tos mais consistentes na dieta da criança não é tarefa fácil, já que atualmente a grande maioria dos alimentos que ingerimos, mesmo na dieta de adultos, é macia, mas mesmo assim, isso é importante para o desenvolvimento”, lembra. Para as crianças que já possuem os dentes decíduos devem ser oferecidos frutas e legumes crus. Frutas mais duras, se possível com casca para ser um elemento a mais para ser triturado, como por exemplo, a maçã ou a pêra. Os le-gumes crus, como a cenoura, ini-cialmente pode ser ralada em ralo fino, depois grosso e, finalmente, cortada em palito. Cereais sem açúcar, não industrializados, me-diante a autorização do pediatra, também são boa opção. “A carne, exceto moída ou desfiada, é o que temos de mais consistente. Para crianças maiores a dica é ir au-mentando o tamanho dos peda-ços para que a criança tenha um ciclo mastigatório mais longo. É importante os pais se certificarem que a criança tem condições para boa mastigação, pois dificultá-la em um quadro de desequilíbrio pode gerar malefícios”, aconselha Viviane.
Para crianças maiores a dica é ir aumentando o
tamanho dos pedaços para que a criança tenha um
ciclo mastigatório mais longo.
Alimentação adequada também auxilia no bom desenvolvimento da arcada dentária
Para completar esse momento tão importante, um gesto de cari-nho entre mamãe e filhinha
Ingredientes: 1 cenoura, 1 pimentão vermelho, 1 tomate, 1 ovo, azeitonas pretas sem
ca-roço, 4 fatias de pão integral 2 colheres de sopa de creme de ricota, 1 pepino e mussarela.
Rendimento: 2 sanduíches.
Veja a seguir o passo a passo de como se faz o Sanduíche do Palhacinho
Dica!
A escolha do talher
tam-bém é importante. A
co-lher deve ser sempre de
acordo com o tamanho da
boca da criança:
inicialmen-te, a de café, e depois, a de
chá. “Somente a ponta da
colher deve ser colocada
na boca e deve-se esperar
que a criança retire o
ali-mento com os lábios. Este
movimento é importante
também para os músculos
que atuarão na fala. Não se
deve retirar o alimento da
colher raspando o alimento
nos dentes da criança”.
“Não se deve retirar o alimento da colher raspando-o
Passo a Passo
Ralar uma cenoura
Cozinhar um ovo
Cortar as fatias de pão com forma redonda
Cortar duas rodelas de ovo para os olhos
Cortar duas fatias de azei-tona preta sem caroço Passar o creme de ricota no
pão e acrescentar pepino e tomate
Colocar o nariz, boca, chapéu e olhos no lanche
Fazer o chapéu retirando as laterais de uma fatia grossa do
pepino Retire uma pequena tira do
pimentão para o chapéu
Cortar a boca em formato de meia lua no pimentão
vermelho Cortar uma bola pequena do
pimentão vermelho
Colocar dois punhados de ce-noura ralada ao lado do pão Fazer a boca do palhaço no queijo em forma de meia lua
Colocar a boca do palhaço bem perto da borda do pão
Colocar os olhos logo acima da boca
Fotos: Edu Cesar/Fotoarena